Jornal Aduff-SSind junho (1° quinzena /2016)

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Junho (1ª quinzena) de 2016 • www.aduff.org.br

Nova diretoria defende atuação coletiva para enfrentar ‘tempos difíceis’ Comunidade acadêmica precisa tomar para si defesa de projeto para universidade, disse novo presidente na assembleia de posse Aline Pereira Da Redação da Aduff

“A

defesa de uma universidade pública, gratuita, laica e de qualidade é o que nos unifica. Sabemos que a conjuntura demanda que estejamos atentos e mobilizados para fazer o enfrentamento necessário nesses tempos difíceis”, disse Gustavo Gomes, professor do curso de Serviço Social, eleito presidente da Aduff-SSind, na assembleia posse da direção e do conselho de representantes da seção sindical para o biênio 2016-2018. Durante a cerimônia, no dia 23 de maio, o diretor destacou a importância do sindicato como um polo de resistência, o que exigirá ampla unidade entre os três segmentos da instituição. “É necessário que o corpo acadêmico, os técnicos e os alunos tomem para si a defesa de um projeto de educação, construído arduamente ao longo de gerações. Estamos aqui porque companheiros jovens há mais tempo

lutaram muito pela universidade pública. Somos parte dessa militância”, disse, defendendo diálogo com os movimentos sociais. “Temos a capacidade enfrentar o que está por vir nesses tempos sombrios”. Gustavo Gomes enfatizou que a saudação de posse era um convite à mobilização frente ao avanço de propostas que retiram ainda mais direitos previdenciários, trabalhistas e sociais, a exemplo do Projeto de Lei Complementar – PLP 257, em trâmite na Câmara dos Deputados, como apêndice da proposta de reforma fiscal do Executivo. Esse projeto, que amplia os cortes no setor público, visa, entre outras medidas, o congelamento de salários, a suspensão de concursos e o aumento da alíquota da contribuição previdenciária. “Não é um atentado somente ao funcionalismo ou ao Regime Jurídico Único; o que está em jogo é a redução de direitos sociais em um país desigual como o Brasil”, disse o presidente da seção sindical.

Defesa da democracia e críticas à privatização via Ebserh Gustavo Gomes, que foi vice-presidente da Aduff-SSind no biênio 2014-2016, disse que a atual gestão tem a responsabilidade de continuar a luta por respeito às instâncias democráticas no âmbito universitário, criticando o processo que culminou com a privatização do Hospital Universitário Antônio Pedro, que foi entregue à Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). “Assim que Sidney Mello assumiu a reitoria na UFF, nos reunimos com ele, que se comprometeu a não encaminhar o assunto sem garantir o mínimo de debate com a comunidade universitária”, disse. Segundo o diretor do sindicato, o reitor não cumpriu a palavra ao adotar medidas que levaram ao contestado convênio entre a UFF e a Ebserh, como votações pela internet, esvaziamento de sessões do Conselho Universitário e falta de transparência do Conselho Deliberativo do Huap.

Houve também desrespeito à decisão da Justiça que garantia o direito de ampla participação pública no CUV Extraordinário, convocado para o prédio da Imprensa Oficial – longe do espaço acadêmico e cercado de forte aparato policial. O reitor conduziu o regime de votação sem contagem de votos, enquanto estudantes barrados do lado de fora eram agredidos pela polícia. Minutos após o termino daquela sessão do CUV, a Reitoria afirmava em nota que a “democracia havia vencido”. Foi pelas páginas do jornal “O Globo” que a comunidade universitária soube que o professor Tarcísio Rivelo – diretor do Huap há vários anos, presidente do conselho deliberativo da unidade e defensor do convênio com a Ebserh – tornou-se, previsivelmente, o superintendente da referida empresa na UFF.

‘É bom ver que não estivemos sozinhos’, disse direção que encerra gestão Renata Vereza, professora do curso de História, despediu-se da presidência da Aduff destacando que os principais feitos da gestão 2014-2016 foram frutos de um trabalho coletivo. Entre os avanços, citou a atuação colegiada da direção, a ampliação da presença do sindicato nos campi fora da sede, a luta pela progressão na carreira, a campanha contra a Ebserh, e a mais longa greve da história da categoria. “Muito bom ver que não estivemos sozinhos. Somos muitos! A diretoria e o conselho de

representantes da Aduff vão precisar ter esse apoio”, disse a docente. De acordo com Renata, todos os professores deveriam ter a experiência de contribuir, participando da direção do sindicato, o que enriquece a percepção que se tem da universidade. “Estar à frente da Aduff permitiu que eu tivesse outra visão da UFF, do que é a instituição, de quem é a categoria, pois foi possível conhecê-la como todo, mais integrada e orgânica. A UFF não é um conjunto de caixinhas”, disse. (AP)

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