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Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Ja n e i ro 2 01 6

esus J tudo é

10

A justiça de Deus

para mim

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A jornada da graça

24

Amor que

transforma vidas


Ja ne iro 2016

Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Jesus tudo é

A R T I G O

16

Ja ne iro 2016

D E

C A P A

Jesus é tudo para mim

A história da salvação começa e termina com Jesus.

para mim

14 A jornada da graça H E R A N Ç A

A D V E N T I S T A

Gluder Quispe

Como a igreja tem crescido em sua compreensão do evangelho.

21 Fascinado com Cristo E S P E C I A L

10

A justiça de Deus

14

A jornada da graça

24

Lael Ceasar entrevista Shawn Brace e Bogdan Scur sobre as implicações de Cristo, justiça nossa.

Amor que

transforma vidas

8 Cristo, justiça nossa V I S Ã O

M U N D I A L

24 Amor que transforma vidas T E S T E M U N H O

Ted N. C. Wilson

Um presente tão generoso, vem amarrado com apenas um fio.

10 A justiça de Deus D E V O C I O N A L

Cheyenne Francis

A longa e, às vezes, tortuosa jornada para conhecer a aceitação de Deus.

William G. Johnsson

É mais fácil e mais simples do que a maioria de nós imagina.

Evangelizar O mundo

SEÇÕES

Cristo, justiça nossa

3 N O T Í C I A S

DO

MUNDO

PERGUNTAS

7 S A Ú D E N O M U N D O Saúde do sangue 13 E S P Í R I T O

26 R E S P O S T A S

DE

A BÍBLICAS

A glória do Senhor

27 E S T U D O B Í B L I C O Abraão arriscou tudo

PROFECIA

Cristo, justiça nossa

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TROCA

DE

IDEIAS

Nos próximos cinco anos, a Adventist World publicará artigos relacionados com as três ênfases adotadas pela Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial: Cristo, justiça nossa; Fidelidade e Envolvimento total dos membros. Esse logotipo, que aparecerá de vez em quando, enfatiza nosso desejo de compartilhar a mensagem e de evangelizar o mundo para Cristo.

www.adventistworld.org On-line: disponível em 10 idiomas Tradução: Sonete Magalhães Costa

Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. v. 12, nº- 1, Janeiro de 2016.

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Adventist World | Janeiro 2016

F O T O

D A

C A PA :

A n j a

O s e n b e r g


Previsão cumprida

1 Ellen

G. White, “Be Zealous and Repent,” Review and Herald, December 23, 1890

Not í cias do M u n do Andrew McChesney

Hospital Milagre é inaugurado em

Hong Kong Nascimentos na China apoiam expansão de 219 milhões de dólares

f O T O S : T W A H

“Um interesse prevalecerá, um assunto absorverá todos os outros, – Cristo, justiça nossa […]”1 Por mais que apreciemos usá-lo, provavelmente o termo “profecia autorrealizável” não exista. As circunstâncias rotuladas com essa frase, muitas vezes são as que deveriam ser intituladas mais adequadamente de “o poder de uma ideia que surgiu no tempo certo”. O dom de profecia de Deus invade a experiência e história humanas, no entanto, convida e, às vezes, até requer a participação humana. O profeta ouve e aceita o chamado de Deus para sua vida: ele responde fielmente, e a mensagem de Deus é pregada e ensinada. Os ouvintes reconhecem a fonte divina das palavras proclamadas, e cooperam ajudando a estabelecer os reavivamentos e reformas que mudam o curso de nações, reformam instituições e anunciam o evangelho em lugares em que nunca foi ouvido – tudo como predito na profecia. Há cento e vinte cinco anos, a mensageira de Deus para esse movimento, Ellen White, predisse apaixonadamente o tema que dominaria a conversa do remanescente de Deus no tempo do fim. Embora Deus sempre tenha tido entre nós testemunhas que mantiveram alta a luz cujo brilho vem da cruz, não há dúvida de que as últimas décadas de nossa história como um povo, foram marcadas por uma crescente luz sobre a justiça de Cristo. Dos púlpitos, em nossas campanhas evangelísticas, e também nas conversas e correspondências pessoais, um interesse começou a prevalecer: a total suficiência de Jesus, que frequentemente Ellen White chamou de “a beleza de Jesus”. Sua igreja fez desse tema sua principal ênfase para os próximos cinco anos. Portanto, esta edição da Adventist World está destacando em especial o assunto que “absorverá todos os outros”. Leia com o coração aberto. Mais uma vez, espere o melhor ao acompanhar a melhor notícia jamais contada.

Esquerda: ANTIGO E NOVO: O prédio original de cinco andares do Hospital Adventista permanece em frente ao novo prédio de 25 andares. Direita: INAUGURAÇÃO OFICIAL: Líderes do hospital, igreja e do governo comparecem à inauguração do novo prédio do Hospital Adventista de Hong Kong, Tsuen Wan.

N

o topo de uma colina em Hong Kong está o prédio do hospital, recémconstruído, com 25 andares, ao qual os líderes da Igreja Adventista do Sétimo Dia chamam de nada menos do que um milagre. O prédio de 219 milhões de dólares expandirá significativamente os serviços de saúde adventista na megacidade secular, onde a igreja descobriu que a maneira mais efetiva de falar do amor de Jesus é através da obra curadora dos seus dois hospitais locais. “Deus trouxe as pessoas certas para as funções certas, no tempo certo, para ter certeza de que esse projeto fosse bem-sucedido”, disse Robert Folkenberg Jr., diretor dos dois hospitais e presidente da União Missão Chinesa da Igreja Adventista. O novo prédio é uma expansão do Hospital Adventista de Hong Kong, Tsuen Wan, que está situado em prédio vizinho, de cinco andares, desde sua inauguração pelo proeminente médico adventista, Harry Miller, em 1964. O hospital, cujo início foi difícil, desenvolveu-se na última década, especialmente por um período de sete anos, no qual o governo de Hong Kong permitiu que as mães da China continental viessem ter seus filhos

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Not í cias do M u n do em Hong Kong. “Isso abriu as portas, permitindo que as enfermarias da maternidade em nossos hospitais ficassem totalmente lotadas, ajudando milhares de famílias da China e, ao mesmo tempo, permitindo a entrada de recursos mais do que necessários para construir essa grande expansão”, disse Folkenberg. Os recursos provenientes dos serviços para outros pacientes e de doações também contribuíram com grande parte do valor do prédio – 1,7 bilhões de dólares de Hong Kong. Um quarto do custo foi coberto por um empréstimo bancário. O Hospital Adventista de Hong Kong, Tsen Wan, é o único hospital particular servindo um distrito com 1,5 milhão de pessoas. A expansão permitirá o atendimento de mil pacientes externos por dia, em vez dos 300 a 400 atendidos antes. O número de leitos aumentará de 120 para 470, e 20% dos leitos serão separados para pacientes com baixa renda, encaminhados pelos hospitais públicos. A mais alta autoridade em saúde de Hong Kong, Ko Wing-man, elogiou a expansão do hospital como um modo de oferecer maior qualidade no cuidado da saúde em uma cidade que necessita de mais hospitais particulares. “Hong Kong está enfrentando um desafio sem precedentes em relação ao nosso sistema de saúde”, disse ele aos 400 convidados reunidos na área do jardim, no sexto andar do novo prédio, para a cerimônia de inauguração, no mês de novembro. “Estamos enfrentando um envelhecimento rápido da nossa população […] e uma elevação na expectativa das pessoas em relação à qualidade dos serviços médicos.” O objetivo do hospital é mais do que tratar doenças. Seu principal objetivo é a medicina preventiva, ajudando as pessoas a viver saudavelmente, melhorando a dieta, descansando e se exercitando. Os oradores da cerimônia de inauguração destacaram as estatísticas de saúde

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pública que mostram que a maioria das doenças são causadas por doenças não transmissíveis, relacionadas com o estilo de vida não saudável. “Precisamos fazer mais, e esse é apenas um passo nessa direção”, disse Ella Simmons, vice-presidente geral da Igreja Adventista mundial. “É gratificante notar que essa grande iniciativa inclui instalações com tecnologia de ponta para diagnóstico e tratamento de doenças, mas que também proporciona um ambiente que promove a saúde”, disse Peter N. Landless, diretor do Departamento de Saúde da Igreja Adventista mundial. A construção de 56.412 metros quadrados do prédio do hospital teve início em 2011, e está programada para ser concluída em 2016. Além das enfermarias, o prédio dispõe de dez salas

cirúrgicas, quatro salas para endoscopia e um jardim a céu aberto, onde foi realizada a cerimônia de inauguração. Folkenberg disse que o hospital recém-expandido, brilhará como uma tocha do amor curador de Cristo em uma metrópole lotada, conhecida por seus prédios com mais de 35 metros e mais arranha-céus com mais de 150 metros de altura, que em qualquer outra cidade no mundo. O novo prédio do hospital mede 110 metros de altura. “No meio da cidade com o maior número de arranha-céus do mundo, no centro de uma megacidade materialista, urbana e secular, continuamos a oferecer um excelente ministério cristão de cura, para essa população não cristã”, disse Folkenberg. “Como diz nosso lema: nós existimos ‘para expandir o ministério de cura de Jesus’.” n

Andrew McChesney

Norte da Ásia

busca 1 milhão de membros Jairyong Lee, líder da Divisão revela iniciativa ambiciosa.

A

Divisão do Pacífico NorteAsiático da Igreja Adventista do Sétimo Dia lançou iniciativa ambiciosa para aumentar o número de membros do seu território em pelo menos um milhão, durante os próximos cinco anos. A iniciativa, apresentada na sede da Divisão, próximo a Seul, Coreia do Sul, surgiu quando as treze Divisões da Igreja Adventista e outras entidades reunidas para as reuniões de fim de ano, apresentaram seu plano de cinco anos

para espalhar a notícia do breve retorno de Jesus. O alvo da Divisão do Pacífico Norte-Asiático é formidável para seu território com 1,6 bilhão de habitantes, fazendo dele o maior da igreja em termos de população, mas um entre os menos alcançados pelo evangelho, e onde apenas 3% se identificam cristãos. Os outros 97% são budistas, xintoístas, muçulmanos, xamãs e ateus. “Ao iniciarmos outro quinquênio, não devemos simplesmente continuar


Japo n e s a U n i ã o

CRESCIMENTO CONSTANTE: Novo membro é batizado pelo pastor Masuya Yasui (direita) nas reuniões campais, em Fujikawaguchiko, Japão, em 2013. com o que já fizemos no passado”, disse Jairyoung Lee, presidente da divisão, ao revelar a iniciativa. A visão da Divisão é alcançar um milhão até 2020. “Precisamos de um novo começo com um compromisso renovado e sem precedentes de dedicação à missão da igreja.” Hoje, no território da Divisão do Pacífico Norte-Asiático da Igreja Adventista há 702.081 membros, espalhados pela China, Japão, Mongólia, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Taiwan, segundo as estatísticas da Divisão. Nos últimos cinco anos, a Divisão recebeu 77.841 novos membros e cem novas congregações. Em contraste, a Igreja Adventista mundial está crescendo uma média de um milhão de novos membros ao ano e alcançou os 18,7 milhões de membros, em julho. Três Divisões do mundo – Interamericana, Sul-Africana Oceano Índico e a Centro-Oeste Africana – já atingiram os 3 milhões de membros em seus territórios. Para alcançar esse alvo, a Divisão do Pacífico Norte-Asiático planeja alinhar seus esforços evangelísticos com iniciativas promovidas pela igreja mundial,

incluindo a Missão para as Cidades, Ministério de Saúde Abrangente e o Envolvimento Total dos Membros, que prepara e envia missionários para o próprio país; o Movimento Missionário 1000 e Movimentos Pioneiros da Missão, que envia missionários para outros países. Outras Divisões apresentaram planos semelhantes em suas reuniões de fim do ano. Daniel R. Jackson, presidente da Divisão Norte-Americana, anunciou onze alvos para os próximos cinco anos, inclusive o de abrir mil novas congregações e o envolvimento de cada um dos 1,2 milhão de membros do seu território, no preparo de suas comunidades para o retorno de Jesus. Os líderes da Divisão Interamericana disseram que suas congregações estão se esforçando mais para alcançar os ex-membros, graças a uma auditoria

no número de membros que retirou 690 mil nomes dos livros da igreja. Na Coreia do Sul, Lee advertiu que o tempo para compartilhar a mensagem do advento está terminando. “Ainda temos muitas oportunidades de missão em nosso território. Entretanto, as oportunidades não vão permanecer para sempre”, disse Lee. “Em um futuro bem próximo, o evangelismo vai se tornar cada vez mais desafiador. À medida que o tempo passa, as pessoas estão se tornando mais humanistas, materialistas e egocêntricas. Cada vez mais se preocupam em sobreviver em uma sociedade altamente competitiva.” Citando Jesus, ele disse: “Enquanto é dia, precisamos realizar a obra dAquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9:4). n

Andrew McChesney

Não fala inglês?

Mesmo assim vamos ter culto Igrejas da Coreia do Sul adaptam sua cultura e crescem

Q

uão longe você iria para trazer membros para sua igreja? Os oito membros de uma igreja em dificuldade na Coreia do Sul tomaram uma decisão drástica, realizando os cultos apenas em inglês, mesmo que ninguém falasse a língua. Para sua alegria, a igreja recebeu 38 pessoas no sábado seguinte e, desde então, a frequência permaneceu forte. “Em apenas uma semana, a diferença foi enorme”, disse Kwon JohngHaeng, pastor e plantador de igreja há muito

tempo, autor da ideia de que a igreja Pangsung adotasse os cultos em inglês. A história começou numa sexta-feira quando o novo pastor de meio período da igreja de Pangsung, Kim Soongi, telefonou para o escritório de Kwon, na sede da Divisão do Pacífico NorteAsiático, próximo a Seul. Após conversa breve, Kwon soube que a igreja aberta há 20 anos, estava situada a apenas cinco minutos a pé do Campo Humphreys, uma base do Exército Americano, que em 2016, irá se tornar a maior da Ásia

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Not í cias do M u n do

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Falando a língua dos migrantes

Kwon, que já serviu a Divisão como diretor da Missão Adventista e Mordomia, disse que adotar um idioma estrangeiro é um conceito que tem visto funcionar bem em muitas igrejas durante os 13 anos em que está plantando igrejas na Ásia, onde há grandes comunidades de migrantes de vários países. Ele disse que só na Coreia do Sul há 1,7 milhão de trabalhadores migrantes, a maioria nas cidades, e que já ajudou a abrir igrejas cambojanas, indianas e filipinas para suprir a necessidade deles. Agora, a igreja Pangsung ora para que o número de membros continue crescendo à medida que a notícia dos cultos em inglês se espalhe e que o último dos 28.500 soldados americanos seja transferido para Camp Humphreys. A Associação Centro Ocidental da Igreja Adventista votou recentemente mudar o nome da igreja Pangsung para Igreja Internacional Pyeongtaek. n

Joh n g H a e n g

Kown chamou da África do Sul, um professor de inglês, o coreano Moe Zonke, contando com sua ajuda para transformar Pangsung em uma igreja internacional. A igreja também postou no Facebook a novidade sobre os cultos em inglês. No sábado, cinco soldados americanos e treze membros da família compareceram ao culto. Um deles, Candice Roelofs, disse à congregação que por

2015, disse ter visto igrejas crescerem de 150 para 300 membros e mais, após mudarem a cultura. “Ao trocar a cultura de uma igreja local, as igrejas podem crescer e fazer coisas diferentes”, disse ele.

K wo n

Novas ideias e direcionamento

dois anos havia procurado inutilmente, uma igreja onde falassem inglês. “Eu estava procurando uma igreja como esta”, disse ela. “Estou muito feliz.” Os membros da igreja também estavam emocionados, disse Kwon. A assistência não apenas triplicou, mas também conseguiram entender o culto. Um membro da equipe de apoio da base, que tinha sido pastor adventista falava bem o coreano. Ele fazia a tradução simultânea do fundo da igreja. “Deus, por meio de Sua providência, permitiu que os membros aproveitassem o fato de a igreja Pangsung estar próxima a uma grande base americana”, disse Yutaka Inada, recentemente eleito secretário da Divisão do Pacífico Norte-Asiático. “Outras igrejas em dificuldade vão ter que orar fervorosamente para encontrar maneiras criativas e alcançar suas comunidades”, ele disse. E acrescentou que o número de membros das igrejas nas áreas rurais da Divisão, que abrange a China, Japão, Mongólia, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Taiwan, tende a diminuir e nas igrejas das cidades tende a subir. David Ripley, secretário da Associação Ministerial da divisão de 2011 a

f O T O S :

quando terminar a transferência das tropas de outras partes da Coreia. Kwon participou dos cultos da igreja no dia seguinte e convidou os oito membros e as três crianças pequenas para uma reunião especial, em seguida. “Vocês fizeram de tudo por 20 anos, mas a igreja não está crescendo”, disse ele. “Vocês já tiveram um pastor em tempo integral, mas não têm mais. Por que não mudam sua visão de alcançar apenas coreanos locais? Nós temos uma base militar americana a cinco minutos de caminhada, onde deve haver membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia a quem podemos servir. ” Kwon, que relatou a reunião em entrevista em seu escritório na Divisão, disse que os membros ficaram entusiasmados com a proposta, mesmo após explicar que os cultos teriam que ser somente em inglês. Um dos membros, uma mulher que, com o esposo, havia ajudado a fundar a igreja duas décadas atrás, deu um abraço apertado em Kwon e em lágrimas expressou sua esperança de que a ideia funcionasse. Kwon disse que quando trabalhava com outras igrejas internacionais, descobriu que os cultos só em inglês tendiam a ser mais efetivos do que aqueles com tradução consecutiva, na qual a pessoa fala e aguarda para ser traduzida. Se for necessário intérprete, a tradução simultânea, com fones de ouvido, é melhor, disse ele. Os membros da igreja Pangsung decidiram começar os cultos em inglês já no sábado seguinte.

Esquerda: PRONTOS PARA O CULTO: O prédio onde a recém-renomeda Igreja Internacional Pyeongtaek se reúne, exibe na janela as letras “IASD”. Direita: CULTO BILÍNGUE: Candice Roelofs fala e, do banco, Kwon JohngHaeng grava. O intérprete pode ser visto no fundo da igreja.


S aúde

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Peter N. Landless e Allan R. Handysides

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Sangue

Tenho uma cirurgia de grande porte, embora não seja urgente, marcada para os próximos meses, e é provável que necessite de transfusão de sangue. Os adventistas do sétimo dia aprovam a transfusão de sangue? Não é perigosa?

O

s adventistas do sétimo dia são a favor da transfusão de sangue. Incentivamos nossos membros a doar sangue regularmente conforme sua possibilidade, porque o sangue pode salvar vidas. Os métodos modernos de exames tornaram as transfusões seguras e benéficas. Todas as intervenções apresentam certo risco, mas os benefícios das transfusões usadas apropriadamente compensam o risco. O sangue faz parte do sistema circulatório, que ajuda a levar oxigênio a todos os tecidos do corpo e retornar com o dióxido de carbono para os pulmões, e os resíduos para os rins. O sangue ajuda a regular a temperatura do corpo e também distribui os hormônios para os órgãos-alvo. Ele é formado por um líquido rico em proteínas chamado plasma, no qual estão suspensos os elementos celulares do sangue. Esses elementos são as células vermelhas, células brancas e plaquetas. O plasma também transporta as proteínas que defendem o corpo contra as infecções (anticorpos), vitaminas e outras proteínas que auxiliam na coagulação do sangue quando acontece um trauma. No sistema circulatório há aproximadamente 5,5 litros de sangue. Esse volume permanece constante para manter a pressão sanguínea em níveis adequados, chegando a todos os tecidos e células do corpo, garantindo funcionamento normal e o metabolismo de energia durante

todo o ciclo da vida do indivíduo. O corpo é muito sensível às mudanças do volume sanguíneo (principalmente as mudanças no plasma), que é afetado pela desidratação ou perda de sangue que pode acontecer decorrente de traumas ou cirurgias grandes. Os serviços de transfusão de sangue desenvolveram sistemas confiáveis de testar e armazenar o sangue, para que esteja disponível quando necessário. O sangue é dividido em vários grupos, consoante às substâncias especiais de hidratos de carbono que podem estar presentes nas células vermelhas. Os antígenos mais conhecidos são os A e B, e são herdados. Em termos gerais, os grupos sanguíneos são divididos em A, B, e O (grupo O: doador universal; grupo AB: receptor universal). Um subgrupo adicional importante é o grupo fator Rh (rhesus). Quando é solicitado sangue para um paciente específico, é enviada uma amostra do sangue para o banco de sangue, junto com o pedido, para conferir o tipo e o fator Rh, para prevenir as reações causadas por um tipo de sangue que não seja compatível devido aos antígenos variados. O sangue é examinado para prevenir a transmissão de doenças virais, especialmente a hepatite B, hepatite C e HIV. Se alguém esteve em uma área com malária, não deve doar sangue por certo período de tempo, determinado pelo serviço de

O corpo é muito sensível às mudanças do volume sanguíneo. transfusão, após deixar a área. Você deve perguntar ao seu cirurgião sobre a possibilidade de doar seu próprio sangue com antecedência, para seu próprio uso no dia da cirurgia, se necessária (transfusão autóloga). Fomos formados de um modo assombrosamente maravilhoso (Sl 139:14). Como cristãos, somos abençoados por saber que nossa saúde espiritual está coberta e garantida pelo sangue de Jesus Cristo, que foi vertido em nosso favor. n

Peter N. Landless, médico cardiologista

nuclear, é diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral.

Allan R. Handysides, médico ginecologista aposentado, é ex-diretor do Ministério da Saúde da Associação Geral. Janeiro 2016 | Adventist World

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V I S Ã O M U N D I A L

risto , C justiça nossa

Ted N. C. Wilson

E

stamos iniciando um novo ano. Este é um momento excelente para considerarmos um aspecto fundamental da salvação – Cristo e Sua justiça. Mateus registra uma fascinante parábola de Jesus envolvendo um casamento e o traje apropriado para casamento. Em Mateus 22, lemos que o rei preparou uma grande festa de casamento. Houve muita euforia enquanto o rei preparava essa celebração para seu filho. No verso 3 lemos que: “Enviou seus servos aos que tinham sido convidados para o banquete, dizendo-lhes que viessem.” Infelizmente, os que receberam o convite não estavam entusiasmados com a festa. Já imaginou um rei convidar as pessoas para um casamento, e ninguém comparecer? Devemos manter em mente que essa parábola tem uma lição para nós hoje – Jesus está nos chamando para a festa do Seu casamento. Nós iremos?

A recepção

Recepções são um desafio. Quem já preparou alguma, sabe. Nós fizemos duas recepções de casamento em nossa casa e uma na igreja. Sou muito grato porque as pessoas vieram à recepção do casamento de nossas filhas. Nessa parábola, porém, além dos convidados não comparecerem, não apreciaram o generoso convite do rei. Fizeram pouco caso e seguiram sua vida (ver Mt 22:5). Será que estamos tão ocupados com nossa vida hoje, a ponto de negligenciar o convite para participar da refeição mais importante servida por Deus? Rejeitando o Rei

Na parábola, os que receberam o convite de casamento prenderam os servos do rei, trataram-nos com crueldade e os mataram. Quando você sair como colaborador de Deus, esteja pre-

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Você está vestindo o traje certo para a festa do casamento? parado para ser rejeitado, atormentado, evitado, e talvez, até morto. A igreja cristã, no geral, e a Igreja Adventista do Sétimo Dia especificamente, já tiveram sua cota de mártires. Não tenhamos medo do futuro. Não tenha medo, a despeito do cumprimento profético e do que sabemos que irá acontecer. Temos a certeza da presença de Cristo até o tempo do fim (veja Mt 28:20). E qualquer pessoa que esteja atenta aos eventos atuais, saberá que a profecia está se cumprindo, exatamente como Deus previu. Não estamos vivendo em tempos normais. Na parábola, quando o rei ouviu sobre como seus servos haviam sido tratados, ficou furioso. Ele enviou seu exército, destruiu os assassinos e queimou sua cidade (ver Mt 22:7). Começando outra vez

O rei começou outra vez. Ele disse aos seus servos: “O banquete de casamento está pronto, mas os meus convidados não eram dignos. Vão às esquinas e convidem para o banquete todos os que vocês encontrarem”(v. 8, 9). Muita gente compareceu – pessoas boas e más – e a sala do banquete ficou cheia de convidados (v. 10). Hoje, enquanto a mensagem de Deus é proclamada, há pessoas que não estão alinhadas com a santa Palavra de Deus, mas que farão parte do povo

remanescente. Até o último momento haverá o bom e mau, o trigo e o joio. Mas haverá uma sacudidura – de fato – creio que a sacudidura já começou. O mundo se infliltrou na igreja de um modo tão incrível! Só há um modo de evitar que sejamos varridos pelas ideias errôneas com implicações culturais, ideias torcidas que nos empurram contra a Palavra de Deus. Só há um modo de não sermos sacudidos para fora; é ter total confiança na justiça de Cristo. É imperativo que recebamos o poder justificador de Cristo, Seu poder santificador, Seu poder de reavivar e restaurar. Reclame Suas promessas

A Bíblia está cheia de lindas promessas que mostram o que Jesus pode fazer e faz por nós quando aceitamos Suas vestes de justiça. “Aos que O receberam, aos que creram em Seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1:12). Filipenses 2:5 nos encoraja a ter a mesma atitude de Jesus Cristo. Apocalipse 3:18 relata exatamente quem nós somos e como estamos e qual o remédio para nosso terrível egocentrismo: “Compre de mim ouro refinado no fogo, e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar.”


Trajes apropriados

Retornando à parábola, vemos que o que acontece a seguir é, de fato, uma explicação fantástica do ministério de Cristo. No verso 11, lemos que quando o rei veio para ver os convidados, notou que um homem não estava usando rou-

Estamos muito ocupados para participar da refeição mais importante servida por Deus?

pas de casamento. “Amigo”, perguntou ele, “como você entrou aqui sem veste nupcial? O homem emudeceu” (v. 12). Esse pobre homem, embora tenha ganhado um terno perfeito, não quis usar. O rei não apenas convida estranhos – que somos você e eu – para o casamento do Seu Filho, mas também nos presenteia com a roupa para a festa. Quando Cristo oferece Seu manto de justiça, o caimento é perfeito, e serve em todos! Só precisamos aceitar e vestir. Análise mais profunda

O maravilhoso livro Parábolas de Jesus, analisa profundamente as parábolas de Cristo, iluminando ainda mais as muitas lições valiosas que encontramos nelas. Lemos ali, que as roupas de casamento representam “o caráter puro e imaculado, que os verdadeiros seguidores de Cristo possuirão”(p. 166). Por favor, atenção – não é o nosso caráter; é o caráter de Cristo. “A justiça

de Cristo e Seu caráter imaculado é, pela fé, comunicada a todos os que O aceitam como Salvador pessoal” (Ibid.). Realmente acreditamos nisso? Na página seguinte, lemos essa maravilhosa promessa: “Somente as vestes que Cristo proveu, podem habilitar-nos a aparecer na presença de Deus. Essas vestes de Sua própria justiça, Cristo dará a todos os que se arrependerem e crerem [...]. Esse vestido fiado nos teares do Céu não tem um fio de origem humana. Em Sua humanidade, Cristo formou caráter perfeito, e oferece-nos esse caráter. ‘Todas as nossas justiças’ são ‘como trapo da imundícia’ (Is 64:6) […]. Por Sua obediência perfeita tornou possível a todo homem obedecer aos mandamentos de Deus” (Ibid., p. 166, 167). Não caia na armadilha armada por pessoas que dizem: “Não é possível guardar os mandamentos; não é possível viver uma vida perfeita.” Que não podemos viver uma vida perfeita por nós mesmos, é verdade, é impossível! Mas quando temos o manto da justiça de Cristo sobre nós, parecemos perfeitos diante do Pai celestial. Acontece a santificação

E algo mais acontece. A santificação – que é a justiça de Cristo. “Ao nos sujeitarmos a Cristo, nosso coração se une ao Seu, nossa vontade imerge em Sua vontade, nosso espírito torna-se um com Seu espírito, nossos pensamentos serão levados cativos a Ele; vivemos Sua vida. Isso é o que significa estar trajado com as vestes de Sua justiça […]. Justiça é fazer o bem, e é pelos atos que todos serão julgados. Nosso caráter é revelado pelo que fazemos. As obras mostram se a fé é genuína (Parábolas de Jesus, p. 167). Mais adiante, lemos: “O homem que foi à ceia sem a veste de bodas representa a condição de muitos hoje em dia. Professam ser cristãos e reclamam as

bênçãos e privilégios do evangelho; […] Nunca sentiram verdadeiro arrependimento dos pecados. Não reconhecem a necessidade de Cristo, nem exercem fé nEle. Não venceram suas inclinações para a injustiça, herdadas e cultivadas. Contudo pensam ser bastante bons em si mesmos, e confiam em seus próprios méritos em vez de nos de Cristo. Como ouvintes da Palavra, vão ao banquete, mas não tomaram a veste da justiça de Cristo” (p. 168). Que os adventistas do sétimo dia nunca sejam conhececidos como o povo que confia em seus próprios méritos, mas que confia nos méritos de Cristo! “Nesta vida é que devemos trajar as vestes da justiça de Cristo. Esta é nossa única oportunidade de formar caráter para o lar que Cristo preparou para os que obedecem aos Seus mandamentos […] Acautelai-vos para que não sejais achados na ceia do rei sem vestes nupciais” (p. 171). Avançando

Enquanto avançamos, é seu desejo receber das mãos de Cristo Seu manto cobridor que o capacitará a ser um colaborador para o Céu? Para nos tornarmos seguidores de Cristo, é fundamental que aceitemos o maravilhoso presente do Seu manto que nos cobre e nos transforma à Sua imagem. Que cada um de nós estejamos tão cheios do poder do Espírito Santo que as pessoas digam: “Os adventistas do sétimo dia conhecem a Jesus. Ele vive em seu coração e eles são grandes proclamadores da justiça de Cristo.” n

Ted N. C. Wilson é pre-

sidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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A

William G. Johnsson

de

Deus

Simples, fácil e descomplicada

A

quele jovem sincero lutava dia e noite para ter paz com Deus. Torturava seu corpo, jejuava, orava, vasculhava seu cérebro para confessar todo e qualquer pecado já cometido. Nada funcionava. Após gastar horas em confissão, ele acordava no meio da noite com o terrível pensamento: E se houvesse cometido um pecado do qual não se lembrava, daqueles que ficam inconfessos e que o condenaria diante de um Deus irado? Essa alma em conflito era o monge Martinho Lutero. Sua busca de vida ou morte para encontrar justiça resultou na Reforma Protestante. Lutero tentou todos os caminhos para a paz oferecidos pela igreja do seu tempo, mas tudo foi em vão. No entanto, finalmente, ele encontrou na carta de Paulo aos Romanos o que ansiava desesperadamente. “Ponderei dia e noite”, ele escreveu, “até que encontrei a conexão entre a justiça de Deus e a declaração de que ‘o justo viverá pela fé’. Então entendi que a justiça de Deus é aquela equidade pela qual, por meio da graça e misericórdia absoluta, Deus nos justifica pela fé. Imediatamente me senti renascido e como se tivesse adentrado as portas do paraíso.”1 A descoberta libertadora de Lutero era uma ideia totalmente estranha ao pensamento humano daquela época. Não somos justificados por nosso esforço humano; ao contrário, Deus livremente nos atribui Sua justiça à medida que confiamos nEle. Não os nossos esforços, mas uma dádiva de Deus. Não devido às nossas boas obras, mas por meio da

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fé – a justiça de Deus é assim. A epístola aos Romanos ressoa com essa afirmação gloriosa. Apresenta a pura mensagem do evangelho, as boas-novas. “Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: ‘O justo viverá pela fé’”(Rm 1:17).2 “Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem” (Rm 3:21, 22). Os ensinos de Jesus

Muito antes de Lutero descobrir as boas-novas libertadoras da justificação pela fé, Jesus já havia enfatizado esse conceito. Ele não empregou argumentos fundamentados como Paulo, mas usou ilustrações e parábolas profundas e extremamente simples. A religião dos líderes na sociedade de Jesus havia construído uma teologia elaborada, centrada na lei. Havia 613 mandamentos no Pentateuco, aos quais acrescentaram várias tradições orais destinadas a estabelecer uma margem ao redor das 613 cláusulas. Assim, acrescentaram uma longa lista de regras ao simples mandamento do sábado, no decálogo, especificando que atividades eram ou não permitidas. Em relação ao ponto de vista religioso, Jesus Se confrontou categoricamente com os escribas e fariseus. No Sermão f O T O :

G e r d

A lt m a n


D evocional

do Monte Ele disse aos Seus ouvintes: “Pois Eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos Céus” (Mt 5:20). Discutindo com eles sobre as leis cerimoniais, Ele disse: “E disse-lhes: Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira de pôr de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecerem às suas tradições! (Mc 7:9). Jesus elevou o nível da justiça tão alto que todo o sistema de tentar agradar a Deus com atenção inescrupulosa às observâncias detalhadas ruíram sob seu próprio peso. Ele ensinou que, aos olhos de Deus, justificação é mais do que não cometer assassinato, adultério, e assim por diante: A justiça de Deus abrange até nossos pensamentos e motivos de modo que o ódio e o desejo nos torna transgressores da lei (ver Mt 5:21-47). Essa era a justiça de uma nova ordem, justiça além das realizações humanas, a justiça que os professores da religião judaica nunca tentaram aceitar. Era uma justiça tão exigente que os seres humanos nunca poderiam alcançar; uma justiça que somente Deus pode conceder. Muitas vezes as parábolas de Jesus surpreendem e até chocam os leitores. Elas funcionam de maneira inversa à do mundo. Nelas, alguém que trabalha uma hora apenas, recebe o mesmo pagamento de quem trabalhou o dia inteiro (Mt 20:1-16). Nelas, dois homens vão ao templo para orar, um é o fariseu que dedica toda sua vida à estrita observância da lei, o outro, um cobrador de impostos, alguém desprezado pelos outros porque serve aos interesses dos odiados senhores romanos e que enriquece por práticas inescrupulosas. Ao orar, o fariseu agradece ao Senhor por não ser como as outras pessoas, especialmente por não ser como o coletor de impostos, próximo a ele. Em contraste, o coletor de imposto simplesmente abaixa sua cabeça e diz: “Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador” (Lc 18:13). Surpresa! Deus aceitou a oração do coletor de impostos e não a do fariseu. Em outra parábola, Jesus fala acerca do rei que prepara um grande banquete. Envia o convite para uma lista de convidados, mas, por uma razão e outra, todos recusaram ir. Então o rei mandou seus servos saírem pelas ruas e becos e trazer todos os que encontrassem para a comemoração. Esses novos convidados são muito heterogêneos, mas o rei ofereceu uma roupa de casamento para cada um deles. Mais tarde, entretanto, ao cumprimentar os convidados, descobre um homem que não está usando as vestes nupciais. Ele ordena que aquela pessoa seja retirada da festa (Mt 22:1-14). A maneira de Jesus ensinar é diferente da de Paulo, mas a ideia é a mesma: nós não merecemos a justiça de Deus; ela é dada por Ele. Nossa parte é confiar e aceitar o Seu presente.

No Antigo Testamento

Alguns cristãos desenham uma linha distinta entre o Antigo e o Novo Testamento. Afirmam que o Antigo é a era das obras, e o Novo é a era da graça. Mas a justificação pela fé é como um fio dourado que vai do Gênesis ao Apocalipse. Lemos que “Abraão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça” (Gn 15:6). O apóstolo Paulo destaca essa passagem tanto em Romanos (4:1-4) e Gálatas (3:6-9). Jeremias chama Yahweh “Senhor, Justiça Nossa” (Jr 23:6, ARA)3 um nome maravilhoso que dá esperança a pecadores desesperados. No livro de Zacarias, o profeta tem uma visão de Josué, o sumo sacerdote com suas vestes sujas. Ele representa o povo de Israel em grande necessidade; então, do Céu vieram palavras de conforto: “‘Tirem as roupas impuras dele’ […] ‘Veja, eu tirei de você o seu pecado, e coloquei vestes nobres sobre você’” (Zc 3:4). No Antigo Testamento há muitos exemplos adicionais de justificação pela fé que devem ser citados. Entretanto, há uma passagem muito importante para não ser citada. Em Isaías 52:13–53:12 encontramos a poderosa descrição do Servo Sofredor que “levou o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu” (Is 53:12). “Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e sobre Si levou as nossas doenças; […] Ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe paz estava sobre Ele, e pelas Suas feridas fomos curados. […] E o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidades de todos nós” (versos 3-6). Encontramos o ministério do nosso Salvador inserido nesses versos escritos há aproximadamente 700 anos antes do nascimento de Jesus. Aqui, olhamos admirados no centro do plano de Deus para salvar o mundo perdido: o Filho do próprio Deus, Seu Servo Sofredor, tomou sobre Si nossa culpa e vergonha. Na história adventista

Em todas as eras, o evangelho pareceu muito bom para ser verdade. Onde quer que fosse proclamado, levantava oposições, como aconteceu quando Paulo o levou aos gálatas. Portanto, não é de admirar que a história adventista apresente um quadro misto em relação à justificação pela fé. Os primeiros pregadores adventistas, sentindo-se chamados a declarar a importância do sábado, tendiam a enfatizar a lei em lugar do evangelho. Eles pregavam a lei com tal amplitude que Ellen White declarou que seus sermões eram secos “como as colinas de Gilboa”.4 A questão chegou à assembleia da Associação Geral de 1888, realizada em Minneapolis, Minnesota. Dois jovens pastores, Ellet J. Waggoner e Alonzo T. Jones, abordaram o tema da justificação pela fé, sozinhos. Os líderes da igreja, pensando que essa ênfase enfraqueceria os argumentos sobre a lei e o sábado,

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D evocional

Nós não merecemos a justiça de Deus; ela é dada por Ele. Nossa parte é confiar e aceitar Seu presente. opuseram-se ferrenhamente. Assim, Waggoner e Jones permaneceram sozinhos contra George I. Butler, presidente da Associação Geral, Urias Smith, editor da Review and Herald, e outras pessoas influentes. Entretanto, não necessariamente sozinhos! Um líder apoiou publicamente a causa: Ellen G. White. No entanto, em uma série de eventos desagradáveis, seus conselhos foram rejeitados. Mas o evangelho não podia ser paralisado, como nunca foi em todas as eras. Após a assembleia da Associação Geral de 1888, especialmente sob a liderança tanto falada como escrita de Ellen White, a mensagem da justificação pela fé avançou vagarosamente, mas cada vez mais amplamente até que se tornou um ensinamento consolidado da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ellen White escreveu algumas das mais belas expressões do evangelho, nunca antes encontradas. Ecoando a profecia do Servo Sofredor de Isaías, ela escreveu: “Cristo foi tratado como nós merecemos, a fim de podermos ser tratados como Ele merece. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que pudéssemos ser justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, a fim de podermos receber a vida que Lhe pertencia. ‘Pelas Suas pisaduras fomos sarados’”.5 Comentando a parábola de Jesus sobre o homem sem as

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vestes nupciais, ela escreveu: “Somente as vestes que Cristo proveu, podem habilitar-nos a aparecer na presença de Deus. Estas vestes de Sua própria justiça, Cristo dará a todos os que se arrependerem e crerem. “Aconselho-te”, diz Ele, “que de Mim compres [...] vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez” (Ap 3:18, ARA). “Este vestido fiado nos teares do Céu não tem um fio de origem humana.”6 Durante as lutas do adventismo a respeito do evangelho, o editor Urias Smith escreveu uma série de editoriais para a Review nos quais argumentava sobre nossa necessidade da justiça de Cristo para sermos justificados, mas após aceitarmos a Cristo devemos desenvolver nossa própria justiça, guardando a lei. Em carta, Ellen White o repreendeu veementemente. Ela declarou que havia lido os editoriais de Smith e que um “personagem nobre” tinha estado ao seu lado e dito que Urias Smith “está andando como um homem cego para dentro da rede preparada pelo inimigo, mas ele não sente o perigo porque, para ele, a luz está se tornando em trevas, e as trevas em luz”.7 Ellen White escreveu várias gemas sobre justificação pela fé, mas a minha preferida é: “Para aquele que está contente em receber sem merecer, e sente que nunca poderá corresponder tal amor, e deixa de lado toda a dúvida e descrença, e vai aos pés de Jesus como uma criancinha, todos os tesouros do amor eterno são gratuitos, um presente eterno.”8 Uma pergunta

Querido amigo, deixo com você esta pergunta: Você está contente de receber sem merecer? É seu desejo admitir que toda nossa justiça – todas as obras, todo serviço pelos outros, tudo de bom na vida – não tem nenhum valor diante da santidade de Deus, e que são apenas trapos de imundícia? Está disposto a deixar de lado toda glória e orgulho humanos, e a simplesmente aceitar a justiça de Deus como um presente gratuito da Sua maravilhosa graça? n 1 Roland

Bainton, Here I Stand: A Life of Martin Luther (Nashville: Abingdon Press, 1940), p. 68. menos que indicado, todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. and Herald, 11 de março de 1890.  4 Mente, Caráter e Personalidade, p. 315. 5 Parábolas de Jesus, p. 311. 6 Carta 55, 1889, nos Materiais de 1888 de Ellen G. White (Washington, DC: Ellen G. White Estate, 1987), p. 336. 7 Carta 19e, 1892, nos Manuscript Releases de Ellen G. White, (Silver Spring, Md.: Ellen G. White Estate, 1990), v. 8, p. 186. 2A

3 Review

William G. Johnsson, ex-editor da Adventist World, está aposentado e mora com sua esposa Noelene, em Loma Linda, Califórnia (EUA).


E S P Í R I T O

D E

P R O F E C I A

C risto,

Justiça Nossa

Ellen White “responde” nossas perguntas sobre o assunto. O que significa dizer Cristo justiça nossa? Não temos nenhum mérito e nenhuma justiça separados de Cristo. Nossa pecaminosidade, fraqueza e imperfeições humanas fazem com que seja impossível nos colocarmos diante de Deus, a menos que estejamos vestidos com a imaculada justiça de Cristo. Devemos estar escondidos nEle, não tendo nossa justiça própria, mas a justiça que vem por meio de Cristo […] Cristo é chamado de “o Senhor, justiça nossa”, e por meio da fé, cada um pode dizer, “O Senhor é minha justiça”. […] O pecador não pode realizar nenhuma obra que seja eficaz para salvar sua alma. O Criador merece toda a nossa obediência, pois dotou o homem com atributos para Seu serviço. Deus sempre requer dos homens boas obras; mas as boas obras não contribuem para ganhar a salvação. É impossível para o homem salvar-se a si mesmo.

Isso soa muito desanimador Há esperança para cada um; pois “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16) [...] Quando nos apoderamos do dom de Deus, pela fé, o louvor ao Senhor estará em nossos lábios e podemos dizer: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Então seremos capazes de falar

ao perdido sobre o plano da salvação, que enquanto o mundo estava sob a maldição da lei, merecendo a morte, o Senhor apresentou os termos da misericórdia ao pecador caído e sem esperança, e mostrou o sentido e o valor da Sua graça. Graça é um favor imerecido.

Mas, como Cristo toma o nosso lugar? Por Sua natureza ser maior do que a do homem, Cristo, em Sua humanidade, foi tentado pelo inimigo com tentações muito maiores, com muito mais energia e perseverança do que o homem é tentado. O fato de Cristo estar preso à humanidade por tanta empatia e sensibilidade, é uma verdade profunda e misteriosa. As obras más, os maus pensamentos e palavras de cada filho e filha de Adão são impressas sobre Sua alma divina […] A obra de Cristo enquanto esteve na Terra foi buscar e salvar o que se havia perdido. Viu o resultado de Sua missão sempre diante dEle, embora o batismo com sangue precisasse ser recebido primeiro, embora o peso dos pecados do mundo precisassem cair sobre Sua alma inocente, embora a sombra de uma angústia indescritível estivesse sempre sobre Ele; pela alegria que fora proposta diante dEle, suportou a cruz a despeito da vergonha. Ele suportou tudo isso para que o pecador fosse salvo, para que fosse elevado e enobrecido, e para que tenha um lugar com Ele em Seu trono.

Isso quer dizer que “uma vez salvo, salvo para sempre”? Se o amor de Deus não é valorizado e não se torna um princípio permanente que amoleça o coração duro e subjugue a alma, estamos completamente perdidos. O Senhor não tem poder de reserva com o qual influencie o homem. Ele não poderia dar maior manifestação do Seu amor do que a demonstrada por Ele. O presente mais rico do Céu foi oferecido gratuitamente para sua aceitação. Se a exibição do amor de Jesus não derreter e subjugar o seu coração, de que maneira poderá ser alcançado? Será que o amor de Cristo não conseguiu produzir uma resposta de amor e gratidão sinceros? […] Que Cristo não diga: “Você não quer vir a Mim para que tenha vida.” […] É impossível para o homem salvar-se. Ele pode enganar a si mesmo em relação a esse assunto; mas não pode se salvar. Sua salvação só é possível pela justiça de Cristo, e esse é um presente de Deus […] Deposite sua fé em Cristo sem demora, e você será uma nova criatura em Jesus, uma luz para o mundo. n Esse texto foi extraído (adaptado) do artigo “Cristo Nossa Esperança”, publicado pela Review and Herald, em 20 de dezembro de 1892. Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G. White (1827-1915) exerceu o dom de profecia bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

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H erança

A D V E N T I S T A

O

s adventistas do sétimo dia sempre creram que somos salvos e libertados do pecado unicamente pelos méritos de Cristo. William Miller, batista, cuja pregação inspirou o movimento do qual surgiu nossa igreja, escreveu um “Credo”, em 1822, que incluía suas crenças pessoais sobre o tema da justiça de Cristo. Ele escreveu: “Creio que Jesus Cristo foi o sacrifício pelo pecado exigido pela justiça; e que todo aquele que confessa seus pecados, na cabeça dessa vítima pode esperar perdão do pecado por meio do sangue da expiação, que está em Jesus Cristo, o grande Sumo Sacerdote no Santo dos Santos.”

a

jornada

da

graça A igreja cresceu em entendimento.

1844-1863

Cristo Justiça Nossa: Verdade Presente?

A atenção inicial do adventismo sabatista estava em assuntos como a “verdade presente”, incluindo o sábado e o santuário celestial, graças à influência de José Bates. O estudo acerca do santuário melhorou a compreensão dos adventistas sobre a obra de Cristo no santuário celestial, dando esperança ao pecador. Em 1847, Bates ligou o sábado ao santuário celeste. Ele argumentou que a entrada para o Santo dos Santos de Apocalipse 11:19, revelava os Dez Mandamentos. Embora essa conclusão tenha levado os adventistas pioneiros a se concentrarem mais na guarda dos mandamentos do que na obra de Cristo na cruz, Tiago White e John N. Andrews entenderam que a lei moral apontava para Jesus.1 Em 1854, um panfleto sobre a lei em Gálatas, escrito por J. H. Waggoner, afirmava que a lei em Gálatas 3:24, 25 se referia à lei moral. Ele concluiu seu livro com um claro apelo para que os leitores aceitassem a justiça de Cristo.2 O livro de Waggoner não convenceu a todos. Três anos mais tarde, Stephen Pierce respondeu à compreensão de Waggoner dizendo: “não há evidências de que a lei moral era apenas o aio que nos leva a Cristo”. Ao contrário, era o tipo e lembrança da dispensação da lei, cujo corpo é de Cristo, e leva a Cristo.3

Gluder Quispe

George Butler

Urias Smith

Alonzo Jones

1863-1888

Centrados na Justiça Humana

Para muitos adventistas, a posição de Pierce enfatizava a lei acima do evangelho e aguçou sua oposição aos críticos que aboliriam o sábado. Essa se tornou a posição de nossos pioneiros nos trinta anos seguintes ao surgimento da obra de Waggoner. Os organizadores da nossa igreja não queriam redigir um credo. “A Bíblia é nosso credo”, diziam. Mas adotaram um “tratado da igreja”, destacando seu compromisso “de guardar os mandamentos de Deus, e a fé em Cristo Jesus”.4 Em 1872, Urias Smith produziu a primeira declaração de nossa fé. Seu segundo item declara: “Que há somente um Senhor Jesus Cristo, [...] (que) viveu como nosso exemplo, morreu como sacrifício por nós, foi ressuscitado para nossa justificação, ascendeu ao Céu para ser nosso único mediador

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Ellet Waggoner

Francis D. Nichol LeRoy E. Froom foto s : C e n t r o d e P e s q u i s a A d v e n t i s ta


no santuário celestial, onde, pelo Seu sangue, faz expiação pelos nossos pecados; tal expiação, longe de ser realizada na cruz, que foi a oferta de sacrifício, é a última porção de seu trabalho como sacerdote.” No entanto, a declaração de Smith não evitou que muitos dos pioneiros, consciente ou inconscientemente, se concentrassem no seu bom comportamento.

1888-1931

Justificação pela Fé

A assembleia da Associação Geral de 1888 foi o ponto da virada na história adventista. O conflito em Minneapolis foi essencialmente sobre duas questões: Como somos salvos? Qual a relação entre as obras e a salvação? Um grupo, liderado por Smith e George Butler, enfatizava o “esforço humano”, “obras”, “obediência”, “lei”, “mandamentos”, “nossa justiça”, e “justificação pelas obras”. Outro grupo, liderado por Ellet Waggoner e Alonzo Jones, enfatizava “Cristo”, “a fé”, “justificação pela fé”, e temas relacionados com a justiça de Cristo. Ao fim, Ellen White uniu seu testemunho ao dos dois jovens, Waggoner e Jones: “Vejo a beleza da verdade na apresentação da justiça de Cristo em relação à lei como colocada diante de nós pelo doutor [Waggoner].”5 “Não era nova luz para mim, pois me adviera de uma autoridade mais elevada, durante os últimos quarenta e quatro anos.”6 Durante os últimos 27 anos de sua vida, Ellen White se concentrou em temas sobre Cristo e a salvação. Os livros daquele período são: Caminho a Cristo (1892), O Maior Discurso de Cristo (1896), O Desejado de Todas as Nações (1898), Parábolas de Jesus (1900), e outros.

1931-1957

Nossa justificação versus Sua justiça

Em 1931, foi lançada uma nova declaração das “Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia”. Na declaração número três lemos: “Embora mantivesse Sua natureza divina [Cristo] tomou sobre Si a natureza da família humana, viveu na terra como homem, Sua vida foi para nós um exemplo dos princípios de justiça, confirmou Seu relacionamento com Deus por meio dos muitos milagres, morreu na cruz pelos nossos pecados, […] Ele vive para sempre e intercede por nós.”7 Seis anos mais tarde, foi publicado o livro O Serviço no Santuário, de M. L. Andreasen que provou ser um divisor do adventismo. Andreasen estabeleceu uma compreensão fortemente perfeccionista que, ao longo dos anos, ganhou muitos seguidores. No capítulo “A Última Geração” argumenta incisivamente sobre a vindicação final do caráter de Deus pela última geração de santos perfeitos.8 O adventismo de hoje não pode ser compreendido sem uma apreciação adequada sobre a luta que surgiu com Andreasen, particularmente agravada pela publicação do livro Questions on Doctrine, em 1957. Este livro foi traduzido para o português como

Questões Sobre Doutrina e publicado pela Casa Publicadora Brasileira, em 2009.

1957-1980

Perfeccionismo versus Sua justiça

Como em 1888, dois lados contrastantes – de fato, opostos – desencadearam uma crise. O perfeccionismo de Andreasen foi contestado pela ênfase que LeRoy E. Froom e Francis D. Nichol deram à justiça de Cristo. Em 1975, o lançamento de Perfeição: Possibilidade Impossível mostra a crença de Herbert E. Douglass e C. Mervyn Maxwell de que Cristo veio como criatura caída, enquanto que Edward Heppenstall e Hans K. LaRondelle defendiam Sua natureza não caída.9

1980-2015

Ênfase em Cristo Justiça Nossa

A assembleia da Associação Geral de 1980, em Dallas, Texas, aprovou uma nova declaração oficial das “Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia”. Durante os anos seguintes de maturação espiritual e teológica, um estudo bíblico mais profundo sobre o tema de Cristo nossa justiça, continuou a ser feito. A Associação Geral publicou volumes sucessivos sobre nossas crenças fundamentais. Vários estudiosos também publicaram sobre o tema, inclusive, Norman Gulley (Cristo Nosso Substituto, 1982), e o livro Cristologia (1984), editado por Raoul Dederen. Como denominação, também publicamos o Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, que inclui dois capítulos sobre “Cristo: Pessoa e Obra” e “Salvação”. Hoje, os adventistas, como um corpo e como membros da igreja, alegram-se emocionados pelo infinito amor e misericórdia pelo qual Deus fez de Cristo “que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). n 1 [James White], “Justified by the Law”, Review and Herald, 10 de junho de 1952, p. 24; John N. Andrews, Thoughts on the Sabbath, and the Perpetuity of the Law of God (Paris, Maine: James White, 1851), p. 22. 2 J. H. Waggoner, The Law of God: An Examination of the Testimony of Both Testaments (Rochester, N.Y.: Review and Herald, 1854), p. 120. 3 Stephen Pierce, “Answer to Bro. Merriam’s Question Respecting the Law of Gal. III”, Review and Herald, 8 de outubro de 1857, p. 180, 181. 4 “Doings of the Battle Creek Conference, 5 e 6 de outubro de 1861”, Review and Herald, 8 de outubro de 1861, p. 148. 5 Ellen G. White, “A Call to a Deeper Study of the Word”, Manuscrito 15, 1888, em The Ellen G. White 1888 Materials (Washington, D.C.: Ellen G. White Estate, 1987), p. 164. 6 Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 168. 7 “Crenças Fundamentais Adventista do Sétimo Dia”, no 1931 Year Book of the Seventh-day Adventist Denomination (Washington, D.C.: Review and Herald, 1931), p. 377. 8 M. L. Andreasen, The Sanctuary Service (Washington, D.C.: Review and Herald, 1937), p. 279-297. 9 Herbert E. Douglass et al., Perfection: The Impossible Possibility (Nashville: Southern Pub. Assn., 1975).

Gluder Quispe é diretor da escola de pós-graduação do Seminário Teológico da Universidade União Peruana. Ele e sua esposa Silvana, são pais de Yerling e Harley. Janeiro 2016 | Adventist World

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A rtigo de C apa

esus J tudo é para mim

foto :

E

m 1904, o compositor americano Will Lamartine Thompson registrou o seu amor por Jesus no hino “Cristo é tudo para mim”. Fazendo isso, expressou em palavras e música, o sentimento precioso e pessoal que milhões de cristãos têm compartilhado pelos séculos afora, desde que o Cristo ressurreto, pelos Seus méritos de valor inestimável, assumiu o papel de nosso Mediador para que vivamos a vida celeste, mesmo em meio aos mais terríveis desafios deste mundo (Hb 7:25). Neste mês, o interesse nos testemunhos convincentes de adventistas de várias partes do mundo é despertado pela maneira como relatam a vida cristã cotidiana, sem Cristo,

Sicelicile Ndlovu

Q

Na igreja, sem Jesus

Fui batizada aos 15 anos de idade. Eu imaginava que aconteceria alguma

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O s e n b e r g

baseadas em circunstâncias totalmente diferentes. Aqui, escreve um adolescente sincero, aluno do Ensino Médio, que ama a Jesus. Mais à frente, a história (de fato duas) de como uma esposa que, por meio da amargura do luto, aprende mais profundamente quão precioso é compreender que a justiça de Cristo é real e pessoal. Esses testemunhos nos ajudam a apreciar de forma ampliada a dimensão espiritual, emocional e ética que, na verdade, pertence à terceira mensagem angélica (ver Ellen G. White, Eventos Finais, p. 199, 200). Os pontos de vista expressos nos testemunhos a seguir, são de responsabilidade dos respectivos autores e refletem sua jornada com Cristo. – Os editores

Só Jesus realmente satisfaz uando éramos crianças, meus pais nos incentivavam a ir à igreja todos os sábados, embora eles mesmos nunca tenham frequentado a igreja.

A n j a

mágica na minha vida quando fosse imersa naquela água. Pensei que o batismo automaticamente transformaria a pecadora que eu era, em uma santa. Mas isso não aconteceu. Pelos primeiros 20 anos da minha vida eu frequentei a igreja, mas estava desconectada do Deus da igreja. Eu servia na casa de Deus, mas nunca conheci

o Deus a quem servia. Arrependimento e perdão pelo pecado eram estranhos à minha experiência cristã. Quando fui para a universidade, minha vida cristã não estava ancorada. Desenvolvi um vício por festas e pela moda. Eu era obcecada com minha aparência e gastava qualquer quantia para decorar meu corpo. Sabia que isso estava errado, mas não consegui resistir à tentação. Por fora eu parecia animada e feliz, mas no fundo eu sofria com a culpa, e me sentia vazia e desolada. Procurei me ocupar com o trabalho da igreja pensando que isso me traria paz e integridade. Eu precisava desesperada-


mente de paz, mas quanto mais trabalhava, mais vazia eu me sentia. Minhas boas obras não podiam expiar minha culpa. Não podiam comprar justiça. A mudança

Em outubro de 2008, um convidado veio à nossa igreja e falou sobre a justiça de Cristo. Pela primeira vez me dei conta de que Cristo realmente podia me justificar, independentemente de meu passado. Fiquei tão feliz ao saber que, na posição de pecador arrependido, agora estou diante de Deus como alguém que nunca cometeu um pecado sequer. Minha luta contra a culpa tinha terminado. Pela primeira vez, depois do

culto, fui para casa me sentindo feliz e em paz com Deus. Logo depois disso, comecei a ler o livro Caminho a Cristo, que me levou a alguns textos bíblicos. Lembro como me regozijava ao ler as palavras animadoras do apóstolo Paulo, em Romanos 8:1: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus.” Meu desejo mais profundo era estar em Cristo Jesus. Estudando o livro Caminho a Cristo compreendi que Jesus não havia apenas cuidado dos meus pecados passados, mas que Ele havia me dado um coração limpo e me dá poder para viver uma vida de obediência. Hoje, agradeço a Deus por me liber-

Jesus está com a minha pasta Alareece Collie

N

a encenação “The GoodO-Meter”,* (O Medidor de Bondade), as pessoas estão em uma fila em que uma a uma se apresenta a dois anjos , se me recordo bem. Cada indivíduo entrega sua pasta com o registro de todas as obras que fizeram na vida. Muitos têm folhas de papel vermelhas que indicam as obras más. O anjo dá uma rápida conferida e pede que a pessoa suba em uma balança que vai do “mau” ao “bom”. A despeito de professarem boas ações, toda leitura da balança acaba no “mau”, e as pessoas são rejeitadas. Um indivíduo desafortunado até tentou comprar sua entrada com um cartão de crédito. Finalmente alguém entrega uma pasta cheia de folhas vermelhas. No entanto, Jesus aparece e substitui por uma pasta onde se lê, “Filho de Deus”. Chocado, o anjo diz ao rapaz: “Desculpe! Não sabia que Ele estava com você.” Jesus sobe na balança em lugar do homem, e ela finalmente marca “bom”. Então Jesus e o Seu “Filho de

Deus”, seguem o seu caminho, felizes, e se assentam onde eu chamo de lado dos “justos”, na sala. Ilustração da justiça

A encenação é uma ilustração simplificada do conceito da justificação. É fácil, às vezes, que os conceitos e Escrituras se mantenham unidimensionais e nunca impactem a vida de uma pessoa. Para mim, justiça é uma questão de relacionamento, e isso influencia a vida diária. Uma passagem importante está em 2 Coríntios 5:17, que diz: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” Mas, o que significa estar “em Cristo”? Os versos 14 e 15 ampliam a ideia: “Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E Ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou.”

tar da escravidão das festas e da moda, que na realidade nunca satisfaz. Ainda estou aprendendo a viver uma vida de total entrega a Ele. Às vezes, quando minha fé é provada pelos problemas da vida, ainda é difícil. Quando caio, sei em quem eu tenho crido, e que sempre posso voltar para Ele. Sua graça é mais que suficiente. Ele me dá forças para fazer todas as coisas, e me deu a paz que excede todo entendimento. n

Sicelicile Ndlovu tem um restaurante vegano em Harare, Zimbábue. Ama cozinhar e tocar piano.

Em outras palavras, quando Cristo morreu, todos nós morremos. Podemos dizer que morremos simbolicamente porque estávamos “nEle”, e também fomos ressuscitados quando Ele ressuscitou. Essa é uma nova criação. Suas ações por nós não foram eventos isolados apenas, ao contrário, uma parte essencial por estarmos nos relacionando com Ele. Estar “em” Cristo é merecer um sinal enfático de alívio, porque nenhuma quantidade de boas ações que eu fizesse, seria suficiente. Essa nova criação não busca a minha justiça por meio de boas obras. Ela se baseia na minha relação com aquele que é bom. Em meu mundo, no século 21, as pessoas pensam que tenho mais sucesso quando realizo mais. Para mim, é um prazer desfrutar do sucesso, dando um passo para o lado e permitindo que Jesus Cristo me dê Sua pasta e suba na balança em meu lugar. Ele preenche minha vida com Sua justiça. E estou muito feliz por isso. n

Alareece Collie ama a Jesus e deseja trabalhar para Ele o tempo todo. Ela é de Nassau, Bahamas. * Central Films, “The Good-O-Meter”, YouTube. Assista ao vídeo on-line: https:www.youtube.com/watch?v=XrLzYw6ULYw (accessed Oct. 6, 2015).

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A rtigo de C apa

Sua justiça, minha praia tranquila La Verne Tavarez

C

resci em Antígua e, da praia, amava olhar o mar cristalino que acariciava a costa da minha ilha. No entanto, aprendemos a temer as praias quando éramos visitados pela estação dos furacões e o mar se tornava um monstro que podia engolir qualquer um que ousasse deixar a segurança dos lugares altos.

Afogado no medo

Muitas vezes, quando criança, sentia-me como se tivesse sido empurrada para dentro de águas turbulentas, e estava inevitavelmente me afogando num oceano de enxofre. A tradição anglicana nos ensina que se não vivemos uma vida de bondade, o inferno espera por nós. Aprendi que Jesus era Deus e estava no Céu. Mas me assustava muito o fato de Ele ser parte do castigo. Todos os domingos eu sentia que o sermão era para mim, para me convencer de minha injustiça. Era como se o ministro soubesse todos os meus pecados. Eu não queria ir para o mar de

fogo! Mas sempre achei que o inferno estava esperando por mim. Quando frequentei uma escola católica, não encontrei nenhum conforto. Tinha medo de que após a morte, ficasse queimando para sempre. Não me lembro de ter aprendido qualquer verso específico da Bíblia, só credos, a liturgia que repetíamos, e algumas histórias da Bíblia. De algum modo, eu sempre soube que nossa vida precisava estar centrada em Cristo, mas as ondas ao meu redor não me permitiam encontrar a tão desejada paz de que eu necessitava. Uma mudança incrível

Mudei para Nova Iorque e conheci um adventista do sétimo dia que me levou para sua igreja. Aprendi sobre a justificação pela fé. Fiquei chocada quando soube que havia sido enganada sobre o caráter de Deus, e fiquei zangada por haver vivido em um sistema baseado no medo. Revolvi aceitar a verdade da justificação

Minha salvação e a do meu casamento Craig Bardo

J

á era adulto quando me uni à Igreja Adventista do Sétimo Dia, e havia passado por uma série de erros e desapontamentos. Um amigo de infância me apresentou a Bíblia, e concluí que se a Bíblia era a base da doutrina, então, intelectualmente, o adventismo fazia sentido.

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Não tão rápido

No entanto, mesmo com minha nova fé, as minhas falhas e desapontamentos não desapareceram. Eu esperava ansioso pelo sábado, mas não conseguia conciliar meus pensamentos e comportamento com minha fé. Questionava, por que meus esforços não estavam sendo

pela fé. Ainda não estava pronta, mas, ao mesmo tempo, não consigo descrever a emoção de ser dominada pela alegria; não há palavras que descrevam a emoção de sentir a justiça de Jesus. Por outro lado, encontrei alguns adventistas cuja vida me confundiu por algum tempo, mas não muito. Aceitei completamente a justiça de Jesus, mas eu tinha que vencer o desânimo da minha experiência com as pessoas cuja vida eu esperava que tivesse sido mudada pela justiça de Jesus. Quando tomei a decisão de ser batizada, sabia que era a decisão correta; seria a expressão pública de ter aceitado a salvação de Jesus Cristo. Eu precisava tomar essa decisão a despeito do que algumas pessoas tinham me feito passar; precisava fazer a minha escolha: “Eu vou seguir a Jesus.” Naquele momento senti como se tivesse morrido, estava salva em Cristo por toda eternidade. Sua justiça é tão perfeita! Senti como se estivesse sentada na praia, desfrutando de um entardecer tranquilo: a luz e o calor me deram paz e a promessa do mar de vidro na Nova Terra. n

La Verne Tavarez é contadora e vive com suas duas filhas em Miami, Flórida (EUA) desde a morte de seu esposo, que era piloto, em acidente, em 2012.

recompensados pois esperava que o cristianismo fosse um esforço para sermos semelhantes a Cristo. Por que minha esposa e eu estávamos sempre em desacordo e minha relação com meus filhos era um desastre? Toda essa coisa de cristianismo não estava funcionando comigo e, certamente, não estava funcionando para minha família. Minha esposa estava pronta para pedir o divórcio. Foi quando a liderança pastoral da minha igreja começou a estudar Romanos 5 conosco. À medida que eu ouvia e lia, vi que Paulo estava me descrevendo: fraco, ímpio, pecador e inimigo de Deus


Paulo declara que mesmo sem confissão, sem arrependimento, e até sem ir a Deus, eu estava reconciliado com Deus pela morte do Seu Filho, e que a vida de Jesus me salvaria. (versos 6, 8, 10). Mas toda a ação caiu sobre Cristo! De fato, Paulo declara que mesmo sem confissão, sem arrependimento, e até sem ir a Deus, eu estava reconciliado com Deus pela morte do Seu Filho, e que a vida de Jesus me salvaria (verso 10). Uma diferença incrível

Essas palavras me surpreenderam. Olhei para a Bíblia com novos olhos. Mas ainda ficou melhor. Paulo detalhou como, em Adão, todos estávamos condenados (verso 18), mas Jesus endireitou as coisas (verso 19), e justificou a todos. Esse conceito de que todos são justificados gratuitamente é a continuação de um argumento que Paulo começou em Romanos 3:24.

Senti como se um peso saísse das minhas costas. Jesus não esperou que eu fosse até Ele. Ele veio ao meu encontro! Quanto mais eu estudo, o modelo bíblico se torna mais claro para mim. Como um presente, Deus salvou e libertou a todos nós do castigo pelo pecado, antes de confessarmos, de nos arrependermos, e até de crermos. Quando cremos e confessamos, Ele nos liberta das cadeias do pecado (Rm 5:19; 1Jo 1:9). Ele nos liberta do domínio e da ação do pecado pelo que é descrito por Paulo como a mente de Cristo (Fl 2:5) e por meio da fé em Jesus (Gl 2:20). As obrigações e penalidades das Escrituras caíram sobre Jesus, e tão logo crermos, os benefícios dessa aceitação serão nossos. Já não me estresso para reconciliar

Aqui Estou Sharon Pergerson

M

eu esposo, William C. Pergerson II, evangelista adventista do sétimo dia, morreu em um acidente aéreo, em 27 de agosto de 2015. Meus dois filhos e eu tivemos o privilégio e assistir à sua última série de sermões sobre a justiça de Cristo, em Tobago, Antilhas, cerca de duas semanas antes do acidente. Cada um daqueles sermões preparou nossa família para o que aconteceria em breve. Lembro-me de ter pensado: Sua pregação está tão poderosa, tão clara e com um forte senso de urgência.

Preparação para o amanhã

Sem dúvida, Deus estava falando conosco e nos dando uma dose alta-

mente concentrada de Seu remédio para a mente e calmante para a alma: a justificação pela fé. Deus sabia a dose de que necessitávamos para suportar aquela experiência traumática e continuar firmes nEle. Um ponto ressaltado por meu esposo em seus sermões, e que desde a sua morte tem se tornado mais pessoal para mim, é a percepção de quão perto Cristo está de cada um de nós. Lemos em Hebreus 7:26: “É de um sacerdote como este que precisávamos” (NVI). Jesus Cristo Se tornou muito mais próximo de nós do que fomos ensinados a acreditar. Ele achou por bem Se tornar um conosco, até mais próximo do que gêmeos siameses. Meus filhos e eu apreciamos Provérbios 18:24: “Há amigo

meus pensamentos e comportamento com minha profissão de fé; crescer em graça não é uma questão de me estressar pelas minhas inadequações pessoais. Minha “capacidade vem de Deus” (2 Co 3:5). Meus sábados são cheios de adoração a Deus e de serviço pelos outros. O Céu enche meu coração com amor por minha esposa e filhos. Oro para que minhas atividades glorifiquem a Deus. Descanso na certeza de que não é a minha vida, mas a vida de Jesus que me salva. n

Craig Bardo é diretor de uma empresa de investimentos, em Nova Iorque, e membro da comissão da Gospel Net Global Ministries, um ministério de apoio à Igreja Adventista do Sétimo Dia.

mais chegado do que um irmão.”* Cristo Se tornou um conosco e nos dá a oportunidade de receber tudo o que é dEle, inclusive Sua justiça. É por isso que Isaías 54:17 declara: “Esta é a herança dos servos do Senhor e o seu direito que de Mim procede, diz o Senhor. ” Ele sente a minha dor

Ah, que Deus o nosso! Não posso deixar de amar esse Amigo Deus que concordou em estar comigo no meu poço de tristeza. Sou atraída por esse Irmão mais velho, que sente a minha perda, pois essa é a Sua perda também. Estimo o Deus “Eu Sou” que estava naquele pequeno avião com meu esposo, como Seu Ajudador infalível, segurando-o firmemente e lembrando-o de Seu amor, enquanto circundava o aeroporto em Battle Creek, Michigan, tentando fazer um pouso de emergência, pouco depois de decolar. Não sei por que, o avião desabou abruptamente para o chão, matando instantaneamente Will, o único ocupante,

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A rtigo de C apa mas Deus explicará todas as coisas quando Ele acordar meu esposo, muito em breve. Sou agradecida a esse Deus Pai celestial, a quem vi socorrer meus filhos órfãos de pai e dar a eles resiliência, alegria e determinação para prosseguir honrando o Seu santo nome. Estou submissa a este Deus Salvador, que ao contemplá-Lo, encheu nossa vida com as riquezas de vidas transformadas. Satanás sabe

Satanás odeia a mensagem da justiça de Cristo. Ele leu as palavras de Ellen G. White: “Um interesse predominará, um assunto absorverá todos os outros –

Cristo, Justiça nossa” (Filhos e Filhas de Deus, p. 259). Ele é reconhecido em Romanos 9:28, onde Paulo escreveu: “Porque o Senhor cumprirá a Sua palavra sobre a Terra, cabalmente e em breve.” Ele sabe que quando a revelação da justiça perfeita de Cristo for aceita no coração, quebrará o seu domínio sobre o povo de Deus. Ele está bem consciente de que esta mensagem nos amadurecerá e nos tornará capazes de permanecer firmes, sem temor, nesses últimos dias, mesmo em face da perseguição e da morte. Não posso falar por ninguém, mas escolhi responder a Cristo e à Sua justiça com amor, gratidão, arrependimento,

Quem é Cristo? Jorge Mendoza Alvir

D

eus usa situações difíceis para mostrar quem Ele é. Quando os seres humanos pensam que não há outra resposta além da sua, Deus mostra Seu poder para que vejam quem Ele é e o que somos, como humanos. Sempre há quem pergunte: “Se Deus existe, por que não Se faz visível para nós? Se Deus existe, por que há tanto mal no mundo?” Mas uma das perguntas mais comuns é: “Por que Ele não me responde quando oro?” Eu pensava que, ao orar, precisaria de uma resposta para saber que Deus estava comigo, e foi assim o início do meu relacionamento pessoal com Jesus Cristo.

Deus é meu Amigo

Ter um relacionamento pessoal com Jesus é ser amigo dEle e saber que Ele é seu amigo, nos bons e maus momentos. Ao longo da Bíblia, vemos pessoas cuja fé foi testada, e que após a tribulação, foram abençoadas por Deus. Quando nós, seres humanos, somos tirados da nossa zona de conforto,

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geralmente buscamos a Deus. Esse foi o meu caso. Eu pensava que mantinha um bom relacionamento com Deus, mas quando vejo como Deus me ajudou ao longo da vida, reconheço que muita coisa que eu devia saber a fim de ter o melhor relacionamento com Ele, eu ainda não sabia. Mesmo assim, Jesus ficou ao meu lado naquele período e me ajudou a aprender a amá-Lo mais e a crescer nEle. Eu costumava orar por cinco minutos, quando acordava; orava outra vez às refeições, e mais uma vez ao ir dormir. Pensava que isso significava ter um relacionamento próximo e pessoal com Deus. Mas quando Deus usou uma tribulação para me despertar, compreendi que estava realmente longe de conhecer a Deus. Depois de tudo que passei, posso dizer que relacionamento pessoal com Deus não é apenas orar por cinco minutos, três vezes ao dia. Se queremos um bom relacionamento com Deus, orar é uma das coisas mais importantes a fazer.

fé, humildade e entrega. Meu coração está totalmente aberto para Ele. Sou inteiramente dEle e sempre disposta a servi-Lo. Assim como o apóstolo Paulo e à semelhança de meu esposo, também digo: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1Co 2:2). Permaneço sobre Cristo, a sólida rocha. n *Todos os textos bíblicos, a não ser quando indicados, foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada.

Sharon Pergerson mora com seus filhos William III e Jaissa, em Silver Springs, Michigan (EUA).

Conversar com Ele e agradecer pelo que fez em nossa vida; compreender seja o que for que Ele disser, e que é para o meu bem, é isso que Deus quer que eu compreenda como relacionamento. Não tinha compreendido isso até colocar em prática. Comecei a aprender mais e também a estudar mais a Palavra de Deus; cada vez compreendo mais e mais o que antes não compreendia; estou aprendendo a ouvir Sua voz e, embora a princípio, fosse muito difícil orar sem receber uma resposta, aprendi que assim como precisamos de tempo nos relacionamentos humanos, o tipo de relacionamento em que podemos realmente ouvir a Deus, necessita de tempo e dedicação. Agora, fico até satisfeito quando Deus “não responde” nossas orações egoístas; mas se eu orar pelos outros, e de acordo com a Sua vontade, Ele responderá. Desde que compreendi o que é o relacionamento pessoal, aprendi a realmente apreciar o cuidado de Deus por mim. Aprendi a deixá-Lo ser o primeiro em minha vida, e Ele sempre supre aquilo de que necessito. n

Jorge Menzoda Alvir é estudante do Ensino Médio, em Londres, Ontário, Canadá.


E S P E C I A L

ascinado Fcom

Cristo Lael Caesar, com Bogdan Scur e Shawn Brace

Os pastores adventistas Bogdan Scur e Shawn Brace ficam maravilhados com a presença de Cristo na vida deles. Falam sobre esse sentimento na entrevista, que também pode ser ouvida por podcast,1 onde Scur, Brace, e Elizabeth Talbot [jesus101.tv] discutem o tema. Primeiro Brace e Scur explicam por que, em um mundo com tantos pretensos mestres da moral, eles são tão fascinados por Jesus Cristo.

Brace: Sou assim tão fascinado por Jesus Cristo porque Ele é muito fascinado por mim. E todos os seres humanos, inclusive eu, são supremamente amados por Cristo. Ele dá tanto valor a nós que nos surpreende. Devemos nossa existência a Ele – tanto pela criação como pela redenção. E, quando experimentamos esse amor, não conseguimos deixar de ficar totalmente fascinados por Ele. Scur: De fato, Jesus é muito superior a todos os outros líderes morais. Desses, Ele é o único impecável e perfeito. Sua sabedoria é original e é de onde deriva a sabedoria de todos os outros que existem. Mas sou muito mais fascinado pelo que o próprio Jesus foi e é. Ele é totalmente Deus e totalmente humano. Ele é o Filho amado de Deus e o Salvador do mundo. O que a leitura da Bíblia tem que ver com sua crença em Jesus? Brace: Do Gênesis ao Apocalipse, a Bíblia revela o coração de Cristo e o coração da Trindade – um coração de amor. Sua leitura nos ajuda a compreender e a responder melhor a esse amor. Paulo diz que “com o coração se crê” (Rm 10:10). Quando me encontro com Cristo por meio de Sua Palavra, meu coração é movido a responder ao Seu amor, pela fé. Para mim, a Bíblia é a única maneira de me encontrar continuamente com o amor de Cristo e de ser compelido por ele. Scur: O próprio Jesus me diz que toda a Escritura testifica sobre Ele. Esse princípio fundamental faz com que eu veja toda a Escritura como uma preparação para o próprio evangelho de Jesus Cristo ou as implicações desse evangelho.

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E S P E C I A L

Todos devem ser convertidos? Quando se pensa na justiça de Cristo, o que dizer de todas as pessoas boas que obviamente dedicaram sua vida às boas causas, como a paz, mas que não se interessam por Jesus Cristo? Eles não estão do mesmo lado? Jesus é o Príncipe da Paz, não é? Scur: Sim, Ele é. E exatamente por Ele ser o Príncipe da Paz, é Ele quem define o que é a paz. Sem Ele não sabemos o que é vida, ou como amar a Deus e uns aos outros. Sem Ele não compreendemos o que é paz e como devemos trabalhar por ela. Brace: Em vez de pensar se “devemos” ou “não devemos”, precisamos perguntar o que resultará em maior felicidade e satisfação individual. Sabemos que no Céu haverá pessoas que conscientemente nunca ouviram ou responderam ao amor de Cristo (Rm 2:12-15). Mas por que roubar delas a oportunidade de experimentar a grande alegria, paz e realização de encontrar a Cristo e se entregarem a Ele e a Seu amor? Sem dúvida, não cabe a mim decidir quem é ou não convertido. Mas posso compartilhar a minha esperança e orar para que todos os que ouvirem se sintam atraídos a uma compreensão mais profunda e a um encontro com Cristo e Seus caminhos.

Certa vez ouvi um membro de uma das minhas igrejas dizer: “Eu escolhi vir para esta igreja.” É certo dizer que as pessoas vieram para a igreja de Deus por sua própria vontade? Brace: Como seres humanos pecadores, a realidade é que nenhum de nós tem nem mesmo um grama de inclinação natural para ir a Deus, muito menos de saber como fazer isso. Scur: Estamos muito ocupados, buscando nossos interesses egoístas e construindo nosso reino. Qualquer inclinação para Deus e para a fé é um presente da graça e uma obra de Deus em nossa vida. Não vamos à igreja por nós mesmos. Somos guiados por Deus. Brace: A isso, John Wesley, a quem os adventistas devem grande parte de sua compreensão teológica, chamou de “graça proveniente.” Tal ensinamento, que é bíblico, diz que, por nós mesmos, nunca teríamos a ideia ou a inclinação de buscar a Deus, quanto mais de ir à igreja. Ellen White escreveu: “Cristo ensina que a salvação não é alcançada por procurarmos a Deus, mas porque Deus nos procura. ”2 Scur: Muitas vezes, Deus usa outras pessoas para nos levar à fé. Vemos alguém que maravilhosamente, embora não perfeitamente, exemplifica a vida de um discípulo de Jesus e sentimos um desejo irresistível de viver esse tipo de vida.

Para mim, a Bíblia é a única maneira de me encontrar continuamente com o amor de Cristo e de ser compelido por ele. – Shawn Brace

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Jesus Cristo está reorganizando meus pensamentos, minha comunicação, minhas atitudes, meus sentimentos e tudo o mais que levo para os meus relacionamentos. – Bogdan Scur

Portanto, a salvação é totalmente de Deus. Realmente não há nada que o homem possa fazer. Provavelmente o membro da minha igreja, embora sincero, esteja errado pois é tudo automático. As pessoas não deviam se gabar ou preocupar, porque todos vão ser salvos: Na cruz, Jesus ligou o interruptor da salvação. Brace: A palavra “permitir” e outras palavras afins como “deixar”, “consentir”, “entregar”, etc., são palavras muito usadas por Ellen White. Permitir é a nossa “parte”, se podemos colocar nesses termos. Nosso “trabalho” não é resistir ao que Cristo já iniciou na cruz, por nós. Por meio da cruz, Cristo justificou nossa vida (uma vez que todos nós deveríamos estar mortos devido aos nossos pecados) e atraiu todos nós para Si (Jo 12:32). Porém “se o pecador não se opuser será levado a Ele” e ao arrependimento.3 Fugir de Deus demanda mais esforço do que deixar que Ele o atraia. Muitos, finalmente, se perderão porque escolheram resistir e rejeitar o poder atrativo da graça de Deus. Scur: Há uma função para o comportamento humano. Não salvamos a nós mesmos, mas aceitamos ou rejeitamos o que Deus fez para nos salvar. Ainda somos livres para escolher. Nossa salvação não é automática. Embora Jesus tenha feito tudo para nos salvar, Ele não força nossa escolha. O que a confiança em Cristo faz por vocês hoje? Brace: Confiar em Cristo é tudo para mim! Quando me conscientizo que a fé age por meio do amor (Gl 5:6) e que “o amor de Cristo nos constrange” (2Co 5:14), reconheço que o amor de Cristo e a fé são o combustível que impulsiona todas as minhas ações. Agora, minha vida se torna o veículo pelo qual expresso minha gratidão, amor e fé em Cristo, por meio da cooperação ilimitada para com Seus desejos para mim ou, se desejar, pela obediência.

Scur: Confiar em Cristo está transformando meu casamento, minha paternidade, meu relacionamento com meus colegas e muitos outros aspectos da minha vida. Jesus Cristo está reorganizando meus pensamentos, minha comunicação, minhas atitudes, meus sentimentos e tudo o mais que levo para os meus relacionamentos. Uma pergunta final: aonde acham que essa paixão por Cristo vai levar vocês? Scur: Sinceramente espero que essa paixão me leve a me aprofundar no mistério que é Jesus Cristo. Ele é um Salvador muito bom, um Senhor muito benevolente para não me atrair para perto de Si. Brace: Crer em Cristo não é simplesmente um bom seguro de vida. Gosto de pensar que, assim como Moisés, Paulo e o próprio Jesus, eu estaria disposto a abrir mão da eternidade se fosse para o bem de outra pessoa. Sigo a Jesus, não pelo que Ele pode dar para mim no futuro, mas pela incrível gratidão que tenho pelo que Ele já me deu no passado. Não cobiço a recompensa futura nem a segurança presente, porque não mereço nada de bom. Portanto, não faço ideia aonde essa paixão me levará! E isso é maravilhoso! n 1 Soundcloud.com/adventistworld/fascinated. 2 Ellen 3 Ellen

G. White, Parábolas de Jesus, p. 189. G. White, Caminho a Cristo, p. 27.

Shawn Brace, autor de três livros, é pastor no Maine, Estados Unidos, e escreve no blog newenglandpastor.net. Bogdan Scur é especialista em hebraico bíblico na Universidade Adventista de Washington, Maryland, Estados Unidos. Lael Ceasar é editor associado da revista Adventist World.

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T E S T E M U N H O

A

Amor

C o

Cheyenne Francis

P I X A B A Y / F ou n d r y

chuva golpeava o telhado de metal da nossa casa enquanto rajadas de vento açoitavam o topo das árvores do lado de fora da nossa janela. O brilho dos relâmpagos desenhava imagens assustadoras na parede do meu quarto. Eu tremia a cada trovão que explodia, e puxava as cobertas ao redor do meu rosto. Deus deve estar irado esta noite, pensei. Sem dúvida, eu era culpada por despertar sua ira. “Deus”, choraminguei, “pode fazer comigo o que fez com Jonas, para que minha família inteira não precise morrer.” Muito tempo depois daquela tempestade de verão, meu jovem coração ainda estremecia. E se um furacão tivesse partido nossa casa em duas? Ou se eu tivesse sido fulminada por um raio? Certamente acordaria na ressurreição errada, e seria consumida no inferno. Isso é o que acontece com as pessoas que não obedecem a Deus, e que ainda não descobriram como obedecer a Ele.

que

transforma

Da fé à confiança

Buscando o amor de Deus

As histórias da Bíblia que minha mãe lia para nós na hora de dormir diziam que Deus amava as pessoas; mas Ele também parecia estar bem à vontade para castigar. Por exemplo, a história de Jonas, do dilúvio, e de Sodoma e Gomorra descrevem aqueles que experimentaram a ira de Deus. Minha professora da Escola Sabatina falava sobre o amor de Deus, e eu cresci cantando “Sim, Cristo me ama”; mesmo assim, não podia entender bem as coisas. Para todas as Suas declarações de amor, Deus tinha regras estritas. Eu deveria obedecê-Lo porque O amava, mas até agora não tinha conseguido gerar amor suficiente que me livrasse sequer das infrações mais simples, como as brigas com meu irmão. Fora da Escola Sabatina e dos livros infantis, o amor parecia quase sempre ignorado pelo meu círculo de amigos adventistas e família. Minha impressão era que todos conheciam o amor de Deus, mas percebi que todas as pessoas a quem admirava e que falam muito sobre o amor, tendiam a subestimar a obediência. No entanto, não querendo

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ser culpados por isso, concentravam-se no tópico pertinente da “verdade presente” que indicava os sinais dos tempos e nos ajudavam a agir organizadamente. Não queriam perder muito tempo com algo tão básico como o amor. Reconhecer o amor de Deus

Em meio a tudo isso, li o livro Minha Consagração Hoje, de Ellen White, e fiz a assinatura de uma revista para adolescentes chamada Jovem Discípulo. Por meio dessa literatura comecei a compreender a salvação e as verdadeiras intenções de Deus a meu respeito. Vi na vida dos heróis da Bíblia, reformadores, mártires e missionários que seguem a Deus, o reflexo do melhor tipo de felicidade. Aprendi sobre submeter minha vontade à Sua vontade, e o poder que Ele me dá para superar. Para minha grande surpresa, isso realmente funciona na vida real! Aprendi a estudar minha Bíblia e a compreender o verdadeiro caráter de Deus. Ao refletir sobre a cruz e a vida de Cristo na Terra, compreendi

por que canto “Sim, Cristo me ama”. Vagarosamente Deus Se revelou a mim, e vagarosamente eu me entreguei a Ele. Com uma nova perspectiva do amor e da obediência, comecei a acreditar que podia ser salva. Agora que minha visão de Deus mudou, eu até me encontro desejando agradá-Lo. Nunca fui tão feliz! Logo percebi o amor de Deus vindo à tona em minha vida cotidiana. Comecei a ver Seu amor na natureza, nas respostas às orações, nas pequenas bênçãos diárias. Agora que compreendi que Jesus não estava pedindo nada impossível para mim, que Ele supera tudo por mim e agora me capacita a viver vitoriosamente, Seu amor pareceu mais relevante e, francamente, mais genuíno. Amor fundamental

Ainda assim, o amor não era elementar e eu não deveria estar avançando para algo mais complicado e desafiador? Foi isso que me ensinaram. No entanto, comecei a ver que o “elementar” também significa “funda-


amor

O não é algo meramente para iniciantes – é o fundamento que dá estabilidade, significado e propósito a todos os aspectos da vida. minha alma. Quão frequentemente busquei aprovação, aceitação e sensação de bem-estar em fontes secundárias. Quantas vezes me menosprezei e me sabotei quando poderia ter experimentado grande estabilidade construída sobre o mais forte dos alicerces. O desafio para perseverar

vidas mental”. O amor não é algo meramente para iniciantes – é o fundamento que dá estabilidade, significado e propósito a todos os aspectos da vida. O amor é o agente que nos capacita a compreender a Deus e a nos tornar como Ele. Ellen White escreveu: “O primeiro passo rumo à salvação é corresponder à atração do amor de Cristo. […] É para que os homens compreendam a alegria do perdão e da paz de Deus, que Cristo os atrai mediante a manifestação de Seu amor. Se correspondem à Sua atração, rendendo o coração à Sua graça, Ele os guiará passo a passo, a um pleno conhecimento dEle, e isto é vida eterna.”1 Ela também escreveu: “Um amor assim não tem paralelo […] um tema para a mais profunda meditação! O incomparável amor de Deus por um mundo que não O amou! Esse pensamento tem um poder capaz de dominar a alma e de tornar a mente cativa da vontade de Deus.”2 No entanto, quão pouco deixo que esse incomparável amor de Deus domine as barreiras que prendem

Não tinha percebido o vazio em meu coração até o ano em que fui sacudida até o profundo do meu ser. Deus usou eventos comuns (apesar de traumáticos) para me mostrar que eu estava dependendo de outros e não dEle. Naquele ano eu terminei um relacionamento sério, mudei de minha cidade e do lugar em que trabalhava havia oito anos, e comecei a examinar minhas experiências familiares da infância com uma luz objetiva. Agora, que os amigos e membros da família da igreja que me apoiavam, estavam a centenas de quilômetros de distância, meus laços familiares estavam em desordem, meu coração despedaçado, confuso e dolorido, descobri que minha alma estava desolada e esfarrapada. Enquanto implorava ajuda a Cristo e me debatia para encontrar paz e estabilidade interior, um tema iluminado começou a brilhar nas Escrituras. Ele sempre esteve lá, mas agora, prestei atenção para a melhor e mais insondável notícia da Bíblia: Tenho um valor incalculável, não baseado no meu desempenho, talentos ou circunstâncias, mas no amor devotado, persistente e inabalável de Deus. “Visto que você é precioso e honrado à Minha vista, e porque Eu o amo” (Is 43:4, NVI). “O Senhor Se agrada de ti” (Is 62:4, ARC). Diante disso, o que mais importa? Impressionada e agradecida, comecei a marcar em cor-de-rosa, como pequenas notas de amor, cada verso da Bíblia que me mostrava o amor de Deus e meu valor para Ele. Passagens antigas

e conhecidas rapidamente se tornaram novas, de beleza radiante. Foi necessário mais de uma década para que eu descobrisse isso, mas agora eu sei que embora nunca alcance a plena compreensão do meu valor para Ele, posso acreditar e construir minha vida sobre ele. “Vivei em contato com o Cristo vivo”, escreveu Ellen White, “e Ele vos segurará firmemente com uma mão que nunca soltará. Conhecei e crede no amor que Deus nos tem, e estareis seguros; esse amor é uma fortaleza inexpugnável contra todos os enganos e assaltos de Satanás.”3 Agora, quando estou desanimada, sozinha ou sou tentada, abro minha Bíblia e procuro os textos cor-de-rosa, ou novos textos a ser marcados. Confio mais nessas promessas do que nos meus sentimentos, mais do que nas minhas circunstâncias, mais do que em qualquer coisa no mundo. Creio, sem dúvida alguma, que sou estimada. Essa é a vida que somos chamados a viver. Embora não sejamos capazes de explicar Seu amor, não possamos descrever sua vastidão e carinho, podemos mostrar aos que estão ao nosso redor – familiares, amigos, colegas de trabalho, até às pessoas com as quais nos encontramos nas lojas e locais de trabalho – o quanto eles são amados. O amor flui do coração de Cristo, derretendo a indiferença e tornando todas as coisas importantes! A mensagem mais poderosa que temos de levar ao mundo é o maravilhoso amor de Deus. E a melhor maneira de compartilhá-lo é vivê-lo. n 1A

Maravilhosa Graça de Deus [MM 1974], p. 99. a Cristo, p. 15. Maior Discurso de Cristo, p. 119.

2 Caminho 3O

Cheyenne Francis é escritora freelance e aprecia compartilhar o amor de Deus com adolescentes e jovens.

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R E S P O S T A S

A

P E R G U N T A S

A Moisés pediu que Deus lhe mostrasse Sua glória, mas só pôde vê-Lo pelas costas (Êx 33:18-23). O que Moisés viu?

glória do

Realmente a narrativa é intrigante, mas não necessariamente difícil de compreender. Ela combina a capacidade humana de ver e ouvir, com a vontade de Deus de ser ouvido e visto. A questão é sobre a presença de Deus com Moisés e, por extensão, conosco. Examinaremos o contexto, então comentaremos o que foi ouvido e visto. 1. Contexto: No contexto da história os israelitas estão adorando o bezerro de ouro, no Monte Sinai, uma grave violação da sua aliança com Deus. Como resultado desse pecado, o Senhor está pronto a abandonar Seu povo no deserto. Por meio da intercessão de Moisés, Deus promete levar o povo à terra prometida através da presença e liderança do Seu anjo. Moisés insiste para que o Senhor os acompanhe. Deus, finalmente, atende ao pedido. O resto da narrativa parece girar em torno do desejo de Moisés de estar certo de que o Senhor realmente vai com eles. 2. O pedido: A ênfase da parte de Moisés é para ver. Na Bíblia a realidade ou criação são apreendidas pelo olho. É pela visão que os seres humanos têm consciência de quão concreta é a realidade e do que eles podem compreender e ter acesso. A vasta criação de Deus está disponível para ser apreciada pelo olho humano, e para que compreendam seus mistérios. A sabedoria da literatura bíblica é, em certa medida, baseada nessa convicção que inclui a observação, análise e conclusões a partir do que é observado. Mas, e como ver o que não faz parte da criação, ou seja, o próprio Criador? Como, por natureza, Ele não é parte da criação, Deus não é visível a olho nu. Moisés tem consciência da singularidade de Deus e pronuncia seu pedido cuidadosamente: “Peço-Te que me [har‘eni, ‘seja possível eu ver’, ‘permita que eu veja’] mostres a Tua glória” (Êx 33:18). O olho humano só pode ver a Deus quando Ele Se faz acessível à visão humana. O que Moisés quer ver especificamente é a “glória” (kabod, “peso”, “glória”), de Deus, e Ele Se nega atender ao pedido, porque “ninguém poderá ver-Me e continuar vivo” (verso 20).

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B Í B L I C A S

Senhor

Sabemos que Moisés e os israelitas já tinham visto a glória do Senhor anteriormente, e não morreram. Isso sugere que Moisés quer uma experiência que transcende aquelas manifestações da glória de Deus escondida na nuvem de Sua presença. Ele quer ver a glória de Deus sem mediação; quer vê-Lo na majestade, poder e resplendor do Seu ser. Moisés aparece pedindo que o Senhor venha ao mundo como Ele é na essência, pois assim estará seguro de que Deus realmente irá acompanhar o povo em sua jornada a Canaã. Mas criaturas finitas não podem ver o Ser Infinito em Sua plenitude e sobreviver à experiência. 3. Ver por meio da audição: Moisés verá a “bondade” de Deus, não através dos olhos, mas pelos ouvidos. Sim, o Senhor descerá na glória de Sua majestade para falar com Moisés, dando a ele o que necessita: a proclamação do Seu nome, do Seu caráter, como Yahweh/o Senhor. O problema do pecado do povo não seria resolvido por uma demonstração avassaladora da glória de Deus, mas pela revelação do Seu caráter. Ele é Deus misericordioso e compassivo (verso 19) que está sempre pronto a perdoar a “maldade, a rebelião e o pecado” (Êx 34:7). Ele é assim! É isso que Moisés “verá”. A narrativa se torna íntima, quando Deus diz a Moisés para ficar em pé sobre a rocha, provavelmente no Monte Sinai, e esperar. No momento certo Deus irá protegê-lo da majestade de Sua glória, escondendo Moisés “numa fenda da rocha”, e o cobrirá com Sua mão. Moisés experimentará a realidade da presença de Deus, mas só verá as “Minhas costas” (Êx 33:12, 23), não a face de Deus. Após a passagem de Sua glória invisível, Moisés viu somente um resquício da grandiosa presença de Deus. A mensagem é clara: Podemos ver melhor a presença de Deus após Sua ação salvadora em nosso favor. No momento, podemos ver apenas as Suas costas. n

Após servir a igreja como pastor, professor e teólogo, Ángel Manuel Rodríguez está aposentado no Texas, Estados Unidos.


E studo

B íblico

Mark A. Finley

E

m certo sentido, a história de Abraão é a minha história. É a história de um homem comprometido com Deus, cuja fé vacilou. Ele cometeu erros; mas em cada caso, reconheceu sua falta de fé e continuou crescendo através de cada experiência de sua vida, que foi caracterizada pelo compromisso inabalável de fazer a vontade de Deus. Em sua humanidade, ele falhou, mas nunca deu as costas para o Deus a quem amava e servia. Nesta lição estudaremos como Abraão cresceu na fé mesmo em meio a circunstâncias extremamente desafiadoras.

1

Que visão guiou a vida de Abrão? Leia Hebreus 11:8-10 e descubra o que manteve Abraão fiel a Deus perante os desafios da vida. Abraão olhava além dos desafios, para o Deus que era o divino governador do Universo e tinha uma cidade eterna preparada para ele e sua família. Alguém disse: “Você pode suportar quase tudo se tiver esperança em um futuro brilhante.” O coração de Abrão estava cheio dessa esperança.

2 Embora Abraão estivesse profundamente desapontado porque a promessa de Deus não tinha se cumprido com o nascimento de Ismael, que certeza recebeu de Deus? Leia Gênesis 17:18, 19. 3 O que descobrimos sobre o caráter de Abraão em Gênesis 18:1-8? Compare essa passagem com Hebreus 13:1, 2. Abraão tinha um coração generoso. Ele recebeu três estranhos com a máxima cortesia, suprindo suas necessidades físicas e emocionais. Esse gesto de hospitalidade é um chamado para oferecermos atos de bondade e suprir as necessidades daqueles com os quais entramos em contato.

4 Com o passar o tempo, a fé de Abraão e Sara continuou a ser testada. O filho da promessa não tinha nascido ainda, e eles estavam envelhecendo. Como Deus respondeu à sua falta de fé? Leia Genesis 18:11-14, 16-19.

O . A .

St e m i e r

Abraão arriscou tudo

O que parecia impossível a Abraão e Sara não era impossível para Deus. A pergunta feita por Deus a Abraão: “Existe alguma coisa impossível para o Senhor?” (verso 14), ecoa através dos séculos. Ela nos fala de um grande Deus, totalmente capaz de resolver nossos problemas e fazer com que triunfemos sobre os maiores desafios da vida.

5 Como Abraão revelou seu verdadeiro caráter em Gênesis 18:20-26? A preocupação de Abrão em salvar Sodoma é aparente em sua discussão com Deus. Abraão reverentemente argumenta com Deus como se apelasse a um amigo. Em 2 Crônicas 20:7, Abraão é chamado de amigo de Deus para sempre. Não há maior privilégio do que ser chamado amigo de Deus.

6 Que expressão Deus usou no nascimento de Isaque que é similar a uma expressão usada para descrever o nascimento de Jesus? Compare com Gênesis 21:1-3 e Gálatas 4:4. Nos eventos importantes da história da salvação, Deus realiza Sua suprema vontade no tempo divino. Podemos ser incrivelmente agradecidos porque o plano da salvação não está em mãos humanas, sujeito a mudanças aleatórias; ele está nas mãos imutáveis de Deus.

7

Qual foi a maior prova enfrentada por Abrão, e como a solução de Deus se aplica a cada um de nós, pessoalmente? Leia Gênesis 22:1-14 e compare com João 1:29 e Apocalipse 5:1-6. A fé de Abraão foi testada por sua disposição em sacrificar Isaque. Nesse supremo ato de fé Abraão demonstrou sua absoluta confiança em Deus. O Senhor ofereceu um substituto para o sacrifício. Nós, também, vamos ao altar de Deus com fé, tremendo, imaginando se estamos sozinhos. Mas um sacrifício foi providenciado, por meio de Jesus e louvamos a Deus pelo Cordeiro sacrificado em nosso lugar. Jesus é tudo de que precisamos. n

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TROCA DE IDEIAS P I X A B AY

Esse não é o único assunto que Ellen G. White previu há muitos anos. Pense no que ela escreveu sobre crianças e educação. Os psicólogos estão confirmando tudo o que ela disse. A profecia sempre confirma nossa fé. Carlos Olguín Quiroz Santiago, Chile

Cartas

A influência de Ellen White

Adventistas são advertidos a examinar suas refeições

Escrevo sobre o artigo de Andrew McChesney, “Adventistas são advertidos a examinar suas refeições” (dezembro de 2015). Ao ler, tive de sorrir. Quando levamos esse assunto à nossa igreja local, fomos dispensados como se estivéssemos introduzindo falsos ensinamentos na igreja. Espero que agora, muitos ouçam o relatório da OMS. Eric Eyaru Soroti, Uganda Muito obrigada por esse artigo relevante. Quanta esperança e bênção há em nossa mensagem de saúde! Podemos ser proativos na prevenção do câncer e de muitas outras doenças. Josephine Kelley Rogue River, Oregon, Estados Unidos

Oraçãow

Obrigado por publicar o artigo de Cárolyn Azo, “Encontro com o tetraneto de Ellen White” (dezembro de 2015). Ellen White profetizou sobre o que aconteceria, e aconteceu, e vai continuar acontecendo. Gosto de seus livros, especialmente O Grande Conflito. George Koromo Dar es Salaam, Tanzânia Grande conselho de Justin Torossian (parente de Ellen White)! Li dois livros de Ellen White este ano; estou lendo o terceiro. Sou adventista de berço, mas nunca apreciei tanto seus livros como aprecio agora. Eunice Gregory-Richard Tucson, Arizona, Estados Unidos Os escritos de Ellen White contêm conselhos excelentes. No entanto, não devem substituir a Bíblia. Ela escreveu que devemos colocar a Bíblia em primeiro lugar.

Amo os livros dela, e leio todos os dias. Leio primeiro minha Bíblia (em 2016, planejo ler pela quinquagésima vez). Em seguida, leio seus escritos. Eles são uma bênção! Meu livro preferido é O Desejado de Todas as Nações, seguido de perto por Patriarcas e Profetas. Illana Goodwin Portland, Oregon, Estados Unidos Quando Deus surpreende

O método do Senhor é o único método. Jesus Se misturava com as pessoas, supria suas necessidades, conquistava sua confiança e os convidava a seguir ao Senhor. Gostei muito de ler o artigo de Mark A. Finley, “Quando Deus surpreende” (agosto de 2015), sobre o ministério de Paulo. Já passei por experiências amargas em várias igrejas às quais frequentei, mas nunca abandonarei a igreja ou a verdade que encontrei, após viver um inferno nesta Terra. Louvado seja Deus, que abriu meus olhos para enxergar a verdade! Qualquer um pode “brilhar” no púlpito. Mas precisamos nos lembrar de ministrar para os pobres, agredidos e marginalizados. Moni Dominic por e-mail

GRATIDÃO

Agradeço a Deus por minha vida e família. Por favor, ore para que eu encontre um esposo segundo a vontade de Deus. Grace, Zâmbia

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Por favor, ore por minha família e por mim, para que confiemos em Deus até o tempo do fim e nos apeguemos a Ele até que venha. Ore também por minha noiva e para que eu encontre um trabalho a fim de que possamos nos casar e cumprir o plano de Deus. Withney, Martinique

Retornei aos estudos aos 53 anos de idade e estou cursando meu primeiro semestre em tempo integral. Estou sobrecarregada. Por favor, ore para que eu consiga equilibrar todas as minhas responsabilidades e tirar as notas de que preciso para o curso de técnico de enfermagem. Jeanne, Estados Unidos


Conquista

da Vida

Em gratidão

A Adventist World abordou quase todos os meus desafios. Fez tanta diferença na minha vida que quase sempre parece ser escrita só para mim. Que Deus abençoe os autores e equipe. Daniels Muteesa Kampala, Uganda Gosto muito da Adventist World. Que Deus abençoe toda a equipe da AW! Ir Tuyishime Hiti John República Democrática do Congo Obrigado à Adventist World! Que Deus nos abençoe a continuar espalhando as boas-novas. Lokasasa “Craig” Kalzii Honiara, Ilhas Salomão Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

Lilya Wagner, diretora de Serviços Filantrópicos para Instituições na Divisão Norte-Americana, foi premiada recentemente com a Medalha Henry A. Rosso pela Conquista da Vida em angariação ética de fundos, através da Escola de Filantropia da Família Lilly, da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Durante os últimos 25 anos, Wagner é a segunda adventista do sétimo dia a receber tal homenagem (o primeiro foi Milton J. Murray, em 1992). O prêmio reconhece os profissionais de angariação de fundos que aderem aos mais altos padrões de angariação ética de fundos e que servem de modelo entre os profissionais da filantropia.

Rico em

fibra

(Fiber Up)

feijões (todos os tipos) ovos

Você não precisa passar fome para perder peso. Os oito alimentos listados abaixo, fornecem fibras dietéticas, proteínas e nutrientes essenciais:

maçãs

iogurte grego batatas

grãos de trigo

figos

aveia

Fonte: Women’s Health

Por favor, ore por minha mãe. Ela está passando por problemas financeiros e deve para muita gente. Felicia, África do Sul Peço oração por paciência. Não tenho certeza sobre o que fazer com minha vida. Devo voltar para a escola? Encontrar

um trabalho mais gratificante? Começar um relacionamento? Estou esperando em Deus, e necessito que Ele dirija minha vida e me ajude a ser mais paciente. Rashel, Jamaica

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

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TROCA DE IDEIAS

A G

R e d e

A r q u i v o s

da

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f O T O S :

anos

E

m 1º de janeiro de 1907, começou a funcionar temporariamente uma escola na cidade de Leduc, Alberta, Canadá. A matrícula inicial de nove alunos se transformou em vinte e sete antes do fim do primeiro trimestre. Essa escola se transformou na que é conhecida hoje como Universidade Burman. Na assembleia da Associação Geral de 1901, em Battle Creek, Michigan (EUA), J. W. Boynton, de Nebraska, foi chamado para Alberta, então um campo missionário (que se tornou em província canadense, em 1905). Dos 50 membros encontrados por Boynton por ocasião de sua chegada, 35 eram alemães que se reuniam em uma igreja, em Leduc, cem quilômetros ao norte do local em que está a universidade atualmente. A Associação de Alberta foi organizada na campal de 1906, realizada em Red Deer, tendo C. A. Burman como seu primeiro presidente. Por esse tempo, havia três escolas da igreja na província, mas o número crescente de famílias adventistas do sétimo dia tornou necessários níveis mais altos de educação. Sob a recomendação da comissão da associação, Burman assumiu a direção do novo empreendimento. Atualmente localizada próximo a Lacombe, Alberta, é conhecida como Canadian Union College e Canadian University College. A universidade recebeu o nome em homenagem a Charles e Leona Burman, casal que fundou a instituição. Charles foi seu primeiro e terceiro presidente e Leona, além de trabalhar como enfermeira da escola, lecionou inglês, ciência, geografia e psicologia.

Tudo azul Todos os anos, são fabricados mais de de metros de tecido jeans, o suficiente para rodear o planeta.

3 bilhões 67 vezes

Fonte: USA Today

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A d v e n t i s ta

d e

Not í c i a s

Os mentores

fazem a diferença

Mentores adultos de fora da família muitas vezes desempenham um papel muito importante, ajudando crianças a desenvolver todo o seu potencial. Segundo estudo realizado nacionalmente nos Estados Unidos, em 2013, dois terços das crianças de famílias abastadas têm como mentores pessoas que não são parentes. Dois terços das crianças pobres não têm mentor. Essas crianças expressaram quase duas vezes mais o desejo de ter mentores em algum ponto da vida, mas não têm. Você está procurando mentores? Procure na sua Escola Sabatina, clube dos desbravadores, escolas adventistas ou departamento jovem da sua igreja. Para ser um voluntário ou conseguir informação sobre o assunto, visite: GCYouthMinistries.org. Mentores fazem a diferença.

Arte

com

bigodes

Na China, os artistas usam bigodes de animais como pincéis. Bigodes de gatinhos são usados como pincéis para desenhar e para fazer trabalhos detalhados. Outros materiais incluem cerdas de lobo, bigodes de rato, pelos de texugo, pele de esquilo, crina de cavalo e penas que se encontram sob os bicos de kingfishers (um pássaro). Fonte: National Geographic


“Eis que cedo venho…”

Faça mais,

Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

com menos

Você tem uma rotina de exercícios? (Atualmente, quem não tem?) Você tem 15 minutos? Maximize sua rotina com EMOM, que representa o aproveitamento de cada minuto. Veja como funciona: ajuste o cronômetro e faça uma série de exercícios (flexões, abdominais, agachamentos, etc.), por exemplo, uma sequência de três, cinco, ou dez. Assim que terminar essa sequência, descanse durante o que sobrou dos 60 segundos. Inicie uma nova sequência no próximo minuto. O breve descanso o ajudará a administrar a fadiga e a fazer mais sequências, no total. Ajudará a desenvolver uma rotina que o capacita a ir rapidamente de um exercício para outro, e a repetir a sequência por 15 minutos (são cinco exercícios por três minutos cada, ou três exercícios por cinco minutos cada, etc.). Fonte: Men’s Health

Em que

Editor Administrativo e Editor-Chefe Bill Knott Editor Associado Gerente Internacional de Publicação Pyung Duk Chun Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Benjamin D. Schoun, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Daniel R. Jackson; Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol; Michael Ryan; Ella Simmons; Mark Thomas; Karnik Doukmetzian, assessor legal.  Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, chair; Yutaka Inada, German Lust, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han, Gui Mo Sung Editores em Silver Spring, Maryland, EUA André Brink, Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Andrew McChesney Editores em Seul, Coreia do Sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim Gerente de Operações Merle Poirier

lugar

do

Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

Colaboradores Mark A. Finley, John M. Fowler

mund ?

Conselheiro E. Edward Zinke Administrador Financeiro Kimberly Brown Assistente Administrativo Marvene Thorpe-Baptiste Comissão Administrativa Jairyong Lee, presidente; Bill Knott, secretário; P. D. Chun, Karnik Doukmetzian, Suk Hee Han, Yutaka Inada, German Lust, Ray Wahlen, Ex-officio: Juan Prestol-Puesán, G. T. Ng, Ted N. C. Wilson

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C oo m b s

Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti Consultores Ted N. C. Wilson, Juan Prestol-Puesán, G. T. Ng, Leonardo R. Asoy, Guillermo E. Biaggi, Mario Brito, Abner De Los Santos, Dan Jackson, Raafat A. Kamal, Michael F. Kaminskiy, Erton C. Köhler, Ezras Lakra, Jairyong Lee, Israel Leito, Thomas L. Lemon, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara, Blasious M. Ruguri, Ella Simmons, Artur A. Stele, Glenn Townend, Elie Weick-Dido Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria, México e nos Estados Unidos.

V. 12, nº- 1

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RESPOSTA: Adolescentes da igreja Stanborough Park, em Watford, Inglaterra, ajudam a servir uma refeição indiana com três tipos de pratos, a fim de conseguir recursos para o Save the Orphans Please International – STOP (ONG Internacional Salve os Órfãos, Por Favor), instituição de caridade fundada por Kish Poddar, professor de ciências da Escola Stanborough, em 2000. Foram doadas mais de duas mil libras pela venda de alimentos e objetos para ser leiloados. Em 2015, os projetos do STOP incluíram um novo poço para um orfanato, conclusão do muro do lar Love Home, a pintura do lar Home Way to Life e a construção do muro do Centro de Treinamento Vocacional.



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