Revista 21 - Edição 16 - Nov/Dez 14

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Economia l Negócios l Tendências Joinville, novembro / dezembro 2014 No16 l R$ 10

Saídas para o Brasil em 2015

Quinze analistas indicam caminhos que podem destravar a economia e o desenvolvimento


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Visão Acij

Precisamos investir para crescer

NESTA EDIÇÃO

João Martinelli, presidente da Acij

4 Abre aspas

Sou e sempre serei um otimista. Economistas pregam que 2015 e 2016 serão anos difíceis. Historicamente, os anos subsequentes a uma eleição presidencial costumam ser de ajustes, já que em tempos de eleição os gastos públicos extrapolam todos os pudores, causando grande déficit – neste ano, “apenas” R$ 25 bilhões. Para o empresário, anos difíceis não significam necessariamente recessão. Mas, sim, que se terá que trabalhar muito mais para ganhar um pouco menos. O que nos preocupa, quanto ao futuro da economia, é o fato de Santa Catarina ser um dos melhores Estados em muitos quesitos, especialmente educação e qualidade de vida, mas que pouco investiu em infraestrutura, não importando se a competência desses investimentos for de natureza federal ou estadual. A duplicação da BR 101 nem terminada está em solo catarinense – no Rio Grande do Sul, está pronta há algum tempo – e já é chegada a hora da triplicação. A BR 280, cuja duplicação se arrasta por longos anos, assim que estiver pronta já será insuficiente para o volume de tráfego. A BR 470, que Deus nos perdoe, é uma lástima. Única estrada que corta o Estado no sentido Leste-Oeste, ainda se encontra do jeito que o ex-governador Konder Reis a deixou. Mesmo as rodovias estaduais seguem em péssimo estado, exceto as de Florianópolis (para o turismo e o visitante, quase tudo!). Ideal seria que investimentos estaduais em infraestrutura fossem distribuídos proporcionalmente ao valor arrecadado em cada região. De qualquer sorte, o crescimento da economia depende do volume de investimentos nos parques fabris e na infraestrutura. A indústria vem com atividade decrescente e, provavelmente, entrará em 2015 com o mesmo viés, podendo começar a gerar desemprego. Necessário que o empresário acredite que investimento não se faz com base no cenário vigente, mas no potencial inquestionável do país e do Estado. Entretanto, o governo federal precisa fazer a sua parte. Porque o empresário seguirá gerando empregos, distribuindo dignidade ao cidadão. Se não, quem o fará? Nesta edição, articulistas convidados abordam as expectativas para a economia brasileira em 2015. Leia a partir da página 24.

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Governador elege prioridades para o Norte

12 Objetos do desejo Novidades de ponta para as suas férias

16 Briefing

O melhor das melhores empresas para se trabalhar

22 Em números

Diagnóstico da Fiesc analisa indústria de SC

36 Performance

Academias de ginástica: um mercado agitado

40 Negócios

Franquias apetitosas e com baixo capital

44 Vitae

O professor que é sinônimo de educação

46 Conjuntura BMW impulsiona polo automotivo

60 Ponto e contraponto Será que dá (mesmo) para ser feliz no emprego?

Publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij)

Conselho editorial: Ana Carolina Bruske, Carolina Winter, Débora Palermo Melo, Diogo Haron, Simone Gehrke. Jornalista responsável: Júlio Franco (reg.prof. 7352/RS). Produção: Mercado de Comunicação. Editor: Guilherme Diefenthaeler (reg. prof. 6207/RS). Reportagem: Letícia Caroline, Ana Ribas Diefenthaeler, Marcela Güther, Karoline Lopes, Mayara Pabst. Diagramação, ilustrações e infográficos: Fábio Abreu. Capa desta edição: Fábio Abreu. Fotografia: Peninha Machado, assessorias de imprensa. Impressão: Impressora Mayer. Tiragem: 3,5 mil exemplares. Contato: revista21@mercadodecomunicacao.com. br. Publicidade: César Bueno, (47) 9967-2587 e 3801-4897. Correspondência: Av. Aluisio Pires Condeixa, 2550 - Joinville/SC. Site: www.acij.com.br. Twitter: twitter.com/acij. Facebook: www.facebook.com/acijjoinville

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Abre aspas

“O Estado está fazendo a sua parte” Reeleito no primeiro turno, Raimundo Colombo indica prioridades para o Norte, em segurança, saúde e educação Guilherme Diefenthaeler “Fazer mais e melhor” foi a promessa do governador reeleito Raimundo Colombo, empolgado com a vitória nas urnas, dia 5 de outubro, quando 1,76 milhão de catarinenses escolheram seu nome para seguir à frente do Executivo. Duas semanas antes, em meio à sabatina promovida pela Acij com os candidatos ao governo 4

estadual, ele já havia anunciado os pontos centrais de sua plataforma para o atendimento a demandas dos joinvilenses em aspectos como segurança pública, saúde, educação e infraestrutura. A Revista 21 voltou ao assunto para pautar esta entrevista com o governador. Na questão da segurança, que produziu manchetes às vésperas do pleito com mais uma bateria

de atentados em ônibus, alarmando os cidadãos, Colombo sustenta que a integração das polícias resultou na identificação de lideranças e desmontou quadrilhas, com o propósito de “quebrar a estrutura” do crime organizado. Ele reitera como bandeiras nesse campo o aumento do efetivo policial e as ações de capacitação, além da modernização dos serviços. Em saúde, anuncia investimentos de R$ 21,8 milhões na ampliação do Hospital Regional, além da construção da Policlínica de Joinville. Colombo revela que o Estado vai auxiliar o município para viabilizar as desapropriações que emperram as obras na Avenida Santos Dumont e antecipa um pacote de obras viárias nas principais regiões do Estado que, segundo ele, levam em conta as vocações produtivas


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locais. Inspirado pelas perspectivas de desenvolvimento que se abrem para a economia esta­dual a partir da vinda da BMW, o governador observa que “há um cenário de desenvolvimento e infraestrutura consolidado”. Ex-prefeito de Lages, ex-deputado e ex-senador, Colombo tem 59 anos e, com 51,36% dos votos neste ano, foi o primeiro caso de um governador eleito e reeleito em primeiro turno no Estado. Na gestão, terá grandes desafios. A segurança é uma questões que mais preocupam o empresariado. “Somos a maior cidade do Estado, o maior colégio eleitoral e, por via de consequência, a cidade com as maiores necessidades nessa área”, manifestou-se a Acij, em editorial recente. A ver os planos de Colombo para responder a apelos como esse.

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Como todo o Estado, Joinville se sentiu vulnerável diante dos ataques de facções criminosas que, recentemente, trouxeram medo e uma sensação de impotência ao cidadão. Qual a resposta do governo para fazer frente a essa verdadeira escalada da violência? Nos últimos meses, Santa Catarina intensificou o combate à criminalidade. A parceria entre os órgãos de segurança – PM, PC, PMRv, PRF, PF – e suas inteligências tem permitido uma atuação mais intensa e eficaz. A identificação de lideranças nas ruas e no sistema prisional desarticulou quadrilhas e afetou o caixa dessas facções criminosas. Estamos quebrando a estrutura do crime organizado. Desde 2011, ingressaram 3.800 novos policiais militares e 400 civis estão em concurso. Investimos na modernização de equipamentos, com a compra de 2.226 viaturas, 7 mil coletes individuais e 7 mil armas. Outra ferramenta é a implantação das centrais de videomonitoramento nas principais cidades. Mas segurança pública não se faz com números. Nossos policiais são treinados para garantir a segurança pessoal e da comunidade. A Polícia Militar, sempre presente nas ruas, não se limita ao patrulhamento ostensivo. Hoje, cada PM conhece a comunidade em que atua. Isso permite detectar comportamentos e pessoas estranhas à região, o que resulta em maior proteção. Essa proximidade permitiu, por exemplo, que a PM apreendesse 433 quilos de maconha, há algumas semanas, em Florianópolis. As polícias estão trabalhando de forma integrada e, como resultado dessa investida contra o crime organizado, mais de três toneladas de drogas foram apreendidas em três meses, 200 pessoas presas (metade condenadas), pontos de droga foram fechados, traficantes presos. E a Polícia Rodoviária Federal tem atuado de maneira decisiva nas estradas catarinenses. Prova disso foi a apreensão de mais de 300 quilos de maconha em um único final de semana, no Oeste. Neste campo, que ações práticas e objetivas a população de Joinville pode esperar, para o primeiro ano de seu segundo mandato? Em linhas gerais, dentro das prioridades para a segurança pública, estão o aumento do efetivo, principalmente da Polícia Militar, que faz o policiamento ostensivo, e da Polícia Civil, que faz a investigação, a fim de constituir provas criminais; o incentivo à permanência dos policiais e bombeiros militares na ativa, ao contrário do que ocorre hoje, quando eles recebem um adicional salarial quando ingressam na reserva; a capacitação das equipes das delegacias para melhor atendimento à população de modo geral, à mulher e às minorias étnicas e sexuais; além da modernização dos siste­ mas e serviços, com a incorporação de novas tecnologias. Mas quantos novos policiais virão para Joinville em 2015?

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Câmera de segurança no Parque da Cidade: ampliar monitoramento é reivindicação da comunidade Dos 19 concursos públicos executados pelo Estado, com exceção dos bombeiros militares e do Detran, em todos os outros, Joinville foi contemplada com novos profissionais, sempre em critérios de distribuição proporcional. Houve aumento de efetivo tanto na Polícia Militar quanto na Polícia Civil, embora no mesmo período também tenha se verificado um grande número de saídas para aposentadorias e reserva remunerada. A partir de 2015, com os novos concursos já autorizados, ou nos que venham a ser executados, Joinville será proporcionalmente atendida, tanto na Polícia Militar, quanto na Polícia Civil, e também no Instituto Geral de Perícias. E quanto à questão das 6

câmeras de monitoramento, qual o obstáculo para que elas finalmente sejam instaladas? Câmeras e acessórios já estão comprados, estocados e prontos para ser instalados. Mas o que ocorreu é que as empresas participantes do processo licitatório para os links de transmissão, inconformadas com o resultado, optaram por judicializar a questão. Essa licita­ção dos links foi realizada pela Secretaria da Administração. E está bloqueada por decisão judicial. É isso que nos impede de executar e finalizar o projeto. Infelizmente, vamos ter que aguardar a decisão judicial definitiva sobre o processo para cumprir esse compromisso. O sr. tem alguma novidade sobre a ampliação do Hospital

Regional de Joinville? O que vai ser realizado em seu segundo mandato na questão da saúde? O Hospital Hans Dieter Schmidt tem duas obras em andamento: a reforma do hospital, com recursos de R$ 6,8 milhões, e a readequação do Centro Cirúrgico e Centro de Material Esterelizável Hospitalar, com investimento na obra de mais de R$ 10 milhões. As duas estão com 25% do projeto executado. Já a ampliação do hospital tem o projeto arquitetônico em licitação. Vamos investir R$ 21,8 milhões na obra, que terá 150 novos leitos de internação e quatro salas cirúrgicas ambulatoriais. Também está prevista para 2015 a construção da Policlínica de Joinville, que receberá investimento de R$ 8,3 milhões do governo do Estado. Saúde é priori­


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Duplicação da Santos Dumont atrasou por conta de desapropriações: governo promete auxílio na retomada dade para qualquer governante. Nada mais triste do que ver uma pessoa à espera de atendimento médico. Mas saúde começa bem antes da porta da emergência de um hospital. Nossos municípios, em parceria com o governo federal, precisam ampliar e investir na rede básica de atenção à saúde. Doenças menos complexas, como uma gripe, resfriado ou virose, podem ser resolvidas mais facilmente num posto de saúde e evitam a superlotação das emergências. Alguns setores defendem a construção de um novo hospital em Joinville. Qual a sua posição a respeito? Duas estruturas são sempre mais caras e menos eficientes. Optamos por construir, nas principais 8

regiões do Estado, torres ao lado dos hospitais já existentes. Assim podemos aproveitar e aprimorar a infraestrutura existente como o setor administrativo, cozinha, lavanderia, entre outros. É um uso mais racional e inteligente dos recursos públicos.

o aeroporto, e no trecho da Tuiuti com a Santos Dumont, no elevado. O investimento deve chegar a cerca de R$ 7 milhões, em 2,4 quilômetros de desapropriação. Não queremos a obra paralisada, sabemos a importância dela para o desenvolvimento de Joinville.

Uma demanda relevante em Joinville, no campo da mobilidade, é a duplicação da Avenida Santos Dumont. Por que razão essa obra está demorando tanto para deslanchar? A duplicação da Santos Dumont não está no ritmo que gostaríamos por causa das desapropriações. Uma parte delas, o Estado vai pagar. Vamos repassar o dinheiro para a prefeitura, a fim de agilizar as desapropriações na Tuiuti, até

Manutenção e aperfeiçoamento dos espaços físicos das escolas, turno integral, valorização dos professores. O que vai ser feito na área da educação? Além de dar continuidade ao trabalho na área pedagógica, de gestão e de melhoria da infraestrutura das escolas, o governo tem por objetivo aumentar o número de jovens no ensino médio, tornando atrativa a sala de aula pela via da formação profissional, particular-


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mente voltada à inovação; melhorar o modelo de gestão descentralizada da Educação, com maior participação de pais e professores, além de aperfeiçoar a relação entre a Secretaria de Estado da Educação e as secretarias regionais e fomentar a participação dos municípios no ensino fundamental, em projeto de parceria. O setor empresarial reclama mais investimentos em infraestrutura, para manter competitivos seus empreendimentos. O que está reservado para a Região Norte do Estado, nesta questão? O Estado tem regiões bem delimitadas, cada uma com sua vocação produtiva. Temos um conjunto de obras em andamento (algumas ainda em fase de licitação) e outras para começar. Um dos principais pacotes de obras para a região é a pavimentação de 110 quilômetros de estrada pelo Programa de Integração Viária do Planalto Norte do Estado de Santa Catarina (Provias), beneficiando cidades como Papanduva, Itaiópolis e Doutor Pedrinho. O governo do Estado já assinou o contrato para operação de crédito, no valor de US$ 124 milhões (cerca de R$ 280 mi-

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lhões). Do total, US$ 55 milhões serão financiados junto à Corporação Andina de Fomento (CAF) e o governo do Estado vai investir outros US$ 69 milhões com recursos próprios. O traçado da rodovia SC-477 se inicia no Extremo-Norte de Santa Catarina, no entroncamento com a BR-280, na área do município de Canoinhas, e estende-se em direção à planície litorânea, onde faz conexão com a região do Vale do Itajaí no ponto de confluência com a BR-470 nas imediações do município de Indaial. Hoje, a rodovia apresenta descontinuidades de traçado na ligação aos municípios de Papanduva, Itaiópolis e Doutor Pedrinho, o que compromete a função de corredor de interconexão regional. As obras resolverão esse problema. O projeto original também prevê a construção de uma via alternativa entre as localidades de Moema e o município de Doutor Pedrinho, conduzindo o traçado da SC-477 para além dos limites físicos da área de influência da Reserva Indígena de Ibirama, medida que beneficiará também a Reserva Biológica Estadual do Sassafrás.A execução do programa está prevista para se realizar em três anos e o trecho foi dividido em cinco lotes.

Qual a sua expectativa para a criação de um novo polo empresarial a partir da instalação da BMW? O que o Estado tem a oferecer para outros grandes conglomerados industriais que desejem se instalar por aqui? A BMW não veio para Santa Catari­ na por acaso. Há um cenário de desenvolvimento e infraestrutura consolidado. O Estado está fazendo a sua parte, recuperando a malha viária, criando corredores para escoar a produção, ampliando a capacidade de seus portos, investindo na ampliação e conclusão de aeroportos e na educação em vários níveis. Qual a sua posição sobre o Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville e os embates recorrentes com a corporação militar sobre quem deve ter a primazia em determinados serviços? Penso que tanto os Bombeiros Militares quanto os Voluntários de Joinville têm papel de destaque na sociedade. Cada um com sua função, importância e responsabilidades, que devem ser cumpridas de maneira zelosa em nome do bem-estar dos catarinenses.


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Objetos do desejo

O modelo de fone sem fio tem bateria com capacidade de duração até 18 horas

VIAGEM SONORA

Longas horas de viagem ou esperas requerem um fone de ouvido que não deixe você na mão. A Soundsight lançou um modelo de fone sem fio multitarefas – além de tocar música (frequência de 16 a 20000 Hz), tem seis microfones e câmera HD que filma a 1080 p. Para completar, existe a possibilidade de o usuário fazer streaming de vídeo via Bluetooth.

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U$ 499 www.soundsightheadphones.com

PASSAGEIRO INFORMADO

Uma boa dica para quem costuma viajar de avião é o Infraero Voos Online, aplicativo que atualiza em tempo real o horário de chegada e saída de voos nos principais aeroportos brasileiros. Desenvolvido em parceria com a Infraero, vem com um guia com informações úteis sobre mais de 50 aeroportos – o passageiro pode se manter atualizado sobre os horários de pousos e decolagens, buscar o número do voo, saber qual é a distância até o destino desejado, entre outras funções.

O iPhone Super Suit permite que o dono do celular consiga tirar fotos subaquáticas ou acessar o celular enquanto toma banho

Aplicativo gratuito para Android, iOS, Windows Phone, BlackBerry e Windows À PROVA D’ÁGUA

O iPhone Super Suit garante a proteção do seu aparelho, protegendo-o contra a água. Se o telefone escorregar e cair no chão, o case amortece quedas de até seis metros de altura. U$ 79 www.photojojo.com

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MALA INTELIGENTE

“Mais do que sua mala, seu assistente de mercado.” É o slogan da primeira “mala inteligente”, a BlueSmart. Além de guardar sua bagagem, ela permite, ao sincronizar o smartphone através de um aplicativo, usufruir de várias funções – trava, peso via balança digital incorporada e rastreamento. O projeto foi apresentado via financiamento coletivo, e quem se interessar em comprar antecipadamente tem desconto. A entrega das primeiras malas está prometida para começar em agosto de 2015. Antecipado, U$ 235. No futuro, U$ 450 www.indiegogo.com

VESTINDO PROTETOR SOLAR

Para quem pratica esportes aquáticos ou quer curtir o verão com segurança, a loja Decathlon (recém-inaugurada em Joinville) oferece uma linha de roupas com proteção solar. O Top Solar é um modelo de roupa feito especialmente para o surfe, fabricado em poliamida e elastano, materiais resistentes à água e que têm ótima elasticidade. Já as camisetas, normalmente de algodão, ajudam a proteger a pele contra os raios solares quando você sai da água do mar.

A mala inteligente também permite recarregar seu celular completamente até seis vezes, e seu aplicativo grava vários dados sobre as suas viagens, criando gráficos

Preços variados, mas é possível encontrar os dois modelos a partir de R$ 29,90. www.decathlon.com.br As placas convertem a energia solar em elétrica. Perfeitos para áreas com piscina ou jardim

A versão gratuita permite acesso aos mapas e informa sua localização por meio de GPS

GUARDA-SOL QUE CARREGA GADGETS

MAPSWITHME

A SolPower, empresa especializada em captação de energia solar, lançou dois modelos de guarda-sol que contam com quatro placas solares no topo e duas entradas USB na base para recarregar gadgets (celulares, tablets e MP3 players, por exemplo).

MapsWithMe é um app que permite baixar mapas do mundo inteiro para o celular, via OpenStreetMap. Com os mapas, não é necessária conexão com a internet para se localizar. A versão paga tem mais recursos, como acesso à busca, marcação de favoritos e rotação dos mapas.

De U$ 199, 99 a U$ 219, 99 www.shop.solprox.com

Disponível para iPhone, iPad e Android

DICAS PARA ESTA SEÇÃO, ESCREVA PARA REVISTA21@MERCADODECOMUNICACAO.COM.BR

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Painel

ACIJ NA MÍDIA

Agradecemos à repórter Letícia Caroline pela matéria “Som joinvilense mistura psicodelia e personagens excêntricos”, sobre nosso novo CD. A revista está de parabéns. Banda Miopia

Blog do Loetz, A Notícia, 28/10 “As práticas de gestão de RH das sete empresas de Joinville que estão entre as melhores para trabalhar no país foram destaque na reunião de ontem da Acij .”

Parabéns pela atitude de chamar os deputados eleitos na Acij, logo após a eleição. É importante que saibam que a classe empresarial quer se aproximar deles – mas que, por outro lado, serão cobrados e observados. Jony William Stassun, diretor da Romaço Rolamentos

Noticenter, 28/10 “O Núcleo de Meio Ambiente da Acij realiza o Workshop de Licenciamento Ambiental, evento que contará com participação e apresentação das três esferas dos órgãos ambientais: Fundema, Fatma e Ibama. O intuito é disseminar informações acerca do licenciamento ambiental.”

É com satisfação que acompanhei a resenha do meu livro na última edição da Revista 21. Agradeço pelo espaço e parabenizo a revista por apoiar autores locais. Victor Aguiar, autor do livro “Atendimento ao Cliente: Novo Cenário, Velhos Desafios” A reportagem “Jogos para levar a sério” ficou excelente. Obrigado pela divulgação do Projeto Larva. Estamos crescendo em importância e trazendo benefícios à sociedade. Marcelo Hounsell, professor O trabalho da Acij proporciona uma grande rede de relacionamentos que gera negócios e conhecimentos para todos os envolvidos. Braulio Feuser Junior, Joinville Cumprimentos aos envolvidos na organização da festa da Acij. Parabéns pela coragem e ineditismo. Como sempre, torci muito por vocês. Pedro Luiz Pereira, Joinville Errata: A foto que ilustra a matéria “Desenhos e criatividade para enfrentar o bullying”, da edição de outubro/setembro da Revista 21, é da fotógrafa Ionara Correa.

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Facisc, 13/10 “Os cinco deputados eleitos por Joinville foram os convidados da Acij na segunda. Antes disso, foi feita a entrega dos tablets sorteados no IV Workshop das Profissões e VI Feirão do Emprego, por Carmem Postol, presidente do Núcleo de Escolas de Educação Profissional, Rafael Bratti, presidente do Núcleo de Educação Superior, e Monica Gonzaga, vice-presidente da ABRH. Foram três tablets sorteados entre

os cinco mil visitantes do evento.” Notícias do Dia, 13/10 “A segurança pública voltou a ser tema em reunião da Acij. Na noite desta segunda, a entidade juntou representantes do Judiciário, das policias Civil e Militar e ainda contou com a presença de parlamentares para tratar da construção do presídio feminino em Joinville. A obra de R$ 17 milhões, anunciada em janeiro, está com licitação em andamento e as propostas das empresas concorrentes serão abertas nesta quinta (16).” Blog do Loetz, A Notícia, 06/10 “Joinville, o polo econômico mais importante de Santa Catarina, com 386 mil eleitores, só elegeu três deputados estaduais e dois federais. Estagnamos. De novo. Perguntado se está decepcionado com o resultado, o presidente da Acij, João Martinelli, é direto: ‘Muuiito! Os dois grandes partidos locais (PMDB e PSDB) são os responsáveis. Preferiram lançar candidatos demais, dividindo os votos da cidade ’.”

TENHO DITO

“Os problemas maiores de Santa Catarina estão na infraestrutura e logística. Chegamos lá fora com preços muito superiores, por causa da falta de estrutura do nosso Estado e país” Moacir Pereira, JORNALISTA, AVALIOU

OS RESULTADOS DAS ELEIÇÕES E COMENTOU O CENÁRIO ECONÔMICO CATARINENSE DURANTE PALESTRA NA ACIJ


CURSOS & EVENTOS

27 de novembro

Gincana Senai Etapa Estadual Centro de Educação, Eventos e Lazer do Sistema Fiesc, Florianópolis (48) 3231 -4100

27 a 30 de novembro Construfair Expoville, Joinville (48) 3240-1658/comer cial@acfeiras.com.br

27 de novembro

2º Joinville Digital Meeting Acij www.joinvilledigital meeting.com.br PORTFÓLIO

Jorge Hiroshi é o artista convidado para esta edição. Graduado em Design de Moda e com licenciatura em Artes Visuais, ele é coordenador do Museu Casa Fritz Alt. A obra apresentada por Hiroshi é uma pintura em tela realizada com colagem e técnica mista, com uso de guache, tinta acrílica e para tecidos. “A cidade de Joinville é inspiradora para minha arte, as cores surgem no meu trabalho por conta da natureza que ela nos oferece. Os movimentos das tintas são o cotidiano da cidade e com liberdade para criar e interferir no meio urbano”, explica Jorge. Para mais informações sobre o artista, entre em contato pelo telefone (47) 9907-4380 ou pelo e-mail jseger10@gmail.com.

“A segurança não é um aspecto isolado do nosso cotidiano, mas uma soma de setores que moldam o perfil da sociedade. Envolve a criança, o adolescente, o idoso, o policiamento nas ruas, as políticas públicas para assegurar a integridade do cidadão” Dóris Deggau Fruit

TÉCNICA EM SEGURANÇA DO TRABALHO, EM ENTREVISTA SOBRE OS CUIDADOS NO AMBIENTE DE SERVIÇO

“Ninguém vai revogar a CLT. Não há campo para isso. O que se precisa é atualizar e modernizar a legislação” Manoel Dias

MINISTRO DO TRABALHO E EMPREGO, DURANTE O SEMINÁRIO DO TRABALHO “RELAÇÕES E POLÍTICAS SOCIAIS NA ATUALIDADE”, REALIZADO NA ACIJ

revista

29 e 30 de novembro

(In) Consciente Coletivo Teatro da Liga

9 de dezembro

Gestão Compartilhada com o exprefeito de Rio do Sul e deputado estadual Milton Hobus Na Acij capacitacao@acij.com.br

9 e 10 de dezembro

Curso Liderança e Delegação – Mobilizando Forças na Organização Acij, Joinville (47) 3461-3344/ capacitacao@acij.com.br

12 e 13 de dezembro

Curso de Excelência Operacional (47) 3461-3344 capacitacao@acij.com.br

19 de março

Palestra: Gestão de Pessoas – Novos Rumos, Novos Comportamentos Acij/evento gratuito

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Briefing

AVALIAÇÃO

Consultora Paula Foroni participou da pesquisa: “Empresas de SC têm presença marcante no Guia”

MAX SCHWOELK

RECURSOS HUMANOS

O melhor das melhores

A pesquisa das “150 Melhores Empresas para Você Trabalhar” avalia as empresas de duas maneiras. A primeira, por meio da percepção do empregado e sua satisfação com relação à empresa. A segunda avaliação é feita a partir da análise das práticas de gestão de pessoas. Depois desse processo, as pré-classificadas recebem a visita de um jornalista da Você S/A, durante a qual são checadas as informações respondidas na primeira etapa. As notas de cada passo do processo são consideradas e, dessa forma, a lista das 150 melhores empresas é elaborada. PARTICIPAÇÃO CATARINENSE

Experiências modelares de valorização profissional em uma única publicação. O Guia Você S/A – As Melhores Empresas para Você Trabalhar, criado em 1997, pode ser encarado como referência em práticas de carreira e desenvolvimento. Ações, valores e rotinas adotadas por grandes empresas são elucidadas, resultando em uma avaliação que revela ambientes bem estruturados e agradáveis, satisfação do funcionário e bem-estar profissional. No seleto grupo de 150 selecionadas, sete empresas de Joinville estão presentes na edição 2014. Elas foram avaliadas com base em uma metodologia abrangente, crítica e rigorosa, que conta com a parceria da Fundação Instituto de Administração (FIA). Em entrevista à Revista 21, Paula Foroni, participante da elaboração desse levantamento, afirmou que se trata da maior pesquisa de clima organizacional do país. Veja os principais trechos da entrevista com a consultora.

As empresas de Santa Catarina costumam ter presença marcante no guia. Em 2014, houve um crescimento no número de empresas, em relação ao ano anterior, e temos observado um esforço crescente das corporações da região em aprimorar seus processos de gestão de pessoas. O destaque na região são justamente as práticas de carreira, já que as notas são significantemente maiores do que a média das “150 Melhores Empresas para Você Trabalhar”.

PRESENÇA NO GUIA

VALORIZAÇÃO

As empresas que figuram no guia das 150 melhores estão efetivamente preocupadas com o bom ambiente de trabalho e com a valorização e retenção de seus funcionários. A presença na publicação é a consolidação de um bom trabalho feito pelas empresas, já reconhecido pelos próprios funcionários. Mesmo as que não entram, avaliam como vantajosa a participação na pesquisa, já que recebem resultados indivi­ duais e comparativos, podendo avaliar seu desempenho e melhorar seus resultados.

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PRÁTICAS DE CARREIRA

Observamos que as empresas têm processos formais de avaliação e, com base nos resultados, tomam decisões a respeito de remuneração, treinamento, desenvolvimento e movimentação de carreira, diminuindo a subjetividade. As melhores auxiliam seus funcionários no planejamento de suas carreiras e oferecem ferramentas para apoiar seu crescimento. Também mantêm um processo de sucessão e buscam identificar pessoas dentro da própria organização que possam assumir novos desafios.

Sim, as empresas estão mais preocupadas com valorização e retenção. A pesquisa mostra que funcionários consideram uma empresa como um excelente lugar para se trabalhar quando estão satisfeitos e motivados com o trabalho (33%) e percebem que estão aprendendo e têm oportunidades de crescer (26%). No contexto da economia brasileira, de baixo desemprego e escassa mão de obra qualificada, as empresas têm aprimorado sua gestão para reter os funcionários. Práticas de carreira fazem parte desse processo.


AS SEIS DE JOINVILLE

Confira os pontos fortes das empresas de Joinville que foram reconhecidas neste ano pelo principal guia brasileiro sobre clima organizacional Embraco

Valorização do recrutamento interno, oferecendo aos funcionários a possibilidade de gerenciar suas carreiras, alinhando-as aos seus objetivos e sonhos profissionais, treinamento de equipes, capacitação individual e desenvolvimento de políticas de liderança dentro de casa são destaques. “Entendemos que gerenciar pessoas em um cenário cada vez mais competitivo, globalizado e desafiador é chave para o sucesso”, observa a gerente de RH, Adriana Horbatiuk. Fundação Pró-Rim

Incentivo ao desenvolvimento se dá por meio de projetos de bolsas de estudos, parcerias para publicações científicas e participações em congressos, troca de experiências com intercambistas, cursos e palestras. Ênfase, também, em ações voltadas à saúde e qualidade de vida. Além desses aspectos, o treinamento de líderes para disseminar a cultura da instituição é um importante passo para o destaque em políticas de RH.

Whirlpool

Reconhecida por oferecer oportunidades de desenvolvimento e carreira. Destaque com as melhores práticas de remuneração, aplica à política de RH um mecanismo de meritocracia. Programas específicos permitem que o funcionário cresça verticalmente na carreira e se desenvolva por meio de treinamentos. Estar entre as melhores, para a Whirlpool, é o reconhecimento do “júri” mais exigente: as pessoas que estão diariamente em contato com as práticas e políticas da empresa. Schneider Eletric

Atenção ao treinamento e ao desenvolvimento, por meio de plataformas de aprimoramento profissional, incentivo ao engajamento, qualificação dos valores da empresa e ações como plano de desenvolvimento individual ou plano de salários e benefícios. O diálogo próximo com as equipes e a manutenção de um canal de comunicação também contaram pontos positivos na relação empresa/funcionário.

Termotécnica

Satisfação e motivação de funcionários, aprovação de líderes e alto índice de identificação com a empresa foram os tópicos que garantiram a presença da empresa no guia. Investimento em capital humano e gestão transparente são pontos fortes. Tigre

Formar, desenvolver e reter um time de alto desempenho é o objetivo. Investimentos na formação de carreiras específicas, como a carreira Y, voltada aos profissionais da área técnica, destacam o empenho da Tigre em promover o crescimento profissional. A valorização das pessoas é o maior ativo da empresa. Selbetti

Desde 2007, vem aperfeiçoando sua política de gestão de pessoas, que começou com o plano de cargos e salários. Um bom ambiente de trabalho e a valorização do capital intelectual, com plano de benefícios e espaço para crescimento na carreira, são alguns conceitos.

Executivos das empresas classificadas no Guia Exame deste ano apresentaram experiências em painel na Acij

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DIVULGAÇÃO

AEROPORTO

Potencial para voar alto

Jogadores foram homenageados pela Acij, logo depois do acesso à série A COMUNIDADE

E o JEC chegou lá “O Joinville escolheu pessoas honestas, bem intencionadas e comprometidas, como o treinador Hemerson Maria.” A frase do presidente Nereu Martinelli, no evento em homenagem à conquista do acesso à série A do campeonato brasileiro, realizado pela Acij, resume o tempo diferente que o JEC viveu em 2014. Gato escaldado, depois de dois anos “quase” subindo, o clube fez um impecável campeonato, ao começar a temporada com foco no acesso nacional – e menos preocupação com o catarinense. Surpreendendo a todos, acabou disputando a final do Catarinão e provando que, desta vez, tinha chances reais de passar a integrar a elite do futebol brasileiro. O sonhado acesso chegou, mas trouxe novas responsabilidades. Representando a cidade, o JEC se prepara para lutar de igual para igual com os “grandes” e permanecer lá. “É o momento certo para o time seguir no caminho do planejamento”, recomenda Douglas Strelow, especialista em mar­ keting esportivo e sócio da Âgon, especializada em negócios do esporte. Ele pondera que o resgate da credibilidade de uma equipe abre as portas aos patrocínios e apoios necessários para um time se fortalecer. Defensor das práticas profissionais na gestão do esporte, o consultor sublinha que o planejamento não se refere, necessariamente, a questões imediatas, como uma contratação ou o próximo campeonato. “Devemos planejar a longo prazo, investir nas categorias de base e na profissionalização da administração.” Com o JEC na série A, por tabela, o nome de Joinville chegará aos quatro cantos do país. “A cidade não será mais lembrada apenas como Cidade das Flores, do Festival de Dança, do Bolshoi. Será também conhecida por seu time de futebol”, orgulha-se o diretor-executivo da Acij, Diogo Haron.

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Foi um ano de grandes decolagens para o Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola. Depois de ter homo­logado, em junho, o sistema ILS, para chegadas e partidas com maior segurança, no início de novembro, o terminal recebeu o Sistema ELO, um corredor climatizado que leva os passageiros da sala de embarque até o avião. A novidade promove maior acessibilidade e conforto aos usuários. Joinville foi a terceira cidade do Brasil contemplada com esse tipo de sistema, que custou R$ 4,2 milhões. Segundo estudo divulgado pela empresa de inteligência de mercado Urban Systems, o aeroporto de Joinville é o terceiro do país com maior potencial de desenvolvimento. A pesquisa teve como base o programa de investimentos em logística do governo federal. Dos 100 terminais da lista, 20 foram apontados com potencial “muito alto”. Desses, 11 estão no Sudeste, sete no Sul, um no Nordeste e um no Centro-Oeste. A classificação foi determinada por fatores como infraestrutura e localização, transporte de passageiros, transporte de cargas, hospedagem, varejo e educação. Para Rones Heidemann, superintendente da Infraero em Joinville, os resultados têm explicação: “De 2011 a 2014, foram investidos R$ 11 milhões no aeroporto de Joinville, na aquisição de equipamentos de segurança, adequações no terminal de passageiros até a reforma do sistema de pátios e pistas”. Entre as ações previstas para 2015, Heidemann cita a ampliação da sala de embarque, um novo estacionamento para passageiros e um novo terminal de cargas, com área de 5.300 metros quadrados.


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PENINHA MACHADO

André, tecnólogo e trainee, atua na Wetzel: “Para provocar e desafiar” PROGRAMA

Ponte para o talento e a inovação “Como em uma história, os elementos que constituem processos de pesquisa, desenvolvimento e inovação não podem se situar no final, mas sim no decorrer da narrativa. Cada novo fato serve para instigar nossos sentimentos, assim como cada etapa da criação deve existir para nos provocar e nos desafiar.” Esse é o inspirado conceito de construção da inovação adotado pelo tecnólogo e trainee André Giacomini. Formado em Tecnologia em Sistemas Eletrônicos, no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), o jovem de mente aberta e ávida por conhecimento é um dos participantes do Programa Inova Talentos em Joinville. No início de 2013, recém-formado, Giacomini não encontrava oportunidades para trabalhar na área com que mais havia se identificado na faculdade. Quando ficou sabendo das inscrições para o Inova Talentos, não deixou escapar. Foi selecionado para integrar um seleto grupo de jovens e, desde julho deste ano, atua no setor de engenharia da Wetzel, desenvolvendo uma nova tecnologia que possibilitará o controle da intensidade luminosa de postes com luminárias LED. O sistema poderá identificar faixas do dia em que o fluxo de pessoas não é muito intenso, como da meia-noite às 4 horas da manhã, e reduzirá a intensidade da luz nesses horários, poupando energia. Segundo o bolsista, o sistema viabiliza a redução de até 80% do consumo de energia em iluminação pública no país, gerando impacto econômico, social e ambiental. “Atuar nesse campo traz recompensas visíveis. Cresço com a oportunidade de estar sempre aprendendo. Como produto final, eu me motivo ao pensar que o resultado da pesquisa possa se tornar um facilitador, algo que melhore a vida das pessoas”, orgulha-se Giacomini.

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Como funciona o programa O Inova Talentos é uma ação do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), ligado à Fiesc. Basicamente, empresas interessadas podem inscrever projetos de inovação, que, se aprovados, passam a fazer parte do programa. Em uma segunda etapa, são recrutados bolsistas capacitados para as funções requeridas em cada projeto. Jovens graduandos, graduados e mestres aproveitam o programa para colocar em prática o conhecimento da vida acadêmica. Os selecionados re­ cebem bolsas de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil mensais e, acompanhados por tutores, executam o projeto ao longo de um ano. Para as empresas, as vantagens estão associadas a ganhos de competitividade e produtividade. O foco principal dos projetos contemplados é o desenvolvimento de produtos ou processos, nas áreas de engenharia, ciência da computação, design, matemática e estatística. Bolsistas e tutores são capacitados em instituições internacionais renomadas, como Harvard, Stanford, University of Chicago e Skillsoft. Para os tutores, o conteúdo remete ao coaching e à criatividade, embasando as orientações e criando ferramentas para que estimulem os bolsistas sob sua tutoria. Já os jovens estudam ferramentas técnicas e comportamentais para que se desenvolvam e consigam lidar com as demandas de pesquisa e inovação. “O suporte do Inova Talentos é enriquecedor. Tenho contato com novas tecnologias, aprendo a gerenciar melhor meu tempo, aprimoro minha comunicação e baseio meu trabalho em conceitos de liderança”, conta André Giacomini. Inscrições até 5 de dezembro. Mais informações: www.inovatalentos.com.br.


DIVULGAÇÃO

EVENTO

24 horas de empreendedorismo Santa Catarina é o terceiro Estado do Brasil com o maior número de micro e pequenas empresas. Segundo o Sebrae, são 319 mil micro e 20 pequenas companhias instaladas no Estado. Atualização de empreen­dedores desse porte foi o propósito de um evento bem diferente que se realizou em Florianópolis: a Empreen­de Brazil Conference, primeira conferência com 24 horas seguidas de programação voltada ao mundo empresarial do Sul do país. “Os resultados superaram as expectativas: tivemos participantes de outros municípios e atingimos nosso objetivo de ser uma ação estadual. A atmosfera foi

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muito legal, de troca de experiências e associativismo”, aponta Lucas Schweitzer, um dos organizadores. Casos de sucesso apresentados geraram produtivos debates na plateia. Também foram realizadas palestras, talk-shows com empreen­dedores e oficinas dirigidas a mulheres empresárias, técnicas de oratória, mercado fonográfico e processos de capacitação. A Empreende Brazil Conference recebeu apoio de diversas entidades empresariais. Interessados podem se preparar que a segunda edição já está programada para setembro de 2015.

Encontro em Florianópolis incluiu uma maratona de palestras e atividades diversas, em formato inédito na Região Sul

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Em números

ESTUDO DA FIESC

Caminhos para os setores de metalurgia e metal-mecânico O projeto “Rotas Estratégicas Setoriais para a Indústria Catarinense 2022”, idealizado pela Fiesc, propõe caminhos de construção do futuro para os setores identificados como os mais promissores da indústria catarinense no horizonte dos próximos sete anos. Além disso, o estudo tem o objetivo de elaborar agenda convergente de ações de todas as partes interessadas para concentrar esforços e investimentos, identificar tecnologias-chave para a indústria do Estado e elaborar mapas com as trajetórias possíveis e desejáveis para cada um dos setores. Parte desse estudo, a “Rota Estratégica do Setor Metal-mecânico & Metalurgia” traça um perfil do segmento e dos caminhos que ele pode seguir.

DIAGNÓSTICO APONTA 197 AÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DOS SETORES DE METALURGIA E METALMECÂNICA ATÉ 2022, DIVIDIDAS EM: l Gestão e tecnologia l Infraestrutura l Políticas públicas l Recursos humanos e cultura empresarial l Cultura para a inovação l Interação universidade-empresa l Cultura para a sustentabilidade l Regulamentação

EVOLUÇÃO DO GRAU DE INDUSTRIALIZAÇÃO DO SETOR EM SANTA CATARINA, ENTRE 2007 E 2011 Grau de industrialização é a participação da transformação industrial no valor bruto da produção do setor. Quanto maior essa participação, maior a eficiência. Três segmentos apresentaram queda. Valores em % 69

Forjaria e metalurgia do pó 60

CONHEÇA DOZE AÇÕES DE CURTO PRAZO (PARA 2014-2015) PREVISTAS PELO DIAGNÓSTICO l Ampliar os incentivos governamentais para investimento em tecnologia l Estimular PD&I por meio de bolsas de estudo mais atrativas l Alinhar pesquisas acadêmicas com as necessidades do setor l Automatizar os processos insalubres l Facilitar o acesso às linhas de crédito, em especial a micro e pequenas empresas l Articular política para alinhamento das competências dos órgãos fiscalizadores e regulatórios l Atualizar a grade curricular dos cursos relacionados ao setor com a finalidade de contemplar novas tecnologias l Desenvolver políticas para ampliação do quadro de mestres e doutores no setor l Disseminar informações relacionadas à inovação no meio empresarial e educacional l Fortalecer as instituições de financiamento de projetos entre universidades e empresas l Facilitar o acesso às linhas de crédito para PD&I, em especial a micro e pequenas empresas l Incorporar critérios de sustentabilidade no planejamento de longo prazo das indústrias

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Cutelaria e ferramentas 52 Fundição 51 Tanques e reservatórios 50 Metais não-ferrosos 50

Outros produtos de metal 42

58 53 52

43 42

37 Estruturas metálicas e caldeiraria 32 Siderurgia 25 Tubos de aço 25

FONTE CITADA NO DOCUMENTO: IBGE. PESQUISA INDUSTRIAL ANUAL – EMPRESA, 2007-2011/ A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO PODE SER LIDA EM HTTP:// WWW4.FIESCNET.COM. BR/IMAGES/HOME-PEDIC/ METAL-MECANICO%20-%20CADERNO.PDF

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Especial

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Não parece, mas tem saída

Enxergar as oportunidades no meio da crise e investir na competitividade são caminhos para retomar o crescimento Marcela Güther Atípico e peculiar. Os adjetivos, usados para caracterizar o cenário econômico brasileiro de 2014, repetem-se entre alguns dos articulistas convidados para participar deste especial, que objetiva reunir diversas visões sobre o que se pode esperar do ano que chega. De acordo com o Boletim Focus, elaborado pelo Banco Central (BC) do mês de setembro, o país cresceu somente 0,33% em 2014 – a projeção para 2015 é de 1,04%, um “pibinho”. Enquanto isso, a economia mundial, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), tem previsão de avançar 3,4% em 2014 e 3,9% no próximo ano. Diante do cenário, consultores e analistas detectam uma suposta crise e estagnação. Sendo assim, quais medidas a presidente reeleita Dilma Rousseff precisa adotar para retomar o crescimento da economia? E como o empresariado deve agir para evitar maiores impactos nos negócios? Em suas análises, os convidados apontaram ações econômicas e fiscais que a presidente deve tomar. Na ponta da lista, o controle da inflação (a taxa está em 6,45%, enquanto a meta é 4,5%), a redução de gastos públicos, a melhoria na infraestrutura (uma das alternativas para não estourar os cofres públicos são as PPPs, as Parcerias Público-Privadas), as reformas tributária e trabalhista e a redução de juros (de acordo com o BC, a taxa Selic aumentou para 11,25%). Outro ponto frisado pelos articulistas é a valorização do mercado interno, de modo a estimular empresas brasileiras a crescer e se tornar competitivas, segurando a taxa de emprego e investindo na capacitação de mão de obra. Apesar de preocupante, o quadro parece indicar luzes no fim do túnel – o Índice de Confiança da Indústria (ICI), da Fundação Getulio Vargas, evoluiu 1,8% entre setembro e outubro de 2014, ao passar de 81,1 para 82,6 pontos, após ficar nove meses em queda. Em âmbito estadual, também há melhores perspectivas. O Índice de Confiança Empresarial Sustantare (Ices), respondido por empresas das regiões de Joinville, Jaraguá do Sul, Blumenau, Itajaí e Florianópolis, mostra, ainda que sutil, uma melhora na expectativa de empresários no terceiro trimestre de 2014 – aumento da confiança tem como consequência uma maior taxa de investimento. Ernesto João Reck, presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), abre o conjunto de análises nas páginas a seguir com um visão otimista: “O Estado gerou 9,4% dos empregos no país de agosto de 2013 a julho de 2014. A taxa de crescimento é duas vezes superior à nacional”, evidencia.

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Agenda positiva Ernesto João Reck

PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS DE SC (FACISC)

O ano de 2014 foi peculiar na história brasileira. Sediamos a Copa do Mundo de Futebol e realizamos uma eleição presidencial das mais acirradas. Santa Catarina, a exemplo de todo o Brasil, sentiu os reflexos positivos e negativos. Somos um Estado privilegiado pela diversidade cultural, que nos fez um grande e perfeito mosaico. Somos destaques nacionais em diversos indicadores. Apesar da desaceleração na economia nacional, Santa Catarina continua crescendo acima da média brasileira. O Estado gerou 9,4% dos empregos no país de agosto de 2013 a julho de 2014. A taxa é duas vezes superior à nacional. Estima-se que o PIB de Santa Catarina em 2014 chegue na casa de 3,1%, patamar três vezes maior que o nacional. Mesmo com esses indicadores positivos, continua­ mos com alguns gargalos extremamente desfavoráveis para o nosso desenvolvimento e para a melhoria

da competitividade das empresas catarinenses. Nesse sentido, destacamos a nossa infraestrutura, uma melhor legislação tributária, como também uma política industrial que dê aos nossos investidores a convicção de que investir em nosso país ainda é bom negócio. Estamos sedentos de uma reforma fiscal, cujo principal objetivo seria reduzir a carga tributária e agregar competitividade à economia. Precisamos de uma política econômica que gere resultados a curto, médio e longo prazo. Temos a expectativa de que, para o próximo ano, ações de nossos governantes possam interferir diretamente na economia. A redução da carga tributária tornaria ainda mais viável a redução das taxas de juros sem provocar mais inflação. Andamos na contramão de outros países que operam com juros negativos. O Banco Central elevou a taxa de juros para 11,25% ao ano no início de novembro. Não há economia que consiga ser competitiva com essa taxa. Precisamos de uma agenda positiva e eficaz na nossa economia para colocar de vez o Brasil no rumo certo.

Foco no aumento da produtividade Hugo Ferreira

DIRETOR REGIONAL DO SINDIPEÇAS E PRESIDENTE DA CÂMARA AUTOMOTIVA DA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SANTA CATARINA (FIESC)

Ao fazermos um balanço sobre nosso setor em ano de “três carnavais” – o de março, a Copa do Mundo e as eleições –, nada resume melhor o que sentimos do que a expressão “enfim, 2014 está terminando”. Já havíamos iniciado o ano com aspirações bem conservadoras, ao prevermos crescimento da produção automobilística limitado a 4%, mercado de exportação, exigindo sacrifício de margens para manter participação e mercado de reposição com crescimento moderado. Projetamos fechar o ano com queda de 17% na produção das montadoras, com o segmento de veículos comerciais caindo 28%, sendo este de quem mais depende o setor catarinense de autopeças. Nas exportações de veí­culos, as montadoras registram queda de 37%, enquanto as autopeças nacionais exportaram 4% a menos. Em contrapartida, as autopeças do Estado vão exportar 3% a mais neste ano. O mercado de reposição caiu 4% em nível nacional, mas se manteve aquecido para as autopeças locais, com demanda levemente superior à de 2013.

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Em suma, regionalmente, as estatísticas do setor acusam queda de 14% no faturamento acumulado em 2014, comparado com o mesmo período de 2013, mas a nossa participação no segmento nacional de autopeças cresceu de 3,4% para 4,2% no período. Contudo, a queda nas vendas causou redução de 8% no nível de emprego. E o ano de 2015, como se apresentará para o setor de autopeças? O inevitável combate à inflação, com a elevação dos juros, impedirá uma retomada da produção da indústria automotiva. A melhor de nossas expectativas é da manutenção do atual nível, o que permite uma estabilidade para nossas operações. Isso dará oportunidade de focarmos no aumento de produtividade, que tanta falta nos faz para melhorar nossa competitividade no mercado de exportação. No mercado doméstico, estaremos acompanhando a implementação da rastreabilidade do índice de conteúdo nacional nas montadoras. A contrapartida desse controle será a necessidade da nacionalização de componentes importados, que trará o grande benefício antevisto pelo Inovar-Auto [medida do governo federal para estimular o investimento na indústria automobilística nacional] para o setor de autopeças brasileiro.


Caçadores de oportunidades Vandré Hilbrand Kramer

EDITOR DE ECONOMIA DO JORNAL NOTÍCIAS DO DIA, DE JOINVILLE

ANTONIO PINHEIRO

Setor industrial espera medidas para estimular investimentos e manter a geração de empregos

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Neste momento, o que se observa para 2015 não é promissor: as expectativas são de mais um “pibinho” pela frente – 1% de crescimento, segundo levantamento feito pelo Banco Central junto a instituições financeiras, e 0,3% de acordo com os economistas do FMI – e inflação em patamares elevados, beirando o teto da meta (6,5%): 6,32%, conforme o BC. Consumidores e empresários estão com as barbas de molho. A intenção de consumo das famílias encolheu 3,8% nos 12 meses encerrados em outubro, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). A confiança dos comerciantes retraiu-se 11,1% no mesmo período. É uma situação similar à da indústria, onde a confiança recuou 14,9% em 12 meses. Não há sinais evidentes de que problemas que afetam empresas e consumidores vão ser solucionados no curto e no médio prazo. Novo ano, velhos problemas: infraestrutura deficiente, burocracia em alta. Ranking feito pelo Banco Mundial mostra o quão complicado é fazer negócios no Brasil: no último ano, tornou-se mais difícil, em relação a outros países, abrir negócios, pagar impostos e obter licenças para construção. Se os números não são animadores, é preciso olhar à frente. As possibilidades de obter bons resultados vão depender mais do esforço das empresas do que nos números da economia. Cortar custos desnecessários, investir em processos que resultem em maior produtividade e rentabilidade, procurar nichos de mercado que estão crescendo... Oportunidades existem! Mas é necessário correr atrás delas. O bom é que há muita gente arregaçando as mangas e, mesmo em um cenário desconfortável, descobrindo meios para crescer. São os caçadores de oportunidades. Na média, estamos bem melhor do que o resto do país. Muitas oportunidades estão desembarcando na região. E outras devem surgir nos próximos anos. Somente em investimentos planejados no entorno de Joinville, são mais de R$ 2 bilhões. O momento parece mais complicado, mas é preciso lembrar o que o poeta espanhol Antonio Machado escreveu na primeira metade do século passado: “Caminhante, são tuas pegadas e nada mais. Caminhante, não há caminho. O caminho se faz ao caminhar”.

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A face B da crise Cícero Gabriel Ferreira Filho

PRESIDENTE DO NÚCLEO DE GESTÃO EMPRESARIAL DA ACIJ E DIRETOR DA PERTENCER, ESPECIALIZADA EM GESTÃO EMPRESARIAL

Estagnação, crise e banalização do pessimismo. Muitas pessoas, empresas e nichos de mercado encaram o momento atual do Brasil como propenso a dificuldades latentes no que tange ao crescimento. Não podemos esquecer de uma célebre frase dita por ninguém menos do que Albert Einstein: “A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque ela é a fonte dos maiores descobrimentos e das grandes estratégias”. Pois bem, ainda não levando em conta esse enfoque, você poderia argumentar que lê constantemente artigos e notícias de economia. Em 7 de outubro, por exemplo, o jornal “Brasil Econômico” publicou que o FMI havia reduzido a previsão de crescimento do Brasil para 0,3% em 2014. E aí eu diria: verdade, caro leitor. No entanto, há de se lembrar que, mesmo ante esse tipo de dado, Santa Catarina cresceu 4,1% em 2013, frente a 2,52% do Brasil, e neste exercício é esperado que o PIB estadual avance 3,5%, quando no exterior a estimativa é de crescimento de 3,3% na economia. Ainda sob essa ótica, na crise de 2008, os paí­ses emergentes “seguraram as pontas” da crise econômica global, especialmente no Brasil, onde, segundo o Jornal do Comércio do RS, o faturamento das 50 maiores empresas brasileiras saltou 84% entre 2008 e 2012, de R$ 753,5 bilhões para R$ 1,388 trilhão em valores correntes. Isso sem contar os eventos de internacionalização de nossas empresas fomentados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nós, consultores, costumamos recorrer à velha máxima de que “contra fatos e dados, não existem argumentos”. Eu gosto muito de citar Erico Verissimo: “Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento”. Porém, para isso, não basta às organizações continuar onde estão, limitando-se a ter a mesma visão de tudo; é preciso inovar, sair da zona de conforto, apertar os cintos, pensar diferente, e, mais crucial do que isso: agir diferente! Acompanhamos vários clientes, dos mais variados tamanhos e nichos de mercado, que têm se planejado melhor, revisado processos, reduzido desperdícios e recorrido ao ponto vital para crescer e sustentar o crescimento: investir nas pessoas. Sendo assim, observamos que, mesmo em momentos de crise, o mais preparado e atento encontrará oportunidades batendo à sua porta. Resta saber se você, pessoa física ou jurídica, está pronto para identificar, agir e só aí, então, usufruir delas em 2015.

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CARLOS SEVERO

Alta do dólar, nos últimos meses, refletiu dúvidas produzidas pelo quadro político: o que vem por aí?


O ano que não existiu Paulo de Tarso Guilhon

ECONOMISTA E CONSULTOR DA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SC (FIESC)

Em 2014, Carnaval, Copa do Mundo de futebol e eleições paralisaram o país. Denúncias sistemáticas de corrupção, insegurança jurídica para desenvolvimento de negócios e burocracia se somaram aos demais componentes do Custo Brasil, como infraestrutura precária, carga tributária elevada, encargos sociais e educação pública de baixa qualidade, entre outros ônus. O principal problema do país é o descontrole das contas públicas. Economia vem do grego, “oikonomos”, que significa ordem na casa. Exatamente o que nos falta. Nos nove primeiros meses do ano, as contas do governo apontaram déficit primário – receitas ficaram abaixo das despesas, mesmo sem contar juros da dívida. Primeira vez que isso ocorre desde o início da série histórica do BC, em 2002. Após as despesas com juros, as contas públicas registraram um déficit de R$ 224 bilhões de janeiro a setembro deste ano, o equivalente a 5,94% do PIB. Pagamos impostos de países nórdicos e recebemos serviços públicos africanos. A situação é tão grave que

a carga tributária absurda de 36% do PIB não é suficiente para o apetite voraz do governo. Por isso, o governo se endivida cada vez mais e o país compromete quase 50% do seu orçamento com dívida pública. Dez vezes mais do que destina à educação e saúde. Perceber essa anomalia, entender o descompasso das contas públicas e, principalmente, cobrar de nossos representantes no Congresso ações para que se faça uma reforma fiscal para valer em 2015: este é o salvo-conduto para um país melhor. O Brasil necessita de planejamento de longo prazo e a indústria, de uma política pública que devolva ao setor sua importância na geração da riqueza, hoje nos mesmos níveis de participação no PIB de 60 anos atrás. Reforma tributária, trabalhista, educacional, um novo pacto federativo e desestatização do setor privado, que precisa vencer inúmeras etapas burocráticas para se estabelecer, são outros desafios para o governo. Fecharemos 2014 com crescimento menor que 0,3% e inflação sentida no bolso dos brasileiros que vão às compras. Ano que vem será de ajuste, remédios amargos. Crescer um pouco mais deve ficar para 2016. Tomara que eu esteja errado.

Foi difícil. Mas não impossível Vanderlei Buffon

EMPRESÁRIO E PRESIDENTE DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE JOINVILLE (SINDUSCON)

O ano de 2014 não foi dos mais fáceis. As oscilações da economia surtiram efeitos indesejados em todos os setores. Não há quem não tenha se ressentido, refeito metas e planejamentos, ajustado perspectivas. Mas também não foi um ano impraticável. Considerados os ajustes e traçados novos planos, o setor da construção civil de Joinville reagiu. Sentimos, sim, uma pequena redução nas vendas, mas nada além do previsto. Para embasar nossa tomada de decisões, uma consultoria traçou o panorama do mercado imobiliário na cidade. Com informação qualificada em mãos, conseguimos redirecionar investimentos e planejar novos caminhos. Felizmente, os empresários da construção civil em Joinville têm consciência da importância de estudos locais para determinar seus investimentos e os tipos de imóveis a ser feitos de acordo com a região ou bairro.

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Com a ajuda do Sindicato da Indústria da Construção Civil, sempre atento às demandas, o setor conseguiu dar norte aos seus projetos. Até agosto de 2014, foram lançadas mais de 1,3 mil novas unidades e a Velocidade de Vendas Média (VSO) foi de 6,8%. Número razoavelmente positivo se comparado a outras cidades com o mesmo dimensionamento do mercado imobiliário joinvilense. Desde dezembro de 2013, por exemplo, a disponibilidade sobre a oferta atual aqui se manteve abaixo dos 30%, o que é extremamente aceitável e factível para a realidade local. Hoje, esse índice é de 27%, ou seja, do montante de empreendimentos disponibilizados para venda, apenas 27% ainda estão em estoque. E a perspectiva é que novos projetos sejam lançados até o primeiro trimestre de 2015. Mas nem só com números e pesquisas se constrói um setor forte. A união e o associativismo também são preponderantes. E assim será. Estamos certos de que o caminho a percorrer é árduo, mas promissor. Esperamos que a economia reencontre seu prumo e possamos alcançar, em 2015, resultados cada vez mais expressivos.

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O desafio que nos aguarda Guilherme Bertani

DIRETOR COMERCIAL DA DOCOL METAIS SANITÁRIOS

O ano de 2014 está acabando e, com ele, vão-se também algumas de nossas esperanças. Pela frente, o que temos é a dura realidade, sem fantasias. Uma realidade que, querendo ou não, deixamos criar. A Copa do Mundo nos surpreendeu em pontos piores que os 7x1. A partir de maio, o mercado caiu a patamares maiores do que os previstos e reagiu só em agosto, mas em níveis inferiores aos planejados. Difícil afirmar que o cenário eleitoral tenha contribuído. O quadro atual, de inflação alta, baixo desemprego (ainda), baixo investimento e crescimento nulo, já estava desenhado havia algum tempo. O resultado até outubro indica que conseguiremos algum crescimento e, mais importante, que vamos preservar nossos indicadores de rentabilidade. Três fatores foram decisivos: exportações, controles mais rigorosos sobre os gastos e o início de um trabalho mais próximo com nossos gestores. Com toda certeza, poderíamos ter tido um ano melhor. Perdemos algumas oportunidades no mercado interno porque não estávamos preparados para aproveitá-las. E isso nos motiva a continuar desenvolvendo nossas equipes, pois, se são as pessoas que fazem a diferença, precisamos das mais capazes criando nosso futuro. Mas, cuidado: muitos acreditam que desenvolver é dar capacitação, só que isso é uma parte pequena do processo. A atitude certa é o verdadeiro alimento para nossas empresas. Quanto ao próximo ano, não acredito em nenhuma boa novidade econômica. Entretanto, é imperativo continuar a crescer e a melhorar a rentabilidade. Em nossa empresa, estamos discutindo os planos para 2015: as ações mais importantes serão buscar eficiência operacional ainda maior e conti­nuar o desenvolvimento da equipe. Isso é fácil falar, só que para funcionar exige muito trabalho e atenção, à medida que nos detalhes estão as maiores barreiras. A Acij se destaca na defesa dos interesses da indústria. Mas precisamos ir além. Desde a época do Mário Amato (que foi presidente da Fiesp), a queixa é a mesma e o problema piorou. Temos que começar a exercitar outras formas de mobilização. Deixamos a situação chegar a esse ponto. É a indústria que tem “tudo a perder” com o baixo crescimento e com o “Custo Brasil”. Não é 2015, mas sim este o nosso maior desafio.

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Fortalecer o Brasil e promover reformas Heleny Meister

PRESIDENTE DA MEISTER E DIRETORA ADMINISTRATIVA DA ACIJ

Mesmo quando as condições da economia mundial ou nacional estão adversas, podemos ser otimistas. Devemos analisar as opções que temos, procurando novas alternativas ou adequando nossos negócios ao ritmo da economia. Todas as crises que já vivenciamos no Brasil nos fortaleceram e dão a confiança de que podemos enfrentar qualquer uma que vier. Penso, no entanto, que podemos, em 2015, fortalecer o Brasil, unindo os mais diversos segmentos da economia e da comunidade para exigir as melhorias e as reformas que nosso país precisa. Elas são do conhecimento de todos e exigem ação para ser implementadas. Além de zelar por nossos negócios e nossas vidas, temos que cuidar do país, exigindo de nossos representantes eleitos no Poder Executivo e no Poder Legislativo que cumpram os propósitos para os quais foram eleitos e atendam aos anseios da comunidade. As manifestações de junho de 2013 não devem ser apenas um episódio isolado que demonstrou a insatisfação de todos quanto às condições do Brasil. Temos que nos manifestar de maneira consistente até que os objetivos sejam alcançados. Desejo que em 2015 o Brasil mude. Para melhor.


J.P.ENGELBRECHT

Copa do Mundo: críticas ao gasto excessivo com os estádios e impacto em vários mercados

Atenção redobrada na hora de investir Ricardo Bragança Brenner

ESPECIALISTA EM INVESTIMENTOS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DOS MERCADOS FINANCEIROS E DE CAPITAIS (ANBIMA)

O mês de outubro teve importantes eventos que começaram a desenhar os rumos da economia brasileira para 2015. No cenário político, a reeleição da presidenta Dilma, que dividiu opiniões e fez dessas eleições as mais acirradas da história democrática. O ponto mais notório do atual governo são os avanços sociais, mas a economia mostra sinais de enfraquecimento. Segundo o Focus, relatório de mercado do Banco Central, em outubro, a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, a soma de todas as riquezas geradas em 2014, recuou para 0,24%, podendo ser o menor crescimento dos últimos cinco anos. A projeção para 2015 se manteve em 1%. Outro fantasma que volta a assombrar a vida dos brasileiros é a inflação acumulada dos últimos 12 meses, que vem crescendo e está acima do teto da meta do governo (6,75%). Ainda assim, a projeção da inflação para 2014 é de 6,45% e, para 2015, 6,32%, bem superior ao centro da meta estipulada pelo governo, de 4,5%. Estamos diante de muitos desafios. Buscando resgatar um pouco da confiança do mercado, em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada nos dias 28 e 29 de outubro, a maioria dos integrantes decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) para 11,25% ao ano, surpreendendo o mercado, que esperava sua

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manutenção. A decisão não foi unânime, teve cinco votos a favor da elevação de 0,25 ponto percentual e três contra. Isso mostra que há integrantes do Copom preocupados com o crescimento do país, pois o efeito da elevação dos juros é um menor avanço do PIB. Porém, o lado favorável dessa decisão de alta dos juros é tentar controlar a inflação para dentro da meta, uma medida que visa reduzir o consumo no país. Só a política monetária não vai tirar nossa economia dessa sinuca de bico. É necessário avaliar e agir com mais profundidade e planejamento de longo prazo, principalmente atuando nas políticas fiscal e externa. Caso contrário, poderemos começar a perceber um quadro mais agudo de desemprego. Mesmo diante da turbulência que a economia brasileira vem enfrentando, que oportunidades surgem neste final de ano e para 2015? Para os brasileiros que dispõem de reserva financeira, o mercado de renda fixa se mostra recheado. Voltaram os tempos em que o investidor dizia que o rendimento de 1% ao mês, em uma aplicação conservadora, estava excelente. Atualmente, existem diversos investimentos feitos em fundos de renda fixa, letras de crédito imobiliário, letras de crédito do agronegócio, títulos públicos, entre outros, que são afetados por essa alta dos juros e continuam proporcionando bons rendimentos. Importante buscar a orientação de um profissional especializado para adequar o perfil do investidor e seus objetivos, alinhando-os às aplicações financeiras disponíveis no mercado. Convém ainda salientar que, tendo um alinhamento nos trilhos da economia, os juros altos são os primeiros a ser ajustados. Portanto, o momento é agora.

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Faça como o velho marinheiro Eugênio Esber

DIRETOR DE REDAÇÃO DA REVISTA AMANHÃ, DE PORTO ALEGRE

Lá se foi mais um ano, e cá estamos novamente entregues ao apaixonante – embora inútil – exercício da adivinhação. Estou ciente, meu caro associado da Acij, que planejamento é fundamental e de que todos devemos ter em vista três cenários possíveis para reduzir o nível de incerteza e “quetais”. Mas, ao final, restará o desafio: teremos de escolher, como norte ou “guidance”, uma entre as três bolas de cristal: a otimista, a conservadora e a pessimista. Qual delas? Eis a questão. O retrospecto dos cenaristas não os favorece. Mesmo os bancos e suas robustas equipes técnicas têm errado não a mosca, mas até o alvo. Há um ano, previa-se no mercado que o Brasil teria um crescimento ao redor de 2% em 2014 – e, como todos sabem e lamentam, o PIB brasileiro chega ao final do ano neste estado letárgico que alguns experts já definem como “recessão técnica”. Tantas mancadas nos ensinam que é um erro considerar o futuro como extensão do presente. E, sobretudo, carre-

gar nas tintas, como o mercado costuma fazer tanto nos momentos de depressão quanto de euforia. Ok, sua paciência terminou e você quer saber o que diz minha bola de cristal. Pois bem, nela aparece Paulinho da Viola – ele mesmo – entoando “Faça como o velho marinheiro que, durante o nevoeiro, leva o barco devagar”. Paulinho não liga para macro ou microeconomia, mas, se o interpreto bem, lá vai a tradução desse samba em seus negócios: 1 – Cuide muito bem do caixa. 2 – Busque visões independentes e tente distinguir causas externas de causas internas na análise do que não vai tão bem em seus negócios. 3 – Não conte em 2015 com o micro-ondas governamental para aquecimento rápido de mercados. Posso explicar melhor em outra oportunidade, mas o resumo da ópera é que o quadro das contas públicas projeta um governo preocupado em governar e tourear pressões domésticas e internacionais. 5 – Cole no cliente, veja como é possível apoiá-lo em suas necessidades (inclusive ou, talvez, principalmente, naquelas que ele nem sabe que tem). Boa travessia.

Retomada da economia nacional Rafael Guidotti

DIRETOR DA PWC BRASIL E ESPECIALISTA NA ÁREA TRIBUTÁRIA

Mesmo diante de um cenário com certa estagnação para 2014, os indicadores referentes ao futuro brasileiro apontam uma pequena melhora na economia no próximo ano. É nítida a necessidade imediata de um processo de retomada. Por isso, passado o período eleitoral, é hora de definir as medidas econômicas e fiscais para que o país volte a crescer em 2015. Muito embora o primeiro passo tenha sido dado recentemente, com a elevação dos juros básicos para 11,25%, em outubro, outras ações precisam ser postas em prática. A diminuição dos gastos públicos com consequente ajuste na política fiscal, visando à elevação do superávit primário, é uma delas. Inicialmente, essas medidas representarão entraves ao crescimento da economia no ano que se aproxima, uma vez que podem impactar diretamente na obtenção de crédito e na criação de novos postos de trabalho, por exemplo. É preciso que o país avance na área de infraestrutura, mediante uma nova rodada de concessões públicas, bem

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como de marcos regulatórios mais claros para os investidores. Atenção necessária também deve ser dada para reformas estruturais, como a tributária e a das políticas públicas voltadas para o fomento da inovação e da sustentabilidade, incentivando projetos que possam colocar o Brasil à frente de tendências mundiais. Segundo estudo da PwC, estão entre as megatendências que devem transformar a dinâmica dos negócios, no Brasil e no mundo, a escassez de recursos, as mudanças climáticas, o intenso processo de urbanização das cidades, o deslocamento dos centros de poder econômico e os avanços tecnológicos. Dentre essas megatendências, a sustentabilidade e a inovação se impõem como dois dos principais fatores para o sucesso da economia brasileira nas próximas décadas. Tendo em vista todas as complexidades experimentadas no atual momento, pelo esforço conjunto dos setores público e privado, será possível preparar de maneira sólida o terreno para um caminho de evolução da economia brasileira a partir de 2015, conferindo ao país um maior nível de protagonismo dentro do cenário econômico global.


Dez fatores vão marcar a nossa vida em 2015 Claudio Loetz

COLUNISTA DE ECONOMIA DO JORNAL A NOTÍCIA, DO GRUPO RBS

MARCELO CAMARGO

O brasileiro voltou a sentir com mais intensidade o impacto da inflação, que deve ser combatida

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Quem disser que sabe como será 2015 está mal informado. Nada sugere que, em novembro de 2014, alguém esteja apto a cravar afirmações claras sobre o que vai acontecer. A ausência de clareza pode ser positiva. Explico. Antes das eleições, a vitória da presidente Dilma era demonizada pelos empresários, pelo mercado financeiro. Não mudou a antipatia. Está mudando a percepção de que não compensa mais brigar contra fatos objetivos. Já se sabe que um ajuste fiscal forte será inevitável. E isso passará por corte de gastos públicos. Ambas as medidas são reivindicações antigas, como instrumentos de preparação para um ciclo futuro de retomada de crescimento. O nome de Joaquim Levy, aposta mais frequente para ministro da Fazenda em 24 de novembro, quando escrevo, pode ser um alento. Economista com forte inclinação ortodoxa na aplicação de conceitos macroeconômicos, poderá dar um choque no modelo de gestão dos recursos. A engrenagem pública passará por um freio nas despesas. Pela lógica, os agentes econômicos compreenderão a escolha como sinal de que Dilma, enfim, aprendeu as lições dos erros cometidos no primeiro mandato. O bilionário déficit da balança comercial é ponto negativo. Mostra que nossos produtos exportáveis continuam focados no agronegócio e em commodities. Não é assim que um país que tem o sexto PIB do mundo se fortalece internacionalmente. O nome do jogo é credibilidade. A palavra mágica ronda o ambiente político, e é ela que vai determinar,

em grau decisivo, a aceitação dos agentes econômicos em relação ao governo. Domar a inflação, segurar o desemprego e viabilizar corte fiscal significativo estão longe de ser uma linha uniforme de ação ensinada nos manuais de macroeconomia. O que vai acontecer, em sete pontos. 1 – Os juros básicos, já em 11,25% ao ano, tendem a se elevar mais como forma clássica de conter o consumo e a espiral inflacionária. 2 – Setores econômicos mais organizados e com lobistas estruturados junto à máquina pública, voltarão a pedir (e a ganhar) subsídios seletivos, com queda de cobrança de alíquotas de tributos. 3 – Vida difícil no Congresso, com a oposição marcando em cima cada gesto da presidente e de assessores diretos. 4 – Crise política pode aumentar, com revelações adicionais comprometedoras, envol­ vendo grandes empresas e parlamentares, a partir de denúncias do doleiro Youssef. 5 – Empresas e parlamentares em questão, terão, em contrapartida, ágeis e sensatos bombeiros a evitar fogueira incontrolável em Brasília. O Brasil não vai implodir. 7 – Os empresários continuarão a reclamar dos governos. E com eles vão vivendo, simbioticamente. No nosso mundo, em Joinville, três aspectos. 1 – Pressão por recursos federais para ampliação da Arena, para desapropriação de imóveis na Santos Dumont. 2 – Pressão por dinheiro da Badesc para pavimentar ruas em bairros periféricos. 3 – Definição da construção da ponte na zona Leste – com idas e mais idas de nossas principais autoridades e lideranças a Brasília e a Florianópolis, em busca de apoio para essas demandas. É a preparação para a campanha eleitoral para prefeito, em 2016.

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JOSÉ CRUZ

Uma das eleições mais acirradas da história recente do país trouxe à tona o debate de temas cruciais

Novo governo, velhos desafios Júlia Pitthan

JORNALISTA, EDITORA DE ECONOMIA DO DIÁRIO CATARINENSE, DE FLORIANÓPOLIS

Passadas as oscilações de humor do mercado financeiro com o período eleitoral, o governo brasileiro se renova para enfrentar antigos desafios com a energia de quem encara uma segunda-feira de trabalho depois de retornar das férias. Controle da inflação, retomada do crescimento econômico e redução dos gastos públicos estão na lista de tarefas que se mantêm sobre a mesa da presidente Dilma Rousseff, agora no status de mandatária reeleita. Se os problemas não são novos, mudanças na equipe ministerial podem dar a tônica dos remédios adotados a partir de 2015. O nome de Henrique Meirelles, que já comandou o Banco Central no governo Lula, apareceu na lista e está entre os indicados pelo ex-presidente. O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa também foram cotados. Independente da escolha da presidente, os nomes demonstram preocupação em retomar o diálogo com o mercado financeiro e os setores produtivos da economia. Fato é que Dilma e a equipe econômica precisarão reencontrar o caminho do crescimento. O modelo baseado

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no consumo – com desoneração de tributos e facilidades para a compra de carros, eletrodomésticos e outros produtos – já começou a demonstrar sinais de enfraquecimento. Em 2014, o consumo das famílias deve ter a menor taxa de crescimento desde 2003. Até junho, houve uma expansão de 1,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para 2015, as expectativas não são as melhores: a tendência é de mais um ano de desempenho fraco do consumo. Juros em alta, a pressão da inflação e um quadro menos favorável à geração de novos empregos fazem parte desse cenário que leva as famílias a ter receio de comprar mais e se endividar. O Brasil já deu provas de que pode ser protagonista no cenário econômico mundial. Embalado pelo bom momento das commodities internacionais, alcançou resultados expressivos de crescimento – o que levou a revista The Economist a colocar o Cristo Redentor decolando na capa. O país era, naquele momento, um dos motores de recuperação da economia mundial, que agonizava os efeitos da crise de Wall Street, em 2008. Como o Brasil não aproveitou o período de pujança para fazer as reformas necessárias, agora cobra a conta de ter sobre a mesa a tarefa acumulada. O atraso cobra seu preço. Os problemas são conhecidos. Resta ter vontade de tirar da gaveta as medidas e soluções.


Por melhores taxas de crescimento José de Lima Cardoso 1 e Daniel Passos 2

SUPERVISOR REGIONAL DO DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICAS E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). 2 AUDITOR DA FUNDAÇÃO CELESC DE SEGURIDADE 1

Apesar do crescimento econômico não gerar bem-estar por si só, é um pressuposto à continuidade das melhorias sociais e, por consequência, motor do desenvolvimento. Portanto, é tão necessária quanto desejável a busca por uma taxa de crescimento mais robusta para 2015. Um primeiro passo deve ser a adoção de medidas que não interrompam a trajetória de recuperação do mercado de trabalho vivenciada nos últimos dez anos. O crescimento desse mercado adicionou um contingente enorme de renda ao consumo que, somado à expansão do crédito lastreado nessa renda, permitiu expansão das atividades comerciais e de serviços, constituindo na última década um dos maiores mercados de massa do planeta. Já a indústria precisará de maior atenção. Esse setor é o que apresenta as maiores dificuldades de recuperação

e os menores níveis de investimentos, sofrendo concorrência interna e externa. Ao que parece, medidas fiscais e creditícias adotadas pelo governo federal não surtiram os efeitos esperados, tornando necessário avaliar a verdadeira capacidade de posicionamento da indústria nacional no atual cenário de disputa de mercado. Tudo indica que a gestão da política para esse setor deverá abandonar a esfera dos incentivos tradicionais para a adoção de um padrão de apoio que dê sustentação a um novo modelo de inserção produtivo. Apostar na inovação dos produtos e serviços nos segmentos de maior competitividade; estabelecer uma cultura produtiva voltada ao mercado externo, alinhada a uma taxa cambial que reflita melhor a nossa produtividade; manter investimentos em infraestrutura produtiva; manter o nível de renda do trabalho e das políticas públicas como mecanismo de preservação e ampliação do mercado consumidor interno são elementos fundamentais para a recuperação da economia em 2015.

O Brasil é maior que tudo isto Albano Schmidt

PRESIDENTE DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DO MATERIAL PLÁSTICO DE SC (SIMPESC)

2014 foi um ano atípico. No início, as perspectivas eram as melhores. Com a realização de uma Copa do Mundo no Brasil, muito se especulou que o país teria destaque e seria beneficiado a partir dessa exposição. A Copa terminou e, se as tais mudanças aconteceram, foram imperceptíveis. Logo depois, as eleições passaram a ser o foco. Movimentaram não apenas o noticiário, mas seus reflexos foram percebidos também na economia. As promessas de geração de emprego, renda e as mudanças que acarretariam no crescimento do país foram atropeladas por inúmeras denúncias de roubo e corrupção. O Brasil, país que sempre teve indicadores econômicos relativamente positivos, registrou um crescimento discreto em 2014. E para o setor plástico, em que atuamos, não foi diferente. Trabalhamos comprometidos com o aumento da produtividade e tivemos um ano de muito esforço e dedicação para atingir os resultados necessários. Importante ressaltar que o nosso país precisa investir e valorizar o mercado interno para crescer e se tornar competitivo. Entre os principais gargalos que

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dificultam o bom desempenho do setor plástico, destacam-se a falta de estímulos e incentivos à produção, a ausência de uma infraestrutura adequada, o baixo nível de formação de nossa mão de obra e a prolongada demora nas autorizações por parte dos entes públicos, entre outros aspectos. Em 2015, já antevemos negociações setoriais duras com os trabalhadores da indústria, pois a inflação bate à porta, pressionando sobremaneira os custos das empresas e corroendo o poder aquisitivo da população. Mas o brasileiro é um povo que acredita e tem fé de que as coisas vão melhorar. Com isso, não mede esforços, faz acontecer, sua a camisa por um futuro melhor. Seja como for, estamos preocupados e apreensivos com a possibilidade da volta da inflação, que precisa ser controlada, pois é sinônimo de juros altos e economia travada. A previsão é de um início de ano com poucos projetos, poucos investimentos e aumentos nos preços. Aguardamos os encaminhamentos políticos, naturais para o período, mas acreditando que o Brasil vai dar a volta por cima e superar todas as dificuldades. Uma coisa é certa: o Brasil é muito maior do que tudo isso. A população é trabalhadora, tem boa índole e está ciente que 2015 será um ano cheio de desafios. Vamos superar cada um deles, juntos.

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Performance

Zumba e lambaeróbica são opções para queimar calorias na Premiare Center: aulas concorridas

Muito além do projeto verão

Busca por qualidade de vida e hábitos saudáveis movimenta mercado de academias de ginástica

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DIVULGAÇÃO

Letícia Caroline Nos últimos sete anos, o brasileiro tem trocado chuteiras, meias e bola por anilhas, pesos e esteiras. Uma pesquisa do Ministério da Saúde, divulgada em outubro, aponta que o número de adeptos da musculação aumentou 50% entre 2006 e 2013, enquanto o índice dos que jogam futebol caiu 20% no mesmo período. O lado bom é que 33,8% da população pratica atividade física regularmente, em uma mudança positiva no comportamento das pessoas, preocupadas em adotar estilos de vida mais saudáveis. Em Joinville, essa expansão pode ser percebida pela quantidade de academias de ginástica que vêm abrindo as portas pelos bairros e na região central. Augusto Gentil, sócio da Premiare Center, que está há dois anos no bairro Floresta, saiu do Rio de Janeiro para montar o empreendimento aqui. Na capital carioca, mantinha duas academias, mas a concorrência com as grandes redes era pesada a resolveu vir para o Sul. “Comecei a pesquisar e vi que Joinville estava em plena expansão, com índice de desemprego pequeno”, diz. Assim surgiu o espaço, que oferece diversas especialidades. De acordo com o empresário, a ideia é ser uma academia para família, que pareça a extensão da casa dos clientes. Entre os diferenciais, a área “Kids”, em que os pais podem deixar as crianças se divertindo enquanto frequentam as aulas. A estrutura conta com equipamentos importados da Holanda, de última ge-


ração. São 21 profissionais na equipe, preparados para atender os 895 alunos. A meta é, até o fim de janeiro, chegar a 1.200. E o dono já pensa em montar uma segunda sede. Atleta de Mixed Martial Arts (MMA), Diego Barbosa é outro que resolveu investir neste negócio. Em 2012, abriu uma academia, em parceria com os irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro, reconhecidos internacionalmente na área de MMA. A Team Nogueira da Rua Dona Francisca foi inaugurada com 4 mil metros quadrados, quando a rede nem tinha plano de franquias. “Fomos a primeira e, por isso, muito do que é feito aqui virou modelo para outras sedes”, explica Diego. Recentemente, foram incorporados aparelhos para musculação. São 35 profissionais para 1.100 alunos. Além de tatame, octógono e ringue, a Team Nogueira mantém um lugar para refeições saudáveis e um galpão para patinação. “Queremos que Joinville vire a capital da qualidade de vida”, reforça o proprietário. Frequentador da Team Nogueira em Joinville, Jaime Grasso, presidente da Athletic, fechou parceria com os irmãos Nogueira para equipar todas as academias da rede no Brasil. Grasso aderiu às atividades físicas há 30 anos – e não parou mais. Praticante de musculação, natação, caminhadas, corridas, pilates, kung-fu, golfe e surfe, entende que os exercícios proporcionam ganho em saúde e qualidade de vida, o que se reflete na autoestima. “Eu me sinto com muita energia, sempre pronto a enfrentar desafios, o que certamente contribui para uma melhor performance nos negócios”, destaca. Para ele, na cidade, houve uma melhoria significativa nos serviços prestados nessa área. “O mercado é crescente e a concorrência, forte, o que motiva os empresários a se reinventar continuamente”, analisa.

revista

PENINHA MACHADO

Com estrutura no shopping, The Best abre até aos domingos

Três mil alunos em 15 modalidades Uma das academias mais antigas de Joinville é a The Best, há 19 anos operando no último piso do Shopping Mueller. São 60 personal trainers e 3 mil alunos. Entre os diferenciais, o horário de atendimento – de domingo a domingo –, sauna, natação, mais de 15 modalidades de ginástica e espaço de recreação infantil. “Antigamente, o mercado era focado no verão, mas isso mudou. As pes­soas procuram a academia não só para melhorar a estética, mas o bem-estar e a qualidade de vida”, afirma Monique Gonçalves, responsável pelo marketing da The Best. A equipe aponta o treinamento funcional como a tendência para o mercado fit­ ness. Baseado nos movimentos naturais do ser humano, o praticante pula, corre, puxa, agacha, gira e empurra. Tais exercícios desenvolvem força, equilíbrio, flexibilidade, condicionamento, resistência e agilidade, e são uma opção para quem está cansado das práticas de musculação. Outra novidade são os treinamentos de alta intensidade, concentrados na força e em um nível elevado de esforço. Carin Hoegen é uma das frequentadoras que não procuram academia só durante o verão. Nos cinco anos em que pratica atividades físicas, a diretora e proprietária da Aupex afirma que percebe melhora na autoestima, no humor, na disposição para outras atividades do dia a dia, fortalecimento de músculos e ossos e organização dos pensamentos. Aluna da The Best, reconhece que a prática de exercícios é fundamental para uma vida saudável. Ela observa que a cidade conta com excelentes academias e bons profissionais. Avalia que seja importante a inovação e a diversificação de atividades, incluindo alternativas como ioga, pilates, dança, natação e luta. “Isso possibilita às pessoas escolher o que melhor se adaptar ao ritmo de cada uma”, opina.

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DIVULGAÇÃO E PENINHA MACHADO

Personal funciona há quatro anos: treinamento de alta intensidade

Aposta em novas técnicas Em um mercado competitivo, o negócio é apostar na novidade. A academia Personal Gym & Lifestyle foi uma das primeiras de Joinville a oferecer o Crossfit, treinamento de alta intensidade. Com técnicas utilizadas para a preparação do exército norte-americano, a prática permite a realização de movimentos funcionais de alta intensidade, desenvolvendo o corpo de forma rápida. Quem entra em um box de crossfit pode até se assustar. Equipado com pesos, argolas e pneus gigantes, o treinamento se baseia no condicionamento físico para queima rápida de gordura e melhora na performance.

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Rafael Kilipper, treinador da academia, diz que a ideia é desenvolver movimentos funcionais, executados no dia a dia, mas com alta intensidade e de maneira variada. Mesmo parecendo atividade para gente forte, o crossfit é adaptável e inclusivo, podendo ser desenvolvido até com crianças. Aula de uma hora pode eliminar até 600 calorias. O treinamento trabalha força, velocidade, equilíbrio, precisão, agilidade, flexibilidade, coordenação motora, potência, resistência física e cardiorrespiratória. Os partic­ i­ pan­tes citam como principais benefícios melhora no sono e perda de peso, tudo isso em uma proporção maior e mais rápida. Há quatro anos no mercado joinvilense, a Personal foi ampliada em 2013, ganhando uma sede de 1.200 metros quadrados, na Rua Lages. São oito professores de musculação, três de crossfit e quatro de ginástica. Uma das novidades deste ano foi a abertura do segundo box de crossfit, em Balneário Camboriú. “O mercado cresce em todo o Brasil. As pessoas estão abraçando a ideia de que academia é um lugar de saúde”, afirma o gerente Rafael Possenti.


Transformar hábitos Na Premiare Center, é comum ver pessoas vestindo camisetas com a inscrição “Seca Gordura”, programa da academia que tem por objetivo potencializar o emagrecimento. O participante conta com a assessoria de um treinador e uma nutricionista. “Compartilhando o dia a dia do cliente, conseguimos identificar pontos de melhoria, estimulando a superação”, explica Marlon Theis, coordenador do programa. De saída, o participante passa por avaliação física e nutricional. Depois, é submetido a módulos de atividades físicas, sempre com acompanhamento do treinador. De três em três meses, tem avaliações. Para Marlon, o progra­ma surgiu da necessidade de aliar treinamento físico e nutrição esportiva, já que as pessoas não se pensam só no verão: “Elas querem mudar o comportamento”. No embalo desse interesse cres­ cente por atividades físicas, foi inaugurada em outubro a filial joinvilense da Decathlon, rede de varejo para esportes, com produtos destinados a 55 modalidades – e espaço caprichado para fitness. Ao mesmo tempo, as academias se multiplicam. Em 2013, segundo o Conselho Federal de Educação Física, o setor chegou a 2.348 estabelecimentos formais no país, 10% a mais que no ano anterior. Segundo Zulma Stolf, presidente do Sindicato de Academias de SC (Siacadesc), a expansão se deve a fatores como um maior número de gradua­dos em educação física, a preocupação com a obesidade e a facilidade para abrir esse tipo de negócio. “Queremos mostrar que academia é lugar de saúde, contribuindo para o crescimento da área e o desenvolvimento de uma sociedade mais saudável”, ressalta.

revista

No alto, a área de fitness da loja Decathlon; na sequência: aparelhos importados e aluno de programa de emagrecimento da Premiare, crossfit (acima, à esq.) e área de musculação da Team Nogueira (à dir.)

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nonononon Negócios

O cardápio das franquias de alimentos Segmento que cresceu 25% em um ano oferece boas opções para quem quer empreender Mayara Pabst Para se sobressair no mercado, é preciso apostar em perspectivas consistentes e vislum­brar cenários em potencial que alavanquem o negócio. Nem todo empresário, contudo, nasce com perfil inovador. Nesse caso, a melhor saída pode ser o estudo de possibilidades já consolidadas, investindo no nicho das franquias. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Franchising (ABF), publicada no início deste ano, o faturamento do setor no país aumentou 11,9%, de 2012 para 2013. No mesmo período, mais de nove mil unidades franqueadas foram abertas em todo o país. O ramo de alimentação foi um dos que apresentaram maior avanço (nada menos que 25%). A rotina acelerada da população impulsiona o mercado de alimentos práticos e de rápido preparo, sejam produtos fast food ou itens voltados a uma alimentação mais saudável. Nesse contexto, para fugir da concorrência das grandes marcas, empresários recorrem a franquias menores e mais baratas, que acabam unindo o melhor custo/benefício. Tão almejado pelos empresários, o diferencial inovador já vem estruturado no pacote: investidores recebem treinamentos e orientações, têm acesso a planejamentos e pesquisas de mercado, conhecem o perfil do consumidor-alvo da rede e têm à disposição uma identidade visual consolidada, entre outras vantagens. No caso de novas redes, o investimento inicial mais baixo é encarado como uma vantagem, mas, além da questão

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financeira, as franqueadoras avaliam aspectos relacionados ao perfil do candidato interessado em comandar uma unidade. Características pessoais associadas ao empreendedorismo e perspectivas de crescimento são avaliadas pela rede Calzoon, de Joinville, por exemplo. Antes de inaugurar uma loja, o franqueado deve cumprir uma série de etapas, estipuladas para auxiliar na sustentabilidade das futuras lojas. A primeira unidade da Calzoon começou a funcionar em 1999. Em 2011, a empresa especializada em minicalzones passou a formatar e adequar seu negócio para se tornar franqueadora. Com a taxa para a concessão do uso da marca fixada em R$ 25 mil, a rede aposta em um valor baixo para atrair mais investidores, potencializando um crescimento em grande escala. O investimento total inicial para a abertura de uma unidade fica entre R$ 125 mil e R$ 205 mil, com as opções de lojas de 25 ou 70 metros quadrados². Ao que parece, está dando certo. A expectativa para os próximos cinco anos é de que a rede some aproximadamente 200 novas lojas, com expansão mirando Estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco e Bahia. Hoje, a Calzoon conta com três franquea­dos e nove novas lojas estão previstas para abrir até maio de 2015, em Santa Catarina e no Paraná. Segundo o diretor regional da Associação Brasileira de Franchising, Marcos Pozza, o consumidor brasileiro vem se apaixonando cada vez mais pela cozinha. Quando sai de casa, procura opções diferenciadas no ramo alimentício, característica que abre um leque de oportunidades ao empreendedor. “Tudo isso envolve o processo de pensar a alimentação como negócio. O Brasil ainda tem um índice baixo de alimentação fora do lar, se comparado a outros países, então temos muito para crescer”, exemplifica Pozza.

Guilherme, da Takeo: pastéis gourmet com a assinatura de chefs


Pastelaria abre primeira loja em Joinville

DIVULGAÇÃO E PENINHA MACHADO

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A rede de franquias Takeo Pastéis, administrada pela Happy Franchising, é uma das que resolveram apostar no consumidor brasileiro, implantando sua primeira unidade do país em Joinville. Para o diretor executivo Guilherme Batista, o município está entre os que apresentam maior potencial de crescimento no Brasil e a tradição do consumo de pastéis na região pesou na decisão. “A cidade estava precisando de opções de pastéis diferenciados, com uma linha gourmet desenvolvida por chefs de cozinha internacional. O ideal para os investidores seria abrir a loja-piloto em São Paulo. Mas consegui convencê-los de que o potencial de Joinville nos permitirá expandir o projeto para o Sudeste”, relata o empresário. Inaugurada no mês de outubro, a Takeo Pastéis oferece cardápio de pastéis tradicionais e assados, bem como pratos orientais como yakissoba e yakimeshi. Com investimento inicial de R$ 125 mil para implantação de uma unidade, o plano de expansão da rede prevê a abertura de vinte novas franquias em até dois anos, com unidades em Joinville e região e expansão para o Paraná e São Paulo. “O negócio ainda está em crescimento no Brasil e precisa ser pulverizado, por isso oferecemos o valor da franquia abaixo do mercado. Após esse período de maturação, é natural que as taxas aumentem e quem investir antecipadamente acaba garantindo o retorno de lucros com maior agilidade, além de prioridade na escolha dos pontos de lojas”, explica Batista.

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FRANQUIAS NO RAMO DE ALIMENTAÇÃO COM INVESTIMENTO INICIAL ABAIXO DE R$ 500 MIL Espetinhos Mimi Carnes, porções e alimentos para festas e eventos Investimento: R$ 30 mil a R$ 300 mil www.espetinhosmimi.com.br Freddissimo Rede de sorvetes Investimento: R$ 160 mil a R$ 290 mil www.freddissimo.com.br

Thiago, proprietário da Vininha: “Você precisa de uma ideia diferente”

“Um produto único para a região” O apetitoso mercado das franquias de alimentação atraiu o empreendedor Thiago Hoffmann, proprietário da Vininha em Joinville. Em 2008, o empresário começou a estudar o mercado alimentício, com o objetivo de oferecer uma nova gama de produtos aos joinvilenses. Na percepção de Hoffmann, as poucas opções de lanches para festas, reuniões ou encontros de amigos se restringiam a pizzas ou frituras. Foi então que resolveu procurar a curitibana Vininha, especializada na produção de minisanduíches assados. Hoff­mann conhecia a empresa como consumidor e, seguindo o figurino recomendado por consultores, estudou o mercado e o perfil da franquia antes de fechar negócio. Em 2010, quando a Vininha lançou a franquia, ele logo obteve o parecer favorável à abertura da unidade local, inaugurada em novembro de 2012. Para a concessão do uso da marca, Hoffmann desembolsou R$ 45 mil, mas as taxas de franquia da rede variam de R$ 25 mil a R$ 55 mil, determinadas pelo tamanho

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da cidade na qual a unidade será implantada e seu potencial de consumo. Somados outros custos, como instalação da loja, capital de giro e taxa de marketing, o capital mínimo para abrir uma franquia Vininha gira em torno de R$ 139 mil, bem abaixo da média de grandes redes fast food, nas quais o investimento inicial pode chegar à casa de R$ 1 milhão. Para o empreendedor, além de exigir gastos elevados, a maioria das grandes redes franqueadoras já tem unidades espalhadas por todo o país. Daí que, ao investir em uma marca menor, o empresário pode oferecer um produto único na região. “O mercado está saturado e você precisa de uma ideia diferente para se sobressair. Então, por que não investir em um negócio que já está dando certo em algum lugar? Se a pessoa tem uma proposta realmente inovadora, até vale a pena investir por conta. Caso contrário, o caminho mais promissor é apostar em negócios já consolidados, que serão destaque na sua cidade”, argumenta Thiago.

Black Dog Venda de hot dogs Investimento: a partir de R$165 mil www.blackdog.com.br Creps O cliente participa da elaboração e montagem do crepe Investimento: R$ 170 mil a R$ 535 mil www.creps.com.br Massa Mia Massas italianas congeladas Investimento: R$ 190 mil a R$ 250 mil www.massamia.com.br Yakisoba Factory Especializada em yakisobas Investimento: R$ 196 mil a R$ 300 mil www.yakisobafactory.com Dídio Pizza Pizzas 100% delivery Investimento: R$ 300 mil a R$ 330 mil www.didio.com.br Parmeggio Massas, grelhados e lanches Investimento: R$ 325 mil a R$ 370 mil www.parmeggio.com.br Salad Creations Comercialização de saladas Investimento: a partir de R$ 350 mil www.franquiasaladcreations.com.br Risotto Mix Culinária tipicamente italiana e brasileira no conceito de fast-food Investimento: R$ 370 mil a R$ 470 mil www.risottomix.com.br FONTE: WWW.PORTALDOFRANCHISING.COM.BR


revista

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Vitae

DIVULGAÇÃO

O professor, em homenagem na Câmara Municipal: “Sonhar faz bem”

O poder da educação

Sylvio Sniecikovski ajudou a colocar as escolas joinvilenses entre as melhores do país Karoline Lopes Quem passa pela Rua Lages não imagina que, em uma daquelas casas de muros altos, vive o homem que dedicou mais de 50 anos à educação de Joinville. Sylvio Sniecikovski, um senhor de olhos claros e cabelos brancos, foi o primeiro diretor da Escola Técnica Tupy (ETT) e secretário da educação por mais de uma década. Hoje aposentado, é o único patrono de uma escola da cidade que está vivo. A história de Sylvio começa em 18 de julho de 1930, na cidade de Palmeira, no Paraná. Foi ali que cresceu e se formou em matemática pela UFPR. “Toda minha vida de criança, jovem e estudante ocorreu em Curitiba. Eu sempre tive facilidade com números, deveria ter feito engenharia, mas fiquei com medo de não passar no vestibular e fui cursar matemática”, relembra. Assim que conquistou o diploma, surgiu o convite para lecionar no Colégio Bom Jesus, em Joinville. Mesmo sem experiência em magistério, veio para Santa Catarina e enfrentou o primeiro desafio da carreira: dar 54 horas de aula por semana, de segunda a sábado. “Eu vivia para o co-

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légio. Dormia pouco e me preparava muito. Nos primeiros momentos, o impulso foi desistir, mas a garra e a força de vontade fizeram com que permanecesse e vencesse o desafio. Aprendi a ser professor”, orgulha-se. O bom relacionamento com os alunos levou a interação para fora da sala de aula. Aos sábados, após as atividades, um grupo de alunos ia até sua casa jogar xadrez. Segundo Sylvio, um bom professor é aquele que cumpre suas obrigações, com competência pro­ fissional, coração e comprometimento. Seguindo esse conceito, em 1959, Hans Dieter Schmidt – então presidente da Fundição Tupy – fundou a ETT. A inspiração foi o modelo da George Fischer, indústria suíça reconhecida na Europa pela excelência que resultou de projeto semelhante. “Tive o privilégio, a honra de ser convidado para ser o diretor da escola. Além das aulas teóricas que o MEC determinava para curso técnico, as práticas eram nas instalações da empresa. O regime era de tempo integral, parte de educação teórica e a outra parte, nas instalações da fábrica”, recorda-se. O sucesso da empreitada foi tão grande que a ETT se tornou referência em educação profissional. Prova disso foi sua inclusão no Conselho das Escolas Técnicas Federais, que garantiu o sucesso dos alunos nas empresas de Santa Catarina e até de outros Estados. “Um empresário do Rio Grande do Sul entrou em contato conosco avisando que precisava de técnicos em metalurgia, mas gostaria que fossem nossos alunos. Embora tudo fosse financiado pela Tupy, eles não tinham a obrigação de trabalhar lá. Posso dizer com segurança que não só a Tupy, mas as empresas da cidade alavancaram seu desenvolvimento com a participa­ ção dos alunos da escola”, conta o professor, emocionado.


Professor batizou uma escola no Jardim Paraíso

Desde 2007, a Escola Municipal Sylvio Sniecikovski atende a comunidade do Jardim Paraíso. São 17 salas de aula, mais biblioteca, refeitório, dependências administrativas, área de lazer e quadra coberta, onde estudam, aproximadamente, 1 mil crianças da região. Para a diretora Zorilda da Rosa Miranda, a relação com o professor é essencial. “É uma honra estar à frente de uma escola que leva o nome de uma pessoa tão importante para a história da educação joinvilense. Seu comprometimento e seriedade em relação à educação ficarão marcados eternamente”, ressalta. Segundo a diretora, o desafio no momento é buscar um maior envolvimento da família no processo de aprendizagem. “A infrequência, chegadas tardias e a falta de hábitos de estudos ainda são empecilhos para o sucesso escolar dos nossos alunos.” Ao saber que o município inauguraria três escolas entre os anos de 2007 e 2008, o então secretário da educação de Joinville listou três possíveis nomes: Nilson Bender, ex-prefeito, Baltazar Buschle, também ex-prefeito, e Luiz Henrique da Silveira, que na época era governador. Luiz Henrique decidiu transferir a honraria: sugeriu o nome de Sylvio. “Infelizmente, o Mal de Parkinson me impediu de estar presente na escola”, lamenta o professor. “Mas me senti honrado quando soube. Ela está situa­da numa região onde os desafios do grupo social são acentuados. Além de zelar pelo ensino, é preciso cuidar com o que ocorre fora da escola, com as famílias. E isso é complicado”, observa. Para resgatar um pouco da trajetória do professor, a UniSociesc lançou, no final de novembro, o livro “Sonhar Só Faz Bem”, que também conta a história da instituição. Publicado pela Editora Manole, será vendido nas principais livrarias do país. O escolhido para passar todos esses anos de experiência para o papel foi Francisco Britto, autor, professor universitário, palestrante e componente de conselhos consultivos e de administração.

Descanso na aposentadoria

Aposentado há seis anos, o professor dedica seu tempo livre à leitura e troca de e-mails com familiares, amigos e ex-alunos. Além disso, é amante da música: “Estou ouvindo bastante Il Divo e André Rieu”. É casado há 61 anos com Úrsula Annemarie Hedwig Noering Sniecikovski, que conheceu em um acampamento em Vila Velha, Espírito Santo, em 1952. “Eu costumava praticar esportes radicais, principalmente escalada. Foi numa dessas aventuras que a conheci”, diz. O casal tem dois filhos e quatro netos – estes, jovens universitários, embora nenhum tenha trilhado os passos do avô na área da educação. Sylvio diz que evita sair de casa, devido aos sinais avançados do Mal de Parkinson. Ele revela que o surgimento da doença foi desencadeado por situações de estresse que sofreu no trabalho. “Tomo quatro remédios por dia para controlar os tremores que são mais fortes na minha mão direita”, comenta o mestre.

Atuação como gestor público O bom desempenho de Sylvio como diretor da ETT fez com que Pedro Ivo Campos, recém-eleito governador, o convidasse para assumir a Secretaria de Educação de Santa Catarina. “A gestão da educação tem muitos componentes políticos. E para quem não é político, como eu, fica difícil. Assumi em 1987 e, em 1989, voltei para Joinville”, diz. Dez anos depois, Luiz Henrique foi eleito prefeito e fez um novo convite para Sylvio: ser o secretário de educação da cidade. “Num primeiro momento,

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pensei em recusar, mas fui conversar com ele e aceitei o desafio.” Sobre sua atuação, faz uma avaliação rigorosa, porém positiva. Entre as melhorias, assinala que, se pudesse, construiria mais Centros de Educação Infantil (CEIs). “A educação infantil e fundamental de Joinville se constituiu como uma das melhores do país, segundo avaliações do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Sempre estávamos entre os primeiros do Brasil. Num ano, o resultado foi tão bom que a diretora

de uma das escolas foi convidada pelo presidente Lula para assistir ao desfile do dia 7 de setembro em Brasília, no palanque das autoridades. Isso para mostrar o conceito que a educação municipal havia alcançado”, ressalta. Conhecido por trabalhar sempre de portas abertas e ressaltar a importância dos diretores e professores na vida acadêmica e pessoal dos alunos, Sylvio aponta a Escola Municipal Pastor Hans Müller como o destaque de sua gestão.

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Conjuntura

O ano da

BMW

Abertura da fábrica de Araquari inaugura um novo ciclo na economia regional

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Quase uma década e meia atrás, lá no início dos anos 2000, a Fiesc divulgou estudo sobre a viabilidade de se produzir carros em Santa Catarina, dado o vasto circuito de fornecedores desse segmento ativo no Estado. Desde então, houve inúmeras articulações junto a grandes montadoras e, de concreto, somente a operação da TAC Motors, que funcionou em seus primeiros anos em Joinville, fabricando o 4X4 Stark. Com a chegada da BMW a Araquari, a expectativa de conformar um polo automotivo em solo catarinense se torna realidade. A nova planta, que terá capacidade para produzir até 32 mil carros por ano, foi beneficiária do Inovar-Auto, programa do governo federal voltado a incentivar a indústria automotiva nacional. No dia 30 de setembro, saiu da linha de montagem o primeiro exemplar do BMW Série 3, modelo de estreia dos cinco que serão feitos aqui. Concorrido evento com executivos alemães do BMW Group e autoridades, em 9 de outubro, marcou a inauguração da unidade, resultado de investimento de R$ 600 milhões e onde já trabalham 530 funcionários de um total estimado de 1.300, quando o projeto alcançar o seu ponto alto. A fábrica ainda não contempla todo o processo produtivo, o que deve ocorrer em setembro do próximo ano, quando as atividades de soldagem e pintura serão incorporadas. A BMW pensa longe com a planta de Araquari. “Identificamos um enorme potencial no mercado brasileiro. Este é um investimento de longo prazo”, salientou Arturo Piñeiro, presidente e CEO da companhia no país, em seu discurso. “A fábrica evidencia o nosso pioneirismo, como também a trajetória de sucesso da BMW no Brasil.” Na visão de quem tem longos anos de experiência no setor, a vinda dessa grife de carros de luxo consolida a existência de um polo automotivo no Norte do Estado. É a análise de Hugo Ferreira, diretor regional do Sindipeças, lembrando dois outros fatos recentes na mesma direção: a insta-


lação da General Motors em Joinville e da fábrica de tratores da LS Mtron em Garuva, ambas em 2013. Na carona, vieram quatro filiais de duas multinacionais fabricantes de autopeças já estabelecidas em outros polos brasileiros, a Lear (que faz cabos e bancos, em Navegantes e Joinville) e a Benteler (montagem do conjunto do trem de força, em Araquari). “É lícito esperar que mais forne­ cedores locais venham se somar aos já existentes, à medida que, para as montadoras, os índices de naciona­ lização se elevam do segundo ao quinto ano, conforme exigido pelo Inovar-Auto para redução do adicional de IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]”, explica Ferreira. Nesta entrevista, que condensa declarações prestadas na coletiva à imprensa, durante o evento, e depoimentos recolhidos posteriormente pela Revista 21, o CEO Arturo Piñeiro e a diretora de relações governamentais da BMW, Gleide Souza, falam sobre o impacto da vinda da BMW para a economia regional. Como os srs. avaliam o impacto da instalação da BMW em Araquari sobre a economia regional? Gleide A chegada da fábrica será um importante gatilho para a aceleração do desenvolvimento de toda a região. Um exemplo é que firmamos parceria com o Senai, na elaboração de cursos preparatórios para os funcionários contratados, dando a eles uma visão clara da nossa necessidade de formação profissional. Diversas outras ações foram realizadas, como o relacionamento com universidades da região e instituições de ensino, como também a instalação de uma nova unidade do Senai em Araquari, motivada pelas necessidades do BMW Group Brasil. Já no próximo ano, daremos início ao Programa Menor Aprendiz. Além

revista

disso, os funcionários recrutados para trabalhar na fábrica serão, em sua maioria, da região, entre Araquari, Joinville e Jaraguá do Sul.

BRUNO MOOCA/DIVULGAÇÃO

A BMW terá algum projeto social de relacionamento com a comunidade local? Gleide Sim, teremos um projeto que deve ser bem abrangente para a comunidade de Araquari. Mas infelizmente não posso dar detalhes agora. Adianto que será um projeto social muito bacana. Qual é o principal atributo do candidato a trabalhar na BMW? Gleide Dinamismo. Empenho. O que precisar em instrução técnica, a gente vai oferecer. Os engenheiros e técnicos que contratamos são muito competentes. O Senai faz um trabalho excelente aqui na região. O Sesi também. Estive no Senai já em 2011 ou 2012. Fiquei impressionada. Existem unidades do Senai em São Paulo que não contam com a estrutura que encontrei aqui. Existe a perspectiva de a BMW montar um centro de pesquisa e desenvolvimento na região? Arturo Como parte do Inovar-Auto, devemos investir em engenharia e desenvolvimento. Temos um departamento de engenharia montado que vai começar a funcionar. Investiremos uma porcentagem do nosso faturamento nisso. Gleide Essa é uma obrigação, pelas regras do programa. E já estamos atuando com pesquisa e desenvolvimento. Temos atividades direcionadas ao mercado brasileiro que passaremos a explorar. O desenvolvimento do nosso veículo Flex foi o início. Boa parte foi feita na Alemanha, mas agora, com o departamento instalado no Brasil e parcerias com as empresas locais, conseguiremos

Registros da linha de montagem da marca alemã: primeiro modelo a entrar em produção foi o Série 3; até agosto do ano que vem, cinco carros estarão sendo fabricados por aqui

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evoluir ainda mais. A fábrica estreia com 530 funcionários trabalhando. Como foi o processo de seleção destas pessoas? Gleide Fizemos um trabalho muito bacana de seleção. Realizamos fóruns para contratação em Joinville e Araquari, entre outros locais. Logo no início, tivemos 25 mil candidatos às vagas, vindos do Brasil inteiro. A marca tem um apelo muito grande, as pessoas admiram muito a empresa. Foi difícil encontrar pessoas com o perfil adequado? Gleide Contratação nunca é um trabalho fácil. Você tem que ser assertivo logo de início. Principalmente quando envolve produção. Mas demos sorte nas inscrições, as pessoas passaram por uma sessão de testes e tivemos um perío­ do de capacitação no centro de treinamento em Joinville. Alguns profissionais-chave foram para outras plantas e receberam treinamento específico, para cobertura técnica adequada. Como está avançando a implementação da fábrica? Gleide Trabalhamos de acordo com as regras do Inovar-Auto. Até setembro do ano que vem, implementaremos oito processos produtivos, como pede a legislação. Na verdade, estaremos até um pouco mais fortes, com nove processos. Estamos com um turno de produção, mas devemos migrar para um segundo turno a partir de meados do ano que vem, quando todos os modelos entrarem em linha, entre outras etapas. Esse evento de inauguração foi um marco, mas intermediário. A gente faz, hoje, uma

grande celebração de que começa realmente a montar os veículos no Brasil. Mas é em 2015 que teremos a entrada da submontagem e montagem de carroceria e pintura. Qual foi o momento mais difícil na negociação da BMW com o governo federal? Qual o ponto que pegou? Gleide Foi o ajuste ao Inovar-Auto. Já vínhamos com um projeto acontecendo, a nossa intenção de trazer a fábrica é anterior ao programa. E tivemos uma fase que não posso dizer que tenha sido de desgaste, mas que foi de adaptação do projeto à nova realidade, às novas regras colocadas pelo programa. O resultado positivo dessa negociação facilita a vida de outras empresas que forem seguir o mesmo caminho... Arturo Fomos os líderes, os primeiros. Os demais estão seguindo a gente. Os srs. anunciaram uma previsão determinada de produção aqui. Em função do crescimento da economia em um ritmo menor, aquela previsão será reduzida? Arturo Desde o começo, nosso compromisso de absorver produção é paulatino. Não iríamos produzir a capacidade total no dia 1. Mas, no ano que vem, independente da situação do Brasil, vamos absorver a produção prevista. O mercado premium no Brasil corresponde a cerca de 1,5%. Os srs. têm a expectativa de crescimento desse mercado? Arturo Lamentavelmente, o mercado premium não vai crescer do jeito que vinha crescendo. Neste ano e no próximo, ainda cresce um pouco, mas não no dinamismo anterior. Isso não vai interromper nosso plano. Vamos vender exatamente o que tínhamos estimado e continuaremos fortalecendo a nossa posição. Qual a justificativa para essa desaceleração? Arturo A situação econômica do Brasil. Surgiu uma incerteza muito grande, devido ao período eleitoral, e isso tirou a confiança dos consumidores. Outros segmentos estão se desacelerando. Inclusive no agronegócio, que vinha crescendo com in-

LINHA DE MONTAGEM

Cinco modelos da BMW serão produzidos em Santa Catarina

BMW Série 1

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BMW Série 3

BMW X1

BMW X3

BMW Mini Countryman


tensidade. Acho que é um momento, é uma situação, as economias normalmente se expandem e se contraem – e o Brasil vinha de uma expansão muito grande. O mais importante é você se adaptar e continuar fazendo o que tem que fazer. O sr. acha que este quadro não muda, passadas as eleições? Arturo Não gosto de especular sobre essas coisas. Não leva a nada. Acho que o que pode mudar no mercado é a confiança. Independente do resultado das eleições, 2015 vai ser um ano difícil. Todos os analistas convergem nessa visão. Não existem milagres. O Brasil precisa de uma série de reformas, e precisamos de um governo corajoso para assumir essa questão. Lamentavelmente, o impacto não virá em curto prazo. Mas estamos preparados para enfrentar 2015. Nosso investimento no Brasil é de longo prazo. Por maior que seja, o impacto das dificuldades de 2015 não fará com que o mercado de automóveis se reduza de forma substancial. Vamos ficar em torno de 3 milhões de carros vendidos, pouco mais ou pouco menos. Não gosto de fazer previsões sobre esse aspecto porque ultimamente as previsões estão saindo um pouco erradas, a começar pelas eleitorais. O importante é que temos que nos preparar para um ano de alta competitividade, em que os consumidores estarão muito mais cautelosos na hora de investir. Diante disso, teremos que ser mais fortes comercialmente, mais inteligentes do ponto de vista de comunicação e, sobretudo, oferecer uma coisa melhor, de mais valor, por um dinheiro que ele esteja disposto a pagar. Gleide Este é um ano atípico. Tivemos três grandes eventos, com o carnaval tardio, Copa do Mundo e eleições. Isso se reflete na economia, gera uma expectativa grande. Não é o momento de previsões, até porque nossa bola de cristal não está muito clara, para o mercado como um todo. Mas essa fase de recuperação, que começa em 2015 e se estende, é um reflexo normal de tudo isso. Vamos esperar que ela seja o mais curta possível e que o país volte ao crescimento. Arturo Ainda quanto a previsões de vendas,

revista

Gleide Souza, diretora de relações governamentais, e Arturo Piñeiro, CEO da montadora, reforçaram que o projeto da BMW é de longo prazo

posso jogar números, temos a nossa projeção. Mas o problema é que o Brasil está sendo tão volátil que, neste momento, seria temerário. O mercado premium vinha crescendo mensalmente de maneira acelerada, em até 70%, e caiu, por exemplo, em agosto. Essa desaceleração de um mês para outro dificulta muito uma previsão mais coerente. O mais importante é que precisamos fechar este ano, ver como os consumidores vão reagir, e aí depois voltar a prever. Mas espera-se que esse quadro se reverta? Arturo É, como disse, um problema de confiança. A economia deixou de crescer, estamos teoricamente em recessão técnica. Outro fator é que o dólar se apreciou e os juros subiram. Para completar, casos de corrupção. O Brasil é muito sensível a esse tipo de situação. O brasileiro é definido como o mais otimista do mundo, mas qualquer notícia ruim pode transformar esse otimismo em um tsunami de negatividade. Estamos vivendo um momento em que o brasileiro está incerto sobre o futuro, preocupado com o que vai ocorrer, e prefere não gastar. Isso vem se refletindo em todos os setores, automóveis, imobiliário, agropecuário etc. Todo mundo está esperando para ver o que vai acontecer.

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Com a abertura da fábrica, pelo que se anunciou, os modelos produzidos aqui não serão mais importados. É mais caro produzir aqui do que importar? Gleide O Brasil não é o país mais atraente em termos de custo de produção. Todo mundo fala de “Custo Brasil”, e realmente é complicado. A quantidade de licenças necessárias e toda a burocracia que se tem que enfrentar para a construção de uma fábrica são enormes. Isso traz o seguinte ponto: no Brasil, teremos capacidade instalada de 32 mil unidades. A BMW, mundialmente, produz 1,9 milhão de veículos. A conta é simples. Você tem um volume baixo, um investimento alto que demora algum tempo para ser depreciado. Não temos escala suficiente. Essa foi uma grande discussão com o governo, que achou um mecanismo para nos motivar e nos manter com o interesse de vir para cá. Fale com qualquer montadora. Quem faz 500 mil veículos, é uma situação. Quem faz 12 mil ou 15 mil, como teremos no ano que vem, é uma situação muito diferente. E estou falando de cinco modelos. Se a gente pegar o modelo mais vendido da BMW, da Série 3, gira na casa de 6 ou 7 mil unidades. Não é nada frente a 100 mil, 400 mil de um determinado modelo. Como os srs. enxergam a pertinência de medidas como o Inovar-Auto para estimular o fornecimento nacional? Gleide Na verdade, a base do programa, muito interessante, não é de estimular volume, mas agregar tecnologia no mercado local. Estabelece condições para que as empresas não cheguem de qualquer forma para se instalar. Exige a adoção de 12 processos produtivos, dá prazos de até três anos, cobra investimentos em p&d, em engenharia industrial básica, desenvolvimento de fornecedores no mercado local, atendimento ao programa de etiquetagem, além de um pilar muito importante que é o nível de emissões. Atender é obrigação da empresa. Só com esse pilar tem que agregar uma tecnologia que hoje não está disponível às empresas de modo geral. O grande motivador para o governo neste programa é o desenvolvimento tecnológico. No evento, foi apresentado um registro da burocracia enfrentada para viabilizar a construção da fábrica, com a exibição da imagem das 150 licenças exigidas por diferentes órgãos públicos. Que análise a BMW faz sobre a burocracia no Brasil, comparativamente à de outros países? Gleide O processo de licenciamento de obras deste porte no Brasil é bastante abrangente e a quantidade de licenças necessárias varia de acordo com cada projeto e as características da área que o receberá. As licenças são

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A BMW DE SANTA CATARINA MAIS DE R$ 600 MI

1.500.000 M2

1.300

500.000 M2

500

32.000 VEÍCULOS/ANO

de investimento total

funcionários diretos

funcionários recrutados até set/2014

de área total do terreno

de área pavimentada

é a capacidade produtiva instalada

importantes para certificar que um projeto está em conformidade com as leis nacionais, estaduais e municipais. Por outro lado, o investidor (principalmente estrangeiro) tem, hoje, dificuldade com a falta de clareza sobre os processos e as documentações necessárias para a obtenção de determinadas licenças. Para que o país possa atrair ainda mais investimentos, é importante que os procedimentos sejam simplificados e uniformizados, disponíveis desde o início. Ainda assim, foi motivo de orgulho termos conseguido atender a todas as exigências das agências e órgãos reguladores do governo dentro do prazo, conseguindo manter o cronograma do projeto. Sem aplicação de qualquer condição especial para o BMW Group, contamos com a cooperação dessas mesmas agências, que nos atenderam prontamente e esclareceram todas as dúvidas que surgiram ao longo do processo.


Evento de inauguração apresentou o primeiro carro produzido em Araquari, com o autógrafo de todos os funcionários

OPINIÃO

Boa notícia que pode tornar mais sustentável a região Ademir José Demetrio

PROFESSOR DE ECONOMIA DA UNIVILLE

Sem qualquer dúvida, os impactos causados pela instalação da BMW em Santa Catarina vão muito além dos empregos gerados. Os reflexos aparecem nos impostos arrecadados, nos fornecedores que se instalam nas proximidades, no comércio e serviços em geral. Enfim, a vinda dessa empresa produzirá uma grande transformação na economia local e regional Para começar, haverá, inevitavelmente, viabilização de novos negócios no município, no entorno da empresa e nos municípios vizinhos, com geração de empregos e produtos. Em uma região que apresenta bons índices educacionais, haverá necessidade de formação profissional continuada para os profissionais da educação, construção, reforma, ampliação da rede física e manutenção da atual. Também deverá se planejar o ensino médio, articulado com educação profissionalizante.

revista

Com a geração de novos empregos e crescimento da massa salarial, o movimento de mobilidade social ficará mais sustentável do que se apregoa. As classes C e D vão continuar aumentando, colaborando para reduzir a desigualdade, e mais pessoas vão atingir as classes A/B nos próximos anos. Pode-se afirmar convictamente que educação foi o fator que mais propiciou a realidade favorável da economia brasileira. Esse cenário renda X educação é muito favorável para o Norte catarinense. Joinville tem consolidadas três universidades (Univille, UFSC e Udesc) e outras instituições de ensino superior, além de cursos profissionalizantes que poderão suprir as necessidades de todos os outros empreendimentos que chegarem. Haverá acréscimo na pirâmide social de toda a região. Não se pode pensar apenas na BMW, e sim no espectro de desenvolvimento oriundo de todos os investimentos já feitos e previstos para a região. As taxas de imigração mostram que o Nordeste catarinense é atrativo para povos de todas as regiões brasileiras, porém os paranaenses são a maioria, principalmente na busca pelos serviços oferecidos na indústria, e, com a BMW, invariavelmente, haverá um maior fluxo de migrantes à região. Com relação à infraestrutura, os investimentos a­tuais são insuficientes. Deve-se pensar que toda a região representará um polo industrial relevante e provocará crescimento da demanda interna, do comércio internacional, da atividade turística. Considerando a importância do insumo energia, são necessários investimentos suficientes para remover ameaça de racionamento. Investir em saneamento é outra medida vital. Um fundamento que preocupa é a logística. No transporte rodoviário, está o desafio maior da região. Há insuficiência e precariedade no modal rodoviário. O município está próximo à BR 101 e será cortado pela BR 280 duplicada. O processo de duplicação se arrasta por anos e pode ser o grande gargalo para os próximos anos. Felizmente, a proximidade com os portos e a existência de um modal ferroviário dão à região alternativas logísticas. A possibilidade da criação de 5 mil empregos em quatro anos faz com que não somente Araquari, mas todas as cidades limítrofes repensem o planejamento de todas as suas estruturas, a começar pela habitação. Há carência de moradias em Joinville e região. Mas o grande problema a ser gerado com o fomento industrial na região será a mobilidade. A existência de um parque tecnológico consolida o polo tecnológico de Joinville, reunindo entidades de ensino como Univille, UFSC e Udesc, governo e indústria. Seja bem-vinda, BMW, e que as inovações tecnológicas emanadas do seu meio brotem em todos os profissionais, tornando a região mais sustentável.

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Espaço Acij

Posse de João Martinelli; entre as ações do ano, palestras, cursos e encontros com autoridades RETROSPECTIVA

Saldo mais que positivo

Acij reforça laços com o associado e o compromisso de gerar valor, com ampla oferta de serviços

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A cada ação, a cada projeto, a Acij reafirma o compromisso de transparência com seus associados. É por essa razão que, nesta última edição do ano da Revista 21, a casa compartilha suas principais ações, estratégias e conquistas, na busca pelo desenvolvimento do setor empresarial. Para Diogo Haron, diretor-executivo, é natural que, no campo dos negócios e no associativismo, a evolução seja constante, do mesmo modo que o acompanhamento das necessidades e da própria dinâmica do mercado. “Hoje, além de manter suas atividades e a representação habitual, a Acij percebe a possibilidade de oferecer muito mais a seus 1.808 associados ativos. Geramos valor para eles, ampliando as oportunidades com a oferta de serviços relevantes”, aponta. Centenária, a entidade é uma das mais representativas de Joinville e de Santa Catarina, tendo como objetivo o fortalecimento das empresas da região. Em seu organograma, conta com Diretoria, Conselho Superior, Deliberativo e Fiscal e um diretor-executivo. Além de um grupo de 25 profissionais com formação superior – a maioria, com pós-graduação ou especialização –, também compõem essa estrutura 26 núcleos setoriais, 23 sindicatos patronais e quatro programas de Gestão Compartilhada (Vila Nova, Norte, Leste e Sul).


FOTOS DIVULGAÇÃO

SERVIÇOS: AO SEU DISPOR

l Capacitação empresarial Acij oferece, aos associados e à comunidade, cursos, seminários e palestras nas áreas técnicas, de gestão, liderança e comportamental. l Certificado de origem Associados podem utilizar este documento que comprova a origem brasileira da mercadoria a ser exportada. O certificado permite a obtenção de benefícios tarifários em acordos comerciais internacionais.

Atuação da entidade prioriza interesses comunitários EM NÚMEROS Fundada em 16 de fevereiro de 1911, a Acij tem 103 anos de história e conquistas. Reconhecida como de utilidade pública, conquistou o Prêmio Facisc de Entidade Destaque pela Excelência na Gestão, categoria grande porte, e a certificação ISO 9001:2008. Aqui, um breve perfil da associação, nos seus dados principais. 1.808 associados

26 sindicatos patronais, coordenados pelo Conselho das Entidades (Consep)

60%

26 núcleos setoriais, multissetoriais e temáticos, coordenados pelo Conselho de Núcleos 21%

SERVIÇOS

revista

INDÚSTRIA

19%

4 programas do Gestão Compartilhada

COMÉRCIO

25 funcionários e 157 cargos voluntários: diretores, conselheiros e grupos organizados

l Programa Consumo Inteligente de Energia A entidade oferece consultoria gratuita. Associados são enquadrados no grupo tarifário de energia elétrica mais adequado ao seu perfil e recebem orientações que possibilitam economia de recursos naturais e financeiros. As orientações são realiza­ das todas as sextas-feiras, quando um consultor da Celesc reserva uma hora para cada empresa. Não há custo: para participar, basta ser associado, fazer o agendamento prévio e informar o número da unidade consumidora. Dezenove empresas foram atendidas em 2014. l Programa Orientar As empresas têm à disposição consultorias técnicas sobre diferentes assuntos que influenciam o dia a dia, tanto no âmbito operacional quanto no gerencial, aprimorando a competitividade dos negócios. l Rede de Vantagens entre associados Para criação de um apoio mútuo e divulgação da marca, a Acij oferece espaço gratuito em seu site. Ali, as empresas podem divulgar promoções oferecidas aos demais associados. Atualmente, o cadastro conta com 24 negócios de Joinville e região.

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l Espaço Empresarial Semanalmente, é realizada uma plenária para discussão de assuntos de interesse das empresas. O Espaço Em­ presarial é o momento de 15 minutos, durante essas reuniões, em que associados podem divulgar produtos, projetos ou ainda cases de sucesso. Trata-se de uma inteligente estratégia de promoção, que atinge um público altamente qualificado, composto pelos diretores da associação, grande parte dos associados e representantes da comunidade. Dez empresas utilizaram o Espaço em 2014. l Sessão de Negócios A Sessão de Negócios cria uma rede de relacionamento e propicia novos negócios ou parcerias, em evento organizado na forma de reuniões comerciais entre diversos segmentos da indústria, comércio e serviços. Ali, empresários apresentam produtos ou serviços em um espaço de tempo definido. Ao longo do ano, foram realizadas duas sessões, que contaram com a participação de 150 empresas. l Eventos O edifício da entidade dispõe de dez salas de diferentes formatos e capacidades destinadas à locação. É um dos principais serviços oferecidos pela associação, cujo espaço é utilizado para eventos, cursos, palestras, reuniões, entre outros. Em 2014, o espaço foi utilizado para promover 11 eventos internos e externos. l Guia do Associado/ mailing-list Para facilitar a integração, é disponibilizada uma relação de 1.800 empre­ sas que participam da associação, com informações como razão social, endereço, telefone, pessoa para contato, ramo de atividade e segmento em que atua. Os nomes e contatos também podem ser solicitados em formato de etiquetas.

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Presidentes de núcleos atuantes na Acij: ano de realizações l Missões empresariais

Neste ano, os núcleos realizaram 63 missões empresariais e visitas técnicas, seja a empresas de referência, centros de tecnologia ou eventos de negócios. Essas ações agregam conhecimento e trazem valor aos negócios. As missões podem ser comerciais – a eventos em que os participantes poderão estabelecer contatos visando ao fechamento de negócios – ou técnicas, quando o objetivo é adquirir novos conhecimentos sobre produtos, processos e tecnologias.

l Serviço de Proteção ao Crédito

A inadimplência é um problema que pode abalar a estrutura financeira de uma empresa. Para minimizar esse risco, a Acij oferece aos associados a possibilidade da tomada de decisão segura por meio do Serviço Central de Proteção ao Crédito. Confira abaixo os números do benefício: 200 milhões de consultas mensais sobre consumidores e empresas, ou quase 7 milhões de consultas por dia

11 milhões de registros de dívidas em atraso

30 mil clientes diretos beneficiados

40% do mercado

80 produtos e soluções

l Linhas de crédito do BRDE e Caixa Econômica Federal Para estimular a maior oferta de crédito a longo prazo e o consequente desenvolvimento econômico das empresas e do município, a associação formalizou convênio com o Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE), Caixa Econômica Federal (CEF), instituição financeira pública de fomento, que implantou uma agência na sede da Acij. O atendimento do banco às empresas ganhou agilidade e os associados podem buscar orientações técnicas sobre linhas de crédito e financiamento com maior facilidade. l Consultoria individual Objetivando a construção do planejamento estratégico das empresas associadas, a Acij oferece aos negócios de pequeno e médio porte a consultoria individual. Com metodologia e ferramentas próprias, é possível desenvolver um planejamento estratégico voltado a resultados e à correção de processos.


l Útil Card

Para facilitar a gestão de benefícios, a entidade oferece às empresas associadas o Útil Card, cartão criado pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc). O serviço, que movimentou quase R$ 2,5 milhões até outubro de 2014, entre 86 empresas conveniadas, com um total de 5.776 cartões, traz benefícios para o colaborador, para a empresa e para o comércio local. O sistema é on-line, facilitando o controle dos setores Financeiro e de Recursos Humanos. Usuários podem utilizar o cartão para compras nos estabelecimentos credenciados, como farmácias, postos e mercados. O cartão é dividido em três modalidades: o Alimentação, que é utilizado para supermercado; o Refeição Vale, para restaurantes e lanchonetes (almoço, lanche, jantar); e o Útil Card, para gestão de benefícios (combustível, farmácia etc). São as empresas que escolhem qual dos três querem utilizar.

revista

A evolução do serviço ÚTIL CARD

ALIMENTAÇÃO

Número de cartões 2013 2014

REFEIÇÃO

Valores, em R$

1.980

1.535.603

2013 5.776

Empresas conveniadas 2.456.676

2014

1.112.641 1.807

52 86 40

27

28

18

18

572.069

1.261 352.641

656 2013

2014

1.777.671

3.802

63

2013

167 2014

70.450 2013

106.934 2014

7 2013

2014

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FEITO EM JOINVILLE

Fundada em 2001, com o objetivo de atuar com medicina do trabalho e na informatização de consultórios e clínicas médicas, a DataMed Saúde Ocupacional viu seus negócios se expandir rapidamente. Hoje, tem como foco também a medicina emergencial, pré-hospitalar e gerenciamento de recursos humanos médicos. Desde 2010, disponibiliza em Joinville uma gama completa de serviços de qualidade para empresas de pequeno, médio e grande porte. Sua proposta é a de mudar o cenário de saúde ocupacional, trazendo um novo conceito, voltado a superar as necessidades e expectativas, apoiando e alavancando o crescimento econômico da região. Com três unidades no Norte catarinense – Joinville, Araquari e Pirabeiraba –, a DataMed atende mais de 200 clientes. Preocupada com a inovação

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Sede da Datamed, em Joinville: gama de serviços de qualidade e excelência em seus serviços, a empresa identificou na Acij uma oportunidade para fortalecer sua rede de relacionamentos. Em 2012, associou-se à entidade. “Com sua ampla rede de associados, a Acij proporciona a facilidade de negociação com empresas de diversos segmentos, sendo clientes e fornecedores”, aponta João Ricardo Hartmann, sócio diretor. Dentre os benefícios trazidos pela parceria, Ricardo destaca a oportunidade de captação de novos clientes e a participação em palestras e treinamentos de capacitação. “Durante um longo período, não

DIVULGAÇÃO

Exemplo de excelência na área da saúde

utilizamos os serviços oferecidos. Com o departamento comercial reestruturado, buscamos novamente fazer essa parceria valer a pena. Nos últimos meses, tivemos bastante suporte da Acij e esperamos continuar com esse atendimento e pró-atividade vindos da associação”, ressalta. www.datamed-ocupacional.com.br Rua Abdon Batista, 342, 2º andar, Centro. Joinville (47) 3432-8242 comercial@datamed-ocupacional. com.br


CLÁUDIA DE JESUS

Fábrica da Tecnoperfil, no Distrito Industrial: extrusão de perfilados

Duas décadas de atuação em Joinville No dia 8 de novembro, a Tecnoperfil Plásticos Ltda. comemorou 20 anos de fundação. Para celebrar o vigésimo aniversário, a empresa promoveu um almoço com os colaboradores. Também foi realizado o

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plantio de árvores e uma homenagem aos funcionários que completaram 10 anos de serviços. Em duas décadas, a empresa passou a oferecer uma série de produtos de alta qualidade, varia-

das dimensões e complexidade, com experiência e especialização na extrusão de perfilados plásticos, especialmente PVC. A empresa faz forros, portas sanfonadas, perfis de acabamento para cerâmica e vários tipos de pisos e revestimentos, cantoneiras, bate-macas, protetores de parede, perfis técnicos sob encomenda, entre outros. Todo o material produzido em Joinville atende às demandas de clientes do território nacional, América Latina, Caribe e Angola. Outra data que merece destaque são os 14 anos de parceria com a Acij. A empresa se associou buscando uma maior interação com o cenário empresarial da região. Os serviços prestados pela entidade junto aos associados e comunidade em geral também são apontados pela Tecnoperfil como um dos diferenciais. www.tecnoperfil.com.br Rua Rui Barbosa, 210 Zona Industrial Norte Joinville 0800-474774 televendas@tecnoperfil.com.br

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DIVULGAÇÃO

POR QUE ACIJ

Nomes parecidos, funções diferentes Entre os serviços oferecidos pela Acij que atraem novos associados, há dois com nomes muito parecidos, mas significados diferentes. O Certificado de Origem Digital (COD) nada mais é do que uma evolução do Certificado de Origem, já emitido pela casa há mais de 20 anos. A função principal do COD é de desburocratizar o processo de emissão dos Certificados de Origem, com mais agilidade e segurança. Já a Certificação Digital é a identidade no meio eletrônico, que permite realizar serviços nesse ambiente com validade jurídica, agilidade, facilidade de acesso e substancial redução de custos. Com a Certificação Digital, evita-se a interceptação ou adulteração das comunicações realizadas via Internet. Sem ela, não é possível emitir nota fiscal eletrônica e manter a rotina de folha de pagamento dos funcionários. É utilizada também para fins de consulta e transmissão de informações para a Receita Federal, INSS e também Caixa Econômica Federal. (47) 3461-3372 Novos associados

DROGARIA JARDIM DROGARIA CORADELLI DUARTE & GIRARDI ADVOGADOS ASSOCIADOS EMPLAJOI ABE COBRANÇA EMPRESARIAL ARCONT - ASSESSORIA CONTÁBIL FORD DIMAS DROGARIA FLORESTA LTDA DVA AUTOMÓVEIS MANUFARMA INSTITUTO NAMASKAR FARMÁCIA LEOBET DROGARIA FARMAGILSON GRAMN PARTICIPAÇÕES MAIBERG PRESTADORA DE SERVIÇOS TERROIR GASTRONOMIA FARMA ÚNICA DROGARIA NOSSA SENHORA APARECIDA - ASFAR FARMÁCIA DROGASHOP FARMÁCIA BOM JESUS RENDER ÓTICA VISOLENS FARMÁCIA FIQUE BEM - SANTA CATARINA RESTAURANTE E CAFÉ COLONIAL ANA MARIA FARMÁCIA FIQUE BEM - ATIRADORES FARMÁCIA FIQUE BEM - COSTA E SILVA RESTAURANTE E CAFÉ COLONIAL ANA MARIA HOOSTER MARKETING DE RESULTADOS DROGARIA BOM JESUS - ARAQUARI OMR CONSTRUTORA SURF JAWS FARMÁCIA DROGAVILLE FARMÁCIA GLÓRIA FARMÁCIA ELIANE

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Nossa empresa teve início em 2012 e foi fundada no desejo e na paixão pela gastronomia. Somos associados há quatro meses e, neste período, já sentimos um resultado positivo. Estamos adquirindo várias experiências no mundo dos negócios, obtendo conhecimentos com muito mais clareza e facilidade na vida profissional empresarial. Vanir Joaquim da Silva, proprietário da Elis Doces e Salgados

FARMÁCIA NOSSA FARMA GLOBAL GESSO DECORAÇÃO DE INTERIORES HPJJ MANUTENÇÃO HIDRÁULICA E PNEUMÁTICA CALCE LEVE JÁ BUMERANG MARKETING DIGITAL GUTZZERIE CONFEITARIA EXPRESSA NAVITAS TECNOLOGIA FARMÁCIA ULISSES FARMÁCIA CORADELLI ESSENCIAL FARMA DROGARIA CORADELLI CENTRAL FILTROS E LUBRIFICANTES AUTO POSTO SÃO BENEDITO FARMÁCIA BINÁRIO FLORA FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO E HOMEOPÁTICA ABELARDO RADIADORES CP INCORPORAÇÕES FARMÁCIA PONTO POPULAR TEMPERO MANERO FÓRMULA ACADEMIA TORRESANI BRASIL III COMFORT HOTEL JOINVILLE DROGARIA BRASÍLIA DROGARIA AVENTUREIRO RECANTO DOS ANJOS THORA TORRESANI CAF IBF AVNET EMBEDDED LIVE SERVICE DAMBROS ADVOCACIA ESPAÇO GOURMET ESCOLA DE GASTRONOMIA M. OFFICER APOLAR IMÓVEIS JOINVILLE

47 34260653 47 30855564 47 30851260 4734665544 47 30294011 47 30281402 47 38043084 47 34385640 4734221898 47 34546458 47 34541085 47 30277909 47 34365436 47 32073010 47 34221494 47 34672985 47 34815555 47 34371762 47 30293131 47 30439333 47 34815508 47 21053700 47 34541334 47 34670002 47 30286508 47 30294199 47 34251807 47 32782413 47 32044108 47 30276817 47 30274766 47 30295143 47 30439433 47 34353682


RS MUNDO RH BELLA MODA FEMININA E HAVAIANAS EQUALIZAR CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL MCS LOGÍSTICA EMPRESARIAL OBRAVILLE STARLOG TRANSPORTES W&S CENTRAL IT EXECUTIVA TREINAMENTO EMPRESARIAL AMPLA IMÓVEIS AUTOLAR INOXWERK IND.DE EQUIPAMENTOS MUSICA WERNER LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS ZEQUINOX FEUSER SOLUÇÕES EM ALUMÍNIO MERCADO TRENTINO INSTITUTO TACHIBANA DE AIKIDO FANCIMAQ FENG CHENG RESTAURANTE FACILITA WEB DOCERIA E RESTAURANTE GLACE ASSINFRESA FRANCESCA ROMANA DIANA SUPERA ACRÍLICOS D ARAÚJO TECNITRI - ASSESSORIA E TREINAMENTO MADECO MADEIRAS ECOLOGICAS PARTNERS DESIGN GRÁFICO PRIME TURISMO OFICINA DAS PIZZAS VALMOR ARTESANATO RODOVIÁRIO AUTO LATINA FARMÁCIA PHARMAVILLE FUZZ CABELEIREIROS SC COATING 3G PARK FARMÁCIA ANTERIO BRASCARBON TECNOLOGIA EM ELETRODOS SELOSUL VEDAÇÕES ASSISTÊNCIA TÉCNICA SÃO CRISTÓVÃO AUTO POSTO SAGUAÇU FARMÁCIA CORADELLI GIRAQUA AQUACULTURA MADEIREIRA MATO GROSSO MDL COMPRESSORES MERCADO ROCHEDO TEMPERAVILLE ELETRIFICAÇÃO PRÍNCIPE

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BONSUCESSO GUTIERREZ JOINT TOOLS PHEC ADMINISTRADORA DE BENS CONFIAUTO VEÍCULOS JMCS COMUNICAÇÃO VISUAL LINKPORT BRAZIL GUINCHOS NIEHUES OTICA VISION SANPAT MARCAS E PATENTES USINAGEM RATHUNDE CONFIAR CENTRAL DAS FLORES E ÁGUA JA CLEAN OFFICE ENGELUBRI G.LUBRIFICAÇÃO INDL IKTHUS ACENTRAL SERVIÇOS ARTE & TEXTO CLAUDIVINO BISPO EXPRESSO DIGITAL GF ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO J CIRICO CONTABILIDADE MECCATUS MICROSERVICE MISTER LEDS VALGRI CART~´ORIO ADILSON PEREIRA DOS ANJOS CSA MEDIÇO ECOVILLE AMORIM ADVOGADOS ASSOCIADOS FZERO REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS H PROBST E ASSOCIADOS LIDER M.O.V.D. REPRESENTAÇÃO OBJETIVUS MATERIAIS PARA ESCRITÓRIO SANTA MISTURA SDN INDÚSTRIA METALURGIA LTDA VIRTUS ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS ATS PECAS SO GELO SIDY JOIAS TECNOISO ELETROMOTORES CIDY CAR TIRESHOP AUTO CENTER STAF MOLDLS ESTÚDIOS DE MODELOS MANFER TOP TECH INFORMÁTICA

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Ponto e contraponto

É possível ser feliz (mesmo) com o trabalho?

Comprometa-se com seu sonho José Renato Domingues Diretor-executivo de Recursos Humanos e Comunicação Interna do Grupo Tigre

William James, considerado o pai da psicologia nos Estados Unidos, ao ser perguntado sobre qual havia sido a maior descoberta dessa ciência em todos os tempos, respondeu sem pestanejar: “Essa é fácil – [descobrimos que] as pessoas, de forma geral, se tornam aquilo que pensam sobre si mesmas”. Ou seja, a visão que elas têm sobre elas mesmas e como projetam essa visão para o futuro (seus sonhos) dirigem suas ações e realizações. Portanto, o primeiro passo para que sejamos felizes (no trabalho ou em qualquer outro contexto da vida) é articular nossa visão de futuro, nossos sonhos. Sonhar somente, no entanto, não basta. É preciso comprometimento para agir no cotidiano de forma a organizar recursos, desenvolver talentos e buscar apoio para que o sonho seja realizado. Esse comprometimento exige alta energia vital, dedicação e persistência. Exige também maturidade para enfrentar as dificuldades e construir alianças que sustentem o progresso – afinal, ninguém evolui sozinho. Àqueles

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que sustentam essa atitude ao longo do tempo, a vida reserva sucesso e felicidade – seja lá o que isso significa para cada um.Para uns, pode ser crescer na carreira; para outros, dinheiro e bens. E, para cada vez mais gente – felizmente –, significa ter tempo para si, ter qualidade de vida com a família e simplificar o que vida complicou. Os relatos das pessoas que se realizam no trabalho mostram que há um fator crítico que as impulsiona a chegar nesse ponto: um ambiente de trabalho positivo, uma empresa cujo propósito pode ser avaliado como de alta significância. Uma empresa que busca agregar valor (que quer melhorar o mundo) e constrói em seu âmago o ambiente apropriado para que sejamos felizes, para que realizemos nossos sonhos. Como líderes empresariais ou executivos, portanto, nossa melhor contribuição para a felicidade no trabalho é construir negócios cujo propósito seja comunicado claramente para que as pessoas possam alinhar suas crenças pessoais com o legado que a empresa queira deixar para a sociedade. Nessa busca pessoal, é preciso sonhar, comprometer-se com o sonho e encontrar a empresa cujos objetivos mais elevados estejam em linha com aquilo que acreditamos. É possível, sim, ser feliz no trabalho, mas isso exige esforço consciente e deliberado. Enfim, dá trabalho!


ILUSTRAÇÃO: FÁBIO ABREU

Hora de reavaliar as expectativas Lenir Nunes Amorim Sócia gerente na 4Search Consultoria em Recursos Humanos. Headhunter e professora universitária

Recentemente, estava assistindo a um vídeo de um consultor organizacional que comentava sobre a forma simples de identificar se um profissional é feliz ou não com o que faz. E a pergunta sugerida era simples: “Se você ganhar na mega sena, o que faria?”. A ampla maioria externalizou que “aproveitaria a vida”, exibindo sua fortuna; alguns fariam caridade; outro, o que “desse na cabeça”. Mas alguns enfaticamente responderam: “Eu não passaria nem na porta da minha empresa”, ou pior, “eu nem diria tchau na empresa”. Convido vocês para uma reflexão: vale a pena passar a semana torcendo sempre pelo final de semana? Ser feliz apenas dois dias, em vez dos sete? A conta é simples. Em média, conforme rege a CLT e práticas normais de trabalho, trabalha-se oito horas por dia, o que, obviamente, corresponde a 1/3 do dia; outro 1/3 dormimos e 1/3 dedicamos às demais atividades. Talvez essa seja uma das contas mais fáceis de fazer, e assustadoramente, feita por poucos que buscam a plenitude profissional e de vida.

revista

Acredito que a felicidade no trabalho está diretamente ligada à expectativa existente. E aí uma provocação: que expectativas você tem a partir do seu trabalho? Que conquistas espera alcançar com ele? Que marca quer deixar ao passar por determinada área ou empresa? E até uma pergunta mais ampla, mais nobre: que legado quer deixar? Pois trabalhar é a forma mais legítima de realizar nossos sonhos, planos e projetos. E, se você entende que o trabalho é apenas uma fonte de riqueza, cuidado!, você certamente pertence ao grupo que tem síndrome do “domingo à noite” ou “síndrome do Fantástico”, que na segunda-feira já torce para chegar sexta-feira ou que inicia o ano esperando o Natal. Talvez seja a mesma pessoa que em outubro já olha o calendário do ano seguinte para ver os feriados... Bem, talvez esteja na hora de reavaliar tudo isso. E se, segundo Clóvis de Barros, felicidade é “um instante de vida que você gostaria que durasse um pouco mais”, seu trabalho certamente está bem longe de lhe proporcionar esses momentos. O que fazemos em nosso dia a dia está diretamente ligado ao que buscamos para nossas vidas. A forma como levamos a vida é essencial, senão a vida nos leva, nos empurra, somos meros seres que vagam, sem saber exatamente a contribuição que podemos gerar, o impacto positivo e o potencial nobre que possuímos.

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Comece a paixão por você Gumae Carvalho Editor da “Melhor – Gestão de Pessoas”, publicação da Associação Brasileira de Recursos Humanos

Você já deve ter ouvido alguém dizer, em sua empresa ou em uma roda de amigos, que todos devem buscar a felicidade no trabalho. Na onda de valorização do capital humano, discurso antigo, vai ficando mais claro que cuidar de pessoas (e do que é importante para elas) traz bons resultados. Não por acaso, a questão da felicidade vem atraindo a atenção de inúmeros pesquisadores. Em 2010, por exemplo, no International Journal of Management, um paper sobre o assunto de autoria de Cyntia Fisher tentava responder a três pontos: como a felicidade vem sendo definida e mensurada; o que a antecede e que consequências ela gera. Cyntia destacou que a felicidade no trabalho é um conceito mais amplo do que a satisfação no ambiente profissional, tem consequências importantes para indivíduos e organizações, e que não pode ter sua importância subestimada. Mas o que é “ser” feliz? Ou “sentir-se” feliz? Entre a ideia de uma algo passageiro e um estado permanente, parece que, hoje, o conceito está mais para a segunda opção, como nos diz Kant: felicidade é a satisfação

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de todas as nossas inclinações, tanto em extensão (quer dizer, em multiplicidade) quanto em intensidade (grau) e em protensão (duração). Entender que temos vários papeis na vida e oferecer condições para que exista um equilíbrio entre essas forças que nos movem. Aí está um grande passo que uma empresa pode dar em busca desse novo Graal corporativo. E cabe à liderança boa parte da construção desse ambiente em que todos poderão satisfazer suas inclinações (profissionais e pessoais – o alinhamento de propósitos), em extensão (dentro e fora da empresa) e em protensão (bem além da jornada de trabalho). Outra parte importante desse trabalho cabe a cada um de nós na identificação do que nos motiva, do nosso propósito. Como disse certa vez Mario Sergio Cortella: quando o indivíduo não vê sentido no trabalho que realiza, dificilmente se engaja e tende a ser infeliz e a abandonar o posto na primeira oportunidade – como quem teve uma paixão fugaz. Então quer dizer que é preciso ser apaixonado pelo que se faz para ter uma carreira bem-sucedida? Gosto de responder a essa pergunta com uma frase que ouvi há muito tempo: o amor bem ordenado começa por si mesmo. Conheça o que move você e se paute por seus propósitos; assim, a vida se torna mais coerente e apaixonante dentro e fora da empresa. E vale sempre lembrar o que já dizia Millôr: a felicidade só existe quando você acredita nela.


revista

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Cabeceira

RODRIGO ZIMMERMANN

Gente Paulo Markun

O olhar do jornalista

Paulo Markun lança livro que rastreia a Ditadura Militar

“E se a história de Adão e Eva fosse noticiada nos dias de hoje. Como a trama seria contada? Quem faria a assessoria de imprensa de Deus?” Foi com essa brincadeira que o jornalista Paulo Markun iniciou sua palestra no 2o Encontro de Escritores Catarinenses da Associação Confraria das Letras. O evento, nos dias 14 e 15 de novembro, no Colégio Bom Jesus/Ielusc, também contou com a presença de nomes como Celestino Sachet, José Fernandes e Carlos Henrique Schroeder. Em pouco mais de duas horas e de forma bem-humorada, Markun falou sobre mídia e literatura, como essas duas vertentes conversam e o futuro dos livros com o avanço dos e-books. Jornalista desde os anos 1970 e com passagens por emissoras de TV, jornais e revistas, ele aproveitou para falar sobre o seu mais novo projeto: “Brado Retumbante”. Dividido em dois volumes, o livro narra a história do Brasil durante a Ditadura Militar. Em entrevista à Revista 21, explicou que a publicação começou a ser pensada em 1986, mas só ganhou força em 2010. Além dos livros, um site (www.bradoretumbante.org.br) foi desenvolvido com todas as entrevistas realizadas. No endereço, estão disponíveis os depoimentos de mais de 70 personalidades. Entre elas, Fernando Gabeira, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney,

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Eduar­ do Suplicy, Ricardo Kotscho, Fa­fá de Belém e Maitê Proença. Além de “Brado Retumbante”, como autor, Markun já lançou vários livros: “D. Paulo Evaristo Arns, o Cardeal do Povo”, “A Máfia Manda Flores”, “Vlado – Retrato de um Homem e de uma Época”, “Anita Garibaldi, uma Heroína Brasileira”, entre outros. E esteve entre os finalistas do Prêmio Jabuti duas vezes, por “O Sapo e o Príncipe” e “Cabeza de Vaca”. Em sua diversificada carreira, Markun também se destaca como documentarista e apresentador. Por mais de 10 anos comandou o programa Roda Vida, da TV Cultura, onde, num cenário único, os entrevistados se colocam diante de jornalistas e especialistas. Hoje, está à frente do Retrovisor, no Canal Brasil, um talk-show com entrevistas com personalidades como Anita Garibaldi, Plínio Salgado e Oswald de Andrade, interpretadas por atores consagrados. Misturando ficção e realidade, as conversas se passam em momentos relevantes da história dos personagens. Sempre com base em pesquisas em jornais, biografias, depoimentos, cartas e documentos da época, o programa apresenta um jogo entre história, jornalismo e artes cênicas. DIGITAL X IMPRESSO

“O projeto do livro ‘Brado Retumbante’ não era originalmente assim. Comecei o livro em 1986. Naquela época, a internet estava engatinhando e, na realidade do Brasil, computador era raridade. Consegui um, emprestado de uma fabricante, e tentamos fazer o projeto baseado no computador. Não foi possível porque a condição técnica ainda era insuficiente. Em 2010, quando retornei ao projeto, decidimos gravar as entrevistas em vídeo e surgiu a ideia de fazer um portal que aca-


bou ficando pronto antes do livro. Os dois são complementares. O livro tem uma possibilidade de aprofundamento que a internet nem sempre proporciona. Você tem um livro eletrônico, um e-book, pode ser baixado pela internet, mas é ele que propicia esse mergulho no assunto. Porém, a quantidade de imagens que o livro traz é muito pequena. Ao contrário do portal. Acho que são mídias complementares e é possível utilizar em certos projetos como esse, com eficiência.” PROCESSO DE ESCRITA

“Originalmente, eu havia selecionado dez personagens, e cada um deles buscava, por meio da sua biografia e dos momentos que viveu, registrar um pedaço da história recente do Brasil. Tinha o Fernando Gabeira, o Lula, o Fernando Henrique, o Ulysses Guimarães, o Mário Covas, o Brizola e outros nomes importantes. Esse era o projeto original, mas depois percebi que, na verdade, para contar a história do Brasil recente, esse formato não era o mais eficiente. Porque obrigava você a fazer uma enorme ginástica para encaixar certos epi-

sódios debaixo de uma dessas biografias. Então acabei desistindo da ideia. Esses personagens estão no livro, e muitos outros, mas é uma narrativa mais convencional. Talvez pudesse ter uma versão nesse modelo, porque boa parte desses personagens se encontraram no último comício das Diretas Já. Com exceção do Figueiredo, que estava em Brasília, todos os outros estavam em São Paulo no dia 16 de abril de 1984. Enfim, acabei optando por um modelo que levou a dois volumes e um painel muito mais amplo.” PROGRAMA RETROVISOR

“Estamos organizando a segunda temporada, com 26 personagens. Devemos começar a gravar em janeiro ou fevereiro. Teremos um número maior de mulheres, serão oito personagens femininos – no primeiro, eram só dois. A ideia surgiu, basicamente, porque eu estava em busca de um formato que permitisse exercer a profissão de jornalista, o papel de entrevistador, e que ao mesmo tempo preenchesse a legislação da TV a cabo, que não contempla o jornalismo. Estava assistindo a um filme do Woody Allen que mistura personagens do passado com os do presente e pensei em fazer um programa de entrevistas com o mesmo formato. Foi uma alternativa que surgiu dessa premissa, para preencher a legislação. E acaba sendo algo que, embora trafegue no território da ficção, utiliza recursos da história e do jornalismo. A técnica da entrevista, principalmente. É muito satisfatório o resultado. Tanto que conseguimos os apoiadores para fazer mais 26 episódios.” A MÍDIA NAS ELEIÇÕES

“A gente não pode descartar o que está acontecendo na mídia, a crise que ela vem enfrentando. Não é a primeira vez que se verifica essa ‘militância’ da mídia na história do Brasil. O que aconteceu dessa vez talvez tenha sido com intensidade maior, em mais veículos e, ao mesmo tempo, a denúncia disso foi mais firme, justamente por causa das redes sociais. Não credito isso exclusivamente às preferências partidárias ou pessoais dos veículos, e sim à necessidade de atender um segmento da sociedade que está insatisfeito com a realidade, e que devem ter identificado por intermédio de pesquisas. Essa militância é fruto da crise que a mídia vem vivendo. Espero que o próximo passo seja uma clara identificação de preferências dos veículos e de multiplicidade de opções. E, também, se possível, um melhor nível da campanha política de todas as partes, porque no fundo o debate acabou sendo raso e agressivo. Meu amigos, de várias correntes, defensores dos candidatos principais que estavam em disputa, perderam completamente o bom-senso.” REDES SOCIAIS

O mais recente título de Markun, que fez palestra no Ielusc (foto maior)

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“Uso o Twitter e o Facebook sempre com cuidado, no sentido de que é um instrumento de difusão das suas atividades, mas tudo aquilo que é pessoal eu procuro manter um pouco apartado. Um pouco, nunca é possível tudo. Ainda mais quem, de alguma forma, tem uma vida pública, como eu tenho, por ser jornalista e, enfim, ter certa visibilidade. É preciso pensar duas vezes antes de escrever qualquer coisa ou publicar em uma dessas redes. Não é isso que as pessoas fazem, elas expõem o seu íntimo, o seu âmago, como se fosse mudar alguma coisa. E às vezes acaba sendo comprometedor e vergonhoso. É preciso tomar cuidado, mas está cada dia mais difícil você separar os limites entre a vida pessoal e a virtual.”

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Resenhas Engajamento: Melhores Práticas de Liderança, Cultura Organizacional e Felicidade no Trabalho Rogério Chér Editora Alta Books O livro trata da falta de engajamento nos ambientes organizacionais e nos provoca a refletir sobre o papel da liderança nesse processo. No início, acompanhamos relato da vivência do autor em diferentes empresas. Sua trajetória indica o quão negativo é esse cenário sobre engajamento. O que mais se observa hoje são pes­soas com ansiedade, cansaço, tristeza, desânimo, o que ele chama de “zumbis organizacionais”. São indivíduos desligados do

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significado do seu trabalho, veem seu emprego como fonte de renda desprovido de propósito. O que dá espaço para criar uma má imagem da empresa e dos seus líderes. Isso ocorre não só pelo mau relacionamento entre as equipes, mas também pela imaturidade das pessoas, que pouco investem em autoconhecimento e desenvolvimento. Os primeiros capítulos discorrem sobre o significado do trabalho e sua relação com felicidade. A felicidade

autêntica tem a ver com a qualidade dos relacionamentos que temos na vida. O capítulo 4 relata “como agem os líderes que engajam e inspiram”, e com uma visão integral do ser humano nos dá dicas de como transformar esse ambiente por meio da atitude da liderança basea­ da em valores. Líderes conectados que trabalham de forma a expressar seus propósitos e ajudam as equipes a fazer o mesmo. O livro causará impactos positivos no âmbito profissional e pessoal de quem estiver disposto a abrir seus horizontes. Luisana de Castro, da Consultoria em Desenvolvimento Organizacional do Sesi de Joinville


As Sutilezas e o Óbvio da Comunicação Corporativa Sulamita Mendes Editora InVerso A autora se vale de sua larga expe­ riência, de mais de 30 anos, em comunicação corporativa – é especialista em marketing e comunicação organizacional –, e oferece ao mercado uma obra singular. Na técnica do storyteller, mostra que ainda hoje, apesar de todos os avanços da tecnologia, do pensamento e do comportamento humano, as corporações enfrentam problemas graves, que poderiam ser evitados se a comunicação fosse mais eficaz.

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Cita sutilezas, como um carro com a marca da empresa envolvido em acidente de trânsito, para defender a tese de que não apenas uma área, mas todos os gestores de uma organização precisam praticar uma política de comunicação séria e adequada às necessidades, envolvendo todos os públicos. A obra chegou às livrarias com excelentes credenciais. A autora, superintendente de Comunicação Social da prefeitura de Curitiba, recebe a apresentação do

diretor de gradua­ção da ESPM, Luiz Fernando Garcia, que destaca a necessidade de a comunicação organizacional se reinventar todos os dias para fazer frente à rapidez e à volatilidade da informação, hoje acessível a praticamente todo o planeta através da internet e suas tantas redes. Isso aumenta também o impacto da comunicação corporativa na geração de valor de marca, na sua construção ou manutenção ou, ainda, no gerenciamento de crises. “São raros os diretores de empresas que realmente entendem os processos e o uso correto das diferentes ferramentas da comunicação“, pondera o consultor Eloi Zanetti, na orelha do livro.

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Passagem do Tempo Mauro Maldonato Edições Sesc A leitura deste livro foi uma experiên­cia permeada de mistérios, magia e inquietações. Lembranças da infância e outras tantas que envolviam percepções, sensações, cheiros, imagens e paladares vieram em minha memória como um redemoinho em movimento presentificado. Talvez, na escritura de seu livro, Maldonato também tenha sido tomado por um emaranhado de memórias, experiências e indagações sobre o tempo e seu significado em nossa existência. Médico psiquiatra, professor e

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filósofo, o autor nos provoca a pensar sobre nós mesmos a partir do tempo vivido e, por que não dizer, do tempo sentido. Suas inquietudes advêm das concepções de filósofos que ousaram mergulhar sem qualquer medo nas questões sobre o tempo. E esse tempo, o que seria? Para Maldonato, o tempo é criação, e, como criação, um ato de existir, portanto, único e imprevisível. Mas é também movimento que desestabiliza nossas certezas no colocando em suspenso: quem somos nós? Somos constituídos de lembranças/memórias e desejos, de cons­ ciên­cia e inconsciência na plenitude do presente em diálogo constante com o passado. O tempo vivido/ sentido é experiência de nosso eu que dura. “O eu é um desdobrar-se

de estados de consciência, de pensamentos e emoções que se sucedem de maneira inconsciente e vital, mantendo a memória do que acaba de passar e do passado.” E como nossa memória é ativada? Como processo criativo, a memória deixa marcas somente daquilo que tem significado para nós. Cria formas daquilo que somos; como vivemos e o que desejamos. Decidimos o que recordar, quando recordar e como recordar. Refletir sobre o tempo é um ato de coragem, pois vivemos na incompletude que nos impulsiona a pensar no finito, que está numa linha tênue entre presente e passado, e, sobretudo, entre a vida e a morte. Silvia Pillotto, professora da Univille


Top 5 Filmes de férias Esqueceram de Mim COMÉDIA, 1990

DIRIGIDO POR CHRIS COLUMBUS

O filme que transformou Macaulay Culkin em estrela-mirim conta a história de uma família de Chicago que planeja passar o Natal em Paris. Porém, em meio às confusões de viagem, um dos filhos, Kevin (Macaulay Culkin), com apenas 8 anos, é esquecido em casa. Assim, o garoto se vê obrigado a se virar sozinho e defender a casa de dois ladrões. Conta Comigo

AVENTURA, DRAMA, 1986 DIRIGIDO POR ROB REINER

Adaptado do livro de Stephen King, o filme narra a história de quatro amigos de infância, inseparáveis, que descobrem, pelo irmão mais velho de um deles, que há um corpo de um menino na região, jogado perto dos trilhos do trem. Para vê-lo, partem em uma aventura. Vicky Cristina Barcelona ROMANCE, 2008

DIRIGIDO POR WOODY ALLEN

Vicky e Cristina, jovens americanas, viajam de férias para Barcelona. Vicky é sensata e está prestes a se casar; Cristina é impulsiva e curte aventuras amorosas. Ao conhecer o pintor Juan Antonio numa gale-

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ria, Cristina se sente imediatamente atraída por ele. Seu interesse só aumenta quando fica sabendo que ele tem uma relação intempestiva com a ex-mulher, Maria Elena. Juan convida as duas para um fim de semana na montanha, bebendo e fazendo amor. Vicky fica horrorizada, mas Cristina a convence a entrar na aventura. Férias Frustradas COMÉDIA, 1983

DIRIGIDO POR HAROLD RAMIS E AMY HECKERLING

A família Griswold está de férias e resolve ir para o “Walley Park”, um parque temático. Pegam a longa estrada de Chicago até a Costa Oeste dos Estados Unidos. Mas até os Griswold chegarem ao parque muitas confusões se sucedem e, quando eles finalmente chegam, encontram uma surpresa nada agradável. Um Morto Muito Louco COMÉDIA, 1989

DIRIGIDO POR TED KOTCHEFF

Dois amigos que trabalham em uma seguradora descobrem uma fraude milionária nas apólices. Convidados a passar um final de semana na casa de praia de seu chefe, como prêmio pela descoberta, logo se veem em uma enrascada quando chegam no local e o encontram morto.

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Valério Regente

No ano passado, a Deutsche Messe AG, líder em organização e promoção de feiras e negócios no mundo, comprou os 49% restantes para assumir o controle total de sua filial no Brasil, a Hannover Fairs Sulamérica (HFSA). Foi nesse perío­do que o diretor Valério Regente assumiu a diretoria. Ele veio a Joinville para anunciar a escolha da cidade para sediar a 1ª Feira Internacional de Fornecedores da Indústria Automotiva, prevista para 15 a 17 de setembro de 2015, na Expoville. A feira, conhecida internacionalmente como Industrial Supply South America (ISSA), foi lançada HFSA com o objetivo de suprir a crescente necessidade da indústria automotiva por fornecedores qualificados. O evento vai reunir fabricantes e fornecedores internacionais e nacionais do ramo, que terão oportunidade de conhecer seus perfis, produtos e serviços.

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MARCELO KUPICKI

3 perguntas

Como a Hannover Fairs avalia o mercado joinvilense de turismo de eventos e negócios? Quais são os planos da empresa para a região? Por seus atributos culturais e inúmeros eventos importantes, Joinville já faz parte do circuito do turismo e eventos. É o segundo maior polo metalúrgico do Brasil e o terceiro maior polo industrial da Região Sul. Sua localização estratégica e o fácil acesso possibilitam que a ISSA tenha potencial para se tornar o maior evento sul-americano do setor. A Hannover Fairs reconhece Joinville como um polo industrial de grande relevância no cenário brasileiro e em crescente desenvolvimento e, por serem as feiras industriais seu expertise, a empresa estuda a possibilidade de trazer seu portfólio para a região. As feiras são a porta da frente para empresários estrangeiros interessados em investir no país. A tendência é de que os eventos de negócio migrem dos grandes eixos para os polos de produção. E Joinville e região têm características muito atrativas. No ano passado, circulou a notícia de que a controladora da Hannover Fairs estaria reforçando presença no Brasil e trazendo para cá edições de suas feiras europeias. É o caso da Industrial Supply South America? Sim, a Industria Supply acontece a cada ano dentro de Hannover Messe na Alemanha. O caráter internacional e multissetorial dessa feira a transforma no evento mundial mais importante centrado nas etapas da cadeia de processos industriais – desde materiais até o produto final. Inspirada na Industrial Supply de Hannover, sua versão sul-americana foi criada para suprir a crescente necessidade da indústria automotiva por fornecedores qualificados, atendendo também a demanda advinda do programa Inovar-auto [que prevê benefícios fiscais para montadoras que produzirem veículos no país]. Por que razão a empresa escolheu Joinville para esta feira? Além de toda a atratividade do setor com a inauguração da fábrica da BMW, contribui para a a nova configuração da Expoville, um dos locais com a melhor estrutura para realização de feiras no país. A ISSA também acontece na semana anterior ao Encontro Brasil-Alemanha que Joinville sedia em 2015, promovendo uma movimentação de turismo cultural e de negócios, principalmente de visitantes internacionais.


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