basquete

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Presidente da República Federativa do Brasil João Figueiredo Ministro da Educação e Cultura Eduardo Portella


CADERNO TÉCNICO-DIDÁTICO

BASQUETEBOL COLETÂNEA


Secretário-Geral do MEC João Guilherme de Aragão Diretor-Geral da SEED Perides Cavalcanti Sèrie — Caderno Tècnico Didático

B823

Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Física e Desportos. Basquetebol-Coletânea. Brasília, MEC/DDD, 1980. 71 p. ilust. (Caderno Técnico-Didático). 1. Educação física e desportos. I. Brasil. Ministério da Educação e Cultura. Departamento de Documentação e Divulgação. II. Série. III. Título. CDU.796.32


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FISICA E DESPORTOS

CADERNO TÉCNICO-DIDÁTICO

BASQUETEBOL COLETÂNEA

CSD Departamento de Documentação e Divulgação Brasília, DF - 1980


Capa e Diagramação: Ralph I. Gehre

Secretarla de Educação Fisica e Desportos SCRN - Q. 706/707 - BI. G - Lts. 10/16 - EC-4 CEP. 70.000 - Brasilia - DF Uma edição do Departamento de Documentação e Divulgação Impresso pela Empresa Jornalística e Editora Gráfica Alvorada Ltda.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 1 - PIRÂMIDE DO ÊXITO — John Wooden — Técnico Decacampeão Nacional Norte-Americano 2 - ATACANDO A PRESSÃO ATAQUE CONTRA UMA DEFESA ZONA-PRESSÃO — Lou Carnesecca — Técnico do St. John's University (Nova lorgue) 3 _ ATAQUE - PASSING-GAME — Glen Korobov — Técnico Morris Havrey College

4 - ATAQUE CONTRA ZONA ATAQUE CONTRA BOX-ONE — Lou Carnesecca 5 - 0 CONTRA-ATAQUE — Giancarlo Primo — Técnico da Seleção da Itália 6 - 0 ATAQUE D A SELEÇÃO OLÍMPICA NORTE-AMERICANA — Dean Smith — Técnico Olímpico — USA 7 - TREINANDO DEFESA PRESSÃO E INDIVIDUAL — Neal Baisi — Técnico do Instituto Tecnológico West Virginia 8 - KENTUCKY DEFESA 1-3-1 ZONA ATAQUE COM PIVÔ EMBAIXO — Joel Hall — Técnico do Kentucky University — Campeão Nacional Norte-Americano — 77/78 9 - DEFESA DA SELEÇÃO OLÍMPICA USA (MONTREAL 74) — Dean Smith 10 - DEFESA E PREPARAÇÃO FISICA — Mirko Novosel — Ex-técnico da Seleção Nacional da Iugoslávia 11 - DEFESA ZONA-PRESSÃO — A.Gomelsky — Técnico da Seleção da União Soviética 12 - NOTAS SOBRE A CLINICA DE LOU CARNESECCA 13 - ORIENTAÇÕES PARA DIREÇÃO DE EQUIPE — Vince Eldred — Técnico do Morristown University 14 - A FILOSOFIA DO TÉCNICO , — Frank Arnold — Técnico do Brigham Young University 15 - ESTRATÉGIA NO JOGO — Neal Baisi 16 - COMO FAZER SUBSTITUIÇÕES , — Ronald Kautzner — Técnico do Illinois High School 17 - QUALIDADES DEUMBOMTÉCNICO — John Lawther

7 9 10

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INTRODUÇÃO

Com satisfação, aceitamos o convite da Secretaria de Educação Física e Desportos (SEED) para executar um trabalho capaz de sintetizar as nossas observações ao longo de quase dois anos de participação em estágios, congressos técnicos e visitas a diversas universidades norte-americanas, onde acompanhamos o preparo de suas equipes. E o fizemos imbuídos do melhor espírito de colaboração para uma literatura específica, que nos parece ainda muito deficiente no Brasil. Na realidade, afora poucas obras de alguns estudiosos — como a Metodologia do Ensino e Treinamento do Basketball, do Prof. Moacyr Daiuto —, é difícil, para não dizer impossível, dispormos de elementos para um estudo rnais aprofundado do nosso esporte. Objetivamos, também, poder transmitir aos técnicos, jogadores ou simples interessados nas coisas do basquetebol a nossa experiência no convívio com as maiores autoridades mundiais na matéria. Pelo exposto, torna-se claro que não escrevemos um livro. Simplesmente, moveu-nos a intenção de — como ressaltamos — divulgar os conceitos, sistemas e a própria filosofia das várias escolas norte-americanas e européias, através dos seus representantes mais legítimos. Entre eles, citaríamos John Wooden, em primeiro lugar. Técnico e campeão em doze temporadas, pela Universidade da Califórnia, Los Angeles, a famosa UCLA, e considerada uma das cinco All-Stars do basquetebol norte-americano, Wooden possui vários livros editados, mas é apresentado aqui com o que nos parece a melhor expressão de seu talento, na formação de grandes jogadores: a Pirâmide do Êxito — símbolo da abertura desta coletânea. Igualmente, devemos ressaltar os trabalhos de Dean Smith (técnico da Seleção Olímpica dos Estados Unidos, campeão em Montreal); Alexander Gornelski (técnico por muitos anos da Seleção da União Soviética e campeão mundial em 1967); Mirko Novosel (ex-técnico da Seleção da Iugoslávia, vice-campeão olímpico de 1976 e diversas vezes campeão europeu); Lou Carnesecca (técnico da Universidade de Saint John's e ex-técnico da equipe profissional do New York Nets); Joe Hall (técnico da Universidade de Kentucky, atual campeão norte-americano) e Giancarlo Primo (técnico da Seleção da Itália). A tradução do trabalho de outros importantes treinadores também está presente nesta compilação. É justo destacar que a presente edição muito deve à gentileza do Senhor Pedro Ferrandiz, Presidente da Associação Mundial de Técnicos de Basketball. Esperamos alcançar o nosso propósito, identificado com os princípios que norteiam a SEED, de difundir ao máximo o basquetebol em todo o Brasil.

Ary Vidal


PIRÂMIDE DO ÉXITO John Wooden (Ex-Téc. da UCLA

10 anos campeão nacional norte-americano)


ATACANDO A PRESSÃO ATAQUE CONTRA UMA DEFESA ZONAPRESSÃO Lou Carnesecca Técnico do St. John's University (Nova Iorque) Ex-técnico do New York Nets (profissional)

I -

FILOSOFIA

Ritmo não habitual, passes e tiros precipitados, maus passes, tiros forçados, infrações, conseguir posições inesperadas. A — Organizar-se a si próprio (instruir-se) — plano. B — Organizar a equipe — assegurar-se de que ela esteja preparada mental e fisicamente. Obs.: Deve estar preparada em ambos sentidos; apesar disto, nunca está tão bem quanto se deseja. II - DOIS MÉTODOS DE ATAQUE A — Contra-ataque — rapidez — afundar a bola. B — Plano de ataque controlado — controle do ritmo. Serão discutidos os temas: equipes que pressionam — defesa secundária — não com tanta dureza.

C — Apanhar a bola — posição — girar — começo agressivo — avançar para a posição. D — Drible — usá-lo para penetrar — separando — não ir adiante — girar — 10 segundos na linha. E — Passes fora — dominar toda a quadra com a vista. F — Ataque central — evitar ser pressionado nas esquinas e linhas laterais — exceto para descansar. G — Pivô — preparado para atuar de ponto de referência — mãos altas — tomar e atirar. H — Não se aborrecer — um pouco de cirurgia — paciência. I — Buscar — saltos curtos — saltos altos. J — Ofensiva — equilíbrio da defesa. VI - DESIGNAÇÃO DOS JOGADORES

A — Armador — o que melhor dominar a bola. B — Lado forte — o segundo melhor dominador da bola e o mais alto. A — Penetração — avançar 10 segundos. C — Lado débil — o rnais baixo dos laterais. B — Estabelecer um sistema — equilíbrio ofensivoD — Pivô — o melhor dos rnais altos que domine a defensivo. bola. C — Placar — atenção ao placar — equipes perE — Fundo — o melhor anotador — pode escondem oportunidades — esquecer o tiro. der-se. Exercícios — diagramas: velho-novo. Não importa IV - IDÉIAS GERAIS a alinhamento. III -

OBJETIVOS

A — Organizar-se rapidamente: 1 — ataques simples; 2 — toda a quadra. B — Determinar o tipo de jogo a seguir — quando — onde. C — Ter tranqüilidade — 5 segundos — 10 segundos. Não afobar-se — um erro, não dois erros — bola ao alto. D — Três precauções — girar e olhar — passar — fintar. E — Treinamento — primeira semana — diário.

OBJETIVOS DA ZONA-PRESSÃO I

OFENSIVA

CONTRA

FILOSOFIA

A filosofia ou idéia de qualquer passe è desconcertar ou fazer correr e jogar de maneira não habitual. A equipe que pressiona pretende que se façam tiros falsos, maus passes, violações, o que provocará dúvidas e obrigará a realizar um jogo diferente do que se faz normalmente. Aqui, novamente, devemos insistir com nossos jogadores sobre a idéia de controlar o ritmo; não V - PRINCÍPIOS devemos precipitar-nos, devemos estabelecer um sisA — Tabela — alternar lados — dar um passo atrás tema e jogar com nossa vantagem. A maioria das — posição dos homens —posições dos homens— olhar equipes que pressionam pretendem que a outra equipe corra e arremesse. Por que ¡remos fazer-lhes a vontade? atrás. B — Passes — curto — fintar — evitar passes lon- Utilizaremos a psicologia oposta — joguemos o nosso jogo. gos e bombeados.


debaixo da tabela. Dirigi-la um pouco para o lado. Não passá-la sempre para o mesmo lado; alternar os lados A — Primeiro objetivo: organizar-se a si próprio para obter uma melhor visão de toda a quadra; ao ter a bola, dar um passo atrás. (instruir-se). B — dar passes curtos e seguros. Fintar antes de B — Depois, organizar a equipe. Obs.: Se o jogador não está preparado mental e soltar a bola. Evitar passes bombeados, pois são fáceis fisicamente, ele e sua equipe passarão por um mau de interceptar; ter cuidado com os passes longos. momento; portanto, é necessário que se prepare, C — Tomar a bola — antes de sair ao encontro da planejando eficazmente o que pretende fazer. bola, permanecer após o defensor rnais próximo; ao ir pela bola, tomá-la agressivamente e logo girar de forma III - MÉTODO DE ATAQUE (duas teorias) que se domine a situação e, ao mesmo tempo, estar A — Contra-ataque: é o que permite atuar-se rnais disposto a avançar. Ao receber um passe, é preciso antes que a defesa possa organizar-se. conhecer as possibilidades de saída. Os jogadores B — Ataque controlado: é o planejado para de- devem saber ter um ponto de entrega (referência). D Drible — economizar o drible; utilizá-lo para sequilibrar a defesa. C — 0 ataque poderia ser simples, utilizando toda penetrar, fugir ou desmarcar-se. Ao driblar, ter cuidado com os defensores que tenha às suas costas. Ao driblar a quadra. para penetrar, tentar dividir os dois defensores; não ir adiante, atrair os defensores ao mesmo tempo, depois IV - OBJETIVOS escapulir quando se tratar de fazer um trap. É uma boa tática ter um companheiro protegendo o que dribla. Ter A — Passar o centro da quadra: avançar com a bola e passar a linha dos 10 segundos, sem perdê-la. cuidado de não fazer troca de direção com reversão, pois é rnais fácil cair em um 2 x 1 . Penetrar tanto quanto a defesa permita. E — Ataque central — os jogadores devem perB — Estabelecer um sistema — fazer o ataque habitual, manter a idéia de equilíbrio ofensivo- manecer dispersos. Ao avançarem para a bola, tentar levá-la pelo centro, de forma que o contrário não possa defensivo. C — Placar: devemos prestar atenção ao relógio; forçá-los para as linhas laterais. Com a bola no centro, é algumas equipes se esquecem de atirar e perdem sua possível escolher os dois lados. Evitar ficar presos nas esquinas, onde o contrário pode pressionar e marcar oportunidade. com rnais facilidade. V - IDÉIAS GERAIS F — Pivô: deverá saltar muito, para ter a bola. Assegurar-se que as mãos estejam estendidas para cima e A — Organizar-se rapidamente: coloque seus que toma a bola agressivamente, voltando-se para jogadores rapidamente nos postos adequados e deter- devolvê-la aos homens, sem marcação. Sempre que vir mine quando podem render melhor. Determine que tipo algum de seus companheiros de equipe com a bola e em uma situação difícil, deverá estar preparado para atuar de pressão estão fazendo. Quando a aplicam, por como ponto de referência. exemplo, depois de uma cesta, de um lance livre, etc. Determinar se pressionam na meia-quadra, em três G — Fazer avançar a bola: levar a bola tão longe quartos ou em toda a quadra. quanto permita a defesa. Uma vez ultrapassada a linha B — Ter tranqüilidade: não se precipitar; há muito dos 10 segundos, levar a cabo o sistema de ataque nortempo, 5 segundos para pôr a bola em jogo e 10 para mal. passar o meio da quadra. No caso que se cometa um H — Ter paciência: não lançar um passe sem penerro, procurar não cometer dois. Antes de lançar a bola sar. Conseguir o arremesso que se queira. Não importa sem direção definida, decidir-se por uma bola presa. Es- que seja um passe pelo alto ou um passe curto; qualtar atento à troca de defesa dos adversários. Exemplo: quer um pode ser bom. Lembrar que a equipe que presDe zona 1-2-2 a 1-3-1, comprovar onde está sendo siona quer a bola. Não se pode ofertá-la; tem-se que aplicada se em toda a quadra ou em meia-quadra. fazer o adversário suar. Ter consciência de que se manC — Três precauções no momento de tomar a tém o equilíbrio ofensivo-defensivo. bola, girar e olhar: 1 — ver se o companheiro está livre; 2 — olhar antes de driblar — melhor que driblar é VII - DESIGNAÇÃO DOS JOGADORES passar; 3 — olhar antes de passar — tentar para que a bola A — o n.° 1 (armador) — O que melhor domina a não toque o solo. bola, o rnais rápido e que seja bom driblador. D — Treinamentos: ter em conta o tempo de B — o n.° 2 (lado forte) — O segundo que melhor trabalho diário contra pressão. Começar a primeira domina a bola; deverá ser rnais alto que o primeiro, porsemana de treinamento e incorporá-lo ao plano diário. que, habitualmente, recebe os primeiros passes e norDeve chegar a ser secundário para os jogadores. malmente está marcado; por isto, se é alto, não será tão fácil marcá-lo. VI - PRINCÍPIOS C — o n.° 3 (lado débil) — O rnais baixo dos laterais — o que domine a bola e saiba driblar. A — Tabela: assegurar-se para não tirar a bola II -

ORGANIZAÇÃO


D — o n.° 4 (pivô) — O melhor dos rnais altos; OFENSIVA CONTRA deverá ser agressivo, rápido e disposto para ganhar a T O D A A Q U A D R A posição. Diagrama n.° 1 E — o n.° 5 (fundo) — Jogador corpulento e não demasiado móvel. Pode não estar presente. Neste posto, pode-se colocar também o melhor encestador. OFENSIVA MEIA-QUADRA

CONTRA

ZONA-PRESSÃO:

ZONA-PRESSÃO:

Diagrama n.° 1

1 passa ao 2; o 2 devolve ao 1 ; o 1 passa ao 4, que avança; o 4 toma o passe, gira e devolve ao 2 ou ao 3, que retrocede. O 5 pode avançar e ajudar, se for necessário. Diagrama n.° 2

O 1 dribla para desmarcar-se dos defensores 1 e 3. Quando os defensores 1 e 3 se unem para impedir, o 1 passa ao 2 que, por sua vez, passa ao 4. O 4 dribla, retrocedendo para a frente da quadra para atrair a defesa. Diagrama n.° 2

O 1, depois de passar ao 2, corta pelo interior, para receber novamente o passe do 2. O 1 dribla para a parte superior da quadra e passa ao 3 ou ao 4, que retrocedem, ou ao 5, que avança. Se o 2 pode passar ao 1, este passará ao 4, que retrocede peia linha lateral.

O 2 passa ao 1, -que passa ao 5; este deverá girar e buscar ao 4 ou ao 3, que se aproximará para um tiro.


Diagrama n.° 3

O 1, depois de passar ao 2, corta pelo interior, gira e fica na posição de pivô. O 2 volta a enviar ao 1. O 1 pode girar e retroceder driblando, passando ao 4 ou ao

Diagrama n.° 4

0 1 passa ao 2, corta e atravessa, passando de sua posição à do 3. O 3 gira para o centro e recebe o passe do 2; o 3 passa ao 4, que avança. O 4 pode girar e passar ao 1 ou ao 2, que retrocederá.

'

Diagrama n.° 5

Se o 2 é ultrapassado pelo defensor, o 1 cruzará por baixo e passará ao 3. O 3 devolve ao 1 que, por sua vez, passa ao 4, que avança. Novamente o 4 gira e passa ao 3 ou ao 2, que retrocede na quadra.


ATAQUE - PASSING -GAME Glen Korobov (Tècnico do Morris Havrey College)

Talvez a tendência rnais popularizada dentro do basquetebol ofensivo da atualidade seja a do passinggame. Enquanto destacados técnicos, como Hank Iba, a utilizavam, ia-se popularizando, ao ponto que, agora, entre seus proponentes, encontram-se Dean Smith, Bobby Knight, Larry Brown, entre outros. É usada em todos os níveis, desde o profissional até o juvenil. Durante o desenvolvimento deste tipo de jogo, nós estudamos muitas de suas propostas e de suas regras. Em nossa opinião, duas das chaves são aquelas em que as regras e a maneira de ensiná-las sejam simples. Não cremos que nossos jogadores possam formular as regras; no entanto, sabem reconhecer situações, estudar a defesa e pôr em prática as regras. Descreveremos a forma em que esta ofensiva foi desenvolvida desde o primeiro dia de treinos até a primeira partida e daremos uma idéia de algumas coisas que fazem a diferença entre o êxito e o fracasso. O erro inicial foi o de ter aplicado o sistema globalmente. Desde que os pontos principais a ensinar e os exercícios foram aprendidos, pudemos fazer um trabalho rnais completo e produtivo. O passing-game é sobressalente contra a pressão. Para as defesas é difícil sair de seu padrão. 0 técnico deve ser estrito na aplicação das regras e na eliminação do drible excessivo. Ao treinar, pune como se fosse uma violação o terceiro drible. Devemos eliminar também o excessivo trabalho de 1 x 1. Esta ofensiva possui um bom movimento da bola e dos homens, uma boa cortina e um poderoso ataque próximo à cesta. Isto redunda em lançamentos de alta porcentagem, em bom equilíbrio ofensivo e em excelente posição de rebote. Inicialmente, colocamo-nos 1-3-1 ou 1-2-2 dentro do mesmo padrão de jogo. A equipe pode começar o passing-game depois de um contra-ataque não finalizado, ou depois de tentar alguma das nossas três jogadas iniciais. Se a defesa pressiona, impedindo o passe inicial de alguma delas, a equipe entra automaticamente no passing-game. Os bons movimentos preliminares são uma obrigação. Nós utilizamos a cortina do pivô para iniciar o ataque: pivô com pivô ou pivô com lateral.

CHAVES DA OFENSIVA 1 — Crer nela — No primeiro ano em que a usamos, perdemos os dois primeiros jogos. No entanto, insistimos, e ganhamos 19 seguidos.

2 — Organização — Prepare um plano de prétemporada, desenvolvendo-o paulatinamente, incorporando passo a passo as regras e logo repetindo-as continuamente. 3 — Ensinamento — Não se aprende tudo o que se ensina, o que nos leva a enfatizar o rnais importante. Decompor gradualmente todo o sistema e vá dando ênfase a poucas partes. Depois, vá juntando-as. Devese incentivar os jogadores a se moverem sem bola, e eles devem saber como fazê-lo com um propósito definido, e não ao azar. 4 — Reajustes — Durante o jogo, ocorrem esquecimentos. Nós cremos que certos pontos devem ser enfatizados diariamente. Se acontece um erro ou um tropeço, permitir que os jogadores se ajudem uns aos outros, para corrigir as falhas. 5 — Desenvolvimento dos fundamentos — Os jogadores devem ser treinados a fundo nos movimentos, nas cortinas e no passe. Cada um deve ser capaz de ler a defesa, de colocar seu homem para a cortada e de cortar com algum propósito. Também estar apto a conhecer os movimentos pela linha final e as melhores áreas de tiro, de onde ete possa receber a bola. 0 mesmo ocorre com as cortinas longitudinais ou em profundidade, e cortar desde o lado débil do pivô próximo à cesta. Quanto às cortinas, o técnico deve utilizar muito tempo em ensinar seus jogadores como estabelecê-las, como recebê-las e como aproveitar as situações onde são utilizadas. Para passar, tem que ter em conta fazê-lo o rnais simples possível e sempre do lado oposto do marcador. A vivacidade e a rapidez do passe devem ser incentivadas. A bola deve sempre ser recebida em uma área que constitua uma ameça de lançamento. 6 - Manter as regras dentro da simplicidade — Esta premissa deve ser cumprida e reforçada diariamente. 7 — Sair do sistema durante o jogo — O passinggame é uma ofensiva disciplinada com liberdade. O técnico pode permitir aos jogadores fazerem coisas por sua própria conta, durante o jogo. 8 — Seleção dos lançamentos — Não suponha nada. Explicar a cada jogador seu lançamento. Ensine positivamente. Ele deve saber qual o melhor lançamento e desde que parte da quadra. 9 — Exigências no treino: 1 — cinco passes e uma bandeja. 2 — seis passes e um jogador determinado faz


bandeja. 3 — idem a um jump. 4 — o pivô deve tocar a bola três vêzes antes de realizar um tiro. 5 — os jogadores devem saber sempre quantos passes fizeram. 6 — faça nove passes em 30 segundos. 7 — limite os dribles a dois. OUTROS DETALHES A — Mantenha os jogadores movendo a bola sem tocar o piso. B — Passe e observe para tratar de bloquear na zona da linha final. 1 — Faça-o nos ângulos apropriados. 2 — Utilize as cortinas. C — Nesta ofensiva, todos os jogadores estão em contato com a bola. Portanto, devem tratar de estar livres em zonas de alta porcentagem. D — Nunca efetue duas cortadas seguidas na mesma direção. E — Se está marcado, sob pressão, vá para a cesta, para a linha final ou coloque-se para ser cortinado. F — Ensine os jogadores a progredirem para a posição de tiro depois de receberem a bola. G — Aprenda a estudar a defesa. H — Dê atenção a coisas diferentes diariamente (um ou dois aspectos). O passing-game é difícil de espiar, porque não é estereotipado. Conseguem-se, nesta manobra, bons lançamentos. Com pequenos retoques, pode-se jogar contra qualquer defesa. Os jogadores gostam desta ofensiva e trabalham em qualquer situação. Produz jogadores completos e ressalta o espírito de equipe. REGRAS DO "PASSING-GAME" REGRAS GERAIS

9 — Contra pressão, os movimentos ofensivos se iniciam antes que o homem-armador chegue na metade da quadra. 10 — Um jogador deve cortinar o homem da bola, depois que tenham sido feitos quatro ou cinco passes. REGRAS PARA AS AÇÕES DO PIVÔ 1 — O pivô de cima deve jogar do lado da bola e o pivô de baixo afastado dela. 2 — Atire sempre que seja possível. Trate de atrair o foul em alguma finta. 3 — Quando a bola é passada ao pivô de cima, ele deve olhar para o pivô de baixo e depois para o lado fraco. 4 — Quando a bola é passada ao pivô de baixo, o primeiro deve tratar de atirar, depois buscar o pivô de cima, penetrando, e, posteriormente, as ações exteriores. 5 — Quando a bola chega à altura da linha central, deve cortinar algum companheiro; as melhores cortinas são: pivô de cima ao pivô de baixo, ou lateral e pivô de baixo para o lateral do lado oposto. 6 — 0 pivô de baixo pode cortar para a esquina livre. 7 — Não mova da área do pivô de cima para a do pivô de baixo do lado onde se encontra a bola. REGRAS PARA AS AÇÕES EXTERIORES 1 — Quando passar a bola, os movimentos devem ser os seguintes: a) corte para a cesta; b) cortine o terceiro; c) cortine para o fundo, em profundidade; d) depois de quatro ou cinco passes, cortine o homem da bola. 2 — Quando a bola for passada, cortine o companheiro rnais próximo ou corte para um lugar vazio. 3 — Nas cortinas, o jogador deve saber colocar seu marcador.

1 — É necessário mover-se cada vez que se efetue um passe. 2 — Primeiro pense em passar, depois em atirar. 3 — Uma vez iniciada a ofensiva, não se deve fazer mais de dois dribles. 4 — Pelo menos, deve-se fazer quatro passes antes de atirar, a menos que a bola chegue ao pivô em REGRAS PARA O REBOTE E A DEFESA baixo. 5 — Cada terceiro passe deve ser feito ao pivô. 1 — Todos os jogadores têm funções, seja de 6 — Não se desespere diante da pressão. Cada vez reboteador, seja de equilíbrio defensivo, uma vez que se que isto aconteça, corte para a cesta ou cortine a um produza um arremesso. companheiro. 2 — Quando a bola é passada à área do pivô, os 7 — Sempre faça o passe rnais simples. que têm funções de rebote devem pensar em rebote e 8 — Depois de receber o passe, enfrente a cesta e os que têm defensivas na defesa. tenha a bola dois segundos antes de passá-la. Permita 3 — Todos os jogadores são responsáveis por uma que as ações se tornem profundas. rápida recuperação defensiva.


ATAQUE CONTRA ZONA ATAQUE CONTRA BOX-ONE Lou Carnesecca

I

- ORGANIZAÇÃO

A — Decida o sistema de jogo que irá utilizar: a partir dos atletas de que dispõe, ponha em relevo se a força se encontra no pivô ou fora. B — Utilize seus jogadores nos lugares em que estejam rnais aptos: 1 — Armador na cabeça do garrafão. 2 — Melhores arremessadores nas laterais. 3 — Pivô que move como pêndulo. 4 — Pivô que domine a posição de poste. C — Prática: 1 — Façam exercícios com respeito a diversas zonas: 1-2-2, 1-3-1, etc. 2 — Reserve tempo de cada treino para trabalhar contra as zonas ativas e passivas. II -

MÉTODOS DE A T A Q U E

Devem ser diversificados. Nem sempre desejamos chocar contra uma defesa plantada. Portanto, devemos ter o domínio das seguintes armas: A — Emprego da incursão rápida, com o fim de lograr algumas cestas fáceis ao atacar a defesa na quadra, antes que ela se equilibre. B — Arremessos de fora: ainda que não em forma consistente, devemos depender disto, em especial quando a defesa congestiona o meio. C — Ataque planificado: utilize estas idéias, uma vez que a defesa se tenha organizado. 1 — Estacionais: por exemplo: 1-3-1, sobrecarga ou formação de posição 1-2-2. 2 — Movimento: faça mover a bola e os jogadores. III - FILOSOFIA É importante convencer os jogadores de que podem vencer uma defesa de zona, sem arremessos muito longos. A palavra-chave é a paciência. Nossos jogadores devem ter a idéia de quando vai ser realizado o arremesso, para que possam rebotear ofensivamente e proteger a parte posterior do campo em equilíbrio defensivo. A idéia importante é tentar penetrar no núcleo da zona. Consiga o que deseja, quando o desejar. IV - PRINCÍPIOS A insistência e adequada execução das seguintes

normas permitirão medir a quantidade de êxito que obterá em seus jogos. A — Determine: averigüe se estão adotando a tática de jogar homem contra homem ou uma zona, ou combinação de zona. Como chegamos a esta conclusão? Enviando um jogador através da zona, sem bola. Se não o segue um defensor, então sabemos que estão jogando com alguma forma de zona. B — Que forma de zona: mediante informações, observações ou reconhecimento, saber a forma de zona que os adversários jogarão. Uma vez que tenhamos preparado os jogadores, pode-se evitar o tempo morto, em lugar de pedir tempo e ter que dizerlhes que estão jogando com a tática 1-2-2, 1-3-1, 2-3, 21-2, e estabelecer seu sistema de jogo automaticamente. C — Penetre: instrua seus jogadores que se coloquem em seus postos imediatamente e faça com que seu pivô receba a bola o rnais próximo possível da zona de encestar, para que constitua uma ameaça de cesta. Se marcam este pivô, pode-se necessitar de outro jogador para ser utilizado como ponto de penetração. D — Divisão: coloque seus jogadores de maneira que dividam os defensores. Tanto o homem que leva a bola como o que vai receber o passe devem ter em conta as zonas de passe para evitar ¡nterceptações. E — Olhar a cesta: à medida que seus jogadores recebem o passe, devem situar-se de frente para a cesta, prontos para arremessar, motivo pelo qual devem deixar pouco tempo para que a defesa se recupere. Devem colocar-se também nas suas melhores zonas de arremesso. F — Passe: utilize passes curtos, enérgicos e precisos, utilizando muitas fintas. O jogador que leva a bola deve ver toda a zona e ser consciente da situação dos demais. Ao receber o passe, o jogador deve estar pronto para atirar ou passar a um companheiro desmarcado. Evite driblar depois de receber o passe. G — Penetre: esta é uma regra muito importante. Depois de passar, penetre, para estar o rnais próximo possível do aro. H — Faça uso do drible: limite o emprego do drible. Utilize-lo para: 1 — dividir a defesa; 2 - encestar quando avançado, especialmente pela linha de fundo; 3

para passar por um adversário agressivo.


Diagrama n.° 1 — O1 passa a O2 para iniciar o I — Pivô: se é possível passar constantemente o movimento em posição de sobrecarga. Pode realizar-se pivô, debilitará a zona consideravelmente. 0 pivô deve para qualquer dos lados. ver á bola e mover de acordo com a posição da mesma. Diagrama n.° 2 Deve manter os braços estendidos, para dar um alvo e estar pronto para passar a um jogador des marcado ou poder girar e atirar à cesta. Uma boa técnica para o pivô, ao passar, consiste em olhar o lado fraco da zona; geralmente, encontrará um companheiro desmarcado. J — Esquinas: evite lançar a bola para as esquinas, lugar fácil para que a defesa faça 2 x 1 . Olhe as esquinas para atirar ou efetuar um passe rápido ao pivô móvel. K - Rebote ofensivo: organize seus jogadores de forma que defina quem deve avançar para a tabela para obter os rebotes ofensivos. Surpreender-seá ao ver o quanto se pode penetrar, com êxito na posição que permita efetuar tapinhas. Tente colocar dois ou três jogadores pela posse do rebote ofensivo. L — Equilíbrio: instrua seus dois jogadores rnais recuados, em relação ao ataque, para que voltem depois do arremesso, com o fim de proporcionar um bom equilíbrio defensivo. M — Consiga o arremesso que deseja: não se precipite; tenha paciência. Realize uma cirurgia da zona. N — Rotação: faça rotar os homens que deseja para a posição em que rendam rnais. Uma boa formação a utilizar contra as zonas normais e combinadas. V — Jogadores: caracteristicas ou requisitos A — Armador — deve ser um jogador de defesa; bom passador, inteligente, alerta e ter um bom sentido de quadra. Deve ser consciente da visão de conjunto. se é um bom arremessador, melhorará tremendamente o ataque. B — Laterais — geralmente se colocam ao lado da quadra e devem ser os melhores arremessadores de fora. Se podem arremessar rápido e rebotear ofensivamente, criarão problemas para a defesa de zona. C — Pivô (poste) — geralmente deve ser o melhor Se O4 passa a bola para trás, a O2 deve olhar se homem dos pivôs. Deve antecipar-se ao seguinte passe O3 chega ao ponto-chave para realizar o salto ou jump. e poder ir às tabelas. Se pode bloquear o jogador que O5 e O4 devem rebotear. atira de jump, será muito rnais eficaz. D — Pivô (móvel) um dos pivôs, que possa varrer a Diagrama n.° 4 linha de fundo e tenha bons movimentos. Deve dar certa força de tabela e, se pode atirar bem das esquinas, constituirá uma grande ajuda para o ataque. DIAGRAMAS (A — Sobrecarga) Diagrama n.° 1

Formação básica

Uma vez que se tenha estabelecido a posição de sobrecarga e se tenha comprometido a defesa, a bola deve ser invertida e passar-se a O3 para realizar uma ação rápida de tiro ou drible.


DIAGRAMAS

Diagraman. 0 4

(B — 1-3-1 — Estacionário) Diagrama n.° 1 — Formação básica

O4 libera a esquina e O5 assume a posição de Pivô. Diagraman.º 2

Para iniciar a ação, Oí passa a O2 que, por sua vez, passa a O4. O4 tenta passar a O5, movendo pela zona para efetuar o tiro ou salto e O3 e O4 reboteiam.

0 passe ao pivô ajudará a enfraquecer o ventre da zona. Depois que O1 passa a O2 ou O3, deve passar a O5 que pode girar para saltar, e deve olhar sempre se O4 vai de lado a lado ou consegue o posto de pivô baixo. Diagrama n.°5

Esta é uma boa manobra para superar completamente a defesa, colocando-se cinco homens na ofensiva em um mesmo lado da quadra. O1 passa a 02 que passa a O4. O4 pode passar a O3 ou a O5. DIAGRAMAS

Diagraman. 0 3

(C - 1-3-1 - Rotação) Diagrama n.°1 — Formação básica

Tão pronto como O5 move rodando pela zona, se O4 vê que não pode fazer uma boa jogada, deve passar a bola para trás a O2, que deve esperar que O3 O4 rompe para o lado da primeira passada e O5 venha através da linha de tiro livre. assume a posição de pivô alto.


Diagraman. 0 2

DIAGRAMAS (D — Rotação Vermelha) Diagrama n.°1 — Formação básica

Oí passa a O2 e segue seu passe. O2 por sua vêz, passa a O4 e corta em diagonal, enquanto espera receber o passe de O4. Se não recebe o passe, adota a posição no lado oposto da linha de lance livre prolongada. O5 começa a avançar em forma ondulante tão logo como O2 tenha se desmarcado. O3 substitui o lugar de O1. Diagrama n. ° 3

Se O4 não pode passar a O2 e O5, corta. A bola é invertida rapidamente e passada a O2 para efetuar um arremesso à cesta ou entrada. Diagrama n.° 4

À sendo fundo, devem

medida que O2 inicia sua entrada e vê que está marcado, pode passar a O5 sobre a linha de para que realize a entrada ou o jump. O4 e O1 estar atentos para a possibilidade de rebote.

Oi pode passar a O2 e seguir seu passe para um passe de retorno ou pode driblar para iniciar o movimento. O3 substitui a O1. Diagraman. 0 2

O2 cede a O1 e corta rapidamente em volta de O5. O4 começa a avançar de maneira ondulante. O1 está pendente da inversão da bola ao lado contrário. Diagraman. 0 3

Uma vez que O2 e O4 tenham cortado para tomar suas posições, O5 toma o posto de pivô alto para atuar como homem livre. O1 retrocede a bola para O3, que passa a O2.


Diagrama n.° 4

Se O3 está marcado, O1 deve passar a O5, que pode passar para o lado débil a O2 para um tiro ou passar rápido a O4 na linha de fundo. Diagrama n. ° 5

Diagrama n.° 7

Este é o jogo marcado e deve ser feito depois de um lance livre ou de pedido de tempo. Se O1 está sendo atacado na parte alta, O2 deve fazer uma finta de que vai cortar e, ao invés disto, deve desaparecer para a esquina. O1 deve passar a O2, que arremessará ou passará a O5, efetuando um corte. Ao efetuar o tiro, O4 corta, dirigindo-se para a posição de rebote.

Diagrama n. ° 8

Se O2 e O4 estão cobertos, O2 deve retroceder a bola a O3 e cortar em volta de O5 (que rompeu a linha). O3 pode passar a O1, que pode passar a O2 ou O5 no ponto baixo. O4 deve romper para uma posição do lado débil, fora do núcleo de sobrecarga.

Diagrama n.° 6

O1 começa a driblar em direção a O2 e, repentinamente, dá a volta e passa a O3. O3 passa a O2, que se aproxima da área de lance livre. O2 pode dar a volta e atirar, ou passar a O4, que está na esquina. OFENSIVA CONTRA BOX-ONE I — Definições

Basicamente, os quatro homens em caixa pracicam uma defesa em zona, a saber 2-2, e um homem marca o principal encestador contrário, homem a homem. Marca-o muito perto, fazendo com que lhe seja muito difícil receber um passe e quase impossível um bom tiro. Utiliza-se principalmente para forçar que um bom encestador tenha que efetuar maus tiros e fazê-lo cair numa manobra de que não participem os três jogadores. Observação: É muito importante que o jogador Esta é uma boa manobra para ser utilizada como troca, depois que se tenham utilizado os movimentos que esteja sendo marcado não se sinta aborrecido pelo mostrados no diagrama n.° 5. Aqui O3 faz uma finta seu adversário. Não deve tentar forçar, nem realizar de passe a O1 e, ao invés, passa a O4 para que efetue maus tiros. Pelo contrário, deve manter-se calmo e esperar que seus companheiros preparem cortinas. um tiro curto.


li — Princípios A — Dividir a defesa (comprovar as posições nos diagramas). B — O homem que dribla com a bola deve dividir os homens marcadores da zona da frente e avançar tudo que possa, até que seja interceptado. C — Não precipite seus tiros ou seus passes. Espere conseguir o tiro de perto. Depois de cada passe, avance, a fim de concentrar a zona. D — Coloque seus melhores encestadores em cada lado da cesta. E — Certifique-se de que tenha uma boa posição de rebote ofensivo. F — Seguidamente, saiba quais os tipos de cortinas que tenha de utilizar, as quais devem ser predeterminadas, e decidir se as cortinas são para um lateral ou para o pivô. G — Mantenha um adequado equilíbrio defensivo. Ill A terior. B C

- DIAGRAMAS — Formação básica para o jogador interior e ex-

Depois de dividir a defesa, O1 passa a O2. O2 irrompe reto para a cesta e dribla até a linha de fundo, para enganar o defensor 3. Quando isto sucede, O2 passa a O3. Diagraman. 0 4 — Interior

— Ofensiva para o jogador interior. — Ofensiva para o jogador exterior.

DIAGRAMAS (E — Posto de arremessador e um: Divisão) Diagrama n.° 1 — Formação básica para o interior

Oi passa a O4. Depois que O4 passa novamente a O1, descende e faz uma cortina sobre o defensor 5. O5 rompe a marcação para receber um passe de O1, que efetuou um drible. O5 é o homem que marca homem a homem.

Diagrama n.° 5 — Interior — Bloqueio duplo

Diagrama n.° 2 — Formação básica para o exterior

O5 pode ser colocado a qualquer lado da quadra. Diagrama n.° 3 - Interior.

O3 e O2 marcam um bloqueio para que facilite O5. O1 passa a O5, para que faça um jump.


Diagrama n.°6 — Interior — Bloqueio simples

O1 passa a O2 rompendo a linha e depois fixa uma cortina bloqueando o defensor 5. O2 passa a O5. Diagraman. 0 8 —Exterior

Ao receber o sinal, O5 vem em volta de O3, tentando anular sua defesa. O1 passa a O2 que, por sua vez, passa a O5. Diagrama n.° 7 — Exterior

O5, depois de passar a O1, corta e chega ao centro da zona, pronto para receber o passe de O1, a fim de efetuar um tiro de jump. OS DEZ ERROS MAIS COMUNS NA OFENSIVA 1 — Dar drible na bola cada vez que a receba. 2 — Correr pela quadra de costas para a bola. 3 — Fazer arremessos quando a equipe não esteja devidamente equilibrada. 4 — Forçar e fazer arremessos fora de distância. 5 — Esquecer de rebotear na tabela ofensiva (triângulo). 6 — Forçar passes ao pivô quando a zona estiver congestionada. 7 — Permitir que a defesa se desdobre e ficar parado, não se desmarcando. 8 — Utilizar indevidamente as cortinas. 9 — Não fintar antes de receber o passe. 10 — Inadequado equilíbrio da equipe.


O CONTRA-ATAQUE Giancarlo Primo (Técnico da Seleção da Itália)

O desenvolvimento desta tática torna muito rnais fazer o primeiro passe o rnais rápido e correr, depois de" brilhante o jogo em qualquer equipe e fascina os jo- dar este primeiro passe, para a cesta adversária, o rnais gadores e o público, porém, segundo me parece, tem rápido possível. que haver uma base técnica para que isto possa desenJOGADORES LATERAIS - Têm que estar prevolver, no que se refere à preparação individual dos parados para receber o primeiro passe, indo em direção jogadores. Quanto rnais os jogadores estejam prepaà bola. Têm que dar o segundo passe rapidamente, e do rados para a execução dos fundamentos individuais, mesmo modo, seguir correndo para a cesta contrária. rnais possibilidades existem de que saia bem um contraataque. JOGADORES DA PARTE CENTRAL - Têm que Nós, técnicos, sabemos da grande importância que estar acostumados a cortar para o centro do campo e tem a posse da bola para nossa equipe, por um jogador receber o segundo passe e estar acostumados a decidir nosso. Sendo assim, a posse da bola pode decidir o se devem levar a bola driblando ou dar outro passe. resultado. Pessoalmente, quero falar algo antes de falar propriamente do contra-ataque, porque na base de JOGADORES TRAILER - (O trailer é, como diz qualquer sistema de jogo têm que ser considerados os a palavra, um quarto homem, ou o que vai atrás dos fundamentos individuais, sem os quais o trabalho de um três primeiros, por assim dizer. Têm que estar pretécnico não tem nenhum significado. parados para seguir a ação de contra-ataque, muito Como todas as coisas que se vê no basquete, é atentos, porque podem receber um passe à altura do muito importante examinar a parte psicológica e, como lance livre, para um arremesso desta posição, no caso é natural, por qual método se deve ensinar. de o contra-ataque não ser decidido na primeira linha. Minha filosofia, sobre o que estamos falando, È claro que têm que estar acostumados a fazê-lo creio que é muito simples: cada vez que minha equipe durante o treinamento e, sobretudo, têm que estar recupera a bola, deve avançar da forma rnais rápida aperfeiçoados, treinados através de uma série de exerpara tentar obter uma vantagem numérica em respeito cícios específicos para cada uma das funções que, aos adversários, e criar uma possibilidade de arremesso além de melhorar a técnica individual do jogador, criem antes que os jogadores da defesa tenham se equili- uma mentalidade para melhorarem no desenvolvimenbrado defensivamente. Para obter isto, é necessário to deste contra-ataque. Para se construir uma mencriar uma mentalidade particular nos jogadores e, por- talidade de equipe que chegue a abranger toda a classe tanto, aperfeiçoar alguns movimentos indispensáveis — diversificação de contra-ataque — é necessário trabalhar muito no campo para preparar os jogadores para se obter um bom resultado no contra-ataque. Segundo me parece, o contra-ataque tem uma não só no plano técnico, como também no físico. parte muito importante: o bloqueio, para não deixar o Quando os jogadores realizam os movimentos inatacante se aproximar do aro, e depois o rebote, a dividuais, com naturalidade e precisão, e, ao mesmo recuperação da bola, depois de bloquear o adversário. tempo, estão preparados para subir rapidamente para a Claro, com este argumento, as coisas rnais importan- cesta adversária, seguindo o sistema da equipe, é tes são os fundamentos defensivos, já que neles en- quase certo que vamos chegar ao final do contrasinamos a bloquear. Quando tenhamos recuperado o ataque — a zona de ataque — em maior número, e, rebote defensivo, o principal objetivo da equipe deve portanto, chegar a efetuar o contra-ataque, antes que ser o de dar o primeiro passe do contra-ataque. De- os jogadores da equipe contrária tenham se colocado. pois, a equipe deve preocupar-se em organizar a parte Segundo me parece, o contra-ataque é um sistema de central e, sucessivamente, o final do contra-ataque. jogo que em 90% está feito nos seguintes casos: Tal organização necessita de um treinamento in1.°) Depois de conquistar um rebote defensivo. tenso e de explicar a cada jogador o que deve fazer. 2.°) Depois de recuperar uma bola em qualquer Agora, vou explicar as funções dos jogadores para posição do campo. o contra-ataque: 3.°) Depois que o adversário consiga uma cesta. No primeiro caso, quando recuperamos o rebote REBOTEADORES — São os jogadores que recuperam 80% dos rebotes; têm que estar habituados a defensivo, é muito importante organizar o sistema


¡mediatamente depois de recuperada a bola. O reboteador deve saber a quem deve dar o primeiro passe; sobretudo, deve compreender a importância que tem o fato de dar o primeiro passe da maneira mais rápida possível. Esta ação representa a primeira fase; a segunda é aquela que se deve interpretar; o jogador deve entender que vai receber o primeiro passe e deve decidir a quem deve passar, se a um dos dois lados ou ao centro do campo, ou se ele mesmo deve driblar e levar a bola; a terceira fase está representada pelos três caminhos que podemos fazer no campo — um central e dois laterais — na parte dos três jogadores rnais próximos da cesta adversária; a quarta fase é aquela que interessa ao trailer, da qual falamos, e o quinto e quarto homens, que, pode-se dizer, vão em segunda linha. 0 mesmo que já explicamos agora, depois de um rebote, vale para quando um jogador nosso toma uma bola. Neste caso, os jogadores têm que se preocupar em ocupar os postos livres que existam no campo, levando a bola, preferivelmente, pelo caminho central. No que se refere a fazer o contra-ataque depois de haver recebido uma cesta, a coisa rnais importante è repor a bola do fundo, naturalmente o rnais rapidamente possível. Em seguida, é o sistema de jogo habitual da equipe. GRÁFICOS DE C O N T R A - A T A Q U E Gráfico n.°1

Outra situação em que podemos nos encontrar é a marcação ao jogador n.° 4; neste ponto, 3, com posse da bola e mediante o drible o rnais rápido possível, vai ocupar a avenida central. O jogador n.° 4 se converte em trailer. Gràfico n.° 3

Encontramo-nos em outra situação de jogo, diferente das anteriores: interceptação da bola: o jogador n.° 3 defensivo corta o passe de um a três atacantes; neste momento, os jogadores 1 e 2 ocupam suas avenidas laterais; o jogador n.° 4 rapidamente ocupa a avenida do centro para receber de 3, o qual, depois de efetuar este passe, converte-se em trailer. Gráfico n.° 4

O jogador n.° 5 recupera o rebote e passa ao n.° 3 que, mediante finta, em direção à bola, a recebe; nesse momento, o jogador n.° 4 ocupa o rnais rapidamente possível a avenida central, de onde recebe a bola de 3. Anteriormente, os jogadores n.°s 1 e 2, ao verem que 5 recupera o rebote, correm a ocupar as avenidas laterais de seus respectivos lados. Gráfico n.° 2

CESTA DA EQUIPE C O N T R Á R I A 0 jogador n.° 5, o mais rapidamente possível, recupera a bola para repor do fundo; nesse momento, o n.° 4, mediante finta em direção à bola, recebe de 5; 3 ocupa rapidamente a avenida central. Anteriormente, os jogadores n.° 1 e 2 ocupam suas avenidas laterais. 0 n.° 4, depois de passar a 3 (o qual progride rapidamente mediante drible), se converte em trailer.

PARTE FINAL DO C O N T R A - A T A Q U E Depois de realizar a primeira parte do contraataque (dar o 1.° e o 2.° passe), acabamos nosso final de contra-ataque nas diversas formas que a situação da equipe contrária nos obriga. A rnais comum é uma cortada à cesta de qualquer dos dois jogadores das


avenidas laterais (1 e 2) que tenham corrido, o rnais rapidamente possível, e à altura da prolongação da

linha de lance livre cortam para a cesta; o jogador n.° 3, que para à altura da nossa linha de lance livre e passa a um dos lados. Gráfico n.° 5

gador n.° 3, com bola, busca a possibilidade de dar este passe para conseguir um bom arremesso de jump do 4. Exercício de contra-ataque: Em nosso entendimento, um excelente exercício combinado das muitas partes técnicas que ocupam o contra-ataque: rebote defensivo; primeiro passe; segundo passe; arremesso de jump Gráfico n.° 8

0 jogador n.° 3, que parou à altura do lance livre, pode passar a um dos dois jogadores que tenham ocupado suas avenidas laterais ( 1 e 2). Gráfico n. ° 6 O jogador n.° 1 passa a 2, o qual arremessa de jump; o n.° 3 recupera o rebote e sai do fundo (se o arremesso de 2 é convertido); ao mesmo tempo, o jogador n.° 1 finta e vai receber de 3; o jogador n.° 2, depois de seu arremesso e ao ver que 1 recebe de 3, ocupa a avenida central para fazer novamente um arremesso. Gráfico n.° 9

Outra situação muito comum de se encontrar numa partida é a dos jogadores 1 e 2 para receber do jogador n.°3. Gráfico n.° 7

Nesta situação, encontramo-nos com o uso do trailer, jogador n.° 4, que foi, o rnais rápido possível, tomar uma posição na interseção do lance livre; o jo-

Quando o n. ° 2 arremessa à cesta, 4 vai ao rebote e passa a 2, o qual, mediante finta, abre para receber o primeiro passe do contra-ataque; ao mesmo tempo, 1 ocupa a avenida do centro e efetua um arremesso de jump; este exercício pode ser feito constantemente. Quero dizer, algumas coisas, algumas experiências de como preparar uma equipe para fazer o contraataque: 1 — Velocidade — fazer sempre, com a maior velocidade, os movimentos com bola, ou seja, os passes e os dribles.


2 — Preparar os jogadores para a visão periférica do jogo. 3 — Habituar o jogador a tomar rapidamente uma decisão. 4 — Creio que ¡sto è o rnais importante — criar uma mentalidade sobre o jogo rápido. 5 — Preparar a equipe psicologicamente, ensinando aos jogadores as vantagens deste jogo; dizer a eles que, para o contra-ataque, é absolutamente necessária

uma boa defesa; recordar ao jogador que o basquete é um jogo muito difícil, que requer muita aplicação e espírito de sacrifício durante o treinamento. 6 — Preparar a equipe para que só faça contraataque quando as condições sejam boas. 7 — Estudar, através das estatísticas da equipe, quais são os argumentos mais importantes de enfrentar, a fim de que se obtenha a terminação do contra-ataque com resultados positivos.


O ATAQUE DA SELEÇÃO OLÍMPICA NORTE-AMERICANA ê

Dean S m i t h (Téc. Olímpico - USA)

No momento de planejarmos nosso ataque, devemos ter em conta tirar o máximo proveito das regras do jogo. Assim, por exemplo, se buscamos continuamente as faltas do adversário, chegará um momento em que cada falta que cometa será de dois tiros livres a nosso favor. Não é necessário dizer a grande vantagem que oferece este fato, para se conseguir a vitória. O primeiro tipo de ataque que devemos ter é o contra-ataque, para o qual cremos fundamental termos uma defesa agressiva. Em segundo lugar, é necessário ter um ataque contra pressão em toda a quadra. Nós não temos problemas com este ataque, já que, dando a bola a nosso armador Ford, solucionamos isto. No entanto, a maioria das equipes não têm um jogador como ele, razão pela qual necessitam de um ataque preparado contra este tipo de defesa. Por último, são necessários uns movimentos de ataque contra uma defesa set, quer dizer, contra uma defesa situada e organizada na parte rnais próxima de sua cesta. Falaremos deste último tipo de ataque. 0 rnais importante é reconhecer o tipo de defesa que faz a equipe contrária, e, uma vez visto, saben atacá-la. Temos quatro sistemas diferentes: n.° 1 — 1-4; contra defesa individual e de zona; n.° 2 — ataque em " T " — contra individual e zona; n . ° 3 — passing-game; contra individual e zona; n.° 4 — "jogo dos quatro cantos"; contra individual. Em princípio, utilizávamos muito o ataque 1-4 contra a zona, porém, nosso problema consistia em que, depois de um passe, tínhamos muito espaço para atirar e, tendo em conta que uma defesa de zona pretende que a equipe contrária faça tiros rápidos, com o fim de ter dominado o rebote, cheguei à conclusão de que não gostava demasiado. Para fazer um bom trabalho contra uma defesa de zona, é necessário ter paciência. Se não se tem paciência, estamos fazendo o jogo dos adversários. Por este motivo, deixamos de utilizar este sistema contra zona. O ataque " T " é uma rotação dos três jogadores rnais altos. Contra a defesa individual, os armadores trocam de posição a cada vez que um dos dois passa a bola para a linha de fundo. No entanto, contra defesa de zona não trocam suas posições. Se o fizessem, não

serviria para nada, e, inclusive, seria um perigo no caso em que a defesa fizesse um trap no jogador da bola. Este ataque pode ser feito também com um só pivô, principalmente se temos um homem alto que não quer ficar distante do aro. Normalmente, quando nos fazem zona, utilizamos o ataque em " T " e, algumas vezes, o passing-game. Este sistema, em princípio, era utilizado para atacar a zona, porém, depois, empregamo-lo contra individual e nos deu bom resultado. Seguimo-lo utilizando contra zona, porque nos interessa ter algum movimento que não possa ser captado pelas equipes contrárias. O pivô de baixo tenta ganhar a posição de seu defensor para receber a bola e, se não pode fazê-lo, vai para o lado contrário bloquear um companheiro. 0 pivô do alto é muito importante neste sistema. Ao menos em «cada três passes, um é para ele. É muito provável que para isto tenha que sair um pouco. Quando um dos dois pivôs recebe a bola, o outro corta para o aro. Os outros jogadores podem, fundamentalmente, fazer quatro coisas: a) b) c) d)

passar e cortar para o aro; passar e ir fazer um bloqueio indireto; passar e ir fazer um bloqueio direto; passar e mover-se para outra posição.

É muito importante que no transcurso do movimento os jogadores troquem do lado forte para o lado débil e vice-versa e que as posições nas quais queremos que joguem não sejam as posições nas quais inicie o sistema. Quando a equipe contrária faz defesa individual, procuramos não driblar a bola, pois penso que não é bom driblar este tipo de defesa; no entanto, utilizamos as penetrações contra zona, já que normalmente os jogadores, quando defendem desta maneira, têm as pernas em uma situação que os fazem bastante vulneráveis ante este recurso. Nosso ataque n.° 4 é um delay game, quer dizer, um ataque para perder tempo. Eu não creio na teoria de muitos técnicos, ou seja, a de dar uma bola a seu melhor atirador para que arremesse quando faltam 10 segundos para atirar. Eu me ponho no caso em que a bola não vai entrar e prefiro que se faça uma penetração.


GRÁFICOS ATAQUE " T " Gráfico n.°1

Gráfico n . ° 4 ESPECIAL ZONA

1 passa a 2 e os jogadores 3, 4 e 5 vão ocupar os lugares que se vêem no gráfico. A ordem dos cortes é: em primeiro, 4, depois, 5, e, depois, 3; 2, mediante drible, melhora ângulos de passe e busca qualquer das três opções. PASSING-GAME Jogador 1 passa a 3; ao mesmo tempo 4 sobe ao lance livre para receber de 3; 4 tenta passar a 5. Gráfico n. ° 2

Exercícios de 3 contra 3 Gráfico n.° 1

0 jogador 1 passa ao 2 e vai bloquear 3; este vai 3 com a bola passa a 1, ao mesmo tempo que 5 receber de 2. Em função da situação defensiva, 1, troca de lado; 1 passa a 2. depois de bloquear, continua para a cesta, ante a possibilidade de receber de 2. Gráfico n. ° 3 Gráfico n. ° 2

2 com a bola passa a 5, que abre ao mesmo tempo que 4 toma a posição anterior de 5 e 3 sobe ao lance livre.

O jogador 1 passa a 3 e vai bloquear o 2, o qual faz uma porta-atrás para receber de 3; 1, depois do bloqueio, gira e vai para a bola.


Gráfico n. ° 3

0 jogador 1 passa a 3 e corta para a cesta: mediante urna troca de direção, vai fazer um bloqueio direto em 3, o qual, mediante o apoio do drible e o bloqueio de 1, pode conseguir uma boa posição de tiro; 1, depois do bloqueio, corta para a cesta, com a possibilidade de receber de 3. Gràfico n. ° 4

Gráfico n. ° 6

Situação típica no jogo de pivô duplo 1, com bola; 4, no pivô do alto, vendo que seu defensor tem a posição, vai bloquear o pivô de baixo 5, o qual irrompe na zona em um movimento para a bola e recebe de 1. PASSING

GAME

Exercícios de 4 contra 4 Gráfico n.° 1

0 jogador 5 vai do lado débil para o lado forte para receber de 3; devido à boa posição da defesa, gira e faz um bloqueio em movimento ao jogador 1, o qual recebe de 3. Gràfico n.° 5

Segundo nossa filosofia de ter a bola o maior tempo possível no centro; a bola com o 3, 5 no pivô do alto sai para receber de 3; nesse tempo, sua primeira ação é ver a possibilidade de dar um passe a 4, que corta para a cesta. Se não temos esta possibilidade, sua segunda norma de jogo ê passar a bola do lado contrário, de onde ela chegou. Gráfico n.° 2

O jogador, com bola 2, procura dar um passe a 3, o qual, ao ver que seu defensor tomou a posição, vai ao lado contrário da bola efetuar um bloqueio ao 1. 0 jogador 3, depois do bloqueio, e em função da direção tomada por 1, vai em sentido contrário para a bola. Em nosso entender é um grande movimento de ataque.


O jogador A, com bo\a, passa a 2 e vai bloqueaï do lado contrario a 4, o qual recebe de 2 para efetuar um tiro. Gráfico n.° 3

0 jogador 3, com a bola, passa a 1 e corta para a cesta e mediante uma troca de ação, faz um bloqueio ao 5; ao mesmo tempo, 1 passou a 3, o qual vê a possibilidade de passar a 5, que corta para a cesta apoiado no bloqueio que fez 2. Gráfico n. ° 4

Aqui expomos um dos tantos movimentos calcados nas regras de jogo que damos a conhecer aos nossos jogadores. Gráfico n. ° 1

0 jogador 1, com bola, move-se para a esquerda; ao mesmo tempo, 3 se apóia em 2, para ir para o mesmo lado e receber de 1; ao mesmo tempo, 2 foi efetuar bloqueio a 5, que pode receber de 3. Gráfico n.° 2

A mesma situação de jogo, exceto que o jogador que bloqueia é 5; nesse bloqueio, 2 se apóia para 3, com a bola, devolve o passe a 1; este passa a 2 e, ao mesmo tempo, 3 corta sobre o bloqueio de 4 receber de 1. que, por sua vez, é bloqueado por 5. 2, com a bola, Gráfico n. ° 5 procura as duas possibilidades de passe.

Gráfico n. º3

1 passa a 2, corta para a cesta e vai ocupar o lugar 2 passa a 4, que abriu no centro e vai bloquear 1; do lado da bola; ao mesmo tempo, 4 vai efetuar um nisto, 5 cortou pela zona, com a possibilidade de bloqueio em 3, que recebe de 1, que anteriormente receber de 4; este passa a 3 e corta para a cesta. 5 havia recebido de 2. 1 passa a 3 dentro da zona. troca de lado para descongestionar.


Gràfico n. ° 4

3, com a bola, busca o bloqueio que lhe faz 4, para apoiar-se nele e encontrar um tiro. TRANSIÇÃO

Grafico n. ° 2

Mediante estes movimentos, começamos nosso sistema 1-4. Gráfico n.° 3

Gráfico n.° 4

Mediante estes movimentos, iniciamos nosso sistema 4 Esquinas. Recordemos que nosso armador, mediante sinais, é o que ordena os diversos sistemas de ataque que devemos efetuar. Gráfico n.° 1

A partir da posição inicial e mediante sinal de nosso armador, efetuamos os movimentos de nossos quatro ataques: Mediante estes movimentos, começamos nosso passing - game.

Mediante esse movimento, começamos nosso sistema T - game indistintamente contra individual ou zona. ATAQUE T - GAME Gráfico n. °1

Partindo de nossa posição inicial e quando 1 irrompe na zona de ataque mediante o drible, 3 rodeia 5 e vai ocupar a esquina direita do ataque; 2 abre, 4 corta para a bola e ocupa a linha de lance livre. Anteriormente, 1 foi para o lado de 3.


Gràfico n.° 2

1 passa a 3, este passa a 5, ao mesmo tempo 4 corta para a cesta. 5 vê a possibilidade de passar a 4 ou busca a segunda opção, ¡sto é, dar um passe a 2.

Gràfico n.° 5

Outra opção é que 3, com bola, mediante um passe bombeado a 2, busca a possibilidade de dar o passe a 4, que corta para a cesta. Gràfico n. ° 6

Grafico n. ° 3

1 passa a 2, ao mesmo tempo que 4 abre lateralmente; 3, apoiando-se em 5, rodeia este, indo para a bola; 5 gira e vai tomar a posição antes ocupada por 4. ESPECIAL PIVÔ O jogador n.° 3 passa a 1, ao mesmo tempo que 5 troca de lado; 4 faz bloqueio em 1, o qual pode se apoiar nele para conseguir um bom tiro. Gráfico n. ° 4

Outra das possibilidades com que nos encontramos é o passe de 3 a 4 que no momento de receber, olha a possibilidade de dar a 5.

Gráfico n. ° 1


Quando dispomos de um bom pivô próximo à cesta, entendemos que esta solução encontrada no seguinte sistema nos dá bons resultados. 3 rodeia a 4 e ocupa um lugar do lado da bola; 2 abre e 5 sobe para o lance livre; 1 passa a 3, ao mesmo tempo que 4 se move, descongestionando para que 5 tenha uma área livre quando receba de 3.


TREINANDO DEFESA PRESSÃO E INDIVIDUAL Neal Baisi (Técnico do Instituto Tecnológico West Virginia)

O M O T I V O DA PRESSÃO Durante o espaço de tempo, relativamente curto, desde que o Dr. James Naismith pendurou os dois cestos de pêssegos em Springfield College e rabiscou as 13 regras originais do jogo de basquetebol, produziram-se poucas mudanças importantes no jogo, especialmente em relação à defesa. Este artigo descreve uma dessas contribuições rnais importantes. 0 JOGO M O D E R N O Já que o basquete não experimentou muitas mudanças em seus sistemas ofensivos, defensivos e sua estratégia básica, talvez não se tenha mantido no mesmo plano de outros fatores do jogo. 0 basquetebol, em sua relativamente curta vida, converteu-se em um jogo altamente organizado; desde o minibasquete até os do nível profissional. Em conseqüência, os jogadores de basquetebol, em seus diferentes níveis de organização, operam com um grau muito maior de destreza que o dos primitivos jogadores. Portanto, os participantes progrediram e, presumivelmente, ainda continuam progredindo. Não obstante, eles ainda competem, em muitos casos, contra defesas que, basicamente, não experimentaram mudanças. Isto se reflete nas elevadas contagens das partidas do basquetebol moderno. A capacidade de arremesso das equipes modernas se fez tão eficaz que, às vezes, devese pressionar para impedir o arremesso, mantendo-o constantemente fora de equilíbrio. Além disto, as intricadas manobras de corta-luz e padrões de jogo que se utilizam atualmente, cada vez com maior freqüência, favorecem, à equipe atacante, maior quantidade de bons arremessos. Isto se torna realidade somente quando uma equipe consegue pôr em prática seu sistema ofensivo. As defesas de pressão estão destinadas a evitar que o consigam. Utilizadas de modo apropriado, elas servem para desorganizar o ataque adversário, principalmente os armadores.

REQUISITOS P A R A A P L I C A R PRESSÃO Este tipo de defesa dá margem a que participem nos jogos um maior número de jogadores. Isto é verdade, porque os requisitos necessários para jogar com defesa-pressão não são somente físicos. As defesas de pressão exigem dedicação, empenho e um profundo sentido de responsabilidade. As destrezas físicas estão subordinadas às características psicológicas por demais necessárias. Possuindo estas características psicológicas, as físicas se desenvolverão rapidamente. Provavelmente, você estará dizendo a si mesmo que o que foi exposto também é válido para seu sistema atual. Sim, todos os sistemas exigem estas características, em maior ou menor grau. As defesas de pressão, do modo como a usamos, exigem todas estas características em um grau muito rnais pronunciado do que o que se pode encontrar na média das equipes. A defesa-pressão exige o rnais alto grau de cooperação. Este sistema tende a criar ordem e dota os jogadores de uma grande confiança em si mesmos. Isto se atribui ao fato de que este sistema requer que cada jogador conheça a exata posição de todos os outros jogadores e, além disto, cumpra com a função designada. Em muitos casos, um jogador terá que superar suas limitações, ou, pelo menos, o que ele pensa ser seu limite. 0 conceito que expressa "0 difícil, leva tempo para realizar; o impossível, um pouco rnais", será considerado rnais adiante, neste artigo. V A N T A G E N S D A PRESSÃO

Uma das vantagens dos sistemas defensivos de pressão, seja de zona, seja individual, reside em sua potencialidade econômica. Especialmente a zonapressão é uma tremenda atração de público. Se ela é utilizada corretamente, pode não ajudar a ganhar, porém despertará a fantasia dos espectadores. Quando comecei a desenvolver e a utilizar a zonapressão, a concorrência a nossos jogos se elevou quase tanto quanto o score da equipe (mais de 100 pontos por Considero que treinar e jogar aplicando sistemas jogo). Isto proporcionou à nossa instituição, bem como defensivos de pressão desenvolve rnais a fundo a ha- à cidade e ao estado, uma grande publicidade em todo bilidade do jogador que qualquer outro método co- o país. nhecido. Um jogador que utiliza sistemas defensivos de Os aspectos dramáticos das defesas de pressão inpressão individual ou de zona é rnais versátil que o jetaram, dentro da instituição, uma tremenda dose de jogador que usa os diferentes tipos de defesas lentas, amor-próprio e brio. Em partidas em que repentinamennas quais continuamente se retrocede. 0 primeiro tem te as utilizamos, foram aceitas com muito gosto. rnais probabilidade de desenvolver maior habilidade em Quando se utilizam constantemente as defesas de maior quantidade de áreas da quadra e do jogo em si. pressão, seus oponentes sempre esperam ser pres-


sionados: portanto, têm que preparar-se para jogar melhor que o outro. Isto também sucede no que rescontra elas. De qualquer modo, na maior parte das peita à habilidade atlética. vezes requer maior quantidade de tempo para preparar É impossível assinalar um motivo específico e "contra-estratégias". Além disto, quando as equipes apresentá-lo como a causa pela qual um renda melhores chegam ao momento do jogo, em que esperam fazer resultados que outro de igual habilidade. Pode dizer-se frente a uma defesa de pressão, você pode optar por que um tem rnais motivação que o outro. Na motivaoutra manobra para, com isto, desorientá-los. Estas ção, então, está a chave para elevar o nível de habilidefesas são especialmente devastadoras quando se dade do jogador. aplicam contra equipes que utilizam um jogo de meioEste processo de demonstrar a um jogador que ele controle de bola. Estas equipes geralmente têm um sis- pode fazer muito mais do que previamente imagina tema de jogo com manobras elaboradas e padrões de pode ter lugar, e faz com que ele desenvolva a confianação que são muito pouco eficazes contra as defesas de ça em si mesmo e substitua as incertezas e as dúvidas. zona-pressão. Uma das razões pela qual isto sucede, é É de extrema importância ter jogadores que teque a maioria destas defesas se assemelham à zona e à nham confiança e que acreditem no que estão realizanindividual. Na realidade, nelas existem detalhes de am- do. Se um jogador não tem confiança em si mesmo, esbas. Usualmente, esta situação cria uma confusão no te fato é rapidamente notado pelos outros jogadores ataque, motivo pelo qual os atacantes têm dificuldade que, por sua vez, também não confiam rnais nele. para decidir se devem usar uma ofensiva contra zona ou Depois de estarem expostos a esta forma de pencontra individual. Geralmente, é demasiado tarde para sar durante um ano, nossos jogadores não se pergunestabelecer eficazmente um novo tipo de ataque. tam se uma determinada ação está ou não ao alcance Nossos numerosos sistemas de defesa-pressão têm de sua capacidade. Muitos descobrem, com grande tanta semelhança entre eles, que a "exploração" surpresa, que, praticando, existem muitas tarefas difíceis que podem realizar e que anteriormente consirealizada pelos adversários se torna muito difícil. Considerando que todos estes fatores positivos são deravam fora de suas possibilidades. rnais que suficientes para justificar o uso da defesa de pressão, existe ainda outro fator. Ele é rnais lógico e 0 JOGADOR - SUA ATITUDE MENTAL razoável que todos os anteriores. Paradoxalmente, este ponto, de maior significação, foi deixado por último, Ao aplicar as defesas de pressão, o fator rnais imcom a esperança de que seja o que cause maior impres- portante é a atitude mental do jogador. Sua atitude são. deverá ser de completa dedicação à sua tarefa. Nós Quando sua equipe estiver atrás no placar durante queremos jogadores que respondam rápida e facilmente um jogo, cedo ou tarde você será obrigado a pressionar, a tudo que signifique um desafio. Você pode consipara obter a posse da bola. Uma pressão comum, de derar-se afortunado se tem em sua equipe este raro tipo homem a homem, não é suficiente para cumprir este de personalidade: "o obstinado jogador de basquete". propósito, especialmente contra uma equipe bem or- Este tipo rende realmente 100% e deixará na quadra ganizada. cada grama de sua energia. Cada equipe deveria ter Por outra parte, se sua equipe está ganhando, pelo menos um desses jogadores, quando se utiliza vocês deverão estar familiarizados com os diversos sis- constantemente a defesa-pressão. Este jogador especial temas de pressão, porque o adversário ver-se-á forçado é do tipo emocional e, sob o estímulo de uma tensão, a pressionar para ter a posse da bola. Se vocês não es- opera com muita eficácia, liberando adrenalina, o que tão preparados para jogar contra as defesas de pressão, lhe proporciona energia. Ë muito seguro, porque suas os resultados podem ser trágicos. motivações "calam fundo" e são muito significativas. As defesas de pressão serão, sem dúvida alguma, As relações amistosas entre jogadores são muito contribuições muito significativas para o basquetebol. importantes. Deverá existir companheirismo entre eles. Em uma equipe, de modo algum existe lugar para um jogador que não se dê bem com os outros, qualquer que DEFESA I N D I V I D U A L seja o grau de sua habilidade. Ele será uma fonte de contínuas dificuldades para você. Debilitará a moral da "O difícil leva tempo para realizar; o impossível, um equipe. O elemento mais importante nas relações de pouco rnais". Isto, em poucas palavras, resume nossa jogador a jogador è que pensem igual e que sintam esta teoria sobre a defesa individual. Desde o momento em ligação especial que só se encontra entre os que praque cada jogador novo entra em minha equipe, é ticam desportos. doutrinado com esta filosofia. Muitas das defesas que serão tratadas são originais e diferentes, e quase todas PREPARAÇÃO FÌSICA E TREINAMENTO requerem tarefas muito difíceis sob certas circunstâncias. Cada atleta presume que tenha certas limitações Nosso programa de preparação física e treinamenem sua habilidade. to é muito rigoroso. A fim de poder jogar nosso tipo de Geralmente, este presumível limite não é suficiente basquete durante toda uma partida, o jogador deverá para desempenhar o que defensivamente lhe é imposto. encontrar-se no máximo de sua condição física. Nosso No entanto, enquanto não estiver disposto a demons- estilo de jogo é o rnais enérgico que se conhece. Nossos trar o contrário, não poderá superar seu limite de ca- jogadores deverão ser tão eficientes no segundo tempo pacidade. como o foram no primeiro. 0 mesmo ocorre com o trabalho acadêmico de um Em qualquer manobra que se realize, espera-se jovem: ele possui, potencialmente, uma habilidade in- 100% de esforço. A responsabilidade do técnico é a de calculável, que talvez nunca seja descoberta. É a his- cuidar para que isto se cumpra. Isto pode-se realizar tória familiar dos dois estudantes, de quase idêntico mediante práticas bem organizadas de duas a duas quociente de inteligência; porém, um rende muito horas e meia por dia. Depois do período inicial de


acondicionamento, faça a equipe executar um exercício individual durante 15 minutos e explique-lhe que este é cinco minutos rnais prolongado que o primeiro período (são partidas de quatro quartos, cada um de 10 minutos). Considero que um jogador não está totalmente cansado, até que caia no piso, sem forças, para levantar-se só. Digo aos meus jogadores que somente estão cansados quando caem de cara no chão e não têm força para evitá-lo. Se você é um "real competidor", não está necessariamente exausto somente porque não se sente cômodo. Mantenha-se ativo e recuperará seu ritmo respiratório. Aprenda a jogar estando cansado. Então, aí sim, será um jogador de basquete. Se pretendem formar uma equipe vencedora, então é necessário que trabalhem duro o técnico e os jogadores. A observação destas regras de treinamento é absolutamente vital para o êxito de uma equipe. O uso do álcool, do fumo e qualquer outro hábito prejudicial somente pode constituir-se em um impedimento para o êxito da equipe. Deixamos bem claro ante os jogadores que qualquer um que seja apanhado tomando bebidas alcoólicas será desligado da equipe. Em tudo que realizamos, queremos ser os melhores. Quando nos alojamos em hotéis, antes de deixálos realizamos um controle dos quartos, para estarmos seguros de que estão como os encontramos. Considero que tudo isto inspira orgulho individual e de equipe entre os jogadores. Destacamos que somente os fortes são capazes de jogar entre nós. Exige-se fortaleza não somente dentro, mas também fora da quadra. FUNDAMENTOS DEFENSIVOS O papel que desempenham esses fundamentos constitui um elemento sumamente vital. A capacidade de seus jogadores para dominar os fundamentos determinará que você tenha uma regular ou expressiva temporada. Hoje em dia, não há nenhum campeão de qualquer tipo de atividade que não domine os fundamentos relacionados à mesma. A prática dos fundamentos é um trabalho duro, que leva tempo; é cansativa e tediosa. Eles só podem ser dominados mediante o método experimental. É imperioso que sejam executados uma vez ou outra até que se convertam em automáticos. A lista de fundamentos é considerada muito importante ao se ensinar a defesa-pressão. 1 — Desenvolva a visão periférica, de modo que possa vigiar a bola e o adversário ao mesmo tempo. 2 — Nunca siga atrás de seu adversário. Menor esforço será o de colocar-se ao lado do atacante. 3 — Os joelhos deverão estar sempre flexionados, prontos para saltar como molas para arrancar rapidamente. Dever-se-á manter um pé adiante do outro e ter um braço levantado, quando seu homem tenha a bola em zona de arremesso. 4 — Nunca cruze seus pés. 5 — Não troque de marcação, a menos que seja absolutamente necessário. Lute para escapar das cortinas. 6 — Se é necessário trocar de homem, o defensor rnais próximo da cesta é o responsável de dar a ordem. 7 — Bloquear quando os adversários executam um arremesso. Você está em ação de defesa até que a sua equipe tenha a posse da bola.

8 — Quando a bola está do lado oposto da quadra, retire-se de seu homém e desloque-se para o meio. Nunca perca de vista seu adversário, qualquer que seja a posição da bola. 9 — Quando você se encontra afastado de seu homem, e este recebe um passe, não vá para ele precipitadamente. Desloque-se rapidamente, porém com cautela, tratando de mantê-lo sob controle para que não possa penetrar driblando. 10 — Se seu oponente finge lançar, mantenha estendido o braço. Se você salta tratando de bloquear um lançamento fingido, "aterrize" com o braço ainda estendido. Deste modo, você estará preparado para deter o tiro. 11 — Não cometa fouls. Um bom defensor, que se mantém ativo e em posição correta, não necessita cometer foul. Um defensor deficiente comete fouls porque seu homem o ultrapassa. 12 — A defesa è 80% de determinação. Qualquer um pode custodiar bem se trabalha com empenho. 13 — Os defensores deverão falar entre si, especialmente na troca de marcação. 14 — Enquanto defende, não se afaste demasiado de seu adversário. 15 — Se o seu homem tem a posse da bola, mantenha um braço completamente estendido para dificultar a visão da cesta; o outro deve manter-se baixo, para tentar tomar a bola. 16 — 0 grito de "troca" deverá ser dado pelo defensor que está marcando o atacante que estabelece a cortina. 17 — Aprenda todas as manhas dos oponentes. Nunca permita que convertam duas cestas mediante a mesma manobra. 18 — Quando for necessário, esteja preparado para trocar a marcação, para ajudar um companheiro. 19 — O defensor, que permite ao seu oponente demasiada liberdade, deverá ser substituído. 20 — Quando seu homem tem a posse da bola e ainda não utilizou o drible, vigie sua cintura. Com ela não pode fintar. 21 — Ao marcar o driblador, siga com a mão o ritmo da bola quando vai para cima e para baixo. O "roubo" deverá realizar-se quando vai para baixo, e com o mesmo movimento da mão para evitar cometer foul. 22 — Se tem que disputar uma bola ao alto, com um oponente que não é o seu homem, esteja seguro de ter avisado seus companheiros para que o marquem temporariamente. 23 — Nunca participe de um jogo sem um completo conhecimento dos pontos fortes e fracos de cada um dos oponentes. 24 — Quando seu adversário estiver em zonas de conversão de cestas, dificulte-lhe a recepção de qualquer passe. 25 — Esteja seguro de manter, em todo momento, o equilíbrio defensivo. Sempre tenha, pelo menos, um homem atrás sobre a metade da quadra, para deter o contra-ataque. 26 — Jogue à frente de qualquer pivô, até que ele se desloque a uma distância equivalente a que está a linha de foul. 27 — Retroceda um passo para permitir que um companheiro se deslize para seguir seu homem; isto se o homem que você marca não está demasiado próximo do aro. Logo, aperte de novo seu marcador.


28 — Quando um defensor é levado a chocar-se contra o pivô, deverá tratar para que o choque se produza contra o ombro interior (o rnais próximo do aro) do pivô, de modo que possa rolar tomando a posição interior, ao fazer a troca de marcação. 29 — "Deslize" passando entre seus companheiros e seus adversários, quando o jogo se desenvol-

ve por fora. Porém, troque de homem quando a cortina for próxima à cesta. 30 — Quando marcar o homem que estiver por colocar em jogo a bola, concentre-se somente na bola e não no homem. 31 — Não permita que realizem manobras de três pontos.


KENTUCKY DEFESA 1 - 3 - 1 ZONA ATAQUE COM PIVÔ (EMBAIXO) Joe Hall (Técnico do Kentucky University — Campeão nacional norte-americano, temporada 77/78)

3 — Quando a bola está dentro da zona (e usaKENTUCKY DEFESA 1 - 3 - 1 Z O N A Em Kentucky, nós jogamos um basquetebol muito mos um trap nos quatro ângulos), sua posição é entre agressivo; nós pensamos que o treinamento dos jo- a bola e o centro da zona (linha imaginária). 4 — Quando a bola está dentro e usamos somengadores jovens de hoje è positivo no novo estilo de vida; é criativo no método e agressivo. Os nossos te o trap externo ou nenhum, o homem-ponto deve jogadores gostam de contra-ataque e, por isto, pre- prevenir o passe diagonal ou tomar uma boa posição ferem uma defesa que, por sua vez, ataque o adver- para interceptar a bola. 5 — Deve-se fazer o trap com o jogador n.° 5, sário. Nós queremos ser agressivos em ataque e defesa. Por esta razão, a defesa principal de Kentucky é quando a bola está no tiro livre. uma defesa homem a homem.. R E S P O N S A B I L I D A D E S DOS J O G A D O R E S Em algumas partidas não nos adaptamos à nossa filosofia de defender agressivamente, se não temos a 2 E 4 - LATERAIS 1 — Quando a bola está fora sobre o lado forte, responsabilidade bem definida para cada jogador. deve jogar entre a bola e seu rnais próximo atacante Nós achamos que a zona 1-3-1 nos permite atacar o adversário, contra o qual podemos utilizar uma de (gráfico n.° 11). 2 — Jogar o rnais baixo que possa, porém prenossas regras de defesa e dar ao jogador a responvenindo-se de marcar o driblador no início do garrafão, sabilidade individual em qualquer situação. Nós usamos a defesa homem a homem junto à impedindo o tiro dessa posição. 3 — Fazer o trap com o jogador n.° 1 nos lados zona 1-3-1 nos últimos 12 anos. Temos jogado com esexteriores e com o n.° 3 na zona morta. ta zona 1-3-1 e a melhoramos para aí encontrar nossa 4 — Levar o driblador para o exterior. filosofia de defesa exposta anteriormente. 5 — Forçar o atacante a dar passos bombeados Nós jogamos a zona 1-3-1 de três maneiras; (gráfico n.° 11). 1.°) com trap fora e dentro nos quatro ângulos; 6 — Quando jogamos sem fazer o trap, ou o trap 2.°) com trap só na zona externa; 3.°) sem trap, antecipando-nos na linha de passe. na zona morta, joga entre a bola e a linha média do Numeramos os jogadores em sentido dos pon- lance livre e perto da cesta (linha imaginária). 7 — Quando se defende o lado fraco, sua posição teiros do relógio. está na bola e na zona morta do seu lado, ajustando-se R E S P O N S A B I L I D A D E S DE C A D A J O G A D O R a qualquer atacante que esteja nesta área. A — Qualidades Coloque seu melhor lateral defensivo ou seu Homem-ponto (armador). Este jogador deve ser segundo armador no lado em que a equipe atacante inteligente, com boas mãos, com boa movimentação prefira começar seu sistema. Faça jogar seu segundo lateral e que preferivelmente, seja um armador alto melhor reboteador na outra posição de lateral. Force seu atacante a começar seu sistema onde tem seu (1,90 a 2m). Ele deve conhecer bem sua responsabilidade; melhor lateral defensivo. porém, deve ter liberdade de criar e de ajustar-se a um R E S P O N S A B I L I D A D E DO J O G A D O R 3 estilo próprio de sua posição, como também a de ajusNormalmente, seu lateral rnais baixo e veloz. tar às regras básicas. 1 — Deve ser capaz de ir de um ângulo ao outro Também é importante a habilidade pessoal na for(gráfico n.° 4). ma de fazer o trap, fazendo com que o homem da bola 2 — Joga na metade da linha imaginária das duas siga para a lateral, pressionando-o. letras e sua prolongação. Deve estar no lado da bola, B — Regras com um pé dentro e outro fora da área, marcando 1 — Impedir que a bola vá ao centro forçando o qualquer jogador neste local. atacante a iniciar o ataque lateralmente (gráfico n.° 2). 3 — Deve pressionar a bola a cada vez que ve2 — Fazer o trap com o lateral fora da zona, nham driblando, sempre que a bola estiver entre a aproximadamente a três metros da interseção (gráfico linha de fundo e as letras (de esquina a esquina e de lado a lado). n.°3).


4 — Quando a bola está na linha de fundo, ele não deve abandonar sua área até que veja que a bola saiu das mãos do jogador que passa. 5 — Quando a bola penetra driblada pela linha de fundo, deve interceptá-la. 6 — Deve fazer o trap nas esquinas com os jogadores 2 e 4, protegendo a linha de fundo e obrigando o driblador a ir para o centro. 7 — Quando não fazemos trap nas esquinas ou em nenhum lado, pressiona o homem que arremessa ou tenta penetrar. RESPONSABILIDADES DO J O G A D O R 5 (PIVÔ) Bom reboteador, forte e ativo. 1 — Joga entre a bola e a cesta, ajustando-se a qualquer jogador que esteja em sua área. 2 — Joga à frente de qualquer homem entre a bola e a cesta na linha de lance livre ou abaixo desta linha (gráfico n.° 9). 3 — Impede todas as penetrações de fora. 4 — Deve permanecer agressivo. RESPONSABILIDADES NO REBOTE Logicamente, a zona 1-3-1 é uma defesa de pouco rebote: — todos os jogadores devem fazer um esforço para bloquear em forma de triângulo a cada tiro efetuado; — o homem adiantado deverá bloquear no lado débil da linha de lance livre, quando haja um tiro de fora; — quando o jogador 5 está marcando a frente e acontece um tiro de esquina, ele e o lateral no lado débil talvez tenham que cruzar de novo; — a defesa deve recuperar o rebote; — o lateral do lado débil nunca deve deixar de bloquear. » Seguindo a bola com a vista — A zona 1-3-1 è uma defesa orientada para a bola, os 5 homens seguem a bola com a vista e aprendem a se antecipar ao homem que passa. Mover-se rapidamente a uma posição tão logo saia a bola da mão do que passa: não antes. Passes bombeados — Forçar os adversários a diminuírem o ritmo dos passes por fora, com pressão e ocupando as linhas de passes.

Numeração dos jogadores, sentido contrário aos ponteiros do relógio. Gráfico n. ° 2.

Levar o homem da bola fora da área. Gráfico n.° 3.

Entre os armadores, força um passe bombeado, o trap de 1 na linha imaginária, parte alta da zona, se faz com os jogadores 2 e 4. Gráfico n.° 4.

GRÁFICOS Gráfico n.° 1.

Área de movimento do número 3. Gráfico n.° 5.


Posições dos jogadores quando efetuamos o trap ao homem com a bola na lateral.

Gráfico n. ° 9

Gráfico n. ° 6

Posições dos jogadores quando fazemos o trap ao homem com a bola na esquina.

Quando a bola está no meio, os jogadores 2 e 4 retrocedem, fazemos trap com 5 e 1, que encarou o homem com bola. O jogador 3 protege a cesta. Gráfico n.° 10

Gráfico n. ° 7

Como se vê no gráfico, a posição do jogador 1 está compreendida entre a bola e o ponto médio da linha de lance livre (linha imaginária), a posição do jogador 4 está compreendida entre a linha imaginária da bola e a esquina do lado contrário.

O jogador 5 deve sempre estar à frente de qualquer homem que esteja dentro da área. Gráfico n.° 11

Gráfico n.° 8

Posições dos jogadores quando a bola está na esquina e não fazemos trap.

Pânico: toda vez que o jogador atacante com bola gire e se ponha de costas à cesta, nossa reação imediata é que os jogadores 3 e 4 se antecipem e marquem seus adversários rnais próximos. A posição dos jogadores 1 e 2 deve ser a de dar a única opção de um passe bombeado ao homem da bola.


Gráfico n.° 12

Quando a bola está entre o homem e sua linha de fundo, force para que o homem da bola dê um passe bombeado. A T A Q U E PIVÔ (EMBAIXO) Um ataque equilibrado deve ter: 1.° —contra-ataque; 2.° — possibilidade de arremesso de fora; 3.° — ataque com o pivô embaixo. Nossa primeira rneta quando temos a posse da bola é o contra-ataque. Se não podemos contra-atacar, tentamos um segundo ataque com uma grande porcentagem de tiro ou uma penetração.

Gràfico n.° 13

GRÁFICOS

Situação inicial no ataque "pivô embaixo". Caracteristicas dos jogadores: Jogador n.° 1 — primeiro armador. Jogador n.° 2 — segundo armador (ajuda). Jogador n.° 3 — lateral alto. Jogadorn." 4 - lateral melhor arremessador (rnais baixo). Jogador n.° 5 — pivô (forte e reboteador). Gráfico n.° 14

Quando nós temos a possibilidade de contraatacar, planificamos o ataque com os armadores ou o pivô. Podemos planificar os dois sistemas com a mesma formação. Em nosso ataque um "pivô embaixo", colocamos os jogadores para deixar livre o pivô; assim, pode-se buscar ajuda ao termos a bola dentro da defesa. O ataque se planifica de acordo com o tipo de defesa. A iniciação do ataque se faz com o pivô de um lado, e um lateral rápido em uma esquina. Um armador na posição de pivô em cima (lance livre) e o outro na 0 jogador 1 com bola, mediante o drible, vai para cabeça do garrafão (F1). o lado dos jogadores 4 e 5; nesse mesmo tempo, o jogador 2 move em sentido contrário — 1 passa a 4 e O lateral forte se coloca na lateral e o armador F1 vai ocupar a esquina desse mesmo lado; 3 vai para a se coloca na esquina da linha de fundo. Logo, o pivô, posição de lance livre, para ver a possibilidade de embaixo, coloca-se na posição de pivô em cima, do receber de 4. lado do círculo de lance livre, deixando, assim, rnais Gráfico n.° 15 espaço ao centro que pode atuar sem a ajuda do defensor de QF. O outro armador se move longe do driblador (F2). O centro deve colocar-se entre a cesta e a bola, obrigando o defensor a uma defesa rnais difícil sobre o centro. Lado alto, lado baixo, adiante ou atrás (F3). Desta posição, tentamos penetrar de (F) ou uma de PG ou passe a QF ou penetração de pivô a pivô (F3). Se há pressão, utilizamos o drible (F4) e tentamos um tiro ou uma penetração por SF; passar a C ou passar a G se o seu homem está em frente ao driblador (F4). Fazemos mover a bola e cortar no lado débil (F5). Utilizamos todos os sistemas também no lado débil O jogador 4 com bola tem a possibilidade de passar a 3 ou a 5. (F5).


Gráfico n.° 16

Gràfico n. ° 18

Depois de efetuar os movimentos antes explicados, voltamos ao ponto de partida quanto à situação dos jogadores inicialmente; com isto, podemos dar uma constante continuidade ao sistema. Somente Se 4 não conseguiu efetuar seu passe aos jo- troca o lado onde parte o movimento de 4 para receber gadores 5 e 3, este efetua um bloqueio no homem com de 1. bola (4), o qual, mediante dribles, tenta apoiar-se no bloqueio para efetuar um bom tiro, ou, também, dar um passe ao 5, que corta para a cesta; ao mesmo tempo, o jogador 2 se apresenta e o n.° 1 toma o caminho do equilíbrio defensivo. Gráfico n.° 17

Outra possibilidade é a de que 4 passe a 2, que vai ao ponto médio. Nesse momento, o jogador 5 troca de lado e recebe de 2; 3 bloqueia o defensor de 4, que corta para a cesta para receber de 5. O jogador 1 vai ocupar o equilíbrio defensivo.


DEFESA DA SELEÇÃO OLÍMPICA - USA (MONTREAL, 74) 1

Dean S m i t h (Téc. Olímpico— USA)

Nossa defesa é agressiva e cheia de riscos, pois que em realidade deveria chamar-se correr e surpreenpensamos que se o adversário vai conseguir fazer rnais der. cestas, mediante um arremesso debaixo da cesta ou Consiste em saltar de surpresa em direção ao jouma penetração, também é verdade que vamos tomar gador que avança driblando. No momento em que isto muitas bolas que nos vão facilitar a obtenção de cestas sucede se produz uma troca de jogadores que defenfáceis e ao mesmo tempo vamos fazer com que o ad- dem. Esta troca pode ser entre 2, 3, 4 e inclusive os 5 versário jogue como não está acostumado. jogadores. A maioria das vezes a troca é entre 3. Dois tipos de numerações nos ajudam a diferençar os distintos tipos de defesa de que dispomos. Em A SÉRIE " 4 0 " primeiro lugar temos as séries " 2 0 " , " 3 0 " e " 4 0 " . Nossa defesa é igual em todas estas séries, até que a É utilizada quando a equipe contrária evita nossa equipe contrária dribla a bola. Ë neste momento que defesa de run and jump, através de troca de direção do atuamos de maneira diferente ou fazendo vinte, trinta jogador que avança driblando, no momento que produz ou quarenta. Vejamos as diferenças: o salto-surpresa e a troca dos defensores. Esta série consiste em fazer straps ao jogador da bola. A SÉRIE " 2 0 " Como dissemos no princípio, todas as defesas são iguais até que os atacantes driblem. Na série " 4 0 " , É nossa defesa normal, individual ou básica. O partimos de uma defesa individual que se converte em jogador com bola deve estar fortemente pressionado zona-pressão, no momento que os atacantes driblam e por seu defensor. Os demais se colocam segundo es- se produz o primeiro trap. A partir deste momento o tejam a um ou dois passes da bola. A um passe se jogador que tem a bola, tanto seja o mesmo ou não, sobremarca, a dois se flutua. Cada vez que a bola se fará um trap. Este 2 contra 1 será a ponta de um rombo move — ou porque um jogador passa a outro, ou por- cujos restantes vértices serão os defensores que não o que um jogador dribla —, se movem todos os joga- formam. A linha diagonal que parte do trap estará em dores, em direção à bola. Tratamos de levar o atacante direção à cesta que defendemos. com bola para as linhas, incluída a de fundo, apesar de Em segundo lugar distinguiremos entre os números que muitos técnicos opinam que é melhor levá-lo sem- 2, 3 e 4. O número 2 é a defesa na meia-quadra, 3 em pre para o centro, apoiando-se no fato de que ali têm três quartos e 4 em todo o campo. Assim, por exemajuda. Cremos que um jogador no centro tem maior plo, " 3 2 " (quer dizer, série 30 número 2) será run and visão e, portanto, um maior número de opções. No en- jump em meia-quadra. tanto, levando-o para os lados, estamos limitando seu Quando atiramos à cesta, falhamos o tiro e recampo de ação. cupera a equipe contrária a bola. Fazemos sempre a A respeito da penetração de um jogador contrário defesa " 2 2 " . Isto quer dizer que na maior parte da parpela linha de fundo, que tanto preocupa muitos téc- tida fazemos esta defesa. Se conseguimos uma cesta, o nicos, resolve-se mediante uma ajuda do lado débil. Es- jogador-base, do centro da quadra, assinala em que tipo ta ajuda algumas vezes se converte em um trap, e in- de defesa faremos a continuação. Os quatro jogadores clusive chega a resultar benéfico permitir ao atacante restantes estarão prontos para retroceder, buscando o que penetre por essa zona. armador para saber que tipo de defesa devem realizar. O defensor do jogador contrário mais alto nunca Um punho no alto è a série " 2 0 " , dois punhos série ajuda, pois desta maneira se facilita ao que recebe a " 4 0 " e a mão aberta a série " 3 0 " . bola próximo da cesta em condições excelentes para Visto isto, nos damos conta da importância que encestar. Cremos firmemente na defesa de ajuda, pois tem o armador estar identificado e compenetrado com o o basquete não é um desporto individual como o golfe técnico. Sem dúvida alguma deve ser no campo um ou o tênis, ao contrário, é um desporto coletivo no técnico-ajudante. É importante também ter paciência qual todos têm que trabalhar para todos. para lograr desequilibrar uma defesa numa partida. O basquete é um jogo de muitas partes, motivo pelo qual A SÉRIE " 3 0 " não nos deve preocupar o fato de nos acertarem algumas cestas em troca de conseguir ajustar o sistema É nossa defesa de run and jump (correr e saltar) defensivo que mais nos convenha.


EXERCÍCIO DE DEFESA - Q U A T R O DORES

Gráfico n.° 4

JOGA-

Gráfico n.° 1

Respeitando nossas normas de defesa: 1 passa a 3 e os jogadores reagem seguindo o movimento da bola (vamos para o lado do passe).

Continuação do exercício anterior. A parte rnais importante neste exercício é a ajuda do jogador 3, que fecha a passagem ao atacante 4, que entra pela linha de fundo. Gráfico n.° 5

Gráfico n.° 2

Movimento tipico de um ataque qualquer: 1 passa a 2 e vai bloquear 3; a reação da defesa é deixar uma passagem para que o defensor de 3 possa estar entre homem e bola.

Neste exercício praticamos a defesa da cortada ao mesmo tempo que acompanhamos este cortador até a linha imaginária da metade do campo. Gráfico n.° 6

Gráfico n.° 3

Continuação do mesmo exercício no qual agora praticamos a defesa do corte do lado débil para a bola. O defensor de 4 fecha o caminho de seu atacante e o afasta da cesta. Este exercício nos é muito útil para a prática da ajuda e recuperação. Os atacantes, mediante o drible, tentam penetrar entre os dois homens.

DEFESA R U N - A N D - J U M P (CORRE E S A L TA) Exercícios de 4 homens


Gràfico n.°1

EXERCÍCIOS D E R U N - A N D - J U M P

Gráfico n.° 4

0 jogador que defende a 2, salta, por surpresa, para interceptar o caminho do atacante n.° 1; a troca é direta: defensor 1 pega o atacante 2. Gràfico n.° 2

Exercício de armador com armador. 0 defensor 2 corta a penetração de 1 saltando de surpresa e, ao mesmo tempo, 1 troca e marca o jogador atacante 2 que vai para a cesta. Gráfico n.° 5

Mesma situação que a anterior, exceto na rotação ou troca de homens, quando efetuamos o salto de surpresa; agora o defensor de 4 troca para 2 e 1 para 4 (defensores). Gráfico n.° 3

Situação em toda a quadra, defensor n.° 2 salta de surpresa para o atacante 1; as trocas são: defensor 4 troca a 2, defensor 1 troca a 4; os defensores 3 e 5 fazem um movimento de proteção à cesta.

Armador com lateral: quando o atacante 1 entra na zona de ataque, o defensor de 3 acompanha-o para depois, de surpresa, fazer uma troca. O defensor 1 marca o atacante 3.


DEFESA E PREPARAÇÃO FISICA Mirko Novosel (Ex. Téc. — Sel. Nac. Yugoslávia).

Como técnico de basquete da Seleção Nacional da necessárias para jogar uma boa defesa como a aplicada Iugoslávia, durante um período de cinco anos, desde por nós. — Nosso sistema de trabalho na preparação física 1971 a 1976 (em 71 e 72 como técnico das seleções juvenis, e nos anos seguintes no Círculo Olímpico desde e elementar de defesa com o esquema de treinamento Munique a Montreal) tivemos êxito ao obtermos os no último ano de nossa preparação para os Jogos Olímmelhores resultados na competição européia e mundial. picos de Montreal. Durante o mencionado período, conseguimos três tíA . CONDIÇÕES P A R A U M A B O A DEFESA tulos europeus juvenis, enquanto a seleção adulta conquistava dois títulos no Campeonato da Europa (1973 e Cada jogador deve reunir certas condições, se se 1975), o vice-campeonato mundial de Porto Rico (1974) deseja dispor de uma boa defesa. Sem a junção destas e medalha de prata nas Olimpíadas de Montreal (1976). Durante todo este período, o jogo da seleção iu- condições não nos é possível organizar uma defesa que goslava caracterizou-se por uma cerrada defesa calcada possa chamar-se de boa, e que nos garanta a obtenção na excelente preparação física de todos os jogadores. de bons resultados. Estas condições podem agrupar-se No trabalho com as seleções que ganharam as me- em quatro pontos básicos: 1 — Predisposição psicológica dalhas, aplicamos as seguintes regras: 2 — Predisposição física 1 — Os grandes êxitos e resultados somente se al3 — Ensino de táticas em várias situações defencançaram mediante uma excelente defesa. 2 — Uma excelente defesa só é possível ter êxito à sivas 4 — Preparação física. base de uma perfeita preparação física de todos os Estes quatro pontos básicos, tomando juntos todos jogadores. 3 — Para a preparação física dos jogadores, sua estes elementos, dão ao jogador a possibilidade e o preparação psicológica é da máxima importância: isto predispõem para ser um bom defensor. significa que se necessita de uma seleção tal de joga1 — Predisposição psicológica dores que unicamente aqueles que realizem os esforços requeridos pela moderna técnica de defesa, e por sua Vários fatores pertencem à preparação psicológica, preparação física, devem ser levados em consideração. que todos os jogadores devem possuir. Podemos reUma profunda análise da composição da equipe lacioná-los como se segue: iugoslava juvenil, que conseguiu peia primeira vez o — boa-vontade: sem uma boa-vontade natural campeonato europeu, demonstra que o mesmo grupo para defender e sem boa-vontade para ter êxito em tal de jogadores (Kicanovic, Delibasic, Zizic, Jerkov, etc.) tarefa, é praticamente impossível esperar bons resulpassaram pelo ciclo completo que ganhou as medalhas tados. Com uma profunda boa-vontade para a defesa, é mencionadas anteriormente. Estes jogadores foram a fórmula de esperar-se bons resultados; selecionados entre um grande número deles e foram — vigilância: a defesa exige uma completa vigilâncapazes, graças à sua preparação física e psicológica, cia do movimento da bola e do jogador contrário. O disde seguir com êxito todas as provas a que foram sub- persivo traz conseqüências fatais. metidos, de acordo com nossas regras de trabalho. Isto — iniciativas e agressividade: representam imporesteve a cargo de um grupo de jogadores muito jovens, tantes fatores que são necessários em cada segundo na que obtiveram os melhores resultados em competições defesa. européias e mundiais, a ponto de formarem a melhor — concentração: este fator tem a mesma imporequipe nacional. Durante estes seis anos de trabalho, o tância tanto para a defesa como para o ataque, já que principal e básico objetivo foi orientado para a defesa sem a total concentração não é possível realizar as calcada na excelente preparação física dos jogadores. provas que se colocam ante cada jogador. — confiança: cada jogador tem que estar convenDadas estas premissas, indicarei os dois pontos cido de suas qualidades e habilidades na defesa para rnais essenciais: — O caminho teórico, para adquirir as condições poder aplicá-las.


— intuição: este fator poderíamos chamar também "o sentido da bola", que dá a possibilidade de prever as verdadeiras intenções dos jogadores do ataque. Todos estes fatores de predisposição psicológica são de grande importância. A questão é como fazê-los chegar aos jogadores. Tendo como certo que algum destes fatores eles os têm naturalmente, a maior parte pode-se obter mediante exercícios que os estimulem, enquanto se dá especial valor a estes fatores na seleção dos jogadores, para a equipe.

tendo em conta estas duas diferentes situações, aplicamos duas diferentes defesas de nossos jogadores que tentam evitar o bloqueio. Primeira Situação: Gráfico n.°1

2 — Predisposição física Com a expressão "predisposição física", entendemos a chamada "técnica defensiva". Aqui devemos ter em conta alguns elementos básicos: — equilíbrio corporal: ê o rnais importante dos elementos para uma boa defesa. 0 equilíbrio corporal regular permite rápidos e eficazes movimentos de jogadores, em troca de direção. — trabalho de braços e pernas: temos aqui a regra básica de que o jogador no ataque protege-se por suas pernas, servindo-lhe seus braços unicamente para tomar a bola do adversário, ou dificultá-lo na tentativa do tiro ou dificultar o passe ao companheiro. No trabalho de pés, a completa coordenação de movimentos se faz necessária enquanto se tenha em conta a necessidade de que a regra do movimento do pleno equilíbrio corporal seja aplicada constantemente. Os joelhos na posição do basquete devem estar o rnais próximo possível do solo, enquanto que os braços do defensor têm que se movimentar todo o tempo. — atividade dos olhos: todo defensor deve seguir constantemente as evoluções da bola, bem como as de seu adversário. Em nenhum momento deve perder de vista o jogador sob sua responsabilidade, nem a bola. A vigilância ininterrupta da bola dá a oportunidade de tomar sua posição rnais depressa. — o trabalho da boca: falar constantemente ou dar ao companheiro os conselhos de cuidado ajuda em grande parte a defesa. A boa defesa tem de ser muito dura. A boca pode corrigir erros eventuais dos pés. Todos estes elementos mencionados, da técnica defensiva, podem ensinar-se facilmente e lhes demos preferência durante a preparação. 3 — Ensino da tática em várias situações de defesa No ensino da tática em várias situações deu-se especial atenção à defesa de 3 elementos: a) Defesa contra bloqueio b) Defesa contra pivô c) Defesa contra contra-ataque a) defesa contra bloqueio: na defesa contra bloqueio, aplicam-se as regras básicas, tendo em conta a situação na qual fazem uma cortina para o atacante. Acontece uma situação quando o bloqueio se aplica do mesmo lado onde está a bola, o que significa que, ao mesmo tempo em que o atacante tem a bola, fazem a cortina para ele. A outra situação é a em que se aplica o bloqueio sem a bola, o que significa que a bola está em poder de um jogador, enquanto o bloqueio é aplicado a outro;

Bloqueio simultâneo à bola e ao atacante. O jogador A para C, e bloqueia o jogador 3, defensor. O defensor tenta evitar o bloqueio, movendo-se a uma posição entre o C marcado por A que faz o bloqueio. O jogador 3, defensor, tenta um movimento lateral para evitar o bloqueio que procura fazer o A. Segunda Situação: Gráfico n.° 2

Bloqueio a um jogador enquanto a bola é de outro (bloqueio indireto). O jogador A passa a bola ao jogador 2, na defesa. O jogador 2, na defesa, evita o bloqueio mediante um movimento lateral entre o jogador A, que faz o bloqueio, e seu companheiro 1, tendo em conta que seu companheiro dá obrigatoriamente um passo atrás e deixa passagem ao jogador 2, que segue o atacante B. Estas regras são extremamente importantes e os movimentos corretos do jogador permitem a nossos defensores o bloqueio. Para que tenhamos êxito completo nestes movimentos, eles devem ser feitos muito rapidamente e muito agressivamente contra o atacante que está fazendo o bloqueio. Devido a estes movimentos, os defensores estarão frustrando os atacantes de fazerem bloqueio. b) defesa contra pivô: na defesa contra pivô, colocado em baixo do aro, existem três situações de defesa, dependendo da posição da bola no ataque. As três situações se aplicam unicamente em uma em que a bola esteja no mesmo lado do ataque, no qual o pivô


contrário se coloca. Se a bola está do outro lado, o defensor marcará o pivô, que estará entre ele e a bola. Assim, fará com que seja impossível que o pivô atacante receba a bola daquele lado: Primeira Situação: Gráfico n.° 1: A bola na esquina

O defensor marcará o pivô, de tal forma que suas costas estejam para a linha-base. Sua mão direita em frente ao pivô, seu corpo cortando o atacante justamente pelo meio e sua mão esquerda em uma posição atrás do pivô. O pé direito do defensor estará adiante do pivô e o esquerdo atrás. Segunda Situação: Gráfico n. ° 2: A bola sob um ângulo de 45 graus.

O defensor marcará o pivô enquanto esteja à frente dele com suas mãos estendidas. Com seu corpo estará permanentemente em contato com o atacante.

0 defensor marcará o pivô de tal forma que suas costas estejam para o centro da quadra. Sua mão esquerda adiante do pivô, seu corpo cortando o atacante pelo meio, enquanto sua mão direita se estende atrás das costas do pivô. Como vemos, as três situações dependem da bola e estão influenciadas pela posição do defensor. É necessário ter em conta que o pivô atacante não está parado. Se move constantemente, o que requer do defensor constantes e rápidos movimentos, tornando sua posição defensiva de acordo com as posições antes indicadas. c) defesa contra contra-ataque: na defesa contra contra-ataque devemos fixar-nos nos seguintes elementos: o rebote em baixo da cesta oposta no ataque, porque ao recuperar a bola o adversário terá dificuldade em realizar o contra-ataque; marcando o 1.° passe da bola, quando o adversário esteja recuperando o rebote e enquanto tenta passar a seu armador, que inicia o contra-ataque; obrigando a que os adversários se dirijam para os laterais; parando o contra-ataque ao retornar para a defesa no momento certo. 4. A preparação física Nenhuma das condições anteriormente mencionadas pode ser cumprida totalmente se esta última, e possivelmente a mais importante condição, não for mantida completamente. É demais conhecido o fato de que as características para a defesa são a boa-vontade e a força. 0 oposto do ataque, que são a tática e a técnica. É também muito conhecido o fato de que quanto rnais alto seja o grau de preparação (ou seja, o jogador de maior condição física), maior é sua boa-vontade. Esta, no devido tempo, é uma situação psicológica rnais estável. Falta ainda dizer que a equipe composta por jogadores com boas condições físicas e bem treinados é capaz de vencer, ainda que sob as rnais difíceis circunstâncias que se apresentem. No seguinte capítulo tentarei dar um esquema de nosso sistema de trabalho na preparação física na fase final, antes dos Jogos Olímpicos de Montreal. B. O

S I S T E M A DE T R A B A L H O NA PRE-

PARAÇÃO F Ì S I C A E A D E F E S A

Terceira Situação: Gráfico n.° 3: A bola está rnais próxima ao centro da quadra.

Como é sabido, a equipe nacional iugoslava não tinha direito à participação nos Jogos Olímpicos de Montreal. Este direito foi alcançado no torneio de classificação que teve lugar em Hamilton, em junho de 1976. A reunião dos torneios, no período de um só mês, criou muitas dificuldades e estabeleceu a pergunta de como organizar os preparativos finais com a forma necessária em ambos torneios, separados entre si, com rnais tempo. Em nosso trabalho preparatório para estes campeonatos, houve um sistema de trabalho em cinco períodos de cinco semanas, duas delas consagradas exclusivamente à preparação física com a defesa, enquanto as outras três últimas serviram para manter a condição física adquirida e treinar a parte tática. Neste caso, este princípio não pode ser de todo aplicado por


obrigações com o torneio de classificação de Hamilton. Por isto, aplicamos um sistema combinado de preparações que se levou a cabo, nos quais o torneio de classificação foi previsto, para botar a equipe em jogo, enquanto que as preparações finais foram levadas a cabo unicamente antes da saída para Hamilton. Tal forma de preparação criou a nossos jogadores sérias dificuldades, principalmente no princípio da fase de classificação de Hamilton, onde perdemos o primeiro jogo contra a Tchecoslováquia. Esta partida foi jogada uma semana depois do final da preparação física, porém, nos seguintes, nossa equipe foi progredindo e ganhamos o torneio com superioridade. Depois deste torneio buscamos aumentar a forma da equipe que culminou na partida decisiva nas semifinais de Montreal em que nossos jogadores, em uma magnífica partida, venceram a seleção da URSS.

treinamento ao nível do mar não é possível, devido à alta temperatura. Além disso, deve-se ter em conta que a altitude de rnais de 1.500m, com pouca densidade de ar, torna impossível alcançar a máxima intensidade. Somos de opinião que a altitude de 1.200m é a melhor para o êxito neste ciclo durante o verão, sobretudo se o treinamento é feito em zona florestal. 2. Defesa e saltos

O ciclo completo descrito até aqui serve tanto para preparar a defesa como para dar as melhores condições de jogo de uma boa defesa. O cuidado especial neste trabalho foi dado à prática do salto pelos jogadores. Em exercícios especiais de salto, cada jogador deve, no mínimo, dar 600 saltos diariamente, sem contar o treinamento de tiro de jump ou saltos em alguma outra situação. Existem certos exercícios de saltos previstos que descreverei na parte seguinte. Os métodos de treinamento combinam vários exer1 — O cuidado do trabalho em ciclos cícios: a defesa, com um índice especial no jogo de per0 trabalho de preparação física, que dura duas nas, pés, exercícios de salto, todos eles depois do semanas, desenvolve-se com a idéia de que os joga- treinamento da tarde que dedicamos ao treino de jump. dores adquiram a convicção necessária que lhes faça Estes são praticamente os únicos elementos das téccapazes de resistir às provas defensivas. Ao fim das nicas individuais dos jogadores, praticados no período duas semanas, todos os jogadores devem estar com- de 14 dias. O resto são exclusivamente práticas de defesa, preparação física e saltos. pletamente preparados para partidas difíceis. É natural que os jogadores devam dispor de um certo grau de predisposição, de condições físicas. 3. Agenda diária Devem chegar não de uma longa pausa, já que devido à 1.° dia. Treino da manhã: 120 minutos dificuldade do treinamento poderiam ter inflamações — Correr 5 minutos musculares, com as implicações adversas que isto traz, — Caminhar 2 minutos o que dificulta o êxito do treinamento. Os jogadores — Correr 3 minutos chegam com um certo grau de preparação física que — Sprint 20 x 5 metros conseguiram mediante as competições de seus clubes. — Exercícios para estirar e relaxar 0 trabalho deste ciclo se desenvolve com o sis— Abdominais — 10 repetições 10 vezes tema de organização de dois treinamentos diários nos — Salto na corda — 3 minutos em ambos os pés primeiros dias de preparação. 0 da manhã dura 2 — 1 minuto de repouso horas e o da tarde, 1 hora e 30 minutos. Depois dos — 2 minutos saltando sobre cada pé alternadamente primeiros três dias, o seguinte é livre, o que não quer dizer que não se desenvolva nenhuma atividade. Neste — 45 segundos de repouso dia, os jogadores praticam 60 minutos treinando outro — 1 minuto saltando rapidamente desporto (o melhor é o futebol) ou organizando com— 30 segundos de repouso petição de arremessos à cesta. — 3 minutos saltando em ambos os pés — 1 minuto de repouso Do quinto ao sétimo dia, as preparações coincidem — 2 minutos de saltos em um pé, alternadamente com os 3 primeiros dias. Duas vezes ao dia, enquanto o — 45 segundos de repouso oitavo é descanso. No nono, décimo e décimo-primeiro, — 1 minuto de saltos muito rápidos o treinamento é de duas vezes ao dia, sendo o 12.° para um jogo amistoso. — 30 segundos de repouso Nos dias seguintes, dois treinos por dia (muito in— 3 minutos de saltos sobre ambos os pés tensos) e no 15.° é o dia final para a preparação física e Exercícios com medicine-ball (peso: 3 kg) para as práticas finais especiais da defesa. Neste ciclo, e Todos os exercícios para passes e jump: 15 micom tal sistema de trabalho, os jogadores estarão nutos plenamente capacitados para os maiores esforços — Sprint 3 x 20 metros, 5 séries pedidos pela partida rnais difícil, para um torneio de sete — Caminhar 5 minutos ou oito dias de jogos diários. — Sprint 8 x 20 metros ladeira acima É muito importante escolher o terreno para estas — Sprint 8 x 4 0 metros ladeira abaixo preparações. Pelo fato de tais treinamentos serem Treinamento com pesos: Cada jogador começa realizados normalmente no verão, com altas tempe- com um peso igual a 1/40. Cada jogador pratica 3 exerraturas, é necessário escolher um lugar de montanha cícios como se segue: com uma altitude de uns 1.000 ou 1.500 metros. Pela — elevando-se sobre as pontas dos pés com o manhã, ao ar livre, já que o treinamento tem 2 horas de peso nas costas; duração, enquanto que o da tarde dura 90 minutos e se — saltando com o peso nas costas; fará em ginásio. Para a máxima intensidade de trabalho, — agachando-se com o peso nas costas. deve-se organizar o trabalho desta maneira, já que o 1.°dia. Treino da tarde: 90 minutos


Armadores e laterais: minutos Exercício para defesa: Gráfico n . ° 1 :

1. 0 jogador A, no drible, tenta passar pelo B pelo seu lado direito. 0 jogador B defende e, com jogo de pés dirige-se ao A, para a linha lateral. O exercício se repete constantemente enquanto os jogadores trocam de atividade (10 minutos). 2. O jogador A passa a bola ao B, enquanto o C, na defesa, tenta girar sobre B. O jogador B depois de receber a bola devolve ao A (10 minutos). Gráfico n.° 2:

3. Os jogadores A, B, C e D tomam posição nos ângulos do terreno. Os jogadores 1, 2, 3 e 4 marcam A, B, C e D. O jogador A se move para o jogador B com a bola e a meio caminho passa a bola a B e volta a seu ponto de partida. O jogador B faz o mesmo movimento para C; C, o mesmo para D, e D para A. O jogador 2 arranca para A e, depois que A passar a B, corre para o jogador B. O mesmo faz o jogador 3 com B, etc. (5 minutos). Gráfico n.° 3:

4 — A defesa contra o bloqueio Três jogadores da defesa defendem contra três jogadores no ataque que não arremessam. Os jogadores estão permanentemente trocando de atividade depois de 1 minuto (10 minutos). Gráfico n.° 4:

5 - 0 jogador A tenta tocar um ponto do solo, enquanto B o está marcando. Os jogadores trocam de atividade quando A toca o ponto determinado (5 minutos). Todos os jogadores: 50 minutos — Corridas cruzadas. Longitude: 5 campos — 4 séries. — Jump. Cada jogador deve fazer 30 cestas com controle das tentativas necessárias para conseguir esta marca. — Tapinha. Cada jogador deve fazer 6 minutos, com controle dos pontos conquistados. — Lance livre. Cada jogador deve realizar 20 pontos. Pivô: 40 minutos — Defesa contra pivô: 40 minutos — Tocar o aro 10 vezes sucessivamente. Depois, dois lances livres. Seis séries. — Exercício para jogo de pés do pivô. O técnico passa a bola junto ao jogador que deve apanhá-la antes que toque o solo pela segunda vez. Um jogador pratica durante 1 minuto, enquanto os outros praticam o passe. — Exercícios para apoderar-se da bola enquanto salta. Três atacantes e três defensores enquanto o técnico arremessa para a tabela. — Os jogadores saltam de um banco a 70 cm do solo e imediatamente ao aro. Nas primeiras séries 10 x 3 saltos, na segunda 10 x 2 e na terceira 10 x 1. 2.° dia. Treino da manhã: 120 minutos — Correr 5 minutos — Caminhada — 1 minuto — Jogo de caça ao jogador — 5 minutos — Ginástica: exercício para relaxar e alongar — Duas equipes correm 2 x 20 m em três séries — Salto em corda — 10 exercícios combinados — 1 minuto — saltar 15 segundos — jogo de pés 5m. Sprint. — 20 segundos de descanso. Os exercícios mencionados repetem-se 10 vezes Exercício em medicine-ball (3 kg) — Exercícios para passes, manejo da bola e jump (15 minutos).


Rugby com medicine (10 minutos) Prática de peso: igual ao primeiro dia Treino da tarde: 90 minutos Pivô: 45 minutos — Séries de arremessos de pivô (gancho) — 10 minutos — Tapa contra tabela 6 séries, 10 contra tabela e uma contra o aro. — Passe de bola desde a tabela: 3 minutos — Defesa do rebote um contra um e dois contra dois: 10 minutos — Salto do banco de 70 cm. Igual ao 1.° dia todos os jogadores — Arremessos com 120 pontos. A equipe é composta de dois jogadores. O ganhador é o que consegue 30 cestas. Repete-se quatro vezes — Jump. Um jogador atira 6 minutos, controlando as convertidas. — Lance livre — Cada jogador tem que concretizar 20 pontos. Armador e lateral — 45 minutos. — Um jogador contra dois no ataque em toda a quadra: 5 minutos. — Corridas cruzadas na linha do centro, seguindo com um na defesa contra dois em ataque: 5 minutos. — Defesa de um contra um, com três jogadores passando a bola desde a lateral: 7 minutos. — Defesa dois contra dois, com três jogadores passando a bola da lateral: 7 minutos.

— Um jogador de um lado da linha enquanto o outro está do outro lado, marcando-o. O primeiro jogador move-se pelo comprimento da linha muito rapidamente, enquanto o segundo segue seus movimentos. O exercício dura 50 segundos com 15 de descanso em seis séries. 3.° dia. Treino da manhã: 120 minutos O mesmo princípio de trabalho do primeiro dia Treino da tarde: 90 minutos. — exercícios de tiros: 30 minutos — abdominais — 10 x 15 vezes — defesa 1 x 1 e 2 passando. Dez minutos — defesa do rebote 3 x 3 . Dez minutos — Sprint (suicídio) — quatro vezes 4.° dia: Livre: Partida de futebol 5.°, 6.° e 7.° dias: serão iguais aos três primeiros dias. 8.° dia: completamente livre 9.°, 10.° e 11.°: como os três primeiros 12.°: jogo de prática. 13.° e 14.° dias: iguais aos dois primeiros 15.° dia: o último de preparação. Revisão geral. De acordo com o planejamento de trabalho, a equipe da Iugoslávia seguiu as preparações que lhe fizeram obter os melhores resultados e ganhar muitas medalhas, e durante o último campeonato europeu a equipe demonstrou a melhor defesa. O plano antes mencionado exige de todos os jogadores um grande esforço, porém os resultados e as medalhas deram a satisfação suficiente para compensar todo o trabalho.


DEFESA ZONA - PRESSÃO A. Gomelsky (Tècnico da Seleção da União Soviética)

MÉTODOS DE TREINAMENTO: INTRODUÇÃO: O basquetebol é um dos desportos rnais intelectuais, motivo pelo qual conquista rapidamente o interesse de milhões de pessoas de diferentes países. O desenvolvimento do nosso maravilhoso jogo, sua popularidade e futuro dependem fundamentalmente da atenção dos técnicos, devoção, fantasia e trabalho duro. Táticas, é um dos rnais importantes pontos-chaves do desenvolvimento futuro de nosso jogo. Bem organizadas e bem equilibradas, as táticas podem aportar muito êxito a nossa equipe em competição. O DESENVOLVIMENTO DA DEFESA POR PRESSÃO: 0 ataque é o motivo principal para desenvolver mais táticas e técnica individual do jogo. A defesa por pressão apareceu para fazer frente à crescente atividade e capacidade de marcar pontos por parte da ofensiva. A marcação individual em pressão foi durante muito tempo o único tipo desta defesa. A pressão homem-a-homem é eficaz, especialmente depois de praticá-la profundamente. A equipe olímpica dos Estados Unidos, em Melbourne, demonstrou como jogar com defesa por pressão; a chave de seu sistema foi o grande Bill Russel. Passaram rnais de 20 anos e agora a pressão é muito popular em muitos países. MOTIVO DA DEFESA ZONA-PRESSÃO: O grande progresso da técnica individual, que alcançou o grau de virtuosismo, arremessos precisos, medidos e preparação atlética dos oponentes, tudo isto faz com que os defensores se aproximem dos atacantes para não deixá-los receber a bola em posição perigosa de arremesso, perto da cesta. Esta defesa é praticamente impossível jogando homem-a-homem. As defesas devem cooperar, com seus componentes e ajudando-se uns aos outros, assim poderiam fazer uma defesa dupla ao homem da bola e não somente na zona de ataque, mas também na defesa. Esta foi uma das principais razões para escolher a defesa por pressão para nossa equipe. A segundo razão foi o aparecimento de um defensor novo em

nossa equipe. S. Eremin, um dos defensores rnais rápidos da Europa. Muito rápido com boas reações e grande habilidade para interceptar passes. Porém não tem altura suficiente para jogar pressão homem-ahomem. Eu creio que a eleição das táticas de defesa da equipe depende da habilidade dos jogadores e seu desejo de jogar uma defesa ativa. COMO PRATICAR DEFESA ZONA-PRESSÃO: ,Nós preparamos o tipo de zona-pressão 1-3-1 que alguns, espero, presenciaram na partida da Copa da Europa entre o CSKA e o Real faz dois anos. Seu treinamento durava 20 minutos em cada treino. Tem que começar primeiramente por criar uma atmosfera de unidade, cooperação e necessidade de praticar muitíssimo este tipo de defesa por zona. Tem que esquecer do êxito sem trabalhar duramente cada dia. Com isto já podem os jogadores aprender e entender perfeitamente todos os movimentos e ações deste tipo de zona-pressão. Devemos adaptar o treinamento físico e preparação técnica para resolver todos os problemas de pôr em prática este novo tipo de defesa. É bem sabido que, atualmente, tem que ter boas, fortes e ágeis pernas para poder jogar bem e rápido esta defesa. Isto significa que o jogador deve estar em perfeitas condições físicas para agüentar correndo, saltando, para estar preparado para muitas paradas, troca de direção, tentativas de interceptar passes, etc. Explicarei como a equipe Nacional da URSS prepara metodicamente defesas de zona e homem-ahomem. Este método chamamos: PRÁTICA CIRCULAR: Durante a prática circular se combinam os exercícios com pesos, na preparação física, com exercícios de técnicas individuais e exercícios especiais de defesa com pressão. Fixamos 6-7 diferentes estações com diferentes utensílios desportivos, 2-3 jogadores exercitando-se durante 30-40 segundos em cada estação, logo durante um intervalo de 2 minutos se ocupam com exercícios técnicos para seguir a seguinte estação: PRIMEIRA ESTAÇÃO: Depende da habilidade física do jogador, sua força e condição. Um jogador se coloca agachado, com o


peso sobre os ombros e salta rapidamente para cima. físicos. Os jogadores podem entender seus movimenDepois de 30-40 segundos, apanha a bola e se exercita tos e deslocamentos e, além disto, tomar rnais tempo durante 2-3 minutos, driblando contra um por todo o para preparar cada ataque e, em conseqüência, cada jogador emprega rnais tempo na defesa. Uma das campo. novas modalidades que usamos neste tipo de defesa por pressão, técnica, táticas de ataque e acondicioSEGUNDA ESTAÇÃO: namento è o método de "influências esperadas". Isto Pesos de 24 e 32 kg. Um jogador está de pé sobre usamos durante a pré-temporada, quando se coordois bancos paralelos com o peso em suas mãos. denam a base técnica e física da equipe. SimultaColoca-se agachado completamente e salta o mais alto neamente com o acondicionamento físico do jogador, possível com o peso em suas mãos e as costas bem aperfeiçoamos passes em campos de grama; 2-3 círretas. Depois de 30-40 segundos deste exercício, pas- culos ao redor do campo de futebol praticando por pares. Passes entre 3 e 5 jogadores com 2 ou 3 defensam a exercitar-se na pressão 2 a 2 em meia quadra. sores por todo o comprimento do campo. TERCEIRA ESTAÇÃO: Saltos para cima, para os lados, para frente e para trás, com o peso nas mãos estiradas sobre a cabeça ou à altura do peito. Depois de saltar, exercícios técnicos de tentar tirar a bola do adversário. QUARTA ESTAÇÃO: Exercícios de pés do tipo que praticam os boxeadores com o peso sobre os ombros. O peso não deve ser superior a 50% do peso do jogador. Depois de 30-40 segundos deste exercício, 2-3 minutos de arremesso. QUINTA ESTAÇÃO: Saltos com giros de 180 ou 360 graus, depois de saltar alto, os jogadores devem aterrisar sobre suas costas, joelhos, estômago. Deveriam aprender o salto mortal. A este exercício segue um 4 x 4 de exercícios de defesa-pressão. SEXTA ESTAÇÃO: Exercício para fortalecer os músculos do estômago. O jogador apóia-se em suas costas com alto pesado em suas mãos e seus pés estirados. Depois o jogador passa a exercitar-se em 5 x 5 defesa com pressão por todo o campo. SÉTIMA ESTAÇÃO: Saltos com medicine-ball com as pernas estiradas. As mãos dos jogadores por cima de suas cabeças ou imitando passes. Este exercício é seguido de lances livres. Nós usamos muitos exercícios em que se praticam situações nas quais a defesa possui vantagem sobre o ataque. Estes exercícios desenvolvem coordenação, unidade e agressividade dos jogadores defensivos. Estamos sempre tratando de combinar condição física com exercícios técnicos. Outra maneira de aprender a jogar com pressão é alargando o terreno de jogo onde os jogadores praticam 3 x 3 com pressão por todo o campo, e 5 x 5 com pressão no campo de futebol. A realização de exercícios em um campo de jogo grande facilita a sua equipe realizar rnais exercícios

Outro exercício: o jogador tem que saltar duas barras de 1,5 m e 1,20 m a uma distância de, aproximadamente, 1 metro entre as duas, com finta no centro. Também exercícios para desenvolver velocidade, combinadas com elementos de basquetebol. Corridas de 60-80-100 metros com passes. Os jogadores começam a corrida em diferentes posições; de pé, de costas. Com este método se consegue um grande efeito enquanto se preparam diferentes esquemas táticos com a pressão incluída. Os métodos para treinar em defesapressão se fixam nos modernos métodos didáticos. Quando o ataque é passivo, se ensina a defesa por pressão, por pares ou trincas, com vagarosidade. O aprendizado segue em diferentes etapas da defesa: 1 . a etapa — desde a linha da área ao lance livre; 2. a etapa — desde a linha de lance livre ao centro do campo; 3. a etapa — desde o centro de campo à linha da área. Depois se fazem treinos com alinhações completas, com ataques passivos e imediata correção dos erros da defesa. Ocupamo-nos destes detalhes mais de duas semanas e unicamente depois é que passamos à verdadeira pressão de jogo. Até então só praticávamos exercícios de pressão cada dia. O ponto débil da zonapressão 1-3-1 e outros tipos de pressão, é o rápido rompimento do ataque. Se o contrário pode contraatacar então não teme a zona-pressão. A razão para isto é a seguinte: quando sua equipe ataca para a cesta, os dianteiros e pivô se situam perto da tabela e os armadores atrás: quando a equipe contrária se apodera da bola, os jogadores rnais altos correm para a zona e os armadores em direção contrária. Este é o momento grave para nossa equipe porque não pode defender-se contra o contra-ataque. Qual o caminho para sair disto? Muitos técnicos não querem arriscar e usam a zona-pressão somente depois de lance livre, bola ao alto. Agora nós trabalhamos em novos tipos de pressão, como quando nossos jogadores começam o ataque com os adversários sem ainda trocarem de posição. Nossos jogadores rnais altos se colocam à frente de uma zona 1-3-1, depois que os adversários tomam posições; e os armadores são os responsáveis pelos passes longos para nossa cesta. É claro que este tipo de pressão requer jogadores rnais universais, rnais mobilidade da linha frontal e


muito tempo de prática. Porém, em minha opinião, no que escolhemos durante nossa experiência. Não crefuturo se verá o seu resultado. mos que tenhamos resolvido nada novo, nem nunca Aqui nós somente tocamos pontos básicos, visto desta questão, por isto não falamos de movimenmetódicos, da prática desta defesa de zona-pressão, tos e trocas na zona-pressão.


NOTAS SOBRE A CLINICA DE LOU CARNESECCA

ataque em posição de tiro; de nada nos serve ter a posse da bola se estamos fora da quadra. — Receber a bola olhando o aro; o motivo de toda Depois da apresentação de Lou Carnesecca, este começou sua clínica realçando a importância dos finta de recepção é receber, porém fazê-lo olhando o detalhes e dos fundamentos. Importância que explicou aro. brevemente com exemplos de jogos; fatos que haviam — Se não temos a bola, saber onde está. ocorrido com jogadores de categoria reconhecida e — Todo atacante deve estar atento a dois homens, que por falhas de fundamentos haviam perdido os ao seu marcador e ao marcador do companheiro que lhe jogos. vai passar. — Nos dribles que antecedem o tiro, o último deve 1.° caso: faltavam 6 segundos, perdíamos de 1 ponto, e nosso jogador, em um contra-ataque, na linha ser rnais forte, para que a bola suba à altura da mão e de lance livre, sozinho, recebe a bola; ao começar a assim seja rnais rápido ao arremessar. driblar, a bola bate no pé e sai. Perdemos o jogo. — Olhar sempre o que faz o homem que lhe pas2.° caso: faltavam 3 segundos, ganhávamos de 1 sou a bola. — O passe é de grande importância; nós podemos ponto, e um jogador nosso esbarra sem querer em um adversário que não oferecia perigo, pois não tinha a ensinar 40 jogadas, porém se o passe não é bem feito de bola nem boa colocação na quadra. Foul, dois tiros, e nada valerá. perdemos de 1 ponto. — Os homens grandes são como pedras, que Como estes, poderia contar muitos casos rnais, temos que burilar, e é muito difícil; porém, com paciênpor isto não deixaria de repetir a mesma coisa: o rnais cia, conseguimos e depois estaremos muito satisfeitos importante é que ao sairmos daqui tenhamos a convic- com isso. — Uma questão também de grande importância é ção de que é necessário fazer os fundamentos corretamente. Se não sairmos com esta convicção, te- a do tempo, espaço e comunicação (entre os jogadores). remos perdido o tempo. — Não driblar, e se driblar, não pare, tem que manter-se driblando até que saiba o que fazer. 0 ATAQUE INDIVIDUAL: I M P O R T Â N C I A DOS D E T A L H E S :

— Ler a defesa — Jogar para conseguir um bom tiro, não para o bom atirador — Depois de passar, não ficar parado — Controlar a bola olhando o aro — Estou buscando uma bola especial. Pagaria muito por uma que não se pudesse driblar. Ao pensar em ataque, é preciso formar um equilíbrio entre ele e a defesa. Tudo que se faça na quadra tem de ser preparado; que não ocorra por acidente, mas sim porque estava previsto. Isto se consegue com repetição, perseverança e trabalho duro. Para ensinar o ataque, começaremos trabalhando um para um, são coisas de 50 anos de antigüidade, que, porém, é necessário conhecer. — Conhecer como joga o defensor: perto, longe, em ajuda, e t c ? Este estudo tem que ser feito em segundos. — É muito importante a rapidez em fazer chegar a bola no ataque e em penetrar, quer dizer, começar o

— Criar uma certeza no jogador que arremessa, convencendo-o que isto foi possível porque quatro trabalharam para ele. — O bloqueio não deve ser feito de lado, é muito pequeno; de frente é rnais largo. — O rnais difícil è ensinar o passe, já que todos querem atirar e não têm confiança no passe, confiança que se adquire com treino. — Se deseja forçar faltas de um jogador contrário coloque o seu atacante perto do aro. FILOSOFIA: — Temos que estar sempre uma página adiante de outro técnico. Quando durmo, eu penso em basquete; porém ele também pensa. — As formas de jogo variam constantemente: em 1950 era tudo jogo livre; em 1960, sistemas; em 1970 voltou-se ao jogo livre. Agora voltamos aos 8, porém com 3 jogadores, ao invés de 5. — Nenhum jogador jogará colado à linha de fundo, porque assim só terá um caminho aonde ir.


— Em minha equipe os cinco jogadores, normalmente, salvo exceções, jogam por fora. Não jogamos com pivô fixo no garrafão. — Cada vez se joga e se defende melhor, e por isto as entradas são muito rnais difíceis; além disto, dentro das zonas tem muitos homens altos, que podem cortar os tiros. Por isso não considero maus os tiros de 3 a 5m. — Para escapar de um defensor, junte-se a ele, assim não poderá reagir bem. — Os homens parados dão vantagem à defesa, por isto os que não participam diretamente na jogada devem estar fazendo alguma coisa, preocupando seus defensores. Não se pode dar oportunidade ao defensor de estar relaxado. A mim preocupa jogar contra equipes que façam muitos passes e se movam, pois isto significa que estão buscando nossos pontos fracos. — Deve-se jogar para conseguir um bom tiro e não para um bom atirador. Porém, que é um bom tiro? Para que exista um bom tiro é necessário: Que seja um local de grande porcentagem. Que meus companheiros saibam que vou atirar. Que tenhamos rebote. Que exista equilíbrio defensivo. — A responsabilidade é sempre do que passa. Em caso de dúvida não se deve passar. — Usemos toda a quadra, não fiquemos amontoados. — Se depois de um passe aparece a oportunidade de um bom tiro, faça-o. Porém, se necessita de 7 passes, não se preocupe, faça-os também. — Temos de situar os jogadores onde possam dar maior rendimento, de acordo com suas características. Temos que aproveitar suas boas qualidades. Para isto é necessário sonhar muito e, sem dúvida, os técnicos o fazem, porque não há ninguém que sonhe rnais que um técnico de basquete. Se deixar de sonhar, é hora de começar a dedicar-se a outra coisa. A seguir foi explicado um sistema de ataque com os cinco homens por fora. Gráfico 1:

1 passa a 3 e vai receber 5 sobre o pivô do alto do lado forte; 3 corta para a cesta, depois será 5. O 4 sobe ao pivô do alto do lado forte; 3 é bloqueado e recebe 5, passa à posição do pivô de baixo. O 2 bloqueia 1 e já podemos começar de novo o sistema. Agora vamos explicar as variantes deste sistema:

Primeira: Gráfico 2:

O armador ordena "juntar-se" e os pivôs se aproximam rnais da zona. O 1 passa a 3; 5 bloqueia 4, que corta para a bola; 5 sobe ao pivô alto depois de bloquear; se recebe, volta e joga (1 contra 1) ou passa a 4, que tenta situar-se dentro da zona. Segunda: Gráfico 3:

1 passa a 3; 5 sobe ao pivô forte e bloqueia a 4. O 3 devolve a bola a 1; 4, depois do bloqueio, corta pedindo a bola; 5 permanece na posição do pivô embaixo. Terceira: Gráfico 4:

1 passa a 3 e vai receber mão-a-mão; 5 sobe ao pivô forte; 3 corta pela zona, para baixo; 5 vai de novo para o pivô baixo; 3 volta da zona, pelo mesmo lado, porém bloqueado por 5. O 4 sobe e recebe de 1, que arremessa ou passa a 3, que deve subir, ou a 5, que, depois do bloqueio, deve voltar para receber este passe em caso de que tenha havido troca.


Quarta: Grafico 5:

A DEFESA I N D I V I D U A L

— A defesa é o ponto rnais importante do basquete, já que para ela não se necessitam grandes jogadores; necessita-se, sim, de vontade, de determinação e dedicação. — A defesa é responsabilidade do técnico, já que os fundamentos da defesa, se ensinados, servem para sempre; só faz falta a concentração. — Começaremos ensinando a defesa normal e não a de pressão; será uma bobagem começar a correr antes de saber andar. — Na defesa não existe mistério, somente tem qu© se ter em conta que o técnico contrário estará satisfeito se permitirmos três fatores: 1 — Um arremesso simples 1 passa a 3 e vai receber mão-a-mão; 3 corta para o 2 — Recuperar um rebote em nossa defesa fundo de onde volta para receber de 5, que havia re3 — Ter entradas cebido de 1 no lado fraco, enquanto 4 bloqueia 2 e am— Aos grandes atacantes não podemos parar bos podem receber. completamente, porém, se ao invés de 20 tiros conQuinta: segue só 15, aqui está o segredo. — A equipe que controla a tabela, controla o jogo; Grafico 6: daí a importância do rebote. — Como exercícios para treinarmos a defesa, usaremos todos os que explicamos para o ataque, porém com marcação. Além disto, também faremos alguns específicos para a defesa. — Depois do arremesso, reação para voltar à defesa. — Depois de voltar, adiantar-se em direção ao seu homem. Não perder de vista a bola nem quando esteja correndo. — Três idéias são fundamentais para uma defesa: 1 — Jogar duro 2 — Fazer difícil o passe 3 — Fechar-se — Sempre que haja um tiro, bloqueia-se o adver1 passa a 3 e vai receber mão-a-mão; 3 corta para a sário para que o rebote seja nosso. cesta e vai bloquear 4; 1, se não pode passar a 4, — Ainda que exista quem diga para não fazer troca bloqueandose com 5 no lado fraco, 2 bloqueia 3; 2 não na defesa, eu creio que se deve fazer, já que existe deve ficar quieto, deve fintar, e, quando 1 começar a driblar contra o bloqueio, vai bloquear 3. Se ficasse quem bloqueie bem e não se pode passar por cima do bloqueio. quieto seu defensor ajudaria. Sexta: Gráfico 7:

DEFESA DO PIVÔ — Existe um lugar especial, no qual cada pivô gosta de jogar; por isto devemos tomar esta posição antes que ele chegue. — Aos bons pivôs é muito difícil defender 1 contra 1, logo devemos compensar a situação e todos devemos colaborar. — Defender adiante ou em 3/4, nunca por trás. Se nos ganham, que o façam de fora, não dentro do garrafão. DEFESA D A Z O N A "É uma defesa secundária". Seus princípios são:

1 passa a 3 e vai receber mão-a-mão. O 3 inicia o corte e se abre para o lado forte; 1 passa a 2 e 5 vai bloquear 4. Normalmente o tiro será do que bloquear.

— Um homem no da bola — Fazer difícil o passe seguinte — Assegurar o rebote defensivo


Gosto desta defesa como variante, não como defesa básica; é então uma defesa auxiliar. A zona é fácil de ensinar, porém difícil de se fazer bem, já que existem muitas possibilidades que o ataque pode aproveitar, como antes já falamos. As normas gerais para defesa de zona são:

Gráfico 2:

1 — Voltar tão rápido quanto seja possível. 2 — Ter a certeza de que cada jogador saiba onde ir. 3 — Os jogadores das zonas de trás têm que falar dando instruções. 4 — Não nos movermos quando nos fintam 5 — Mover-se quando a bola for movimentada

2 — Menos alto que 3 — Estará constantemente fintando na defesa, para — A zona deve ser treinada 10 minutos por dia, no que não se atrevam a passar por ali. — Se passam ao lateral, vai fazer 2 contra 1 com 4 fim do treino, quando os jogadores estiverem cansados. — Se passam ao fundo, fará 2 contra 1 com 5 — O ensino da zona exige dividir em partes os 3 — Se recebe o pivô do atacante de 1, 2 e 3 removimentos e estudar as situações parciais. trocedem até ficarem atrás da bola. — 1 e 4 vão defender o pivô. Tendo em conta os princípios básicos, podemos Gráfico 3: utilizar defesa por zona em qualquer sistema de ataque. DEFESA Z O N A - P R E S S Ã O M E I A - Q U A D R A : Ganhará muitos jogos. Objetivos: É uma defesa que não deve ser utilizada a todo momento, só nos instantes justos. — Pode ser empregada: contra equipes de grande estatura, para mantê-las longe do aro. Contra equipes de pouco domínio da bola e sem experiência. — Igualmente pode ser empregada se estamos perdendo (para recuperar a bola) ou se estamos ganhando (obriga a um maior número de passes). Missão e características dos jogadores:

4 — Mais rápido que 5, é o segundo reboteador. — Impede que a bola chegue ao pivô. — Se a bola vai à lateral, faz 2 contra 1. Gráfico 4:

Gràfico 1:

1 — Tem que ser rápido, inteligente e ter um espírito aventureiro. — Deve levar o seu marcador para o lado — Fará um 2 contra 1 com 2 — Se passam ao pivô, vai fazer 2 contra 1 com 4 — Se 2 e 4 fazem 2 contra 1, irá defender o pivô.

5 — É o mais alto e melhor rebote — Impede passar bombeado — Faz 2 contra 1 nas esquinas — Tentará abafar todos os tiros de perto e irá ao rebote. Como exercício, coloca-se 6 atacantes para dificultar a defesa e dividir todos os movimentos em partes.


DEFESA Z O N A - P R E S S Ã O T O D A Q U A D R A : "Tenho muita confiança nesta defesa". Faremos com que o ataque jogue em um tempo, espaço e ritmo não habituais. Características e missão dos jogadores: 1 — Homem-ponta, alto e rápido. — Com as mãos para cima, leva a bola para o lado que quiser. — Não salta, a menos que seja para recuperar a bola. — Não se moverá até que a bola seja passada. — Vai para a direção do homem que recebeu o passe. 2 — Não muito rápido, forçará seu adversário para a lateral. — Depois do 2 contra 1, volta para defender a A. Gráfico 5:

3 — Entretém e não defende até que chegue 2. — Se o passe é mal feito, pode tentar cortá-lo. — Voltará para o centro se 4 foi fazer 2 contra 1 na lateral. 4 — Ditará iguais a 1.

instruções,

terá

condições físicas

— Seu trabalho maior é de defender o adversário de sua situação. — Se este adversário recebe, não deixar ultrapassar. — Fazer 2 contra 1, se o atacante de 2 escapa; o melhor lugar para fazer 2 contra 1 é na linha central, já que o adversário não poderá voltar. 5 — É o mais alto, melhor rebote. — É o arqueiro do aro. — Sua missão é não permitir que entrem os atacantes no garrafão, nem que arremessem próximo ao aro. DEFESA DE C O N T R A - A T A Q U E : 1 — Máxima pressão em sua origem, por isso colocamos três jogadores no rebote ofensivo. Porém, se ainda assim eles conseguem o rebote:

Gráfico 6:

2 — Pressionarmos o homem que o recuperou, para que não possa dar o passe com rapidez, nem que possa sair driblando. 3 — Deve existir uma rápida volta para a defesa, e será o armador do lado contrário de onde tenha caído a bola o responsável. 4 — Não tentar tomar a bola, é muito perigoso; temos apenas um limite de cinco faltas; basta que eles percam a bola ou sejam parados. 5 — Procurar levar os atacantes para as laterais e não dar nunca as costas à bola.


ORIENTAÇÕES PARA DIREÇÃO DE EQUIPE Vince Eldred (Téc. Morristown U. - New Jersey)

Tanto o técnico novo como o veterano devem observar uma série de normas bem definidas. Normas específicas que assegurem um rnais amplo e eficiente ensinamento, a correta utilização do tempo e um desenvolvimento consistente do rendimento. As seguintes "regras" são aplicadas em todos os níveis do basquetebol. FILOSOFIA: Que tipo de sistema ofensivo e defensivo você irá aplicar? Não espere até o 1.º treino para decidir se vai utilizar uma defesa de zona ou homem-a-homem. Determine, tão logo o possa; assim você estará totalmente preparado quando chegar o 1.° dia de treinamento. O primeiro ano em um novo clube pode trazer um problema. Não conhecendo o plantei, você não pode conhecer suas aptidões. Depois do 1.° ano você saberá como eles se amoldam dentro de sua filosofia. Tão logo haja decidido seus sistemas de defesa e de ataque, insista neles. Não troque na metade do campeonato. Repentinas trocas causam incerteza e podem provocar a perda de confiança no que estão fazendo. Portanto, pode-se corrigir ou reformar alguns aspectos para as partidas especiais, porém, uma vez que tenha resolvido seus sistemas, não rnais os troque. A — Sobre direção: Não trate de jogar a partida em lugar de sua equipe. Desde o momento que você os preparou da melhor maneira possível, não os confunda vociferando conselhos e com uma enxurrada de trocas "levando mensagens a Garcia!" Isto pode confundi-los e desmoralizá-los. Além disto, raramente produzem benefícios. Portanto, permita aos jogadores que joguem eles próprios a partida. Naturalmente, irão cometer erros e você deve assinalar e corrigi-los à medida que transcorra a partida. Faça ajustes e substituições quando seja necessário. Trate de antecipar situações e problemas. Porém, em conclusão, dê aos jogadores a parte que lhes toca. SEJA O R G A N I Z A D O : você não pode ter êxito se não está bem organizado tanto para os treinos como para os jogos. Leve a cabo um cronograma de cada treino, dando um tempo específico a todas as fases que queira cobrir. Mantenha seu programa. Se você estipulou 15 minutos para um exercício defensivo

não se exceda. Estará roubando tempo a outro aspecto igualmente importante. Se determinado exercício nãm è realizado a contento, programe-o com igual tempo paru o próximo treino ou, ainda mais, se as outras fases do treinamento prosseguem satisfatoriamente. Para não desviar-se do plano de trabalho previsto em cada treino, utilize um ajudante como cronometrista. Isto permitirá cobrir vários aspectos do treino ao invés de concentrar-se em um ou dois. Dirija o treino ativamente, passando de uma fase para outra sem demora, o que manterá vivo o interesse e entusiasmo dos jogadores. EXERCÍCIOS DE F U N D A M E N T O S : faça executarem os exercícios apropriada e rapidamente. Advertência: rapidamente não quer dizer precipitadamente. Significa realizá-los velozmente porém com eficiência. De nenhuma maneira realize um exercício somente para encher o tempo do treinamento. Decomponha a ofensiva e a defesa em seus componentes e arme os exercícios com uma ou rnais destas partes importantes. Em resumo, sempre tenha os jogadores praticando os movimentos e lançamentos que lhes são comuns em uma partida. É melhor treinar uns poucos e bons exercícios apropriada e energicamente que ter um grande sortimento deles somente pelo fato de ocupar tempo de treinamento. JOGUE O JOGO COM SIMPLICIDADE: não complique as coisas. Explique tudo com precisão e simplicidade e asseguere-se de que os jogadores o compreenderam, e melhor fazer bem poucas coisas que muitas mal. C O N D I C I O N A M E N T O : crie a consciência em seus jogadores de que seu maior inimigo não é o adversário mas sim a fadiga, e que o único meio de manter este inimigo acorrentado è desenvolver e manter a mesma condição física. A fadiga causa a perda de concentração e uma pronunciada redução da eficiência. Próximo ao fim de uma partida ou de um treino muito intenso, é fácil observar que os jogadores realizam esforços para se manterem concentrados à medida que começam a sentir-se cansados. Esta classe de intensa concentração pode, via de regra, demorar ao menos por uns poucos minutos — a


chegada da fadiga e o custo que ela invariavelmente obriga. A má condição física traz problemas de fadiga e perda de concentração. C O N D U T A FORA DA Q U A D R A : o que o jogador faz fora da quadra é, via de regra, tão importante como o que faz dentro. Os maus hábitos podem destruir tudo o que se consegue no treinamento e o técnico deve tratar de exercer algum tipo de controle sobre os jogadores, particularmente com aqueles rnais difíceis. J O G O DE EQUIPE: uma permanente predisposição ao esforço dentro de uma dedicação total à equipe é o que realmente vale, não o individualismo. Enfatizar que o basquetebol demanda cooperação e jogo de equipe e que sem isto acontece o caos. Ninguém deve entrar na quadra com a mente posta so-

mente no ataque. Os jogadores e equipes importantes têm em conta ambos os aspectos do jogo. Destaque o fato de que o cestinha deve ter primeiro a bola para encestar e que o único meio para consegui-la é através do esforço de seus companheiros de equipe. A estrela individualista deve prazerosamente sublimar-se em proveito da equipe. Em sua função de técnico você deve fazer o impossível para incentivar o jogo de equipe. 0 jogador que faz 20 pontos em uma partida não necessita motivação. Pode-se estimular estes jogadores fazendo-os jogarem dentro de algum sistema de pressão e estabelecendo algum tipo de prêmio para suas virtudes defensivas, rebote, etc. É magnífico ter uma grande cestinha na equipe. Porém é muito melhor ter cinco jogadores que joguem em conjunto e se sacrifiquem um pelo outro em benefício da equipe, compensando freqüentemente as deficiências físicas.


A FILOSOFIA DO TÉCNICO Frank A r n o l d (Téc. Brigham Young University)

9 — A atitude de alguns jogadores pode diminuir 1 — Os cinco jogadores titulares serão escolhidos quando a equipe já estiver definida e eles não fazem seguindo quatro critérios: parte dela. Portanto, o técnico pode retardar o sistema a) Habilidade no ataque; de conjunto nos treinamentos tanto quanto seja posb) Habilidade na defesa individual; sível. c) Habilidade na defesa-pressão; 10 — Quando de 5 contra 5, mantenha os sete d) Habilidade no contra-ataque. melhores jogando. 2 — A equipe estará formada por cinco titulares, 11 — Não ensine demasiadas coisas. dois ou três reservas principais e quatro ou cinco jo12 — Prepare-se com otimismo com as forças que gadores, que somente entrarão em ação quando a partenha, e, se por acaso surgem lesões, troque, se for tida estiver ganha ou perdida. necessário. Não se prepare para uma futura adversidade 3 — Dar aos jogadores veteranos, no princípio da no presente. temporada, rnais tempo para que provem a si mesmos. 13 — Na quadra, não deixe que a emoção afete 4 — Faça jogar aqueles jogadores cujas aptidões seus comentários sobre o jogadores. Critique, porém estão aflorando. Não aqueles jogadores que têm futuro, não diminua um jogador. Não seja sarcástico, nem o inporém que desenvolvam um jogo pobre. terrompa de maneira negativa. Repreenda sua má 5 — Alguns jogadores não jogam bem em conjun- atuação, porém não diante de seus companheiros. to. Escolha jogadores que possam jogar como uma 14 — Quando uma equipe está jogando bem e unidade. ganhando, o técnico está junto com os jogadores. Não 6 — Quando selecionar sua equipe, escolha entre os despreze quando perdem. Analise, corrija e treine oito e doze jogadores que demonstrem boa vontade nos rnais. treinamentos, e não aos melhores no ranking. 15 — Um erro pode ser benéfico se: 7 — Não se apresse em tomar decisões. Uma vez a) o reconhece b) o admite que as tenha tomado, não se apresse em mudá-las. c) aprende com ele 8 — Nos treinos, decida a equipe o rnais breve posd) o esquece sível (duas ou três semanas); se os jogadores estão 16 — Os torneios devem ser jogados por "morte trabalhando bem, não faça trocas somente para dar uma oportunidade a um jogador: ele já deveria ter tido súbita". Olhe somente um jogo de cada vez. essa oportunidade. Se o jogador está continuamente 17 — Não se preocupe demasiado com a oposição. cometendo erros, então, aí sim, faz-se a substituição. Faça o que lhe parece que deva fazer e o faça bem.


ESTRATÉGIA NO JOGO Neal Baisi

As estratégias de jogo são as decisões tomadas an- acalmá-lo. Um jogador irritado é pouco útil e é possível tes de seu início, que se julgam corretas ou errôneas, que prejudique o esforço da equipe. dependendo do resultado deste jogo. Esta é uma parte 6 — Nunca discuta ou fale com os juizes. Esta é da tradição do basquetebol. tarefa do técnico. Quando um jogador comete falta técA estratégia é uma fase do basquete igual à ofen- nica, pode sentar-se no banco pelo resto do jogo. Isto é siva e à defensiva. Muitos técnicos não a tratam assim; um erro indesculpável da parte do jogador. 7 — Se você tem quatro fouls, não jogue negligenao invés, eles deixam que esses jogos equilibrados se temente na defesa. Muitos homens são muito melhores decidam por influência da Providência, somente. Quando se encontra um técnico que não pensa na quando têm cinco do que quando têm quatro fouls. estratégia até que o momento crítico se apresente, es- Você deve jogar como se tivesse um só foul. 8 — Se um adversário tem quatro fouls, tratamos teja certo de encontrar-se ante uma equipe que não recebeu ensinamento sobre o que fazer nos últimos ins- de jogar em cima dele. Se notamos que está rnais tantes de uma partida equilibrada. Este è o outro fato preocupado em permanecer no jogo que por sua ação que diferencia uma equipe organizada de outra nem defensiva, muito melhor para nós. 9 — Não trate de ocultar uma lesão ao técnico. Istanto. to poderá ser prejudicial para você e para a equipe. Nós sempre realçamos a importância da estratégia 10 — Se obtemos a posse da bola faltando 30 para a equipe, especialmente nos dias que precedem um jogo difícil. Durante a pré-temporada mantemos segundos para terminar o 1.° tempo ou o jogo, nos conversações explicativas nas quais dedicamos parte do seguramos para executar um só tiro sem tempo que o tempo a tratar sobre a estratégia para o final do jogo. adversário volte a atacar. Alguns dos pontos que realçamos nessas sessões são os seguintes: PEDIDOS DE TEMPO: 1 — Quando só restam poucos segundos de jogo e Com respeito a este item, eu sou muito conserse necessita converter uma cesta, leve a bola tão próxima da meia quadra como possa e logo peça "tem- vador. Em muitos de nossos jogos não fazemos uso de p o " . Depois do tempo, estaremos suficientemente nenhum pedido. Nós praticamos um jogo de corridas permanentes e muito depende de manter a pressão próximos para fazer um passe e executar um tiro. física sobre o adversário. Quando nós pedimos "temNOTA: no regulamento internacional isto é imposp o " , estamos ajudando o adversário a descansar e sível por ferir as regras. 2 — Se estamos em uma situação em que temos recuperar-se. No caso de um jogo difícil, o pedido de que lançar um tiro-livre e o score nos é desfavorável por tempo é o único mecanismo compensador que resta três pontos, lançamos, tratando de converter o primeiro juntamente com as substituições. Nossas defesas amedrontam alguns oponentes e lançamento. Se o erra, lançamos, tratando de errar o segundo tiro e reboteamos, tratando que se produza a os obrigam a pedir " t e m p o " a fim de fazer ajustes. Cada cesta com foul. Se convertemos o primeiro tiro, em vez que os adversários solicitam um " t e m p o " nós lugar de errá-lo, pedimos tempo. Durante isto, faremos trocamos nossa defesa. Deste modo eles experimentam ingressar na quadra nossa mais alta combinação de grande dificuldade para ajustar seu ritmo, e os obriga a jogadores para ter maior possibilidade no próximo gastar seus pedidos muito rnais rápido. Nós preferimos rebote. Nós erramos deliberadamente o segundo tiro e aplicar maior pressão sobre os jogadores rnais jovens, menos experimentados. De acordo com minha extratamos de converter de tapinha. NOTA: também isto é impedido pelas regras inter- periência, os jogadores podem descobrir este tipo de jogador rnais rapidamente que o técnico. nacionais. 3 — Nunca permitimos a um adversário que peO ESFORÇO DO ÚLTIMO MINUTO: netre driblando para a cesta para tentar uma cesta com foul. Tratamos de dificultá-lo porém sem cometer foul. Esta é uma das cenas rnais familiares no bas4 — Não pedimos " t e m p o " , a menos que isto seja quetebol. Da equipe que está perdendo, nos últimos absolutamente necessário. 5 — Nunca perca a calma durante um jogo e se minutos é exigido um maior esforço para tentar vencer. notar que um companheiro está intranqüilo, trate de Muitas equipes iniciam este esforco e não chegam a


1 — Quando um jogador está em dificuldades com atingir o objetivo. Se queremos realizar este esforço ele deverá começar não depois de 5 minutos, antes de os fouls. 2 — Quando um jogador está mal defensivamente. finalizar o jogo, e acredito que não há diferença no modo em que se deve jogar sem ter em conta o tempo 3 — Quando a equipe está derrotando facilmente que falta, especialmente quando sua equipe está per- os adversários. 4 — Quando o jogador discute com os juizes ou é dendo. Quando estamos inferiorizados no placar, a equipe deverá esforçar-se a fundo e a única razão para punido com falta técnica. 5 — Em um jogo equilibrado, quando um adverafrouxar o esforço é que o jogo tenha terminado. Nós fazemos todo o possível para que a equipe não perca o sário está por lançar um tiro de foul, durante um moritmo. Nós queremos que saibam que o mínimo exigido mento crucial do jogo, nós geralmente substituimos a é um rendimento de 100% em basquetebol. Quando es- fim de, com a espera, colocá-lo um pouco rnais nertamos derrotando mal o adversário, não permitimos que voso. 6 — Ocasionalmente, substituímos com o pronossa principal formação perca o ritmo. Tiramo-la do jogo para entrar a segunda equipe a "todo o vapor". pósito de trocar a defesa. Substituímos pelas seguintes razões:


COMO FAZER SUBSTITUIÇÕES Ronald Kautzner (Téc. Illinois High School)

A H A B I L I D A D E P A R A FAZER S U B S T I T U I Ç Õ E S Durante o transcorrer de um jogo de basquete, o técnico tem a obrigação de tomar algumas decisões que podem significar a diferença entre a vitória ou a derrota. Uma dessas áreas de decisões é concernente a ter que fazer substituições. Um técnico deverá saber quando é melhor fazer uma substituição, assim como saber quando não substituir. Como em todas as fases do basquetebol, alguns técnicos são melhores que outros para fazerem corretas substituições no momento apropriado de um jogo. Um técnico não deverá realizar substituições ao acaso, jogando "cara ou coroa", ou elegendo por casualidade. Ele deverá saber o que está fazendo quando efetua uma troca e fazer essa troca com um propósito. Uma regra que deverá ser básica para ordenar uma substituição é a pergunta que o técnico deverá fazer a si mesmo. Pode esta substituição aumentar a possibilidade de vitória? Não importa qual seja a razão para realizar a troca, isto é: um jogador cansado ou um jogador que esteja em má noite, um lesionado, esse deverá ser o fundamento sobre o qual se tome a decisão. A fim de que um técnico possa substituir tranqüilamente, o fator rnais importante é que conheça e compreenda seus jogadores. Ele deverá saber os pontos fortes e fracos de cada jogador assim como suas condições físicas e mentais. Por exemplo: se a situação requer um melhor defensor, ele deverá saber que indivíduos do banco podem dar à equipe este fator. Se a situação é de pressão em uma fase crítica do jogo, o técnico deverá saber que substituto pode responder positivamente ante esta pressão, denominada money ball player (o jogador capaz de salvar o dinheiro). Se é necessário um melhor arremessador, o técnico deverá saber que jogador do banco pode preencher esta necessidade. Se um técnico pretende ter equipes freqüentemente vitoriosas, deverá ter reservas capazes no banco para poder recorrer quando seja necessário. Rara vez um técnico pode ter uma temporada de êxito, jogando com somente cinco jogadores durante todo o tempo. As situações que se apresentam durante o ano exigem o uso de substitutos, por exemplo, as lesões, enfermidades, razões disciplinares ou fouls. Um técnico deverá construir um banco forte e deve dedicar-se a isto. Treinando os reservas ele será capaz de encontrar jogadores capazes.

Em continuação, encontrar-se-ão sugestões para cumprir com a tarefa de construir um forte banco: 1 — Enfatize o fato da necessidade de um número mínimo de jogadores participarem em cada jogo. Em nossa situação particular, motivei nos jogadores a idéia de que um mínimo de oito jogadores é necessário para cada jogo. 2 — Utilize os principais reservas durante a primeira metade do jogo. Esta sugestão evita que o técnico tenha que utilizar um jogador na injusta situação de ter que ingressar frio durante os últimos minutos. Se ele é mantido fora, e depois é necessário no final do jogo, pode ter a tendência a realizar um mal passe, efetuar um tiro que normalmente não faria ou errar em um aspecto defensivo. No entanto, se ele participou no princípio do jogo, estará menos propenso a sentir-se nervoso e menos temeroso de cometer erros. 3 — Nos treinos, durante as partidas amistosas, use os principais substitutos mesclados com os considerados titulares. Trabalhe com diferentes combinações de reservas e titulares, porque durante o jogo um técnico nunca pode estar seguro sobre quando possa surgir uma situação que exija mesclar um reserva para fortalecer a equipe. 0 técnico deverá prever uma situação em que tenha que jogar uma parte ou todo o jogo sem contar com seu melhor defensor, seu melhor arremessador, ou sem seu melhor driblador. Esta deverá ser uma parte de sua preparação prévia ao jogo e permitirá aos jogadores familiarizarem-se com os deslocamentos e hábitos de seus companheiros. 4 — Descubra especialistas que possam sair do banco e cumprirem uma tarefa específica. Em realidade todos os substitutos podem ser classificados como especialistas, porque eles são colocados em jogo para cumprirem uma determinada função que fortaleça as possibilidades de vitória, e um técnico pode anteciparse a determinadas situações que exigem a entrada de um especialista. Por exemplo, um técnico pode desejar aumentar o ritmo do jogo; portanto, pode colocar um jogador rnais rápido, um que tenha sido exercitado para aplicar pressão em lugar de um jogador rnais lento, e passar a aplicar pressão. Se o técnico não prepara seus reservas para situações especiais, ele não poderá reagir em um jogo em que sua equipe se encontre em desvantagem. 5 — Ocasionalmente, permita que os titulares se retirem mais cedo do treino e faça jogar os substitutos como titulares. Isto ajuda também a fortalecer o espírito


e o entusiasmo da equipe, o que os mantém mentalmente alerta. 6 — Trate os reservas como trata os titulares. Trate-os com igualdade, porém tenha em conta as diferenças e as individualidades. Faça com que os reservas conheçam seus pontos fortes e suas debilidades individuais. Enfatize a necessidade de trabalhar para melhorar e demonstre a boa predisposição do técnico para gastar tempo extra com eles antes e depois dos treinos normais. O bom substituto termina de desenvolver quando sente ou tem a consciência de que já é capaz de ser titular. Deve-se fazer saber aos jogadores o fato de que um bom substituto é importante e o que deve prevalecer é o interesse da equipe. Um substituto deverá estar convencido de que é necessário e isto fará com que se mantenha mentalmente alerta e entusiasmado.

úteis nos minutos finais de um tempo ou no final do jogo. Quando um jogador está displicente, deverá ser trocado imediatamente. Isto, geralmente, é evidente na parte defensiva. A este jogador, se indicará logo o motivo da substituição e caso retorne ao jogo terá que pôr todo o esforço para não prejudicar a equipe. Isto é necessário inclusive para manter a disciplina. Substituir um jogador que esteja cansado também é obrigação do técnico. É quase impossível para um jogador, deslocar-se a toda velocidade durante cada minuto de jogo particularmente se estão buscando o contra-ataque e uma defesa de pressão em toda a quadra. A fim de poder manter o ritmo de jogo, a equipe funcionará melhor com um substituto descansado. Usualmente pode-se perceber o cansaço de um jogador e fazer a substituição necessária. Um titular que esteja reincorporado recentemente à equipe depois de uma enfermidade ou lesão pode ter que ser substituído rnais que o usual. Ele não pode estar SITUAÇÕES QUE PODEM NECESSITAR DE UM normalmente em sua condição física e necessitará desSUBSTITUTO: cansar com maior freqüência. Se está doente, a melhor O estilo de ofensiva ou defensiva usado pelos decisão é que não jogue e que seu lugar seja ocupado oponentes pode determinar necessárias substituições por um reserva. para neutralizar sua estratégia. Eles podem estar defenUma substituição pode ser feita pelo fato de um dendo zona e pode-se estar necessitando de um bom titular não estar em uma noite normal. É natural que não lançador de fora, ou ainda estar pressionando em toda a se possa esperar que todo jogador renda a máxima quadra, e isto talvez exija um rompedor. Um adversário eficiência sempre. Existirão jogos em que um jogador pode também ter um defensor débil na marcação in- cometa erros repetidos; se o técnico conhece seus dividual e para tirar vantagem disto podemos tirar um jogadores, poderá saber que alguns momentos no bantitular não muito forte para este jogo e fazer ingressar co podem ajudar a este jogador encontrar seu ritmo um substituto que seja forte para penetrar a cesta. normal. 0 técnico deverá saber o momento apropriado Pode ser necessário proteger um jogador carre- para fazer este tipo de substituição. Ele deverá dar ao gado de fouls e por isto substituí-lo. A filosofia concer- jogador a oportunidade e o tempo necessário para que nente a esta situação varia de técnico para técnico. Al- se adapte ao jogo. guns substituem quando é cometida a 3. a falta, durante Para conseguir que alguns jogadores reajam poa primeira metade do jogo, porque consideram que a sitivamente é necessário que fiquem um pouco no 4. a é feita imediatamente após a 3. a . Eles preferem banco. Ás vezes, o banco é um método para fazer saber começar o 2.° tempo com este jogador na equipe, con- ao jogador que não deve cometer o mesmo erro no tinuando com ele até que cometa a 4. a falta, e então futuro. Sentar no banco não é nenhum prazer e o substituí-lo até os últimos minutos para colocá-lo outra conhecimento de que a repetição de erros, por desvez. Outros esperam até que seja cometida a 4. a falta, cuido, resultará em ir para o banco, usualmente manopinando que ele não jogará bem depois de estar duran- terá o jogador rnais alerta. Deverá ficar claro para o te muito tempo no banco. jogador que o fato de cometer um erro não significará 0 conhecimento que um técnico tenha de seus ter que ir para o banco. Isto pode colocá-lo sob pressão jogadores pode determinar, em parte, a decisão sobre e pode travar sua performance por medo. quando substituí-los ou não. Alguns jogadores têm a As medidas disciplinares podem dar como resulhabilidade de jogar longos períodos de tempo entre o tado uma imediata substituição. Por exemplo: um 3. ° e 4. ° foul e entre o 4. ° e 5.°, sem perder sua agres- jogador que cometa "falta técnica" pode ser trocado a sividade. Outros jogadores têm a tendência de cometer fim de que saiba que sua ação não será tolerada porque o próximo rapidamente, depois de haver cometido um. trará reflexo sobre seus companheiros, técnicos e sobre Não obstante, outros jogadores sentem tal temor em a instituição que representa. Isto será igual para um cometer foul que reduzem sua agressividade até o pon- jogador que mostre falta de respeito para com o técnico to que um substituto pode render com maior eficácia ou companheiros. que um titular. Alguns jogadores ficam tão conserAlguns técnicos usam substitutos para levarem invadores depois de haverem cometido o 4.° foul que é formações aos companheiros que estejam na quadra. melhor que o técnico não o utilize. Igualmente, os No entanto, se é possível, as mensagens deverão ser jogadores que cometem fouls desnecessários deverão passadas aos jogadores mediante sinais do banco. Se ser substituídos. um técnico tem tanta informação que não possa ser Um técnico pode desejar treinar jogadores que es- transmitida desta forma, pode ser melhor pedir "temtejam exercitados para esfriar o jogo (segurar a bola) ou po". para marcar pressão toda a quadra. Ele verá que os Às vezes os jogadores não estão preparados mensubstitutos que estejam preparados para isto são muito talmente para um jogo. Isto geralmente ocorre quando


têm que jogar contra um adversário fraco e jogam sem o mesmo empenho por suporem que ainda assim ganharão. Uma substituição contra esta atitude chama-os à realidade. Pode ser necessário, às vezes, substituir os cinco jogadores. Se um jogador se lesiona, deverá ser trocado não somente como proteção contra qualquer risco, mas também para seu próprio bem. Ocasionalmente um jogador é superado em físico ou em velocidade. Quando isto sucede, uma substituição pode ser necessária para evitar esta desproporção. A única possível exceção para efetuar substituições sem que seja para melhorar a estratégia da equipe e aumentar suas possibilidades de vitória, se dá quando a equipe esteja ganhando por ampla margem. Os reservas que ocupam o 9.°, 10.°, 11.* e 12.°, deverão sentir-se integrantes da equipe. Se eles não são

utilizados, ao menos neste tipo de situação, seu entusiasmo estará propenso a diminuir e isto aparecerá em treinos futuros, quando é necessária a presença deles contra os titulares. Seu amor-próprio se elevará se têm a oportunidade de jogar com dois dentre os titulares que continuam em jogo para jogar com eles. Eles têm a dura tarefa de jogar todas as semanas contra os titulares durante os treinos e dever-se-á dar a oportunidade de jogar com as "estrelas" da equipe como um prêmio. Se o jogo não está saindo bem, substitua, a fim de melhorar as possibilidades de vitória. Se os cinco jogadores que começaram jogando estão provando ser uma boa combinação, uma substituição pode não ser necessária. Pode não ser prudente substituir para fortalecer uma unidade que esteja rendendo bem e arriscar a possibilidade de perder o ritmo da equipe.


QUALIDADES DE UM BOM TÉCNICO J o h n Lawther

O homem adquire boa saúde por meio da atividade física (e a vida está composta de atividade física), desenvolvendo as habilidades necessárias, forças e resistências de que precisa. O homem deverá estar com melhor estado físico do que necessita para suas atividades diárias, a fim de poder fazer frente às ocasiões de emergência que podem se apresentar. Essas emergências podem incluir a repentina necessidade de incrementar, em grande medida, suas horas de trabalho, para atender a situações imediatas. Essa situação pode ser vital e desconcertante, tal como uma repentina crise financeira em seus assuntos pessoais, ou, inclusive, uma enfermidade e até a morte de um ser querido. Pelo menos uma vez em cada geração o homem pare e ter que ser chamado para ser submetido à extrema atividade do serviço militar. Qualquer que seja a emergência que caia sobre um homem, ele estará obrigado a adaptar-se e manter-se firme. Os desportos são um meio para desenvolver esta capacidade de fazer frente às emergências. Esta perfeição e refinamento de controle, que temos em mente quando falamos de um indivíduo elegante, natural, equilibrado e bem coordenado, se adquire mediante anos de experiências diárias, com uma selecionada variedade de vigorosas atividades físicas. Como acompanhantes e em concordância com a atitude e idoneidade desportiva, e a precisão e delicadeza do controle corporal, os desportos altamente emotivos ensinam serenidade mental e estabilidade emocional que sustentarão os atletas em posições bem resolutas e imutáveis, em futuras situações críticas que podem encontrar. O alto nível de capacidade física e resistência à fadiga — que consideramos ser indispensável para a preparação militar — é extremamente difícil inspirá-los em tempos de paz. Porém, as instituições educativas confiam em desenvolver líderes pacíficos para a obtenção de energias sem limites, e grande potência física. Estes líderes podem ser um exemplo, depois de sua graduação, mantendo um alto nível de capacidade motora ao chegar em bom estado na idade madura. A manutenção de um alto nível de estado físico, por tais homens, pode ser considerada divertida para eles, e até, talvez, uma patriótica responsabilidade. Nossos atletas deverão ser nossos exemplos de vigor, porque nenhum outro programa de atividades está acompanhado pelas intensas motivações essenciais para lograr e preservar este tipo de capacidade física.

O homem não encontrou outro substituto para a urgência de triunfar nos desportos, como um meio de conseguir que os rapazes se esforcem para alcançar níveis cada vez rnais altos de aperfeiçoamento. Nada conseguiu igualar esta intensa urgência competitiva para desenvolver o controle emocional, apesar dos estímulos rnais excitantes. Nada se aproximou tanto como a urgência de triunfar nos esportes, como um meio de motivar hábitos de saúde, a conduta moral e o treinamento para alcançar o bem-estar físico. Os especialistas em psicologia e higiene mental indicaram, como uma básica necessidade humana, a necessidade do respeito a si mesmo, para chegar-se à aprovação e ao respeito dos outros, e a necessidade de expressar a própria individualidade; em outras palavras, uma necessidade de conseguir meios de diminuir a sensação de inferioridade que caracteriza toda pessoa normal. Mediante o prestígio da participação desportiva, a terapia psíquica e fisica de uma diversão fisicamente ativa e a vigorosa auto-expressão desportiva, o rapaz satisfaz estas necessidades. Ele reajusta suas inquietudes juvenis, vigorosas e brincalhonas, e suas energias, transformando-as em expressões socialmente aprovadas, e o desenvolvimento de sua personalidade. O desenvolvimento das fontes de energia no homem parece ser grandemente facilitado pelo efeito da exercitação das grandes massas musculares, no crescimento e desenvolvimento de órgãos vitais do corpo. O estímulo que proporcionam as batalhas desportivas competitivas sobre o coração e pulmões do indivíduo, a grande demanda sobre o sistema circulatório, a incrementada demanda dos canais de alimentação, o fígado, o baço; em realidade, o forte estímulo para lograr um ritmo rnais rápido e performances rnais eficientes de todo o organismo, incluindo os processos metabólicos e eletroquímicos, pareceram proporcionar ao atleta uma altamente produtiva e fisiológica "energia dinâmica". Existiram tendências, nos círculos acadêmicos, desalentando este excessivo desenvolvimento de energia, porque esta se expressa por si mesma e, se não está dirigida apropriadamente, irá expressar-se por meios danosos, molestando os professores escolares. Em efeito, alguns professores, no passado, consideraram os desportos principalmente como um método para gastar energias, a fim de que os rapazes não causassem problemas disciplinares. Um exemplo vem à memória do autor; a "Decano" das mulheres de um


colégio pediu ao Presidente do Departamento de Os testes de força são tipos comuns recomenEducação Física que pusesse em prática um vigoroso dados por alguns experts, como excelentes para medir programa desportivo para as meninas, com o propósito a habilidade desportiva. Podem-se medir determinadas de gastar seu excesso de energias e que fizesse com forças — a força de determinados grupos musculares, que elas se mostrassem menos afetuosas ao sair per- é claro — porém a força se expressa nos desportos em seguindo os rapazes. 0 Presidente do Departamento uma combinação de aspectos chamados "potência". lhe assegurou que um programa deste tipo somente A potência eficaz depende de muitos fatores, tais poderia incrementar a energia das alunas, até o grau como ação do braço de alavanca, velocidade e a reem que elas não só perseguiriam os rapazes, como titude da aplicação da força. Por exemplo: A classitambém chegariam a alcançá-los. ficação dos atletas, mediante um teste de força, pode bém chegariam a alcançá-los. colocar uma pessoa muito fraca adiante de outra muito O fato de que esses jovens enérgicos ocasional- forte. Por outra parte, a potência mal dirigida é inútil e mente se metessem em diabruras se originava em até prejudicial para o êxito desportivo. falhas dos adultos, que não lhes proporcionavam 0 homem de "linha" que "choca muito" (futebol suficientes coisas que valessem a pena realizar. O americano) é caçado como rato. 0 boxeador que lança professor compreensivo de hoje usa esses dinâmicos swings loucos fica descoberto para ser contragoljovens como líderes escolares e confia em que maior peado. Usualmente, o controle do equilíbrio, necesquantidade de estudantes desenvolvam essas reservas sário para se realizar a próxima ação, é transtornado pela expressão de potência carente de destreza. Os de energia que os levam a grandes realizações. A antiquada idéia de que um rapaz é bom se per- exemplos dos erros que podem acontecer — se os manece quieto, dócil e fisicamente ¡nativo no colégio atletas fossem selecionados para os desportos somenfoi desbaratada. 0 jovem de alta qualidade não é um te sobre as bases dos resultados de testes objetivos — dócil recipiente dentro do qual o professor verte en- podem ser multiplicados indefinidamente. sinamentos. Ele é um organismo ativo, interrogador e O ponto a ser recordado é que uma individualipensante. A inatividade física habitual indica pro- dade não é uma acumulação de qualidades, mas sim blemas de saúde mental ou física. A dócil submissão uma fusão de qualidades. Até agora, nenhum químico não significa esforço cooperativo; pelo contrário, sig- especialista em fisiologia foi capaz de criar uma fórmula quanto ao que se produz quando uma específica nifica atitudes enfermas e fraco espírito. O conceito geral de que uma boa conduta significa quantidade de qualidades diversas se fundem dentro "comportamento inativo" é contrário à indústria, à de uma personalidade humana. Nenhum teste pode igualar à execução de enprodução, ao progresso, ao engenho e à criatividade. Você deve ter ouvido a expressão de que um rapaz saios, para mostrar o que o treino desportivo pode "não vale a pena" se não comete uma diabrura de vez fazer com a combinação única de qualidades de cada em quando. Esta é justamente uma velha interpretação atleta. 0 melhor método de avaliação desenvolvido até da necessidade de excesso de energias que produz o bom estado físico. "O demônio não encontra muito hoje é aquele em que o técnico observa seus atletas na trabalho para que realizem as mãos enfermas, se as execução do seu esporte e efetua comparações de mãos enfermas pertencem a um jovem com pouca suas habilidades, especialmente quando eles comenergia." Ele "não vale a pena", nem sequer para o petem entre si, na execução de destrezas básicas, em demônio. Por outro lado, o jovem possuidor de energia jogos de "introdução desportiva e em partidas de prática entre os membros da equipe. O técnico levará é que faz um nome por si mesmo. registros diários, antecedentes e sumários acumulaA V A L I A Ç Ã O DO J O G A D O R tivos das performances de seus atletas quando praO bom técnico sabe como reunir, analisar e inter- ticavam e competiam em jogos. Ele usará estatísticas e pretar os dados e classificar seus jogadores por suas diagramas da quadra para acumular dados objetivos potencialidades para triunfar. Não existem testes dos êxitos e erros, das porcentagens e dos pontos forrápidos de administrar, ainda que os testes possam tes e fracos. E o técnico continuamente deverá avaliar servir de alguma ajuda para realizar uma primária e im- seus atletas em função dos dados adicionais que perfeita seleção de um grupo muito grande de joga- acumule à medida que a temporada se desenvolva. 0 dores. Os testes e outros métodos de medição podem cronômetro, a estatística e o diagrama da quadra, o esconder dados rnais bem objetivos de alguns aspectos registro de rebotes, as porcentagens, os filmes são importantes de um atleta; porém o que este aspecto elementos que se usam para ajudar a análise desporpode significar, quando se junte com outros aspectos, tiva dos atletas. 0 julgamento objetivo e imparcial do é extremamente difícil de determinar. Um pode medir a técnico implica enfrentar seus atletas uns com os velocidade da corrida em linha reta, porém, com isso outros, até dispor de um adequado número de dados desconhecer como se pode utilizar esta velocidade em através dos quais se selecionam os atletas com mais uma situação de jogo. Um termo descritivo comum probabilidades de triunfar. CORAGEM - Â N I M O para o uso inapropriado da velocidade por um atleta em um desporto é a frase que diz. "Sua cabeça não 0 técnico deverá possuir a coragem suficiente para pode caminhar ao mesmo ritmo que seus pés"; outra: fixar seus julgamentos nas evidências acumuladas, "ele corre demasiado de um lado para o outro, sem prescindindo da posição do atleta no meio ambiente, ou chegar a lugar nenhum." de outras pressões externas. Mais de um técnico teve


que mandar ao banco o seu capitão, porque a habilidade desse jogador não justificava sua seleção como membro de uma equipe que jogue em conjunto. A amizade pessoal, a simpatia por uma personalidade particular e a pressão da comunidade em favor de um determinado atleta deverão ser ignoradas se os fatos favorecem a eleição de algum outro atleta para a posição de jogo. Esta objetividade pode exigir um pouco de coragem pessoal. A mesma coragem que deixar no banco um atleta que o técnico considera que não está em condições de jogar, do ponto de vista de saúde, quando ambos, o atleta e o público, insistem em que jogue. 0 técnico deverá ter a coragem de proteger o atleta contra possíveis danos ou lesões. Esta proteção pode implicar a oposição do técnico de participar em uma programação demasiada intensa, de jogos difíceis e freqüentes, ou a jogos ou práticas que habitualmente mantenham jovens em processo de crescimento, fora de suas casas até altas horas da noite. Às vezes é necessário proteger os atletas da crítica. Eles podem cometer erros. O técnico desejará freqüentemente dissimular, perante o público, os reais erros de um atleta que acarretam ao técnico tanto derrotas como ásperas críticas. O atleta é imaturo, emotivo, e ainda não está preparado para suportar as duras críticas sem sofrer um sério abalo em sua confiança. Dependerá do técnico manter o que se aconselha. DIGNIDADE

competidores durante a competição e depois da vitória ou da derrota. 0 bom desportista aprende a controlar seus sentimentos, de modo que possa sorrir e congratular-se com o vencedor quando ele é o derrotado e se recusa a aladear quando é o ganhador. Ele joga duro, porém limpamente. Porém, se a ele não aborrece perder, nem lhe importa ganhar, sua conduta não merece crédito. Ele não está controlando suas emoções. Simplesmente carece de emoções. SOCIABILIDADE 0 técnico, mais que qualquer outro, mantém estreito contato com os atletas. Grande parte de seu êxito dependerá de sua habilidade para compreender as pessoas. Por outra parte, a amizade e a colaboração de seus ajudantes serão necessárias. A habilidade para adquirir tal amizade depende, em grande parte, da sensibilidade do técnico e de sua habilidade para compreender os pontos de vista de todos e de conversar inteligentemente acerca dos interesses das outras pessoas, e ajudar-lhes, ou estimular-lhes, se necessário. O técnico deverá ser, rnais que tudo, afável e cooperativo.

S A Ú D E E ENERGIA 0 trabalho do técnico é muito vigoroso. Tem ele suas atividades regulares no clube, seja espiando outras equipes, dirigindo jogos, analisando filmes, preparando-se para o próximo jogo, participando de palestras, dissertando para grupos interessados, seja outras atividades similares. Além disto, estão os treinos diários, nos quais deverá ser um líder, um exemplo de entusiasmo e energia. Em certas ocasiões pode ser vantajoso, com propósitos de ensinamento, que o técnico possa jogar com os atletas. Freqüentemente, necessitará demonstrar as técnicas corretas, para que os jogadores as imitem, e estilos ofensivos e defensivos que os oponentes usarão contra seus atletas.

Em geral, o técnico que mantém uma conduta digna a despeito das crises do jogo, dos disparates que cometem os jogadores, ou das decisões dos juizes contrárias à sua equipe, é o melhor técnico. O que comete uma ação insensata e emotiva é provável que desconcerte seus próprios atletas, é um mau exemplo de um líder, e é usualmente pouco eficaz para lograr os resultados que se desejam. Um incidente tal como uma violenta explosão do técnico local, como protesto contra a decisão de um juiz, tende a alentar os fanáticos a A necessidade de que o técnico possua uma boa serem rnais veementes em seus protestos. Pode até conduzir a ameaças e à violência. Esta é, sem dúvida, saúde e grandes reservas de energias é fundamental. uma direta evidência de que a adaptação emocional e social não são objetivos constantes deste particular C O N H E C I M E N T O S E DESTREZA professor de desportos. 0 técnico não pode justificar seus descuidos ou negligências de sua responsabili0 técnico deverá conhecer as manobras de ataque dade pela educação de alguns adultos de sua coe defesa e as formações a tal ponto que seja quase immunidade. possível, para um adversário, confundi-lo com um Ao tratar com as pessoas, é um fato bem co- ataque ou uma defesa desconhecida. Ele deverá nhecido que uma conversação séria e digna tende a ser conhecer o estilo das grandes estrelas do seu desporrnais eficaz que uma alteração rnais áspera. to, e as formas que melhor se adaptem ao jogador A mesma dignidade deverá ser mantida depois mediano. 0 técnico deverá ter a suficiente destreza em de um triunfo glorioso ou de uma derrota dolorosa. seu desporto, de modo que possa participar em qualquer momento que esteja ensinando, para demonstrar um movimento difícil. Ele deverá ser capaz de 0 VERDADEIRO DESPORTISTA imitar as execuções, propósitos de demonstração, Existem alguns conceitos falsos com respeito à natureza do verdadeiro desportista. O espírito de o estilo particular e a ação de um oponente, para o que eqüidade, o jogo limpo e o procedimento leal se re- esteja se preparando a equipe. Se o técnico pode ferem à conduta e não aos sentimentos interiores dos imitar, durante as práticas, as manobras dos adversários, e de tal modo preparar exatamente seus atletas


para o que terão que fazer, terá percorrido grande parte do caminho para o triunfo. As demonstrações do técnico são usualmente executadas com movimentos lentos, para esclarecer melhor uma parte difícil do padrão de jogo. Disto se deduz que o técnico idoso não deverá jogar partidas de prática contra seus atletas. O técnico só demonstrará os detalhes que possa executar melhor que seus atletas, a fim de mostrar-lhes como progredir. Se o técnico fosse um excepcional exécutante, seria valioso jogar durante curtos períodos contra seus atletas, para ressaltar alguns de seus pontos fracos. I M A G I N A Ç Ã O E EXPERIÊNCIA A imaginação criativa estará coordenando pequenas porções de experiências passadas em novas deposições. Novas manobras, novas técnicas e novas estratégias são essas criações do técnico, além de seus antecedentes de experiências sobre procedimentos eficazes. O bom técnico é construtivamente imaginativo em seu desporto. Durante o almoço, na grafia de novas idéias sobre os guardanapos de papel, ou na troca de disposição dos saleiros, taças, copos e açucareiros para improvisar situações de jogo, ele coloca um bloco de papel e um lápis ao lado de sua cama, à noite, para anotar idéias repentinas que lhe ocorram depois de estar deitado, idéias que podem ser esquecidas, se deixar para anotar pela manhã. Ele verá cada nova manobra, formação ou técnica de execução primeiro em função, e se vale a pena como está sendo realizada, e depois sobre que modificações se pode fazer para melhorar; ou notar um pequeno detalhe que possa ser suprimido ou agregado para seus próprios procedimentos. 0 ponto de que freqüentemente se esquecem os técnicos principiantes é que a imaginação criadora não é produtiva se carece de um acúmulo de experiências para dominar os detalhes e os fragmentos da ação. Ele deverá estar constantemente alerta para captar idéias novas, idéias que deverão ser revisadas, divididas, analisadas e sintetizadas com outras que conformarão a nova criação do técnico. As clínicas a que comparece, as conversas com outros técnicos, os jogos que vê, os livros e as revistas técnicas que lê vão completando o depósito mental do técnico para cimentar suas novas idéias. Ele recheia, com elas, sua mente, e logo deixa que as idéias floresçam. Ao buscar novas idéias, o técnico não deverá passar por alto as técnicas básicas, as manobras e as estratégias dos anos anteriores ao desporto. Com alguns pequenos ajustes, muitas coisas antigas podem converter-se em criações modernas com muitas possibilidades de êxito.

AS EXIGÊNCIAS DE T R I U N F O S Apesar da própria filosofia referente ao valor relativo educacional dos triunfos e das derrotas, o téc-

nico tem que ganhar freqüentemente, se quiser durar em sua profissão. A esposa de um famoso técnico chama a atenção sobre a importância anexa ao triunfo. Ela escreveu: " U m de meus filhos nasceu no dia em que nossa equipe devia jogar a final do Campeonato da Liga. Eu passei horas chorando e lamentando porque todas as pessoas que conhecia tinham ido ao jogo e haviam me deixado só. Logo quando minha enfermeira chegou, rindo e brincando, pude notar algum humor na situação. Os amigos que chamavam ao telefone não me perguntavam: é menino ou menina, mas sim quem ganhou o jogo. Outro dia, contei esta história a este filho, e ele perguntou: "Mãe, triunfamos? A pequena palavra "triunfo" é a rnais importante em caso de um técnico." A esposa de um técnico constituí uma parte tão importante de sua carreira que algumas pessoas consideram personalidade ao julgar as qualificações de seu marido. Uma grande esposa de um técnico é uma mulher que compreende as exigências da tarefa de seu marido o suficiente para renunciar à vida social que outras tanto desfrutam; a que suporta sem protestar as ausências quase constantes de cada para comparecer a treinos e jogos, viagens constantes e reuniões de todos os tipos; e a que suporta sem rebelião o humor negro de seu marido depois de uma derrota. Tal tipo de vida não é fácil, porém muitos dos grandes técnicos são suficientemente afortunados de possuírem tais "assistentes". TRIUNFOS TÉCNICO

E

DERROTAS:

ATITUDE

DO

Talvez uma atitude apropriada ao técnico seria a de considerar o triunfo, quando equipes relativamente iguais se enfrentam, como o melhor modo de: 1 ) aprender destrezas: 2) realizar esforços; 3) atuar sob compulsão; e 4) melhorar a condição física. A escala de triunfos e derrotas pode ser a regra de medição aplicada pelo técnico, não importa qual possa ser sua opinião pessoal sobre a validade ou não como medida dos méritos educacionais de seus atletas. O técnico que aceita compiacentemente suas derrotas terá perdido sua vocação. S E N S O DE H U M O R Para continuar sendo uma pessoa sociável e equilibrada neste mundo dos desportos, é necessário possuir senso de humor. Este tipo de ¡nteligência, que permite ver o real significado dos acontecimentos diários, contribuirá, em grande parte, para levar uma vida estável e razoavelmente feliz na profissão de técnico. O senso de humor significa a capacidade de poder ver as contradições e os disparates no jogo e na vida, e desviar as próprias reações diante disto, convertendo-as em alegres emoções. Quanto a estas emoções, permitimos exteriorizá-las em sons, chamamo-las de risos. Qualquer coisa que seja faz esquecer as dificuldades, avaliar apropriadamente as derrotas e enfrentar a vida com renovada coragem.


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