Financeiro 119 - Janeiro/Fevereiro 2020

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EDIÇÃO

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JANEIRO - FEVEREIRO

Seja Bem-Vindo! Cadastro Positivo chega e pode beneficiar a todos neste momento desafiador

Road Show

ACREFI debate, em Recife, os avanços da tecnologia aplicados no mercado financeiro


Bradesco Financiamentos

Conte com condições especiais e turbine seu financiamento com soluções como Despachante, Reparo de Vidros, Seguro Prestamista, entre outros. Acesse financiamentos.bradesco > Quero financiar Central de Relacionamento Bradesco Financiamentos Consultas, informações e serviços transacionais. Capitais e Regiões Metropolitanas: 4004-4433 Demais Localidades: 0800 722 4433 Atendimento das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira. Das 8h30 às 14h30, aos sábados, exceto feriados nacionais. SAC 0800 727 9977 Deficiência Auditiva ou de Fala 0800 722 0099 Reclamações, cancelamentos e informações gerais. Atendimento 24 horas, 7 dias por semana. Ouvidoria 0800 727 9933 - Se não ficar satisfeito com a solução apresentada, contate a Ouvidoria, das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, exceto feriados.

Consulte disponibilidade nos parceiros autorizados, condições gerais, preço, prazo, tarifa de cadastro, tarifa de avaliação do bem, taxa de juros, encargos e Custo Efetivo Total (CET) do financiamento, em qualquer um de nossos Correspondentes no País. Crédito sujeito a aprovação.

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EDITORIAL

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HILGO GONÇALVES Presidente da ACREFI

MOMENTO DE DISCIPLINA, SOLIDARIEDADE E DECISÕES CONSCIENTES

O

brasileiro tem, entre suas principais características, a resiliência e a capacidade de superação. É um povo guerreiro e disciplinado. Passou por muitos desafios nas últimas décadas e sempre saiu fortalecido desses momentos, porque aprendeu com o legado dessas crises. E mais uma vez está diante de um enorme desafio, agora bem diferente e o maior de todos, pois o inimigo é oculto e pode atacar em todos os lugares. Nessa situação, a melhor estratégia é manter a calma, ser disciplinado em seguir as orientações das autoridades sanitárias e tomar decisões conscientes, sempre tendo as pessoas no centro de tudo, e como consequência buscar a melhor forma de dar continuidade aos negócios. A ACREFI sempre incentivou e apoiou a tomada de decisão consciente, tanto no crédito quanto no consumo. E mantém essa postura também no quadro atual. É fundamental que todos adotem o protagonismo: cada líder deve adotar as melhores atitudes em sua área de atuação, assim como deve fazer cada cidadão. De nossa parte, nós da ACREFI adotamos uma comunicação ativa com os associados. Divulgamos comunicados levando nossa mensagem de realismo e de prudência quanto à disseminação do coronavírus e ressaltando a importância do protagonismo. Além disso, distribuímos análises sobre o cenário e os reflexos na economia, de autoria do nosso economista Nicola Tingas. Também optamos por fazer as reuniões de março do Conselho Deliberativo e da Diretoria por videoconferência, além de criar comitê de crise entre os colaboradores, consultores da ACREFI e os associados, visando manter em tempo real todos bem-informados, além de procurar ouvi-los e ao mesmo tempo nos colocar à disposição para apoiá-los neste momento desafiador. A ACREFI colocou também 100% de sua equipe em home office desde o dia 23 de março. Nós ainda não sabemos a dimensão dessa situação e quanto tempo irá durar. Porém está muito claro que o momento é de total transformação

nos nossos comportamentos e é causa de muitos ajustes. As autoridades têm tomado iniciativas que reforçam, na prática, o cuidado com as pessoas e a continuidade dos negócios em todas as esferas. E o crédito nessa hora torna-se ainda mais importante, mas precisa ser utilizado de forma consciente, e para isso ter mais informações dos clientes é vital para que as decisões sejam ainda melhores. O CADASTRO POSITIVO, mostrado com destaque nesta revista, será com certeza um grande apoio para o momento. Em todas as oportunidades temos recomendado que o melhor caminho é manter a transparência nas relações e o compartilhamento de informações entre os cidadãos e empresários com as instituições financeiras. Assim todos se sentirão mais seguros na tomada de decisão. Precisamos ter em mente que este período de turbulência irá passar e em breve teremos novamente a retomada da normalidade e o reencontro com a fase de crescimento da nossa economia. Porém, antes precisamos estar todos juntos na superação deste momento. Precisamos ter consciência de que o período é muito crítico e agir rapidamente, com disciplina. Nunca é demais repetir: seguir as orientações das autoridades sanitárias é o principal antídoto, colocando as pessoas no centro de todas as nossas decisões. Em seguida, olhar para a continuidade dos nossos negócios e, para tanto, é fundamental buscar parcerias, ou seja, ter atitude colaborativa com todos os stakeholders, sejam eles colaboradores, fornecedores, clientes, pessoas da comunidade onde atuamos e autoridades. Recomenda-se ter atitude de protagonismo na área de atuação, fazendo cada um a sua parte e inspirando quem estiver ao redor a fazer o mesmo. Serão ações muito simples, que irão gerar um bem maior para todos. É momento de solidariedade, de HUMANIZAR ainda mais todas as nossas atitudes. E adotar propósitos convergentes para a superação deste momento por um futuro melhor, para a nossa geração e para as gerações futuras. f

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CONFIAMOS TANTO NO BRASIL QUE COLOCAMOS ELE NO NOSSO NOME. B3. BRASIL BOLSA BALCÃO. A B3 é a Bolsa do Brasil. Isso significa que estamos sempre prontos para ajudar o mercado a tomar a melhor decisão pensando no futuro. No nosso e do País. Afinal, quando o Brasil cresce, todo mundo cresce junto com ele.

acesse: b3.com.br


SUMÁRIO

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EDIÇÃO # 119

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O C adas t ro Po si t i vo de c o la e c o m e ç a a g erar re su l t ado s p ro g re s si vo s

R OAD SHOW

Recife Te c n o l o g ia ban c ária

ENT RE VISTA : PAULO S ARDINHA

R H em si n to n ia c o m o s n o vo s tem p o s

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PAINEL B3

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E SPAÇ O D O BEM

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GR ANDE VO O D O CRÉDITO

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F i nan c iam en to de veí cu l o s

Jo h n D e ere Brasi l faz ado ç ão para c entral de t ran sp lan te do Ho sp i t al Uo p e c c an

A S SO CIAD OS NOVOS

AR T IG O NIC OL A T ING A S

O m u n do en f ren t a o c o ro naví ru s

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ASSOCIADAS • AGORACRED S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • AVISTA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A.

• CAIXA ECONÔMICA FEDERAL • CARUANA S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • CCB BRASIL S.A. – CRÉDITO, FINANCIAMENTOS E INVESTIMENTOS

• BANCO A.J. RENNER S.A.

• CREDIARE S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

• BANCO BRADESCO FINANCIAMENTOS S.A.

• CREDITAS SOCIEDADE DE CRÉDITO DIRETO

• BANCO CBSS S.A. • BANCO CETELEM S.A. • BANCO CNH INDUSTRIAL CAPITAL S.A. • BANCO COOPERATIVO DO BRASIL S.A. BANCOOB • BANCO CSF S.A. • BANCO DAYCOVAL S.A. • BANCO DO BRASIL S.A. • BANCO FIDIS S.A. • BANCO GMAC S.A. • BANCO HONDA S.A. • BANCO HYUNDAI BRASIL S.A • BANCO INTER S.A. • BANCO ITAUCARD S.A. • BANCO ITAÚ UNIBANCO S.A. • BANCO JOHN DEERE S.A. • BANCO JP MORGAN BRASIL S.A. • BANCO DE LAGE LANDEN BRASIL S.A • BANCO LOSANGO S.A. • BANCO PAN S.A. • BANCO PSA FINANCE BRASIL S.A. • BANCO RCI S.A. • BANCO RODOBENS S.A. • BANCO SAFRA S.A. • BANCO SEMEAR S.A. • BANCO TOYOTA DO BRASIL S.A. • BANCO TRIÂNGULO S.A. (TRIBANCO)

• CREDITAS SOLUÇÕES FINANCEIRAS • ESTRELA MINEIRA CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. • FINAMAX S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • FINANCEIRA ALFA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS • GAZINCRED S.A • HS FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • JBCRED S.A. SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • KREDILIG S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • LECCA CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. • LISTO TECNOLOGIA S.A. • MERCANTIL DO BRASIL FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS • MIDWAY S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • NEGRESCO S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS • OMNI S.A. CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • PORTOCRED S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • PORTOSEG S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • REALIZE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. • SANTANA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • SANTINVEST S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

• BANCO VOLKSWAGEN S.A. • BANCO YAMAHA MOTOR DO BRASIL S.A.

• SAX S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

• BIORC FINANCEIRA CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A

• SENFF S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

• BMP MONEY PLUS SOCIEDADE DE CREDITO DIRETO S.A.

• SOCINAL S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

• BMW FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO • BRB CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A. • BV FINANCEIRA S.A. CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

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• UNICRED DO BRASIL – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS COOPERATIVAS CENTRAIS UNICREDS • VIA CERTA FINANCIADORA


EXPEDIENTE

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ISSN 1809-8843

PUBLICAÇÃO DA ACREFI - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO Rua Líbero Badaró, 425 - 28°andar São Paulo, SP - Tel. (11) 3107.7177 www.acrefi.org.br DIRETORIA BIÊNIO 2018 / 2020 PRESIDENTE Hilgo Gonçalves VICE-PRESIDENTES André de Carvalho Novaes Celso Luiz Rocha João Vitor Nazareth Menin Teixeira Leandro José Diniz Luis Eduardo da Costa Carvalho Rodnei Bernardino Wanderley Vettore DIRETOR TESOUREIRO João dos Santos Caritá Jr. DIRETORES REGIONAIS Edson Tadashi Ueda Elias de Souza Leonardo Lima Bortolini Marcos Teixeira da Rosa Nelson Dias de Aguiar Thiago Rodrigues Urbaneja CONSELHO DELIBERATIVO Érico Sodré Quirino Ferreira Giorgio Rodrigo Donini Hilgo Gonçalves José de Menezes Berenguer Neto Luis Eduardo de Carvalho Roberto Willians Silva Azevedo Rubens Bution CONSELHO FISCAL (EFETIVOS) Domingos Spina José Tadeu da Silva Ricardo Albuquerque Siga a ACREFI nas redes sociais

SUPLENTES Alexandre Teixeira José Garcia Neto Ricardo Kaoru ADMINISTRAÇÃO/ASSESSORIAS SUPERINTENDENTE Carlos Alberto Marcondes Machado RELAÇÕES INSTITUCIONAIS Antonio Augusto de Almeida Leite (Pancho) CONSULTOR ECONÔMICO Nicola Tingas CONSULTORA JURÍDICA Cintia M. Ramos Falcão CONSULTOR DE REGULAÇÃO E COMPLIANCE Sergio Odilon dos Anjos CONSULTOR DE OPERAÇÕES Cleber Martins AUDITORIA Boucinhas, Campos & Conti Auditores Independentes CONTABILIDADE Conaupro Consultoria e Contabilidade Ltda. ASSESSORIA DE IMPRENSA

PUBLISHER Sergio Tamer EDITORES Theo Carnier Gilberto de Almeida EDITOR ASSISTENTE Gustavo Girotto ARTE Deise Aneli REVISOR Vicente dos Anjos

* As matérias e artigos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.

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CAPA

Grande voo do crĂŠdito financeiro#119 janeiro-fevereiro 2020


O Cadastro Positivo decola e deve gerar resultados progressivos e significativos antes mesmo do próximo Natal

D

epois de um longo embarque, cercado de enorme expectativa, a aeronave Cadastro Positivo decolou efetivamente a partir de 12 de janeiro e segue agora, em ritmo progressivo, atrás da tão esperada velocidade de cruzeiro. Tudo de acordo com o que está previsto em seu plano de voo. A única diferença é que o avião será abastecido durante a viagem, até o fim de 2020, em três etapas. A primeira delas aconteceu ainda em novembro do ano passado, quando os bancos e as financeiras começaram a liberar as informações dos seus clientes para os bureaus de crédito.

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Foto: Johan-godinez-dDYRYivNzbI-unsplash

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CAPA

Ao longo do percurso, conforme está planejado, serão armazenados no “tanque” do Cadastro Positivo os dados gerados pelas empresas de telefonia, banda larga e TV por assinatura. Por último, mas não menos importante, devem ser incluídas as informações vindas das concessionárias de serviços públicos, como água, luz e gás, e companhias do varejo. Quanto mais pesado estiver o avião, quanto mais dados ele puder carregar, melhor será a qualidade do score de crédito dos consumidores. Mesmo contendo, por enquanto, apenas os dados fornecidos pelas instituições financeiras, o Cadastro Positivo é uma aeronave que deve impulsionar muito a economia brasileira nos próximos anos. Um entusiasta do Cadastro Positivo, Hilgo Gonçalves, presidente da ACREFI, tornou a aprovação da inclusão automática dos dados uma das mais importantes bandeiras da sua gestão à

70% – evolução que contribuirá para o crescimento das econômico do País”, avalia Hilgo.

Condições de juros mais favoráveis Para Luis Eduardo da Costa Carvalho, sócio fundador e presidente do conselho da Lecca Financeira, empresa associada da ACREFI, a implantação do Cadastro Positivo, após muitos anos de discussões, trouxe ao mercado financeiro um importante instrumento de avaliação de risco de crédito. “Durante muitos anos tínhamos apenas as informações negativas dos consumidores e com isso era impossível diferenciar os bons dos maus pagadores, lembra Costa Carvalho. Com as informações que começam a ficar disponíveis será possível 'separar o joio do trigo', ou seja, os consumidores que forem apontados no Cadastro Positivo passarão a dispor de mais crédito e, certamente, em condições de juros bem mais favoráveis”, acrescenta o presidente da Lecca Financeira.

Jovens e famílias de baixa renda Fotos: Divulgação

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HILGO GONÇALVES

Do ponto de vista dos bancos, o Cadastro Positivo trará diversos benefícios ao mercado financeiro. Em nota enviada à redação da revista, a Febraban posicionou-se sobre o tema e ainda destacou a importância da inclusão automática dos dados em relação ao público jovem e às famílias de baixa renda: “Esse conjunto de dados vai ampliar as opções e as condições dos empréstimos bancários, no médio prazo, ao

Presidente da ACREFI

frente da entidade. É bom lembrar que até julho de 2019, quando o Congresso Nacional aprovou o novo modelo do Cadastro Positivo, se as pessoas quisessem fazer parte da lista dos bons pagadores, precisavam registrar um pedido formal em um dos bureaus de crédito. “O Cadastro Positivo permite a inclusão de mais de 20 milhões de cidadãos e muitos micros e pequenos empresários. É estimado que atualmente o mercado de crédito está na ordem de 48%, em relação ao PIB. Esse percentual pode atingir, nos próximos anos, 60 a

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LUIS EDUARDO DA COSTA CARVALHO Presidente do Conselho da Lecca Financeira


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permitir aos bancos terem mais informações de pagamento do consumidor, especialmente dos mais jovens e de famílias de baixa renda, que precisam de crédito, mas não têm histórico bancário e garantias para oferecer. Levantamentos realizados para a economia norte-americana mostraram que a implantação do Cadastro Positivo levou a um aumento expressivo, acima de 70%, na taxa de aprovação de crédito, com consequente aumento da inclusão financeira”, afirma a entidade, que reúne mais de 120 bancos associados.

Efeito didático Como a consulta aos dados do consumidor foi liberada há pouco mais de dois meses pelo Banco Central, Marcel Domingos Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo, entende que o Cadastro Positivo está em processo de formação. “Por enquanto, o efeito ainda é mais didático e serve para estimular o consumidor a ter preocupação em manter o nome limpo”, diz Solimeo. “No momento, os bureaus ainda estão desenvolvendo o processo de cadastramento das pessoas para que se possa ter resultados mais efetivos e práticos para o comércio a partir do ano que vem”, prevê o economista da ACSP. Também observando a questão pelo ângulo didático, Joelson Sampaio, professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, espera que o Cadastro Positivo leve as pessoas a entenderem efetivamente que, pagando as suas contas, podem ter acesso a um crédito mais barato.

MARCEL DOMINGOS SOLIMEO Economista da ACSP

Maior poder de negociação Como presidente da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), Elias Sfeir, avalia que, embora o período de consulta ao score ainda seja relativamente curto, identifica uma sensação de otimismo no mercado, com a implantação do Cadastro Positivo automático. “Estamos vivendo ainda um momento de conhecimento, em que o consumidor procura entender o processo de satisfazer as curiosidades, absorver as explicações. Essa é uma etapa necessária e muito positiva”, garante Sfeir. As pessoas começarão a perceber a importância de ter um bom score na hora de buscar, por exemplo, um financiamento de 20 anos para comprar uma casa. Quando mais alto for o score, maior será o seu poder de negociação, argumenta o presidente da ANBC.

ELIAS SFEIR Presidente da ANBC

Um estudo realizado pela ANBC estima que o efeito do Cadastro Positivo pode significar uma injeção na economia nacional de R$ 1,3 trilhão. Outros números importantes são a expansão do PIB em 0,54% a.a., a redução do spread bancário em 4,05 p.p., a queda da inadimplência em até 45% e a geração de R$ 790 bi em novos negócios para empresas de todos os portes. Na linha de frente da gestão dos dados do Cadastro Positivo, os bureaus de crédito se movimentam para obter os melhores resultados a partir dos dados já repassados pelo mercado, de

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acordo com o cronograma organizado pelo Banco Central: primeiramente os bancos e as financeiras – etapa já efetivada –, depois as empresas de telefonia, banda larga e TV por assinatura, e por fim as concessionárias de serviços públicos, como água, luz e gás, e companhias do varejo.

Expectativa para o Natal de 2020 Diretora de Operações de Dados da Serasa Experian, Leila Martins considera que estamos vivendo atualmente uma fase de transição, em que é possível calibrar o modelo, fazendo os testes necessários com o público e com as instituições para que tudo fique ajustado em favor da melhor decisão de crédito. “A pauta da Serasa é analisar e trabalhar essas informações da melhor maneira possível para oferecer ao mercado a melhor solução, considerando daqui para a frente o enorme potencial desse banco de dados. Estamos

momento de aprendizado é importante também para que as empresas que concedem crédito, entre outras coisas, evoluam em seus processos internos, com a redução da burocracia e do tempo de espera do consumidor. “São diversos os benefícios que podem ser assimilados durante essa fase do Cadastro Positivo. Isso vale principalmente para as financeiras de menor porte, as cooperativas de crédito e os pequenos e médios varejistas. A ideia é que todos utilizem o Cadastro Positivo da melhor maneira possível, oferecendo boa oferta de crédito para o consumidor e aumentando a concorrência entre as empresas”.

VILÁSIO PEREIRA Gerente do Cadastro Positivo e de Operações do SPC Brasil

LEILA MARTINS Diretora de Operação e de Dados da Serasa Experian

falando em um universo que pode variar de 120 milhões a 150 milhões de consumidores”, avalia Leila. “Ainda estamos em março, as conversas e os entendimentos caminham muito bem e rápido. São sinais de uma perspectiva positiva. “Acredito que no Natal de 2020 o Cadastro Positivo já cause um impacto bem maior no mercado de crédito”, estima a executiva da Serasa Experian. Segundo Vilásio Pereira, gerente do Cadastro Positivo e Operações do SPC Brasil, esse

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Adoção cuidadosa e gradual Já Ricardo Thomaziello, diretor executivo de dados da Quod, observa que gradativamente as empresas têm buscado pelo serviço e que os consumidores estão se acostumando com a ideia de consultar e controlar o seu score. “Acreditamos, porém, que em um curto prazo o Cadastro Positivo se tornará fundamental para o desenvolvimento econômico do País, sendo um agente importante na hora de se decidir pela oferta de crédito”, afirma Thomaziello. “No entanto, a adoção de um novo score deve ser feita de maneira cuidadosa


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e gradual, justamente para não gerar um efeito contrário entre os consumidores e as empresas tomadoras de risco de crédito", pondera ele.

Velocidade de cruzeiro Bastante empolgado com os primeiros resultados gerados pelo Cadastro Positivo, Lucas Caiche Guedes, vice-presidente de Negócios da Boa Vista, garante que na prática o uso do score do Cadastro Positivo já tem provocado um aumento expressivo no índice de aprovação de crédito. “Ou seja, a melhoria do score tem contribuído para que se aprove mais, com maior segurança e menor risco de inadimplência”, conta ele. Na sua avaliação dois fatores devem impactar nos próximos meses a taxa de juros, o primeiro é a adoção do Cadastro Positivo, com os credores consumindo cada vez mais o score RICARDO THOMAZIELLO híbrido, com informações Diretor executivo de dados da Quod positivas e negativas.

O segundo motivador é a competição entre os agentes financeiros, incluindo as fintechs. “Quanto maior é a concorrência, maior também é a pressão para selecionar o público, oferecendo taxas competitivas e compatíveis ao risco, avalia Guedes. A grande expansão dos benefícios, no entanto, é esperada mesmo para o segundo semestre deste ano, com a chegada de novos dados, para que a partir de 2021 a aeronave Cadastro Positivo atinja a sua tão esperada velocidade de cruzeiro. f

LUCAS CAICHE GUEDES Vice-presidente de Negócios da Boa Vista

CADASTRO POSITIVO – TRAJETÓRIA 2003 2011 / maio 2013 / agosto

O Projeto de Lei do Cadastro Positivo é apresentado no Congresso Nacional Congresso aprova o Cadastro Positivo, com restrições. Consumidores passam a ter opção de solicitar às instituições financeiras a inclusão dos seus dados no Cadastro Positivo.

2019 / abril

Lei Complementar do Cadastro Positivo é sancionada pelo Presidente da República. Inclusão dos dados do consumidor passa a ser automática.

2019 / julho

Banco Central e o Conselho Monetário Nacional aprovaram as normas que regulamentam o Cadastro Positivo.

2019 / novembro

Bancos e instituições financeiras começam a compartilhar dados dos consumidores com os gestores do Cadastro Positivo.

2020 / janeiro

Os primeiros dados do score do Cadastro Positivo já podem ser consultados pelas instituições que o oferecem crédito e pelo próprio consumidor.

2022

Em dois anos, a lei do Cadastro Positivo prevê que o Banco Central envie ao Congresso Nacional um relatório sobre os impactos da nova medida na economia do País, com ênfase na redução ou no aumento do spread bancário.

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ROAD SHOW

NÃO FIQUE FORA DESSA Fotos: Divulgação

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Seminário promovido pela ACREFI no Porto Digital, em Recife, revela os inúmeros avanços e transformações digitais que agitam o mercado financeiro

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tenta aos avanços que têm impulsionado o desempenho do mercado financeiro e a qualidade dos serviços compartilhados com os clientes, a ACREFI organizou dia 6 de março, no auditório do Porto Digital, em Recife, o seminário Inovação e Tecnologia no Sistema Financeiro, com ênfase no segmento denominado ‘Pitches de Fintechs – empresas que nasceram na era das transformações digitais e usam a tecnologia de maneira intensiva para oferecer produtos inovadores na área de serviços financeiros’. O road show, o primeiro que a ACREFI realiza em Pernambuco, teve o apoio da B3 e a participação institucional do Porto Digital. Entre outros palestrantes, o encontro contou com a presença de Otávio Ribeiro Damaso, diretor de Regulação do Banco Central. Anfitrião do evento, Hilgo Gonçalves, presidente da ACREFI, ao abrir o seminário, explicou que o objetivo é disseminar conhecimento e compartilhar as principais inovações direcionadas ao mercado financeiro. "O momento é de transformação e de inovação; tudo isso visando à melhoria da experiência dos clientes", enfatizou ele. Aproveitou o momento e também falou sobre o atual cenário econômico: “Estamos otimistas

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com um horizonte, a partir do qual vislumbro um crescimento do País de maneira sustentável. A consolidação do Cadastro Positivo, acompanhada de uma percepção maior de educação financeira da população, será mais um grande impulsionador desse desenvolvimento. O score do perfil de pagamento do consumidor é um importante instrumento, entre outras coisas, para uma melhor negociação do crédito. Ele vai permitir, por exemplo, a inclusão de mais de 20 milhões de

HILGO GONÇALVES Presidente da ACREFI


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cidadãos ainda desbancarizados. Muitos deles, por sinal, são pequenos e microempreendedores. O Cadastro Positivo favorece a inclusão, a redução da taxa de juros e a expansão do crédito", destacou Gonçalves. Em seguida, Roberto Azevedo, presidente do Banco Semear, e Luis Eduardo Costa Carvalho, presidente da Lecca Financeira, saudaram os convidados, em nome dos conselheiros da ACREFI. “Esse intercâmbio de informações é de extrema importância e fortalece os pilares da entidade”, reforçou Carvalho.

Ganho estrutural de desenvolvimento

Central, que nos ajuda a inovar, vamos avançar fortemente em busca desse objetivo”, reforçou Raposo. Já Rodrigo Pereira, superintendente de Novos Negócios da B3, tratou do programa de inovação criado pela B3 e de todos investimentos aplicados com o objetivo de aproximar os agentes nesse mercado em forte ebulição. “A indústria de fintechs vem crescendo exponencialmente. É o nosso papel, como instituição ligada ao setor financeiro, atuar em favor da competitividade. Queremos colocar o Brasil em nível de excelência na competitividade global”, enfatizou Pereira. Ele também apresentou o Foresee, um programa de inovação da B3, que contribui para o desenvolvimento do mercado, por meio do aculturamento interno e da identificação de novas oportunidades. “É um programa que engloba diversas ações que irão fomentar a evolução do ecossistema empreendedor, conectar empresas, pessoas e startups”, explicou.

Na sequência, o acadêmico José Cavalcanti, professor da Universidade Federal de Pernambuco e do CESAR School, enfatizou a importância da inovação na transformação da economia no século 21. “Criamos o Porto Digital com essas características inovadoras para contribuir com a economia do País e, aos poucos, vamos retomando o nosso papel de disseminadores de conhecimento para formar profissionais ainda mais capacitados em tecnologia e inovação. Essa Ao abordar a importância dos dados e o impacto conexão com o olhar no futuro nos possibilita não da tecnologia e da inovação nos negócios, só avançar em nosso Estado (PE), mas trazer um Rodrigo Cunha, head de Machine Learning/ ganho estrutural de desenvolvimento nacional com foco na educação. É a tecnologia de Pernambuco a serviço do Brasil”, acrescentou Cavalcanti. Superintendente de Analytics da B3, Ricardo Leite Raposo destacou que a Bolsa vai muito além em termos de tecnologia e inovação, uma vez que o SNG (Sistema Nacional de Gravames) é uma base privada de informações que reúne o cadastro das restrições financeiras, operada pela B3. O executivo compartilhou com os convidados da ACREFI a informação de que a entidade pretende entrar também nos segmentos de seguros e no mercado imobiliário. “Queremos oferecer novas plataformas e uma rede de inovação para o mercado Hilgo Gonçalves e Otávio Ribeiro Damaso financeiro. Com o apoio do Banco

Tornar o futuro mais previsível

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ROAD SHOW

Big Data e de Novos Negócios na Neurotech, disse que a tecnologia hoje é commodity e, por isso, devemos conectar os dados com inteligência para tentar organizar um futuro mais previsível. “Fazemos isso com a ajuda da inteligência artificial para prever perfis de comportamento no futuro. A partir disso, podemos melhorar, por exemplo, a taxa de inadimplência da carteira e maximizar a aprovação de contratos. O tratamento e o armazenamento de dados no Brasil fazem parte de um movimento importante, pois permitem atuar positivamente na segurança e na proteção dos dados”, acrescentou Cunha. Grande defensor das transformações no mundo corporativo, Edisio Pereira Neto, fundador e CEO do Z.ro Bank – primeiro blockchain digital banking do País – alertou os convidados da ACREFI de que a liderança é conquistada com ações; não basta ter uma posição. “O CEO de uma empresa também precisa saber escolher os melhores; mais do que isso, deve conhecer profundamente os propósitos da empresa para poder compartilhá-los com segurança. Chamou a atenção ainda para três letras

que têm tomado conta do mundo da inovação: MVP – Minimum Viable Product (em português, Produto Mínimo Viável). Elas se referem à versão mais simples de um produto que é apresentado ao mercado. E a partir dele é possível avaliar seus benefícios perante os consumidores e usuários, além de permitir analisar riscos e oportunidades”, reforçou o CEO do Z.ro Bank. Focado em usar a tecnologia em benefício das transformações do cliente, Antônio Valença, CEO da Pitang, contou que a sua empresa é fruto de um spinoff da área de projetos comerciais do CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) e dividiu com a plateia experiências que envolveram soluções de alta qualidade em tecnologia de informação e comunicação. Em seguida, Vitor Nunes, fundador do Gavea Market Place, enfatizou a importância da parceria da sua empresa com a Pitang e com o R3. Disse que empreendeu na área de exchange de physical commodities, automatizando processos de originação, com transações diretas, entre os principais elos da cadeia de valor, por meio da plataforma de blockchain Corda, desenvolvida pela R3.

Agenda de inovação

Roberto Azevedo, Antonio Valença e Vitor Nunes

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Ao tratar do tema da inovação, Otávio Ribeiro Damaso, diretor de Regulação do BC, falou inicialmente a respeito do LIFT (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), lançado em maio de 2018, como parte das ações da Agenda BC+ (atual agenda BC#). “O objetivo da iniciativa é impulsionar autoridades competentes e empresas para analisar oportunidades e riscos ligados à inovação e seu respectivo tratamento regulatório, em particular em avaliações relacionadas ao balanço de benefícios”, destacou Damaso. Segundo o diretor do BC, a instituição tem adotado uma agenda de inovação como modo de apoio à entrada de fintechs no mercado financeiro, além de estimular a concorrência. Entre as medidas intermediadas pelo BC no segmento de inovação, Damaso falou sobre o acordo selado com a autoridade monetária de Hong Kong para cooperação na área das fintechs. “Esse acordo possibilita o compartilhamento de


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experiências e a adoção de melhores práticas, combinação que nos permite monitorar mudanças tecnológicas nos mercados financeiros de maneira mais ampla, além de avançar no ambiente regulatório para modelos de negócio inovadores", acrescentou ele.

Operações ponto a ponto Outros itens que mereceram atenção especial por parte de Damaso foram o open banking e a abertura de contas-correntes de empresas por canal digital, como parte dos esforços da autoridade monetária para incentivar a concorrência no sistema bancário brasileiro. “Essa abertura impacta positivamente no custo do crédito. As fintechs são, na prática, intermediárias de operações peer-to-peer (ponto a ponto), em que pessoas aplicam dinheiro de um lado e empresas ou as pessoas físicas pegam empréstimos de outro. O peer-to-peer é uma modalidade de crédito que vem crescendo em vários países – e nossa agenda é acompanhar e regular todas essas melhorias”, garantiu. Como meio de simplificação, Damaso citou também que o BC lançou o PIX, um meio de pagamento eletrônico que é mais rápido e prático que as transações feitas via DOC, TED ou boleto bancário. “Uma das principais vantagens do PIX é que as transações poderão ser feitas em qualquer dia e horário, em no máximo alguns segundos, diferentemente do que ocorre com o DOC e o TED, que possuem restrições. Temos ainda avanços importantes relacionados à duplicata eletrônica, que atinge positivamente duas dimensões do mercado de crédito: formalização e informação a respeito do instrumento, contribuindo com a

Luis Eduardo da Costa Carvalho e Edisio Pereira Neto

expansão e o barateamento do crédito”. E, para finalizar, lançou um convite aos participantes do evento: “vocês são um elo importante nessa cadeia de transformação do sistema bancário. Ou seja, observem e participem ativamente desse processo”. f

Foto: Divulgação / Leo Caldas

Porto Digital - Recife

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ENTREVISTA

“Os temas relacionados à responsabilidade dos profissionais de RH possuem hoje uma amplitude muito maior e necessitam ser organizados de forma cuidadosa para que não se perca o foco”

PAULO SARDINHA Presidente da ABRH-Brasil

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À

frente da ABRH-Brasil (Associação Brasileira de Recursos Humanos), o presidente Paulo Sardinha tem atuado de maneira extremamente dinâmica e inovadora para colocar o setor de RH cada vez mais em sintonia com os novos tempos. Disposto a ampliar as fronteiras do segmento, acredita, por exemplo, que a educação financeira pode ser uma contribuição importante na formação dos colaboradores das empresas. Sardinha também se mostra muito atento às questões relacionadas à diversidade, à sustentabilidade, à inovação, à inteligência artificial, entre outras. “O papel dos profissionais de RH torna-se ainda mais diversificado neste contexto e sua atuação vai extrapolar o ambiente das organizações em que trabalham”, avalia Sardinha. A seguir, leia os principais trechos da sua entrevista concedida à Financeiro.

Antes de assumir a presidência da ABRH-Brasil, o senhor teve uma sólida carreira no mundo corporativo, inclusive como diretor de RH em importantes multinacionais. O que mudou na área durante essa sua trajetória? É possível entender as mudanças que ocorreram (e ainda ocorrem) sob duas perspectivas. A primeira está relacionada ao fato de que os profissionais de RH passaram a atuar levando em consideração não apenas o que acontece no interior das empresas, mas também observando tudo aquilo que está muito além de seus muros, ou seja, na sociedade. Anteriormente, a área de RH estruturava sua missão e atividades a partir das metas, objetivos e direcionamentos da empresa. Toda atenção era voltada para buscar e contratar os profissionais que a organização necessitava; criar sistemas de remuneração e benefícios apropriados; treinar as pessoas para ter um quadro profissional que respondesse às demandas; implantar sistemas de avaliação de desempenho e pesquisas de clima organizacional, etc.

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ENTREVISTA

Como isso funciona atualmente? Nos dias atuais, é preciso levar em conta os impactos e os desafios que as empresas enfrentam a partir do que acontece, muito além de suas fronteiras. Um exemplo simples é a questão do crédito e do endividamento. Os empregados buscam o crédito por razões pessoais. Mas se esse endividamento não acontecer de forma consciente e planejada, trará reflexos para o desempenho profissional. Já tive casos extremos, em que o funcionário solicitou ser demitido para saldar dívidas com as verbas rescisórias/indenizatórias. Foi a partir disso que a área de RH começou a tomar ações para colaborar com o crédito e o consumo conscientes. Mais ainda, trabalhar na internalização dos conceitos de poupança e previdência privada. Nesse sentido, já ocorreram conversas iniciais entre ABRH-Brasil, ACREFI e o Banco Central visando promover a educação financeira. Outros exemplos de como o RH trabalha a partir da sociedade estão relacionados aos impactos decorrentes da tecnologia; reformas na legislação; questões oriundas da saúde e da educação; entre outros.

Essa é uma das perspectivas para entender as mudanças que estão ocorrendo na atuação da área de RH. Qual seria a outra? Ela diz respeito à construção de uma nova agenda para a área de RH. Os temas relacionados à responsabilidade dos profissionais de RH possuem hoje uma amplitude muito maior e necessitam ser organizados de forma cuidadosa para que não se perca o foco e para que se possa atuar de forma verdadeiramente estratégica. A uma nova agenda se juntam questões como diversidade, sustentabilidade, inovação, inteligência artificial e muitas outras. Assim, o papel dos profissionais de RH torna-se ainda mais diversificado neste contexto e sua atuação vai extrapolar o ambiente das organizações em que trabalham.

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Quais são as exigências para que os Como está sendo planejado esse profissionais de RH se apresentem projeto de atualização? como interlocutores bem preparados De maneira objetiva, iremos iniciar um processo de aprimoramento da governança. Tal qual entre as organizações e a sociedade, as uma empresa que cresce e precisa modernizar/ a governança corporativa. Além autoridades públicas e outros atores? profissionalizar disso, é fundamental revermos nossa matriz A velocidade das mudanças, a revolução de conceitos que antes de serem pacificados passam por fortes conflitos impactam as organizações, mesmo as mais conservadoras e resistentes. E a habilidade naturalmente desenvolvida pelo RH, que permite mediar as circunstâncias que envolvem a "natureza humana" deve ser percebida como uma vantagem competitiva no mundo dos negócios e não apenas nas salas de treinamento ou durante os períodos de avaliação de desempenho.

de sustentabilidade, hoje muito associada ao CONARH. Neste quesito, iniciamos um projeto em que a ABRH-Brasil oferece uma plataforma integradora que permitirá a fornecedores e profissionais de RH uma negociação mais ágil e avançada de produtos e serviços. Já realizamos parcerias com seguradoras e corretoras que estão oferecendo produtos mais atraentes e são contratados por RH.

Mas o CONARH continua sendo um E quanto à ABRH-Brasil? Quais são as grande evento da ABRH-Brasil?.. O CONARH acontece em agosto transformações pelas quais a asso- e Certamente. na última edição, em 2019, reuniu mais de 32 ciação está passando? mil pessoas. Para este ano, o congresso será

Foto: koydesign

Antes de tudo, é importante ressaltar que a ABRH é uma instituição sem fins lucrativos, que reúne voluntários e associados por adesão espontânea, com 54 anos de existência. Precisamos ter algumas referências que sejam bem sólidas, mas que evoluam. Que possam dar direção e colaborem com essa agenda tão ampla que deve ser conduzida pelos profissionais de RH. Agenda que se torna cada vez mais vinculada com a sociedade.

E após 54 anos, que outros paradigmas estão sendo repensados? É preciso conduzir a ABRH-Brasil levando em conta duas dimensões de tempo. Uma que observe o prazo do mandato de três anos da gestão (o mandato da gestão atual irá expirar ao final de 2021). A segunda dimensão deve visar ainda mais à perenidade da associação, pensando nos próximos 50 anos.

organizado em torno de cinco eixos principais: educação, trabalho, liderança, produtividade e competitividade. Em torno destes eixos, iremos reunir uma nova e diversificada agenda de RH.

Quais são as outras atividades programadas para o evento? Simultaneamente, realizamos também o “Mundo Executivo”, com a participação de presidentes de conselhos de administração, CEOs e diretores. Teremos, ainda, um espaço denominado “Human Experience & Innovation” por qual passarão startups de RH, um olhar sobre a tecnologia e laboratórios sobre as competências profissionais mais requisitadas até 2022, segundo o relatório O Futuro do Trabalho, publicado pelo Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). f

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PAINEL B3

FINANCIAMENTOS DE VEÍCULOS SOMAM 534 MIL UNIDADES EM JANEIRO Com 534.082 unidades financiadas, janeiro de 2020 tem o maior volume de financiamentos considerando autos leves, motos e pesados para o mês desde 2014, quando foram vendidos a crédito 557 mil veículos As vendas financiadas de veículos em janeiro de 2020 somaram 534 mil unidades, entre novas e usadas, incluindo autos leves, motos e pesados Esse número representa um aumento de 9% em relação a janeiro de 2019 e engloba veículos novos e usados em todo o País. Desse total, 174,5 mil representam veículos novos 5,6% a mais do que em janeiro do ano passado e 358,6 mil, de usados, alta de 10,8% na mesma base de comparação. Considerando apenas autos leves, os financiamentos de usados

1

VOLUME DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS (JANEIRO 2020)

560.954 unidades

209.246

534.082

489.936 unidades

351.708

323.713

166.223

dez/19

unidades Novos: 175.483

cresceram 10,6% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Já os financiamentos de autos leves 0 km acumularam alta de 2,1% na mesma base de comparação. Os números são da B3, que opera o Sistema Nacional de Gravames (SNG), a maior base privada do País, que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de crédito em todo o Brasil.

jan/19 VARIAÇÕES

Novos + usados

Novos

Usados

jan/20 x jan/19 = 9,0% jan/20 x jan/19 = 5,6% jan/20 x jan/19 = 10,8% jan//20 x dez/19 = -4,8% jan//20 x dez/19 = -16,1% jan/20 x dez/19 = 2,0%

Usados: 358.599

Entre os automóveis leves, as vendas a crédito de zero quilômetro atingiram 101,8 mil unidades em janeiro de 2020, alta de 2,1% sobre janeiro de 2020; já as vendas financiadas de leves usados registraram crescimento de 10,6% na mesma base de comparação e somaram 327,9 mil unidades.

2 VOLUME DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS POR CATEGORIA (JANEIRO 2020) Novos

Usados

AUTOS LEVES

2020 JANEIRO

101.810

327.904

MOTOS

2020 JANEIRO

64.882

17.620

PESADOS

2020 JANEIRO

8.377

12.249

Novos + usados – 429.714

Novos + usados – 82.502

Novos + usados – 20.626

DEZEMBRO

DEZEMBRO

DEZEMBRO

2019 131.605

322.883

2019 64.612

16.085

2019 12.029

11.881

Novos + usados – 454.488

Novos + usados – 80.697

Novos + usados – 23.910

JANEIRO

JANEIRO

JANEIRO

99.685

296.407

58.811

14.651

7.136

11.924

Novos + usados – 396.092

Novos + usados – 73.462

Novos + usados – 19.060

VARIAÇÕES

VARIAÇÕES

VARIAÇÕES

Novos Jan/20 x Jan/19 = 2,1% Jan/20 x Dez/19 = -22,6% Usados Jan/20 x Jan/19 = 10,6% Jan/20 x Dez/19 = 1,6% Novos + Usados Jan/20 x Jan/19 = 8,8% Jan/20 x Dez/19 = -5,5%

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Novos Jan/20 x Jan/19 = 10,3% Jan/20 x Dez/19 = 0,4% Usados Jan/20 x Jan/19 = 20,3% Jan/20 x Dez/19 = 9,5% Novos + Usados Jan/20 x Jan/19 = 12,3% Jan/20 x Dez/19 = 2,2%

Novos Jan/20 x Jan/19 = 17,4% Jan/20 x Dez/19 = 30,4% Usados Jan/20 x Jan/19 = 2,7& Jan/20 x Dez/19 = 3,1% Novos + Usados Jan/20 x Jan/19 = 8,2% Jan/20 x Dez/19 = -13,7%


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3 MODALIDADES DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS (JANEIRO 2020) 0,2

10,2

0,7

Período

CDC

Consórcio

Leasing

Outros

Total

Janeiro/2020

475.350

54.309

884

3.539

534.082

Janeiro/2020

428.009

55.316

2.146

4.465

489.936

Dezembro/2019

500.280

55.349

1.545

3.780

560.954

*Os dados referem-se a todas as categorias de veículos (autos leves, motos e pesados)

CDC CONSÓRCIO

CDC Jan/20 X Jan/19 = 11,1% Jan/20 X Dez/19 = 5,0 %

LEASING OUTROS

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VARIAÇÕES

Consórcio Jan/20 X Jan/19 = -1,8% Jan/20 X Dez/19 = -1,9 %

Leasing Jan/20 X Jan/19 = -58,8% Jan/20 X Dez/19 = -42,8 %

O CDC continua sendo a categoria de financiamento mais utilizada pelos consumidores, com 89% de participação O consórcio apresentou leve queda, com redução de 1,8% na preferência dos consumidores em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2019. A participação dos consórcios no universo de financiamentos em janeiro foi de 10,2% do total.

4 FINANCIAMENTO POR TEMPO DE USO (AUTOS LEVES) - JANEIRO 2020 Total Geral

Milhares de unidades

429,7

396,0

JAN/2020

JAN/2019

até 3 anos Seminovos

Novos

de 4 a 8 anos Usados Jovens

153,5 101,8

99,6

JAN/2020 JAN/2019

63,8

de 9 a 11 anos Usados Maduros

158,0 82,2

51,5

JAN/2020 JAN/2019

+12 anos Velhinhos

66,6 28,3

JAN/2020 JAN/2019

JAN/2020 JAN/2019

20,1

JAN/2020 JAN/2019

Em relação a faixa de uso, entre todos os leves comercializados a crédito em janeiro de 2020, 101.810 são zero quilômetro, 63.879 têm até três anos de uso e 158.038 unidades somam entre quatro e oito anos de uso.

5 PRAZO MÉDIO DE FINANCIAMENTO POR TEMPO DE USO – AUTOS LEVES (MESES) – JANEIRO 2020 Novos

até 3 anos

seminovos

até 4 a 8 anos

usados jovens

até 9 a 12 anos

usados maduros +12 anos

velhinhos

Novos

39,6

43,0

44,2

43,3

39,2

Total Geral

42,5

43,7

JAN/2019

JAN/2020

até 3 anos

seminovos

até 4 a 8 anos

usados jovens

até 9 a 12 anos

usados maduros +12 anos

velhinhos

41,7

44,8

45,5

43,6

39,4

O prazo de financiamentos para automóveis leves aumentou em relação a janeiro de 2019, para 43,7 meses. O maior prazo para crédito foi observado entre os autos seminovos e usados com 4 a 8 anos de uso, com 45,5 meses.

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ESPAÇO DO BEM

Fotos: Divulgação

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COMO SEMEAR UMA SOCIEDADE MAIS EQUILIBRADA Parceria John Deere e M.A. Máquinas aproveita evento de agribusiness em Cascavel (PR) para doar trator que será revertido em recursos para a construção da central de transplante do Hospital Uopeccan

O

Show Rural Coopavel é, há anos, uma importante referência entre as feiras agrícolas nacionais e internacionais, com mais de 300 mil visitantes e movimentação financeira acima de R$ 2,5 bilhões. Mas, não são apenas as grandes negociações do agribusiness que agitam o tradicional evento de Cascavel, região Oeste do Estado do Paraná. As ações sociais também têm seu espaço entre os empresários. Na edição de 2020, que aconteceu entre 3 e 7 de fevereiro, o presidente da John Deere Brasil, Paulo Hermann, durante sua visita ao evento, doou um trator – em parceria com sua representante regional, a M.A. Máquinas – para a Ação entre Amigos Uopeccan. A John Deere Brasil mantém estreita ligação com a ACREFI, pois o Banco John Deere S.A. é um dos associados da entidade.

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O objetivo da John Deere Brasil foi contribuir com mais uma importante campanha de arrecadação de recursos promovida pelo Uopeccan: a construção da primeira central de transplantes do interior do Paraná. Durante a cerimônia de doação, Hermann reforçou a importância do hospital para o atendimento humanizado de pacientes com câncer. Aproveitou o momento para enfatizar a participação da M.A. Máquinas na iniciativa. “São parceiros que têm, acima dos objetivos do negócio, a responsabilidade de tornar a sociedade mais equilibrada e melhor para os nossos filhos. “A John Deere apoia essa causa, pois amanhã pode ser que um de nós também precise dos cuidados do Uopeccan. Essa doação é pequena, mas está sendo feita de coração,” afirmou Hermann. Ao agradecer, Ciro Antonio Kreuz, presidente


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do Conselho Superior do Complexo Hospitalar Uopeccan, destacou que a obra de R$ 12 milhões do centro de transplante está sendo viabilizada por meio de contribuições via telemarketing, do apoio do Governo do Estado do Paraná e de doações empresariais, como a da parceria John Deere e M.A. Máquinas. “Agradecemos em nome de todos os pacientes, ao presidente da John Deere, Paulo Hermann, e à família Giombelli pela contribuição para a realização desse sonho do Uopeccan e de tantos pacientes que necessitam de transplantes”, disse Kreuz. Para Marcos Giombelli, diretor da M.A. Máquinas, participar dessa iniciativa em favor da construção da central de transplantes de Cascavel traz enorme satisfação, por ter conhecimento do importante trabalho realizado pelo Uopeccan. “Nós temos a obrigação de devolver uma parte dos nossos ganhos na região para a nossa sociedade, e este ano nós escolhemos o Uopeccan, que atende Cascavel e toda a região do Oeste do Paraná, comentou o executivo da M.A. Máquinas. Como presidente da ACREFI e ex-presidente do Uopeccan (1993-1995), Hilgo Gonçalves vê na doação da parceria John Deere e M.A. Máquinas um exemplo que deveria se tornar

Ciro Antonio Kreuz e Paulo Hermann

cada vez mais rotineiro entre os empresários. “São gestos como esse que permitem ao Uopeccan atender de maneira humanizada e com muita competência toda a população que busque seus cuidados”, afirmou Hilgo, após participar da cerimônia de doação do trator. Aliás, a Ação entre Amigos Uopeccan programou para o dia 7 de outubro o sorteio do trator, com base nos números da Loteria Federal. O valor de cada cupom é de R$ 1 mil. O início das obras da central de transplantes está programado para acontecer ainda no primeiro semestre de 2020. f

Hospital UOPECCAN: referência no tratamento do câncer na região oeste do Paraná

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ASSOCIADOS

NOVAS CONEXÕES A família ACREFI continua crescendo. JBCred, BMP Money Plus e Crediare são as mais recentes integrantes do nosso time de associadas. Conheça um pouco melhor o perfil de cada uma delas A JBCred atua e auxilia seus clientes na obtenção de linhas de crédito direcionadas ao desenvolvimento de novos empreendimentos, gestão de capital de giro, investimento em máquinas e equipamentos, legalização de empresas e viabilização de cursos profissionalizantes. Por meio de seus funcionários e colaboradores, busca o crescimento sustentável pautada na evolução da instituição empresarial e também na satisfação das pessoas envolvidas em todos os elos do processo. A BMP Money Plus foi construída a partir de uma plataforma end-to-end, respaldada em machine learning e na inteligência artificial. Com foco em soluções de crédito e cobrança para o mercado físico e digital, sua estrutura tecnológica permite múltiplos acessos de parceiros, clientes e investidores, facilitando o entendimento de todos os envolvidos, desde a primeira reunião, incluindo a integração entre as plataformas, a diligência e as revisões contínuas. A Crediare, fundada em 2003 como subsidiária da Lojas Colombo, oferece soluções integradas de produtos financeiros. Em 2007, o Bradesco assumiu o controle de 50% da empresa e o restante foi mantido pelo fundador. Nos últimos anos, a empresa vem acompanhando a forte disrupção que movimenta o mercado financeiro. Em 2019, ampliou seu portfólio e lançou linhas de investimento em renda fixa. f

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Kaike, paciente do GRAACC, com Reynaldo Gianecchini

CERCA DE 70% DE CURA, 90% DE PACIENTES DO SUS E REFERÊNCIA NO TRATAMENTO DO CÂNCER INFANTIL COM A AJUDA DE MUITA GENTE, AMPLIAMOS O NOSSO HOSPITAL E AS CHANCES DE RECUPERAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM CÂNCER. NOSSO ORGULHO É PODER MOSTRAR A CADA DOADOR QUE SUA CONTRIBUIÇÃO É INVESTIDA COM MUITA RESPONSABILIDADE PARA OFERECER AOS PACIENTES, COMO O KAIKE, UM TRATAMENTO DIGNO, HUMANO E COMPARADO AOS MELHORES DO MUNDO. JUNTE-SE A NÓS! SEJA UM DOADOR.

WWW.GRAACC.ORG.BR

1991

1998

Ponto de Criação Foto: Maurício Nahas

SONHAR

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2013

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E você?

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FGC é o Fundo Garantidor de Créditos. Uma instituição que tem como propósito principal proteger o pequeno e o médio investidor. O FGC garante seus depósitos e investimentos em até 250 mil reais por banco ou financeira*. É uma garantia que você tem para poder investir com mais segurança e tranquilidade. Com o FGC, você e o seu dinheiro ficam muito mais protegidos.

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ARTIGO

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NICOLA TINGAS*

O MUNDO ENFRENTA O CORONAVÍRUS Segundo a OCDE, se houver uma reversão da epidemia e volta da confiança, o crescimento global poderá ser de 3,25% em 2021

E

m fevereiro de 2020, houve rápida disseminação do coronavírus (COVID-19), primeiramente concentrado na China e, em poucas semanas, atingindo escala global. Por hora, foram identificados dois aspectos dessa "cepa virótica" em comparação com as anteriores: rápida disseminação do vírus, que implica risco de contágio em ampla escala; e, aparentemente, baixa taxa de mortalidade dos infectados, a julgar pelos dados disponíveis até o momento. A China optou por fechar fábricas, evacuar áreas e buscar rápida redução da disseminação do COVID-19. Isso acarretou a interrupção da produção de insumos e produtos de utilização global, acarretando insuficiência de componentes na Europa, nos Estados Unidos e, em pequena escala, no Brasil. Esse "choque de oferta" desorganiza e desacelera rapidamente a atividade global, derruba preços de commodities pela queda da importação chinesa e menor atividade global. Além disso, o avanço do coronavírus criou medo nas pessoas, afetando seriamente o setor de serviços. No fim de fevereiro, as bolsas de valores norte-americanas (acompanhadas pelas bolsas globais) tiveram enorme queda, que provocou grandes reduções no valor das cotações de ações. Foi a maior queda desde a crise do subprime em 2008. A OCDE (Organização para a Cooperação

e Desenvolvimento Econômico) alertou que o coronavírus poderá provocar a maior contração econômica global desde a crise 2008/2009. O crescimento global em 2020 agora é estimado em 2,40% (0,5% menos que a projeção de novembro) contra 2,90% de expansão em 2019, sendo possível que ocorra contração no primeiro trimestre de 2020. Se houver uma reversão da epidemia e volta da confiança, o crescimento global poderá ser de 3,25% em 2021. Se for intensa e durar mais tempo, atingindo as regiões Ásia-Pacífico, Europa e América do Norte, o crescimento global poderá cair para 1,50% em 2020, metade da projeção atual. Os dois cenários traçados pela OCDE dão dimensão do grau de incerteza e dos altos riscos que prevalecem por tempo ainda desconhecido no contexto humano e econômico global. Avaliamos que esse é o maior sentido dos cortes de juros em curso pelos bancos centrais e pelas medidas fiscais que estão sendo indicadas. Além de serem importantes para conter a piora das expectativas dos agentes econômicos, o que provoca queda na propensão de consumir e de investir. Portanto, trata-se de atenuar o sentimento negativo, ajudar a "rolar o fluxo de caixa" de empresas e famílias, quando for o caso e, após a desaceleração do efeito do coronavírus, servir como fator de estímulo para a recuperação econômica. f

(*) Nicola Tingas é consultor econômico da ACREFI. Artigo enviado em 5.3.2020

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