Jornal Aduff-SSind Outubro - 2° quinzena

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Jornal da ADUFF

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Outubro (2ª quinzena) de 2015 • www.aduff.org.br

Pressão em defesa do Antônio Pedro Estudantes de Medicina e trabalhadores do Huap se mobilizam diante da crise e das ameaças de privatização e cobram posições do CUV, da direção do hospital e da Reitoria Luiz Fernando Nabuco

Lara Abib Da Redação da Aduff

o dia 28 de outubro – N dia do Servidor Público –, trabalhadores do Hospital

Reunião do CUV no dia 27 de outubro: mobilização por medidas emergenciais... ticou a professora Verônica Fernandez, do Instituto de Saúde da Comunidade que integra o colegiado do curso de Medicina. No Conselho Universitário, o movimento em defesa do hospital apresentou quatro proposições para serem discutidas no principal fórum deliberativo da UFF. Foram elas: publicização do balanço financeiro do Huap, considerando como mínimo o período da atual gestão; criação de uma Comissão de Auditoria vinculada ao CUV para analisar

as contas composta de forma paritária por estudantes, técnicos, professores e corpo técnico; convocação regular mensal do Conselho Deliberativo do hospital e sua reformulação como um conselho paritário que inclua os três segmentos da universidade e usuários, além da criação de um grupo de trabalho paritário, vinculado ao Conselho Universitário.

Luiz Fernando Nabuco

Universitário Antônio Pedro (Huap) e estudantes do curso de Medicina da UFF compareceram em peso à reunião do Conselho Universitário para protestar contra as condições de trabalho, estudo e atendimento à população na unidade federal de saúde. O Antônio Pedro, hospital escola e instituição de referência em alta complexidade para os municípios de Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim, está desde 19 de outubro com as internações eletivas suspensas e enfrenta dificuldades em realizar cirurgias e procedimentos de apoio diagnóstico e terapêutico. O diretor do hospital, Tarcísio Rivello, fala na possiblidade de fechamento completo da unidade. Entretanto, apesar da gravidade da crise que afeta o hospital, estudantes e trabalhadores queixam-se que a administração não debate os problemas com a comunidade hospitalar. No Conselho Universitário, eles reivindicaram transparência nas contas e gestão democrática no hospital. “A gente está à beira de uma visita de avaliação do MEC, os professores estão preocupados e cobrando esclarecimentos de coisas que a gente ouve pelos corredores, pela mídia, mas não tem o posicionamento oficial da direção do hospital. Acho que agora é prática os gestores não dialogarem com os trabalhadores”, cri-

...não aprovadas porque conselheiros impediram quórum

Urgência Diante da importância do hospital universitário na assistência à saúde da população da região e da necessidade urgente de que execute plenamente as suas atividades de ensino, pesquisa, extensão e assistência, as propostas foram apresentadas em caráter de urgência pela estudante Maria Clara, do diretório acadêmico de Medicina. Contudo, o apelo dos estudantes e trabalhadores do hospital quase foi em vão. Em mais uma ausência do reitor Sidney Mello, quem presidiu o Conselho foi o vice Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, médico formado pela UFF e professor do Instituto de Biomédicas. Nóbrega argumentou que as propos-

tas eram “muito complexas” e que antes de serem colocadas em votação deveriam seguir para debate nas Câmaras, contrariando os artigos 73 e 74 do regimento interno do CUV, que versam sobre “urgência” e dizem o contrário. Entretanto, com a forte pressão dos presentes no Conselho, Nóbrega cedeu e pôs em votação. “É obrigação da reitoria pautar esse debate. Pega lá a pauta do CUV, a universidade mergulhada em crise, fechando o hospital mais importante dessa região, acusada e denunciada pelo TCU de corrupção em várias obras e ninguém fala nada, ninguém discute nada. É absurdo”, enfatizou o diretor do Sintuff e conselheiro universitário pelos técnicos-administrativos, Pedro Rosa.

Manobra Com a votação iniciada, alguns conselheiros se ausentaram do plenário, numa clara manobra para derrubar o quórum da reunião. Entre os ausentes, o ex-reitor Roberto Salles. Embora o “sim” pelo caráter de urgência da questão tenha recebido a maioria esmagadora dos votos dos con-

selheiros, a manobra acabou com o quórum para votação. “Eles dizem que a gente não pode se dividir, que a gente tem que se solidarizar com o que está acontecendo com o Huap. Tudo bem, concordo, só que eles tomam decisões unilaterais, eles não ouvem a gente, eles impõem. O vice-reitor não queria nem votar a possibilidade de colocar em caráter de urgência a questão do hospital. E nós estamos falando de um hospital que antes de tudo atende uma população que está sofrendo. Me indigna a cara de pau deles porque não tem outra palavra para usar. Quando o diretor do hospital me diz que o problema é de subfinanciamento crônico eu até posso concordar. Mas ele tem nos mostrar as contas, tem que nos mostrar como o dinheiro está sendo gasto. O diretor diz que convoca o Conselho Deliberativo do Huap e a reunião não dá quórum. Não é verdade. Não tem quórum porque ele não chama e não divulga a reunião. Se você está falando pra mim que é só falta de verbas, então mostra as contas”, desabafou a estudante do 7° período de Medicina Mayara Sanches.


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