Akadémicos 87

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COVID-19

Viver a academia (dentro de casa) pág. 4 e 5

Suplemento integrante da edição nº 4333 de 02 de abril de 2020 do semanário REGIÃO DE LEIRIA. Não pode ser vendido separadamente.

87 Isabel Pereira Diretora da UED

Penso que, cada vez mais, vamos ter pessoas e professores a reconhecer a importância do Ensino à Distância págs. 6 e 7


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A ABRIR

NÃO PERKAS Texto Ana Silva Daniel Santos Fábio Aguiar Maria Gomes Mariana Bento Pedro Fernandes Samuel Silva Tiago Ribeiro

Mais

d i s t a n t e s , mas sempre ligados. A melhor forma de fintar o imprevisto é reinventar práticas. Esta edição do Akadémicos foi (quase toda) construída em casa, como tudo o resto nas nossas vidas de hoje. À distância, mas sempre ligados.

STOP

O STOP é um jogo de resposta rápida em que se escrevem palavras começadas por uma letra definida no início de cada ronda. Termina quando um dos jogadores preenche todas as categorias com essa letra, dizendo “Stop!” e procedendo-se à pontuação da ronda. Sem contacto e estimulante, é um jogo que não tem limites em termos de jogadores e apenas requer papel e caneta ou lápis.

RTP PLAY

HOUSE PARTY

“House Party” é o nome de uma aplicação que recentemente ganhou popularidade e que permite aos utilizadores estarem a um clique de distância dos amigos. Consiste num espaço para videochamadas e inclui ainda jogos que testam conhecimentos gerais e até o jeito para o desenho.

CURSOS ONLINE

Esta é a oportunidade para fazer aquele curso online que ficou sempre adiado por falta de tempo. A Master.D é uma empresa com diversos cursos online em múltiplas áreas, até para as forças de segurança portuguesas, GNR ou PSP. Além de ocupar o tempo, frequentar um curso online é vantajoso para melhorar competências, habilidades e conhecimentos.

VISITAR SEM SAIR DE CASA

Lançado em 2012, o serviço de streaming da estação pública portuguesa inclui conteúdos audiovisuais em HD, perfeitos para passar o tempo - seja um documentário/ entrevista com o famoso arquiteto Siza Vieira ou filmes portugueses clássicos, como “O Leão da Estrela” (1947). A plataforma é gratuita e está disponível em rtp.pt/play, na Play Store e na App Store.

Agora é possível matar saudades da praia visitando virtualmente os areais da região através do site beachcam.pt. Para quem prefere programas culturais, também dá para o fazer à distância. A plataforma Google Arts & Culture abre agora portas de museus e monumentos de todo o mundo, até mesmo dos terraços superiores do mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.

FAZER EXERCÍCIO FÍSICO

A quarentena não é desculpa para não fazer exercício. Há dezenas de aplicações com planos de treino que obrigam, com as suas notificações, a levantar do sofá. Durante esta fase de isolamento social, também se encontram vários ginásios pelo país a transmitir aulas em direto nas suas redes sociais.

·até ao fim do isolamento social· Diretor Francisco Rebelo dos Santos francisco.santos@regiaodeleiria.pt

Apoio à Edição Alexandre Soares alexandre.soares@ipleiria.pt

Coordenadores Pedagógicos Catarina Menezes catarina.menezes@ipleiria.pt

Marta Oliveira marta.s.oliveira@ipleiria.pt

Paulo Agostinho paulo.agostinho@ipleiria.pt

Projeto Gráfico Leonel Brites leonel.brites@ipleiria.pt

Marco Gomes marco.gomes@ipleiria.pt

Maquetização Leonel Brites

Redação e colaboradores Ana Silva, André Silva, Beatriz Matos, Bianca Saad, Carolina Frade, Cristiana Santos, Daniel Santos, Davide Araújo, Denys Yaremko, Emanuel Sebastião, Eunice Rodrigues, Fábio Aguiar, Francisco Constantino, Inês Mendes, Inês Ribeiro, Íris Vieira, Isabel Roldão, Joana Ângelo, Joana Dias, Laura Melícias, Liane Reis, Maísa Cavalleri, Maria Bucho, Maria Gomes, Mariana Bento, Miriam Tormenta, Neuza Santos, Nuno Vieira, Pedro Fernandes,

Rodrigo Pereira, Ruben Rodrigues, Samuel Silva, Sofia Gonçalves, Sofia Morgado, Tânia Ferreira, Tiago Cação, Tiago Ribeiro, Yasmine Nicole

Presidente do Politécnico de Leiria Rui Pedrosa presidencia@ipleiria.pt

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do Politécnico de Leiria e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

Diretora da ESECS Sandrina Milhano dir.esecs@ipleiria.pt Coordenadora do Curso de Comunicação e Media Catarina Menezes catarina.menezes@ipleiria.pt akademicos.esecs@ipleiria.pt


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ESTÁ –a– DAR

Estudantes discutem Economia e Gestão em Leiria Texto Nuno Vieira, Rodrigo Pereira e Ruben Rodrigues

Jovens do Politécnico de Leiria participam na Missão País Texto Beatriz Matos, Cristiana Santos e Sofia Gonçalves

A localidade de Minde, em Alcanena, recebeu na semana de 15 a 22 de fevereiro cerca de 60 estudantes das várias escolas do Politécnico de Leiria, que se reuniram para participar na Missão País. O projeto nasceu dentro da Academia em 2003, na Universidade Nova de Lisboa, e tem como objetivo inspirar jovens a viver a fé cristã. Segundo a tradição do evento, a cor eleita para 2020 foi terracota e o tema surgiu sob o lema “Desce depressa, fico contigo!”. O programa convida grupos de jovens a partir para uma localidade, de Norte a Sul de Portugal, e a prestar apoio à sua comunidade, em várias áreas, consoante as necessidades. Em Leiria, os participantes dividiram-se em seis grupos, com diferentes tarefas, que passaram pela colaboração com lares

Ciclos de Comunicação voltam à ESECS Texto Joana Ângelo, Maísa Cavalleri e Maria Bucho

© TIERRI SANTOS

A cidade de Leiria foi o palco do Encontro Nacional de Estudantes de Economia e Gestão 2020 (ENEEG). O evento decorreu entre 27 de fevereiro e 1 de março e contou com a presença de estudantes do ensino superior provenientes de todo o país. André Couceiro, apresentador convidado, destacou o papel do Politécnico de Leiria e a relevância das suas áreas científicas, que contribuíram para a diversidade de temas abordados nos diversos workshops e palestras do evento. “Leiria tem uma oferta de formações e licenciaturas que são referência ao nível nacional e internacional, como são os casos de engenharia automóvel, a área da saúde e também a área da comunicação”, afirma o ex-estudante universitário. A sessão de abertura contou com a participação do presidente da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes. As suas declarações foram direcionadas para os estudantes dos cursos de Economia e Gestão, no sentido de os incentivar a olharem para Leiria como uma opção muito válida em termos profissionais. “Temos qualidade de vida acima de média, somos a primeira

grande cidade a norte de Lisboa, temos excelentes infraestruturas nas áreas da saúde, ensino, desporto e um tecido empresarial muito dinâmico, com forte vocação exportadora, que necessita de jovens para dar continuidade à sua trajetória de crescimento e afirmação”, afirmou o autarca. O tema principal do evento foi “Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade”, três pilares da nova era da economia e gestão, que deram o mote para o debate. As sessões contaram com grande af luência dos estudantes. Foram discutidos assuntos como a sustentabilidade, o futuro do dinheiro, a corrupção e os requisitos das empresas no momento de escolher os seus trabalhadores. Para André Couceiro, os temas abordados permitem adquirir conhecimento no processo de escolha do próximo passo na vida académica ou profissional, nomeadamente aos estudantes do segundo e terceiro anos do ensino superior. Além do programa de conferências, a organização promoveu atividades lúdicas de exploração do distrito de Leiria. O peddy paper realizado na cidade revelou-se um sucesso entre os participantes, numa tarde marcada pela boa disposição e sentido de descoberta. A Nazaré, uma das principais atrações do distrito, foi palco de um jogo de paintball, com membros da organização e estudantes em momentos de adrenalina. k

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de idosos, atividades com crianças, proximidade e companhia a quem vive só, melhoria de condições de habitação de uma família e concretização de uma peça de teatro. “Além das atividades promovidas em cada comunidade, enquanto grupo de missionários, fomos todos os dias animar o intervalo da Escola Básica de Minde”, explica Matilde Tavares, chefe da missão do Politécnico de Leiria. O quotidiano incluiu também a participação em missas, vigílias e vários momentos de oração. A adesão ao projeto tem vindo a aumentar, contando atualmente com 3370 participantes distribuídos por 60 missões a nível nacional. Batalha, Pedrógão Grande, Benedita e Barreira foram algumas localidades que, no distrito de Leiria, receberam a missão. “Chegámos como 60 desconhecidos e no fim da semana saímos como uma grande família que está lá para tudo o que acontecer e para nos apoiarmos em todos os momentos”, resume Matilde Tavares. Partilha, introspeção, entrega e compaixão são alguns sentimentos que acompanharam os estudantes missionários do Politécnico de Leiria, motivados pelos valores católicos e pelo contacto com o Outro. k

A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria acolheu a 12ª edição dos Ciclos de Comunicação, entre 18 e 20 de fevereiro. O primeiro dia arrancou com a realização de uma conversa em direto na plataforma YouTube, que contou com o testemunho de diplomados da ESECS a trabalhar na área da comunicação e dos media. Dora Matos, Marta Leite Ferreira, Nídia do Carmo, Pedro Pinto e Rui Sousa, moderados por Sara Nunes, do 3º ano, falaram sobre a sua experiência dentro e fora do curso. Discutiu-se o estado do jornalismo em Portugal, a produção de conteúdos, a importância de criar e de aproveitar oportunidades. O dia inaugural do webinar decorreu sob o mote «Só sei que agora já sei». «Publicar ou não publicar? Eis a questão» foi o tema de conversa que ocupou, no segundo dia, os convidados Rita Marrafa de Carvalho, João Castro e João Estróia Vieira, moderados por André Ferreira e Paulo Agostinho. Debateu-se ainda a necessidade de promover o sentido crítico. Sobre o tópico, o editor do portal ‘Comunidade, Cultura e Arte’, João Estróia Vieira, referiu que “as pessoas não estão habituadas a procurar um significado para além da literalidade de uma imagem ou frase”. A jornalista Rita Marrafa de Carvalho afirmou, por sua vez, que «ofender as pessoas pelas suas características tornou-se banal». Na sessão de encerramento, Sara Júnior e Bruno Rego conduziram os convidados Helena Marteleira, Francisco Véstia e Joana Nabais numa conversa sobre influenciadores, Instagram, TikTok e fake news. Joana Nabais, da agência Cheese Me, destacou a utilidade dos influencers digitais quando apresentam ao público diversas questões e interpretações da realidade, alertando, porém, que “faltam influencers certos para comunicar alguns temas”. A participação dos estudantes ajudou a dinamizar as sessões. Personalidades digitais, marcas, racismo, politicamente correto e eutanásia foram algumas questões que suscitaram o interesse da plateia. O evento foi transmitido em direto para as redes sociais. k


4 PANDEMIA

O semestre não está em quarentena KAPA O Covid-19 chegou para baralhar a vida de milhões de portugueses. Do real para o virtual, da caneta para o teclado, todos os cursos do Politécnico de Leiria foram ajustados ao sistema de e-learning. O Akadémicos procurou perceber qual o impacto do período de distanciamento e da aplicação do Ensino à Distância na vida dos estudantes. Texto André Silva, Carolina Frade, Francisco Constantino e Miriam Tormenta

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esde dezembro de 2019 que se ouve falar do unidade curricular”, lembra Mariana Santos, da Esvírus que apareceu na China, mas que rapida- cola Superior de Saúde. mente se espalhou pelo mundo inteiro. Covid-19, Muitos professores optam por manter sessões sínou novo coronavírus, é uma infeção que se as- cronas através da plataforma online Zoom, outros semelha a uma gripe comum ou a uma doença por dinamizar atividades no Moodle. A combinação mais grave, como a pneumonia. As formas de das duas modalidades é, também, frequente. Na opiprevenção não chegaram para travar uma epidemia nião dos estudantes, este método de ensino veio lique, rapidamente, passou a pandemia. bertar tempo. Quarta-feira, 18 de março de 2020, ficou na memória. O Governo português decretou o estado de emer- Do otimismo ao tempo disponível gência que impôs o dever geral de recolhimento domi- Dos diversos campi do Politécnico de Leiria, os jovens ciliário, a generalização do teletrabalho e o fecho de contam como é passar o tempo entre filmes, séries serviços públicos e de vários sectores económicos, so- televisivas, desporto, nutrição, livros ou música. São bretudo o comércio. O distanciamento social passou atividades que ajudam a manter a saúde mental em a regular a vida dos portugueses. Os estabelecimentos momentos de reclusão. de ensino já haviam encerrado a atividade letiva pre“Tenho dedicado bastante tempo às arrumações e sencial no final da semana anterior. pequenas obras em casa. Para além disso, sou bailariA aposta no Ensino à Distância surgiu como o ca- na e a minha escola de dança tem feito aulas via Zoom minho natural para salvar o semestre letivo. O Poli- para que os alunos se mantenham ativos e façam técnico de Leiria acolheu, na verdade, uma solução aquilo de que gostam”, refere Mariana Santos. no domínio da qual já possui oferta formativa desde Parece consensual que o novo método de ensino 2008. A adaptação ao sistema online, segundo os estu- veio desafogar um pouco a rotina e deixar tempo livre dantes, tem-se feito de modo progressivo, sem gran- para outras atividades. Maria Rei, estudante da Escodes percalços. As dificuldades surgiram, sobretudo, la Superior de Educação e Ciências Sociais, assume nas primeiras duas semanas de transição. que “a tentativa de procrastinar é grande”, mas que se “Eu e os meus colegas tivemos de contar com a “contorna com diversas coisas que é possível fazer em adaptação dos vários docentes. Foi difícil mudar tão casa”. O contacto diário com os colegas via webcam subitamente os métodos de ensino, tanto para nós parece ser obrigatório. como para eles. Mas tudo, agora, parece estar encaA estudante de Comunicação e Media assegura que minhado”, afirma Mariana Santos, estudante de Fi- não ignora as notícias e o zum-zum mediático, procusioterapia. rando informar-se o suficiente. Acima de tudo, conFalta o cheiro das salas e dos corredores. Falta o ân- serva o otimismo que caracteriza os jovens: “Este temgulo que vai da cadeira ao quadro, do estudante ao po não passa de um momento mau que, como todos professor, cara a cara. Falta o contacto com os colegas. os outros, vai passar e ser superado”. É certo que existem dificuldades de adaptação, mas Otimismo é, também, a palavra de ordem para Tavárias ferramentas de trabalho, como a plataforma tiana Rosa. “Acho que a situação é bastante complicaMoodle, são já familiares e acompanham o percurso da e chega a assustar pelas proporções que tem tomado estudante desde o primeiro dia de entrada na insti- do. Mas eu tento sempre ver o melhor lado de tudo o tuição. Trata-se, na realidade, de um misto de norma- que acontece”, afirma a finalista da ESECS. lidade e mudança. Para outros jovens, esta adaptação não tem sido Os estudantes sentem-se entusiasmados com a so- fácil. Ana Teodoro, a estudar no campus de Peniche, lução e encaram-na de forma positiva. Para Daniela refere que “é um pouco complicado permanecer em Rodrigues, estudante de Enfermagem da Escola Su- casa e assimilar tudo o que está a acontecer”. A estuperior de Saúde de Leiria, “as aulas online têm aju- dante do Curso Técnico Superior Profisissional em dado imenso para não nos sentirmos perdidos, pois Análises Laboratoriais considera que o sistema de do outro lado há sempre alguém para nos ajudar”. ensino online acaba por quebrar a rotina escolar: “A A tecnologia e o mundo digital ditam as regras. Im- adaptação não tem sido propriamente fácil. Estamos porta, acima de tudo, não perder a rotina. “Por vezes, em casa, acabamos por ser levados pela preguiça. esqueço-me que não estou de férias e ainda tenho Quebrei o ritmo que a escola me obrigava a ter e os dificuldade em dedicar o tempo que deveria a cada hábitos de estudo”.


5 Vidas que se transformam: os estudantes tem-se menos pressionados por esta nova rotiErasmus na, outros nem tanto, revelando dificuldades de Por se encontrarem longe de casa, os jovens em mobi- adaptação. Existe, no entanto, um elemento colidade internacional constituem um grupo particular- mum a todos: a saudade do mundo lá fora e das mente sensível, quer aqueles que escolhem Portugal relações sociais. É um sentimento que todos os para os receber, quer os que partem para outro país. dias bate à porta. Michaela Synková, da República Checa, elegeu o São tempos em que os jovens manifestam o dePolitécnico de Leiria como segunda casa e garante ter sejo de voltar a encher as ruas de Leiria, de voltar a ficado em Portugal por sua opção: “Até agora, sinto- reaver os amigos, poder abraçar, beijar, tocar e, sem -me segura em Portugal e também sei que a minha fa- dúvida, de voltar ao espaço físico da escola. Mas são, mília está bem. Os meus pais aceitaram bem a minha por outro lado, tempos que têm permitido refletir decisão de ficar aqui e eu decidi não colocar ninguém melhor sobre a realidade dentro e fora de casa. em risco. Viajar neste momento podia trazer conseTatiana Rosa considera que “este surto surge quências, como levar o vírus para casa”. como uma espécie de seleção natural do universo Para passar o tempo, Michaela dedica-se às tarefas e da mãe natureza, que precisava de uma pausa. O curriculares que, atualmente, são em maior número, ambiente agradece”. Mariana Santos nota, por sua e a alguns hobbies, como desenhar, fazer videochama- vez, que o convívio com a família tem sido um pondas com a família e amigos e ver algumas séries tele- to bastante positivo no contexto de uma situação visivas ou filmes com os colegas de casa. tão negativa: “No nosso dia a dia normal, antes do A frequentar o programa Erasmus na Hungria, isolamento social, nem sempre tínhamos tempo Diogo Silva, da ESECS, revela que voltou para Portu- para almoçar ou jantar juntos, coisa que agora fazegal por opção, para que a situação não piorasse. Mas mos todos os dias”. isso não significa a interrupção da ligação com a UniApesar de todo o dramatismo, lembra Tatiana, versidade de Dunaújváros: “Continuamos a ter aulas, talvez a mudança drástica de hábitos e comportaagora em formato online. Estou em Leiria e sigo os mentos causada pelo Covid-19 nos tenha permitido conteúdos curriculares da universidade húngara”. “perceber o que é, efetivamente, prioritário e de que Não há dúvida que o Covid-19 chegou para pôr o forma nos podemos ajudar, sem egoísmos”. mundo em standby. Essa é a realidade dos estudantes O vírus não tira férias e compromete a vida e os que se encontram em estágio curricular, normalmen- desejos de milhares de jovens. Muitos preparavamte no último ano do curso. Uns viram os seus estágios -se para abraçar as tradições académicas, outros imediatamente suspensos, como os estudantes de En- anseiam pelo término das licenciaturas. O flagelo fermagem, outros os estágios adiados ou em modo de não bateu à porta, entrou sem pedir licença. As teletrabalho a partir de casa. perguntas são muitas. Quanto tempo irá durar o isolamento social? A normalidade será reposta tal O vírus entrou sem pedir licença, mas em casa e qual a conhecemos? O que fica do Ensino à Disestamos bem tancia no período pós-vírus? Por agora, a única resSe é verdade que a pandemia fechou algumas posta com grau elevado de certeza, é que em casa portas, também abriu outras. Muitos jovens sen- estamos bem. k

02 abril 2020

TAK Texto

Nídia do Carmo De Leiria para o Mundo

Liane Reis Tânia Ferreira

Nascida em Castelo Branco, mas a viver em Leiria desde os 13 anos, Nídia do Carmo teve um percurso semelhante ao de tantos leirienses. Estudou na Escola D. Dinis, seguiu para a Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo e ingressou na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais. Apesar de ter pensado estudar fora de Leiria, acabou por encontrar em Comunicação Social e Educação Multimédia o que procurava: “de forma geral, a licenciatura correspondeu às minhas expetativas. Agora, olhando para trás, vejo a importância das coisas que aprendi no curso e das pessoas que conheci. Terminou o curso sem saber exatamente o que ia fazer. Sabia que queria algo relacionado com a comunicação: “eu sempre gostei de escrever e de garantir que a minha mensagem chegava ao outro lado, mas tinha algumas dúvidas em relação a ser jornalista”. Refere que tudo era muito rápido e tinha receio de invadir a privacidade do outro: “não me sentia totalmente confortável com isso”. Foi o gosto pela tecnologia que decidiu o seu futuro. Iniciou-se em part-time e passado uns meses começou a gerir um projeto. Com o fecho da filial de Leiria, Nídia rumou a Barcelona para a sede da empresa Link to Media. Passado algum tempo já dirigia a equipa que operava no mercado brasileiro. Atualmente, com 29 anos, coordena quatro equipas internacionais, com onze pessoas à sua responsabilidade. Com a anterior experiência de redação, sentiu-se confortável e a partir daí o seu caminho foi-se traçando naturalmente. Com o foco nos termos de pesquisa dos utilizadores da Google e do YouTube, viu-se obrigada a deixar o formato jornalístico. Desde aí o interesse pelos mercados internacionais cresceu e, com isso, o desafio de adequar as palavras, as línguas e os estilos, ao escrever para estes públicos todos os dias. De momento está a tirar um mestrado em Direção de Comunicação e prevê no futuro abarcar a área do branding e construção de marcas, tanto num contexto interno como externo. Interessa-se também pelo grafismo e a identidade corporativa e com isso ambiciona sair um pouco da visão de redatora e expandir em todas as áreas da comunicação. Tendo em conta a sua formação superior, reconhece que os politécnicos incluem uma componente prática que, em certos aspetos, prepara melhor os estudantes para a vida profissional. Por esse motivo, considera que estas instituições merecem mais prestígio do que o que lhes é atribuído, apesar de saber que o nome de uma universidade ajuda na escolha. Na vida profissional e pessoal destaca a importância de manter contactos e de experimentar tudo, reforçando a necessidade de se ser camaleónico e não fechar os horizontes em relação ao trabalho que se quer desempenhar, pois reconhece que “só a mudança é que nos faz crescer”. k


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Tivemos um aumento de 444% de entradas SENTADO na plataforma Moodle NO MOCHO

O aumento de utilizadores das plataformas online provocou algum tipo de constrangimento? Tivemos, na semana em que começámos a trabalhar à distância, um aumento de 444% de entradas na plataforma Moodle, relativamente à semana anterior. Já prevíamos este aumento. Isto fez com que, em articulação com os serviços de informática do Politécnico de Leiria, tivéssemos de pedir mais espaço de memória nos servidores. Até ao momento, não houve problema nenhum, exceto alguns pontuais, que foram rapidamente resolvidos.

Como se alterou a realidade do Ensino à Distância, tanto para o Politécnico de Leiria como para outras instituições, ao longo desta crise de saúde pública? O povo diz que a “necessidade aguça o engenho” e, quer as instituições como a nossa, que têm um serviço dedicado a este tipo de trabalho, quer as outras, que não têm serviços, mas têm pessoas, tiveram de encontrar Diretora da Unidade uma forma de pôr as coisas a funcionar. Através dos recursos mais micro, que são os professores e os estude Ensino à Distância dantes, todos tiveram de encontrar uma resposta para do Politécnico de Leiria esta realidade, seja usando o sistema de email, Skype, WhatsApp, o Colibri Zoom, ou outra plataforma. Nem todas as instituições têm prática em ensino online e De que forma o Politécnico de Leiria começou a agora há que ter o cuidado de aproximar o excelente preparar-se para a suspensão das atividades leti- modelo de Ensino à Distância da necessidade de resolver com os estudantes aqui e agora. Algures entre estes vas presenciais, neste contexto do Covid-19? Quando começámos a ver o que se estava a passar dois polos estão as práticas de cada instituição. Umas na China e no mundo pensámos que a situação even- mais suportadas por serviços, como no nosso politéctualmente iria atingir-nos. A equipa da presidência e nico, por exemplo, outras menos suportadas e a viver a Unidade de Ensino à Distância (UED) começaram a mais daquilo que são as experiências dos professores. preparar um conjunto de recursos que pudessem vir a ser úteis em caso de necessidade. Como todas as ins- Qual a situação mais complexa que foi necessário tituições, tivemos de elaborar, até 16 de março, planos resolver? de contingência, relativamente a muitas dimensões, Foi logo no dia 16, quando aumentámos a nossa catais como refeições, dormidas e espaços isolados. A pacidade de memória no servidor. Mesmo depois equipa da UED tinha também um conjunto de re- do aumento de memória, a plataforma não estava a cursos preparados, caso fosse necessária a passagem responder. O sistema estava entupido com pergunpara o Ensino à Distância. Alocámos um conjunto de tas, os professores queriam enviar mensagens e não recursos que podem ser usados por professores. Já conseguiam. Mas felizmente conseguimos identificar temos alguma experiência e uma estrutura com tra- e resolver o problema em menos de meia hora. Atualbalho consolidado. Sentimo-nos capazes. Até agora mente, a plataforma está com uma velocidade de restemos conseguido fazer essa transição de uma forma posta de 0,03 segundos. Quando demora um segundo, relativamente pacífica e consistente. já consideramos lenta.

Isabel Pereira

Atual diretora da Unidade de Ensino à Distância (UED) do Politécnico de Leiria e também Pró-presidente para a área da Inovação Pedagógica, Isabel Pereira retrata a posição do ensino online em Portugal como resposta à atual crise do Covid-19. Refere que entre práticas de excelência em ensino à distância e “a necessidade de resolver com os estudantes aqui e agora” se situam as realidades de cada instituição, mas acredita que o atual contexto vem aumentar o reconhecimento por esta modalidade de ensino. Texto Bianca Saad, Isabel Roldão e Joana Dias


7 Quantos profissionais estão envolvidos neste processo? Que funções desempenham? A UED tem uma equipa com competências diversificadas. Contamos com engenheiros informáticos, programadores, gestores de sistema e de segurança. Trabalhamos com a direção dos serviços de informática e temos assegurada a componente pedagógica, que ajuda a construir os cursos. Um curso desenhado para online não pode ser igual a um curso presencial. Temos um designer que trata da imagem gráfica da plataforma, designers instrucionais e, ainda, quem faça o atendimento telefónico. A equipa está ativa durante 24 horas, sempre em comunicação. Estamos a ser capazes de dar assistência técnica e pedagógica.

02 abril 2020

professor que sabe um bocadinho de Zoom e de outras plataformas, haverá quebras mais para a frente. Qual o posicionamento do Politécnico de Leiria? Na passada sexta-feira tive uma reunião com pessoas de diferentes universidades e politécnicos e senti-me extremamente confortável. Senti que pudemos dizer aquilo que para nós é o óbvio, pois existe uma Unidade de Ensino à Distância desde 2008. Isto dá-nos tranquilidade. Também nos põe desafios e exigências, pois temos a necessidade de fazer mais do que quem não tem este tipo de estrutura.

Quais as razões para que, durante muito tempo, a Educação à Distância tenha sido um sector Qual o feedback da comunidade académica em com falta de identidade e, até mesmo, conotado com preconceitos? relação à mudança de metodologia? Tenho cerca de 40 anos de serviço e acho que agora, São múltiplas. Há razões técnicas e humanas. Há uma pela primeira vez, tudo me surpreende pela positiva, mudança de paradigma grande, desde logo porque tudo, tudo. Temos 13 mil estudantes e cerca de mil exige que os nossos referentes mentais se alterem. professores. Até ao momento têm-nos sido reportados Há professores que não equacionam mudar os seus alguns problemas. Obviamente não somos perfeitos, métodos de ensino porque sempre funcionaram bem. mas eu também tenho o feedback das diferentes esco- Considero este pensamento legítimo. Existe uma eslas, em que muitos professores dizem: “Nunca tive tan- pécie de conforto que, em última análise, transmite tos estudantes nas aulas”. E, de facto, verifica-se que os segurança. Agora, isto é o mundo. E o mundo faz apelo alunos assistem às aulas. Tem havido uma grande ade- à velocidade. Efetivamente, o professor tem de estar são. O Politécnico tem, neste momento, todos os seus atualizado, é sua obrigação. Portanto, a mudança vai recursos humanos e técnicos a trabalhar, a encontrar acontecer. Agora, não nos podemos esquecer que tamrespostas. Isto é de uma maturidade, profissionalismo, bém é importante respeitar, de alguma forma, o espaço de uma vontade para fazer acontecer, que tem de se emocional dos atores, sejam professores ou alunos. Ou louvar. Todos estão a adaptar-se à sua maneira. Acho seja, estamos a ver que a tecnologia pode ser utilizada que é a melhor resposta que uma instituição pode ter. na sua forma mais tradicional. Em alguns casos, está Claro que, do ponto de vista dos alunos, alguns pro- a usar-se o Zoom para dar as aulas entre as 17:00 e as fessores são melhores do que outros, como é habitual, 18:00, a transpor para o online aquilo que é o funcionamas no geral, há uma boa resposta. Estou verdadeira- mento do presencial. Se me perguntarem, não é a formente contente. Agora, não sou lírica, há avaliações ma perfeita, mas é, em algumas situações, a forma posque ainda estamos a fazer e problemas que vão surgir. sível, porque as emoções e as tecnologias precisam de Estamos a trabalhar num plano de contingência, para se enamorar. Se não estamos confiantes, não usamos. encontrar vários cenários para as épocas de avaliação. Como pode o Ensino à Distância oferecer tecnoQuais as consequências nas avaliações se esta logias e métodos ao sistema alargado de ensino situação se prolongar? superior e como se liga à Inovação Pedagógica? Neste momento, em todas as escolas, os diretores e Os teóricos dizem que é muito importante esta dinâos coordenadores de curso estão a fazer o levanta- mica do ensinar e do aprender. Mas, por vezes, é desemento dos problemas e das potencialidades. As ava- quilibrada: coloca-se mais ênfase no que o professor liações não são um “pronto a vestir”, ou seja, não há faz do que naquilo que o estudante aprende. A dinâapenas uma forma de as fazer. Obviamente temos mica do online vem dar mais importância à aprenvários desafios. Um deles é que não podemos trans- dizagem, a estratégias pedagógicas que coloquem o por para o online toda a lógica de funcionamento estudante a aprender e não tanto o professor a ensipresencial. Por outro lado, também há formas de nar. Isto é que faz um aluno ser bom estudante e bem funcionamento e referentes de professores e de es- formado. É ótimo porque permite que o aluno, no seu tudantes que não se alteram em semana e meia. É tempo e espaço, faça a construção, os trabalhos, os necessário encontrar alternativas. Por isso, muitos projetos, as perguntas, responda no fórum, mediante programas estavam já aprovados, com determinada o seu ritmo. No final, estamos, gradualmente, a fazer lógica, e agora estão a ser adaptados. Não lhe sei di- um recentramento do trabalho pedagógico do profeszer como vai ser em maio, mas estamos a trabalhar sor para o estudante, do ensinar para o aprender. no sentido de encontrarmos soluções equilibradas. A partir daqui, que tendências a curto e médio Considera que a maioria das instituições de en- prazo podem ser determinadas? sino superior em Portugal estão ao mesmo ní- Penso que, cada vez mais, vamos ter pessoas e provel em relação ao Ensino à Distância? fessores a reconhecer a importância do Ensino à Não, não estão. Algumas não possuem infraestrutu- Distância, mas também vai sobrar para o lado dos ras criadas com essa intencionalidade. É preciso que estudantes. Este tipo de trabalho é extremamente cada instituição tenha infraestruturas que deem su- exigente para eles, porque não implica apenas escuporte. É este o fator crítico, a sustentabilidade deste tar. O online aumenta a responsabilidade de o aluno tipo de práticas. Tenho consciência de que por muito construir a sua própria aprendizagem. Os profesbom que eu ache que tenha sido este primeiro mo- sores também precisam de se adaptar, para criar mento, o que é crítico é depois a sustentabilidade no aquilo que é fundamental no trabalho pedagógico: tempo. Ou seja, manter este tipo de adesão dos dois a confiança. Em suma: as alterações são sistémicas, lados. Sem estrutura, só com base na boa vontade do não estão só de um lado. k

KAPAS Texto Joana Ângelo Maria Bucho

Essência – Uma História Punk Blues José Miguel Silva “A imutabilidade do ser, quando mal interpretada, remete-nos para um conservadorismo exacerbado. (…) A essência é o que já fomos e o que esquecemos e relembramos, ou o que esquecemos e ainda podemos vir a ser.” É assim que José Miguel Silva introduz o seu terceiro livro Essência – Uma História Punk Blues, publicado em 2020. José Miguel Silva, de 25 anos, surpreendeu com o seu novo livro, completamente diferente das obras anteriormente publicadas. Licenciado em Desporto e Bem-Estar pelo Politécnico de Leiria, José reside em Ponte de Sor, no Alentejo. Para além da escrita, dedica-se ao desporto, às artes marciais e ao teatro, estando sempre pronto para novas propostas e novos projetos. Desde muito cedo que o autor se apercebeu da capacidade que tinha para se expressar através das palavras. Optando maioritariamente pela poesia, o autor é capaz de transmitir sentimentos e sensações aos leitores de uma forma subtil e elegante, que ao mesmo tempo ronda a simplicidade e facilidade de leitura. Depois de Caminhos, em 2015 e Sementes do Pecado, em 2017, José Miguel Silva resolveu surpreender com uma crítica social através da poesia, diferenciando-se assim do seu anterior registo, muito ligado à autorrevelação. Essência – Uma História Punk Blues é uma obra que se destaca pela forma como o autor usa os seus poemas para colocar grandes questões, não só filosóficas como também morais, a ‘flutuar’ na cabeça de quem os lê. Através de poemas como “Ainda Somos Ejaculação?”, “Brigada do Politicamente Correto” e “Arquétipo da Criação”, o autor aborda temas que normalmente não são encontrados na poesia, como a religião, as normas sociais pelas quais muitos se regem e os desejos obscuros que não se conseguem controlar. “A essência é o que não deve ser mudado, mas que democraticamente tem sido malfadadamente moldado para servir o propósito de alguns, esquecendo o que fomos e não permitindo o desenvolvimento do que podemos vir a ser”, afirma o autor. Essência aborda alguns dos grandes temas da nossa sociedade mas, na verdade, procura realmente realçar a essência do homem, do ser humano, essência esta que deve ser aceite e que deve ter espaço para se desenvolver para além dos muros da sociedade. Através da poesia, José Miguel Silva propõe uma reflexão sobre a existência e sobre o nosso papel no mundo. k


8 Museu de Leiria joga xadrez em ponto grande Texto Sofia Morgado, Laura Melícias e Neuza Santos

17ª EDIÇÃO POLIEMPREENDE

Estudantes desenvolvem ideias de negócio Texto Eunice Rodrigues, Inês Mendes e Yasmine Nicole

Com o objetivo de fomentar a vocação empresarial nos jovens, o projeto Poliempreende regressa com a sua 17ª edição. Numa ação conjunta de todos os politécnicos do país, serão avaliadas as melhores ideias de negócio. A abertura oficial decorreu a 4 de março, com a dinamização da Oficina E, uma sessão de apoio à estruturação de ideias. A oficina iniciou com o discurso da coordenadora regional, Ana Sargento, seguindo-se as intervenções de empresários como Francisco Lontro, Diogo Alves e João Ramos, que deram conselhos e abordaram a sua experiência na área do empreendedorismo. As equipas reuniram-se e passaram a tarde a criar e desenvolver as suas propostas, com a ajuda de docentes e especialistas. Com um feedback positivo, Tatiana Carvalho, estudante do curso de Marketing Turístico na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, afirmou que o evento “é uma mais-valia para todos os estudantes e para o desenvolvimento de soft skills”. Mariana Ligeiro, estudante do curso de Dietética e Nutrição (ESSLei), também realçou a importância de a “escola desenvolver estes projetos, que atraem os alunos para estas áreas”. Após o concurso regional, que terá lugar a 3 de julho, a equipa vencedora seguirá para a prova nacional do Poliempreende, que este ano se realiza na Universidade da Madeira. Todas as equipas regionais que preencham o pódio recebem prémios monetários, o que acontecerá igualmente aos vencedores da fase final. k

O Museu de Leiria tem em exposição permanente, desde maio de 2017, a instalação Sublime Fantasia, realizada por Virgínia Goes. O conjunto de tabuleiro de xadrez (240 x 240cm) e os quadros expostos no local foram oferta da arquiteta à secção de cultura da Câmara Municipal de Leiria. A autora leiriense sempre considerou que tudo na sua vida “está relacionado com o desenho”, e, por isso, desde cedo enveredou pelo caminho artístico, dedicando-se à decoração de interiores, arquitetura, desenho e escultura. “Cada vez gostava mais de ter liberdade, de fazer aquilo que queria. E tinha a sorte de as coisas virem todas ter comigo”, explica Virgínia Goes.

DESPORTO UNIVERSITÁRIO

Politécnico de Leiria no pódio do atletismo Texto Davide Araújo, Emanuel Sebastião e Tiago Cação

A equipa de atletismo do Politécnico de Leiria continua a somar medalhas. Desta vez, foram mais quatro, no Campeonato Nacional Universitário de Pista Coberta, que decorreu a 9 de fevereiro, em Braga. Para além de um quinto lugar na competição por equipas, os atletas leirienses arrecadaram quatro lugares no pódio. Rafael Correia, nos 60 metros barreiras, e Inês Franco Carreira, no lançamento do peso, conquistaram o título nacional das respetivas categorias. Sofia Pragas Duarte, nos 800 metros planos, alcançou o segundo lugar e Tomás Marreiros fechou o pódio no salto com vara. Os atletas vitoriosos referiram que “foi uma boa sensação” e que “é sempre gratificante obter resultados positivos”. Para Inês Carreira significou atingir o seu principal objetivo, o lugar cimeiro

“O xadrez surgiu com um amigo dos os peões brancos do meu marido, o professor Marques são crianças. Henriques, colecionador de tabuleiros O tabuleiro demode xadrez, que pediu para eu fazer uma rou dois anos a ser pintura sobre o jogo”, revela a pintora. construído, entre Apesar de não conhecer muito sobre Lisboa e os Estados este universo, iniciou a sua pesquisa, Unidos da América. A ficando “logo encantada pelo tema”. maior parte dos maAssim, decidiu dar asas à criatividade teriais usados foram e criar o tabuleiro de xadrez, hoje ex- a madeira, cerâmiposto no Museu de Leiria e composto ca e ferro. A pintora “por todas as pessoas importantes do afirma, contudo, que xadrez, como o Philidor e o pintor sim- começou “a ver o que bolista Hieronymus Bosch”. conseguia comprar Para a autora da exposição, o sim- já feito para depois bolismo é algo bastante interessante, modificar”. O procesdevido à variedade de significados que so criativo da obra levou a que Virgíum determinado elemento pode ter. Em nia Goes enquadrasse diversos estilos. Sublime Fantasia a cor branca represen- “Também tentei inserir a desproporção, ta a inocência e ingenuidade, enquanto algo que me cativa bastante”, explica a o preto remete para a maldade. Além arquiteta. destes símbolos, Virgínia Goes ref lete Descrita como a mostra de um as obras de Bosch ao inserir um mocho “mundo onírico” que “enfatiza a carga como rei branco e assume o lugar de rai- simbólica” de cada peça, num “jogo nha branca através de um autorretrato. através de manipulações dos mais diPara acentuar a ideia de inocência, to- versos objetos”. k

A FECHAR

do pódio, que lhe tinha fugido o ano passado. Rafael Correia, por sua vez, já pensa na próxima competição, onde irá participar nos 110 metros barreiras nos Campeonatos Nacionais Universitários de Pista ao Ar Livre. O estudante da ESTG ambiciona revalidar o título conquistado na mesma competição no ano passado, com “o melhor tempo possível”. A equipa de futsal masculino conseguiu somar seis pontos na segunda Jornada Concentrada, realizada entre 17 e 20 de fevereiro, em Vila Real, depois de três vitórias na primeira Jornada Concentrada, em Faro. A equipa fica provisoriamente na quinta posição da classificação, podendo ainda lutar por um lugar na Fase Final do Campeonato Nacional Universitário da modalidade. Num comunicado oficial à comunidade universitária, a Federação Académica do Desporto Universitário adiou indefinidamente as competições entre 9 e 31 de março, devido ao surto do Covid-19. As medidas de contenção foram impostas após as orientações dadas pela Direção-Geral de Saúde. k

ARQUIVO PESSOA O acervo pessoano disponibiliza online grande parte da obra do autor e dos seus heterónimos, incluindo textos em língua estrangeira. A base de dados e o portal MultiPessoa, reunidos na mesma plataforma, preten- Texto Denys Yaremko dem tornar acesInês Ribeiro sível a qualquer Íris Vieira leitor a vida e obra de Fernando Pessoa e ser um instrumento didático e de investigação. Disponível em http:// arquivopessoa.net/

ON LINE

GLOVO A Glovo é uma plataforma de transporte a operar no espaço europeu que permite comprar, receber e enviar produtos para qualquer lugar, durante 24 horas. A Glovo faz parcerias com vários restaurantes e estabelecimentos comerciais, sendo possível encomendar refeições, artigos de supermercado, de farmácia ou pedidos personalizados. Disponível em https://glovoapp.com


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