Minha esposa e eu ouvimos a história de um homem que, durante toda a vida, morou na mesma casa. Nunca variava o que consumia no café da manhã, quando aproveitava para ler o jornal. Vestia-se no mesmo estilo clássico e seguia uma rotina diária bem-organizada. Por quê? “A vida é mais simples assim,” ele dizia, “não preciso tomar tantas decisões”. Entretanto, empurrada pelas mudanças tecnológicas, a vida no mundo atual avança rapidamente! Assim como as tarefas que devemos realizar, as decisões que precisamos tomar se multiplicam diariamente. Algumas são pequenas e cotidianas, mas, volta e meia nos deparamos com outras, de maior relevância, as quais, em alguns casos, podem dar novo sentido às nossas vidas.
A tomada de boas decisões é o tema desta edição da Contato. Uma das dádivas de Deus para a humanidade é a capacidade de escolher. Aprendemos e crescemos conforme orientamos nossas decisões pelos princípios da Sua Palavra. Nem sempre é simples tomar decisões e nos preocupamos com seus desdobramentos. Nisso, os seguidores de Jesus têm uma vantagem: quando Deus tem prioridade em nossas vidas e nos esforçamos para seguir a verdade da Bíblia, podemos descansar na promessa de que “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam” (Romanos 8:28).
A indecisão causada pelo medo de um resultado indesejado pode ser paralisante. Não tenha medo. Reserve um tempo para buscar a orientação do Senhor, esteja aberto aos conselhos de pessoas de sua confiança, tome a decisão e confie que Deus cuidará das consequências. Se você decidir mal, Deus pode redirecioná-lo e usar essa experiência de alguma forma para produzir benefícios em sua vida. Afinal, você está nas mãos amorosas dEle.
Considere a seguinte ilustração: ao dirigir um carro usando um aplicativo de navegação, você pode ocasionalmente errar uma curva ou um caminho. Em vez de entrar em pânico, mantenha-se atento às instruções do aplicativo, que traçará uma nova rota para o levar ao seu destino desejado. De certa maneira, é o que a Palavra de Deus faz por nós. Quando não seguimos pelo caminho que deveríamos, a Bíblia, combinada com a orientação da voz suave do Espírito Santo, nos ajudará a encontrar uma alternativa para alcançarmos nossos objetivos.
Feliz tomada de decisões com o aplicativo do Espírito Santo!
Gabriel e Sally García
Equipe Editorial da Contato
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Todos temos nossa zona de conforto, isto é, as circunstâncias com as quais estamos familiarizados ou as pessoas com quem interagimos com facilidade e de forma quase automática. Os contornos dessa comodidade são traçados por diversos fatores, incluindo experiências passadas, receios, expectativas culturais, o que imaginamos os outros aceitarão e o nível de esforço que consideramos razoável empreendermos para evitar estresse ou ansiedade.
O problema surge quando permitimos que essa estabilidade governe nossas decisões, pois pode limitar nosso crescimento pessoal. Não vivenciar o que a vida tem a oferecer por não nos desafiarmos a expandir nossos limites, pode nos deixar acomodados e complacentes em coração, mente e espírito. O perigo de permanecer na zona de conforto quando o Senhor deseja ampliar nossos horizontes é que podemos, pouco a pouco, nos contentar com menos do que o potencial que Ele nos deu. Perdemos a capacidade de perceber quanto
mais poderíamos realizar, a ponto de não mais darmos passos de fé em novas direções.
Superar os limites conhecidos produz desconfortos e riscos, pois não conhecemos as consequências com as quais teremos de lidar. No entanto, a satisfação, o senso de realização e a emoção de conhecer pessoas, ideias e oportunidades contribuem para uma vida mais profunda e orientada por propósito. Não atingiremos todo nosso potencial se não estivermos dispostos a ir além do que acreditamos serem nossos limites.
Meu marido, Peter, certa vez me contou sobre sua visita a um centro de reabilitação física, onde observou um homem reaprendendo a andar. Dava pequenos passos arrastados, mas os terapeutas decidiram que era hora de fazer mais. O paciente protestou, temendo que fosse impossível e que cairia. No entanto, com o apoio dos profissionais, percebeu que conseguia andar mais rápido, uma superação que talvez não tivesse alcançado sem o incentivo e o desafio dos outros.
Às vezes, o Senhor causa disrupções que nos desestabilizam e trazem desafios que nos permitem ultrapassar as limitações de nossa situação atual, algumas das quais possivelmente nós mesmos criamos. Embora isso possa ser desconcertante no início, é o que nos conecta a novas oportunidades, relacionamentos e potenciais que antes nem imaginávamos serem possíveis.
Maria Fontaine e seu marido, Peter Amsterdam, são diretores da Família Internacional, uma comunidade cristã de fé. ■
agradecidos de nosso Pai celestial, temos o privilégio de crer nEle, confiar nEle e em Sua Palavra, e vivenciar Suas bênçãos enquanto buscamos caminhar em Sua vontade e glorificá-lO em nossas vidas (Romanos 10:9–10).
Aceitar Jesus como Salvador e receber a dádiva da salvação é a decisão mais importante que podemos tomar nesta vida, pois define nossa posição eterna diante de Deus e do Seu Reino. Entregar-se a Cristo não é o fim, mas o início de uma nova jornada, repleta de decisões que se apresentam a cada dia.
Para os cristãos, decidir significa buscar a vontade de Deus — aquilo que Ele, em Sua sabedoria infinita, sabe ser a melhor escolha para cada situação. Somente Deus conhece o desdobrar do tempo, contemplando passado, presente e futuro em perfeita harmonia. Em Sua Palavra, Ele nos fez a preciosa promessa de instruir-nos e guiar-nos: “Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você” (Salmo 32:8).
Discernir a vontade de Deus é um processo relacional, que envolve uma conexão íntima entre nós e Ele. Assim o Livro de Isaías expressa o desejo de Deus Se comunicar conosco: “‘Venham, vamos refletir juntos’, diz o Senhor” (Isaías 1:18). O ponto de partida para identificar Sua vontade e tomar boas decisões é Lhe entregar todos os nossos caminhos. “Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e Ele endireitará as suas veredas” (Provérbios 3:5–6). “Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nEle, e Ele agirá” (Salmo 37:5).
Se procurarmos viver em íntima comunhão com o Senhor, obedecendo aos ensinamentos da Bíblia e buscando sinceramente a Sua vontade para nossa vida, podemos confiar que Deus nos guiará e colocará Seus desejos em nosso coração. A Bíblia nos ensina: “Deleite-se no Senhor, e Ele atenderá aos desejos do seu coração” (Salmo 37:4). Contudo é preciso antes reverenciar a Deus e buscar a Sua vontade acima de tudo. Devemos abordar o processo de tomada de decisões com a mesma atitude
que Jesus manifestou quando orou: “Não seja feita a Minha vontade, mas a Tua” (Lucas 22:42).
A Bíblia nos ensina um princípio para discernir a vontade de Deus em Romanos 12:2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. A busca da vontade de Deus na tomada de decisões começa por buscar a Palavra de Deus para aprendermos a seguir Seus caminhos, a obedecer aos Seus ensinamentos e a viver de acordo com Seus preceitos. O Salmo 119:105 diz: “A Tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho”.
Quando escolhemos diariamente viver segundo os ensinamentos da Bíblia, podemos contar que, com a sabedoria para a tomada de decisões que Ele nos prometeu: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” (Tiago 1:5). Às vezes, Deus fala conosco por meio de um versículo ou passagem das Escrituras, que parece ter sido escrita exatamente para a situação que estamos enfrentando. Em outras ocasiões, Deus fala ao nosso coração por meio de uma “voz” ou um “sussurro”,
guiando-nos para Sua vontade e verdade. (Veja 1 Reis 19:11-13.)
Você pode sentir uma convicção interior de que algo pelo qual está orando é a vontade de Deus. Em seu coração, você simplesmente sabe que uma determinada decisão ou ação é o que Deus deseja e o que você deve ou não deve fazer. Sua Palavra nos diz: “uma voz nas suas costas dirá a você: ‘Este é o caminho; siga-o’” (Isaías 30:21). Às vezes, Deus pode nos falar por meio de um sonho ou de um versículo bíblico para nos dar orientação específica, a qual podemos buscar confirmar mais adiante.
Ao procurar a vontade de Deus em uma decisão, muitas vezes convém buscar também o conselho de outras pessoas. Provérbios 15:22 nos diz: “Os planos fracassam por falta de conselho, mas são bem-sucedidos quando há muitos conselheiros”. Naturalmente, é importante ponderar os conselhos recebidos e buscar confirmações ao tomar decisões importantes, para ter maior segurança de que a escolha está correta.
Muitas vezes, Deus abre as portas que possibilitam a realização de algo que seja Sua vontade. Podemos nos perguntar: “Em qual direção Deus está conduzindo, que caminhos está abrindo e que meios está produzindo para seguirmos adiante?” Embora circunstâncias e oportunidades não sejam necessariamente o critério principal para se tomar decisões alinhadas com a vontade de Deus, podem
ser uma indicação de como o Senhor está nos guiando. Às vezes, Ele nos orienta fechando uma porta e abrindo outra. Deus pode orquestrar determinadas situações e arranjos enquanto nos guia conforme Seu plano e o que Ele sabe ser o melhor para nossa vida.
Um importante fator em nossas decisões é buscar fazer escolhas que realizem os propósitos de Deus e tragam glória ao Seu nome. A Bíblia diz: “Façam tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31). Sua Palavra nos ensina a tomar decisões que reflitam Sua bondade e promovam a justiça: “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Miquéias 6:8).
Uma vez tomada a decisão, entregue-a ao Senhor e confie que Ele agirá conforme Seus bons propósitos. Se você fez o melhor ao seu alcance para decidir com oração e orientação bíblica, tenha fé em Deus no que diz respeito aos resultados (Hebreus 11:6). Se, com o tempo, a decisão se mostrar equivocada ou exigir uma mudança de direção, reconheça o erro e peça a Deus que guie e redirecione seus passos.
É reconfortante saber que podemos discernir a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12:2). Enquanto buscarmos caminhar em Sua vontade e habitar em Sua presença, estaremos no lugar mais seguro deste mundo. Mesmo que a guerra nos cerque, enfrentemos tragédias pessoais, perdas, ou passemos pelas inevitáveis tempestades da vida, estaremos sempre seguros nas mãos de Deus, confiantes de que Ele nos guiará e guardará.
Que Deus abençoe você! — E Ele o fará, conforme você estude a Bíblia, busque tomar decisões segundo a Sua vontade, trilhe os Seus caminhos, siga-O e O ame de todo o coração, alma e mente (Mateus 22:37).
Adaptado de um artigo do livro Tesouros, publicado pela Família Internacional. ■
DECISÕES
COTIDIANAS
Por Sally García
Li uma citação profunda de C.S. Lewis: “Cada vez que você faz uma opção está, de alguma maneira, modificando sua essência”. Será que isso se aplica até mesmo às pequenas decisões do dia a dia?
Ele continua: “O Bem e o Mal crescem como juros compostos. Por isso, nossas pequenas decisões diárias têm grande importância. O menor gesto de hoje garante a conquista de um ponto estratégico a partir do qual, em alguns meses, você poderá alcançar vitórias nunca sonhadas. Já uma concessão aparentemente trivial à luxúria ou à ira significa a perda de uma colina, de uma linha férrea ou de uma cabeça de ponte a partir das quais o inimigo poderá lançar um ataque que, de outro modo, seria inviável.”1
Começo a entender. A bondade gera bondade. Cria um efeito dominó. Percebo que, minha capacidade de demonstrar interesse pelos outros se torna maior a cada pequeno esforço que faço nesse sentido, como um músculo que se fortalece. Eu tinha dificuldade para puxar conversa com desconhecidos, mas hoje desfruto as conversas cordiais com pessoas que não conheço, muitas das quais evoluem em diálogos profundos e até amizades.
Por outro lado, toda vez que sou impaciente com meu marido, abro caminho para que a desunião e a
“Cristianismo Puro e Simples” por C.S. Lewis
desconfiança entrem no meu casamento. Quantos relacionamentos desandam por causa de insultos e discussões que não foram evitados?
Quando criança, eu não me preocupava muito em contar pequenas mentiras. “Não fui eu! Não sei quem quebrou aquilo.” Coisas assim. No entanto, ao chegar à adolescência, eu havia me tornado uma mentirosa habitual, inventando histórias com convicção e sem remorso. Levei anos para me livrar desse hábito, que se tornara parte da minha própria natureza.
Portanto, talvez a escolha de que roupa vestir ou o que cozinhar hoje à noite não importe tanto, mas há pequenas decisões que, pouco a pouco, moldam o meu futuro e até mesmo o meu caráter. Serei mais egocêntrica ou Cristo será minha prioridade?
Na minha velhice desfrutarei de paz e da satisfação de uma vida bem vivida? — Talvez minha jornada não tenha sido repleta de feitos grandiosos ou realizações extraordinárias, mas construída sobre as inúmeras pequenas decisões que tomei para amar a Deus em primeiro lugar e servir ao meu próximo. Se for assim, estarei feliz.
Sally García é educadora, escritora, tradutora, missionária e mentora. Ela vive no Chile com seu marido, Gabriel, e é afiliada à Família Internacional. ■
QUANDO A VIDA EXIGE CORAGEM
Por Lilia Potters
“Parem de lutar! Saibam que eu sou Deus!” (Salmo 46:10). Este poderoso versículo da Bíblia tem sido uma fonte de conforto e força para mim nos momentos de escolhas difíceis. Tomar decisões que podem alterar o curso da sua vida pode ser assustador, especialmente quando os resultados permanecem incertos. No entanto, ao refletir sobre a jornada da minha vida, vejo como, de alguma maneira, esses momentos decisivos me trouxeram benefícios.
Deixe-me compartilhar uma experiência.
Dezoito anos atrás, um dos meus filhos, que vivia no exterior, precisava da minha ajuda. Eu havia me mudado fazia pouco tempo para a casa de outro filho para ajudar
com meus netos pequenos e estava profundamente envolvida no trabalho que amava. Deixar tudo para trás e viajar para o outro lado do mundo parecia uma perspectiva assustadora. No entanto, a escolha ficou clara quando soube das circunstâncias que envolviam o cuidado do meu neto de seis meses.
Arrumei uma mala e viajei para o exterior, esperando ficar por um curto período. Mas, três meses depois, me vi diante de uma decisão que mudaria minha vida: devo solicitar residência permanente e ficar, ou retornar “para casa” com minhas outras responsabilidades, trabalho e pertences? O desejo por um ambiente familiar pesava muito em mim, mas também havia a forte necessidade de ficar onde eu era mais necessária.
Normalmente, eu teria feito uma lista de prós e contras. Os contras pareciam esmagadores: ficar significava deixar para trás meu trabalho, segurança financeira e o patrimônio que havia construído, exceto pelo que coubera na minha mala. Mas havia um pró indiscutível —poder olhar nos olhos do meu neto. As perdas empalideceram diante da oportunidade de estar presente quando ele mais precisava de mim.
Então, fiquei.
Dezoito anos depois, posso atestar com confiança que tomei a decisão certa. Os desafios eram grandes, mas produziram em minha vida crescimento pessoal e oportunidades que jamais. Encontrei apoio —emocional e financeiro— de fontes inesperadas e o caminho à minha frente, embora incerto no início, ficou mais claro a cada passo.
Os exames indicaram depois que meu neto é autista. Dediquei-me integralmente a ele nos seus primeiros anos
TUDO COMEÇA COM UM SALTO
Já dei alguns saltos na vida, principalmente nos últimos anos. Mudar-me para Nebraska foi um importante salto de fé, mesmo que não tenha sido por livre e espontânea vontade. Começar a escrever foi outro avanço importante e recentemente passei a dar palestras. Em meio a tantos saltos, não faltaram obstáculos na forma de decepções, dúvidas, falhas, frustrações e temores.
Saltar dá medo. No entanto, acredito que, apesar dos riscos e temores, é preciso fazê-lo. Se nunca saltarmos, jamais saberemos o que poderia ter acontecido, e o que poderia ter feito toda a diferença em nossas vidas. No meu caso, diferentes saltos determinaram a diferença entre a incredulidade e a fé; entre a passividade e a paixão pela vida; entre viver confortavelmente dentro de uma caixa e florescer nos descampados. É verdade que, às vezes, caímos quando saltamos, damos de cara com uma parede e sofremos bastante. Mas, há também as ocasiões em que voamos! Mesmo quando não percebemos, cada salto pode ser o início de algo novo, lindo, positivo e que pode mudar nossa vida.
Tudo começa com o salto. — Michelle DeRusha, “It Begins with the Leap,” The Lincoln Journal Star, 15 de maio de 2015.
A medalha da coragem não é dada, necessariamente, a quem enfrenta algum perigo, mas a recompensa de compartilharmos o amor de Deus sempre e onde quer que estejamos. — Tom White
e, mais tarde, em meio período, conforme seus pais se envolveram mais no seu cuidado. Quase cinco anos atrás, justo quando eu considerava me afastar para visitar e ajudar meus outros filhos, a vida me apresentou outra decisão crucial.
Aquele mesmo menino, agora um adolescente, mais uma vez precisou do meu cuidado em tempo integral. Em agosto de 2020, reorganizei minha vida e minha casa para recebê-lo. Foi um novo capítulo, cheio de curvas de aprendizado e desafios, mas também repleto de alegria e propósito.
Hoje, aquele adolescente está prosperando. Concluiu o Ensino Médio e trabalha meio expediente com tecnologia da informação. Sua jornada me inspira todos os dias, lembrando-me da importância de dizer “sim” quando somos chamados, inclusive quando o futuro parece incerto.
Por outro lado, minhas experiências com ele abriram portas em minha vida para novas oportunidades.
Tornei-me uma Especialista Certificada em Recursos para o Autismo e agora compartilho meu conhecimento e experiência com famílias, cuidadores e educadores. Por meio de treinamentos e mobilizações em torno dessa causa, aprendi que, embora a jornada com o autismo possa ser desafiadora, o amor, a paciência e a compreensão podem desbloquear o potencial de cada criança.
Refletindo sobre essas decisões que mudaram minha vida, reconheço que, independentemente dos desafios, nós, cristãos, “sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8:28). Quando a vida exige coragem, podemos encontrar paz ao conhecer e confiar em Deus.
Lilia Potters vive nos Estados Unidos e é autora e Especialista Certificada em Recursos para Autismo. ■
Repostas Às Suas Perguntas
DEUS TEM UM PLANO?
P: Será que Deus tem mesmo um plano maravilhoso para minha vida, como sempre me falam? Muitas vezes, parece que estou em um “carro de choque”, batendo em um obstáculo após o outro e ricocheteando para todos os lados.
R: Deus tem um plano para cada um de nós, criado perfeitamente na medida para a combinação única de habilidades e interesses de cada pessoa. Além disso, Ele quer nos revelar esse plano e trabalhar conosco para realizá-lo.
“Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas” (Provérbios 3:5–6.) Isso não significa, porém, que tudo vai ser fácil ou acontecer como gostaríamos. Na verdade, às vezes, pode parecer que tudo que Deus coloca no seu caminho são dificuldades, que tendem a aumentar conforme tentamos seguir Seu plano. Será que Deus sempre pede demais de nós? Às vezes, é o que parece. Deus quer o melhor para nós, mas, com frequência, Seus meios para esse fim exigem que experimentemos triunfos e provações, alegrias e tristezas. Da nossa perspectiva, uma determinada situação ou evento pode não parecer positivo, mas a promessa na Bíblia é que “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8:28). Ele vê mais longe do que nós
e Seus planos são, além de melhores, mais completos que os nossos. (Ver Isaías 55:8-9.)
Nos tempos do profeta Jeremias, os israelitas sofreram uma derrota militar, foram dispersos e viveram no exílio. Provavelmente se perguntavam o que acontecera com o plano de Deus para Seu povo. Deus explicou que permaneceriam no exílio por 70 anos, como castigo pela sua desobediência, e que isso também fazia parte do Seu plano. Dificilmente isso poderia ser visto como boas novas, mas Ele lhes assegurou que estaria com eles. “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro” ( Jeremias 29:11).
Então, se você se encontra em uma situação similar, perdido e tentando entender o que aconteceu com o plano de Deus para você, não se desespere. Seus desígnios jamais serão derrotados e Ele nunca desiste de nos ajudar a entender ou retomar o passo.
Se pudéssemos saber, ao menos ver —tanto desejamos Mas Deus guarda segredo Sobre a senda que trilhamos
Sem ver o que nos aguarda Agarramo-nos ainda mais a Ele Que nos guia até o fim da estrada Confia e obedece, meu irmão. Norman J. Clayton ■
A MELHOR ESTRATÉGIA
Por Rosane Cordoba
Mal completei 13 anos e minha vida começou a desmoronar. Meus pais haviam se separado, minha irmã mais velha se casou e foi embora. Perdi um amigo que morreu em um acidente de carro e, para completar, entrei na puberdade. Tornei-me rebelde, não só em casa, mas também com meus professores. A única pessoa que eu temia era a diretora da escola, uma mulher alta e elegante que não dava trela para os estudantes.
Depois de um tempo, meus professores se cansaram de mim e me enviaram para conversar com a diretora. Fui ao seu gabinete tremendo, mas, para minha surpresa, ela me recebeu com um sorriso e me disse que eu teria algumas sessões com a orientadora escolar.
A orientadora era uma senhora gentil e bem-preparada que, após ouvir todas as minhas reclamações, me perguntou se eu gostava de esportes.
“Sim” —respondi. Naquela época, eu jogava no clube do meu bairro e vencemos o Campeonato Carioca de Vôlei Juvenil.
Ela continuou: “Para vencer, você deve inventar as próprias regras ou seguir as regras do jogo?”.
“As regras do jogo, ou eu seria desqualificada e perderia a chance de jogar”, respondi.
“E assim é com o jogo da vida. Se você quer ser uma vencedora, precisa jogar pelas regras”, ela concluiu.
De repente, entendi. O que eu tinha aprendido nos esportes sobre trabalho em equipe, incentivar os outros quando eles cometem um erro, seguir as instruções do técnico, atirar-se para pegar uma bola que parecia perdida e marcar um ponto inesperado poderia ser aplicado à vida. Logo voltei a ser a estudante feliz e comportada que
costumava ser. Que grande influência um adulto que se importa pode ter sobre um adolescente!
Cora Coralina disse: “Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir”.
Nossas vidas se constroem com decisões. Deus criou um mundo belo para vivermos e desfrutarmos, mas devemos colocá-lO e Sua vontade em primeiro lugar; e como em qualquer jogo, é preciso prática. Às vezes, precisamos deixar de lado nossos próprios planos e apenas seguir a Sua orientação, mesmo quando não entendemos. Isso exige fé e confiança de que Ele tem o melhor plano de jogo para cada um de nós.
Rosane Córdoba vive no Brasil. Ela é escritora freelance, tradutora e produtora de material infantil baseado na fé e no desenvolvimento de caráter. ■
Encontre sabedoria na Palavra de Deus
Por Marie Alvero
Estávamos em um restaurante quando minha filha me pergunta: “Mãe, o que devo pedir?” “Não sei” — respondi, como deveria uma mãe tarimbada. Aquela adolescente sabe ler, dirigir e trabalhar, não precisa que eu decida isso por ela.
Às vezes, acho que nos comportamos como minha filha, diante das decisões que devemos tomar. Pedimos para Deus nos dizer o que fazer, como se Lhe coubesse intervir em todas as nossas pequenas decisões. Mas, como todo bom pai, Deus quer que assumamos a responsabilidade pelas nossas decisões, que nos movamos de acordo com nossa fé, que aprendamos, cresçamos, tentemos, falhemos, nos estiquemos e nos desenvolvamos dentro da nossa capacidade e, por isso, Sua mensagem costuma ser: “Já lhe mostrei os limites e você tem acesso às informações necessárias para tomar essa decisão”.
Pode parecer que isso contraria Sua promessa de que Ele direcionará nossos caminhos (Provérbios 3:6) ou que nos concederá os desejos do nosso coração (Salmo 37:4). Mas penso que Ele nos orienta da mesma forma como ensinei meus filhos a se alimentarem. Quando eram pequenos, eu lhes dava alimentos nutritivos e evitava os processados. Aos poucos, tiveram contato com a uma grande variedade de alimentos e sabores. Eles me
ajudavam na cozinha, acompanhavam-me nas compras de supermercado e, de maneira geral, tomavam parte do processo de alimentar a casa. Agora, são jovens que sabem se alimentar corretamente e, por isso, não me envolvo muito nas decisões deles sobre comida.
Foi o que Deus fez ao nos dar Sua Palavra. Mostrounos Seu coração, o que ama e o que odeia, e isso nos permite desenvolver uma compreensão da vontade de Deus. Isso quer dizer que abordamos cada decisão com clareza? Não. Significa que, enquanto não estivermos saindo dos limites definidos pela Palavra de Deus, temos liberdade para aprender, tentar, refazer e nos expandir.
Tiago 1:5 diz: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida”. O primeiro lugar para buscar sabedoria é na Bíblia. A vontade e a sabedoria de Deus geralmente não virão até nós por uma revelação milagrosa, mas sim pela direção que Ele já nos deu em Sua Palavra.
Marie Alvero foi missionária na África e no México. Atualmente, vive uma vida feliz e ocupada com seu marido e filhos no centro do Texas, EUA. ■
Urgente, importante ou supérfluo?
Por Victoria Olivetta
Todo dia vejo manchetes de notícias sobre eventos desanimadores e desoladores, e às vezes recebo informações contraditórias sobre coisas que afetam meu dia a dia, minhas finanças e planos para o futuro.
Em meio a essas incertezas, devo escolher manter-me conectada ao que é importante, em vez de me distrair com o que se apresenta aleatoriamente como “urgente” nas notícias. Escolho modelar minha vida segundo os princípios da Bíblia para assim ser uma agente da luz e da esperança de Deus para o mundo ao meu redor.
Escolho o meu crescimento pessoal e espiritual como minha fonte de esperança e harmonia, para me manter conectada com minha identidade, propósito e visão.
Preocupar-me com o que acontece no mundo tira energia e tempo de pensar de maneira proativa sobre o que realmente me preocupa—minhas atividades, produtividade, bem-estar, saúde, família, colegas de trabalho e minha relação com o Senhor.
Para reduzir os efeitos angustiantes das informações com as quais sou bombardeada pela mídia, seleciono manchetes de notícias que dizem respeito aos meus interesses, à minha profissão e ignoro o resto. Além disso, faço parte de grupos online onde as notícias são categorizadas segundo profissão ou interesses. São fontes confiáveis que fazem o trabalho árduo de buscar o que é importante entre o supérfluo.
Não deixo passar um dia sem ler a Bíblia ou um autor cristão, e aos finais de semana aproveito para ouvir mentores cristãos em seus canais no YouTube. Também desfruto regularmente dos meus comediantes favoritos. O humor é remédio para minha alma.
Em momentos de incerteza, lembro-me de que nada será pedido de mim além do que posso suportar e administrar, e que, juntamente com os desafios, as habilidades que preciso para superá-los estão à minha disposição. Não importa quão intensas as circunstâncias possam parecer, amanhã é um novo dia, um recomeço, onde o velho se foi e todas as coisas se renovam.
“Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo providenciará um escape, para que o possam suportar” (1 Coríntios 10:13).
“Mas ele “[Jesus] me disse: “Minha graça é suficiente a você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9).
Descobri que a simplicidade anda de mãos dada com a humildade e, por isso, pode me ensinar sabedoria. Declarar minhas necessidades e carências ao meu Pai celestial é a chave que pode fornecer respostas e abrir portas que estavam previamente seladas.
Victoria Olivetta é membro da Família Internacional na Argentina. ■
COMO É A VONTADE DE DEUS?
Por Lori Lynch
O que devo estudar? Onde devo morar e que tipo de trabalho devo procurar? Devo me casar, ter filhos, fazer aquela aula extra ou me mudar para uma nova cidade ou país? Essas são perguntas comuns que as pessoas têm e para respondê-las buscam a orientação de Deus. Sei que já fiz a Deus algumas dessas perguntas amplas e outras, mais específicas. No entanto, quando tentamos escolher o melhor caminho para nossas vidas, os detalhes podem ofuscar a visão maior.
Deus não está tão preocupado com a casa que compramos, com a empresa para a qual trabalhamos ou até mesmo com o que faculdade faremos, como está com outros aspectos importantes de Sua vontade. Isso não significa que Ele não responderá às nossas perguntas ou que não nos guiará nessas questões; ao contrário, Jesus disse que, como o Pai cuida até dos pardais (Mateus 10:29–31), certamente nos dará orientação e visão que precisamos, quando pedimos Sua ajuda e ouvimos Seus conselhos. No entanto, como Deus é um ser eterno, Ele tem a melhor visão
possível e panorâmica para nossas vidas, que, na verdade, é bastante simples:
1) “Porque a vontade de Meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nEle crer tenha a vida eterna” ( João 6:40).
O que Deus mais quer é que cada pessoa viva para sempre com Ele. Para isso, devemos acreditar que Jesus é o Filho de Deus e que ressuscitou dos mortos (Romanos 10:9).
2) “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Miquéias 6:8).
Este versículo se alinha com a declaração de Jesus em Mateus 22, de que todos os mandamentos se baseiam em amar a Deus e amar ao próximo (Mateus 22:37–40).
Foi o que Paulo sintetizou em Gálatas 5, quando disse que “Toda a Lei se resume num só mandamento: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’” (Gálatas 5:14). O amor é a base para tomarmos todas as nossas decisões. Mais importante que a sua graduação universitária é quanto como você usa seu conhecimento para ajudar o próximo.
A Bíblia diz: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna” ( João 3:16). Se você ainda não tem um relacionamento pessoal com Jesus, pode convidá-lO para entrar em sua vida fazendo esta simples oração:
Querido Jesus, acredito que Você é o Filho de Deus e que morreu na cruz por mim, para que, por meio do Seu sacrifício, eu possa viver para sempre com Você no céu. Peço que perdoe os meus pecados. Abro a porta do meu coração para Você. Por favor, encha-me com o Seu Espírito Santo e ajude-me a viver de maneira a glofiricá-lO. Guie a minha vida e ajuda-me a segui-lO. Em Seu nome, eu oro. Amém.
Onde você mora não é tão importante quanto como você vive. Quanto dinheiro você ganha não importa tanto quanto seus hábitos de consumo.
São parâmetros básicos que tornam a vida mais fácil. Não precisamos nos preocupar em “perder a vontade de Deus” por não ter um diploma específico, ou por não ter mudado para uma determinada cidade, ou casado com uma determinada pessoa. Você não está necessariamente deixando escapar o plano de Deus para a sua vida se tem um emprego de salário-mínimo, ainda é solteiro, não tem filhos ou não se preparou para o serviço a Deus. Por outro lado, às vezes é mais fácil filtrar opções de emprego, escolaridade e moradia do que amar um colega de trabalho ou vizinho irritante, compartilhar o dinheiro ganho com dificuldade com os pobres e necessitados, ou sacrificar um bom emprego, estudo ou oportunidade de moradia para cuidar de um pai idoso. Precisamos desesperadamente da ajuda de Deus para cumprir a Sua vontade para nossas vidas. Felizmente, Ele está mais do que disposto a nos ajudar.
“Reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e Ele endireitará as suas veredas” (Provérbios 3:6).
“Eu o instruirei e o ensinarei no caminho que você deve seguir; eu o aconselharei e cuidarei de você” (Salmo 32:8).
“Se algum de vocês tem falta de sabedoria [para tomar uma decisão ou lidar com as circunstâncias], peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” (Tiago 1:5).
Além disso, as recompensas de longo prazo por seguir a vontade de Deus são mais do que valem o sacrifício:
“Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Romanos 8:18).
“Farei do vencedor uma coluna no santuário do Meu Deus, e dali ele jamais sairá. Escreverei nele o nome do Meu Deus e o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém, que desce dos céus da parte de Deus; e também escreverei nele o Meu novo nome” (Apocalipse 3:12).
Lori Lynch é uma educadora que ensinou crianças em três continentes. Ela também é autora. Atualmente, vive nos Estados Unidos, onde ensina seus filhos em casa. ■
Com Amor, Jesus
NA ENCRUZILHADA
Quando estiver em uma encruzilhada na vida e não souber em qual direção seguir, lembre-se de que tenho prazer em guiá-lo e trazer boas coisas para sua vida (Mateus 7:11). Ao Me buscar de todo o coração, você Me encontrará e conhecerá a Minha vontade para você, e o caminho que deve seguir se tornará mais claro ( Jeremias 29:13).
A sabedoria do mundo ensina que precisa trilhar o próprio caminho e seguir seus próprios desejos para descobrir o que é certo para você. Mas a verdadeira sabedoria está em segurar Minha mão e deixar que Eu o guie pelo caminho que deve seguir, em vez de tatear na escuridão, ou seguir pelas estradas erradas, para depois ter de voltar atrás.
Minha promessa para você é que, se pedir, receberá; se buscar, encontrará; e se bater, a porta lhe será aberta (Mateus 7:7). Então, nos momentos de tomada de decisões, venha até Mim, busque a Minha vontade sobre o assunto e confie que estarei com você e o guiarei pelos caminhos certos (Salmo 23:3). O caminho do justo—todos aqueles que Me amam e buscam andar nos Meus caminhos—é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até a plena claridade do dia (Provérbios 4:18).
