CAPÍTULO
3
Investigação de Lesões Abdominais Associadas no Trauma Pélvico q Adriano Dias Trajano q José Mauro da Silva Rodrigues q Gustavo Pereira Fraga
seção i
As fraturas do anel pélvico acontecem em aproximadamente 3 a 8% de todas as fraturas do esqueleto no paciente traumatizado1. A pelve é uma estrutura osteoligamentar constituída pela união do sacro com os ossos inominados, que são ílio, ísquio e púbis. A estrutura é reforçada pela presença dos ligamentos sacroilíacos, posteriormente; ligamentos sacroespinhosos e sacrotuberosos, inferiormente; e da sínfise púbica, anteriormente. A integridade desses componentes é crucial para a estabilidade do anel pélvico. No idoso, essas fraturas são resultantes de quedas de baixo impacto (própria altura) e podem ser tratadas conservadoramente sem complicações. Contudo, a maioria das fraturas pélvicas é resultado de trauma fechado de alto impacto, como colisões automobilísticas, atropelamentos, acidentes com motocicletas e quedas de altura (Tabela 3.1). A fratura pélvica é um indicador de trauma severo e a enorme quantidade de energia dissipada é também responsável por lesões associadas em outras partes do corpo, que estão presentes em até 90% dos pacientes2. O traumatizado com uma fratura da pelve requer uma avaliação adequada tanto da fratura quanto das lesões associadas. A lesão do anel pélvico, com instabilidade biomecânica por ruptura dos ligamentos, está frequentemente associada a hemorragia retroperitoneal e instabilidade hemodinâmica dos pacientes. No espaço retroperitoneal pélvico podem ocorrer graves hemorragias associadas à existência de fraturas ósseas ou lesões vasculares. Estudos
Cirurgia do trauma
Introdução
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