AGRO ALÉM DO CAMPO Formada em Odontologia, Lilia Franciosi é Diretora Financeira da Maxum Máquinas, representante da Case em Luís Eduardo Magalhães. Integrante da família Franciosi, confessa que tem um pouco de medo dos rallys e provas de autocross que o marido , cunhado e sobrinhos participam, mas que sente muito orgulho de tudo que a família, há mais de 30 anos no Oeste, tem conquistado. Como foi abrir mão da profissão de formação para administrar um negócio da família?
Não foi difícil, na verdade foi uma opção. Como me especializei em radiologia, fiz uma pesquisa de mercado logo quando cheguei em LEM, e percebi que não viabilizava montar mais um serviço de radiologia na cidade pelo número de habitantes que existia na época. Então, meu marido me convidou para trabalhar com ele e eu aceitei. Como e quando vocês começaram a investir no agronegócio? E na Maxum?
A Família começou a investir no agronegócio em 1986, e a ideia de abrir uma revenda de máquinas, Maxum Case, foi em 1997. Como a família tem cultura sulista de plantio, eles vieram para Oeste da Bahia com esse propósito desde o início. Quais os desafios em administrar em uma cidade do interior uma marca de grande porte como a Case?
O Oeste é uma região com potencial muito grande em agricultura, propícia para o negócio de máquinas. LEM está exatamente no centro do Oeste baiano, o que facilita muito as vendas e o atendimento aos nossos clientes. O grupo Franciosi é muito conhecido pelos negócios agrícolas, mas também é reconhecido pelo sucesso fora do campo (nos rallys que participa). Como você apoia a família dentro e fora das lavouras?
Meu marido, cunhados e sobrinhos estão sempre envolvidos em corridas. Acho muito legal esse envolvimento e apoio ao esporte. Em particular, confesso que tenho um pouco de medo dos rallys. São provas extensas, difíceis e, geralmente, perigosas, mas me sinto muito orgulhosa em ver os resultados e sucessos que eles obtiveram ao longo das provas que participaram representando nossa região e influenciando tantos jovens ao esporte. Como você enxerga a Bahia Farm Show para o crescimento do agronegócio e o desenvolvimento da tecnologia a favor do produtor rural?
A Maxum foi pioneira em trazer tecnologia de primeiro mundo para o Oeste da Bahia. Sobre a
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JUN | 2018
Bahia Farm Show, acho fundamental um evento desse porte para trazer as novidades e tecnologias de última geração que existem no mundo para o alcance dos nossos clientes. Seus filhos são pequenos (quatro e cinco anos). Você evita levar trabalho para casa? Como concilia a administração da empresa com a maternidade?
Hoje dou muita prioridade aos meus filhos. Me preocupo com educação, valores e o emocional deles. Tento ser muito presente, conversar para entender a cabecinha e a fase que eles estão passando. A educação é muito difícil e não existe uma receita que sirva para todos, como eu inocentemente pensava antes de ser mãe. Fui sentindo essa necessidade de estar perto aos poucos e hoje me sinto feliz por saber que dou conta do recado, que são crianças saudáveis e que sou presente na vida deles. Como você vê o cenário para as mulheres no agronegócio nos próximos anos?
O mundo está reverenciado ao agronegócio e o espaço feminino está cada vez maior nesse mercado, que há tempos, era protagonizado apenas por homens. São veterinárias, pecuaristas, agrônomas, administradoras, enfim, mulheres em todos os setores do agro. Acredito que esse percentual de mulheres no agronegócio tende a crescer naturalmente como vem acontecendo ao longo dos anos.