VENEZUELA: Por que o chavismo incomoda tanto o Imperialismo?

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“Há uma demonização de Hugo Chávez. Quando for ler uma notícia, você deve traduzir tudo. O demonismo tem essa origem, para justificar a diabólica máquina da morte” Hugo Chávez é um demônio. Por quê? Porque alfabetizou 2 milhões de venezuelanos que não sabiam ler nem escrever, mesmo vivendo em um país detentor da riqueza natural mais importante do mundo, o petróleo.”

Eduardo Galeano

Caros leitores A frase acima mostra bem o estado dicotômico que vive Venezuela. Galeano retira a máscara que a mídia e os governos neoliberais usam para encobrir a verdadeira essência do que está em jogo. É incomum nesse sistema dirigido por e para as elites, surgir personalidades que tenham um olhar para a maioria do povo pobre e trabalhador. Salvador Allende, no Chile dos anos 70, tentou e foi vítima de um golpe militar orquestrado pelo Governo americano. Mas, com Chávez, a situação se complicou para a burguesia, principalmente porque a Venezuela detêm as maiores reservas de petróleo do mundo. O controle desse país é uma questão estratégica, para quem domina o mundo. Os anos 2000 foram marcados pela ofensiva dos povos latino-americanos contra os planos neoliberais. Na Venezuela, Equador, Bolívia, Argentina, etc., ocorreram explosões sociais que gestaram novas lideranças. Chávez com seu bolivarianismo e seu “socialismo do século XXI”, foi vanguarda desse processo e influenciou os demais países. A correlação de forças deu uma pequena guinada para a esquerda, suficiente para a retomada do otimismo revolucionário. Chávez morreu, mas seu projeto garantiu a vitória de Maduro. Entramos em uma nova conjuntura no continente e o que ocorrer na Venezuela vai determinar se o pêndulo da luta de classe vai à esquerda ou mais à direita. Ventos conservadores sopram incessantemente. O sequestro de Chávez e agora o não reconhecimento da vitória de Maduro, é parte do mesmo jogo de dominação americana, que criou a falsa história de armas de destruição em massa, para justificar a ocupação do Iraque. Obama, ao se negar em reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela, fortalece os setores da direita fascista da Venezuela e no resto mundo. No Brasil, o clima não é diferente. Dilma cede diariamente para as forças conservadoras e privatizantes. Por isso, o Brasil foi uma barreira de contenção as políticas de maior integração defendidas por Chávez, para a América Latina. Nesse sentido, nós os revolucionários temos que estudar a realidade venezuelana, e os próximos passos, tanto do Governo Maduro, como da oposição fascista representada por Capriles. Foi esse o objetivo que traçamos ao construir essa revista: entregar a você, leitor, uma gama de artigos analíticos que possam ajudar na caracterização de para onde vai à Venezuela, sem Chávez, mas com Maduro.

Boa Leitura!

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