Jornal Escolar "O Bugio" - Edição de dezembro de 2018

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Ano XXII

Nº 66

Agrupamento de Escolas de Valongo

1 Bugio Editorial

Destaques desta Edição

Em 2018/2019, o tema "Viagens" tem dado o mote ao trabalho realizado.

É certo que a viagem deste ano letivo ainda vai no princípio, mas já fez crescer os/as nossos/as alunos/as, alargando-lhes os horizontes.

Com alegria e entusiasmo, com mais ou menos empenho, crianças e jovens têm viajado no conhecimento, trabalho e dedicação.

Esta viagem tem levado todos e todas até novos saberes, mostrando-lhes novos caminhos, fazendo-os descobrir o prazer de aprender.

Experimentando os novos currículos e novos projetos, nas aulas ou noutros contextos educativos, todos/as têm viajado no mundo, no tempo, na(as) cultur(as)..

Nesta primeira paragem, que é o final do 1° período , paramos para refletir sobre o trabalho realizado e retemperar forças para uma nova etapa, que se iniciará em janeiro.

Em nome de toda a comunidade escolar, desejamos a todos/as um ano de 2019 cheio de sucesso(s).

Edição de janeiro

2019

INICIATIVAS

“Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê!”

Durante o primeiro período letivo foram recordados dois autores de língua portuguesa Pepetela e As aventuras de Ngunga e José Saramago e a sua polémica obra O Evangelho Segundo Jesus Cristo.

ATUALIDADES LITERÁRIAS

Em outubro foi comemorado o mês das Bibliotecas Escolares e o momento, à semelhança de anos anteriores, foi aproveitado para divulgar a importância da biblioteca escolar enquanto estrutura de apoio aberta a toda a comunidade educativa.

A 29 de novembro de 2018 foram realizadas sessões de apresentação do livro Os homens nunca saberão nada disto da autoria de Pat R.

EFEMÉRIDES

Para comemorar o centenário do armistício (1918-2018) a 11 de novembro, a Biblioteca da Escola-sede do Agrupamento associou-se a esta efeméride com a deposição de uma coroa de flores e um discurso de homenagem, no qual colaboraram alunos do nono ano de escolaridade.

ATIVIDADES DIVERSAS

A equipa da biblioteca informa que continua a ser dinamizada a disciplina de Biblioteca no Moodle do Agrupamento com as principais iniciativas e documentos.

A página do Facebook é atualizada regularmente e desde já a equipa agradece todas as visitas

e sugestões. A Biblioteca, a partir do início do ano letivo, passou a ter presença no Twitter e no Instagram para melhor servir a comunidade educativa.

Dia 29 de novembro, a Biblioteca Escolar proporcionou a apresentação da escritora Pat R (Patrícia Ribeiro) a turmas do secundário, numa aposta de promoção de leituras por prazer.

de leitura passe pelo exemplo. A criança imita. Depois das leituras à noite na cama, é necessário que as crianças se apropriem da ideia de que “adulto é sinónimo de leitor”, e de leitor que lê bem! Porque “quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê” (Monteiro Lobato). E é aqui que o exemplo dos pais que leem nos seus momentos de descanso se torna fundamental para a formação da criança leitora.

Mas a verdade é que, não se tratando de um trabalho fácil, compete à escola ainda que mais tarde, tentar colmatar nos alunos muito do que em casa não é conseguido.

Todos sabemos que é, ou deveria ser, uma preocupação dos pais fazer dos filhos leitores (e se possível compulsivos). Já todos sabemos como é importante que desde muito cedo seja proporcionado em casa, às crianças, o contacto com os livros, muitas vezes começando pelos de tecido (a sua textura, o seu cheiro, as suas cores…), antes mesmo do contacto com os de papel.

Numa outra fase a seguir, importa que a divulgação do hábito

É então que a figura do professor passa a ser o modelo, o exemplo, que de forma natural é seguido. É então que o professor deve propositadamente deixarse ser visto em companhia de um livro de leitura recreativa. É então que o professor deve despertar a curiosidade do aluno para a(s) forma(s) como ele, adulto, ocupa o seu tempo de ócio: o que é que ele, professor, lê quando não se trata de “trabalho”? O provocar momentos de conversa informal, estimulando a curiosidade inata do jovem, fortalece a relação e contribui para a formação do aluno. E não nos esqueçamos nunca: somos professores... mas temos obrigatoriamente que ser também formadores, educadores...

Foquemo-nos agora na adolescência. Vivemos na era da internet e as redes sociais têm

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NOTÍCIAS das Bibliotecas NOTÍCIAS das Bibliotecas NOTÍCIAS Bibliotecas NOTÍCIAS Bibliotecas

E foi assim este outono nas bibliotecas...

tendência a afastar os alunos da leitura. Por isso temos que evitar a todo o custo associar a leitura apenas a atividades obrigatórias e trabalhar a promoção da leitura por prazer.

Temos que apostar em atividades, formais ou não, que estimulem o interesse dos adolescentes, como sobretudo o mostrarmos disponibilidade para os ouvirmos falar de leituras do seu interesse. Passamos nesta altura a ser menos um modelo (a adolescência rejeita a imitação do adulto, prefere a contestação fácil) e devemos procurar ser um par entre pares, com quem o jovem pode argumentar, aprender a ouvir e a expor as suas razões.

Nesta perspetiva, o professor tem que evitar posturas de superioridade, situações em que tenta convencer a ler este ou aquele livro porque ele também o leu e gostou. Resulta bem melhor despertarmos o bichinho da curiosidade. Alguns detalhes também ajudam a conquistar o interesse. Sem promovermos a avaliação do conteúdo pelo seu invólucro, um título engraçado ou uma capa bonita e bem ilustrada funcionam como estímulos. Sem se dar conta, o adolescente já está a folhear algumas páginas.

Muitas pessoas começam a ler depois de ficarem curiosas sobre este ou aquele best seller que viram na revista. Tudo bem, estimular a leitura de best sellers não é exatamente nosso objetivo, mas promover hábitos de lei-

tura a começar por alguns dos clássicos poderá vir a ser traumatizante.

E se a estas ideias juntarmos a interação com uma autora bem jovem (25 aninhos, neste caso) que fala a mesma linguagem dos seus ouvintes, aborda temáticas do interesse dos adolescentes, e tem uma figura simpática, agradável e moderna, conseguimos a mistura perfeita para se encher, durante todo um dia, um auditório interessado e participativo.

Obrigada, Patrícia Ribeiro!

Profª

E como o que nos orienta enquanto dinamizadores de bibliotecas escolares é a promoção da leitura, da cultura e do conheci-

mento em geral, continuamos a nossa tarefa de proporcionar aos alunos momentos de contacto com autores, de partilha de leituras e de apresentações de trabalhos sobre diferentes temáticas. As Bibliotecas são, ainda, espaços de exposição e divulgação dos trabalhos dos alunos. Este período foi muito preenchido com variadas iniciativas sobre as quais fomos dando notícia através do nosso blogue ou do Facebook.

A Equipa da Biblioteca deseja a toda a Comunidade Educativa um Feliz Ano 2019.

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(Continuação da página 2)

Olá pessoal desportista! Bem vindos a mais um ano letivo!

E não é que é já quase Natal? Será por isso que estamos de volta a escrever-vos sobre os projetos do Desporto Escolar na nossa Escola? Claro que sim! Este ano letivo queremos (e vamos) voltar a estar bem representados nas competições do Desporto Escolar da região do Porto. Desde o início do ano letivo estão a treinar os já habituais grupos-equipa de Basquetebol, desta vez a trabalhar com a professora Sara Gomes (que poderão contactar para informações

Desporto escolar Desporto

Desporto em ação

sobre os treinos e competições), de Natação com o Prof. Rui Castro e os treinos na Piscina de Valongo, e o Ténis de Mesa, que regressou este ano sob a batuta do Prof. Telmo António, que deverão contactar caso estejam interessados em fazer parte da equipa desta modalidade. Este ano a época desportiva do Desporto Escolar só terá o seu início, em todas as modalidades, no 2º Período. Mesmo a terminar o período, no dia 12 de Dezembro, tivemos o já habitual Corta-Mato da nossa Escola que, como de costume, serviu para apurar os

atletas que, no 2º Período, irão representar a nossa Escola no Corta-Mato Regional; parabéns a todos os participantes e um obrigado ao “S. Pedro” que nos ajudou não fazendo chover durante quase toda a manhã.

A partir de janeiro, cá estão os Profs. de Educação Física a tratar de vos ajudar a “derreter” todas as calorias extra adquiridas nas férias de Natal!

Prof. Rui Castro

O 6º B esteve na Biblioteca numa sessão de apresentação de trabalhos sobre mulheres portuguesas que se destacaram.

Esta iniciativa decorreu no âmbito da comemoração dos 100 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Os alunos destacaram a ação de Deuladeu Martins e a ideia genial que teve para vencer os castelhanos. Carolina Michaëlis também foi uma referência para

a turma uma vez que foi a primeira mulher portuguesa a dar aulas na universidade.

Joana Vasconcelos foi um exemplo para todos pela criatividade que o seu trabalho tem vindo a demonstrar. Muitas rainhas de Portugal como D. Leonor de Avis e D. Isabel de Aragão também foram destacadas pelos alunos como

mais desfavorecidos.

Profª Mª José Rocha

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Domitila de Carvalho, primeira portuguesa formada em Medicina Maria de Lurdes Pintasilgo, primeira ministra de Portugal Guilhermina Suggia, uma das mais virtuosas violoncelistas de todos os tempos

ESCOLA básica de Campelo

ESCOLA básica de Campelo

ESCOLA básica Campelo ESCOLA básica Campelo

Conforme já tem sido tradição, realizou-se no recinto da nossa escola com a presença de todas as crianças, dos docentes, das auxiliares e de alguns encarregados de educação. Teve início com as crianças a desfolharem as espigas e a separarem o milho… ate que apareceu a espiga vermelha! (milho rei). A partir daí, cantamos e dançamos canções alusivas ao tema.

Convidamos o rancho folclórico de S. André, que gentilmente aceitou o nosso convite. Atuou durante a desfolhada e proporcionou momentos de convívio e

alegria. Tivemos o apoio dos encarregados de educação na aquisição do milho. Convidamos as crianças do jardim-deinfância de Paço para participar nesta atividade.

Foi uma manhã diferente e agradável onde reinou a alegria. Revivemos um pouco o tempo dos avós, não deixando fugir as tradições.

EB de Campelo

No decorrer deste período, e no âmbito da disciplina de Estudo do Meio, os alunos da turma C3 da Escola Básica de Campelo, construíram, com a ajuda dos pais, o seu genograma. Para tal, foram usados vários materiais e posteriormente, na sala de aula, cada aluno apresentou o seu trabalho à turma.

Os trabalhos ficaram fantásticos e quisemos partilhá-los com vocês.

TURMA C3

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Bugio
O

ESCOLA BÁSICA DE CAM ESCOLA BÁSICA DE CAM ESCOLA DE ESCOLA DE CAMPELO PELO PELO

No passado dia 16 de outubro festejou-se o Dia da Alimentação.

Na nossa sala de aula, para marcar o dia, con-

fecionou-se uma salada de fruta com a ajuda de uma mãe. Todos os alunos comparticiparam com algumas peças de fruta como maçãs, peras, laranjas, bananas, kiwis e uvas. Os alunos também ajudaram a espremer laranjas para fazer sumo para a salada… Assim foi possível termos um delicioso e saudável lanche da tarde…foi de comer e “chorar” por mais!!

Na semana dedicada à alimentação também se realizou na nossa escola a desfolhada do milho. É uma atividade de que gostamos muito porque vamos vestidos de camponeses e no

recreio, desfolhamos o milho todos juntos. Estamos sempre à procura o milho-Rei e este ano o feliz contemplado foi o João Mar-

celo…no meio de tantas espigas que sorte teve!!! Ganhou uma grande beijoca da professora!

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Escola Básica de Fijós Escola de Fijós

Neste ano letivo a tradicional

“Feirinha de Santo André” foi recreada de forma entusiasmante por toda a comunidade escolar da EB de Fijós. Viajámos para a época medieval…

No “caminho” percorrido fomos aprendendo, conhecendo a História, falando de castelos e cavaleiros, de ofícios/profissões, formas de viver, tipo de vestuário e

costumes.

Na sala, elaborámos adereços, ouvimos música medieval e dançámos.

Nos dias da feira estávamos bem divertidos, vestidos com as roupas que os nossos pais arranjaram e com os adereços construídos no jardim de infância.

Entretanto, algumas mães, também vestidas “à época medieval”, eram as vendedoras nas barraquinhas que a Junta de Freguesia nos cedeu e montou no espaço do recreio. Venderam legumes, hortícolas, plantas, doces… e também alguns objetos de artesanato.

Tivemos muitos visitantes, que se mostraram muito contentes e interessados.

Na hora de ir embora, presenteámos os pais com uma dança medieval.

Foram dias bem divertidos!

Agradecemos a todos e em especial aos pais que colaboraram com entusiasmo na atividade.

A história de "O gato das Botas" foi o pretexto para os alunos do 2º ano da Escola Básica de Fijós darem azo à sua criatividade em Ludoteca.

Os desenhos estão, agora, a decorar a árvore de Natal da Biblioteca!

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A nossa turma P3/4 também participou no Projeto “Sarilhos do Amarelo” para aprender a ser educado, gentil e saber planificar

as coisas usando o PLEA (Planificar, Executar e Avaliar).

Com a psicóloga Sandra Mesquita fomos lendo e aprendendo o conto cujo nome é “Sarilhos do Amarelo”, atribuindo personagens para cada um ler, fazendo atividades, brincando e aprendendo. Realizamos também a “Hora do Sarabico” que era uma atividade que a Sandra nos marcava para fazermos na sua ausência com a professora titular de turma. Quando tínhamos alguma dúvida a nossa professora ajudava-nos. Nós aprendemos que o PLEA está presente em todas as ações do nosso dia-adia.

Texto em equipa – Rita e Afonso P3/4

Desejos de PRÓSPERO ANO NOVO

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Escola básica de Paço Escola básica de Paço Escola de Escola de EB de Paço – P3/4 Rosa Soares EB de Paço – P3/4 Rosa Soares

Escola básica de paço Escola básica paço

Os alunos da turma P1/2 inspirados no tema e na palavra

Natal realizaram acrósticos na sala de aula e em família.

Natividade

Amor

Tranquilidade

Alegria

Lar

João/Noah

Nascimento de Jesus

Amizade

Ternura

Amor

Luzes

Inês/Gonçalo/Leonor F.

Natal comemoramos em família

Andamos numa roda viva.

Todos juntos à mesa. Amor e muita alegria, Lá em casa não pode faltar!!

Renata

Natal vem o Pai Natal, Apressado no trenó. Traz o saco com prendas

A

Lá no céu diz ho ho ho!

Dinis

Natal é:

Alegria

Trenó e presentes

Aletria e muitos doces, Legumes e bacalhau.

Sofia

Natal é bom na minha casa

A minha mãe faz doces de Natal Tenho uma árvore de Natal muito gira!!

Abraço a minha família no Natal Lembro-me do Natal sempre.

Manuel

Na noite de Natal abre-se os presentes

Alegria espalha-se no ar.

Todos os meninos deviam ter Natal.

Aletria e muitos doces, Lá em casa não podem faltar crepes.

Duarte

Natal é tradição, A que eu mais gosto!

Tenho sempre presentes Alguns brinquedos, jogos Lambarices e doces.

Rubim

Na noite de natal

A família

Toda reunida

A festejar

Luz vai brilhar

Leonor Campanhã

O tema do Agrupamento impulsiona viagens, sejam elas quais forem, de forma a que nos desenvolvamos. Então cá pelo Jardim de infância foi mote suficiente para pensarmos em formas reais de viajar. Juntando o real à imaginação projetamos voar, não num avião de papel da linda melodia de Carolina Deslandes, mas num avião de cartão

da criançada do jardim de infância. Juntando caixas de cartão enormes trazidas pela menino mais velho (O Ezequiel), concretizamos a estrutura principal da nave. O pior é agora finalizar o “cock-pit”. Visualizamos alguns filmes elucidativos e andamos a juntar tampinhas coloridas para os botões. Havemos de finalizar! O bom deste avião é que viaja mesmo sem estar terminado… basta a imaginação! Ah mas já temos Passaportes! Passaportes que nos ajudaram a ter noção da nossa identidade e a valorizar atividades diferentes que nos possibilitam “outras viagens”.

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Viagem ao fundo do mar...

Fizemos a mala e embarcamos na “Viagem” ao fundo do mar...

A história “O Peixinho Arco iris” serviu de inspiração para o grupo de 3, 4 e 5 anos da EB da Balsa.

Espécies marinhas e o seu habitat foram o ponto de partida

para aprendermos conceitos e atitudes capazes de provocar transformações ambientais e sociais.

Vestimos os fatos de mergulhadores e exploramos.

Construímos a caixa dos tesouros.

Representamos o fundo do mar na sala, com barcos, peixes, tartarugas, caranguejos, baleias, tubarões... e o polvo gigante.

É com grande interesse e entusiasmo que continuamos a participar nesta magnífica viagem!

EPE BALSA

No dia 05 de dezembro, pelas 14.30h a turma, do 2ºTOT (Técnico de Operações Turísticas), deslocou-se, em conjunto com as suas professoras, até ao Centro de Dia Mutualista de Valongo.

Fomos recebidos pelo responsável do Centro de Dia, Horácio Santos e pelas funcionárias do mesmo. De seguida entramos para uma sala de convívio para conhecer os ocupantes do Centro de Dia. Aí, decorreram diversas atividades: algumas alunas da nossa turma apresentaram

uma dança criada pelas mesmas com a música Fireball de Pitbull, enquanto outros elementos da turma, neste caso, eu (Diana Sousa), Bruna Sousa e Marta Braga ficaram a preparar um lanche com vários produtos alimentares que a nossa turma comprou ou fizeram. Após acabarmos a preparação do lanche fomos conviver com as pessoas. Havia alguns jogos trazidos pelos alunos, como por exemplo, cartas normais, cartas de uno e dominó. Estava toda a gente a divertir-se. Uns dançavam com os idosos, outros jogavam com eles, outros contavam piadas, outros conversavam. No fim de

toda esta festa era a hora do lanche. A comida estava a ser distribuída pelas três compridas mesas por uns alunos, enquanto outros enchiam a chávena dos idosos e organizavam tudo de maneira a deixá-los confortáveis e à vontade. Todos comemos, conversamos e divertimo-nos bastante, até que chegou o momento de ir embora. Mas antes disso foram distribuídas pequenas lembranças, criadas por alguns alunos da turma, a todas as pessoas do Centro de Dia.

Esta visita foi no âmbito do Dia do Voluntariado com o intuito de promover o voluntariado e incentivar e valorizar o serviço voluntário em todo o mundo. Foi muito interessante e uma oportunidade de partilha de momentos entre gerações.

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Escola básica da balsa Escola básica da balsa básica balsa básica balsa Diana Sousa, 2º TOT O Clube Europeu do AE Valongo

Vamos dizer NÃO às plantas invasoras.

Durante o mês de novembro, algumas turmas do Agrupamento de Escolas de Valongo trabalharam o tema das plantas invasoras para no período de 12 a 19 de novembro se realizar uma

exposição. Inicialmente, os professores sensibilizaram os alunos através de uma apresentação para as respetivas plantas: háquea - picante, austrália, penachos, bons-dias e mimosa. Esta atividade foi proposta por mim, no âmbito do Projeto do Parque das Serras do Porto. Desde as pinturas das plantas invasoras na turma do 1º ciclo de Campelo com a professora Ana Paula Coelho de Ciência Ativa, à professora titular do 1º Ci-

clo Rosa Soares de Paço, com os alunos do 3º e 4º ano, aos alunos do 3º ciclo da Escola Secundária de Valongo com a colaboração dos professores Ilda Moreira, Lourdes Vilaça, Liliana Pinto e Lurdes Amorim.

Mas o trabalho continua … Profª Helena Lobo

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Escola Secundária de Valongo Escola Secundária Valongo

Visita de Estudo a Vila do Conde

A viagem para a Índia demorava quase um ano. Durante a viagem havia falta de segurança, higiene e alimentos frescos. Era frequente os tripulantes e a tripulação ficarem doentes. A doença que originava mais mortes era o escorbuto. 0 escorbuto era provocado pela falta da vitamina c. As gengivas ficavam inflamadas e as pessoas deixavam de poder comer. Ficavam fracas e morriam.

No dia 23 de outubro, os alunos do sexto ano da Escola Básica de Sobrado participaram numa visita de estudo, acompanhados de alguns professores. Os alunos saíram da escola às 8h30m. Viajaram de camioneta para a cidade de Vila de Conde.

No Rio Ave estava ancorada a cópia de uma nau quinhentista que visitaram.

No período dos Descobrimentos Portugueses, construíram-se naus nos estaleiros de Vila do Conde. Estas naus transportavam mercadorias preciosas do Brasil, China, Índia… As Naus podiam transportar

ateé150 pessoas, mas só existiam sete quartos que eram ocupados pelas pessoas mais importantes que iam no barco.

Geralmente, as naus transportavam várias pessoas: piloto, boticário, capelão, escrivão, grumetes, marinheiros...Raramente transportavam mulheres porque acreditavam que davam azar à viagem.

As naus tinham canhões para se defenderem dos barcos piratas que queriam roubar as mercadorias. No porão das naus seguiam as mercadorias, os alimentos e a água potável para a viagem.

De seguida visitamos o edifício da Alfândega Régia. Este edifício foi mandado construído pelo rei D. João II para controlar as mercadorias que entravam do porto de Vila do Conde. Aqui vimos cópias de documentos antigos que estavam escritos no português usado nos séculos XV e XVI. Tentamos ler alguns. Também vimos imagens do antigo estaleiro de Vila do Conde. Almoçamos no Parque de Campismo de Azurara, em Vila do Conde. Foi muito divertido porque fomos autorizados a usar o parque infantil.

De tarde visitamos a Fábrica de bolachas Paupério, em Valongo. Conhecemos a história da Fábrica, vimos como se faziam alguns tipos de bolachas e provamos bolachas de baunilha, acabadas de cozinhar. Foi uma delicia!

João Silva 6ºA

Gabriel Barbosa 6ºA

Luana Devezas 6ºC

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Escola Básica de Sobrado Escola Básica de Sobrado Escola Básica de Escola Básica de Notícias comentadas

A vida vale mais que uma selfie

Lemos uma notícia que falava de uma portuguesa que morreu no Panamá. Ela estava no 27º piso de um prédio e decidiu tirar uma selfie. Estava junto da grade da varanda, desequilibrou-se e morreu.

De seguida fizemos uma pesquisa na Internet. Descobrimos que muitas pessoas morreram ao tirarem selfies. Encontramos algumas histórias que acabaram mal.

Na Roménia, uma rapariga viajava de comboio com os seus amigos e decidiu tirar uma selfie em cima de um vagão do comboio, em andamento. Descuidouse, tocou nos fios de alta tensão e morreu carbonizada.

Um homem foi visitar familiares à cidade de Nova Iorque. Quando andava de mota decidiu tirar uma selfie, em andamento. A mota bateu de frente num carro e morreu imediato.

Em Espanha realiza-se o festival de São Firmino, onde há touros à solta. Um homem decidiu tirar uma selfie no meio dos touros, foi atacado por um e morreu.

Nós achamos que valemos mais que um like!

Tem cuidado quando tiras selfies!

Gabriel Barbosa 6ºA; Joana Moreira 5ºA; João Silva 6ºA; Luana Devezas 6ºC; Rafael Barreiro 5ºB

Queda de cabelo

Hoje lemos um texto acerca da queda de cabelo. É nesta al-

tura do ano que nos cai mais cabelo. Encontramos cabelos na banheira, no chão, no lavatório, na almofada, no casaco…

Há alimentos que evitam a queda de cabelo, como por exemplo:

- Frutas: melão, laranja, abacate;

- Legumes: amendoim, amêndoas, nozes, avelãs;

- Peixe: salmão, sardinhas, atum;

- Vegetais verdes: espinafres, acelgas, couves.

É normal cair algum cabelo, mas quando cai demasiado cabelo devemos ir ao dermatologista.

Luana Devezas (6ºC), Joana Fernandes (5ºA), João Silva (6ºA) e Gabriel Barbosa (6ºA)

O dia do Halloween festeja-se no dia trinta e um de outubro. Este dia também é conhecido pelo Dia das Bruxas.

Este dia é comemorado nos países onde a língua oficial é o inglês. No entanto, este costume estendeu-se a outros países, entre eles Portugal.

A festa do Halloween realiza-se na noite do dia trinta e pretende provocar o medo. Na decoração usam-se máscaras, caveiras, lanternas de abóboras, morcegos, gatos pretos, monstros, bruxas, entre outros.

em porta ameaçando “doçura ou travessura”.

As crianças e os jovens têm por tradição andarem de porta

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Joana Fernandes 5ºA; Gabriel Barbosa 6ºA; João Silva 6ºA; Luana Devezas 6º C

No dia 20 de novembro, os alunos do 5º ano da Escola Básica de Sobrado realizaram uma visita de estudo a Tongobriga e ao Museu de Penafiel.

redondas com paredes de pedra e telhados de colmo.

Entretanto, o castro foi ocupado pelos romanos e surgiu a cidade de Tongobriga. Esta cidade

domus havia uma abertura no telhado, onde a água da chuva caía num tanque e à volta deste havia colunas.

Ao fim da manhã, os alunos visitaram as termas romanas e uma necrópole. As termas eram um espaço de lazer com várias piscinas: a natatio era uma piscina ao ar livre; o caldário (piscina de água quente; o tepidário (piscina de água morna) e o frigidário (piscina de água fria). As termas tinham uma zona com sanitas (latrina). Havia ainda a sauna, cujos vapores eram originados pela água que era despejada em pedras muito quentes.

“Tongo” significa “Deus” e “briga” significa “elevação”

De manhã, em Tongobriga, começaram por ver a ocupação do tempo das comunidades agropastoris. Viram os castros, casas redondas de uma só divisão, com teto de palha ou colmo, chão de terra batida, rodeadas por muros, onde moravam as famílias no período pré-romano.

As comunidades que aqui viviam dedicavam-se à agricultura, criação de animais e pastorícia. Conheciam a tecelagem, a olaria e a cestaria. Viviam em casas

ocupava uma área de cerca de 50 hectares, o equivalente a cerca de 50 campos de futebol. Moravam nessa cidade entre 2500 a 3000 pessoas e as casas refletiam a classe social dos seus habitantes: as Domus (casas com um ou dois pisos); as Insulas (pequenos prédios com dois, três ou mais andares) e as villas (casas maiores e mais luxuosas). As casas tinham sala de jantar (triclinium) quartos, cozinha e as mais ricas até tinham sauna). Tinham dois pisos e eram construídas com telhados, tijolos e mosaicos. No interior da

A necrópole, com cerca de 9500 metros quadrados, tinha sepulturas. Os mortos eram cremados e as cinzas colocadas em pequenas caixas de madeira e sepultados juntamente com os objetos pessoais mais significativos, que os romanos acreditavam que os acompanhavam numa vida após a morte. A manhã acabou com a visualização de um filme sobre a Tongobriga de outros tempos, em contraste com a atual.

De tarde, e já no Museu de Penafiel, participaram numa oficina de olaria em que aprenderam a trabalhar o barro. Fizeram pequenas tigelas de barro e de seguida decoraram-nas. Trouxeram-nas de recordação.

Assistiram, ainda, a uma palestra sobre o modo de vida dos romanos e terminaram com a visita a uma sala dedicada aos povos recoletores.

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básica de sobrado Escola básica de sobrado básica sobrado
Escola
básica sobrado

Também visitamos uma oficina relacionada com a Préhistória que mostrava como viviam as comunidades nómadas que viveram na região do Vale do Côa há mais de 25000 anos. Estas comunidades dedicavamse à caça e à recoleção. Caçavam os animais, comiam-lhes a carne, usavam as peles para fazerem roupas e fabricavam utensílios com os ossos. Também faziam utensílios de madeira e pedra. Produziam a pedra lascada. Conheciam o fogo. Também faziam gravuras rupestres.

Básica de Sobrado

ESCOLA Básica de Sobrado

de Sobrado

de Sobrado

Neste museu existe vestígios de um dólmen. O dólmen, ou anta, era um monumento em pedra, da pré-história. Era um túmulo coletivo, isto é, um lugar onde várias pessoas eram colocadas quando morriam.

Também vimos um menir. O menir é um monumento de pedra, muito alto, cravado na terra, construído na pré-história. As pessoas acreditavam que se construíssem estes monumentos, garantiam a reprodução da população.

Também vimos objetos de outras épocas da história.

Nesta visita de estudo aprendi a importância dos romanos na nossa civilização e também o seu contributo. Aprendi também que devemos valorizar a história do nosso país.

Joana Fernandes; Gabriel Barbosa; João Silva; Rafael Barreiro; Luana Devezas; Luís Oliveira e alunos do 5º D

(Continuação da página 18)

pensar em ti, no pai e se o mano está a sair-se bem, e deus me valha que não lhe tenha acontecido nada de mal!

São estes pensamentos que me têm ocupado a cabeça. Já matei alguns «boches» mas não sei porquê fico com uns pensamentos sobre o que será da família dele, se algum dia isso me acontecesse igual como é que a minha família reagiria. Mas não te quero preocupar, ouvi dizer que em breve voltarei a casa. Por isso não te afliges que o teu filhinho querido vai voltar para casa.

O teu filho querido João

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ESCOLA
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No dia 11 de Novembro de 1918, terminou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. E em homenagem a isso, este dia passou a ser dedicado às pessoas que morreram durante a guerra.

A flor da papoila (poppy, em inglês) é o símbolo da data e é usada por muitos na lapela para indicar apreço e apoio a estes heróis. Esta flor foi a escolhida por representar os campos da Flandres, região do norte da França e da Bélgica, palco de sangrentas batalhas. Todos os anos, nesta data, são feitos 2 minutos de silêncio.

In Flanders Fields foi o poema que o soldado canadiano John McCrae escreveu após assistir à morte do seu melhor amigo.

Tornou-se um hino em memória de todos os que tombaram nesta guerra.

Para lembrar o centenário do fim do conflito, esta música foi interpretada pelos alunos do Clube de Música da Escola Básica de Sobrado e foi hasteada a bandeira nacional e depositada uma coroa de papoilas.

In Flanders Fields

In Flanders fields the poppies blow

Between the crosses, row on row, That mark our place; and in the sky

The larks, still bravely singing, fly Scarce heard amid the guns below. We are the Dead. Short days ago We lived, felt dawn, saw sunset glow,

The dead were loved, and now we lie

In Flanders fields.

Take up our quarrel with the foe:

To you from failing hands we throw The torch; be yours to hold it high. If ye break faith with us who die We shall not sleep, though poppies grow

In Flanders fields.

Para combater a solidão, atenuar as saudades ou, apenas, para passar o tempo, os soldados das trincheiras, nos seus momentos de descanso, escreviam aos seus familiares e amigos. Nestes relatos realistas e / ou emotivos são bem visíveis os horrores do Primeiro Conflito Mundial.

Na Guerra

Vejo homens

Vejo pais

Vejo filhos

Enterrados como animais

Cheiro sangue

Cheiro saudade

Cheiro medo

Cheiro amizade

Em casa há desespero

Há solidão

Há tristeza

Há escuridão

Famílias separadas

Soldados feridos

Homens mortos

Tempos perdidos.

Diogo Sousa, 9º DS

Nas Trincheiras

Naquelas Trincheiras profundas

Ouviram o som da morte

Os bombardeamentos

Caíam como demónios na terra.

Morreram milhões de soldados

E destruíram famílias

Perfeitas, sem culpa nenhuma. Nos campos de batalha, a culpa morre solteira.

Os soldados lutam pela sua pátria

Onde, o dinheiro sujo

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Escola básica de sobrado básica de

Vale mais que a tristeza do povo.

E, por fim, a “recompensa” dos vencedores:

Milhões de homens mortos, Mulheres viúvas e crianças órfãs

No resumo da guerra…

Não há finais felizes.

Núria Silva, 9ºDS

Soldado das Trincheiras

Mais um dia começou

A guerra ainda não acabou

Não sei se vou poder voltar ou

Se algum dia este inferno vai terminar!

Nas trincheiras, a existência expirou

No novo dia, que agora começou

Nada resta, senão lutar

Para o nosso país honrar.

As mortes já são tantas

Que nem consigo contar!

Será que um dia me vou perdoar

Por todas as vidas que podia salvar

Mas que deixei morrer

Para que pudesse sobreviver.

A palavra descansar

Já há muito, não ouso falar

Será que algum dia isto vai acabar

Para que te possa abraçar.

Como fui capaz de te deixar

Sabendo que poderia não voltar

Nunca mais te ver

E na guerra acabar por morrer?

Flandres, 23 de março de 1917

E mais um dia passou. Mais um dia que presenciei a morte dos meus companheiros, aqueles a quem chamo «irmãos», neste espaço indigno de receber o nosso sangue, suor e lágrimas e as almas destes soldados devotos ao seu país, este campo lamacento cheio de valas ou, formalmente falando, trincheiras, alvos de ataques constantes que nos retiram a esperança de voltarmos a ver os nossos entes queridos.

Estas trincheiras são o pesadelo de milhões de homens, incluindo eu! É verdade que ajudam a proteger-nos do inimigo e a atacá-lo, mas as condições nestes “buracos” são lastimáveis! Fará algum sentido ter de ver corpos de companheiros e amigos, no meio da terra de ninguém, sem que os possa tirar de lá? Será isso ter respeito para com eles? Para com a dedicação que sempre tiveram à sua pátria? Não, certamente não é! E nós, os sobreviventes, que temos de viver num ambiente imundo, repetidamente atacado por pragas de ratos e piolhos (bichos malditos!), sem condições e uma deficiente alimentação? Para não falar no “pé de trincheira”, resultado do frio e da humidade que atinge os pés, que pode alastrar-se, levando à amputação.

Campos verdes, outrora deslumbrantes, são agora crateras lunares abertas pelos bombarde-

amentos, o som dos canhões e das metralhadoras substituíram o canto dos pássaros e os gases tóxicos fazem-nos ter receio, até de respirar. O barulho, o medo, a tristeza e a solidão invadem-me cada vez mais, mas suponho que isso seja geral. Perante tudo isto, manter a sanidade mental é um desafio.

Ao longo dos dias, a visão não é a mais agradável nesta “terra de ninguém”, como já deu para entender, mas existem sempre tempos livres, onde posso relaxar um pouco, jogar às cartas e escrever os meus pensamentos.

É verdade que ter de lutar numa guerra contra a minha vontade é algo doloroso e deprimente, mas de vez em quando lembrome que tenho sobrevivido, e sinto-me feliz.

Ana Silva; 9ºDS

França, 2 de dezembro de 1917

Queridos pai e mãe, Peço desculpa por não ter respondido às vossas cartas mais cedo, mas não tenho tido muito tempo. Nesta carta vou contar-vos um pouco de como está a vida por aqui.

Todas as guerras são terríveis, mas esta é, particularmente, desumana. Passámos os dias enterrados em trincheiras muito lamacentas e cheias de ratazanas, a comida é pouquíssima e não nos alimentamos direito. Viver nas trincheiras é igual ou pior

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que viver no inferno.

Já morreram milhares de soldados, não só por causa dos ataques, que são constantes e violentos, mas também devido às doenças provocadas pelo frio e humidade. O cheiro nas trincheiras é horrível de suportar!

Os ataques de ambos os lados estão sempre a acontecer e é difícil conquistarmos terreno, pois o arame farpado não permite chegarmos, com facilidade, à trincheira inimiga. Também as metralhadoras e os gases tóxicos provocam inúmeras baixas. Queria estar em casa, no meu sítio de conforto, junto dos que mais amo! Espero que esta guerra acabe rápido, pois estar aqui não é viver!

Espero que esteja tudo bem por aí! Abraços do vosso querido filho.

17 de março de 1917

Querida mãe,

Cada vez há mais pessoas a morrer, há cadáveres por todo o lado e tenho medo de ser o próximo…

Não consigo dormir, a comida é terrível, tenho os pés em ferida do frio e da chuva, sem falar dos incessantes bombardeamentos e das epidemias horrendas.

Quando me deito na cama e fecho os olhos, tento pensar que tudo está para acabar, que em breve estaremos todos juntos a comer o saboroso assado da avó, mas sou sempre incomoda-

do pelos barulhos destrutivos e violentos. Aí, abro os olhos e apercebo-me de que a minha realidade não é essa.

A comida é desprezível, só comemos biscoitos e sopa enlatada, ignorando o facto que, enquanto comemos, temos piolhos a corroer-nos a cabeça, ratos a passar-nos pelos pés e soldados mortos por todo o lado.

Sinto-me miserável, sozinho, triste e deprimido. Pouco tempo se passou e já não aguento mais. Por que raio está isto a acontecer? Soldados a morrer todos os dias, sem culpa nenhuma. Deixar as suas famílias na miséria e em sofrimento. Não merecemos isto. Ser todos os dias acordado por barulhos de bombas a explodir, pessoas a gritar e receber a notícia de que morreram mais de 1000 soldados. Viver nesta miséria, passar frio, fome e ter de sobreviver a todas as doenças está a pôr-me louco.

Sinto-me incapacitado, como se a minha alma desaparecesse e só o meu corpo ficasse. Prometo voltar e compensar-te, Alberto

Sílvia Lindo, 9º DS

Querida Mãe, 7/04/1917

Tudo bem mãezinha? Andas bem? Como «tás»?

Não te preocupes, estou bem! Um bocadinho «roem» do braço, acho que é do peso da arma que ainda é um pedaço pesada, mas não sei hei de ir ao médico. Mas de resto...

Os meus dias têm sido sempre uma rotina, acordamos por volta das seis sete, varia de dia para dia. «Adepois» tomamos o pequeno-almoço, biscoitos e um «nacozinho» de pão meio bolorento mas... É o que há! Para nós não interessa desde que haja comida, a seguir «alimpamos» as trincheiras, armas, enfim alguma coisa que seja necessária e deixamos tudo pronto para um eventual ataque dos «boches». Por volta do meio-dia, uma, almoçamos, é raro, mas por vezes comemos um «naquinho» de carne ou peixe que «surrapiamos» dos generais, huum... Que bem que me soube! já ando com saudades do teu cozido só de pensar nisto! Contudo o costume é outra vez biscoitos, sopa e pão recesso. Durante a tarde relaxamos um bocadinho, mas, temos de estar sempre alerta, como diz o Sr. Gomes Costa. Geralmente não jantámos, mas cear sim, uma sopinha quente e uns biscoitinhos como já seria de esperar! Fogo já os ando a enjoar...

«Adepois» jogamos uma cartada, alguns escrevem cartas, (como eu), diários, enfim, qualquer coisa para passar o tempo antes de ir dormir. Tive sorte que não me calhou o turno da noite, mas o Aníbal, sabes o filho da cabeça de cebola, ficou no noturno e estes dias «lebou» um tiro na perna. Não tenho conseguido dormir à noite, fico sempre a

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Ficha técnica

Propriedade: Agrupamento de Escolas de Valongo Equipa de coordenação: Maria Manuela Antunes e Maria do Céu Moura

Colaboração: professores, alunos e encarregados de educação.

Morada: Rua de Fijós 4440334 Sobrado

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