de saber das ideias dos outros. Desta forma, podia não só a estruturar o Termo de Parceria (TP) DECEA 01/2007. Coube ao firmar suas próprias ideias e convicções, como também coPequeno toda parte do CNS/ATM, enquanto Silveira se ocupou letar dados para, quando necessário, tomar decisões”, comenta da parte de Tarifação. o Coronel Menezes. “Aí, verdadeiramente, no dia-a-dia, eu vi o quanto ele era Foi neste momento que seu caminho cruzou com o do Macomprometido com o que fazia. Sempre muito educado, corjor-Brigadeiro do Ar R1 Luiz Paulo Moraes da Silveira, atual Ditês, trabalhava com muita coerência, buscando sempre resolretor-Geral da Organização Brasileira para o Desenvolvimento ver as questões do melhor modo possível. Assim ele foi consCientífico e Tecnológico do Controle do Espaço Aéreo (CTCEA). truindo sua equipe, que está aí até hoje, muito valiosa, de muito “O Pequeno é um companheirão que aprendi a admirar muiconhecimento”, declara. to a partir do momento que nós começamos a conviver proE a equipe do Pequeno usufruiu muito da sua dedicação. fissionalmente na antiga DEPV, pelos idos de 1990, quando fui Para essas pessoas ele passou muito do seu conhecimento adsubstituí-lo na CISCEA”. quirido ao longo da vida. “O Pequeno era um professor nato. Ele “Em outro momento eu era o Comandante do Primeiro se preocupava com a pessoa que estava ouvindo-o, para que Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéela entendesse tudo o que ele está falando. Assim, fez muitos reo (CINDACTA I), em Brasília, e ele era o Subdiretor de Opediscípulos. Era um entusiasta”, comenta Silveira. rações. Nas vindas ao Rio, eu tinha condições de conversar basPara que se possa compreender temas tão complexos como tante com ele e via o quanto era organizado e interessado no os que concernem ao SISCEAB, há que se estudar. E muito. E trabalho. Ele vestia mesmo a camisa do isso era um dos prazeres do Brigadeiro trabalho que ele fazia. O Pequeno era um Pequeno. Parece que a máxima “conheciapaixonado”, lembra o Brigadeiro Silveira. mento nunca é demais” lhe cai como uma Dentre suas recordações está a famosa luva. pasta com as canetas coloridas. Todos que Além dos cursos de carreira, o Brigaconviviam com o Brigadeiro Pequeno codeiro fez outros, que lhe deram conhecinheciam suas famosas canetas. Tudo o mento sobre gerenciamento e adminisque ele escrevia era registrado numa detração. Foi o primeiro colocado no Curso terminada cor, simbolizando um nível de de Estado-Maior e Superior de Comando importância, de urgência. E numa folha da Escola de Comando e Estado-Maior da de caderno, fazia a lista das tarefas a seAeronáutica (ECEMAR), em 1984. rem realizadas. No começo de cada uma, E outro exemplo de sua dedicação aos ele desenhava um quadradinho que era estudos é o Curso de Política, Estratégia e preenchido em etapas conforme o proAlta Administração do Exército, realizado gramado era realizado. Ele coloria até a em 1992 na Escola de Comando e Estadometade durante o andamento da tarefa Maior do Exército (ECEME). e fechava o referido quadradinho na sua Estudar e transmitir. Essa era uma conconclusão. Isto era sua forma de organiduta natural para ele. Como bem se reEntão Tenente-Coronel Pequeno zar ideias e melhor visualizar atividades corda o Brigadeiro Ramon: “Ele procurava durante seu gerenciamento. sempre passar estes conhecimentos para “Quando eu ia, como piloto, aos Estaas pessoas que estavam trabalhando com dos Unidos, trazia para ele um bloquinho de anotações que ele. Não segurava nada como conhecimento próprio. Queria tinham estes quadradinhos. Aí ele não tinha que desenhá-los. compartilhar toas as informações que tinha adquirido de modo Já estava pronto!”, diverte-se o Brigadeiro Ramon. que todos também crescessem profundamente”. De 1997 a 1999 o Brigadeiro Pequeno comandou a Segunda E eram todos mesmo, não importando ser civil ou militar, Força Aérea (FAe II) onde implementou o modelo de adminisnem mesmo de que patente. tração sistêmica. “Eu tive a honra de servir para o Brigadeiro Pequeno, mas Após um afastamento natural da carreira, Pequeno e o Brinão na ativa. Sempre admirei a forma dele trabalhar, de tratar gadeiro Silveira voltaram a se encontrar. Pequeno já estava na as pessoas”, comenta o Sargento R1 Carlos Argentino, que hoje reserva, desta vez trabalhando na concepção do projeto CNS/ trabalha na CTCEA. ATM (Comunication, Navegation Surveillance/Air Trafic ManageSomente depois de passar para a reserva, depois de 30 anos ment – Comunicação, Navegação, Vigilância/Gerenciamento de serviços prestados, Argentino pôde ter um contato mais de Tráfego Aéreo), juntamente com o Brigadeiro Normando. próximo com o Brigadeiro. “Ele era de uma dedicação total à “O Petit, como costumávamos chamá-lo, era super dedicado, FAB. Depois da sua família, a Força Aérea era sua vida. Com ele organizado e estava sempre pensando no planejamento futuaprendi a ter dedicação ao trabalho, a gostar do que faço. Eu ro. Sempre foi uma pessoa espetacular em todos os sentidos. me senti recompensado por trabalhar quase três anos com ele”, Sério, dedicado, planejador e, sobretudo, leal”, comenta Nordeclara emocionado. mando. E tendo por base sua cultura e sua inteligência muito acima Segundo o Brigadeiro Silveira, a aproximação com o Pequeda média, Pequeno exercia outro grande talento, o do empreno mesmo se deu ainda em 2006, quando juntos começaram endedorismo. Ele via além e para este além, ele criava. 8 AEROESPAÇO