AW portuguese 2013-1001

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cerca de 0,01 membro para cada 10 mil habitantes. Por outro lado, o Zimbábue tem o elevado índice de 473 membros para cada 10 mil habitantes. Na América do Norte, há 32 adventistas para cada 10 mil habitantes, índice relativamente alto para um país desenvolvido. Em contraste, a União Britânica da IASD tem 4,5 e a Itália 1,4 para cada 10 mil habitantes. Esses números da Europa Ocidental são próximos a alguns nos campos mais difíceis da Ásia. A média em países budistas modernos, como a Tailândia e Taiwan é de cerca de 2 para cada 10 mil, e o Japão secular tem 1,2 para cada 10 mil

ao evangelho habitantes. Um fator importante que ajuda a compreender a razão para essa grande divergência é o “princípio-chave da receptividade”. Receptividade – Um Fator Importante

Muitos exemplos nas Escrituras e vida cotidiana ilustram que a receptividade de um indivíduo ou país ao evangelho é grandemente afetada pela quantidade de mudanças e dificuldades que enfrenta. A prisão de Manassés (2Cr 33:10-13), a lepra de Naamã (2 Rs 5) e a mensagem de julgamento contra Nínive (Jonas 3) atraíram vidas para o poder de cura do evangelho. Mudanças negativas como perda de emprego, divórcio, morte, mudança, desastres naturais, etc., tendem a aumentar a receptividade ao evangelho, pois oferecem respostas para quem tem sido desafiado até o cerne. Ellen White declara no livro O Desejado de Todas as Nações, que essa abertura ao evangelho pode ocorrer com uma pessoa (o apóstolo João estava “mais receptivo”)2 ou em uma área geográfica – o povo da Galileia estava mais aberto à recepção da verdade”3. Stan Guthrie sugere que “países que enfrentam instabilidade política e desastres naturais estão particularmente maduros,

especialmente quando os cristãos combinam o ministério de ajuda prática e de desenvolvimento com palavras de testemunho”.4 Em outras palavras, o que deve influenciar o planejamento estratégico da igreja é estar pronta para socorrer de maneira abrangente áreas específicas que estejam enfrentando crise. Receptividade, Riqueza e Comunidade

E o que dizer das áreas no mundo onde a maioria da população tem sido assolada por crises prolongadas? No livro The Fat Lady and the Kingdom [A Dama Obesa e o Reino], George Knight tenta compreender a prosperidade e seu efeito na missão da igreja. Knight cita John Wesley para mostrar o padrão de crescimento, institucionalização e decadência: “Sempre que as riquezas aumentaram, a essência da religião diminuiu na mesma proporção. Portanto, não vejo como seja possível, pela natureza das coisas, qualquer reavivamento da religião verdadeira ser mantido por muito tempo. Embora a religião deva estimular tanto o trabalho como a frugalidade, esses não têm como evitar o fato de que produzem riquezas. Com o aumento das riquezas, entretanto, haverá orgulho [...] e amor pelo mundo em todas as suas formas [...] Assim, embora a forma de religião permaneça, o espírito está desaparecendo rapidamente.”5 A prosperidade também tende a aumentar a privacidade particular e decrescer o componente de comunidade ou a amizade oikos dentro da igreja. No estudo sobre pequenos grupos na América do Norte, Robert Wuthnow descobriu que quando as pessoas se reúnem, estão buscando amizade e comunidade. “Comunidade é o que as pessoas dizem estar procurando quando vão a um pequeno grupo. No entanto, o tipo de comunidade que elas criam é um tanto diferente das comunidades nas quais as pessoas viviam no passado. Essas comunidades estão mais preocupadas com o estado emocional de cada indivíduo”.6 Devido à escassez de espaço e locais de convivência apinhados nos países em desenvolvimento, as pessoas têm

oportunidade de ficar mais próximas, tanto física como socialmente. Essas sociedades são mais parecidas com o ideal de comunidade do Novo Testamento e as igrejas formadas por essas culturas têm maior capacidade de crescimento devido às oportunidades naturais de relacionamentos construídas no tecido social. Vejamos como tais princípios de receptividade funcionam em áreas e países específicos marcados pela baixa, média e alta porcentagem per capita de adventistas. Países/Regiões com Baixo Índice de Adventistas

Turquia, Indonésia e países das Divisões Euro-Asiática e Sul-Asiática Os muçulmanos estão entre os grupos religiosos mais difíceis de evangelizar. Mesmo assim, o princípio da receptividade está ajudando a espalhar a mensagem do evangelho. A Turquia e a Indonésia, que são países mulçumanos, podem servir de exemplo. Considere a Turquia, país pró-ocidente e secular, que tem apenas 77 adventistas em todo o seu território, e a Indonésia com 8,2 adventistas para cada dez mil habitantes. Não há dúvida de que as restrições à obra cristã na Turquia e em muitos outros países muçulmanos sejam o maior motivo do crescimento ser tão lento. De certa maneira, pode-se também usar o argumento de que a relativa riqueza nos países do Oriente Médio os tem fechado à influência e ideias estrangeiras. Por outro lado, o padrão de vida na Indonésia é bem mais baixo do que na Turquia e em outros países do Oriente Médio. A despeito de ser o maior país muçulmano do mundo, a Igreja Adventista tem um trabalho muito sólido ali, especialmente entre os povos Batak, Manadonese e Timor. A Divisão Euro-Asiática, composta na maior parte pela ex-União Soviética, tem 5 adventistas para cada 10 mil habitantes. Organizada em 1990, logo após a queda do comunismo, esse é um campo relativamente novo. A igreja entrou ali com força após a queda da cortina de ferro, devido à melhor receptividade na ocasião. Recentemente, a Rússia tem se

Janeiro 2013 | Adventist World

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