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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia

Nove m b ro 2013

Unidas

ApesardaDistância

ARTIGO ESPECIAL De Uma

lha Pequena I para o Mundo


Nove mb ro 2 013 A R T I G O

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D E

C A P A

Unidas Apesar da Distância

Naomi e Natalie Boonstra, com Jean Boonstra

Para conhecer a real necessidade dos outros, é imprescindível ir até eles. M U N D I A L

O Sonho que Acabará com Todos os Sonhos

Joseph Olstad

Quem não deseja viver em um tempo onde tudo o que é errado será corrigido?

20 A Luz está Brilhando no Oriente A

F U N D A M E N T A I S

H I S T Ó R I A

A D V E N T I S T A

8 Encontrando a Verdade V I S Ã O

14

C R E N Ç A S

Ted N. C. Wilson

A realidade da Segunda Vinda precisa ser comunicada antes que aconteça.

P. D. Chun

A perseverança dos pioneiros que levaram a mensagem à Ásia.

22 De Uma Pequena Ilha para o Mundo A R T I G O

E S P E C I A L

12 Incomparável Poder D E V O C I O N A L

Melak Alemayehu

Nada supera a ressurreição de Jesus.

Shelley Nolan Freesland

Reforma das instalações expande o alcance da Rádio Mundial Adventista em Guam.

24 A Mensagem de Saúde D E S C O B R I N D O D E P R O F E C I A

O

E S P Í R I T O

Peter N. Landless

Deus deseja um povo saudável e santo.

SEÇÕES 3 N O T Í C I A S

DO

MUNDO

3 Notícias Breves 6 Notícia Especial 10 Histórias do GLOW

11 S A Ú D E N O M U N D O Pão: Branco, Integral, ou de Grão Integral?

27 E S T U D O B Í B L I C O As Sete Igrejas do Apocalipse: Esmirna

RESPOSTAS 26

28

PERGUNTAS

A BÍBLICAS

Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. V. 9, Nº 11, Novembro de 2013.

Adventist World | Novembro 2013

DE

IDEIAS

Questão de Obediência

www.adventistworld.org Online: disponível em 13 idiomas

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TROCA

Capa: SUNRISE HOME: Natalie Boonstra (esquerda), Naomi e Jean Boonstra (direita), com as meninas do Sunrise Home. F o t o :

J o h n

A l f r e d


Transformando a Verdade em Realidade

N ot í cias do M u ndo

H

Jovens da América do Sul dizem:

Eu Vou”

c o r t e s i a

d a

M Í DI A

D A

U A P

F o t o s :

á três verdades neste mundo: Há dinheiro suficiente para tirar todas as pessoas da pobreza. Há alimento suficiente para alimentar todas as pessoas subnutridas. Há mães e pais suficientes para cuidar de todos os órfãos. “Ah”, você poderá dizer, “sei onde você está querendo chegar. Mas para dar dinheiro para todos os pobres, alimento para todos os famintos e mães e pais para todos os órfãos, seria necessária uma redistribuição maciça de todos os bens do mundo”. Exatamente. “Mas, isso nunca vai acontecer”, você argumentará. A cultura do mundo é viciada em riqueza, em comida, e centrada no egoísmo não na compaixão. O problema da pobreza, da fome e dos órfãos é tão grande que jamais esperamos realisticamente resolvê-los. Todavia, faz alguma diferença se, pelo menos, tentarmos? Sim. Pergunte a uma jovem viúva, que recebeu um microempréstimo de uma instituição adventista de assistência, se os 125 dólares necessários para abrir um pequeno comércio de venda de artesanato valeram a pena – “Sim! Agora posso alimentar meus filhos. Agora eles não precisam mais ser órfãos”, será sua resposta. Pergunte ao garoto de cinco anos, cujo olhar acompanha fixamente a mão saindo da grande panela de mingau de milho e enchendo seu prato de folha de bananeira. Ele murmurará, “Si” – mas só após engolir tudo o que puder! Pergunte à garotinha da quarta cama à esquerda, se alguma vez imaginou ter um lar com mãe e pai, e outras crianças a quem pode chamar de “irmãos” e “irmãs”. Você verá lágrimas em seus olhos ao ela fixar o olhar no lugar secreto onde as crianças guardam seus sonhos. “Sim”, ela irá sussurrar. “Sim – um milhão de vezes!” O fato de a tarefa ser difícil não significa que não seja importante. O fato de que não a concluiremos até que Jesus volte, não significa desculpas para não realizá-la. O fato de você ter somente cinco pães e dois peixes não significa que o Senhor não deseja usá-lo para operar um milagre. Leia esta edição da Adventist World com o coração aberto – e as mãos também!

Acima: EU VOU!: Pastor Mike Ryan compartilha a mensagem de sábado na Universidad Adventista del Plata (UAP), em Entre Rios, Argentina. Destaque: ADOTE UM PAÍS: O presidente da UAP, Oscar Ramos, apela a todas as faculdades e universidades adventistas a “adotar” um país na remota “Janela 10/40”, para onde jovens missionários estão sendo enviados.

■■ Jovens da Divisão Sul-Americana se reuniram no campus da Universidad Adventista del Plata (UAP), na Argentina, a fim de receber motivação e instrução quanto ao plano de passar um ano no serviço missionário. A iniciativa faz parte do programa escolar. O evento foi realizado nos dias 5 a 7 de setembro e teve como tema central: “Eu Vou 2.0”. A programação reuniu mais de mil participantes, inclusive 300 jovens profissionais adventistas. Muitos se comprometeram com o serviço missionário, respondendo ao apelo de um vídeo enviado diretamente de Moscou por Billy Biaggi, pastor adventista argentino, que atualmente é presidente na Divisão Euro-Asiática. No vídeo, Biaggi desafia voluntários para servir no Quirquistão, uma das repúblicas da ex-União Soviética. Participaram também alunos de outras escolas da Divisão Sul-Americana como Universidade Adventista do Chile, Universidade Adventista de São Paulo e Universidade Adventista da Colômbia. Mike Ryan, vice-presidente da Igreja, descreveu a cena: “Eles esperavam a resposta de três ou quatro. Mas foi incrível! A frente ficou lotada

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Campo recebe status de Missão no Nepal ■■ A Igreja no Nepal, país da Ásia Central, foi elevada à categoria de Missão, um nível acima de seu status anterior de “campo anexo” (dependente) à sua Divisão. Embora seja uma pequena conquista, a diferença representa o desenvolvimento da Igreja em todo o país. Somente alguns poucos países ainda mantêm a obra em seu estágio inicial. Atualmente, a Igreja Adventista está presente, oficialmente, em 208 dos 232 países reconhecidos pelas Nações Unidas. A Igreja no Nepal estava classificada como Campo Anexo da Divisão SulAsiática e, agora, foi reconhecida como Missão do Nepal. Na estrutura administrativa da denominação, uma Missão, às vezes recebe nomes diferentes em determinadas regiões do mundo, por uma questão de clareza no contexto local. Hoje temos aproximadamente 8.600 adventistas no Nepal. Em 1993, eram apenas 212, segundo o Adventist Yearbook. Na cerimônia do dia 6 de setembro, John Rathinaraj, presidente da Divisão Sul-Asiática, realizou a primeira reunião da Missão do Nepal, parabenizando

Ram B h aju P OR

dedicam um ano ao serviço missionário, cumprindo o requisito de “serviço social” para obter o diploma. Holmer Trecartin, presidente da União do Oriente Médio e Norte da África, presente ao evento, apelou quanto à necessidade de voluntários no “centro de influência” da Universidade do Oriente Médio, em Beirute, Líbano. Muitos alunos responderam. – Mark A. Kellner, Editor de Notícias, com reportagem de Bill Knott e da Agenda Digital da UAP

F OTO

de jovens. Todos queriam ir! Eles não sabem ainda como vão chegar lá, mas a questão é que todos queriam ir”. Segundo Ryan, Oscar Ramos, presidente da UAP, tem uma visão mais ampla do envolvimento missionário das instituições educacionais adventistas: “Não seria maravilhoso se cada universidade ou faculdade adventista do mundo escolhesse um país da janela 10/40?”, disse Ramos, “temos mais de 110 faculdades e instituições. Há cerca de setenta países localizados na janela 10/40 e se todos escolhessem um, poderíamos ter um contingente de jovens indo a esses países, fazendo a diferença e trabalhando nos ministérios”. Carlos Gill, presidente da União Argentina, abriu o evento dizendo aos estudantes: “Sua paixão determina sua missão”. Ele incentivou os jovens ao serviço missionário mundial. “Vejo um movimento missionário, jovens que estão sendo despertados pelo Espírito Santo a se envolverem mais profundamente na missão, mas não apenas aqui entre nós, o que é fundamental, mas, começando em Jerusalém, Samaria e até os confins da Terra. Agora, ‘os confins da Terra’ é simultâneo, pois nunca poderemos terminar aqui, depois ali, e lá. Percebo que Deus está despertando movimentos cuja visão vai além de suas necessidades locais e, a despeito dos desafios, olham à frente, para os confins da Terra onde há culturas, cidades inteiras que nem sequer ouviram falar de Jesus.” Um aspecto singular do programa educacional da UAP é que os alunos da escola de medicina geralmente

S h r e s t h a

N ot í cias do M u ndo

ORANDO PELO NEPAL: Membros da comissão administrativa oram durante a cerimônia em Banepa, cerca de 24 quilômetros a sudeste da capital de Kathmandu, no dia 6 de setembro.

pelo crescimento da Igreja no país. Umesh Kumar Pokharel, primeiro presidente da Missão do Nepal, deu as boas-vindas aos líderes e a 60 convidados leigos das igrejas adventistas do país. Gordon Christo, secretário da Divisão, lembrou o trabalho do pai, que foi ao Nepal em 1958 com o missionário Dr. Stanely Sturges para estabelecer a obra médica. Grande parte da infraestrutura da Igreja no país está concentrada ao redor do Scheer Memorial Hospital, localizado a cerca de 24 quilômetros ao sudeste da capital Kathmandu. O Centro Médico Adventista foi inaugurado em 1960. A Missão do Nepal tem agora um presidente eleito. A Divisão nomeará, em breve, um secretário e tesoureiro. O desenvolvimento da Missão poderá promovê-la a “associação” no futuro. Isso significa que poderá ser autossustentável, tanto para nomear sua liderança quanto na autonomia financeira. A Igreja no Nepal teve avanços pequenos, mas constantes nos últimos anos. O número de membros aumentou


cinquenta universidades estão agora oficialmente credenciadas pelo governo federal. Kikwete desafiou os representantes das instituições a elevar o número de alunos graduados com mestrado e doutorado, o que aumentaria o percentual de alunos que poderiam retornar, mais tarde, como professores universitários. Ele também sugeriu que as universidades recém-criadas considerassem o recrutamento de um corpo docente internacional como estratégia temporária. Isso reduziria a prática de ter um professor ensinando em mais de uma universidade. “Os professores universitários devem permanecer em sua área acadêmica, a fim de se concentrarem e produzirem profissionais de qualidade para competir no mercado global.” A Universidade de Arusha iniciou suas atividades em 1974 como Seminário Adventista Arusha, que oferecia

e a primeira igreja estabelecida no país, ainda traduz a Lição da Escola Sabatina para o nepalês. Em 2011, uma grande reunião foi realizada. Muitos viajaram da zona rural em ônibus públicos, durante vários dias, para participar. Além disso, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) tem desenvolvido vários programas para resgatar crianças que são exploradas no trabalho infantil. A população do Nepal ultrapassa a 30 milhões de pessoas. No passado, era um país hindu, mas, em 2006, foi declarado estado secular pelo parlamento nepalês. – Bhaju Ram Shrestha e Ansel Oliver/ Rede Adventista de Notícias

CO M U S A D A F OI N e w s Da i l y J ORN A L DO F OTO

■■ O presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, concedeu licença para a Universidade de Arusha. O credenciamento eleva o status acadêmico da instituição. A cerimônia aconteceu no dia 20 de agosto, no palácio do governo, em Dar es Salaam. Kikwete entregou o certificado de aprovação a Godwin Lekundayo, diretor da universidade e, também, presidente da Igreja Adventista na Tanzânia. “Somos gratos a Deus por esse avanço e oramos para que a universidade continue a enaltecer Seu nome e o nome da Igreja”, disse Andrew M. Mutero, diretor de Educação da Divisão Centro-Leste Africana, com sede em Nairóbi, Quênia. Representantes de outras sete universidades, também licenciadas, participaram da cerimônia. Vinte das

P ER M ISS Ã O

Tanzânia, Universidade Adventista de Arush é credenciada

cursos ministeriais e de saúde. Em 2003, a escola passou a se chamar Colégio Adventista da Tanzânia e recebeu permissão para adotar e usar o nome “Universidade de Arusha”, iniciando o processo para se tornar universidade credenciada. Em 2007, recebeu uma licença provisória da Comissão para Universidades da Tanzânia. A Adventist Accreditation Association também credenciou a Universidade de Arusha, que hoje mantém mais de 2.700 alunos. Atualmente, ela oferece cursos de graduação e mestrado. Além do campus principal em Usa River, a universidade opera o Centro de Extensão em Arusha City e o Centro de Extensão Buhare, em Musoma, região norte do país. A Igreja Adventista tem mais de 450 mil membros na Tanzânia. – Lusekelo E. Mwakalindile, diretor de relações públicas da Universidade de Arusha.

CREDENCIAMENTO: Oficiais do governo da Tanzânia e representantes de oito universidades posam para um fotojornalista do jornal Daily News, após a cerimônia de credenciamento.

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N ot í cias do M u ndo

Mestrado Internacional para

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curso gratuito de pós-graduação.

d e

LL U

Por Nancy Yuen, Universidade de Loma Linda e Mark A. Kellner, Editor de Notícias da AW

C o r t e s i a

m contraste com o alto custo dos programas de pós-graduação na América do Norte, a Universidade Adventista de Loma Linda (ULL) está oferecendo, gratuitamente, um mestrado de alta qualidade em enfermagem para professores em áreas distantes do mundo. (Há somente uma taxa simbólica para cobrir despesas de transporte, hospedagem e livros). O objetivo é tornar esse programa disponível para professores e funcionários de nossas escolas e hospitais em todos os lugares, sem que eles necessitem parar o trabalho ou deixar seu país por longos períodos de tempo. O curso é mantido pela Escola de Enfermagem da Universidade Loma Linda, primeira escola de medicina da Igreja, e inclui um módulo anual na Universidade Internacional Ásia-Pacífico (AIU), na Tailândia. No dia 29 de julho, 25 formandos de 15 países, vestindo becas acadêmicas, seguiram o Dr. Ronald Carter, reitor e a Dra. Marilyn Herrmann, diretora da Escola de Enfermagem da Universidade de Loma Linda, para uma cerimônia na igreja do campus da AIU. Era a comemoração festiva do encerramento do quarto e último módulo presencial do mestrado. Segundo Herrmann, 67 alunos completarão o curso em 2013, transmitindo os ideais da Escola de Enfermagem da ULL por meio da educação em enfermagem. Edelweiss Ramal, coordenadora do curso internacional de mestrado em enfermagem da ULL, explica que os alunos continuam a trabalhar enquanto estudam. Todos os anos, eles viajam para a Tailândia, campus da Universidade Internacional Ásia-Pacífico, a

f o t o :

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de Enfermagem Professores Universidade de Loma Linda oferece

TREINAMENTO DE ÉTICA: O professor de Religião e Estudos Éticos, Mark Carr, da Escola de Religião da Universidade de Loma Linda, conduz a discussão sobre ética com alunos do Mestrado a distância. Os alunos vieram de países como África, Haiti, e Ilhas Salomão para participar das aulas no campus da Universidade Internacional Ásia-Pacífico, na Tailândia. Atualmente, Carr é presidente do Departamento de Ciências Humanas e Sociais da Faculdade Kettering.

fim de frequentar as aulas por um mês, completando as exigências acadêmicas. Segundo a Dra. Marilyn Herrmann o currículo é o mesmo praticado no campus da ULL. Embora haja uma taxa para transporte e hospedagem, a ULL não cobra pelo curso. A Dra. Elizabeth Bossert, diretora associada da Escola de Enfermagem, destaca que “esse foi o primeiro programa de mestrado em enfermagem

oferecido internacionalmente pela ULL”. Ele foi criado para que os professores adventistas de enfermagem e enfermeiros possam continuar seu trabalho enquanto completam o curso, permitindo aplicar imediatamente o conhecimento adquirido. Era crucial que os alunos permanecessem em suas respectivas instituições enquanto estudassem, mantendo o comprometimento com o ensino de enfermagem em seu próprio país.


LL U d e c o r t e s i a F o t o :

Esquerda: IMPACTO GLOBAL: Enfermeiros de 12 paises, representando sete Divisões da Igreja, reuniram-se recentemente em Bali, Indonésia, para participar da décima Conferência de Enfermagem e Parcerias Globais. Direita: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: Dr. Edelweiss Ramal com o aluno da turma de 2013, Alwin Muse, que concluiu o curso na Tailândia. O Sr. Muse é das Ilhas Salomão.

mente, com a população do globo tendo atingido a marca dos sete bilhões (março de 2012), cuidar de pessoas, em um mundo doente, está cada vez mais complexo. Dois projetos mundiais estão ajudando nossos enfermeiros a servir a Igreja e encarar o desafio. O primeiro é o curso internacional de mestrado da ULL, iniciado em 2005, o qual tem preparado professores de enfermagem em todo o mundo para ensinar enfermagem dentro da perspectiva adventista. O segundo é a Parceria Global em Enfermagem, que está comemorando 15 anos e tem feito a diferença na enfermagem adventista em nível mundial, desafiando os administradores, professores e enfermeiros de nossas instituições a se tornarem dinâmicos e interativos para melhorar a saúde e salvar vidas.

F o t o :

c o r t e s i a

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LL U

Dra. Pat Jones, professora e diretora do departamento de enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de Loma Linda e diretora associada do Departamento do Ministério da Saúde da Associação Geral, diz: “A enfermagem adventista é singular. Ela é fundamentada na fé, comprometida com a saúde global e cuida das necessidades espirituais”. O curso de enfermagem adventista teve seu início em 1883, no Sanatório de Battle Creek, estado do Michigan (EUA). Outras escolas de enfermagem foram estabelecidas pouco depois, entre elas a do Sanatório de Sydney, Austrália, em 1898, e a do Sanatório de Loma Linda, em 1905. Em 1900, a população mundial era estimada em 1,6 bilhão de pessoas. Atual-

MARCO MEMORÁVEL: Em julho, 25 alunos do mestrado a distância da Escola de Enfermagem da LLU, situada no campus da Universidade Internacional Ásia-Pacífico, participaram de uma vibrante cerimônia de formatura, celebrando a quarta e última sessão presencial do curso. Os alunos são de 15 países diferentes, incluindo Gana, Haiti, Nepal, Ilhas Salomão e Zâmbia.

“Desenvolvemos o curso internacional de mestrado”, disse a Dra. Jones, “porque recebemos muitos pedidos de colegas fora dos Estados Unidos, perguntando se a Universidade de Loma Linda poderia ajudá-los a cursar um mestrado em enfermagem”. Isso decorre do fato de não haver curso disponível em seu país, ou mesmo em lugares que porventura exista, os alunos têm que deixar família e trabalho por longo período de tempo. Em sua maioria, esses cursos são oferecidos aos sábados. A Igreja e os administradores das instituições educacionais também solicitaram: “A ULL pode nos ajudar a formar um corpo docente qualificado?” Já estão sendo aceitas as inscrições para o próximo módulo, que iniciará em junho de 2015. O processo leva vários meses a fim de que o histórico escolar seja verificado. Para ser aceitos no curso, os professores e enfermeiros de nossas instituições, devem se inscrever até 31 de março de 2014. “O que é tremendamente gratificante”, diz a Dra. Ramal, “é que os alunos nos relatam quanto eles têm mudado sua vida. Não só aprenderam a ser bons professores de enfermagem, mas tornaram-se seres humanos diferentes – demonstrando os princípios cristãos na família, na prática do trabalho e no ensino da enfermagem”. n

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V I S Ã O

M U N D I A L

Por Ted N. C. Wilson

Encontrando

Verdade

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Porque alguém se importou

H

á mais de 600 anos, Johannes Gutenberg, ourives e lapidador de pedras preciosas na Alemanha, usou seu conhecimento em metalurgia para inventar a impressão com tipos móveis e prensa móvel. A invenção de Gutemberg tem sido considerada a mais importante de todos os tempos, porque possibilitou que a disseminação do conhecimento se tornasse amplamente acessível.1 O primeiro livro a ser impresso por Gutenberg foi a Bíblia. Existem hoje somente 49 volumes, completos ou parciais, dos 180 que foram impressos originalmente. O valor dessas Bíblias é tão alto que uma página do livro de Deuteronômio foi vendida por 100 mil dólares em 2012.2 A página impressa também desempenhou papel importante na formação e crescimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Revistas como The Present Truth (A Verdade Presente) e, mais tarde, a Adventist Review [Revista Adventista], panfletos e folhetos, livros e outras literaturas, ajudaram a espalhar as Três Mensagens Angélicas. Embora a literatura tenha sido importante em nossa história, alguém pode questionar se hoje essa é ainda

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uma maneira efetiva de alcançar as pessoas. Em Busca de Sentido

Permita-me contar a história de João. Um jovem descrito por ele mesmo como “típico macho Kiwi”, que gostava de jogar rugby e sair com os amigos. Aos 22 anos, João já era um locutor de rádio bem-sucedido na Nova Zelândia, mas achava que a vida não tinha sentido. Ele se lembrou de uma conversa com o irmão mais velho, alguns anos antes, sobre morte, inferno, confissão e os Dez Mandamentos. Ambos ficaram surpresos ao descobrir que tinham chegado a conclusões semelhantes. Seu irmão imaginou que João, talvez, apreciaria ler um livro que havia respondido várias de suas dúvidas, então, deu-lhe O Grande Conflito, de Ellen White. João não leu além da introdução, e deixou o livro de lado. Para ele era como se estivesse lendo algo em outra língua. Quatro anos depois, João recebeu outro livro do irmão – um novo exemplar de O Grande Conflito. Porém, ainda não estava interessado em ler. Sentindo certa inquietude, viajou

para Londres e depois para a Irlanda, convencido de que sua fé reviveria em um daqueles lugares. Mas após semanas visitando várias igrejas, João achou que já era o suficiente. Certa manhã de domingo, ele parou no meio da rua e apontando o dedo para céu, declarou: “Nunca mais vou entrar numa igreja até que o Senhor me mostre a verdade!” A Decisão

Retornando a Londres, João encontrou um pacote. Era de seu irmão, e continha um livro que João reconheceu – O Grande Conflito. Dessa vez João estava pronto para lê-lo. Não demorou muito para reconhecer que aquele livro ensinava a verdade. Ele, porém, não tinha certeza se estava pronto para aceitá-la. Com a observância do sábado, sua carreira de locutor de rádio não teria futuro. Nunca mais poderia jogar rugby – esporte que


ele cultuava como uma religião. O que iria dizer à família e aos amigos? Desesperado, ele estava prestes a jogar o livro do outro lado da sala quando ouviu uma voz: “Mas isso não vai mudar a verdade, e você orou pela verdade”. Segurando o livro nas mãos, João sabia que precisava tomar uma decisão. Veio-lhe, então, à mente um verso que tinha memorizado havia muitos anos: “Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8:36). Ele raciocinou, “Se eu, agora, perder minha vida, ganho a salvação. Se me apegar ao que sou e possuo, estou conscientemente rejeitando a salvação”. Ao tomar a decisão mais importante de sua vida, João decidiu aceitar a Jesus e a verdade que Ele havia revelado, entregando o futuro em Suas mãos. Refletindo na Verdade e Significado

Hoje, John Bradshaw, orador e diretor do programa de televisão Está Escrito (americano), relembra o impacto que esse livro poderoso causou em sua vida: “Eu estava procurando pela verdade e por sentido na vida. O Grande Conflito me ensinou a exercitar minha fé, encontrar a doutrina correta, ter confiança inabalável em Deus, ter a Bíblia como guia seguro na vida e depender totalmente de Jesus”. Que exemplo maravilhoso de como a literatura silenciosamente, mas poderosamente, proclama as Três Mensagens Angélicas e o Espírito Santo a usa para convencer pessoas sobre a verdade. Louvo a Deus porque através da dedicação e colaboração dos membros de nossas igrejas, mais de 120 milhões de exemplares desse livro transformador de vidas foram distribuídos durante os últimos dois anos. Além desse poderoso livro, somos abençoados por ter uma rica literatura produzida em muitos idiomas pelas 63 casas publicadoras espalhadas em vários

países. São livros, revistas, folhetos e outros materiais que ajudam a transformar vidas por intermédio de sua “pregação silenciosa”.3 Outros Métodos

Durante o último século, juntamente com o material impresso, fomos pioneiros no uso do rádio, da televisão e do evangelismo via satélite, comunicando a mensagem de Deus ao mundo. Com o alcance da internet, de sites como egwwritings.org e das publicações disponíveis para download de nossas casas publicadoras, as páginas impressas da “verdade presente” alcançam a velocidade da luz. E você poderia perguntar: “Com esses novos métodos de evangelismo, maravilhosos e funcionais, haveria ainda lugar para o material impresso?” Ellen White escreveu: “As publicações expedidas de nossas editoras devem preparar um povo para encontrar-se com Deus. Através de todo o mundo, devem elas fazer a mesma obra feita por João Batista [...] Em contraste

que desce do Céu com grande poder e, com sua glória, ilumina a Terra.”4 Participando com o Céu

Que privilégio é participar com os seres celestes levando luz a este mundo, compartilhando a importante, mensagem de Deus para os últimos dias, por meio da “pregação silenciosa” dos livros, revistas, folhetos e outros materiais impressos! Eis um trabalho que todo adventista pode fazer. Imagine o que aconteceria se cada um dos mais de 17 milhões de membros oferecesse, mensalmente, pelo menos um exemplar de nossa literatura a um amigo, vizinho, colega de trabalho ou parente. Imagine quantas pessoas no mundo teriam a oportunidade de conhecer a Jesus e descobrir a verdade! Imagine como será encontrar essas pessoas no Céu, quando vierem lhe agradecer por seu testemunho. Ellen White escreveu: “Deus, em breve, fará grandes coisas por nós se crendo, nos colocarmos humildemente

Tome a Bíblia como guia para a vida e dependa totalmente de Jesus . John Bradshaw com as falsas teorias de seu tempo, a verdade contida em seus ensinos se destacava como uma certeza eterna [...] Essa mesma mensagem, por meio de publicações de nossas casas editoras, deve ser proclamada ao mundo hoje. “É em grande parte por meio de nossas casas editoras que se há de efetuar a obra daquele outro anjo [Apocalipse 18]

aos Seus pés [...] Em breve, mais de mil serão convertidos em um dia, cuja maioria creditará suas primeiras convicções à leitura de nossas publicações.”5 Bolso Dedicado

Mas, como lerão nossas publicações se nunca a receberam? Permita-me sugerir que você tenha um “bolso

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V I S Ã O

M U N D I A L

dedicado”, ou bolsa, pasta, mochila – qualquer coisa que esteja sempre com você – onde possa carregar algumas palavras de vida para distribuir àqueles a quem o Senhor colocar em contato com você naquele dia. Sempre carrego alguma literatura em minha pasta, para que esteja pronto a compartilhar minha fé sempre que possível. Você pode incentivar sua igreja a ter uma prateleira, estante, mesa ou balcão de literatura na recepção, onde haja sempre material gratuito disponível. Creio que Jesus voltará muito em breve. Podemos perceber isso pelos sinais ao nosso redor. A Igreja Adventista não é apenas mais uma denominação; é um movimento profético, originado no Céu, com um propósito definido. “Em sentido especial foram os adventistas do sétimo dia postos no mundo como vigias e portadores de luz. A Eles foi confiada a última mensagem de advertência a um mundo a perecer. Sobre eles incidiu a maravilhosa luz da Palavra de Deus. Foram incumbidos de uma obra da mais solene importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. Nenhuma obra há de tão grande importância. Não devem eles permitir que nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção.”6 Nossa mensagem é de vida ou morte. Na maioria dos casos, até a eternidade, jamais saberemos a diferença que uma literatura doada fez na vida de alguém que ansiava pela luz. n 1 www.netplaces.com/philosophy-book/the-scientificrevolution/

the-invention-of-the-printing-press.htm. 2 http://clausenbooks.com/gutenbergcensus.htm. 3 See Lemuel Olán Jiménez, The Printed Prophets: The Vital Role of Literature in the Last Days (Hagerstown, Md.: Review and Herald Pub. Assn., 2013). 4 Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 7, p. 139, 140. 5 Ellen G. White, Review and Herald, November 1885. 6 Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 9, p. 19.

Ted N. C. Wilson é

Histórias do GLOW: Levando Luz ao Nosso Mundo GLOW (inglês, BRILHO – Giving Light to Our World [Levando Luz ao Nosso Mundo]) – é um projeto evangelístico que surgiu na Califórnia, Estados Unidos, e agora está se ramificando para outras Divisões do mundo. Tem o objetivo de motivar os membros a ter sempre consigo literatura – panfletos chamados GLOW – para ser distribuídos gratuitamente. Atualmente, os panfletos estão sendo impressos em 35 idiomas. A seguir estão duas pequenas histórias que retratam vidas tocadas pelo GLOW:

História 1 – Canadá: Recentemente os organizadores realizaram a primeira reunião do GLOW. Durante ela, os participantes distribuíram cerca de seis mil folhetos para toda a comunidade. Enquanto entregavam numa loja, um dos participantes iniciou diálogo com um desconhecido, Michael, o qual lhe perguntou a que igreja pertencia. Ele respondeu que era adventista e, então, convidou-o para ir à igreja com ele e conhecer outros amigos. Michael foi. Após conversar sobre alguns assuntos com o grupo, Michael pediu estudos bíblicos. Um método simples de evangelismo – mas com grandes resultados! História 2 – Holanda: Um jovem casal de Chipre foi a uma reunião de estudos bíblicos após ter lido o anúncio no mural de um centro de informações turísticas. Eles não sabiam a qual denominação o grupo pertencia, mas oraram para que tivessem uma boa conversa. Para a surpresa do casal, a segunda vinda de Cristo, a preparação para ela, e o estado dos mortos, foram os temas da reunião. O grupo de estudos falou também sobre as dificuldades para evangelizar. O jovem casal, então, apresentou-lhes os folhetos do GLOW como um método fácil de evangelismo. As pessoas responderam positivamente aos materiais. O líder do grupo – que era da Inglaterra – solicitou vários folhetos para levar para casa. Outro homem quis os folhetos do GLOW para doar aos membros de várias igrejas em Chipre. Oremos por esses cristãos sinceros e sua iniciativa de espalhar a mensagem de Deus por intermédio dos folhetos do GLOW! Histórias compiladas por Nelson Ernst, diretor do GLOW da Associação Central da Califórnia, Estados Unidos. Para saber mais sobre o GLOW, acesse sdaglow.org.

presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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F o t o :

C o r t e s i a

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R i c a r d o

Cama c h o


Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless

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Pão:

Branco, Integral, ou de Grão Integral?

Qual a diferença entre o pão “branco” comum, o de “trigo integral” e o de “grão integral”? Dizem que a maioria dos pães integrais não é melhor do que o pão branco. Será verdade?

U

ma resposta direta é que o pão de trigo integral é melhor do que o pão branco, e o pão integral com grão integral, o melhor deles – mas pode ser complicado fornecer evidências conclusivas sobre o assunto. A maior parte dos estudos que demonstram os verdadeiros benefícios do pão de trigo integral, não separa os dois tipos de trigo integral. No entanto, as pessoas que comem pão de trigo integral demonstraram vantagens sobre os que comem pão branco comum. Grãos integrais incluem todos os tipos de cereais. Trigo integral é um tipo específico de grão. A semente do trigo é uma gramínea. Quando colhida, a casca externa é peneirada como palha, deixando somente o grão ou semente. Tal núcleo tem um revestimento exterior (invólucro) chamado farelo, que é uma celulose não digerível. Sua digestão requer a quebra ou abertura desse invólucro, a qual é facilitada quando o grão é quebrado, cortado ou cozido – ou talvez, pela somatória dos três. Dentro do invólucro do farelo está o germe e o endosperma. O germe forma uma nova planta que contém proteínas, gorduras, vitaminas e minerais essenciais. O endosperma fornece energia para a nova planta e contém, principalmente, amido e proteína. A farinha branca é feita principalmente a partir da porção do endosperma do trigo. Ao remover o germe, os processadores removem a gordura, que tem a tendência de oxidar e ficar Ima g e m

p o r

Em i l i a n

R o b e r t

rançosa rapidamente. Além disso, a cor branca e a textura macia permite uma considerável manipulação da farinha e a produção de uma grande variedade de produtos como bolos, biscoitos, etc. Agora a parte mais delicada: O Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos (e em outros países) permite que as indústrias de alimentos coloquem de volta alguns dos elementos originais do trigo na farinha branca e a classifiquem como “enriquecida”. Além disso, se as quantidades acrescentadas forem muito próximas às encontradas no trigo original, o FDA permite o uso do termo “trigo integral”. As regras são ligeiramente diferentes entre os países, e alguns não têm regras. Esse processo de quebra e reconstituição permite às fabricas de alimentos produzirem novos produtos. Mas o problema é que a quebra do farelo natural do trigo resulta no enfraquecimento dos seus benefícios à saúde. O farelo é a principal fibra do grão. Ele desempenha papel importante em nossa saúde e na qualidade do grão integral. As fibras oferecem muitas vantagens. Elas dão volume às fezes, prevenindo contra a constipação; fomentam o transito intestinal; regulam a flora bacteriana do intestino e o PH do estômago. As fibras estão relacionadas à diminuição do risco de câncer no colón e ajudam a reduzir os níveis de colesterol no sangue. Muitos alimentos processados (beneficiados) contêm algum farelo ou fibra, mas o importante é a quantidade. Aque-

V i c o l / M ODI F IC A Da

DIGIT A L M ENTE

les que defendem o grão integral creem que existem vantagens se o farelo retiver o máximo possível do endosperma. Algumas evidências apoiam essa crença. A utilização do aço no corte do grão é melhor aceito pelo trato digestivo. Os processos de corte, cozimento a vapor e rolamento não separam os componentes que formam o grão. Alguns adventistas citam como sendo de Ellen White a recomendação para cozinhar os grãos por longos períodos de tempo. A aveia laminada, por exemplo, requer 20 a 30 minutos de cozimento, contra um a dois minutos da “aveia em flocos”. A maioria das pesquisas que defende o trigo integral versus o pão branco, não considera a diferença entre o trigo integral e o de grão integral. Porém, incentiva e defende consistentemente o consumo dos pães de trigo integral. Provavelmente, aqueles pães de grãos integrais mais densos e deliciosos sejam superiores aos pães de trigo integral reconstituído. Nossa recomendação é de que todo alimento deve ser consumido em sua forma mais “integral” possível. n

Peter N. Landless, médico cardiologista nuclear, é diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral. Allan R. Handysides, médico ginecologista aposentado e ex-diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral. Novembro 2013 | Adventist World

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D E V O C I O N A L

Por Melak Alemayehu

Incomparável

Poder

Confie no poder da Ressurreição

A

lguma vez você já se preocupou com alguma situação desafiadora que o impediu de realizar seus planos? Já se sentiu devorado pelo medo, ou esmagado sob o peso da culpa? Há alguma nuvem de decepção bloqueando o brilho do sol da esperança em sua vida? Se é esse seu caso, você tem à sua disposição, diariamente, um poder de incomparável grandeza, seja qual for o problema: preocupação, medo ou desapontamento. O apóstolo Paulo ilustra essa grandeza de poder, quando descreve a ressurreição de Jesus. “Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam […] a incomparável grandeza do Seu poder para conosco, os que cremos. Esse poder

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ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o assentar-se à Sua direita, nas regiões celestiais […] (Ef 1:18-20).1 Paulo não apenas ora pelos outros – seu desejo é realmente conhecer o poder da ressurreição (veja Fl 3:10). A tumba vazia de Jesus nos ajuda a ver como aquele poder incomparável dissipa a preocupação, o medo e a decepção da vida de pessoas diferentes. Mulheres Preocupadas

Era muito cedo na manhã de domingo. As mulheres, enlutadas desde a sexta-feira, estavam a caminho da sepultura de Jesus, pois não haviam terminado o processo de unção no Seu corpo morto, segundo o costume da época. Enquanto caminhavam, sentiam

o coração pesado e pensavam: “Quem removerá para nós a pedra da entrada do sepulcro?” (Mc 16:3). Marcos descreve melhor o tamanho da pedra, quando afirma que ela era “muito grande” (verso 4). As mulheres estavam preocupadas. Como tirariam aquela enorme pedra sozinhas? Precisavam de ajuda, mas não havia ninguém para ajudá-las. O que não sabiam, porém, é que a incomparável grandeza do poder da Ressurreição já havia resolvido o motivo de sua preocupação. Marcos descreve esse momento: “Mas, quando foram verificar, viram que a pedra, que era muito grande, havia sido removida” (verso 4). As mulheres estavam preocupadas com um problema que não existia, pois a pedra já havia sido removida. Não é assim que acontece com muitas das nossas preocupações hoje? Jesus já retirou muitos obstáculos que pensamos estar em nosso caminho. Note que a preocupação das mulheres era em relação ao acesso – elas precisavam ter acesso ao corpo de Jesus. Muitas pessoas hoje pensam que é impossível ter acesso a Deus. Da mesma maneira dessas mulheres, tentam buscar a ajuda de outras pessoas. Entretanto, essa é uma preocupação sem sentido, pois a barreira já foi removida. Devido à incomparável grandeza desse poder, Jesus ressuscitou, assentou-se à direita de Deus e nos oferece um “novo modo de vida” para que possamos nos achegar ao trono da graça (Hb 10:20). Assim, para termos acesso fOTO :

J o e l

M i l h o u s e


a Deus, não há necessidade de outro mediador além de Jesus. Simplesmente, olhe para cima; veja que os obstáculos já foram removidos; e então, desfrute da doce comunhão com Deus. O Pânico de Pedro

Se continuarmos lendo o relato da ressurreição em Marcos 16, descobriremos que as mulheres entraram na tumba. Lá, elas não encontraram o corpo morto de Jesus, mas um anjo. Após explicar o que havia acontecido, ele as encarregou de contar também aos discípulos e pedir para que fossem se encontrar com Jesus na Galileia. O anjo destacou um nome entre os discípulos: “Vão e digam aos discípulos dEle e a Pedro” (Mc 16:7). Por que Pedro foi escolhido? Não era ele um dos discípulos? Uma rápida olhada na história nos ajuda a compreender. Pedro foi sincero ao declarar sua decisão de que não abandonaria O Mestre, independentemente da circunstância. Ele estava seguro de sua posição e até tentou defender Jesus com sua espada quando os soldados vieram prendê-Lo. No entanto, infelizmente, Pedro falhou quando a serva o identificou em público como um dos discípulos de Jesus. Sua fraqueza causou-lhe profunda tristeza. Quando o galo cantou, ele se lembrou das palavras de Jesus, e “se pôs a chorar” (Mc 14:72). Imagino Pedro destruído pela culpa e pelo temor de ter cometido um pecado imperdoável. Em pânico, Pedro pergunta a si mesmo: Será que meus pecados serão perdoados? Será que posso voltar? A experiência de Pedro ilustra bem nossa luta contra o pecado. Pode ser que cometamos um determinado pecado e, para piorar, isso se torna um hábito. A culpa e o medo nos mantêm em suas garras. Podemos até questionar: Será que posso voltar? Entretanto, a incomparável grandeza do poder

Olhe para cima e veja que os obstáculos já foram removidos; então desfrute da doce comunhão com Deus.

da Ressurreição trouxe grande alívio a Pedro. Ellen White comenta essa experiência: “Dizei a Seus discípulos, e a Pedro, disseram os anjos. Desde a morte de Cristo, Pedro se achava sucumbido pelo remorso. Sua vergonhosa negação de seu Senhor, e o olhar de amor e de angústia do Salvador achavam-se sempre diante dele. De todos os discípulos, fora o que mais pungentemente sofrera. É dada a Pedro a certeza de que seu arrependimento fora aceito e seu pecado perdoado. É mencionado nominalmente.”2 A incomparável grandeza do poder da Ressurreição deu a Jesus a possibilidade de viver para sempre e interceder por nós (veja Hb 7:25). Portanto, somos exortados por João: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1Jo 2:1). Discípulos Desesperados

Entre os que experimentaram a incomparável grandeza do poder que Deus demonstrou na ressurreição de Jesus Cristo, estavam os dois discípulos que viajavam para Emaús. Lucas relata a cena, quando Jesus, no meio da viagem, sem ser reconhecido, uniu-Se a eles. Em resposta às perguntas de Jesus, os discípulos exclamaram: “Nós esperávamos que era Ele quem traria a redenção a Israel” (Lc 24:21). Eles

também esperavam que Jesus derrubasse o poder romano que os dominava e restabelecesse um reino soberano a Israel. Mas esse Jesus, em quem haviam depositado sua esperança de libertação, sofreu uma morte vergonhosa, pregado numa cruz. Estavam decepcionados; sentiam-se consternados. No entanto, Jesus, o Salvador ressurreto, começou a liberar esse poder de grandeza incomparável à medida que continuavam a conversa. Aos poucos, aquele poder foi dissipando a tristeza e o coração deles começou a “arder” de esperança e alegria (Lc 24:32). Dizem que decepções são oportunidades perdidas. É verdade que, em nossa caminhada cristã, há momentos em que nos sentimos impotentes; nossas expectativas não se afinam com os propósitos de Deus. Mas, devemos sempre nos lembrar de que o Deus vivo sabe o que é melhor para cada situação. Não importa quão sombrias as coisas possam parecer, Jesus, pelo poder de Sua ressurreição, pode tornar o futuro brilhante. Reservatório Restrito

Lembra-se da declaração de Paulo em Efésios 1:18, 19? “Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam […] a incomparável grandeza do Seu poder para conosco, os que cremos”. Ela está disponível apenas aos que creem, e essa, é a única exigência para que tenhamos acesso ao Seu poder. Preocupação, medo e decepção desaparecem quando encontramos o Salvador ressurreto e experimentamos o poder de Sua ressurreição. Esse sim, é um poder de grandeza incomparável! n 1 Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. 2 Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 793.

Melak Alemayehu,

natural da Etiópia, é doutorando no Instituto Internacional de Estudos Avançados, em Silang, Filipinas.

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C renças

F undamentais

Sonho que Acabará com

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uando olhei através da porta de vidro, quase não acreditei no que meus olhos viram. Ao longe, ví que Jesus e Seus anjos estavam voltando. Instantaneamente, desviei o olhar da cena e fiquei paralisado pela dúvida sobre minha condição – estaria salvo ou perdido? Lembrei-me, então, de ter lido que os que estiverem salvos ficarão alegres com Sua vinda, mas os perdidos ficarão horrorizados. Imediatamente perguntei a mim mesmo: O que estou sentindo neste momento – estou feliz ou com medo? Enquanto reflitia sobre a segunda Vinda de Cristo, percebi que nossa resposta à Sua aparição diz algo sobre Deus, sobre nós mesmos e a respeito da maneira como o futuro retorno de Cristo influencia o modo como vivemos o presente. Mesmo Evento – Duas Respostas

Quando Cristo voltar, os perdidos suplicarão às montanhas e rochas para que “caiam [...] e [os] esconda da face dAquele que está assentado no trono e da ira do Cordeiro!” (Ap 6:16, NVI). Jesus e João dizem que muitos irão “lamentar” e “prantear”. Em contraste, os salvos dirão: “Este é o nosso Deus, em quem esperávamos, e Ele nos salvará [...] Na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos” (Is 25:9, ARA). Que reação surpreendentemente diversa esses dois grupos terão ao mesmo evento. Acontece, então, algo muito interessante. Parece que toda a

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Por Joseph Olstad

Todos os Sonhos

Como vou reagir ao maior evento da história da Terra? população da Terra divide-se em dois grupos na presença de Deus. Deus não tem que olhar para um grupo e dizer: “Está bem, vocês estão salvos, então fiquem felizes e levantem os braços. Vou levar vocês para o Céu”; e ao outro: “Vocês não conseguiram, então saiam e gritem para as rochas”. Parece que a própria presença de Jesus compelirá as reações opostas. Ninguém seguirá um roteiro. Em outras palavras, o próprio povo irá escolher ou recusar ir se encontrar com Jesus nos ares (veja 1Ts 4:17). Olhar a segunda Vinda por esse ângulo (e há outros) significa que, para Deus determinar quem são os Seus, Ele não precisa consultar nosso comportamento passado, se oramos arrependidos pelos nossos pecados, a que igreja pertencíamos, nossas boas obras, nossas obras más, Seu livro de memórias ou até o livro da vida do Cordeiro. Tudo o que Ele tem a fazer é aparecer e observar – todos irão correr ou para perto ou para longe dEle. Como Saber

Assim, surge a pergunta: O que vai definir nossa reação ao vermos Jesus nas nuvens? A resposta é surpreenden-

temente óbvia. Tanto é verdade que, provavelmente, já vivenciamos isso em algumas situações com nossa família. Quando penso nos meus filhos, ao longo dos anos, houve dias em que entrei em casa e fui atingido por um vento de nervosismo e tensão, mesmo antes que eu tirasse os sapatos – sem boas-vindas, nem expressões de amor –, sendo apenas observado e evitado. Outras vezes (felizmente, a maioria delas) sou quase atropelado com os abraços, risos e mais expressões de amor do que posso assimilar. Mesmo evento – duas reações. O que faz a diferença? Basicamente a diferença está na forma do relacionamento entre mim e meus filhos. Havia conflitos não resolvidos (problemas de submissão e humildade)? Havia rebelião no ar (pense em arrependimento e conversão)? Havia desobediência e vergonha (pense em pecado e perdão)? Havia incompreensão e quebrantamento (pense em revelação e renovação)? Ainda poderia ir longe porque, na realidade, os termos teológicos da vida religiosa são apenas uma linguagem codificada dos termos comuns dos relacionamentos da vida. Portanto, se no futuro correrei para


Se vou correr para ou de Cristo no futuro, vai depender simplesmente do tipo de relacionamento que estou desenvolvendo com Ele agora. ou de Cristo, vai depender simplesmente do tipo de relacionamento que estou desenvolvendo com Ele agora. É claro que esse relacionamento é analisado e influenciado pela compreensão do que a teologia clássica nos ensina; no entanto, quando tenho de fazer uma autoavaliação para saber se estou pronto para o retorno de Jesus, o relacionamento pessoal supera o conhecimento (veja Tg 2:19, 20). Saber como funciona um motor não faz de ninguém um bom motorista. Isso só se consegue dirigindo. Alegria ou Tortura

Muitos conhecem a visão de Ellen White, em que ela descreve o pecador não regenerado como alguém completamente incapaz de desfrutar da pre-

sença de Deus ou da vida no Céu. Esse conceito está diretamente relacionado com as reações presentes na segunda Vinda, e confirma as respostas imediatas que estamos considerando. O fato de estar (o pecador) realmente na presença de Deus, ela diz, não lhe proporcionaria nenhuma “alegria”, “o Céu lhe seria um lugar de suplício”, e todos eles (os pecadores) “prefeririam a destruição” a suportar contemplar Sua face.1 C. S. Lewis amplia esse ponto numa alegoria com a extensão de um livro, em que retrata pessoas viajando de ônibus do inferno para o Céu (lembre-se de que essa é uma alegoria). Em lugar de fazer do Céu o seu lar, muitos retornam imediatamente, no primeiro ônibus que volta para o inferno.2 Eles simplesmente

A Segunda Vinda deCristo

A segunda vinda de Cristo é a bendita esperança da igreja, o grande ponto culminante do evangelho. A vinda do Salvador será literal, pessoal, visível e universal. Quando Ele voltar, os justos falecidos serão ressuscitados e, juntamente com os justos que estiverem vivos, serão glorificados e levados para o Céu, mas os ímpios irão morrer. O cumprimento quase completo da maioria dos aspectos da profecia e a condição atual do mundo indicam que a vinda de Cristo é iminente. O tempo exato desse acontecimento não foi revelado, portanto, somos exortados a estar preparados em todo o tempo. (Tt 2:13; Hb 9:28; Jo 14:1-3; At 1:9-11; Mt 24:14; Ap 1:7; Mt 24:43, 44; 1Ts 4:13-18; 1Co 15:51-54; 2Ts 1:7-10; 2:8; Ap 14:14-20; 19:11-21; Mt 24; Mc 13; Lc 21; 2 Tm 3:1-5; 1Ts 5:1-6.) – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, Nº 25

não conseguem suportar a organização do Céu, estruturada por Deus. Há uma relação notável entre a autenticidade do nosso relacionamento com Deus e todos os outros grandes temas da teologia cristã. Quando temos um, temos os outros, e vice-versa. O que quase sempre passa despercebido é que o relacionamento por si só, é tão crucial que pode determinar nossa atração ou repulsa por Cristo, quando Ele vier. Se minha experiência cristã é genuína, vou desejar estar com Jesus na Sua vinda. Se for menos do que isso, então vou desejar estar em qualquer lugar, menos com Ele. Deus vai me dar o que desejo, seja uma coisa ou outra. Esse é o Deus a Quem servimos. Isso é liberdade. Isso é amor. Felizmente, podemos saber disso agora e não quando for tarde demais (veja 2Co 13:5). Por falar nisso, meu sonho não terminou em pesadelo. Eu fiquei feliz ao ver que o Senhor estava voltando e, por um momento, senti como será quando o sonho, que acabará com todos os sonhos, se tornar realidade. n 1 Ellen

G. White, Caminho a Cristo, p. 17, 18. Great Divorce (New York: Macmillan, 1946).

2 C. S. Lewis, The

Joseph Olstad é

graduando do Instituto Internacional Adventista de Estudos Avançados da Andrews University. Ele mora em Montana (EUA).

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A rtigo de C apa

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o mês de junho, Naomi e Natalie, 11 e 13 anos, viajaram com a mãe, Jean, para a província de Andhra Pradesh, no sul da Índia. Foi a primeira vez que as duas irmãs viajaram ao exterior. O plano era encontrar a garota que a família tem ajudado por intermédio da Asian Aid (veja quadro). Jean e esposo, Shawn Boonstra, serviram a organização como embaixadores voluntários e, essa foi a oportunidade de a família ver o trabalho em primeira mão. A seguir, acompanhe a história relatada por Naomi e Natalie.

Por Naomi e Natalie Boonstra, com Jean Boonstra

Unidas

Naomi: O Primeiro Encontro

Sentei-me perto do ar condicionado tentando me refrescar e permanecer concentrada na leitura do livro, mas não conseguia ler – estava muito nervosa! Será que ela vai gostar de mim? Perguntava-me. Sobre o que conversaremos? Uma batida seca à porta de madeira fez com que eu saltasse. “Mamãe! Natalie! Ela chegou!” Minha mãe cumprimentou um homem e uma mulher e os convidou a entrar. Olhei e vi, atrás deles, três garotas mais ou menos da minha idade. Elas usavam vestidos coloridos com barrado dourado. O cabelo, brilhoso e macio, estava preso cuidadosamente para trás. No rosto estampavam um sorriso nervoso. Eu a reconheci imediatamente [...] Nem acredito que estou vendo essa menina da qual tanto ouvi falar e vi muitas fotografias!

Apesar daD f o t o :

J o h n

A l f r e d

Acima: AMIGAS: Naomi Boonstra (vestido azul) e a irmã Natalie (vestido laranja) cantando e brincando com as meninas.


Esquerda: IRMÃS: Da esquerda para a direita: Natalie, Sheela e Naomi estão muito felizes por serem “irmãs”, mesmo morando do outro lado do mundo. f o t o :

J e a n

B o o n s t r a

“Oi, Sheela”, sussurrei. “Eu sou Naomi”. Finalmente, estou encontrando com minha “irmã” de patrocínio. Reunimo-nos no pequeno quarto. A princípio, parecia que todos estavam se sentindo desconfortáveis como eu. Esperávamos havia meses para encontrar Sheela, e então, eu não sabia o que conversar com ela. Tomo um pequeno gole do suco que minha mãe servia e observo curiosamente a menina. Ela lambe os lábios e olha bastante para os pés. Parece tão nervosa quanto eu. Seus amigos conversam a maior parte do tempo.

istância Ouço minha irmã Natalie fazendo perguntas, tentando quebrar o incômodo silêncio, e penso em nossa viagem até aqui. Vou deixar que Natalie conte isso. Natalie: Garotas Resgatadas

Minha primeira reação ao sair do aeroporto em Bangalore, Índia, foi de surpresa. Eu esperava que estivesse quente e úmido – muito mais do que em Maryland, nos Estados Unidos, onde moramos – mas o ar era fresco e refrescante. Andando de carro por Bangalore, senti como se estivesse em um sonho. Olho através da janela da van para as lojas tranquilas, fechadas para a noite! Penso em Sheela. Ela está na mesma série que eu, nona, embora eu já soubesse que na Índia as séries são padronizadas. Somos quase da mesma idade e imagino quanto a vida dela é diferente da minha. Fiquei chocada ao saber como é a vida de algumas meninas na Índia.

Mais tarde, nos encontramos com Anita Kanaiya, colaboradora da Asian Aid, que nos falou sobre seu trabalho de resgatar garotas. Contou-nos como as meninas são forçadas a trabalhar como prostitutas. No passado, a maioria das meninas entre 16 e 18 anos era forçada a se prostituir ou trabalhar. Fiquei surpresa em saber que hoje, a idade mais comum é entre 12 e 15 anos. Meninas da minha idade. Meninas da idade de Sheela. Anita descreveu como quebra as algemas da prostituição e salva essas meninas. É admirável sua paixão e comprometimento. Desejo ser tão corajosa quanto ela. Naomi: A Escola para Cegos

Acabamos de tomar nosso suco. Mas, a conversa ainda está estranha. O Sr. Jim Rennie, diretor da Asian Aid nos Estados Unidos, a mulher e o homem – que mais tarde soube ser Lalitha e Raj Varma, diretores do Sunrise Home (Lar Sol Nascente) – sugeriram que Natalie e eu levássemos as meninas para uma caminhada. Sheela mora no Sunrise Home, um orfanato a cerca de 30 minutos da Escola para Cegos da Asian Aid, onde estávamos hospedadas, em Bobbili. Natalie e eu andamos pelo campus com Sheela e as outras meninas. Os alunos estavam em aulas. Aproximadamente 150 crianças moram na Escola para Cegos. Assim que chegamos todas nos cumprimentaram do mesmo modo: “Olá; como está você? Eu estou bem. Como é o seu nome?” Elas unem todas as frases, praticando seu inglês. Percebi que algumas crianças conseguem enxergar um pouco e ajudam as que são completamente cegas. Elas as cutucavam quando eu chegava perto, e levantavam a mão dessas para apertar a minha. Uma pequenina criança, o aluno mais novo, deu flores a Natalie, Mamãe e a mim. Enquanto caminhava pela Escola para Cegos consegui iniciar um diálogo com Sheela. “O que você quer fazer quando acabar seus estudos aqui?” Perguntei. “Continuar meus estudos”, foi a resposta. “Quero ser enfermeira”.

Conversamos um pouco mais e as amigas de Sheela fizeram várias perguntas sobre como é morar nos EUA e frequentar a escola lá. Quando voltamos para nosso quarto, percebi que estávamos mais à vontade e integradas. Talvez amanhã, pensei, conversemos um pouco mais, na igreja. Natalie: O Sábado na Índia

Chegamos à igreja antes de Sheela. Estamos no centro de Bobbili, na escola adventista onde ela estuda. Todos os sábados, os membros se reúnem na capela do piso superior. À porta da capela percebo uma pilha de sapatos. Mamãe explica que por questão de cultura local e respeito, não se usam sapatos na igreja. Naomi tira rapidamente os seus e caminha sorridente para a igreja; ela não gosta mesmo de usar sapatos, por isso está feliz! Ouço o som de uma buzina forte e olho sobre o muro. Um grande ônibus amarelo com as palavras “Sunrise Home” estaciona lá embaixo. Debruço-me para acenar e cerca de 80 crianças, felizes e sorridentes, acenam de volta. Sheela nos encontra e nos assentamos juntas na minúscula capela. Faz calor, e os ventiladores no teto quase não fazem diferença. Sheela dirige a Escola Sabatina. Garotas vestidas de traje amarelo, combinando, cantam dois hinos. Sheela senta-se entre Naomi e eu na hora do culto. Mesmo não podendo conversar ali, essa foi uma experiência maravilhosa de aproximação. Mal posso acreditar que é real! Naomi: Visita ao Sunrise Home

Acordo no domingo pela manhã com dor de cabeça. Não consigo comer e não quero beber. O calor do sábado foi muito forte para mim, e tudo que eu quero é voltar para a cama. Mas não posso perder as atividades de hoje. Vamos passar o dia todo com Sheela, no Sunrise. Tento esquecer a dor de cabeça olhando o cenário. Na estrada, à nossa frente, há um rebanho de cabras, uma mulher andando com uma cesta na

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J o h n f o t o :

REALIZANDO SONHOS: Os alunos do Sunrise Home estudam intensamente para realizar seus sonhos na carreira profissional.

RECEBENDO HÓSPEDES: Crianças da escola Asian Aid for the Blind em Bobbili, Andhra Pradesh, Índia, saúdam as visitantes americanas.

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f o t o :

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A l f r e d

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cabeça, motocicletas, vários garotos andando de bicicleta e alguns cachorros vagando livremente. Uns veículos pequenos (riquixás) lotados de gente, passam por nós. O orfanato de Sheela fica numa área tranquila, fora de Bobbili. É cercado por lindas plantações de arroz e um rio sereno. Fomos cumprimentadas por todas as crianças ao passarmos pelo portão. O prédio parece novo. Soubemos que o lar foi inaugurado no ano passado. Antes de ser construído, as crianças moravam numa pequena casa sem quintal, no centro de Bobbili. Sheela nos leva para conhecer seu quarto. Seguimos pela calçada, passando pelo playground. Ela sorri e percebo que está feliz em nos ver. Lalitha e Raj estão lá para nos receber. Pergunto a Sheela sobre eles. Ela sorri ainda mais e sem sua timidez costumeira, diz: “Lalitha é uma mãe de verdade. Ela conversa comigo e me ouve”. Ela parece feliz com sua família social. Conhecemos o quarto de Sheela. Ela dorme no beliche, na cama de baixo, do lado direito do pequeno quarto com cinco meninas. Outras duas garotas e ela ajudam as mais novas. Arrumam seu cabelo para ir à escola e ajudam a lavar sua roupa. Imediatamente as meninas se oferecem para arrumar meu cabelo. O armário de Sheela está cheio de bonitos vestidos e de sáris. Eles estão organizados. Todos juntos, assim, parecem bem coloridos. Ouço Lalitha dizendo à mamãe que a primeira coisa que ela faz quando uma criança chega ao Sunrise Home é lhe dar uma roupa nova. Ela não quer que ninguém se sinta pobre. A segunda coisa que faz, é alimentá-las. Se depender dela, eles nunca mais passarão fome. Lalitha faz o culto com eles e os ajuda a decorar textos bíblicos. Ela realmente parece uma mãe de verdade para Sheela e as outras crianças. Percebo um quadro atrás da porta de Sheela. A cena é igual a que tenho

A l f r e d

A rtigo de C apa

SUNRISE HOME: O orfanato da Asian Aid abriga 30 meninos e 50 meninas.


em meu quarto e Natalie tem no dela. É Jesus segurando um carneirinho, de autoria de Nathan Greene. Eu sorrio enquanto as meninas penteiam meu cabelo, pensando que todas nós dormimos com o mesmo personagem ao nosso lado. Todos são tão amigos no Sunrise! Brincamos, corremos e nos divertimos. O dia está tão quente que parece que vou desmaiar. Alguém sugere: “vamos brincar no rio?”. Sigo o grupo de boa vontade, tiro meus sapatos e entro na água. Está morna, quase quente! Muito quente para refrescar. Natalie: A História de Sheela

Aproximadamente 80 crianças moram no Sunrise Home, 30 meninos e 50 meninas. Entendo que são órfãs e tenho pena delas, mas percebo que são realmente felizes aqui. Quero conhecer mais a respeito da história de Sheela e de como chegou ao Sunrise. Lalitha tem uma pasta rosa, grossa,

para cada criança. Na frente da pasta de Sheela tem sua fotografia, no dia em que ela chegou ao lar. Tinha cerca de 9 anos e era bem magrinha, mas sua barriga era grande. Sheela morava em uma aldeia, na região montanhosa. Sua família era muito pobre e sobrevivia de colher tamarindo e trocá-los pelos artigos de que necessitavam. Se o tempo estava ruim e não podiam colher tamarindo por uma semana, não tinham o que comer. Quando Sheela era bem pequena, sua mãe morreu. Seu pai logo se casou outra vez, mas sua madrasta não queria Sheela. Ela a tratava muito mal e a ignorava. Um pastor adventista soube da situação e sugeriu ao pai dela que a enviasse para o Sunrise Home. Seu pai deve ter reconhecido que não teria condições de cuidar bem de Sheela, e a deixou ir. Tento imaginar o que teria sido a vida de Sheela se não tivesse vindo para o Sunrise Home. Ela não saberia ler, fazer contas ou sequer sonharia em

Asian Aid

Asian Aid é um ministério de apoio da Igreja Adventista a

crianças. Fundado há mais de 40 anos, mantém unidades nos Estados Unidos, na Austrália e Nova Zelândia. A Asian Aid patrocina mais de 6.500 crianças em escolas adventistas na Índia, Nepal e Bangladesh. Administra, ainda, cinco orfanatos, inclusive o Sunrise Home e uma escola para cegos e mudos, dirigida pela

se tornar enfermeira. E se tivesse sido empurrada para a prostituição? Fico apavorada só de pensar nisso, mas incrivelmente feliz porque agora ela tem uma família. Tem irmãos e irmãs que amam a Deus, compreendem sua situação e a apoiam. Também agradeço a Deus porque Naomi e eu temos a oportunidade de fazer parte dessa família. A história de Sheela – e minha experiência na Índia – fez-me ver o amor de Deus por intermédio do trabalho do Seu povo. Compreendo claramente Seu amor por nós, amor divino que nem um milhão de quilômetros pode separar! Naomi: Adeus

É nossa última noite no Sunrise Home. Os perus e as galinhas fazem barulho durante o culto vespertino. Quando o sol se põe, refresca. Dizemos adeus a todos... Sheela nos segue até o carro. Abraçamo-nos umas dez vezes, e então ela aperta nossas mãos. Com voz trêmula, diz: “Dê lembranças ao meu “papai” Shawn. Espero encontrá-lo um dia”. Sinto o coração apertado ao ouvi-la dizer isso, e vejo minha mãe enxugando as lágrimas. Sheela não é mais somente a fotografia de uma garota que mora distante. Ela não é uma pessoa para quem escrevemos cartas ou compramos presentes no Natal. Percebo hoje, mais do que nunca, que esse é meu dever como cristã: ajudar pessoas na mesma situação que ela, não importando se me é conveniente ou não. Agora parece realmente que Sheela é minha irmã. Eu sei porque viajei tantas horas até a Índia. Mal posso esperar para voltar! n

igreja na Índia. Recentemente, a Asian Aid começou a Operação Resgate de Crianças e está trabalhando com organizações locais para tirar crianças da mendicância, prostituição e do trabalho infantil na Índia e no Nepal.

Para mais informação, visite

www.asianaid.org .

Naomi continua estudando no ensino fundamental este ano e está feliz com a nova classe. Ela ama animais e deseja voltar à Índia um dia, para ajudar as crianças e os animais domésticos. Natalie está começando o ensino médio. Gosta de cantar e conversar com as amigas. Como Sheela, sua irmã patrocinada, ela está considerando a profissão de enfermeira. Novembro 2013 | Adventist World

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A

História Adventista Divisão

do

Pac Í f i c o

Norte-Asiático

Q

uando observamos a mensagem adventista iluminando os países do oriente, ficamos maravilhados com o método utilizado por Deus escolhendo alguém simples para realizar Sua grande obra. Nos últimos anos, a Igreja tem expandido Sua influência nesse território, com suas inúmeras ilhas, a fim de levar as boas-novas da salvação. A Luz Brilha na China, o País Mais Populoso

Abram La Rue, um americano que foi marinheiro, garimpeiro e pastor de ovelhas, conheceu a mensagem adventista na Califórnia (EUA), já em idade avançada. Em seguida, compartilhou sua descoberta com o vizinho e professor, William C. Grainger. La Rue frequentou o Healdsburg College onde se preparou para o ministério. Após concluir os estudos, pediu à Associação Geral que o enviasse à China. Como marinheiro aposentado, lembrava-se das visitas àquele país, e agora se sentia responsável por evangelizar sua vasta população. Mas, a comissão administrativa da Missão considerou que aos 65 anos ele era muito idoso para tal desafio. Então, o enviaram para o Havaí. La Rue chegou com muitos livros e folhetos e, como colportor, estabeleceu a presença adventista com sucesso no país. Mas, o desejo de levar a mensagem ao povo chinês era cada vez mais forte. Finalmente, embarcou para a China, chegando a Hong Kong no dia 3 de maio de 1888, tornando-se o primeiro missionário adventista voluntário naquele país. Iniciou seu ministério entre os marinheiros e trabalhou como colportor por 14 anos, principalmente em navios no porto de Hong Kong. La Rue também viajou para Xangai, Japão, Bornéu, Java, Sarawak, Cingapura e até para a Palestina e Líbano, vendendo nossos livros e distribuindo folhetos onde quer que o navio atracasse. Com a ajuda de um amigo chinês, Mok Man Cheung, ele conseguiu imprimir na língua chinesa o folheto “O Julgamento” e o capítulo “O Pecador Necessita de Cristo” do livro Caminho a Cristo de Ellen G. White. Respondendo aos insistentes apelos de La Rue e S. N. Haskell, a Associação Geral enviou em 1902 missionários oficiais à China. A família de J. N. Anderson chegou no dia

2 de fevereiro a Hong Kong. No primeiro dia de março, cerca de um mês após sua chegada, Anderson batizou seis marinheiros ingleses e um residente expatriado, a quem La Rue havia dado estudos bíblicos. La Rue faleceu em 26 de abril de 1903, após dedicar quinze anos de seu ministério ao povo chinês. Ele foi sepultado no cemitério Vale Feliz, em Hong Kong. Apesar das guerras, revoluções e perseguições na China, seu legado hoje são cerca de 430 mil membros e aproximadamente três mil igrejas que aguardam o breve retorno de Cristo. A Luz Brilha sobre o Japão e Ilhas do Sol Nascente

William C. Grainger, um dos primeiros frutos de Abram La Rue, diretor do Healdsburg College (atualmente, Pacific

PIONEIROS: Missionários adventistas e Abram La Rue (fileira de trás, segundo à esquerda) com um grupo de marinheiros que foi batizado como resultado dos esforços de La Rue. William Grainger (abaixo) foi para o Japão em 1896 para ensinar Inglês, usando a Bíblia como um livro didático.

Por P. D. Chun

A

Luzno está Brilhando Oriente

Divisão do Pacífico Norte-Asiático (NPD) 20

Adventist World | Novembro 2013


Union College), foi tocado profundamente durante um apelo no culto de pôr-do-sol, certa sexta-feira. O estudante japonês, Teruhiko Okohira, necessitava de alguém para acompanhá-lo ao país natal e espalhar a mensagem adventista. Contagiado pela influência missionária de La Rue, Grainger se demitiu do cargo de diretor do colégio e viajou para o Japão. Chegou no dia 19 de novembro de 1896. Logo, Okohira e ele inauguraram a Escola Bíblica Japonesa-Inglesa Shiba em Tóquio, ensinando a Bíblia em inglês.

FIGURAS HISTÓRICAS: Teruhiko Okohira (esquerda), estudante da Faculdade de Healdsburg, convenceu William Grainger a acompanhá-lo a Tóquio. Hide Kuniya (direita), participou da Escola Bíblica Inglesa Grainger e foi um dos primeiros batizados.

Hide Kuniya, secretário e tesoureiro de uma unidade do exército em Tóquio, matriculou-se na escola por indicação do amigo, Dr. Mokutaro Kawasaki, cirurgião militar. Kuniya ficou impressionado com o caráter cristão de Grainger e frequentou regularmente as aulas. Ao conhecer as doutrinas bíblicas, decidiu renunciar a carreira militar a fim de guardar o sábado. Em 24 de abril de 1899, Grainger batizou Kuniya, seu amigo Kawasaki e outros dois homens, sendo esses os primeiros conversos japoneses. Naquele mesmo ano, a primeira Igreja Adventista foi organizada, com treze membros, na Escola Bíblica Inglesa. Grainger iniciou uma revista mensal, The Gospel for the Last Days (O Evangelho para os Últimos Dias), posteriormente denominada Sinais dos Tempos. Na China, La Rue sobreviveu ao converso e brilhante companheiro de ministério. Grainger morreu vítima de uremia no dia 31 de outubro de 1899, aos 55 anos e foi sepultado no cemitério Aoyama, em Tóquio. Mas, seu espírito missionário tocou o coração de Okohira, Kuniya, Kawasaki e Frank William Field, os quais foram ao Japão para assumir o trabalho que Grainger havia começado. Porém, Kuniya ainda se tornaria um agente de Deus difundindo o magnífico testemunho de La Rue a outro país do Oriente. Ima g ENS :

CORTESI A

DOS

A R Q U I V OS

D A

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A Luz Nasce na Coreia, Terra de Manhãs Calmas

Hide Kuniya, agora pastor da Igreja de Kobe, no Japão, viu um estranho observando a placa da pequena igreja adventista. Ele o convidou para entrar e descobriu que era coreano. Estava ali de passagem para o Havaí, onde iria trabalhar. Nenhum compreendia a língua do outro, mas o Espírito Santo usou os caracteres do ideograma chinês que escreviam numa lousa, para ajudá-los a se comunicar. Kuniya ensinou a Bíblia para o novo amigo. Então, o coreano trouxe um amigo seu. Ambos aceitaram a doutrina adventista. No dia 12 de maio de 1904, perto da meia-noite, Kuniya batizou Eung Hyun Lee e Heung Choi Son nas Cataratas de Nunobiki, em Kobe. Lee partiu para o Havaí. Mas por alguma razão que só o Senhor sabe, Son voltou para a Coreia. No navio, ele compartilhou a verdade com Ki Ban Lim, que voltava do Havaí para a Coreia. Lim era líder metodista em sua cidade natal e tinha considerável conhecimento das doutrinas bíblicas. No fim da viagem, ele também aceitou a mensagem adventista. De volta à sua cidade, Chinnampo, compartilhou a verdade do sábado com os crentes metodistas. Entretanto, seu conhecimento sobre o adventismo era limitado, e logo precisou de ajuda. Trinta e seis interessados em conhecer nossa doutrina assinaram uma carta endereçada ao Pastor Kuniya no Japão, solicitando que ele fosse à Coreia para ensiná-los. Em 9 de agosto de 1904, após muito esforço, Kuniya chegou a Chinnampo, noroeste da Coreia. Ministrou estudos bíblicos em várias cidades. Em cinquenta dias, batizou 71 pessoas e organizou quatro igrejas. O sofrimento, desconforto e resistência enfrentados por ele, pareciam sobre-humanos. Mas, com perseverança, foco e dedicação, ele estabeleceu uma base sólida. Totalmente Consagrado

O trabalho da Igreja Adventista na Divisão do Pacífico Norte-Asiático se iniciou voluntariamente com Abram La Rue, em 1888. Oito anos mais tarde, em 1896, William C. Grainger, o primeiro americano a se converter por intermédio de La Rue, iniciou a obra no Japão. E, aproximadamente, mais oito anos depois, Hide Kuniya, um dos primeiros frutos do Japão, também expandiria a corrente de influência até a Coreia. Uma sequência iniciada pela perseverança de um humilde missionário voluntário! Abram La Rue viveu na prática a declaração de Ellen White: “Não há limites à utilidade daquele que, pondo de parte o próprio eu, abre margem para a operação do Espírito Santo em seu coração, e vive uma vida inteiramente consagrada a Deus.”1 n 1 Ellen

G. White, Serviço Cristão, p. 254.

P. D. Chun, ex-presidente da Divisão do Pacífico Norte-Asiático, é gerente internacional de publicações da Adventist World. Novembro 2013 | Adventist World

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A RT I G O E S P E C I A L

De Uma

P

atti, acabamos! Agora já pode chover”. A conclusão oficial do projeto chegou um pouco tarde, mas quando Brook Powers telefonou para a esposa, ele e outros membros da pequena equipe sabiam que tinham alcançado o objetivo pelo qual haviam trabalhado duro. A vistosa torre de rádio, vermelha e branca, estava no lugar, apoiando a nova cortina de antenas que em breve comunicaria o evangelho a inúmeros ouvintes por toda a Ásia. Não precisavam mais se preocupar com as tempestades tropicais que viriam com a próxima estação chuvosa.

Pequena I Aumenta o alcance da

Um Ministério com História

Durante 26 anos, os habitantes da China, Coreia do Norte, Vietnã, Indonésia e Índia têm ouvido a Voz da Esperança por meio das transmissões em ondas curtas da Rádio Mundial Adventista (AWR) saindo de Guam. A lista de idiomas transmitidos aumentou para 34, e a estação agora transmite programas 287 horas por semana para toda a Ásia. Aproximadamente três anos atrás, Powers, engenheiro chefe da AWR em Guam e Loney Duncan, aposentado, membro da comissão administrativa e especialista em rádiodifusão, estudaram a eficácia da estação e constataram a necessidade urgente de uma atualização. Uma campanha foi lançada a fim de conseguir três milhões de dólares. Os ministérios de apoio responderam ao apelo. No dia 3 de setembro, a AWR recebeu convidados internacionais e locais para uma cerimônia de reinauguração da estação, comemorando a conclusão do projeto. “Essa atualização foi realizada em tempo recorde: dois anos. Em média, leva-se cinco anos para completar um projeto dessa envergadura”, comentou o presidente da AWR, Dowell Chow. As mudanças permitiram à AWR melhorar suas transmissões para toda a Ásia, transmitir em frequências que alcancem um público alvo ainda maior e, simultaneamente, agendar transmissões para vários países chegando aos ouvintes em horários nobres. A capacidade foi expandida em aproximadamente 25%, o equivalente à adição de uma nova estação da AWR, diz Powers. O tema da reinauguração foi “De uma pequena ilha para o mundo”. Durante a cerimônia, Eddie Bazza Calvo, governador de Guam, valendo-se do tema, disse: “Há algo que aprendi quando estava no negócio de vendas. Temos três maneiras de obter sucesso: localização, localização e localização. Quando vejo onde Guam está localizada […] olho para frente e vejo o mapa de alcance da Rádio Mundial Adventista, estamos falando de aproximadamente três bilhões de pessoas. Vemos, então, que esse número gigantesco de pessoas está sendo alcançado. Mas, com que propósito? O de espalhar a boa notícia. Que missão pode ser mais nobre para um ser humano, uma rádio ou qualquer empresa, do que espalhar a boa notícia?»

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Adventist World | Novembro 2013

PROJETO DE CONSTRUÇÃO DA TORRE: Brook Powers, engenheiro chefe da Rádio Mundial Adventista (AWR) de Guam, revisou e atualizou o campo de antenas com o presidente da AWR, Dowell Chow.

A cerimônia foi realizada no campo das antenas, base da nova torre, permitindo aos presentes comparar, pela proximidade, o tamanho gigantesco do equipamento de transmissão. Eles partiram valorizando ainda mais o esforço requerido para completar o projeto. Grande Esforço

A primeira fase da expansão exigiu a relocação de uma das torres para acomodar a substituição da antena de baixa frequência por uma de alta frequência. A segunda e última fase consistiu na construção de uma nova torre e a adição de uma nova cortina de antenas de alta frequência. Essa construção foi ainda mais trabalhosa. Exigiu que a equipe removesse toneladas de terra, cavasse um buraco profundo e enterrasse manilhas de escoamento com mais de um metro de diâmetro para prevenir a erosão. Foram despejadas 822 toneladas de concreto antes que a torre de 70 metros fosse levantada. O tamanho médio da cortina de antenas da estação é de 72 por 80 metros, aproximadamente o tamanho de dois campos de futebol (americano). Durante a construção, alguns programas foram transferidos para estações comerciais de ondas curtas em Sri Lanka e Europa por vários meses, para que os ouvintes não fossem prejudicados com a interrupção das transmissões. A condição climática foi um fator determinante, pois toda


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W i l s o n

Por Shelley Nolan Freesland

T e d

Rádio Mundial Adventista na Ásia

Esquerda: TRÊS TROMPETES: Brook Powers (esquerda), engenheiro chefe da AWR Guam; Victor Shepherd, administrador da estação; e Gordon Garner (direita), diretor de manutenção, recebem três trompetes tibetanos em homenagem à rededicação da estação. Destaque: LOCAL PERFEITO: Eddie Baza Calvo, governador de Guam, destacou que o sucesso de muitas instituições se deve a três fatores: “Localização, localização e localização!” Acima: ESTRUTURA MODESTA: Embora a equipe da AWR de Guam seja pequena – apenas onze funcionários – a rádio tem uma vasta esfera de influência, transmitindo para três bilhões de pessoas em toda a Ásia.

a construção precisava ser concluída durante os seis meses da estação seca. “Essa atualização foi executada, essencialmente, por cinco pessoas – Gordon Garner, Ben Stern, Donaldo Storey, David Hendrick e eu – uma quantidade inacreditável de equipamento e muitas bênçãos de Deus. Pude ver a mão de Deus dirigindo esse projeto”, disse Powers. Na reinauguração e dedicação, Ted N. C. Wilson, presidente mundial da Igreja, agradeceu a direção de Deus: “O que realmente energiza essa estação é o Espírito Santo. Ela está tecnologicamente equipada para transmitir a programação, mas AWR Guam e a própria AWR, não são do ramo da informação, a inspiração é o nosso negócio […] Deus quer que peçamos por milagres, Ele quer que peçamos algo extraordinário. Ao estarmos presentes aqui, sob essa imensa infraestrutura […] podemos dizer que isso é realmente resposta de oração”. A estação de Guam é a única estação de ondas curtas que a AWR possui. Nas outras partes do mundo, ela compra tempo de transmissão em estações comerciais. A AWR transmite programas em aproximadamente cem idiomas, por ondas curtas e rádios AM/FM, que estão disponíveis na página awr.org e podcasts. A vantagem do rádio de ondas curtas é que o sinal viaja milhares de quilômetros, alcançando ouvintes que vivem em áreas geograficamente remotas ou locais fechados para programas cristãos. Esse continua sendo um componente vital para o serviço da AWR. F o t o s :

C o r t e s i a

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A WR

Um Ministério de Vida

As cartas dos ouvintes da AWR demonstram nitidamente o poder do rádio. Um jovem ouvinte da China escreveu: “Sou um novo ouvinte da Voz da Esperança. Antes de tornar-me deficiente, raramente ouvia rádio. Durante o período difícil da minha doença, liguei o rádio e ouvi sua voz. Para mim, era bem semelhante à voz de Deus. Ela me trouxe luz e esperança. Quando estou ouvindo seus bons programas, esqueço-me da dor.” O governador Calvo resumiu eloquentemente o ministério da AWR quando disse: “Há muita coisa acontecendo no mundo todo […] Vivemos em tempos muito complicados. Por que sou tão abençoado por estar aqui, e por que estou aqui para parabenizar a todos vocês e agradecer-lhes por tudo que estão fazendo? É porque no meio de um mundo contemporâneo, onde falta uma direção espiritual e significado real para a vida, aqui está […] a Rádio Mundial Adventista, aqui está uma voz e a mensagem para a eternidade, cujo objetivo é trazer vida a todos nós, e vida eterna.” n

Shelley Nolan Freesland é diretora de comunicação da Rádio Mundial Adventista.

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descobrindo

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E spírito

N

o fim do século 18 e início do 19, a assistência à saúde nos Estados Unidos era muito precária! A sangria1 era um tratamento rotineiro, bem como o uso de derivados de metais pesados (mercúrio), arsênico, álcool em diversas misturas, o fumo e opiáceos. Calomel, um composto de mercúrio, era tratamento padrão para muitas doenças, entre elas, a febre amarela. Era receitado seguidamente como purgante (laxativo) aos pacientes, até que perdessem os cabelos e dentes em decorrência do envenenamento causado pelo mercúrio. Esse, realmente, era o tempo da “medicina heroica”, assim denominado devido ao uso de métodos agressivos e práticas nada convencionais. Os corpos já enfraquecidos pelas doenças se torna-

de

P rofecia

pêndulo oscilava das tentativas “heroicas” da medicina para diminuir a vitalidade excessiva, que podia se manifestar como febre, ao uso de estimulantes, como o álcool, para devolver a vitalidade (o que poderia provocar a febre!). Ignoravam que a dieta e higiene eram importantes para o bem-estar do paciente e a recuperação da saúde dele. Contudo, movimentos de reforma terapêutica já estavam surgindo por esse tempo. Reforma de Saúde

Embora, como igreja, consideremos que a “reforma de saúde” tenha sido uma iniciativa adventista, este não foi realmente o caso. O termo “reforma de saúde” descreve o processo de mudança que ocorreu em resposta às terapias sombrias daquele tempo. Muito antes

A

a Tiago e Ellen White na proclamação das crenças fundamentais adotadas pela Igreja. É interessante que, em 1844, ele parou de comer carne, e em poucos meses deixou de consumir manteiga, gordura, queijo e outros alimentos do gênero. Bates ficou satisfeito quando outros seguiram seu exemplo. Outro defensor comprometido com a reforma de saúde foi Sylvester Graham. Nascido em 5 julho de 1794, tornou-se pastor presbiteriano. Seu interesse pela nutrição cresceu, e em 1837 escreveu suas ideias no The Graham Journal. Ele defendia que a base da alimentação deve ser frutas e vegetais. O pão deve ser integral e a nata usada em lugar da manteiga. Deve-se evitar o consumo de peixes e carnes, bem como o chá, café, vinho e todas as formas de tabaco.

Por Peter N. Landless

Mensagem de Saúde

Um ministério abrangente em ação vam ainda mais debilitados, resultando em maior mal do que bem – embora, a medicina fosse bem-intencionada e recebida entre a comunidade médica da época. D. E. Robinson, no livro Story of Our Health Message (A História de Nossa Mensagem de Saúde), descreve esse tempo como “a época da ignorância”. Eram frequentes os debates entre a “comunidade médica” da América do Norte, Reino Unido e Europa sobre a efetividade de tais tratamentos. O

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do Grande Desapontamento de 1844, José Bates, um capitão de navios, que posteriormente se tornaria um dos fundadores da Igreja, já havia abandonado o fumo em 1823. Em 1824, ele também parou de consumir bebidas alcoólicas e, em 1828, deixou de beber chá e café. Desses últimos teria dito: “É veneno. Tinha tanto efeito sobre meu corpo que não conseguia dormir antes da meia noite”. Em 1845, convenceu-se da verdade do sábado e, em 1846, uniu-se

Graham também defendeu a prática do banho diário e exercícios ao ar livre.2 Instruções do Senhor

Em 1848, o Senhor revelou a Ellen White os efeitos nocivos do fumo, chá e café. Em 1860, o novo “Movimento do Destino”, adotou oficialmente o nome de “Adventistas do Sétimo Dia”. Entretanto, foi somente em 1863 que Ellen White recebeu a visão principal sobre saúde, e escreveu a respeito dela


em 1864. A questão prioritária era a necessidade de Tiago White cuidar de sua saúde. A visão foi dada no dia 6 de junho de 1863, no lar do irmão A. Hilliard, em Otsego, Michigan, Estados

O cuidado com a saúde nos capacita a servir melhor a Deus e nossos semelhantes. Unidos. Ela aconteceu no início do sábado, reforçando a importância da interligação entre a saúde e a espiritualidade centrada em Cristo. Sobre essa visão, Ellen White escreveu: “Vi que agora devíamos ter especial cuidado da saúde que Deus nos deu, pois nossa obra ainda não tinha sido realizada.”3 Nos meses seguintes, ela foi obrigada a parar o registro do teor da visão devido ao acúmulo de trabalho. Somente no ano seguinte, conseguiu escrever o capítulo “Saúde” no livro Spiritual Gifts, volume 4, seguido por seis folhetos intitulados Saúde: ou Como Viver em 1865. Os conceitos descritos por ela eram muito parecidos com os expostos por Sylvester Graham, Trall e Jackson, mas quando questionada se havia lido e usado as ideias deles, declarou: “Eu não o havia feito, nem devia lê-las até que houvesse escrito as minhas visões por extenso, para que não se dissesse que eu recebi de médicos minha luz sobre o assunto da saúde, e não do Senhor.”4 Em concordância com suas ideias e as de outros, expressas em The Laws of

Life (As Leis da Vida) por Trall, Jackson e outros autores, ela, então, publicou o livro How to Live (Como Viver), incluindo “muita coisa das obras mencionadas”.5 Portanto, podemos datar o início do ministério adventista da saúde em 1863. Embora outros enfatizassem aspectos da reforma de saúde, a visão de Otsego trouxe clareza à mensagem e o papel espiritual de cuidar do templo do corpo e revelou a íntima relação entre corpo, mente e espírito. Além disso, os princípios de descanso adequado, luz solar, alimentação equilibrada, uso da água, temperança, confiança em Deus, exercício físico e respirar ar puro, sobreviveu ao teste do tempo de do escrutínio científico. Outra ênfase importante extraída da visão de Otsego é que o cuidado da saúde nos capacita a servir melhor a Deus e ao semelhante. Embora seja uma bênção maravilhosa gozar de boa saúde, a saúde, isoladamente, não é um fim em si mesma. Somos salvos para servir. Tanto Tiago como Ellen White precisaram fazer mudanças importantes no estilo de vida para manter e melhorar a habilidade para o serviço, e isso também foi revelado na visão de 1863. Instituições de Saúde

No Natal de 1865, Ellen White recebeu outra visão sobre saúde. Dessa vez, foi-lhe mostrado muito mais do que a saúde de seu esposo e certos indivíduos. Foi enfatizado o aspecto da ação social do ministério da saúde. A filosofia para administrar instituições de saúde foi delineada. Estas deveriam abordar não apenas as necessidades físicas, mas as morais e espirituais também. Foi enfatizado o cuidado pela “pessoa como um todo”, tão fundamental à missão adventista. Poucas semanas após a assembleia da Associação Geral de 1866, Ellen White mais uma vez escreveu sobre a necessidade de os pastores e membros abraçarem a mensagem da reforma

de saúde e desafiou os adventistas a estabelecer uma instituição própria. Esse foi o elemento propulsor para darmos assistência à saúde das pessoas, que hoje está presente em muitas partes do mundo. Alguns anos mais tarde, ela escreveu: “Atingimos um tempo em que todo membro da igreja deveria utilizar a obra médico-missionária. O mundo é um hospital repleto de enfermidades, tanto físicas como espirituais. Por toda parte, morrem pessoas à míngua de conhecimentos das verdades que nos foram confiadas. Os membros da igreja carecem de um despertamento, para que possam reconhecer sua responsabilidade de comunicar aos outros essas verdades.”6 Esse foi um apelo ao ministério da saúde abrangente – pessoal e coletivamente, como igreja – para graciosamente compartilhar, cuidar, pregar, ensinar, curar e discipular. Como igreja, fomos abençoados com a privilegiada revelação do viver saudável. Para nós, esse é um dever sagrado: cuidar de nosso corpo (o templo de Deus) e se deixar gastar a serviço deste mundo agonizante, que súplica pela revelação da graça de Jesus Cristo. Respondamos ao apelo e honremos ao Senhor com corpo, mente e espírito a fim de “conservar todas as faculdades nas melhores condições para o mais elevado serviço a Deus e aos homens”.7 n 1A

retirada de pequenas quantidades de sangue de um paciente para curar ou prevenir doenças e enfermidades. Knight, Lest We Forget (Hagerstown, Md.: Review and Herald Publishing, 2008), p. 65. 3 Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 279. 4 Ibid., p. 277. 5 Ibid. 6 Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 7, p. 62. 7 Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 319. 2 George

Peter N. Landless,

médico cardiologista nuclear, é diretor do Ministério de Saúde da Associação Geral.

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R E S P O S T A S

A

P E R G U N T A S

B Í B L I C A S

Questão de

Obediência

A ênfase bíblica sobre a obediência não induz ao legalismo? Veja, por exemplo, Deuteronômio 4:1?

A ênfase bíblica vai contra a tendência de nossa natureza humana caída. Muitas vezes, a obediência é considerada como bloqueio à liberdade. Tendemos a associá-la à sujeição a alguém ou alguma lei. Mas na Bíblia a obediência é algo positivo. 1. Obediência é escutar/ouvir: A religião bíblica é uma religião do ouvido. É baseada no fato de que Deus fala aos seres humanos por meio de Sua palavra, revelando-lhes Sua pessoa e vontade. Esse discurso divino se encontra na base da obediência humana. Isso explica o fato de que, na Bíblia, o verbo “escutar/ouvir” muitas vezes significa “obedecer” (e.g., heb. shamá, ouvir, obedecer [Ex 24:7; Is 42:24]; ’azan, ouvir [Ex 15:26]; gr. akouō, ouvir, obedecer [Mc 9:7]). Não poderíamos falar corretamente sobre obediência sem um discurso divino prévio. Portanto, obediência é diálogo, ou seja, ouvimos Deus falar e espera-se que respondamos. Nossa resposta não é simplesmente a emissão da palavra falada, mas, mais do que isso, deve ser expressa em forma de obediência. A obediência é uma forma de falar com Deus, nosso interlocutor no diálogo. 2. A quem devemos ouvir? Por que temos que obedecer a Deus? Esta é uma pergunta importante. Porém, a principal é: A quem devo obedecer? Por natureza, existimos sob a sujeição de algum poder (Rom. 8:6-8). Somente pela ação do Espírito Santo temos a possibilidade de escolher corretamente (Rm 8:12-14). Quando o Espírito nos capacita a ouvir a voz divina e respondê-la pela obediência, somos realmente livres. Se a pergunta por que persiste, então precisamos reconhecer duas coisas. Primeira: na teologia bíblica existe apenas uma autoridade final e legalmente estabelecida, ou seja, O Criador e Redentor. Como fonte de nossa vida, Ele nos chama para ouvi-Lo. Segundo, nós nos submetemos a Ele porque Sua vontade para nós, baseada em Sua sabedoria como Criador e Redentor, é sempre boa. Portanto, é insensatez nos opormos ao que Deus fala. Em obediência a Ele, tornamo-nos o que Ele deseja que sejamos, e aquilo que, no fundo, procuramos ser.

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3. Obediência ao Plano Cósmico de Deus: Biblicamente falando, há um plano unificado, plano divino para o cosmos (Ef 1:9, 10; Cl 1:19, 20). Tudo no cosmos foi criado por Deus para funcionar segundo Sua palavra: “Mediante a palavra do Senhor foram feitos os céus” (Sl 33:6). Quando ouvimos a Deus, o cosmos é reconstituído à unidade. Nossa obediência, portanto, é indispensável para que o cosmos seja completamente integrado à unidade da palavra divina. A verdadeira obediência pressupõe inteligência e liberdade. A natureza é governada pela vontade divina por meio da lei natural. Essa lei funciona no interior dos sistemas da natureza; consequentemente, Deus não fala diretamente com a natureza. Ocasionalmente, Ele fala com a natureza porque o mal danificou o seu papel e o caos parece prevalecer. Tecnicamente falando, isso não é obediência. Mas os seres humanos, criaturas inteligentes, dotados de liberdade, precisam ouvir o Senhor falando com eles, e, Ele espera uma resposta de Seus interlocutores, para que haja o diálogo. A resposta humana, assim como a submissão da natureza à vontade de Deus, visa essencialmente o mesmo objetivo: Serviço. Cada elemento do cosmos, serve. Apenas as criaturas inteligentes poderiam ter quebrado o ciclo do serviço; e foi o que fizeram. Como resultado houve a desintegração do cosmos e a ridícula preocupação pela autopreservação. A obediência só é possível pela reintegração através de Cristo, pelo propósito original do Senhor para nós. Obediência é serviço. Essa compreensão de obediência é, em grande medida, baseada em uma visão abrangente da natureza humana. Somos uma unidade indivisível de vida em forma corpórea. O que quer que aconteça em nosso coração quando o Espírito fala conosco, acontece à pessoa inteira. O “sim” de nossos lábios deve ser o “sim” de nossos olhos, ouvidos, boca, mãos e pés. Essa é uma reposta à voz divina que leva o corpo todo à ação. Obediência é privilégio, não legalismo. n

Ángel Manuel Rodríguez atuou como diretor do Instituto de Pesquisa Bíblia da Associação Geral por muitos anos. Hoje, aposentado, mora no Texas, EUA.


E studo

B íblico

As Sete Igrejas do Apocalipse:

Esmirna A

s sete igrejas descritas em Apocalipse 2 e 3 representam a Igreja Cristã desde o primeiro século até o tempo do fim. Elas descrevem a situação espiritual do povo de Deus em cada geração. Éfeso, a primeira igreja, representa o cristianismo emergente do Novo Testamento com todo seu zelo pela verdade e paixão pelo testemunho. Infelizmente, esses cristãos primitivos abandonaram seu primeiro amor e trocaram a devoção pelo dever. Gradualmente, quase imperceptivelmente, seu serviço para Cristo se degenerou em mera formalidade. No estudo do mês passado, descobrimos que isso pode acontecer a qualquer um de nós. Ouvimos o apelo do Espírito Santo para manter nosso coração voltado para Jesus, o centro da fé verdadeira. Neste mês, estudaremos a segunda das sete igrejas: Esmirna. A palavra Esmirna significa “suave aroma de incenso”. No segundo e terceiro séculos, o inimigo atacou violentamente a igreja cristã através da perseguição. A igreja de Esmirna tem muito a nos ensinar. Suas provações auxiliam àqueles que passam por dificuldades e enfrentam perseguições.

1 Leia Apocalipse 2:8. Como Jesus se apresenta à igreja de Esmirna? Que títulos Ele usou? Por que você acha que Jesus usou esses títulos em particular? Veja, também, Apocalipse 1:17, 18. Jesus não poderia ter escolhido título mais apropriado para se apresentar ao fiel povo de Esmirna. Ele é o “primeiro e o último”. O que “esteve morto, mas que está vivo”. Se Jesus enfrentou perseguição, escárnio, tortura, morreu corajosamente e venceu, Seu povo também pode. O Cristo que triunfou sobre a tumba nos oferece vitória em face da morte.

2 Quais foram as três características distintas que Jesus usou para descrever a igreja de Esmirna? Descubra a resposta em Apocalipse 2:10. 3

Diante de provas e tribulações, que conselho Jesus deu aos discípulos? Ao longo de toda a Bíblia Jesus encoraja Seus discípulos com a expressão: “Não temas”. Ele declara por meio do profeta Isaías: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te

f o t o :

D i d i e r

La r o c h e

sustento com a minha destra fiel” (Is 41:10). Falando aos discípulos em meio a uma terrível tempestade, o Mestre proclama: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!” (Mt 14:27). Em meio às nossas provações Ele também nos diz: “Não tenham medo. Eu estou com vocês”. Ele não nos abandona quando estamos em dificuldades. Ele não Se esquece de nós quando enfrentamos provações.

4 Segundo Apocalipse 4:10, a igreja de Deus seria provada. Mas, a perseguição seria feroz, especialmente em um determinado período de tempo. Quão longo seria esse período? Por que isso deve animar os crentes? Em profecia bíblica, um dia profético equivale a um ano literal (veja Ez 4:6 e Nm 14:34). Consequentemente, a perseguição de “dez dias” proféticos duraria dez anos literais. Essa profecia se cumpriu exatamente com as perseguições do imperador romano Diocleciano, do ano 303 a 313 d.C. Há uma fascinante lição espiritual revelada aqui: Tribulação não dura para sempre. Nossas lutas têm duração limitada.

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Que conselho Jesus deu à igreja de Esmirna, e que recompensa Ele ofereceu a ela? O apelo de Deus a cada um de nós é que sejamos leais a Ele em toda e qualquer situação. Se os cristãos de Esmirna puderam ser fiéis a Jesus em meio à tortura, perseguição e morte, nós também podemos ser em meio às nossas provações. Se Sua graça pôde sustentá-los, ela também irá nos sustentar. A promessa de uma coroa triunfante é tanto para eles quanto para nós!

6 Leia Apocalipse 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21. Que palavra é repetida no fim de cada apelo às sete igrejas? Seja qual for a circunstância enfrentada pelo povo de Deus, é possível superá-la. Nenhum desafio que enfrentamos é muito grande para Ele. Nunca estaremos numa situação da qual Ele não possa nos livrar. Não há problema impossível para Deus. Por meio de Jesus, podemos ser vencedores. Sua graça é suficiente em todas as circunstâncias da vida. Esse é um motivo para nos alegrarmos hoje, amanhã e sempre. n

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TROCA DE IDEIAS

Cartas G. F. Jones e a Lição da História

Escrevo a respeito de G. F. Jones, citado por Carol Tasker no artigo “As Sementes e os Princípios do Reino” (AW-agosto). Pode ser interessante para os leitores da Adventist World saber que antes da ida de Jones e esposa para as Ilhas Salomão, em 1914, chegaram primeiramente a Cingapura, no dia 28 de outubro de 1904, em um navio vindo de Sydney, e foram pioneiros da obra naquele país. Mais tarde, trabalharam também em Java, Sumatra, Bornéu e nos Estados Federados Malaios. Após a organização da Divisão Asiática em 1909, a Associação Geral (AG) incorporou Cingapura e os Estados Malaios a ela. Em 1910, a União Australiana fez um pedido à AG para reintegrá-los em seu território, porém,

Oraçãow

não foi atendida. Assim, ficou oficializado o desligamento entre a Austrália e o campo da Malásia. Dois dos primeiros conversos no Japão foram C. M. Lee e esposa. Em 1957, o casal doou à Associação Geral uma igreja moderna, com mais de 2.800 metros quadrados de terreno na Thomson Road, para uso da congregação chinesa. De 1936 até o fim do século passado, Cingapura foi a sede da Divisão do Extremo Oriente e ainda é a sede da União do Sudoeste Asiático. Wu Chook Ying G rand Terrace, Califórnia, Estados Unidos Onde está o Equilíbrio?

Congratulo-me com os doutores Allan R. Handysides e Peter N. Landless quando observam que deve haver equilíbrio na questão do vegetarianismo (veja “Vegetariano ou Ovolactovegetariano?”, AW-agosto). É lamentável ver ovolactovegetarianos serem difamados porque usam leite, ovos, etc. Ellen White nunca impôs essa condição estritamente “vegana” em suas obras literárias. Desejo ver a causa da alimentação saudável ganhando maior aceitação. Infelizmente, a falta de equilíbrio às vezes atrapalha. Eric Witter Auburn, Georgia, Estados Unidos

Mais Forte do que a Morte

Fiquei muito emocionado quando li o artigo de Sylvia Renz, “Mais Forte que a Morte” (AW-julho). Eu estava em um ônibus e não consegui conter as lágrimas quando me coloquei no lugar da pessoa que relatou a história. E se isso acontecesse com meu filho de 6 anos, o que eu faria? É muito triste – a dor pela partida de um ente querido é quase insuportável – mas, um dia, isso vai mudar! Que Deus console a todas as pessoas que enfrentam situações semelhantes. Enquanto estivermos neste mundo, estamos sujeitos a tais infortúnios. Porém, temos a fiel promessa de nosso Salvador Jesus Cristo de que Ele voltará e nos levará para o Céu, onde nunca mais haverá morte. Gerson de Souza Andrade Resende, Rio de Janeiro, Brasil Mapas da Vida

Sou leitor ávido e admirador da revista Adventist World. Quero expressar minha apreciação pelo artigo de capa da edição de julho, “Mapas da Vida”, de Gerald A. Klingbeil. Foi uma inspiração para mim. Continue esse maravilhoso trabalho! Paulo R. Melito Rio Claro, São Paulo, Brasil

GRATIDÃO

Agradeço a Deus por ter sustentado meus três filhos, uma filha e a mim, por mais de um ano, mesmo eu não tendo renda fixa. Oro para que eu continue a confiar em Sua providência. Ele é fiel, justo e, acima de tudo, amoroso. Elizabeth, Quênia

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Enviei um pedido de oração para que conseguisse pagar minha escola, e assim, me formar. Deus respondeu as orações! Consegui me formar e agora estou aguardando um emprego. Muito obrigado a todos que oraram por mim. Mutinta, por e-mail

Peço orações em favor da minha mãe que sente muita dor em ambos os braços. Suplico a Deus que não venha a ser um câncer, e que ela seja curada. Nad, Filipinas Solicito oração em favor de uma amiga e de seu filho. Ele está tendo problemas de saúde e familiares. Unnur, Islândia


Que

Sou adventista e leitor da Adventist World. Quero que saibam o quanto sou abençoado sempre que leio suas páginas, e mais ainda quando sou informado do excelente trabalho missionário que o povo do Senhor tem realizado. A Adventist World me eleva, inspira e motiva a pregar e fazer o bem, seguindo o exemplo de Cristo. Seria possível receber as edições anteriores para ler e compartilhar com outros amigos? Muito obrigado. Deus abençoe a equipe da AW pelo excelente serviço que está prestando. Leakey Rosasi Nakuru, Quênia

Lugar é

Esse?

RESPOSTA: No rol do berço da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Spencerville, Maryland, Estados Unidos, a professora Jane Morrison mostra o conteúdo de sua bolsa às crianças.

Adventist World

fOTO :

A Adventist World é produzida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e está disponível através dos Campos, instituições e de nossas editoras. Estamos, também, na Internet, na página www.adventistworld. org. Somos agradecidos pela revista estar suprindo essa necessidade. – Os Editores Como enviar as Cartas: Por favor envie para letters@ adventistworld.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque, também, seu nome, a cidade, o estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

I ta l o

O s o r i o

Reavivados por Sua Palavra Uma Jornada de Descobertas através da Bíblia Deus nos fala por meio de Sua Palavra. Junte-se a outros membros em mais de 180 países que estão lendo um capítulo da Bíblia todos os dias. Para baixar o Guia de Leitura da Bíblia, visite: www.reavivadosporsuapalavra.org, ou inscreva-se para receber diariamente o capítulo por e-mail. Para fazer parte desta iniciativa, comece por aqui: 1 de dezembro de 2013 • Salmo 116

Louvo a Deus pela família e dois garotos, e peço que ore por nós. Amos, Haiti Meu esposo e eu somos fiéis adventistas. Porém, temos sido hostilizados e desprezados pelos membros da minha família desde que nos casamos, há quatro anos. Eles e um parente do meu

esposo moram em nossa propriedade, mas não são agradecidos. Miraculosamente me recuperei após ingerir algo venenoso [...] Precisamos de suas orações. Por favor, peça a Deus que nos dê a vitória e ajude os que estão enredados no pecado a se libertarem. Lyuba, Bulgária

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@ adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax, para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

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TROCA DE IDEIAS

125Anos

Médico, mensageiro e defensor da liberdade religiosa, Jean Nussbaum nasceu no dia 24 de novembro de 1888, em La Chaux-de-Fonds, Suíça. Na infância, era obrigado a frequentar a escola seis dias por semana. Berthe, sua mãe, lavava roupas a fim de conseguir recursos para pagar a multa da ausência do filho na escola aos sábados. Toda segunda-feira, o professor mandava Jean explicar aos colegas de classe por que suas crenças não permitiam que ele fosse às aulas no sábado. Ele trabalhou como médico em Belgrado, onde se envolveu nas questões de liberdade religiosa. Após a mudança para a Itália, com Milanka, sua esposa, Nussbaum foi convidado a participar de uma reunião da Liga das Nações, em Genebra, na qual seria discutida a proposta de um novo calendário (“O Calendário do 13º Mês ”). Ele seria o tradutor para Charles S. Songracre, Authur S. Maxwell e Roy S. Anderson, que não falavam francês. Como resultado dessas reuniões, Nussbaum conheceu o cardeal católico Pacelli, e continuaram amigos mesmo após o cardeal se tornar o papa Pio XII. Após a Segunda Guerra Mundial, Nussbaum morou em Paris. Nessa cidade, foi presidente da Sociedade Antitabagismo, do Instituto Curie e locutor da Rádio Monte Carlo. Viajou extensamente pelos países ligados à ONU, apoiando a causa da liberdade religiosa.

Seja um uper-homem/mulher!

S

Evite dor nas costas, tentando um exercício simples: Deite de bruços, com os braços estendidos para cima. Ao mesmo tempo, levante os braços e pernas uns 25 centímetros do chão. Segure-os em cima por 10 segundos. Faça três repetições, três vezes por semana.

Fonte: Men’s Health.

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Triguilho Quer uma alternativa nutritiva e saborosa para o arroz branco? Tente o triguilho. Uma xícara oferece 14 vezes mais fibras, 30% mais proteína, três vezes mais magnésio e o dobro de potássio. Prepare da mesma maneira que se prepara o arroz.

Siga os

Líderes

Manter o registro dos membros da Igreja em quase todos os países da Terra é um grande desafio. Mas seguir os líderes, evangelistas e administradores em suas viagens para ajudar a obra avançar nas várias partes do mundo, ficou um pouco mais fácil. O site www.journeys.adventist review.org é uma página interativa da Web, que permite aos interessados acompanhar seus líderes e ler os relatórios de suas viagens. Ao fazê-lo, não deixe também de orar pela segurança deles e pelos irmãos aos quais estão indo servir.


Não

Devore Sua Comida

Muitos peixes engolem seu alimento em apenas 30 milésimos de segundo, rápido demais para ser visto a olho nu. Câmaras de alta velocidade captaram garoupas gigantes sugando suas presas na água, a mais de 80 quilômetros por hora. Fonte: National Geographic.

Testemunho em -segundos Conheci a Igreja Adventista em Praia, Cabo Verde, um dia antes do início da campanha ShareHim. Quando fui apresentado como orador, o sorriso que expressaram era toda a motivação de que eu necessitava. Mais de 200 pessoas compareceram à primeira reunião. À medida que a série ia avançando os interessados convidavam seus amigos. Logo, o campo de futebol onde nos reuníamos ficou lotado, com pessoas sentadas tanto nos muros como no chão. No fim de uma reunião, um homem foi à frente. O odor de álcool exalava dele. Ele me abraçou falando em crioulo, a língua nativa. Chamei um pastor local para me ajudar a compreender o que aquele homem estava dizendo. Seu nome era Lamp. Quando preguei sobre a liberdade que só Jesus pode oferecer, suas palavras foram: “Por favor, me ajude! Eu quero me libertar do álcool!” “Não se preocupe com seu problema”, respondi-lhe. “Confie em Jesus. Ele pode mudar sua vida, e Ele vai mudar”. Lamp não perdeu mais nenhuma reunião. Todos os dias, cumprimentava-me dizendo: “Pedi a Jesus e hoje não bebi!” Pela graça de Deus, Lamp estava entre as 27 pessoas batizadas. Quando veio para as conferências, Lamp não tinha amigos e ninguém que se importasse com ele. Mas quando conheceu Jesus, ganhou amigos entre os membros da igreja e Jesus, o amigo mais importante de todos. – F ilipe Reis, colportor evangelista da União Portuguesa, Lisboa, Portugal. h i c e A l i

“Eis que cedo venho…”

Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático. Editor Administrativo e Editor Chefe Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal.  Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Kenneth Osborn; Guimo Sung; Chun, Pyung Duk, Han, Suk Hee Editores em Silver Spring, Maryland, EUA Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coreia do Sul Chun, Pyung Duk; Chun, Jung Kwon; Park, Jae Man Editor On-line Carlos Medley Gerente de Operações Merle Poirier Colaborador Mark A. Finley Conselheiro E. Edward Zinke Administrador Financeiro Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Comissão Administrativa Jairyong Lee, chair; Bill Knott, secretary; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Kenneth Osborn, Juan Prestol, Claude Richli, Akeri Suzuki, Ex-officio: Robert Lemon, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti Consultores Ted N. C. Wilson, Robert E. Lemon, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Lowell C. Cooper, Daniel R. Jackson, Geoffrey Mbwana, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Blasious M. Ruguri, Benjamin D. Schoun, Ella S. Simmons, Alberto C. Gulfan Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

V. 9, Nº 11

d a n M a

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*Durante os últimos 5 anos, La Celia A. Prince tem sido a embaixadora mais jovem em Washington, D.C., representando São Vicente e Granadinas (Antilhas, América Central). Ela também é credenciada como embaixadora junto à Organização dos Estados Americanos.

Todos os meses Adventist World Chega a essas mãos diplomáticas Sua Excelência La Celia A. Prince* lê a

Uma Família Mundial! Adventist World.

Adventist World para se manter em contato com a família adventista ao redor do mundo. Você também pode ficar em sintonia com essa família. Se a Adventist World não estiver sendo distribuída regularmente em sua igreja, entre em contato com o Departamento de Comunicação ou com a CPB.


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