Siemaco em gestao

edição 2

A SAGA DOS ESTRAnGEiROS ACOLHiDOS nA LiMPEZA

a união perfeita: operacional e gestão

Siemaco-SP e sua boa relação com os sindicatos patronais

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Manter a unidade preservando as diferenças Como presidente do Siemaco-sp, meu objetivo é proteger os direitos dos trabalhadores das categorias representadas. Apenas na capital paulista, mais de 120 mil profissionais que exercem dezenas de funções distintas no segmento da limpeza.

Um desafio e tanto!

Como o trabalho do sindicalista é pensar nos trabalhadores, lutar pelos trabalhadores e promover os trabalhadores para realizarmos as nossas tarefas e alcançarmos os nossos ideais, precisamos negociar e, principalmente, dialogar com os sindicatos patronais. Afinal, a nossa categoria também é dos empresários.

Ao longo de décadas de atuação, o Siemaco-sp construiu uma relação sólida com todos os atores relacionados: os patrões, o governo, a indústria e a sociedade.

O respeito norteia o diálogo e a representatividade nos endossa.

Nessa edição da revista Siemaco em Gestão, abrimos espaço para os nossos pares dos sindicatos patronais e demos voz a um grupo muito especial: os estrangeiros que foram recebidos pelo nosso segmento, sempre generoso com as minorias e até mesmo os excluídos.

Nas páginas a seguir, histórias de brasileiros ou não. Pessoas que são a nossa maior riqueza: os trabalhadores do Siemaco-sp!

Celebrando cada vitória individual do trabalhador da limpeza e conquista coletiva da equipe sindical, aproveito para desejar a todos Boas Festas e um 2017 repleto de sucesso!

Boa leitura, Moacyr Pereira Presidente do Siemaco-SP

Destacando o profissional para valorizar o individual Há cerca de um ano, tornei-me diretora do Siemaco-sp. Assumi esse desafio com muitas ideias e vontade de realizá-las. Não tem sido fácil, mas uma tarefa muito inspiradora e recompensadora.

Aos poucos, estou conhecendo os trabalhadores das áreas de gestão das empresas pelos nomes e rostos.

Como é bom recebê-los durante os eventos no Sindicato, e ser recebida nas empresas!

Como já trabalhei em departamentos de Recursos Humanos, conheço as necessidades profissionais. Agora, como sindicalista, trabalho para garanti-las. Para isso, delineei uma

trajetória honesta e sincera, baseada no relacionamento.

Quero ouvi-los para realizar as ações sindicais e também divulgar a importância do trabalho que cada um de vocês desenvolve. Procuremnos! Ajudem o Sindicato a fazer as suas vidas melhores. Temos muito a oferecer a vocês e às suas famílias.

Aproveitando a época em que nos voltamos para a união de todos, visando o bem-comum, reitero o meu desejo para que possamos trabalhar mais próximos no ano que se aproxima e, juntos, celebremos a prosperidade!

Silvana Souza Diretora do SIEMACO-SP

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Imigrantes

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A União

SELUR

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Lei de Cotas

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Rui Monteiro

Galeria

Expediente: Presidente: Moacyr Pereira Coordenação: Silvana Souza Jornalista Responsável: Adriana do Amaral (MTB 16.447) Projeto Gráfico: AGPC Comunicação - Fotos: Rubens Gazeta Tiragem: 3.000 exemplares Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo Sede: Alameda Eduardo Prado, 648 e 676 Santa Cecília - São Paulo/SP - CEP: 01218-012 - Tel.: (11) 3821-6444 SubSede: Rua Doutor Carlos Augusto de Campos, 165 Santo Amaro - São Paulo/SP - CEP: 04750-060 - Tel.: (11) 5525-5880

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Filiado a:

~ Entrevista em Gestao

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Selur Profissionalismo é mantido com a mudança na presidência Após décadas de dedicação, Ariovaldo Caodaglio passou a presidência do Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana) para Márcio Mateus, no dia primeiro de julho. Numa transição tranquila, ambos continuarão juntos, já que o veterano tornouse consultor sindical, mantendo-se no segmento da Limpeza Urbana.

A primeira vitória em conjunto aconteceu durante a renovação da Convenção Coletiva. Depois de uma negociação difícil, onde a crise econômica e política nacional pautaram os debates, Selur e Siemaco-SP chegaram ao consenso.

Dentre as conquistas: reposição salarial do período, benefícios sociais e uma proposta positiva para os profissionais das áreas administrativas (confira a CCT 2016-2017 no site do Siemaco-SP). Foi mantida a livre negociação salarial, porém, garantido o reajuste mínimo.

Confira as principais ideias do pensador Ariovaldo Caodaglio, formado em ciências sociais, e do estrategista Márcio Mateus, coronel reformado da Política Militar, durante entrevista à Siemaco em Gestão:

Siemaco em Gestão: Qual foi o desafio na transição na direção do Selur?

SG: Por favor, resumam as suas histórias na Limpeza Urbana:

Ariovaldo Caodaglio: Eu e Mateus somos profissionais contratados para comandar o Sindicato. Para me substituir, precisávamos encontrar alguém que tivesse o perfil adequado e pensasse o setor como um todo. Isso levou um tempo.

AC: A minha premissa é de que o trabalho é a dignidade do homem. Aos 72 anos, eu sou um arquivo, mas buscarei novos conhecimentos. Vivi situações interessantes, emotivas e esdrúxulas. Vi o setor se desenvolver e busquei um balanceamento muito claro na relação capital-trabalho. Sempre vi nas negociações e aspirações a legitimidade. Sofri muito, mas o segmento evoluiu.

Márcio Mateus: É uma transição de continuidade. Trago a experiência com resíduos na área pública, pois fui presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) entre os anos de 2011 e 2012. Será um novo desafio, mas a vida é feita de desafios, não é mesmo?

MM: Conseguimos terminar a gestão na Amlurb elevando o nível dos serviços da Limpeza Urbana como o segundo melhor da municipalidade, ao longo dos anos. Uma conquista tripartite do município, empresas e agentes ambientais.

SG: E o foco dos trabalhos?

AC: Eu tenho um saber acumulado, não posso ir embora.

Também preciso dar condições para que o Mateus possa trabalhar. O Estado de São Paulo tem 40 mil trabalhadores na Limpeza Urbana (mais de 1/4 deles só na capital paulista).

Temos de preservar o diálogo, focando nos dois lados: as empresas e os seus colaboradores. Não somos empresários.

Somos do setor!

MM: Quando na ativa, coronel da PM (1977 a 2008), inclusive trabalhando no Estado Maior, fui um homem de diálogo, um estrategista. As instituições precisam respeitar o ser humano, pois não existe hierarquia entre pessoas. É preciso ter muita humanidade para liderar pessoas em momentos de dificuldades. Principalmente, se colocar no lugar do outro!

“Será um novo desafio, mas a vida é feita de desafios, não é mesmo?”

SG: E com o Siemaco-SP? AC: De respeito mútuo. Quantas vezes o Sindicato reivindicou direitos que não tínhamos condições de atender? Muitas vezes ouvi dos dirigentes do Siemaco-SP que eu estava ficando duro e, dos empresários, que eu estava ficando mole.

Quando acontecia isso, eu ficava feliz, pois estava no caminho certo, mantendo o ponto de equilíbrio.

MM: Eu tive a primeira oportunidade de interagir com Moacyr (presidente do Siemaco-SP) e com o André (diretor) no momento de transição nos serviços de varrição, em 2011. A impressão que tive foi muito boa. Nossa preocupação, então, era de que não houvesse prejuízo ao trabalhador, que ele não fosse penalizado. Mantivemos uma relação de respeito num momento adverso, e mesmo com a mudança de modelo de cinco para duas, conseguimos acomodar todos os profissionais, evitando demissões.

SG: Como conciliar interesses tão distintos entre capital, trabalhador, governo e população?

AC: Há uma simbiose, uma relação de ganha-ganha entre as empresas que contratam e os profissionais contratados.

Quando os trabalhadores se sentem responsáveis por um trabalho tão importante, que garante a condição de vida saudável da sociedade, eles passam a entender e sentir orgulho de sua função. A invisibilidade é um problema das cidades grandes. Hoje em dia ninguém conhece o próprio vizinho. A consciência ambiental adquirida pela população tem gerado a valorização da nossa atividade.

MM: A minha perspectiva é trazer estabilidade para o setor, os serviços, mediante o fortalecimento, buscando as condições municipais de custeio sustentável dos serviços.

“A minha premissa é de que o trabalho é a dignidade do homem.”

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A união perfeita: operacional e gestão garantem a excelência dos serviços Juliana Ribeiro Alves Soares e Jeferson Soares Santos formam um casal muito especial. Ela é auditora, trabalha como assistente de Sistema de Gestão Integrada. Ele é coletor.

Casados há 12 anos, são pais de Maria Clara, de seis.

Trabalhando juntos pela Limpeza Urbana C uriosamente, foi o marido quem “arrumou emprego” para Juliana, durante a implantação da Inova. Na época, varredor da Paulitec, ao ver as filas que se formavam para os cargos operacionais, Jeferson chamou a esposa que buscava novas oportunidades para tentar uma vaga, também na varrição.

Antes, comentou com um colega da área administrativa, que ela “era estudada e falava bem”. Juliana foi contratada imediatamente e, no mesmo dia, começou a entrevistar os demais candidatos.

“Eu estava no lugar certo na hora certa.

Não havia tempo, pois tínhamos apenas quinze dias para formar as equipes. Eu entrevistava cerca de 400 pessoas por dia”, conta Juliana. Ela não tinha experiência em RH, pois havia cursado até o quarto ano de direito, mas usava a sensibilidade para escolher entre os milhares de candidatos que, como ela, ansiavam por uma chance.

Já se passaram cinco anos e o amor que ela sente pela Limpeza Urbana é uma

atividade que extrapola o trabalho e motivo de orgulho para a filha Maria Clara.

O casal dribla o preconceito diariamente: “Eu faço questão de andar de mãos dadas com o meu marido vestido de coletor”, conta Juliana, enquanto Jeferson testemunha a discriminação que vive diariamente, mas não deixa que o abale. “Eu sei da importância que o meu trabalho tem para a sociedade”, afirma categórico.

A cereja do bolo “Os funcionários do operacional são a cereja do bolo, pois sem eles não há negócio. Nós, das equipes administrativas, somos o suporte e, juntos, fazemos a Limpeza Urbana acontecer”, ressalta Juliana. No dia a dia, todos realizam tarefas indispensáveis para garantir a integridade dos 5.541 colaboradores da Inova (dados de julho de 2016), seja na rua, alojamentos, garagens e escritórios.

No momento, a empresa busca a qualidade total. São mais de 80 procedimentos implantados, que regulamen-

tam todos os processos. Enquanto isso, Jeferson corre em média 50 quilômetros, carregando mais de cinco toneladas de resíduos sólidos diariamente. “A qualidade e a segurança caminham juntas. As falhas norteiam novas regras para garantir a saúde, o bem-estar e o negócio”, conta.

O casal viu no “lixo” oportunidades. Juntos, eles querem mais: conquistar o respeito da sociedade para uma atividade essencial. “Para nós, a Inova é espaço de aprendizado e o nosso trabalho, uma missão”, concordam.

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A linha tênue que separa o braçal do intelectual: não há limites para quem conhece o seu valor

Há 12 anos, Lucinele Souza Santos, 36, aceitou a oportunidade que, literalmente, bateu à sua porta.

Diego Ferreira de Lacerda, 29, é coletor e colega da empresa Loga. Além de coletora comunitária, ela está cursando pós-graduação em Psicologia e tem formação superior em Gestão de Recursos Humanos. Ele está cursando faculdade de Prótese Dentária.

“Quando bateram na porta de casa dizendo que havia um serviço novo a ser feito, não tive dúvidas.

Sem dinheiro para a condução, pedi carona para o motorista do ônibus.”

“Trabalhar na coleta fez bem para a minha saúde.

Emagreci 16 kg e também sei o valor da minha atividade.”

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nica mulher a subir e descer as vielas da comunidade onde vive, nas proximidades da Vila Maria, Lucinele migrou de Porto Seguro aos 16 anos para fazer a vida em São Paulo. Ela cuida sozinha dos dois filhos, de 16 e 18 anos e, para ela, não há limites para a felicidade.

Diego e Lucinele, aliás, não querem deixar “a empresa”. Os dois pretendem continuar a trabalhar na Loga, mas gostariam de atuar nas atividades que investiram. Ele gostaria de montar um laboratório de baixo custo para atender os colegas da Loga, pois sabe muito bem da importância da arcada dentária para a saúde.

“Quando bateram na porta de casa dizendo que havia um serviço novo a ser feito, não tive dúvidas. Sem dinheiro para a condução, pedi carona para o motorista do ônibus”.

“Quando eu entrei na faculdade, no primeiro dia de aula, uma professora disse que ali havia oportunidades para poucos.

Quando eu disse que era uma “lixeira” e estava fazendo faculdade – e pagando a mensalidade- muitos me discriminaram enquanto outros me valorizaram. Quando eu me formei, mostrei para a mesma professora e a turma que uma moradora de favela pode ter curso superior. Eu era a favelada, ali, mas consegui!”, contando que quer mais: cursar a segunda pósgraduação, em Direito.

O incentivo para estudar prótese foi da noiva, formada em odontologia. Para isso, Diego, que mora na zona Leste, trabalha na região Oeste e estuda no centro da cidade, tem de duplicar o esforço. A rotina de coletor não é fácil, mas a de estudante também não. Ele custeia os estudos – e o material, que não é nada barato – graças ao trabalho na Limpeza Urbana.

“Trabalhar na coleta fez bem para a minha saúde. Emagreci 16 kg e também sei o valor da minha atividade.”

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O caminho inverso graças ao talento reconhecido 10

“Eu conquistei uma posição que achei que não conseguiria.”

A vida deu uma reviravolta com o desemprego do marido. Viviani da Rocha Prado, que nunca tinha trabalhado, foi procurar emprego para sustentar a casa e os três filhos. No dia 16 de dezembro de 2011, foi contratada como varredora pela Inova, mas nunca trabalhou na rua.

Cuidava da higiene do setor e também servia café. Pouco tempo depois, em 2013, foi promovida para auxiliar administrativa.

Atualmente, “Dona Vivi”, como todos a chamam, é uma das poucas mulheres na garagem Perus: “Busquei as oportunidades. Cursei Técnico contábil na Etec, passei no vestibular de Pedagogia e consegui bolsa integral pelo Enem” e, no dia dessa entrevista, ela

descobriu mais uma vitória: foi aprovada no curso de Informática pela Etec.

Vinda da rotina doméstica, como tantas mulheres, Vivi não teve escolha, Com fé em Deus, coragem e principalmente driblando a vergonha das vezes que foi

discriminada por atendentes de loja por “ser gordinha e ter pouco dinheiro”, ela decidiu que nunca mais iria passar por constrangimentos: “Eu conquistei uma posição que achei que não conseguiria.

Hoje todos me respeitam”.

Sindicato pensando e trabalhando pelos profissionais das áreas administrativas

A Lei de Cotas completou 25 anos, mas a luta a ser vencida, por respeito, valorização e inserção do trabalhador com deficiência e reabilitados pelo INSS, é diária.

“Trabalho: Direito de Todos. Valorizar as diferenças é promover oportunidades”.

Todos somos responsáveis: sindicato, governo, empresários e população.

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~ perfil em Gestao

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Rui Monteiro O sindicalismo moderno patronal tem de estar junto com o laboral.

Quem vê uma figura pública nem sempre conhece a história que a levou a ocupar os espaços e conquistar notoriedade. O presidente do Seac-SP (Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação no Estado de São Paulo), Rui Monteiro, é um exemplo.

de limpeza: “Em 1962, entrou no negócio, foi quando o laboratório cresceu e meu pai passou a contratar profissionais. Três anos depois, fundou o Grupo Monteiro”, conta Rui.

A preocupação com a limpeza está no sangue. Seu pai, Amilcar Monteiro Marques, trabalhou na limpeza antes de tornar-se empresário do ramo. Imigrante português, ele chegou ao Brasil em 1955. Durante o dia trabalhava como bancário e, à noite, como auxiliar de limpeza, num laboratório químico.

Talvez não por acaso, o negócio familiar foi oficializado no dia 15 de dezembro, meses após o nascimento de Rui, em 20 de maio. Os dois filhos assumiram a empresa na década de 1980, quando o patriarca se aventurou por novos caminhos na construção civil. Sócio -proprietário, Rui, que é Tecnólogo Eletrônico por formação, responde pelas áreas administrativa e financeira.

Como todo bom português, ele queria ganhar dinheiro e aceitou fazer um bico

A atuação como sindicalista

“A limpeza é um legado familiar”

No final da década de 1990, ele foi surpreendido com um convite que transformou a sua rotina: “O Seac-SP queria montar um Centro de Treinamento e eu fui convidado pelo Gilberto Garcia Parra, presidente na época, para tocar esse projeto”. A ideia era treinar os funcionários das empresas oferecendo cursos profissionalizantes na área da limpeza. Rui assumiu a diretoria financeira do Sindicato em 2004, ao lado de Aldo de Ávila Júnior.

Além de presidente do Seac-SP, ele preside a Abecam (Associação Brasileira das Empresas de Conservação Ambiental), sua “menina dos olhos”. Mais de 14 mil trabalhadores já participaram dos cursos de capacitação voltados tanto para as áreas operacionais como administrativa. “Era uma necessidade das empresas. Hoje, um investimento do Seac-SP.”

13 Sindicatos têm de prestar serviços Rui Monteiro é taxativo ao afirmar que a função do sindicato é prestar o melhor serviço para o seu associado. “O empresário paga as contribuições e tem de ter o retorno”.

divulga, informa, dialoga e alerta pela não contratação de empresas inexequíveis, mas só temos poder de comunicação.”

Limpeza e seus significados

Com essa filosofia, o Seac-SP garante assistência integral ao associado, inclusive assistências Jurídica e Tributária: “Desde que a empresa esteja em dia com as contribuições sindicais, o empresário não terá custo”, afirma Rui, contando que hoje são duas mil empresas filiadas.

Para o presidente do Seac-sp, limpeza é um conceito que extrapola o significado dos negócios: “Embora o nosso segmento seja invisível, a limpeza é um dos fatores mais importantes do dia-adia! As pessoas gostam de chegar em ambientes limpos, mas apenas reparam quando eles estão sujos”, desabafa.

“O nosso maior desafio é tentar acabar com as empresas picaretas. A lei, infelizmente, liberou que as pequenas e microempresas trabalhem no nosso segmento. Elas puxam os preços para baixo, não resistem no mercado e quem sofre é o trabalhador, que não recebe os seus direitos trabalhistas”, adverte.

Rui é um crítico. Se encontrar algum ambiente que não esteja limpo o bastante, ele procura saber qual é a prestadora de serviços e contata o responsável: “Quem trabalha na limpeza, como eu, tem um olhar crítico e construtivo.

Aquela empresa pode ser de um associado ou até de um amigo meu”.

Alertando que diferenças de propostas maiores do que cinco por cento são impraticáveis, afirma: “muitas vezes o cliente quer um orçamento bonito e sequer vai conhecer a empresa, atraído pelo custo baixo”. Denuncia que o pregão eletrônico deveria definir o melhor preço, mas os clientes acabam contratando o menor.

Relacionamentos não se transmitem

Esclarece ainda que o Sindicato não tem poder de fiscalização: “O Seac-sp

Confessando ser um apaixonado pelo Seac-SP, Rui declara-se “grato e satisfeito pelo trabalho sindical”. Um ambiente onde a vontade pessoal de ajudar os outros é potencializada pelas forças que se complementam. São vários os programas sociais e de apoio a entidades: “A nossa diretoria executiva tem coração solidário”, enfatiza.

Em seu segundo mandato, Rui admite que gostaria de continuar à frente da presidência: “O Sindicato é uma entidade maravilhosa, muito representadora.

“Eu tenho a intenção de continuar, mas a decisão não é apenas minha”.

Justificando, alerta que apesar de conhecimentos serem transmitidos, relacionamentos se conquistam. Exemplifica a boa relação com o Siemaco-SP e, particularmente, com o presidente Moacyr Pereira: “Existe uma união de forças”, finaliza.

Siemaco-SP:

parceiro de sempre São muitos os projetos em comum desenvolvidos pelos sindicatos dos trabalhadores e patronal. Em 2016, comemora-se uma década de um deles: O Programa de Educação Continuada (parceria entre o Siemaco-SP, Seac-SP, CIEE e Metrô), e foi iniciada a parceria para Inclusão do Profissional com Deficiência e Reabilitados do INSS no Mercado de Trabalho, através de um portal de vagas e currículos.

“O sindicalismo moderno patronal tem de estar junto com o laboral. Não temos de brigar, mas construir juntos o desenvolvimento do nosso segmento.

E, para isso, o empresariado tem de valorizar as necessidades do trabalhador e o trabalhador/sindicato observar as dificuldades do empregador”. Insiste que os sindicatos não podem ser vistos como entidades: “existem por conta da convenção coletiva, mas têm de prestar serviços para as empresas e os cidadãos”, finaliza.

O mundo 14

O Brasil recebe bem os trabalhadores vindos de outros continentes No alojamento da empresa e nas ruas do bairro paulista de Perus eles se misturam com os colegas. o que os diferencia, Talvez, é certa quietude, apesar do vigor ao realizar as tarefas como auxiliares de serviços diversos. Longe de casa, o que mais dói é a saudade, palavra da língua portuguesa que eles aprenderam a definir.

é aqui 15 CAMINHOS CRUZADOS Jacques, assim que arrumou o emprego, alugou uma casinha perto do serviço; Luis pretende continuar morando na Casa do Imigrante, enquanto o regulamento permitir; Widner está reconstruindo a vida com a família; e Jacqueson tem planos ousados: validar o diploma de advogado no Brasil, voltar a estudar e, no futuro, voltar ao Haiti e ser político para ajudar o seu povo e país a crescerem.

Todos imigraram às próprias custas, com a ajuda da família, gastando entre quatro a cinco mil dólares com a passagem de avião. Não sofreram nas mãos dos coiotes, que exploram os clientes, mas vivem diariamente a saga do estrangeiro que busca uma nova chance de reconstruir a própria história.

Cultura que diferencia Os haitianos costumam falar pelo menos três idiomas: o crioulo (língua nativa), o francês e o inglês e muitos falam também o espanhol.

Os angolanos dominam o português e o bantu e os congoleses, o francês e o dialeto kituba. No Brasil, entretanto, eles enfrentam as dificuldades do idioma local, que se restringe à comunicação e, consequentemente, às oportunidades de emprego.

Para eles, a gratidão é uma palavra que extrapola o seu significado, pois não esquecem quem os estendeu a mão. O respeito aos mais velhos, que são saudados com reverências, também.

Os estrangeiros não prometem, cumprem com a palavra e estão sendo desafiados a começar de baixo, honrando cada passo dado.

Sobretudo, sofrem calados e se resignam a uma nova realidade, inclusive viver com metade do que ganham com o seu suor, pois têm de enviar dinheiro para os que ficaram.

Jacques, Widner, Luis Simão e Jacqueson agarram as oportunidades em busca de crescimento pessoal e profissional.

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Sempre há lugar na construção civil

Foragido da violência urbana

Widner Luc, tem 29 anos, trabalha na Inova desde o dia 16 de maio, mas está no Brasil desde 2012. Ele mora com a esposa e filho de três anos e meio, que conseguiu trazer do Haiti. Para ele, a rotina de trabalho não mudou muito, pois era pedreiro em seu país, trabalhou como pedreiro em São Paulo e o serviço como ajudante de serviços diversos é “menos pesado”, afirmou.

Para Luis Simão Silva, que chegou recentemente, a vinda para o Brasil foi um refúgio. Ele era proprietário de um salão de beleza na Angola, especialista em manicure e pedicuro.

Questionado sobre o motivo que o trouxe para terras tão distantes, perguntou sincero: “posso contar a verdade?”

Adaptada, à medida do possível, a família não pretende voltar para o Haiti. “Não tem serviço lá”, ressalta Widner, que espera uma oportunidade de trabalho para a esposa “quem sabe na limpeza”, para completar o orçamento familiar e crescer no Brasil.

“Houve um assalto no meu salão e uma cliente foi baleada e morreu. Eu reconheci os bandidos e, por causa disso, tive de tirar a minha família da cidade, por segurança. Depois, procurar trabalho em outro lugar. Como não tinha em meu país, decidi vir para o Brasil”, contou. Vivendo na Casa do Imigrante, onde chegou em meados de fevereiro, ele sonha em trazer a esposa e os dois filhos para junto dele.

Sempre na vanguarda do sindicalismo, Siemaco-SP conta com um imigrante no seu time de assessores

Os estrangeiros, felizmente, contam com o apoio do Siemaco-SP, que contratou um Haitiano como assessor sindical, justamente para intermediar e facilitar a comunicação. Jacqueson era advogado em seu país, mas desde que chegou ao Brasil, há três anos trabalhou em vários bicos.

“Deus me guiou até o Sindicato”, diz taxativo. Depois de morar em Jundiaí, no interior paulista, sem trabalho, veio para São Paulo. Estava desempregado há oito meses quando, ao pedir uma informação a um grupo de evangélicos, foi informado que havia uma Central de Vagas no Siemaco-SP. O domínio do português, inclusive na escrita, diferenciou-o dos demais estrangeiros. Jacqueson foi encaminhado para o Departamento de Recursos Humanos e depois entrevistado pelo diretor João Capana, que decidiu dar uma chance a ele.

Religioso, ele tem planos. Inclusive voltar a estudar (entrou no Brasil com visto de estudante), fugindo de um país dizimado por um furacão em 2012, que mudou a história de um povo libertário e de prosperidade do país, segregando famílias.

Trabalhadores dedicados

Formado em Direito, trabalha como auxiliar de serviços diversos em São Paulo

Também com 29 anos, Jacques Mabika, africano, deixou a República Democrática do Congo (ex-Zaire) a caminho do Brasil. Ao chegar, em março, ele foi à Polícia Federal onde foi orientado a procurar a Missão da Paz – entidade religiosa que recebe os imigrantes, em São Paulo. No dia 12 de maio, foi empregado pela Inova.

Formado em Direito, ele trabalhava como professor particular de Francês para crianças de cinco a 10 anos em reforço escolar até que decidiu tentar a sorte no continente americano. Aprender o português não foi difícil, pois domina o Latim.

Trabalhar na Limpeza Urbana, para ele, é a possibilidade de um recomeço, mas quer crescer na empresa, pois acredita no potencial que tem.

Para o encarregado da Inova, Maurício Mano Godoy, não há dúvida da capacidade e força de vontade dos estrangeiros. Ele ressalta, contudo, que eles precisam da compreensão e orientação por parte das chefias e colegas.

“Quero que o sindicato e a Inova me ajudem, pois eu sei que posso contribuir.

Tenho capacidade para isso”, garante Jacques. O semblante triste deve-se à preocupação com a mãe, que deixou adoecida em seu país natal. Pelo menos o pai ainda vive para cuidar da esposa, com a ajuda financeira enviada por ele.

geiros e brasileiros devem ter o desempenho cobrado de forma igualitária, pois todos têm os mesmos direitos e deveres. Quanto à segurança, que é o foco principal de Maurício, ele é taxativo: os estrangeiros são espelhos, pois tendem a um risco muito pequeno de acidentes de trabalho. “Os brasileiros têm muito a aprender com esse convívio”, acredita.

“A troca de conhecimento e cultura é muito importante”, afirma, lembrando que estran-

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Da limpeza escolar no Haiti ao centro do consumo paulistano Supervisor da empresa Verzani e Sandrini, João Santos Oliveira, trabalha com imigrantes haitianos há mais de dois anos.

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Atualmente, conta com nove auxiliares de limpeza estrangeiros, num grupo de 65. Apesar de garantir que são muitos os atributos positivos, ele argumenta que a falta de fluência na língua portuguesa ainda é uma grande barreira.

Kettelene Charles tem apenas 27 anos e a rotina de trabalho na limpeza do Shopping Santa Cruz não difere muito do trabalho na limpeza escolar, na cidade de Porto Príncipe. Difícil mesmo é voltar para casa e não poder acompanhar o crescimento da filha Charline.

“Conversamos por whatsapp toda noite”, revela. O marido e a mãe cuidam da criança, que ela planeja rever nas próximas férias. “Estou guardando dinheiro na poupança há dois anos”, confidenciou. Quando deixou o Haiti, a menina

tinha um ano e nove meses... Hoje está com cinco!

A vida de Kettelene é só trabalhar. Ela mora com dois haitianos no bairro da Penha e praticamente envia todo o salário para o Haiti, guardando o restante. “O dinheiro é pequeno”, admite, sem reclamar. Para ela, não há problema, “está tudo bem no Brasil”.

Apenas admite a tristeza que sente pela ausência da filha: “É a minha missão, trabalhar e mandar dinheiro para a família, mas dói em mim!”.

“São funcionários tranquilos, assíduos e esforçados, mas preferem falar os dialetos de origem entre eles e assim se isolam dos colegas brasileiros”, conta João, que aprendeu o francês para poder se comunicar com a equipe. “A maioria não faz questão de aprender o português e muitos desistem da limpeza, pois acreditam que por terem capacitação podem conseguir empregos melhores”, relatou dizendo que muitos dos contratados pediram demissão e outros migraram para outros países.

Destino traçado: Brasil como Pátria onde impera a paz indicada para procurar a empresa do Asseio e Conservação Guima Conseco, que estava dando oportunidades para estrangeiros: “Fui com uma amiga; ela foi dispensada e eu consegui o emprego”, contou.

A história de Bonior no Brasil tem sido um capítulo de sucesso.

Depois de uma passagem breve como auxiliar de limpeza, ela foi promovida à auxiliar administrativo. Eu escolhi o Brasil como o meu novo lar, afirma contando que pretende trazer a família. Um dos irmãos já está a caminho.

Quando deixou a República do Congo, Bonior Carine embarcou num navio com a ajuda de um amigo. À deriva, resistiu durante dois meses à incerteza, fome, frio, insegurança, medo, mas ela não tinha outro caminho para fugir dos horrores da guerra.

Chegando a São Paulo, contou com o apoio do serviço humanitário da Cáritas. Sozinha, sem falar o português, foi

O desafio atual? “Aprender o português, tornar-me fluente para crescer profissionalmente”, conta humilde a trabalhadora, que é formada em Marketing e trabalhava na área em seu país de origem.

“Eu escolhi o Brasil como o meu novo lar”.

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O SIEMACO-SP é a voz da classe trabalhadora na defesa da justiça social, sendo atualmente responsável por mais de 120 mil trabalhadores que atuam na capital paulista.

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SIEMACO-SP: 57 anos provendo os trabalhadores que cuidam de São Paulo.

2015

SEDE Alameda Eduardo Prado, 648/676 Santa Cecília - São Paulo/SP Cep: 01218-012 - Tel: 11 3821-6444 E-mail: siemaco@siemaco.com.br

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SUBSEDE Rua Doutor Carlos Augusto de Campos, 165 Santo Amaro - São Paulo/SP Cep: 04750-060 - Tel: 11 5525-5880 E-mail: subsede@siemaco.com.br