Torre de Controle de São Paulo
a responsabilidade que o nosso trabalho envolvia: a segurança dos aviões”, lembra o veterano. A formação abran-
Em outubro de 2015, um evento
gia, ainda, disciplinas de Meteorologia,
reuniu alguns destes profissionais,
Navegação, Regulamentos e Código Aé-
pioneiros do controle de tráfego aéreo
reo, Áreas de Controle (ACC), Aerovias e
no Brasil: Francisco Drezza, Alberto
Torre de Controle (TWR).
Bertolucci, Remy Ferreira, Nelson
Drezza entrou na profissão por
Perez e Irineu Tonon. Estes militares,
insistência da família. Ele já tinha
os primeiros alunos da ETAv, foram
formação em mecânica industrial pelo
condecorados durante a Latin Ame-
Senai (Serviço Nacional de Aprendiza-
rican Business Aviation Conference
gem Industrial) paulista e trabalhou na
& Exhibition (Labace) – maior feira de aviação executiva da América Latina, realizada no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A homenagem, promovida pela
Drezza - aluno da Escola Técnica de Aviação, 1944 (arquivo Embry-Riddle Aeronautical University)
no Brasil. Aluno n° 189 da primeira turma de controladores, o Suboficial
Embry-Riddle Aeronautical University,
Francisco Drezza foi admitido na ETAv,
fez um resgate do passado, trazendo à
em março de 1944.
tona a criação da primeira torre de con-
O curso de controle de voo tinha a di-
trole de São Paulo e os grandes homens
reção de Walter Fields, especialista pela
que ajudaram a construir as bases da
CAA (Civil Aviation Administration),
profissão de controlador de tráfego
organização precursora da Administra-
aéreo no Brasil.
ção Federal de Aviação (em inglês: Fe-
Chico Drezza, hoje com 92 anos,
deral Aviation Administration - FAA),
continua sendo reconhecido por seu
entidade responsável pelos regulamen-
legado de trabalho, profissionalismo e
tos da aviação civil nos Estados Unidos.
dedicação ao controle de tráfego aéreo
“Nas aulas, ele transmitia e enfatizava
Companhia Paulista de Estrada de Ferro. Mas o tráfego aéreo mudou sua história. Sua experiência e seus ensinamentos foram fundamentais para a formação das gerações subsequentes. Um ano depois, quando se formou com outros nove militares, em 3 de março de 1945, foi para o estágio probatório na Torre de Controle do Rio de Janeiro - primeira a ser ativada no Brasil -, para, em seguida, assumir seu posto na Torre de Controle (TWR) do Aeroporto de Congonhas, a qual entrou em operação no dia 27 de maio de 1945. Havia a estimativa de aumento do tráfego, de 30 para 200 movimentos diários. O Suboficial Drezza é apontado
“Não importa quem esteja trabalhando na posição operacional, o padrão deve ser sempre o mesmo e o melhor possível! Sem o crédito dos usuários não seremos reconhecidos e nada será construído. Todos nós somos um só. Nós somos parte do Serviço de Proteção ao Voo (SPV) do Brasil” ' Francisco Drezza 16
como um dos fundadores da TWR do Aeroporto de Congonhas pelo Primeiro Tenente Especialista de Aeronáutica Controlador de Tráfego Aéreo Carlos Heredia. Hoje na reserva, Heredia afirma que Drezza marcou uma época e definiu o perfil profissional do controlador de tráfego aéreo brasileiro.
Como tudo começou
Nos primórdios, a estrutura de trabalho era rudimentar, se comparada aos equipamentos e softwares disponibilizados aos profissionais que hoje compõem o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Bem antes das consoles X-4000 (dos anos 1980) ou