Janelas para o rio. Uma intervenção no porto de Belém - PA

Janelas para o rio Uma intervenção no porto de Belém -PA

Adam Lucas Manfredi

As imagens apresentadas nesse trabalho são para fins meramente acadêmicos. Portanto, sem quaisquer fins lucrativos.

Foto da capa: Fernando Sette Outubro de 2013 Disponível em: https://www.flickr.com/ photos/portosdopara/15658439806/in/photostream/

Janelas para o rio Uma intervenção no porto de Belém -PA

Adam Lucas Manfredi

U N I V E R S I DA D E D E S ÃO PAU LO Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Tr a b a l h o Fi n a l d e G r a d u a ç ã o

Janelas para o rio Uma intervenção no porto de Belém - PA Autor Adam Lucas Manfredi Orientadora Karina Oliveira Leitão

Março de 2019

Esse Rio é Minha Rua Fafá de Belém Esse rio é minha rua Minha e tua, mururé Piso no peito da lua Deito no chão da maré Pois é, pois é Eu não sou de igarapé Quem montou na cobra grande Não se escancha em puraqué Rio abaixo, rio acima Minha sina cana é Só de pensar na mardita Me alembrei de Abaeté BIS Pois é, pois é...

Eu não sou de igarapé Quem montou na cobra grande Não se escancha em puraqué Me arresponde boto preto Quem te deu esse piché Foi limo de maresia Ou inhaca de mulher?

BIS Pois é, pois é...

Eu não sou de igarapé Quem montou na cobra grande Não se escancha em puraqué Composição: Paulo André / Rui Barata

Agradecimentos Em primeiro lugar eu quero agradecer a minha mãe, que sempre esteve ao meu lado, mesmo nos momentos mais difíceis e sem a ajuda da qual eu não estaria entregando este trabalho agora.Agradeço também ao meu pai.

Não posso deixar de mencionar os amigos queridos que caminharam ao meu lado durante todos esses anos de graduação e que foram de vital importância pra que eu completasse o meu percurso, dentre eles Karol Andrade, Caio Paula, Daniel Sombra, Matheus Januário de Carvalho, Lara Andrade, Gabriel Giannini, Laura Vaniqui, Paola Ornaghi e Paulo Viel. Sem mencionar os mais que importantes amigos dos tempos da Ufpa: Bruna Covre, Tiago Nunes e Felipe Lima.

E por fim, eu não poderia deixar de agradecer a minha orientadora, Karina Oliveira Leitão, por todo o seu apoio e por ter visto potencial neste trabalho mesmo quando eu não conseguia vê-lo.

ÍNDICE . pag.

01 Introdução

12

02 O desenvolvimento da cidade de Belém ___e a relação com o porto

14

03 O histórico do porto

16

04 Reconversão de zonas portuárias em ___atividades terciárias

18

05 A experiência da Estação das Docas

20

06 Projeto Belém Porto Futuro

22

07 Aspectos relevantes ao projeto

24

08 Levantamento fotográfico

26

O projeto: 09 Situação

28

10 O entorno

30

11 O sítio atualmente

32

12 Implantação

34

13 Espaços verdes

36

14 Usos e galpão de interesse

38

15 Plantas

40

16 Cortes longitudinais

48

17 Cortes transversais

50

18 Elevações

52

19 Diagrama de usos

54

20 Perspectivas

56

21 Referências das imagens

68

22 Referências bibliograficas

70

01 - INTRODUÇÃO

Quantas vezes não nos perguntamos “até quan-

em que o trabalho se insere.

relação ao patrimônio histórico e sua manuten-

importância da relação entre a zona portuária

do?” e nos indignamos diante do descaso com ção na cidade de

Belém? Diante

desta prob-

lemática, o presente trabalho aborda o tema ao

tratar da especificidade do patrimônio na zona portuária.

E não surge ao acaso, pois

é no mo-

Diante disso, Qual a

outra questão imprescindível emerge:

e a cidade para suas dinâmicas, para a constituição histórica e para a compreensãodo do porto como um polo irradiador na geração de recusros?

Não

se pode ainda deixar de questionar

mento em que é lançado um novo projeto que se

que especificidade o processo de mudança de uso

compromete a uma nova apropriação da área do

do solo nas zonas de orla apresenta no caso de

porto, que o presente trabalho encontra mo-

Belém?

uma alternativa mais inclusiva e sustentável

Após uma ampla visão da discussão em questão

tivação e se estrutura.

Buscando, a partir daí,

em relação à sociedade, ao se comparar à expe-

é chegado o momento de se debruçar diante do

riencias já levadas a cabo na área em questão.

projeto de intervenção em si.

tender a natureza da intervenção e responder a

jetual na zona portuária como se fosse “janelas

Para tanto, primeiramente se faz necessário enseguinte pergunta:

Que

mecanismos estão por

O

foco principal

do trabalho é a proposta de intervenção propara o rio”, isso por meio de mapas do entorno

trás dos processos de apropriação e alteração

da área, seguidos por plantas, cortes, diagra-

do uso do solo ao se falar de reconversão de

mas e imagens que buscam espacializar as ideias

zonas portuárias em atividades terciárias?

e conceitos por trás da intervenção em si.

Bem

como compreender a constituição da cidade de

Belém, desde sua fundação até o período atual, buscanso assim uma maior imersão no contexto

12

Por-

tanto, o resultado do trabalho é a proposta de projeto para um dos galpões da zona portuária; concluindo assim a investigação em questão.

FIG. 1: Vista aérea da região portoária.

13

02 - O DESENVOLVIMENTO DA CIDADE DE BELÉM E A RELAÇÃO COM O PORTO O uso e a ocupação da cidade de Belém pelos portugueses no século XVII teve seu ponto irradiador o que hoje se conhece como Forte do Presépio, a partir daí seguiram as primeiras ruas da cidade. A cidade nascem então a partir do influxo das atrações do

decorrente do insecamento do Igarapé do

Piry de Jussara, da catequização e da inserção de atividades comerciais. Esta fase é conhecida como fase de penetração.

interior e do mar, sendo assim tem vetores de cresci-

A

ocupação de forma não contínua em decorrência da

mento do que hoje é conhecido como “doca do ver-

1960 – 1970. E é uma fase marcada pela procura de terrenos com cotas altimétricas mais elevadas, livres da influência das marés (acima dos 4 metros) como os terrenos ao longo da Av. Nazaré e proximidades.

Neste período ficou clara a divisão da cidade em dois segmentos, uma zona central (1) e uma zona periférica do centro (2).

nasce, então, um novo núcleo urbano.

Após

mento orientados pro rio e para o mar. Belém tem uma existência de obstáculos naturais impedindo a livre expansão da cidade, se restringindo primeiramente a um núcleo urbano próximo ao

Forte do Presépio, sí-

tio este que concedia condições favoráveis no quesito politico-militar.

Posteriormente

com o desenvolvi-

o-peso” e nas trocas comerciais que ali floresciam

Estes

dois

núcleos são o que mais tarde vieram a ser conheci-

Bairro da Cidade (Forte do Presépio) e Bairro da Campina. Porém esses dois núcleos não se interligaram de imediato, entre os bairros havia um obstáculo natural conhecido como o Alagado do Piry de Jussara. Quanto à expansão no território, ainda é importante ressaltar que: dos como o

As

missões religiosas tiveram importante papel no

concernente ao processo de ocupação, não somente no sentido físico-territorial, pois a catequização permitiu a “domesticação” da população nativa e posterior irradiação dos costumes ocidentais (europeus).

(ARAÚJO JÚNIOR, A. C. R. A. e AZEVEDO, A. K. A., 2012) Tanto que o conjunto formado pelas igrejas de Nossa Senhora das Mercês, Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Igreja de Sant’ana, dentre outras, mostra a espacialização das forças eclesiásticas do período no terrirório. Do ponto de vista geográfico, esse momento é conhecido como fase ribeirinha ou fase periférica.

A

partir de

1750,

o governo do ministro

Marquês

de Pombal dá início a uma nova fase na adequação da

Amazônia à dominação portuguesa, em que o dinheiro e a escravidão são propulsores da colonização. Nesta fase Belém cresce bastante em termos periféricos e pouco quanto à penetração no território. Somente a partir do século XVIII a cidade de Belém veio a conhecer um processo de interiorização, principalmente

14

terceira fase, conhecida como fase de continen-

talização, inicia-se em meados do século XIX e vai até

os anos

1960 - 1970,

é um momento que se

caracteriza pelo papel importante do carro e das rodovias nos deslocamentos intra e interurbanos, e é marcado também pela conformação do processo de

metropolização de belém e incremento das atividades indústriais (advindas de incentívos fiscais).

Diante do que foi posto, é importante ter em mente que a cidade de Belém não cresceu de costas para o rio como afirmam alguns, mas que ela foi fruto da espacialização da sua relação com a baía, onde as relações sociais e de subsistência são muito fortes, como aponta o seguinte:

FIG. 2: Mapa de Belém de 1771 em que fic

povoamento nos primórdios da ocupação ter

“é possível observar a função contemplativa da paisagem, como exposto, bem como a importância dos portos, sendo entrepostos comerciais onde as atividades relacionam-se principalmente com a subsistência e as relações sociais são muito fortes, transformandose então em um espaço de vivência, no qual circula a tradição ribeirinha na metrópole e a relação da cidade com sua hinterlândia, evidenciando a importância do rio para a (re) produção do espaço belenense e a desconstrução da falácia “cidade de costas para o rio”. (ARAÚJO JÚNIOR, A. C. R. A. e AZEVEDO, A. K. A., 2012) “Os portos possuem relevante importância para a cidade por serem fontes de abastecimento de produtos regionais como o açaí, a farinha, verduras, carvão, etc, e ilustrando a existência do circuito inferior da economia” (SANTOS, 2004)

FIG. 4: Vista aérea da cidade de Belém.

cam claro os dois núcleos de

rritorial da cidade.

FIG. 3: Desenho holandês da metade do século XVII. Primeira representação conhecida da cidade de Belém “De Destaque para os dois núcleos de povoamento

stat ende fort van Gran Para”, c. 1640, autor desconhecido.

FIG. 5: Vista aérea da região da doca do Ver-o-peso, mercado de ferro e Forte do Presépio em primeiro plano, e

os edifícios dos bairros próximos em segundo plano, verificando a expansão da cidade.

15

03 - O HISTÓRICO DO PORTO “O primeiro porto de Belém era denominado de porto da Praia e localizava-se à margem esquerda do igarapé do Piri, que desaguava na baía do Guajará, onde hoje fica a doca do Vero-Peso. No processo de povoamento da cidade são configurados dois núcleos de ocupação, separados pelo braço deste igarapé: o bairro da “Cidade”, que ficava junto da Praça Matriz e do fortim do Presépio e o bairro da “Campina”, na parte sul, constituído a partir da abertura da Rua dos Mercadores (atual Conselheiro João Alfredo). Esta via aberta passa a atrair grande parte dos comerciantes locais, transferindo o desembocadouro principal da margem esquerda para a margem direita do igarapé. Por centenas de anos este foi o principal acesso por onde partiam e chegavam mercadorias, pessoas, informações e ideologias na região amazônica.”

FURTADO (2011)

“Ao

final do século XIX, o porto de Belém aparece como o terceiro mais movimentado do Brasil, ficando atrás apenas dos de Santos e Rio de Janeiro. O aumento das exportações da borracha, o “ouro negro” amazônico, e o crescimento da afluência de embarcações tornavam necessária a reorganização do núcleo portuário da cidade. Após a elaboração de diversos projetos de reforma do cais, o governo federal concede em 18 de abril de 1906 ao empresário norte-americano Percival Farquhar, a iniciativa de realizar as obras de modernização do porto de Belém e no dia 7 de setembro do mesmo ano, Farquhar funda a Companhia Port of Pará, que será responsável pela administração do porto da cidade.” FURTADO (2011)

“Os treze armazéns em estrutura metálica préfabricada, são originários,, da cidade de Creusot (localizada em região central da França, próxima a Paris) e fornecidos por Schneider e C.°” (PENTEADO, 1973) Em 2

de outubro de 1909 foi inaugurado o primeiro trecho de 120 metros de cais e um armazém de 2.000m² para carga geral. Nos

16

anos subsequentes, muito devido à efervescente economia da borracha que então se expandia por toda a região amazônica, e que encontrava em belém um epicentro de trocas comerciais com os principais centros da europa e américa, a atividade portuária se manteve bastante ativa. essa dinamica durou até 1930, com o fim do monopólio amazônico da borracha no mercado global, a economia local desandou e nos anos subsequêntes o porto entrou em estagnação, assim como toda a economia regional. Porém, o porto de Belém nunca perdeu sua importância significativa na região, muito devido à sua localização estratégica na rede de trocas de bens regionais.

Segundo a Antaq,

em 1940, a União assumiu a direção do porto por meio do Decreto-Lei nº 2.142.

Foram criadas duas administrações autônomas: o Serviço de Navegação da Amazônia (SNAPP) e a Administração do Porto do Pará. A SNAPP foi extinta em 1967, dando lugar à Empresa de Navegação da Amazônia S.A. (Enasa) e à Companhia Docas do Pará (CDP), ambas de economia mista.

FIG. 6: Movimentação no porto

Com o passar dos anos: “A

especificidade e quantidade das cargas movimentadas fizeram surgir outros terminais que se integram como um sistema, como o Terminal de Miramar, o Terminal de Vila do Conde e o Terminal da Sotave.” (ARRUDA, 2003)

Com

isso o porto da cidade de Belém perde sua primazia em relação à outros portos da região com mais capacidade de carga e mais atualizados tecnolõgicamente. Vem daí, portanto, o discurso de se desativar as áreas destinadas ao porto e repassa-las a uma nova iniciativa. Isso muito em conta também a sua inserção na malha urbana, com proximidade aos bairros mais interessantes ao Capital como Umarizal e Nazaré.

Tal conjunto de porto e terminais nos dias de hoje é administrado pela Companhia Docas do Pará CDP, com sede nas proximidades à zona portuária de Belém, na Avenida Presidente Vargas.

FIG. 8: planta relativa ao projet

o de Belém, 1931 cerca.

to do porto de belém, 1º e 2º trechos

FIG. 7: Embarcações se aproximando do porto de Belém, 1910 cerca.

FIG. 9: Aglomeração nas proximidades de um dos galpões do porto

17

04 - RECONVERSÃO DE ZONAS PORTUÁRIAS EM ATIVIDADES TERCIÁRIAS A

reconversão de zonas portuárias em ativi-

dade terciárias e espaços livros é uma tendencia global que remonta à uma mudança de paradigmas tecnologicos dos pátios insdústrias, resultando em uma obsolescência das estruturas previamente

estabelecidades

nesses

espaços.

Isso se deu no fim dos anos 70 e início dos anos 80 mas ganhou força na prática no início dos anos 90 do século XX, este fenômeno se deu primeiramente nos países centrais do capitalismo e posteriormente nos periféricos. Além de ser resultado de uma mudança na relação com o trabalho em que então mais indivíduos passaram a possuir tempo ocioso para frequentar espaços de lazer espalhados pela cidade, dentre esses

tios indústriais em espaços livres perpassa por trê conceitos fundamentais, sendo eles:

(1) A

revi-

talização urbana, (2) vázios urbanos e (3) ruínas,

e permeando esses três conceitos se faz presente o tópico da sutentabilidade (4):

(1): “O tema da revitalização (...) se propõe a dar nova vitalidade tanto à estrutura industrial existente quanto à região da grande cidade na qual se situa,

torna-se oportuna a ideia de examinar as motivações e aspectos envolvidos em processos de revitalização (ou reconversão) urbana.”

P., 2010)

(HARNIK

espaços a remotmada dos waterfronts foi uma das modalidades de intervenção que mais obteve exito e se multiplicou pelo mundo.

“(...)

a revitalização sustentável de centros

urbanos, particularmente das suas áreas por-

(2): O tema dos vazios urbanos referindo-se ao espaço em geral e à ociosidade de usos:

tuárias e waterfronts, transformou-se num

“Mais

sua inserção no competitivo mercado global, em

espaços desativados, ociosos, esvaziados de suas

símbolo da cidade pós-industrial, facilitando que qualidade de vida e identidades nacionais e locais são de fundamental importância.”

RIO, 2010)

“A

(DEL

relação entre a des-industrialização e a

reestruturação dos portos é um tanto complexa, no entanto, os dois fenômenos têm algumas causas estruturais profundas em comum.

A influência de uma, tem repercussões sobre a outra, marcando uma fase de recessão das economias urbanas, numa crise, que nem a inversão de tendências da metade dos anos 80, definida como “retorno ao waterfront”: a utilização da “soleira abandonada” com outra destinação, tem conseguido corrigir.” (HALL, 1993).

Segundo Harnik, P., o tema da reconversão de sí

18

do que espaços desocupados no sentido

físico do termo, os vazios urbanos configuram funções,

que

acabam

despertando

reflexões

acerca tanto de sua reinserção na trama urbana através de um processo de revitalização como da preservação de sua desocupação, além das consequências de cada uma dessas decisões para a cidade.” (HARNIK P., 2010)

(3) O

tema das ruínas referindo-se ao es paço con-

struído e à remanescência da forma:

“Ao

discorrer sobre o tema das ruínas adentra-

mos um terreno de maior subjetividade, por manter estreita relação com as reações e emoções ativadas nas pessoas pela sua presença.”

P., 2010)

(HARNIK

(4) “Já do ponto da sustentabilidade vale aí a análise da contribuição para a sustentabilidade do processo de reconversão dos sítios indústriais” (HARNIK P., 2010) Após a elucidação que Harnik P. nos trás a cerca do entendimento de conceitos cruciais ao se falar dos mecanismo por trás do desenvolvimento da al-

teração de uso do solo, agora Pontes nos elucida quanto aos processos por trás da alteração de uso do solo nos espaços da orla no caso específico de Belém:

O município de Belém/PA passa atualmente por um processo de reconfiguração territorial em múltiplas frentes. Este processo acontece ligado a estratégias, relativamente articuladas, de crescimento econômico e a discursos do poder público acerca da possibilidade de exploração de novos setores da economia e da dinamização e modernização de outros, já trabalhados na região há tempos. Em termos mais específicos, esta reconfiguração territorial diz respeito às recentes inter-

venções urbanísticas, ao planejamento ambiental e à modernização portuária que têm tido curso na região do estuário guajarino, em torno de Belém/

PA. Em todas estas frentes de atuação (que é sobretudo estatal, pública) podemos enfeixar um elemento aglutinador: a dimensão substantiva da água como fator locacional relevante, enquanto recurso natural e como poderoso elemento da paisagem cultural, econômica e, em última instân-

FIG. 10: Cidade de Belém com a indicação das intervenções urbanas recentes e

do zoneamento dos usos da orla.

cia, do poder. (PONTE, 2007)

19

05 - A EXPERIÊNCIA DA ESTAÇÃO DAS DOCAS “Com projeto assinado pelos arquitetos Paulo Chaves Fernandes e Rosário Lima, defensores da adaptação histórica com redução nas intervenções, a obra trata-se da adequação de três galpões em estrutura metálica pré-fabricadas, originárias da Inglaterra. Foi realizado tanto um trabalho de requalificação como de restauração. Os guindastes, por exemplo, foram restaurados ao seu estado original e sofreram uma valorização através da colocação de um sistema de iluminação direcionado. Alguns itens foram reconstituídos sempre levando em consideração as convenções patrimoniais e respeitando sempre o modelo original.

As intervenções,

quando utilizadas ficaram notadamente distintas do conjunto original, para que não constituíssem um falso histórico.

mas espaciais são pensadas, quando se leva em conta a concepção arquitetônica e urbanística. Desses, exemplos, o mais paradigmático é o complexo turísticocultural “Estação das

Docas”, pensado a partir do

reaproveitamento e refuncionalização dos galpões desativados do antigo porto, herdado do período áureo da economia da borracha na

Através

Amazônia.

do “urbanismo espetáculo” são criados e/

ou reforçados valores culturais e representações sociais.

2006).

(TRINDADE JR., AMARAL

e

SANTOS,

A experiência da Estação das Docas ainda pode ser entendida a partir da visão de que

Ao todo, são mais de 30 mil m² A modulação original também atuou como partido na concepção do projeto. Foram utilizadas passarelas recobertas com policarbona-

“A privatização de segmentos patrimoniais públicos acarreta uma fragmentação do passado local distanciando sociedade de memória, a cidade deve pertencer aos seus usuários. É necessário atenção ainda,

to e vedadas em vidro de maneira a não prejudicar

para que o turismo não promova a segregação das

a integração do novo com a paisagem natural.

classes, sendo assim, é necessária uma gestão in-

de urbanização.

O

Flutuante turístico utiliza um quarto galpão para

tegrada e participativa.” (FURTADO, 2012)

FIG. 11: Vista do es

chegada e saída de passageiros oferecendo passeios hidroviários turísticos. Foi inserido também um anfiteatro na região do cais e jardins que valorizam o meio natural paisagisticamente.

No Boulevard das

Sem

mencionar que em casos de alteração do uso

original de equipamentos para outras atividades, como é o caso da

artes pode-se encontrar culinária regional, cafés,

ter em mente que

o galpão se volta para o rio e oferece também um

“A

exposições, artesanato e o

Museu do Porto. Todo

setor de comercio e serviços.

No setor de gastronomia, no térreo encontram-se restaurantes, entre eles de comidas regionais, valorizando a culinária local. No galpão de convenções existe um auditório com capacidade para 450 pessoas.” (VIVERCIDADES, 2003) “Obras como “Estação das Docas”, “Feliz Luzitânia” e “Mangal das Garças” representam intervenções pontuais na orla, preocupadas principal principalmenteem definir uma nova imagem para a cidade; daí as marcas arrojadas com que essas for-

20

Estação das Docas, é necessário

mudança de uso advinda da descaracterização

dos espaços públicos em função dos novos usos resulta, por vezes, da perda da diversidade cultural.

A

configuração espacial se modifica, e se perde a

identidade.

As intervenções em áreas históricas de-

vem ser feitas de maneira a qualificar identidades relevantes e originárias do local.” (BRAGA, 2010)

“Estes

projetos de revigoramento são frutos dos

objetivos do

Estado,

visando à qualificação da

Belém à classe média em (ARAÚJO JÚNIOR, A. C. R. A. e AZEVEDO, A. K. A., 2012)

área central da cidade de

detrimento da maioria da população”.

FIG. 12: Vista inter

spaço externo, próximo à beira d’água,com as mesas dispostas no complexo estação das Docas.

rna do galpão gastronômico com as mesas dispostas e ocupadas por usuários.

21

06 - PROJETO BELÉM PORTO FUTURO CRÍTICA: O

Belém Porto Futuro foi lançado Secretaria dos Porto em 2016 e consiste

projeto

pela

na revitalização da zona portuária da cidade de

Belém, em três etapas, a partir da ocupação dos galpões do porto e da área de retro-porto, que consiste em três quadras em frente a gleba em que se encontram os galpões.

O estudo de viabilidade Economica, Técnica e Ambiental - Projeto Básico e conceitual foi desenvolvido pela GeoLógica Consultoria Ambiental em julho de 2016. Quanto aos galpões foi pensada a ocupação da seguinte forma: Um galpão foi destinado a feira livre/ mercado municipal, outro a Centro Cultural Paraense, um terceiro foi destinado a Museu de Arte Moderna, outro galpão para o Museu do Círio e os demais foram destinados a escritórios pela iniciativa privada.

Já na área do retro-porto foi planejada a construção de um parque urbano destinado a diversos usos como praça infantil, área de convivência, área para animais de estimação, central de apoio, espaço saúde e praça de alimentação. Por fim, próximo ao parque existem dois bolsões de grandes dimensões destinados ao estacionamento dos veículos que se dirigirão à área. É preciso dizer que o projeto não segue os princípios básicos para a intervenção do restauro, O projeto dos galpões não seguiu nenhuma diretriz de preservação das pré-existencias, de modo que, por fim, os galpões foram totalmente descaracterizados e perderam o referencial histórico. Projeto este que nem entrou

sembleia populares, mas que de fato não questionava a posição já tomada pelo projeto em curso.

Quanto aos bolsões, estes ocupam duas

quadras inteiras e do ponto de vista urbanís-

tico, é sabido que uma configuração dessas pode enfraquecer o espaço urbano, gerando

monotonia, tornando a zona mais insegura uma vez que não proporciona olhos para vigiar o espaço urbano, como aponta Jane Jacobs. Já a

área do retro-porto poderia ter sido destinada

a outro uso, como a construção de unidades habitacionais para diferentes estratos sociais de modo que assim pudesse trazer mais dinamismo a área, tornando-a assim mais viva e segura,

FIG. 13: Planta do parque a ser implantado nas

retroporto.

além de gerar uma maior interação com a co-

munidade vizinha do entorno do projeto. de um modo geral o projeto poderia ter sido mais bem estruturado, a pesar de mesmo assim ainda representar uma chance de maior dinamismo para a zona portuária.

Diante desta crítica, daqui pra frente neste trabalho, eu proponho uma nova apropriação deste mesmo espaço dos galpões no porto de Belém, mas com um enfoque diverso.

FIG. 16: Vista do espaço entre os galpões.

em contato com os órgãos responsáveis pelo tombamento dos bens da zona portuária, como

IPHAN e a SECULT; tanto que em 2017 o Ministério Público Federal abriu investigações quanto a isso. Sem mencionar que a participação popular na decisão do destino do projeto foi irrisória, se configurando em descontinuadas aso

22

FIG. 19: Vista do interior de um dos galpões.

s quadras do

FIG. 14: Vista do parque a ser implantado nas quadras do

retroporto.

FIG. 17: Vista de um passeio de uma das áreas no entorno

dos galpões.

FIG. 20: Vista externa de um dos galpões após a interven-

ção.

FIG. 15: Vista da área entre os galpões e o cais, configu-

rada em um passeio.

FIG. 18: Vista do bolsão de estácionamento localizado em

uma das quadras do retroporto.

FIG. 21: Imagem de um dos galpões após ser “envelopado”

por uma membrana em estrutura metálica.

23

07 - ASPECTOS RELEVANTES AO PROJETO 3.1 - DIRETRIZES GERAIS DO PROJETO

3.2 - PRINCÍPIOS DE INTERVENÇÃO NO RESTAURO

O projeto se baseia em uma intervenção na zona portuária, vindo de encontro às tendências recentes para área; a citar o projeto vizinho e anterior da “Estação das docas” que ocupou três dos galpões originais do antigo porto. Além disso, se baseia na manutenção das pré-existência, procurando manter seus acessos pelas estruturas originais dos alpendres, estes então se configurando em espaços de acolhimento. se

De acordo com o roteiro de elaboração de projeto de restauro (2005), produzido pelo instituto de planejamento urbano de Florianópolis, baseado nos princípios críticos para a prática do restauro.

propõe ainda transformar o espaço livre entre os galpões em uma área de parque urbano, que venha a se fundir assim com as praças e parques pré existentes na região, formando uma espécie de sistema de praças, parques e espaços livres.

O espaço se estrutura a partir de um eixo longitudinal no centro do terreno tomando a forma de uma via de acesso de serviços em ocasiões especiais e no dia dia como um calçadão promenade, costurando os espaços residuais entre os

galpões. A intervenção tem por princípio concil-

seis são os princípios básicos de procedimentos de restauração, a seguir:

1- Manutenção do substrato histórico: O substrato histórico original deverá ser mantido. As intervenções deverão ser orientadas com vista à serviços de manutenção, recuperação e infra-estrutura do bem.

2- Intervenção mínima: Toda intervenção deve

ser orientada pelo absoluto respeito ao valores estéticos e históricos do monumento, à sua integridade física e ao seu aspecto documental.

3 - Compatibilidade de técnicas e materiais empregados: Os materiais e técnicas construtivas a serem introduzidos nas intervenções deverão possuir car-

acterísticas e comportamentos semelhantes aos materiais originais.

Porto com novos usos culturais trabalhando na chave da intervenção no patrimônio vinculada ao uso cultural, tão comumente abordada em interveções desse gênero e adequada ao caso em questão.

4- Legibilidade das intervenções: As intervenções devem ter a marca do seu tempo.

Com

gerando novos fluxos, com o fim de promover

6- Aditamentos (acréscimos) e falsificações: Segundo o artigo 6o da Carta de Restauro – 1972 – Itália:

fim, vale ressaltar que o projeto não visa ser

“(...)

iar as antigas estruturas do

isso, trazendo novos usos para a área e

uma maior vitalidade à zona em questão.

Por

apenas uma extenção do equipamento vizinho

“estação

das docas”, mas se propões como um

projeto mais sustentável nos níveis de manuten-

ção e gestão e mais inclusivo à comunidade pelas atividades lá propostas e pela própria configuração do espaço em si.

24

5- Reversibilidade dos materiais empregados: Devem ser evitados produtos e materiais que ponham em risco a integridade da obra, bem como técnicas cujos resultados sejam irreversíveis.

proíbem-se indistintamente para todas as obras de arte(...)”:

“6.1 - aditamentos de estilo ou analógicos, inclusive em forma simplificada”, “6.2 - remoções ou demolições que apaguem a trajetória da obra”

3.4 - INTERVENÇÃO

3.3 - TOMBAMENTO

é importante salientar que qualquer inter-

Os armazéns são tombados pelas DPHAC/ SECULT (a nível estadual), e pelo IPHAN (a nível federal). Pela DPHAC/SECULT o tomabemento do conjunto arquitetônico/paisagístico, constituído pela área portuária propriamente dita, edifício sede da CDP (antigo prédio da ENASA), Reservatório Elevado em estrutura metálica da praça Magalhães e monumento Pedro Teixeira – Reduto e Campina, se deu em 15/06/2000. já Pelo Iphan, sob a lei do patrimônio nº 7.709, de 18 de maio de 1994 que proteje o centro histórico de belém e engloba a área do porto, salvaguardando um Gabarito de 7 metros para a zona portuária.

venção que venha a ser efetivada no porto de

Belém

deve

passar pela aprovação dos movi-

mentos sociais e associações, por meio de reuniões abertas à população geral.

Só

assim

será possível construir um diálogo entre as entidades representantes da sociedade e aqueles que buscam implementar alguma intervenção na área.

Como exemplo essas entidades, há a asso-

ciação Amigos de Belém (com atuação no centro histórico da cidade e com o objetivo de colabo-

rar na discussão e na implantação de políticas públicas, programas e projetos), do patrimônio

A rede casas - PA (com o objetivo constituir-

se como espaço de interlocução e diálogo com a comunidade local, de articulação institucional e de promoção de ações educativas, visando fomentar e favorecer a construção do conhecimento e a participação social para o aperfeiçoamento da gestão, proteção, salvaguarda, valorização e usufruto do patrimônio cultural) ou ainda o

Projeto Circular (que tem por obje-

tivo melhorar a apropriação e a utilização das estruturas e edificações do Centro Histórico de

Belém). Isso sem mencionar que para qualquer intervenção se faz necessário o seu conhecimento e aprovação pelos orgão responsáveis pelo tombamento da área, no caso a e o IPHAN.

SECULT

25

08 - USO MUSEOLÓGICO EM EDIFÍCIO COM INTERVENÇÃO NA PRÉ-EXISTENCIA O uso museológico em edifícios que sofreram intervenções na pré-existência é muito recorrente no campo da arquitetura, só em São Paulo encontramos dois dos exemplares memoráveis do caso, o sesc pompéia, de lina bo bardi e o edifício da pinacoteca de são paulo com projeto de adaptação de paulo mendes da rocha. ambos são projetos muito bem adequados às novas demandas advindas do novo uso proposto, que no passado foram utilizados como fábrica e ...

Como exemplo fora do Brasil tem-se o caso do Matadero em Madrid, que passou de matadouro municipal desativado para centro cultural com espaços de exposição, que com um público recor-

rente, vem se mostrando como uma experiência exitosa ao aplicar a fórmula revitalização de um bem”

24

“uso

cultural

+

25

08 - LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

FIG. 22: Vista do conjunto de galpões a partir FIG. 23: Proximidade à um dos acessos terres- FIG. 24: Aproximação pela água. tres à área do porto.

da baía.

FIG. 25: Vista da área entre a faixa de galpões e FIG. 26: Vista da área entre os galpões à noite. FIG. 27: Vista de dentro para galpões, observando a baía.

fora de um dos

o cais, à noite.

FIG. 28: Visão

pões.

26

interna/externa de um dos gal-

FIG. 29: Vista interna/externa de um dos gal- FIG. 30: Vista interna de um dos galpões sendo usado para estocagem.

pões.

FIG. 31: Fotografia

de uma área de estoc-

agem dentro de um dos galpões.

FIG. 34: Visão externa de um dos galpões.

FIG. 37: Vista aérea da área do porto.

FIG. 32: Detalhe construtivo entre as placas

de revestimento e a sua estrutura de suporte.

FIG. 35: Duas aberturas na fachada alinha-

das com vista para a baía.

FIG. 38 E 39: Vista externa acompanhando

a parede limítrofe dos galpões.

FIG. 33: Carimbo

da empresa responsável

pela construção dos galpões.

FIG. 36: Vista

do estado crítico de con-

servação atual dos galpóes.

FIG. 40: Vista externa de um galpão, com detalhe para a presença de uma janela e aparelho de ar condicionado implantados posteriomente.

27

09 - O PROJETO: SITUAÇÃO

28

AS ESCALAS:

DA CIDADE

DO BAIRRO

DO ENTORNO

29

10 - O PROJETO: O ENTORNO

FIG. 41: Mapa com os usos e equipamentos nas proximidades à zona portuária

30

FIG. 42: Mapa com o zoneamento dos bens tombados na zona portuária e equipamentos educacio-

nais e de saúde nas proximidades.

31

11- O PROJETO: O SÍTIO ATUALMENTE

32

SEM ESCALA 33

12 - O PROJETO: IMPLANTAÇÃO

34

ESCALA: 1:2000 35

13 - O PROJETO: ESPAÇOS VERDES

1 3 2

4 5

LEGENDA:

PRAÇAS:

1 Praça General Magaçãe Barata 2 Praça dos Estivadores 3 Praça Pedro Teixeira 4 Praça do Escoteiro PARQUE PROPOSTO 5 Praça Maestro Waldemar Henrique ÁREAS VERDES JÁ EXISTENTES 6 Praça General Magalhães CIRCUITO PERMEANDO O SITEMA DE ÁREAS VERDES

NESTA PROPOSTA PROCURA-SE CRIAR UM ESPAÇO LIVRE ENTRE OS GALPÕES DE MODO A SE TORNAR MAIS UMA ÁREA DE RECR UMA POTÊNCIA PARA CONCLUSÃO DO PARQUE. ALÉM DISSO, COM A CRIAÇÃO DESSE PARQUE NESTA LOCALIZAÇÃO, PRETEND PORTANTO, NÃO SER ENTENDIDO APENAS COMO MAIS UM ESPAÇO ISOLADO EM SI.

36

6

REAÇÃO PARA A CIDADE DE BELÉM. PARA TANTO EVOCOU-SE A PRESENÇA DE UM LAGO CENTRALIZADOR QUE GERASSE ASSIM DE-SE CRIAR, ASSIM, UM SISTEMA DE ÁREAS VERDES AO SE ENTRELAÇAR COM OS ESPAÇOS VERDES JÁ EXISTENTE NA REGIÃO, E

ESCALA: 1:3000 37

14 - O PROJETO: USOS E GALPÃO DE INTERESSE

USOS: MUSEU UNIDADE DE SAÚDE/ CRECHE PÚBLICA BIBLIOTECA PÚBLICA TEATRO/CINEMA COMEDORIA ESCOLA TÉCNICA CENTRO ESPORTIVO

GALPÃO ESCOLHIDO PARA A INTERVENÇÃO

O PROGRAMA DO MUSEU FOI ESCOLHIDO PARA SER DETALHADO POR SER UM DOS PROGRAMAS DE MAIS AMPLA E PÚBLICA DIM ONDE ESTA POSSA SE ENCONTRAR E SE RECONHECER, INFLUENCIANDO ASSIM NA CONSTRUÇÃO DO ENTENDIMENTO DO MUSEU

38

MENSÃO, SEM MENCIONAR SUA NATUREZA EDUCATIVA E INCLUSIVA; PENSADO ASSIM PARA SER UM REFLEXO DA COMUNIDADE, U.

ESCALA: 1:2000

39

15 - O PROJETO: PLANTAS

A

B

A

B

E

F

COTA 0.0

LEITURA: PRÉ-EXISTÊNCIA INTERVENÇÃO

40

C

D

E

F

C

D

NOTA: NOTE QUE NESTE NÍVEL (TÉRREO) SE CONFIGURA UMA PRAÇA INTERNA COMO UM ESPAÇO DE ACOLHIMENTO, GRAÇAS À CONFIGURAÇÃO DOS ESPELHOS D’ÁGUA E DOS ESPAÇOS VERDES, LOGO NA ENTRADA DO EDIFÍCIO.

ESCALA 1:400

41

O PROJETO: PLANTAS

A

B

A

B

E

F

COTA +2.95

LEITURA: PRÉ-EXISTÊNCIA INTERVENÇÃO

42

C

D

E

F

C

D NOTA: OBSERVE AQUI QUE A ESCOLHA DA POSIÇÃO DAS RAMPA,S NO PERÍMETRO DE UM VÁZIO NO CENTRO DO EDIFÍCIO, TEM UM CARATER FUNDAMENTAL PARA A CRIAÇÃO DE UM PERCURSO, AO LONGO DO QUAL ESTAM DISTRIBUÍDAS AS SALAS DE EXPOSIÇÃO.

ESCALA 1:400

43

O PROJETO: PLANTAS

A

B

A

B

E

F

COTA +4.30

LEITURA: PRÉ-EXISTÊNCIA INTERVENÇÃO

44

C

D

E

F

C

D NOTA: PERCEBA QUE NESTE NÍVEL OS ÚNICOS AMBIENTES SÃO A SALA DE EXPOSIÇÃO E O ACESSO PELAS RAMPAS .

ESCALA 1:400

45

O PROJETO: PLANTAS

A

B

A

B

E

F

COTA +5.90

LEITURA: PRÉ-EXISTÊNCIA INTERVENÇÃO

46

C

D

E

F

C

D NOTA: NESTE ÚLTIMO NÍVEL SE CONFIGURAM DOIS ESPAÇOS BEM DISTINTOS: A ÚLTIMA SALA DE EXPOSIÇÕES, COMO PONTO FINAL DO PERCURSO DAS RAMPAS (AO CENTRO DO EDIFÍCIO); E A ADMINISTRAÇÃO DO MUSEU, DISTRIBUÍDA NO ENTORNO DO VÁZIO DA BIBLIOTECA.

ESCALA 1:400

47

16 - O PROJETO: CORTES LONGITUDINAIS

+5.90

+5.90

+2.95

+2.95

+0.00

CORTE FF

+5.90

+5.90

+2.95

+2.95

+0.00

CORTE EE 48

+4.30

+0.65

ESCALA 1:300

+4.30

+0.00

ESCALA 1:300 49

17 - O PROJETO: CORTES TRANSVERSAIS

+5.90

+2.95

+0.00

CORTE AA

ESCALA 1:300

+4.30

+0.00

CORTE CC 50

ESCALA 1:300

+5.90

+2.95 +1.50 +0.00

ESCALA 1:300

CORTE BB

+4.30

+0.65

CORTE DD

ESCALA 1:300 51

18 - O PROJETO: ELEVAÇÕES

ELEVAÇÃO SUDESTE/NOROESTE

ELEVAÇÃO SUDOESTE/NORDESTE 52

ESCALA 1:300

ESCALA 1:300 53

19 - O PROJETO: DIAGRAMA DE USOS

USOS: ELEVADORES, RAMPAS E ESCADAS SALAS EXPOSITIVAS BIBLIOTECA ADMINISTRAÇÃO PISO TÉRREO AUDITÓRIO E FOYER ALPENDRE SETOR DE APOIO

54

INVÓLUCRO

NÚCLEO

55

20 - O PROJETO: PERSPECTIVAS - VISTA AÉREA DO COMPLEXO E INSERÇÃO

56

57

O PROJETO: PERSPECTIVAS - VISTA AÉREA COM DESTAQUE PARA O PARQUE

58

59

O PROJETO : PERSPECTIVAS - VISTA DO ACESSO AO MUSEU

60

61

O PROJETO : PERSPECTIVAS - VISTA DO HALL CENTRAL

62

63

O PROJETO: PERSPECTIVAS - VISTA DE UMA DAS SALAS EXPOSITIVAS

64

65

O PROJETO: PERSPECTIVAS - VISTA DO CAFÉ

66

67

21 - REFERÊNCIA DAS IMAGENS FIG. 1: http://sociedadeparaense.blogspot.com/2011/03/isto-nao-e-amazonia-lucio-flavio-pinto.html FIG. 2: http://www.casarosada.art.br/sobre/localizacao/?lang=en& FIG. 3: Arquivos Nacionais de Haia, Países baixos (Reis 2000).

FIG. 4: skyscrapercity (Eloi Raiol) FIG. 5: http://agenciapara.com.br/Noticia/112839/belem-recebe-10%C2%AA-audiencia-publica-do-ppa FIG. 6: http://fragmentosdebelem.tumblr.com/post/51221867733 FIG. 7: http://casaraodememorias.blogspot.com/2011/03/entre-chegadas-e-partidas-o-porto-de.html FIG. 8: ARRUDA, Euler Santos. “Porto de Belém do Pará: Origens, Concessão e Contemporaneidade”. Tese de Mestrado. Rio de Janeiro, 2003.Pag. 102.

FIG. 9: http://casaraodememorias.blogspot.com/2011/03/entre-chegadas-e-partidas-o-porto-de.html FIG. 10: CTM, 2000 (editado) FIG. 11: https://turismodenatureza.com.br/turismo-de-natureza-belem-do-para-10-passeios-imperdiveis/ FIG. 12: https://www.essemundoenosso.com.br/estacao-das-docas/ FIG.13:http://m.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-493519-helder-autoriza-hoje-inicio-das-obras-do-belem-porto-futuro. html

FIG.14:http://www.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-477381-ministerio-da-integracao-autoriza-inicio-de-obras-do-portofuturo-em-belem.html FIG.15:http://integracao.gov.br/ultimas-noticias/-/asset_publisher/ZSVIyvx09vib/content/com-assinatura-do-contrato-obras-doporto-futuro-em-belem-pa-devem-comecar-em-fevereiro?inheritRedirect=false FIG. 16, 17, 18, 19, 20 e 21: https://www.youtube.com/watch?v=E4Xx1EHDa3s&t=2s FIG. 22: https://www.flickr.com/photos/macapuna/6919083355/ FIG. 23: https://www.skyscrapercity.com/

68

FIG. 24: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/29305752071/in/album-72157676787956103/ FIG. 25: https://www.flickr.com/photos/fernandosette/11410697175/in/photostream/ FIG. 26: https://www.flickr.com/photos/dmourao/3748244348/ FIG. 27: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/15660654116/in/photostream/ FIG. 28: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/15685945092/in/photostream/ FIG. 29: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/15499671630/in/photostream/ FIG. 30: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/15685873662/in/photostream/ FIG.31:http://docplayer.com.br/68031448-Indice-apresentacao-dos-resultados-4-porto-organizado-de-belem-cais-publico-do-portode-belem-terminal-petroquimico-de-miramar.html FIG. 32 e 33: http://memoriaisdameiadoisnove.blogspot.com/2010/02/terminal-hidroviario-do-para-2002.html FIG. 34: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/15499398610/in/photostream/ FIG. 35: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/15683735162/in/photostream/ FIG. 36: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/15685885542/in/photostream/ FIG. 37: https://www.flickr.com/photos/f_ferreira/149365601/ FIG. 38: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/15660627486/in/photostream/ FIG. 39: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/15684412652/in/photostream/ FIG. 40: https://www.flickr.com/photos/portosdopara/15062214664/in/photostream/ FIG. 41: Belém Porto Futuro - Mercado Imobiliário 2. FERNANDA AMORIM, LANA AVELAR, LARISSA GARCIA, WALLACE AVELAR. Pag. 02.

FIG. 42: Proposta de intervenção urbana na área portuária e entorno do centro histórico de Belém. ANDREYSSA DAMOUS, BARBARA DIAS, BEATRIZ ARÊDE, CRISTHIAN NAGAWO, JULIANE SANRA BRÍGIDA. Pag. 01.

69

22 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARTIGOS E PUBLICAÇÕES: ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários. Porto de Belém. Disponível em: http://web.antaq.gov.br/Portal/ pdf/Portos/2012/Belem.pdf Acesso em: 22/11/2018 ARAÚJO JÚNIOR, A. C. R. A. e AZEVEDO, A. K. A., Formação da Cidade de Belém (PA): Área Central e seu Papel Histórico e GeEspaço Aberto, PPGG - UFRJ, V. 2, N.2, p. 151-168, 2012. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/EspacoAberto/ article/view/2094 Acesso em 12/12/2018 ográfico.

ARRUDA, Euler Santos. “Porto de Belém do Pará: Origens, Concessão e Contemporaneidade”. Tese de Mestrado. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: https://fauufpa.org/2010/12/15/porto-de-belem-do-para-origens-concessao-e-contemporaneidade/ Acesso em: 15/11/2018 BRAGA, Paula Marques. (2010) Implicações dos processos de transformação no Espaço Público em Intervenções Urbanas em Áreas Históricas. Recife.19cba.

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FURTADO, Luciana Martins. (2012) Porto Submerso: desafios p ara o patrimônio portuário de Belém-PA no século XXI . Em Historia e História. Disponível em: www.historiaehistoria.com.br Acesso em: 13/02/2019 ______________________. (2011) Entre chegadas e partidas - O Porto de Belém do Pará. Disponível em: http://casaraodememorias. blogspot.com/2011/03/entre-chegadas-e-partidas-o-porto-de.html Acesso em 13/02/2019 HALL, Peter. As áreas portuárias: uma nova fronteira urbana. Tradução de Lenimar Gonçalves Rios, 1993. (MIMEO).

HARNIK, P. Urban Green –Innovative Parks for Resurgent Cities. Washington: Island Press, 2010, p. 2 . Tradução Texto original em inglês: No strategy alone is perfect, and each, in fact, has its own set of realities.

livre da autora.

IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Lei nº 7.709 de maio de 1994. 1994. Disponível em: HTTP://PORTAL. IPHAN.GOV.BR/UPLOADS/LEGISLACAO/LEI_N_7.709_DE_18_DE_MAIO_DE_1994.PDF Acesso em: 06/12/2018 IPUF - Instituto de planejamento urbano de Florianópolis. Roteiro elaboração de projeto de restauro. 2005. Disponível em: http://www. pmf.sc.gov.br/arquivos/arquivos/pdf/14_09_2012_16.18.01.d6efd08cc513c0b6c08db87c850bef68.pdf Acesso em: 22/11/2018 PENTEADO, Antônio Rocha; Belém do Pará: Estudo de Geografia Urbana. Belém: UFPA, 1968, vol. 1 e 2.

70

PONTE, Juliano Pamplona Ximenes. Cidade e água: Belém do Pará e estratégias de reapropriação das margens fluviais. Arquitextos, São Paulo, ano 08, n. 085.02, Vitruvius, jun. 2007 Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.085/237 Acesso em: 09/01/2019 SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4ª. Ed. - São Paulo: Edusp, 2009.

SECULT. Governo do Pará. Patrimonio Cultural Tombado - Belém. Janeiro de 2015. Disponível em: http://www.aedmoodle.ufpa.br/ Acesso em: 05/12/2018 pluginfile.php?file=/175047/mod_page/content/12/Listagem%20bens%20Tombados%20Capital%20-%202012.pdf

TRINDADE JR, S.C., AMARAL, M.D.B., e SANTOS, E.R.C. Estado, políticas urbanas e gestão do espaço na orla fluvial de Belém. In: CASTRO, E. (Org.). Belém de águas e ilhas. Belém: CEJUP, 2006, p. 59-84.

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Acesso em: 06/01/2019

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71

OBRIGADO.

2019