Desmistificando a Arte Contemporânea e Criando Acesso

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Redação Jornalística

Docente - Guy Pinto de Almeida Jr

Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas

FIAM FAAM

Terceiro semestre

Aida Maria RA-2541680

Reportagem - Arte Contemporânea

Desmistificando a Arte Contemporânea e Criando Acesso

16 de maio de 2024

Desmistificando a Arte Contemporânea e Criando Acesso

Subversão de valores ou incompreensão? Sintomas de alienação ao óbvio ou negacionismo político cultural?

Por Aida Maria - 16 de maio de 2024

Saber analisar uma obra de arte é de uma grandiosidade transcendental, e são poucas pessoas que têm conhecimento ou estão abertas ao impacto sensorial da Arte Contemporânea. Porém, mesmo os “amantes” das artes, em um contexto mais amplo, muitas vezes desmerecem alguns aspectos dessa vertente artística. Acusações como “desconexão com a realidade” é certamente falta de conhecimento prévio. Avaliando a incompreensão popular e tendo em vista um possível conceito de transcendência, preparamos um compilado contendo conhecimento de autoridades como o renomado artista plástico e escultor nipo-brasileiro Yutaka Toyota, a conceituada curadora de artes, artista visual e produtora cultural, Juliane Mai, a gestora cultural e artista visual Magui Kampf, além do professor universitário, artista plástico e escritor, Jamil Pereira, e a artista plástica e muralista Kaori Anraku (Nekotombo)

O que é arte contemporânea

A arte contemporânea, também conhecida como pós-moderna, surgiu a partir da segunda metade do século XX, caracterizando-se por sua busca por inovação e reflexão crítica. Essa vertente artística é mais conceitual, e se distingue pelo uso de técnicas inovadoras, interatividade e fusão entre arte e vida. A aproximação com a cultura pop, liberdade criativa e efemeridade artística são alguns dos conceitos marcados pela diversidade de estilo. Para Juliane Mai “O maior desafio é a readequação dos modelos de análise crítica, já que as classificações não se encaixam em nenhum padrão. Especialmente porque a arte contemporânea

tem uma forma peculiar de provocação, que mistura diversos tipos de linguagens e conceitos sem precedentes, com processos físicos e virtuais de criação”.

O maior centro de pesquisa científica da França, o Centre National de la Recherche Scientifique, mais conhecido pela sigla CNRS elaborou um artigo científico, mostrando a arte contemporânea através de uma lente pragmática, o que revela um novo paradigma que desafia e redefine fronteiras de criação artística. Dentro deste conceito Jamil Pereira acrescenta que “A necessidade de especificar o uso de técnicas mais livres e despojadas na arte, surgiu como uma resposta às práticas rigorosas e dogmáticas do passado. Isso se reflete nas produções artísticas da última fase do período moderno, caracterizando-se pela experimentação e inovação. Essas produções marcam a arte contemporânea, caracterizada por sua diversidade e abertura para novas ideias, refletindo

o presente ou um período recente na história da arte”. Mai conclui “Em suma, a contemporaneidade valoriza mais o conceito, a ideia da obra do que o objeto final e a tendência é que cada vez mais essa subjetividade seja usada para abordar temas sociais, econômicos, políticos, culturais, emocionais e espirituais que anseiam por visibilidade na sociedade como um todo.”

Compreensão gera inclusão

Yutaka Toyota revela o que é necessário para uma compreensão clara e uma consequente inclusão do público leigo nessa vertente da arte, “as pessoas tem que ter o mínimo de conhecimento e vontade de aprender para entender a arte contemporânea” e completa “não acredito em preconceito, tudo depende da educação, é preciso ter um senso crítico, o mínimo de conhecimento sobre a arte em questão, ter informações e pes-

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Reportagem - Arte Contemporânea
Foto: Anderson Lima Foto: Galeria de Arte André Juliane Mai “A arte precisa ser sentida” Yutaka Toyota “As pessoas tem que ser autênticas, ter originalidade”

quisar para saber o momento da história na qual a mesma foi criada e o que se passava ao redor do mundo nessa época; ter uma mente aberta para entender o conjunto da obra”. Esse relato de Toyota faz alusão a um musical chinês que diz que se o público não conhece a lenda contada através da apresentação teatral, certamente não terá embasamento para uma apreciação completa do espetáculo. Na visão de Kaori Anraku, que tem Toyota como mestre, “é necessário aumentar contato com essa vertente artística, pois quanto mais envolvido o público tiver, mais natural se torna conviver e refletir sobre arte em geral”, e complementa “assim fica mais fácil reconhecer a história, a atualidade, e o contexto na qual foi criada cada obra, adquirindo o domínio

do material utilizado, sua composição, tornando a interação mais humanitária”. Para Magui Kampf, “é importante sentir e observar o belo, construindo um repertório visual pessoal, independente de julgamentos estéticos. A arte reflete como vemos o mundo através de nossos olhos abertos e despertos”. Exclamou a curadora “A questão que mais ouço nas exposições é “eu não entendo nada de arte”. Minha resposta é sempre a mesma “Arte se sente! Quando ela passa pro modo racional, se torna um objeto de estudo e perde

a sua essência”.

É possível ter como referência nessa

observação de Mai, a obra da artista

Sérvia Marina Abramović, o monumento “Generator” que está equipado com 15 conjuntos de quartzo rosa em alturas variadas para que o público encoste a cabeça, o coração e o estômago, para sentir a energia das pedras. Essa obra pública de Abramovic no Brasil é um marco para a arte contemporânea e para a experiência sensorial dos espectadores, onde o público pode explorar a sua relação com o ambiente e com o próprio ser. Transcendendo essa consciência, tem-se a sabedoria de se envolver na energia artística em sua totalidade. A curadora acrescenta “O curioso disso é que o sentimento é particular… uma obra pode ter diversas interpretações que são um reflexo, muitas vezes inconsciente, das vivências de cada um”. E observou “. Mas, porque é tão comum ouvir pessoas dizendo que não entendem de arte? Esse receio coletivo com relação à arte vem de uma época em que somente os nobres tinham acesso aos estudos e aos resultados artísticos e culturais, já que isso representava poder e status. O período contemporâneo vem para mostrar que a arte pode ser acessível a todos, e nós, como mediadores culturais temos a missão de apre -

sentar a diversidade de vertentes artísticas e a variedade de custos para que possam também ser adquiridas.”

Características

específicas

Como características específicas da arte contemporânea Pereira comenta que “Essa vertente desafia convenções tradicionais com uma variedade dinâmica de formas de expressão, como instalações e arte digital, diferindo da arte tradicional.”

O professor destaca “Os símbolos acidentais podem mudar o significado com o tempo. Marcel Duchamp e Andy Warhol são artistas que transformaram objetos comuns em obras de arte, mas com abordagens diferentes: Duchamp com “ready -made” e Warhol focando no simbolismo e visualização dos objetos em sua época,

ligando arte à vida cotidiana.”

Mais do que qualquer outro artista ligado ao Pop, Warhol percebeu a importância do reconhecimento de Duchamp do fato de que o significado de uma obra de arte não precisa residir no objeto. Urinóis e latas de sopa são igualmente desdobráveis de riqueza “artística”, mas quando apresentados como obras de arte podem servir de estímulo aos mais amplos possíveis gama de especulações (DUCHAMP, 1973).

O professor acrescenta “As representações de Duchamp e de Warhol, são sím-

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Foto: Arquivo pessoal Foto: DASARTES Foto: imagem pública Kaori Anraku - “Quanto mais envolvidas as pessoas estão, mais natural se torna conviver e refletir sobre arte em geral” Marina Abramovic - Interação com a obra “Generator” Marcel Duchamp - Porta garrafas (1914)

bolos acidentais, seja pela modificação de seu sentido original, seja pela articulação de elementos distintos para construção de outro significado” É o que se entende hoje por aqueles que são chamados de neorrealistas ou objetivistas. O ready-made de Duchamp adquiriu, depois de ter sido considerado por vários anos como um bom craque, um escopo considerável: a escolha deliberada do artista modifica o primeiro destino do objeto, atribuindo-lhe uma vocação expressiva totalmente imprevista (Cabanne, 2013).

Quebrando Barreiras entre o Criador e o Público

Como produtora e gestora cultural, Kampf Acredita que “A arte precisa ser acessível. Quando apenas montava exposições, tinha o incômodo de lidar com arte que era posta em ‘pedestais e redomas de vidro’. Em geral, não gosto de obras que não tenham título. Me parece que, se não há um título para dar à obra, talvez seja porque o artista não tenha nada a dizer sobre a mesma. Este último, o espectador, sem muitas ferramentas, não consegue encontrar meios pra processar o que vê e relacionar com seu próprio mundo, assim, acaba por ‘não entender a arte’. Mai acrescenta, dando uma lista de exemplo que faz seu trabalho curatorial ser mais inclusivo:

- adaptar a linguagem ao público visitante das mostras, que costumam marcar visitas guiadas;

- promover debates, bate-papos e palestras, com o objetivo de encurtar o caminho entre criador e observado; oferecer obras táteis

- oferecer audiodescrição e libras sempre que possível;

- criar cartilhas educativas online, para direcionar o corpo docente das escolas, universidades, faculdades e demais instituições de ensino;

- levar palestras para dentro das instituições;

- contatar Apaes, Rotarys, Lions, Ligas e demais entidades de ações sociais para movimentarem esse público e seus assistidos;

- contatar as mais variadas mídias da região das exposições, para divulgar as ações promovidas”

A produtora e arquiteta Kampf descreve seu essencial processo para promover integração e conhecimento “Eu procuro promover a formação de público. Gosto de poder receber turmas de crianças e contar para elas sobre os processos de criação, gosto de dar inspiração para que criem suas próprias artes, sem medo de falharem. Gosto de permitir que as crianças e também os adultos, in-

terajam com os espaços que proponho”. Anraku acrescenta “Tá aí a importância de termos consciência como artistas sobre os temas de inclusão e diversidade. Ao mesmo tempo, é importante ter recursos de inclusão e diversidade pelas partes organizacionais que contratam os artistas.” Kampf revela sua indignação “Para mim, estética é muito pouco pra sensibilizar o público. O artista gosta de criar pro intelectual e esquece do público `ordinário´... quando ordinário somos todos nós, especialmente o artista. Este precisa ser uma ponte entre sua criação e o público.”

Assim, a arte contemporânea se revela não apenas como uma expressão estética, mas também como um instrumento poderoso para a transformação social e a construção de um mundo mais inclusivo e plural. Para Kampf “Sensibilizá-lo com verdade, com emoção genuína e com ferramentas de acesso. Quais ferramentas? textos, processos inacabados, conversas, diálogos, visitas de escolas, explicações, toques, troca de emoções… estar disponível para desvendar o mistério fabuloso que circunda o gênio da criatividade… como se criar fosse exclusividade para poucos. Arte por si só já é um tema bem complexo para que o público compartilhe a partir da emoção, que o artista consegue desmistificar qualquer assunto, falando com os corações na mesma altura, como fazem os indígenas, sentados ao chão. Igualdade, respeito, troca, carinho, humildade”.

A arte contemporânea transcende os espaços tradicionais

A diversidade na arte pública, traz a luz uma introdução inconsciente formando diversidade e inclusão na vida cotidiana, para o professor, “Uma das expressões marcantes da arte contemporânea é a interação entre a produção e interação do público, como é a arte do grafite, e outas intervenções urbanas como esculturas, murais em parques, praças e ruas que transformam o ambiente urbano e proporcionam experiências artísticas

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Foto: imagem pública Foto: iAnderson Lima Andy Warhol - Lata de sopa Big Campbell’s 19c (macarrão de carne) Magui Kampf - “Acredito na arte que transmite uma mensagem, que sirva a algum propósito”

acessíveis a todas as pessoas”. A muralista Anraku complementa “Por ser pública, é uma arte acessível e que atinge toda uma população que transita pela cidade. A mensagem expressada em cada trabalho vai impactar nesse nível. Influencia o modo das pessoas de ver, refletir e agir, mesmo que inconscientemente”. Pereira conclui “Algumas interpretações ou sentimentos podem levar a maior ou menor interação do público com o artista, se algo desperta naquele indivíduo ’sentimentos familiares’.”

Arte contemporânea como ferramenta para o comentário social

A arte contemporânea, com sua diversidade de formas e conceitos, consegue dialogar com a complexidade do mundo atual, estimulando a sensibilidade e a consciência crítica dos espectadores. Segundo pereira “No campo social artistas de todos os movimentos se preocuparam com temas como identidade, política, globalização, tecnologia, meio

discriminação, mudança climática, migração e conflito provocam reflexões críticas e conscientização sobre questões importantes na sociedade contemporânea explorada pelos artistas”. Ao explorar temas que vão além do superficial, as obras de arte contemporânea convidam o público a refletir sobre questões existenciais e a expandir seus horizontes intelectuais. Elas funcionam como pontes entre diferentes perspectivas e realidades, incentivando a empatia e o diálogo intercultural. Pereira complementa “Há também representações de cunho mais decorativo em que o ponto central não é o desafio das normas culturais e sociais estabelecidas, questionando ideias preconcebidas sobre poder, identidade, gênero, raça, classe, mas em parte entrega às análises estéticas, mas sem abandonar o pano de fundo, ou seja, o diálogo sobre a promoção do bem-estar e experiências diversas.”

Obras de arte contemporânea, mesmo com uma estética muito bem delineada desafiam normas culturais e sociais, promovendo reflexão sobre poder, identidade, gênero, raça e classe, ou no caso da obra cinética de Yutaca Toyota que tem um enorme grau estético, aborda temas transcendentais como o cosmo, o universo físico e metafísico, é uma referência à vastidão e à interconexão de todas as coisas. Sua obra é uma jornada artística que transcende fronteiras e busca expressar harmonia entre o homem, a natureza e o cosmo. Sua arte nos convida a comtemplar o infinito e refletir sobre nossa existência dentro desse conceito cósmico.

Para um simples pesquisador da física quântica, essas obras fazem total sentido, e transcende o ser físico. Essas obras não apenas decoram espaços, mas também provocam emoções e questionamentos profundos em quem as contempla.

Impacto na sociedade atual

A arte contemporânea, tem uma capacidade única de refletir e moldar a consciência coletiva. segundo Pereira “Artistas contemporâneos frequentemente transformam suas obras em poderosos instrumentos de crítica política e social, seguindo a tradição dos dadaístas. Eles abordam temas como o autoritarismo institucional, a corrupção e desigualdades, provocando reflexões e debates sobre problemas urgentes na sociedade. Essa arte não apenas questiona as estruturas de poder existentes, mas também serve como um catalisador para a conscientização e mudança social.”

ambiente e cultura popular”. O professor acrescenta “O artista contemporâneo conceitualmente, explora e encarta muito bem referidos temas sob outra roupagem. Além do mais, abordagem de questões sociais e políticas urgentes, como desigualdade, injustiça,

Com as novas ferramentas digitais não apenas expandem as possibilidades estéticas da arte, mas também democratizam o acesso, permitindo que mais pessoas participem da experiência artística de formas inovadoras, o professor acrescenta “A arte contemporânea está cada

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pessoal
Foto: arquivo Foto: Divulgação Foto: Folha Foto: Anderson Lima Jamil Pereira “Existem estratégias que podem contribuir para um cenário mais produtivo” Obra de Yutoka Toyota, da exposição “A Leveza da Flor”, MUBE - 2009 Obra de Yutoka Toyota, da exposição “ToyotaO Ritmo do Espaço”, MAM, RJ - 2017 Lançamento da Plataforma Imaginário das Artes Visuais de SCS-RS, com exposição interativa

vez mais integrada com inovações tecnológicas, utilizando plataformas como arte digital, realidade virtual e mídias sociais. Essa tendência destaca como as tecnologias emergentes refletem e influenciam a sociedade atual, proporcionando novos métodos para a interação e o engajamento do público com a arte.” Como é o caso do Lançamento da Plataforma Imaginário das Artes Visuais de Santa Cruz do Sul - RS, engajando 80 artistas da cidade com a inauguração física e acesso virtual. Destacando como suas criações incentivam a reflexão e a discussão entre o público, essas plataformas criam novos espaços para interação e engajamento.

Além de desafiar as normas e provocar reflexões críticas sobre questões complexas de nossa sociedade, a arte contemporânea também enriquece e diversifica as experiências humanas.

Kampf descreve “Acredito na arte que transmite uma mensagem, que sirva a algum propósito, mesmo que seja na micro escala do artista, a arte faz sentido quando ela expressa uma verdade interior. Outra coisa, sem verdade interior, é apenas estética”. Um exemplo disso é a exposição imersiva “ Terra Chama”, fruto

de uma pesquisa realizada pela artista Magui Kampf, que cruzou do nordeste do Brasil ao Uruguai, ao longo de 5 anos, sentindo as emoções da Terra. Na Mostra é possível sentir dores e amores através de fotos, textos, vídeos, projeções e instalações. Com curadoria de Juliane Mai, Terra Chama convidou o visitante a interagir com as obras através do toque, da observação e das leituras. Realizada na Casa das Artes Regina Simonis, em Santa Cruz do Sul - RS, entre março e

abril de 2024.

Anraku relata “Estamos numa crise climática extrema que compromete nossa geração futura, quero acreditar que a arte contemporânea nos manterá lembranças do que sobrar dos nossos valores humanitários”. A artista possui trabalhos registrados no meio digital e impresso, como é o caso de ilustrações no livro em quadrinhos da Editora Coletivos Solanina, de São Paulo. A arte contemporânea reflete questões atuais, mas isso não é tudo, o artista dialoga com o futuro da humanidade. Diferentes movimentos ou tendências dentro dessa vertente da arte ilustram essa conexão entre a originalidade do artista e suas contribuições para a sociedade. Na visão de Toyota “Cada artista sabe, ele pensa sobre o futuro, com sua originalidade para idealizar o que deixará para o futuro e a humanidade. Os pensamentos sobre o além para se alcançar o futuro! E acrescenta “Asseguro que todos os seres humanos, independente de sua diversidade, para serem artistas, tem que ser autênticos, ter originalidade”, e completa “Como legado artístico eu desejo que as pessoas façam uma reflexão sobre o cósmico, o olhar além do invisível. Acredito que a arte é tudo, é o ser humano. A arte é a natureza!

tos humanos e liberdade de expressão. Um exemplo notável é a sua instalação “Sunflower Seeds” no Tate Modern, que reflete sobre a massificação e individualidade na sociedade chinesa.

- Banksy (Reino Unido) - Um artista de rua enigmático cujas obras frequentemente comentam sobre política, cultura e ética. Uma de suas peças mais famosas, “Balloon Girl”, sugere a perda da inocência e a necessidade de liberdade.

- Marina Abramović (Sérvia) - Pioneira na arte da performance, explora os limites do corpo e da mente, frequentemente envolvendo o público como parte de suas obras. O projeto “The Artist is Present” foi uma poderosa exploração da conexão humana.

Exemplos específicos de artistas contemporâneos que ilustram essa conexão entre a originalidade do artista e suas contribuições para a sociedade:

- Ai Weiwei (China) - Conhecido por suas críticas políticas e sociais, o artista utiliza a arte para desafiar questões de direi-

- Olafur Eliasson (Dinamarca/ Islândia)-

Conhecido por suas grandes instalações ambientais, cria obras que incentivam os espectadores a refletir sobre

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Foto: iAnderson Lima Foto: Arquivo pessoal Foto: Getty Images Foto: Divulgação Foto: Marco Anelli Exposição imersiva “Terra Chama”, de Magui Kampf. Curadoria de Juliane Mai. SCS, RS - 2024 Kaori Anraku (Nekotombo), com obras ilustrando a 2ª ed. do livro em quadrinhos “Zine”. SP - 2023 Ai Weiwei, na Tate Modern, com sementes da obra Sunflower Seeds - 2010 Girl with Balloon é uma série de murais de estêncil em Londres do grafiteiro Banksy, iniciada em 2002 Performance The Artist Is Present, Marina Abramović Arch, Museu de Arte Moderna, NY - 2010

a sua percepção da natureza e do ambiente. “The Weather Project”, instalado na Tate Modern, simulava o sol e o céu para provocar discussões sobre o clima e a experiência sensorial.

- Yayoi Kusama (Japão) - Famosa por suas salas de espelhos e pontos polka, trata de temas como o infinito e a obsessão. A série “Infinity Mirrors” convida os espectadores a perderem-se em campos visuais sem fim, refletindo sobre a continuidade e o eu.

Cada um desses artistas usa sua originalidade para não apenas questionar o presente, mas também para provocar pensamentos sobre o futuro e nossa humanidade comum.

A curadora de arte Juliane Mai define “Em suma, a principal característica de uma obra de arte é o potencial que determinado trabalho tem de sensibilizar e tocar outras pessoas. A forma com que a proposta é apresentada, quem apresenta e como ela vai ser entregue para ser interpretada pelo público faz com que ela seja reconhecida. Para tanto, os curadores, galeristas, marchands, Art Dealers e produtores culturais exercem um papel fundamental, criando estratégias que façam a mensagem chegar até o espectador. É um trabalho que funcio-

na em conjunto entre esses profissionais e os artistas, comumente contando com assessoria de mídia direcionada”. Dentro desse contexto, toda forma de comunicação é válida, seja ela virtual ou física, o importante é gerar acesso ao maior número possível de público, e Jamil já fez sua parte, lançando 2 publicações através da PoD Editora, em 2023. A arte contemporânea não apenas de -

cora, mas dialoga e desafia, refletindo a complexidade do mundo em que vivemos e convidando cada espectador a se tornar parte dessa narrativa visual intrigante e enriquecedora para todos os envolvidos no universo artístico. Para finalizar, através de uma pesquisa quantitativa, aplicada a 100 pessoas, por meio de network pessoal, confirma-se que é de crucial importâncial iluminar a distinção entre conhecer e compreender a arte contemporânea. Embora muitos possam reconhecer o termo, a verdadeira apreciação e entendimento requerem uma explicação mais profunda, que pode acontecer através de visitas guiadas, aumentando assim o acesso à arte contemporânea e fortalecendo a conexão cultural entre a arte e a comunidade.

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Foto: Olafur Eliasson Foto: Ota Fine Arts Olafur Eliasson, Projeto Meteorológico Tate Modern, Londres - 2003 Yayoi Kusama, obra Rescaldo da Obliteração da Eternidade, 2009 Livros sobre arte lançados em 2023 Pesquisa quantitativa realizada por Aida Maria, em maio de 2024 Foto: Arquivo pessoal

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