Contato, setembro de 2025: Compartilhando sua fé

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PROCLAMANDO AS BOAS NOVAS

Seja o embaixador de Cristo

Você fala do que ama “Eu era cego, e agora vejo”

Encontrando propósito

Uma peregrinação em busca da paz

Volume 26, Número 9

CONTATO PESSOAL

uma vida de aprendizado

Você já se perguntou como o cristianismo, originado na pequena província da Judeia, às margens do Mar Mediterrâneo, conseguiu se espalhar e, no século 21, estar em praticamente todos os cantos do mundo? Já se maravilhou ao ouvir como o cristianismo sobreviveu — e até prosperou — mesmo sob ditaduras cruéis e regimes totalitários? Já refletiu sobre como, geração após geração, pais conseguiram transmitir com sucesso sua fé para seus filhos em países onde os crentes são minoria? Já se perguntou como criminosos considerados incorrigíveis encontram a fé mesmo estando encarcerados?

Para surpresa de muitos, a fé em Cristo é mais bem difundida quando a mensagem dos Evangelhos é transmitida pessoalmente, um a um, entre indivíduos. Desde os primeiros seguidores de Jesus, percorrendo as ruas da Judeia, até os nossos dias, o plano de Deus sempre foi o mesmo: simplesmente espalhar as Boas Novas. Jesus disse: “Assim como o Pai Me enviou, Eu os envio” ( João 20:21).

O falecido Reverendo Billy Graham, que conduziu milhões à fé em Cristo por meio de grandes encontros evangelísticos, compreendia a importância do toque pessoal. Após cada evento do grande pregador, pequenas equipes de crentes se faziam presentes para conversar individualmente com aqueles que haviam aceitado Jesus, oferecendo-lhes orientação e suporte em sua nova fé.

Esta edição do Contato traz testemunhos, dicas, estratégias e encorajamento para nos auxiliar no que é frequentemente chamado de “Grande Comissão”, o desafio que Jesus propôs aos Seus seguidores de irem por todo o mundo e pregarem o Evangelho a toda criatura. (Veja Marcos 16:15.)

Philip Kotler, conhecido como “o pai do marketing moderno”, afirmou: “A melhor propaganda é feita por clientes satisfeitos”. Somos a campanha publicitária de Deus.

Gabriel e Sally García

Equipe Editorial da Contato

Para mais informações sobre a Contato, visite nossa página ou escreva-nos.

www.activated.org/pt revistacontato.mail@gmail.com

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Diagramação por Gentian Suçi.

A menos que indicado o contrário, todas as referências às Escrituras na Contato foram extraídas da Biblia Sagrada, Nova Versão Internacional®, NVI® Copyright © 1993, 2000 por Biblica, Inc.™

O CUIDADO FAZ A

DIFERENÇA

Faço um trabalho voluntário, no qual semanalmente entrego alimentos doados a uma instituição de caridade local. Depois de descarregar os alimentos, vi uma família de imigrantes falando espanhol com os funcionários da instituição, que usavam o inglês e muitos gestos na tentativa de estabelecer um diálogo. De longe, percebia-se que não estavam se entendendo; de perto, a frustração era a mesma em ambas as partes.

Embora compreenda um pouco de espanhol, sinto-me insegura para falar além de algumas frases decoradas. Decidi fazer o que podia: sorri e iniciei com a saudação mais simples, “¡Hola!” Bastou para que um dos funcionários suspirasse aliviado e exclamasse: “Ah, que maravilha! Você fala espanhol?!” Expliquei que sabia um pouco e ela me perguntou se eu poderia ajudá-los na comunicação.

As perguntas feitas eram simples: “Quantos filhos vocês têm?” “Vocês precisam de material escolar?” “Onde vocês moram?” A família tinha uma filha de 11 anos e estava nos Estados Unidos havia apenas duas semanas.

No processo de ajudar a entender e esclarecer o que precisavam, tropecei no meu espanhol macarrônico, troquei palavras e cometi muitos erros, mas jamais esquecerei o olhar de gratidão daquela mãe.

Ela me contou as dificuldades que encontravam para se comunicarem, sua busca desesperada por emprego e que precisavam conseguir roupas adequadas para o inverno. Consegui conversar com ela por um tempo sobre o amor e o desvelo de Deus. Ela me agradeceu profusamente e ficou com os olhos rasos d’água quando lhe disse que oraria por ela e por sua família.

Aquele pequeno ato, apesar das dificuldades iniciais, iluminou meu dia com o conhecimento de que eu tinha ajudado alguém. Tentar me comunicar com eles em seu idioma os deixou sensibilizados e foi uma maneira de oferecer-lhes algum conforto e encorajamento que tanto precisavam.

Marie Knight é missionária voluntária em tempo integral nos EUA. ■

PROCLAMANDO AS BOAS NOVAS

Os cristãos foram ordenados por Jesus e por Ele incumbidos de proclamar o Evangelho, as Boas Novas do reino de Deus. Após a Ressurreição, Seu último mandamento aos discípulos foi: “Vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a vocês” (Mateus 28:19–20).

O Livro dos Atos relata com detalhes vívidos o rápido crescimento da igreja primitiva e a propagação do Evangelho pela pregação do primeiros seguidores de Jesus Cristo. No oitavo capítulo, por exemplo, lemos que Filipe, um de Seus apóstolos, foi para Samaria, onde “pregou as boas-novas do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo”, convertendo muitos (Atos 8:5–12).

Cada um de nós, cristãos, é chamado para dar testemunho no dia a dia. A Bíblia ensina que, por meio de Cristo, fomos reconciliados com Deus – e, consequentemente, passamos a participar do ministério da reconciliação para levar outros à fé em Jesus. Fomos chamados para sermos embaixadores do Reino de Deus: “Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por

amor a Cristo suplicamos: reconciliem-se com Deus” (2 Coríntios 5:18–20).

A verdade do Evangelho e o amor de Deus são as maiores necessidades da humanidade. Independentemente de etnia, posição social, crença ou cultura, cada pessoa foi criada à imagem de Deus (Gênesis 1:27) e cada um de nós lidará com dores, tristezas, pecados, fracassos, sofrimento e o temor da morte. A sede por verdade, propósito, alegria e paz é dada por Deus, que deseja atrair todos para Si ( João 12:32).

A Bíblia diz que Deus “pôs no coração do homem o anseio pela eternidade” (Eclesiastes 3:11). Concedeu a cada alma a percepção de que há algo além desta vida passageira: “Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa” (Tiago 4:14).Entender isso faz com que as pessoas busquem verdades eternas que respondam às suas perguntas mais profundas e as ajudem a encontrar propósito e significado em meio aos desafios e tristezas. Jesus afirmou que veio “buscar e salvar o que estava perdido” (Lucas 19:10) e, certa vez, percorreu longas

distâncias, mesmo sob o sol escaldante, para ministrar a uma mulher estrangeira junto a um poço. Aquela samaritana ficou tão emocionada ao descobrir a verdade por meio daquele judeu que, “deixando o seu cântaro, voltou à cidade e disse ao povo: ‘Venham ver um homem que me disse tudo o que tenho feito. Será que ele não é o Cristo?’” ( João 4:29). Como resultado, “Muitos samaritanos daquela cidade creram nEle por causa do [...] testemunho dado pela mulher” ( João 4:39–42).

A Bíblia relata como o grande evangelizador e apóstolo Paulo em várias ocasiões narrou a própria conversão: “Irmãos e pais, ouçam agora a minha defesa.” (Veja Atos 22:1–16.) Contar como você encontrou Cristo pode ajudar em seus esforços para compartilhar sua fé, pois histórias da vida real são uma boa maneira de testemunhar e a maioria das pessoas gosta de ouvi-las. Se aceitarem que é possível uma vida ser transformada, você terá plantado uma minúscula semente de fé de que suas vidas também podem mudar e que é possível passarem a crer em Jesus.

Fale de Cristo e conte como Ele transformou sua vida. Mostre que o verdadeiro Deus é bondoso, amoroso, Se importa com Seus filhos, odeia a guerra, deplora a pobreza e a opressão dos necessitados, e deseja que cada coração seja redimido e venha a conhecê-lO. Conte a história do plano de salvação de Deus ao enviar Seu Filho ao mundo, para que, por meio de Sua vida e morte na

cruz, possamos receber a dádiva da salvação. (Veja João 3:16–17.)

Jesus ensinou que os cristãos são “a luz do mundo”. Explicou que uma cidade situada sobre um monte não pode ser escondida e que ninguém deve esconder uma fonte de luz que existe para iluminar toda a casa. (Veja Mateus 5:14–15.)

Nós, que aceitamos Jesus como Salvador, somos chamados a deixar a nossa luz brilhar diante dos homens, para que vejam nossas boas obras e glorifiquem o Pai, que está nos Céus. (Veja Mateus 5:16.)

tarefa é levar e semear a Palavra de Deus em corações receptivos.

Muitas vezes, não veremos a colheita ou os desdobramentos do nosso testemunho, e várias pessoas podem participar da jornada de fé de alguém. Uma pode semear, outra regar, mas o crescimento é obra de Deus (1 Coríntios 3:6–8). Somos chamados a preparar o terreno, arejá-lo com nossas orações e semear a Palavra de Deus. Cabe a cada um recebê-la; somente Deus pode fazê-la enraizar, crescer e produzir frutos. (Veja a Parábola do Semeador em Lucas 8:4–15.)

Mesmo que às vezes nos sintamos inseguros sobre como podemos compartilhar nossas crenças, Jesus prometeu que Seus seguidores receberiam um poder especial para serem Suas testemunhas: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão Minhas testemunhas” (Atos 1:8). Se semearmos a fé e direcionarmos as pessoas para a Palavra de Deus, podemos confiar que o Espírito de Deus atuará nos corações e vidas por meio do nosso testemunho.

Somos mensageiros de Deus, mas somente o Espírito Santo pode agir na vida das pessoas e levá-las a nascer de novo no reino de Deus ( João 3:3). Crer e receber Cristo é uma escolha pessoal de cada indivíduo. Nossa

É também importante que você se dedique a aprender os fundamentos da sua fé e a aprofundar seu conhecimento bíblico, tornando-se um “obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15).

Assim, poderá oferecer as explicações que as pessoas buscam e compartilhar as Escrituras, “sempre preparados para responder a qualquer pessoa que pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pedro 3:15).

A Bíblia ensina que “Deus é amor” (1 João 4:8) e que “Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna” ( João 3:16). Somos mensageiros

chamados a compartilhar esse amor, para que os outros também o vivenciem e conheçam Deus. É algo que podemos fazer em cada gesto, palavra de ânimo ou ato de bondade, para que as pessoas sintam o Seu amor. Santo Agostinho certa vez escreveu que o amor “tem ouvidos para ouvir os suspiros e as dores dos homens; mãos para ajudar; pés para correr ao encontro dos pobres e necessitados.”

Jesus veio “proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos” (Lucas 4:18) e nos instruiu a proclamar o Evangelho a todos (Marcos 16:15). O Espírito

de Deus nos guiará aos que, imediatamente ou no futuro, aceitarão à mensagem e nos dará o poder para compartilhar Seu amor, “porque o amor de Cristo nos constrange” (2 Coríntios 5:14).

Somos embaixadores de Cristo, chamados a compartilhar o amor de Deus com todas as pessoas, independentemente de sua condição, crença, etnia ou cultura. Que cada um de nós faça a sua parte para difundir as boas novas do Evangelho e refletir a luz e o amor de Deus, para que outros possam conhecê-lO e recebê-lO. “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” ( João 17:3).

Adaptado de um artigo publicado no livro Tesouros, pela Família Internacional. ■

CHAMADOS COMO EMBAIXADORES DE CRISTO

Cristãos de todas as épocas são chamados a ser embaixadores de Cristo. Um embaixador é um representante pessoal de um chefe de Estado em missões diplomáticas. Da mesma forma, Cristo nos escolheu para representá-lO por meio de nossas palavras e ações. “Portanto, somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Cristo suplicamos: Reconciliem-se com Deus” (2 Coríntios 5:20). […]

Somos, portanto, peças-chave no grande drama da redenção. Deus, em Cristo, busca ativamente reconciliar o mundo consigo mesmo e quer que nos unamos a Ele. A concretização de Seus planos não depende de nós, mas Ele nos concede esse grande privilégio. Fomos convidados a participar da redenção da criação e a cooperar com o Espírito Santo para atrair as pessoas para Si. Em Sua infinita sabedoria, Deus determinou que Sua soberania e a responsabilidade humana atuem juntas para cumprir Seus propósitos. Mesmo que isso seja grandioso demais para sequer entendermos, Deus nos chama a acreditar e a cumprir nosso papel, fazendo discípulos… Nenhum de nós está à altura da tarefa, mas felizmente, Deus está. Afinal, é o Seu poder, e não o nosso, que nos dá confiança no trabalho do evangelismo. “Tudo posso nAquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). —theologyofwork.org ■

Compartilhando a fé em tempos desafiadores

Cabe aos cristãos a missão de “pregar o Evangelho a toda criatura” e “fazer discípulos de todas as nações”, uma tarefa nem sempre fácil de realizar, especialmente quando compartilhar a fé de forma direta é desincentivado ou até proibido.

Vivi muitos anos em países em que a pregação do Evangelho era ilegal e podia resultar em prisão ou deportação. Quando me mudei para os EUA, percebi que, em muitos lugares onde trabalhei, falar sobre religião era desencorajado, quando não censurado.

Felizmente, ao me empenhar para viver minha fé por meio de ações e interações positivas, construindo relacionamentos e incorporando de forma sutil os valores cristãos nas conversas – sempre respeitando as restrições do ambiente – consegui alcançar muitas pessoas.

Estas são algumas maneiras para compartilhar a fé, independentemente das restrições das condições em que nos encontramos.

Sendo um exemplo positivo

Demonstrar valores cristãos pela nossa conduta, bondade, compaixão e serviço tornam ações mais

eloquentes que palavras. Muitas vezes, pequenos gestos de gentileza abrem caminho para conversas profundas sobre as lutas da vida e sobre como a fé pode nos sustentar.

Ouvindo ativamente

Surpreende ver quanta gente precisa ser ouvida com atenção. Tenho uma amiga que está passando por momentos difíceis e volta e meia aparece sem avisar, para tomar uma xícara de chá e conversar um pouco. Ouvi-la e entender como ela vê o que está vivenciado criou um ambiente seguro para conversas abertas sobre o amor e o desvelo de Deus – sem sermos excessivamente assertivas sobre nossas crenças.

Compartilhando nossa história

pessoal

Como cuidadora em tempo integral de um jovem adulto autista, frequentemente me perguntam como encontro a força e a positividade para seguir em frente, especialmente nos dias difíceis. Quando apropriado, tenho inserido minha jornada de fé nas conversas, sem pregar explicitamente, mas mostrando como minhas crenças cristãs transformaram minha vida.

Fazendo perguntas reflexivas

Conversas que convidam à reflexão sobre questões profundas podem abrir portas para diálogos sobre a fé. Foi o que aconteceu recentemente, em uma visita a uma amiga que completará 90 anos este ano e vive em um lar para idosos. Quando confidenciou que não sabia se viveria para celebrar seu aniversário, perguntei-lhe como ela se sentia a respeito. Disse não ter certeza se a maneira como vivera lhe permitiria ir para o Céu, o que desencadeou uma conversa inspiradora sobre o porvir e como o acesso ao céu não depende das nossas obras, mas exclusivamente da graça de Deus e da fé em Jesus.

Oferecendo apoio e encorajamento

Oferecer ajuda prática e demonstrar desvelo no ambiente de trabalho pode ter grande impacto.

Se você ainda não conheceu o Pai e Seu amor, receba Jesus por meio da seguinte oração:

Querido Jesus, creio que Você é o Filho de Deus e que morreu na cruz por mim para que, por meio do Seu sacrifício, eu possa viver eternamente com Você no céu. Peço que perdoe os meus pecados e abro a porta do meu coração para Você. Por favor, encha-me com o Seu Espírito Santo e ajude-me a viver de uma maneira que O glorifique. Guie minha vida e ajude-me a segui-lO. Em Seu nome, eu oro. Amém.

Quando eu trabalhava com educação especial em uma escola, percebi uma professora que estava com grande dificuldade para lidar com sua enorme carga de trabalho. Então, comprei um doce e um cartão para ela, expressando minha admiração, ofereci ajuda para corrigir as tarefas dos alunos e prometi que oraria por ela. Emocionada, ela me agradeceu por esse simples gesto.

Ao priorizarmos o amor, a compaixão e o cuidado genuíno em nossas interações, permitimos que a luz de Deus brilhe através de nós, comunicando Sua mensagem de forma mais poderosa do que palavras poderiam expressar. Quando construímos conexões autênticas, permanecemos sensíveis ao contexto e nos aproximamos dos outros com o coração aberto, criamos oportunidades para que Deus opere por meio de nós de maneiras surpreendentes. Se estivermos sempre prontos para compartilhar a esperança que carregamos – com gentileza, respeito e corações repletos de graça (1 Pedro 3:15) – refletiremos o amor de Deus e plantaremos sementes de fé que florescerão em Seu tempo perfeito.

Lilia Potters é autora e Especialista

Certificada em Recursos para Autismo. Mora nos EUA. ■

Eu era adolescente quando um jovem, que acabara de conhecer, me falou sobre a salvação. Explicou como o poder de Deus poderia trazer alegria e sentido à minha vida e orei com ele, pedindo que Jesus entrasse em meu coração. Nos meses seguintes, minha vida, meus interesses, minhas amizades e minha compreensão do plano de Deus mudaram. Até hoje, continuo crescendo espiritualmente e aprendendo sobre o maravilhoso amor de Jesus por toda a humanidade. Sou eternamente grata por aquele momento. Recém-convertida, passei a compartilhar minha fé com os jovens que conhecia e vim a conhecer. Certa vez, Jesus me provocou a falar com um homem de meia-idade sobre minha fé. Inicialmente, fiquei tímida, pensando que ele não daria atenção a uma adolescente, mas ele parou o que fazia e conversamos por cerca de uma hora. Falei das transformações que Jesus operou em minha vida, ele compartilhou um pouco sobre si mesmo e conversamos sobre os problemas do mundo.

O EFEITO CASCATA

Por Rosane Cordoba

Ofereci-me para orar por ele e ele aceitou. Depois de interceder a Deus para que aquele homem superasse os desafios dos quais faláramos, ele orou para receber Jesus como Salvador. Então, com um grande sorriso, disse: “Sua oração acabou de salvar duas vidas!” Fiquei perplexa, mas então ele me mostrou uma arma que trazia no cinto, debaixo do casaco e confidenciou: “Eu estava prestes a matar meu sócio! Estava tomado de raiva, por ter sido traído em um negócio. Mas, depois de conversar com você hoje, percebi que iria arruinar a minha vida, a dele e a das nossas famílias. Decidi confiar em Deus para resolver o problema da maneira correta. Muito obrigada pela luz que você trouxe ao meu caminho hoje!”

Fiquei chocada com sua sinceridade a respeito daquelas intenções, mas fiquei grata a Deus por ter seguido a orientação do Espírito Santo para falar com aquele homem, o qual não voltei a ver. Aquela experiência demonstrou claramente a mudança positiva que o amor do Senhor pode promover em uma alma confusa. Os efeitos de conversas assim só serão plenamente revelados na eternidade.

Refletindo sobre o que disse C. T. Studd, o famoso missionário que atuou na China, Índia e África: “Tenho uma única vida que logo passará. Somente o que é feito por Cristo permanecerá”.

Rosane Cordoba mora no Rio de Janeiro. É escritora, tradutora e produtora autônoma de material infantil voltado para a fé e a formação de caráter. ■

VOCÊ FALA DO QUE AMA

No capítulo 9 do Evangelho segundo João, lemos que Jesus curou um homem bem conhecido que nascera cego. O milagre da sua cura provocou a curiosidade de todos, inclusive dos líderes religiosos, que chamaram o homem para uma conversa.

Sem recontar toda a história, basta dizer que os fariseus não gostavam da popularidade que Jesus vinha conquistando nem da mensagem que aquele ex-cego passou a comunicar.

“Pela segunda vez, chamaram o homem que fora cego e lhe disseram: ‘Para a glória de Deus, diga a verdade. Sabemos que esse homem é pecador.’ Ele respondeu: ‘Não sei se ele é pecador ou não. Uma coisa sei: eu era cego e agora vejo!’” ( João 9:24–25).

para falar sobre a fé e sobre Jesus, e continuo aprendendo a simplesmente levar Jesus comigo para o ambiente de trabalho.

Até ser curado, aquele homem não sabia quem era Jesus, mas quando O conheceu foi convidado a testemunhar. Tudo o que conseguiu dizer foi: “Não sei muito sobre Ele, mas sei que minha vida mudou. Eu era cego e agora vejo.”

Eu tinha dificuldades para falar da minha fé. Temia dizer algo errado ou não ter respostas para as perguntas. Mas aprendi que testemunhar é tão simples quanto compartilhar como Jesus faz parte do meu cotidiano. Essa abordagem me proporcionou muitas oportunidades

Algumas semanas atrás, conversei com uma das líderes do meu departamento e, depois da nossa conversa, ela me enviou uma mensagem dizendo que nossas conversas sempre a animam, lhe dão esperança e paz. Conversamos sobre vários assuntos, alguns pessoais, outros relacionados ao trabalho, mas Jesus e a fé sempre fazem parte dos meus diálogos, porque é assim que vivo.

As coisas que você ama naturalmente aparecem nas suas conversas. As pessoas vão querer ouvir sobre um Jesus que entusiasma tanto os seus seguidores a ponto de eles não conseguirem deixar de falar dEle.

Marie Alvero foi missionária na África e no México. Atualmente, vive uma vida feliz e ocupada com seu marido e filhos no Texas, EUA. ■

Encontrando propósito

Nasci no verão de 1955, em uma cidade produtora de aço, na região industrial da Alemanha, em uma família de operários. Durante os tumultuados anos sessenta, eu era uma jovem feliz e despreocupada, até que um sério problema de saúde transformou profundamente minha visão de vida. Minha condição física e minha resistência diante de um prognóstico sombrio me devastaram e talvez tenham sido o ponto de partida para minha inclinação à rebeldia.

Quando os anos setenta chegaram, a efervescência do movimento hippie se espalhou como fogo pela Europa, e nossa vila foi tomada por essa nova onda. Ao meu redor, via sinais de um novo estilo de vida e de um liberalismo revigorante. Eu tinha dezenove anos quando tive de interromper abruptamente meu curso de enfermagem devido à piora de uma escoliose com a qual lutava desde a adolescência.

Em meio à turbulência dos meus anos de formação, senti um forte desejo de sair de casa para traçar meu

próprio caminho. No início, envolvida no movimento de contracultura, recorri às drogas para escapar da pressão e das críticas.

Pouco depois de completar vinte anos, embarquei com meu namorado em uma jornada inesquecível, viajando com um motorhome reformado. Em busca de valores mais elevados e algo mais profundo para nossas vidas, percorremos mais de 20.000 quilômetros – passando por partes da Europa, do Oriente Médio e seguindo em uma peregrinação à procura de paz e propósito. Aquela aventura nos colocou várias vezes em situações muito críticas, que incluíram perdas, doenças e perigos que deixaram marcas profundas em nossos corações.

Ao longo daquela experiência, várias vezes lembrei de lições sobre religião que aprendi no último ano de escola e de uma canção preciosa, “Castelo Forte”, de Martinho Lutero. Cantar aquele hino me confortava e elevava minha alma, como se Deus batesse à porta de minha vida. Lembrei-me de como, ainda jovem, no dia da minha

30 anos de trabalho missionário no Continente Africano

confirmação na antiga capela de pedra, recebi Jesus em meu coração e fiz a promessa de seguir princípios divinos, a qual quase se perdeu em meio à nova liberdade e ao inconformismo que passou a pautar meus pensamentos.

Após dois anos de viagens, ainda ansiando por um propósito que transcendesse os interesses terrenos, cheguei a uma encruzilhada existencial: vazia, desiludida e desgastada pelo uso de drogas, senti que não podia mais continuar naquele estilo de vida.

Em 1978, vindo da fronteira do Nepal, depois de viajar a noite inteira, paramos para descansar em um pequeno hostel. Minha vida estava prestes a mudar. Ao entrar na cantina, notei que os únicos hóspedes eram um grupo de missionários tomando café da manhã. Naquele encontro

Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! — 2 Coríntios 5:17

Se depois se ser renovado pela graça, você encontrasse seu antigo eu, tenho certeza de que ficaria muito ansioso para sair da companhia dele.

Um avivamento verdadeiro não é menos que uma revolução, que expulsa o espírito de mundanismo e egoísmo, para Deus e Seu amor triunfar no coração e na vida. — Autor desconhecido

improvável no Norte da Índia, uma conversa animada se iniciou. O espírito de comunhão e as simples explicações dos versículos bíblicos oferecidas por aqueles missionários me levaram a me dedicar a Jesus – marcando o recomeço da minha vida e a renovação da minha alma inquieta.

Anos depois, decidi tornar-me missionária e encontrei grande satisfação em servir comunidades carentes em diversos países em desenvolvimento. Foi o resultado direto da bondade de pessoas altruístas e dedicadas, como os missionários que conheci em minha jornada transformadora pela Índia.

Ao longo de mais de 40 anos de trabalho comunitário, 30 dos quais no Quênia, vivenciei provisões inesperadas, proteção diante do perigo e o favor, a graça e a força de Jesus em épocas de dificuldade. Como missionária e mãe de sete filhos, aprendi – e continuo aprendendo – a depender da força de Deus, e não da minha própria. Desde que conheci Jesus, percebi que cada tarefa, desafio e experiência é um degrau que me aproxima da pessoa que devo ser.

Ao olhar para tudo o que aconteceu, percebo que a presença de Deus sempre esteve entrelaçada na tapeçaria da minha vida, mesmo quando os fios eram imperceptíveis, até que Sua presença se destacou e encontrei meu propósito.

Iris Richard é conselheira no Quênia, onde atua em trabalhos comunitários e voluntários desde 1995. ■

Sejam mutuamente hospitaleiros, sem reclamação.

Cada um exerça o dom [um talento espiritual ou uma habilidade concedida pela graça de Deus] que recebeu para servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas [usando com diligência as várias dádivas e habilidades concedidas aos cristãos por Deus]. — 1 Pedro 4:9–10

A SANTA DO RESTAURANTE

Basta entrar no restaurante para, inevitavelmente, notar o seu sorriso acolhedor. Conheço-a há mais de 20 anos e, apesar do tempo, ela continua a mesma. De corpo miúdo e modesta, está sempre correndo para atender às inúmeras ocorrências de um grande restaurante. Parece conhecer todos; mas, acima de tudo, está sempre com um sorriso e uma palavra de ânimo. Toda vez que a visito, fico admirada.

A vida não tem sido fácil para ela. Enfrentou sérios problemas de saúde e familiares. Em determinado momento, sofria com enxaquecas tão intensas que a impediam de ficar de pé. Os médicos descobriram um grande tumor em seu cérebro e precisaram operá-la. Levou alguns anos para que ela voltasse ao normal, mas continuou trabalhando, quase que todos os dias, apesar do desconforto e da dor.

Acredito que muitas pessoas frequentam seu restaurante apenas para receber um de seus sorrisos e uma simples palavra de incentivo! Mas há muito mais na vida dessa mulher.

Ela frequentemente oferece alimentos aos necessitados. Felizmente, cada vez mais donos de restaurantes têm feito o mesmo, destinando grande parte da comida que seria descartada a abrigos para os sem-teto.

Ela emprega ex-dependentes químicos e ex-detentos. É preciso muita fé e confiança para dar uma chance a essas pessoas e muitas já foram tocadas e até redimidas, recebendo de volta o dom da confiança. Minha amiga também acolhe mães solteiras e seus filhos.

Para mim, esta é a melhor versão do cristianismo: abrir a vida e compartilhar com os “próximos” necessitados. Pode ser cansativo, complicado e até um pouco arriscado. Em algumas ocasiões, ela teve um papel crucial para salvar alguém de uma overdose – algo que me chocou e me fez questionar: será que eu teria tanto amor?

Para mim, ela é uma santa dos tempos modernos.

Josephine Kind participa ativamente, há três décadas, em projetos humanitários no Sul da Europa. ■

PLANTANDO SEMENTES

“Você nunca sabe que parte da sua história pode contribuir para a cura de outra pessoa.” — Jennifer Williamson

“Não podemos mudar as pessoas, mas podemos plantar sementes que um dia poderão florescer nelas.”

— Mary Davis

“O fato de eu poder plantar uma semente e ela se transformar em uma flor, compartilhar um pouco de conhecimento e ver isso refletido na vida de alguém, ou sorrir e receber um sorriso em troca, para mim, são exercícios espirituais contínuos.” — Leo Buscaglia

“Você nunca sabe o que faz em sua vida que deixa uma semente que cresce e se torna um carvalho.”

— Michael Portillo

“Um simples favor ou gesto de compaixão pode parecer, a princípio, não levar a lugar nenhum, mas pode estar plantando uma semente que ainda não conseguimos ver. Às vezes, basta fazermos o melhor que podemos e confiar em um desenrolar que não podemos planejar ou ordenar.”

— Sharon Salzberg

“E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos.” — Gálatas 6:9

“As sementes de fé perpetuam o crescimento do reino de Deus, sempre que alguém se torna seguidor de Jesus. Isso leva a comportamentos que honram e obedecem a Deus, propagando bondade, gentileza e amor em nossos lares, bairros e no mundo. Assim, cada vez que vir uma flor desabrochando, lembre-se do tremendo privilégio e responsabilidade de plantar sementes de fé na vida de alguém. Por quê? Porque isso importa – eternamente.”

— Roxanne Drury

“Não julgue cada dia pela colheita presente, mas pelas sementes que você planta.”

— Robert Louis Stevenson

“Você planta sementes todos os dias, no mundo e nos outros, com cada pensamento, palavra e ação. Você tem influência.” — Jennifer Williamson

“Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.”

— Mateus 5:14–16 ■

VOCÊ É MEU ENVIADO

Assim como Eu o amei com um amor eterno, também o chamo para ser um exemplo vivo do Meu amor às pessoas com quem interage ao longo do dia. Assim como o Pai Me enviou, Eu envio você ao mundo à sua volta ( João 20:21). Meu Espírito em você lhe dará um coração compassivo pelos pobres de espírito e um desejo de alcançar aqueles que têm fome e sede de verdade e justiça (Mateus 5:3–6).

Ao sair para compartilhar as Boas Novas com os outros, será Minhas mãos estendidas aos necessitados; Meus olhos a chorar por aqueles que estão cansados e tristes; Meus pés, dispostos a ir mais longe para levar Minha mensagem de amor, esperança, salvação e perdão.

Meus primeiros discípulos eram homens e mulheres comuns, como você. Depois que voltei para o Céu, enviei o Espírito Santo para guiá-los e os incumbi de ir por todo o mundo para proclamar o Evangelho (Mateus 28:19–20). Conforme cumpriam essa missão, Minha igreja cresceu e o mundo foi transformado para sempre.

Cada um dos Meus seguidores recebeu uma missão e um chamado para ser uma testemunha diária e um exemplo vivo do Meu amor. Meus discípulos são o sal da terra e Eu os espalho livremente entre as nações para que revelem o sabor do Meu amor e da Minha verdade e façam Meu nome conhecido em toda a terra (Mateus 5:13).

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