PAISAGENS INFANTIS: uma incursao pelas naturezas, linguagens e culturas das crianças

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Na prática dos trabalhos de campo, os antropólogos vivem, durante algum tempo, com a comunidade ou sociedade estudada, numa dimensão de dialogia. Há um impacto na percepção do observador que estabelece uma conexão com o ponto de vista do ³nativo´ para dar sentido ao que está sendo observado: ele vive as conexões no campo como problemas existenciais. Coloca-se o desafio de transformar o exótico em familiar. É dada ênfase ao conhecimento apreendido por meio das percepções que o pesquisador elabora, a partir da experiência empírica. Por outra parte, os pedagogos, professores, cuidadores assumem o papel de ensinar, formar, tomar conta, transmitir e orientar aqueles que estão sob seus cuidados ou responsabilidade. Eles partem do pressuposto que teorias, conteúdos curriculares e metodologias de ensino pré-estabelecidas possibilitam as diversas aprendizagens, sem considerar, geralmente, a diversidade cultural como fator que influencia nas formas em como acontecem estas aprendizagens. Por que fragmentar estes ofícios? Não seria possível e desejável integrá-los? O que venho propor é uma apropriação - por parte destes atores - desta diversidade de ofícios, sugerindo, no presente trabalho, um diálogo entre ambos, uma interlocução entre: > as culturas das crianças: suas falas e expressões lúdicas; as trocas, a criação de vínculos e aprendizagens; e > a sensibilidade e o conhecimento do observador: o pesquisador, o teórico e/ou o educador. Com o intuito de apontar possibilidades de leituras e interpretações para a compreensão do universo amplo e profundo das crianças, apresento, adentro e comento, a partir de diversas culturas infantis: - imagens pictóricas, iconográficas que retratam crianças; - episódios lúdicos espontâneos; - produções plásticas; 32


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