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Você sabe qual a diferença entre alimentos diet, light e zero
A nutricionista e especialista em Terapia Nutricional, Camila Monteiro Bartocci explica o que é cada um deles
ANA LUIZA SILVA D e acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) os termos light, diet e zero devem estar descritos nas embalagens de diversos produtos, mas há muitas dúvidas a cerca do que significa cada um deles e para que eles servem. A ACIF em Revista entrevistou a nutricionista e especialista em Terapia Nutricional, Camila Monteiro Bartocci, para que ela possa esclarecer o que é cada uma dessas nomenclaturas.
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Segundo ela, o alimento diet pode ser utilizado nos seguintes pro
dutos: alimentos para dietas com restrição de nutrientes, como carboidratos, gorduras, proteínas, sódio, glúten, entre outros e alimentos para dietas com ingestão controlada de nutrientes (para manutenção de peso ou de controle de açúcares, entre outros). “Os produtos diet são aqueles em que é retirado um dos componentes nutricionais, como açúcares, sódio, gorduras, proteínas, entre outros. Esses alimentos são indicados para pessoas que tem restrições alimentares ou não querem consumir algum desses ingredientes, como, por exemplo, pacientes com diabetes”, afirma. A especialista ressalta que não basta apenas que a inscrição diet venha impressa na embalagem, é preciso que o rótulo especifique qual nutriente foi retirado ou substituído.
“Nem sempre o alimento diet apresenta menos calorias, por isso a importância da avaliação das informações nutricionais. Engana-se quem acredita que a opção diet é direcionada para quem gostaria de perder peso, ou ainda para os diabéticos”.
Já os alimentos light devem ter redução mínima de 25% em algum nutriente ou calorias, comparado ao alimento convencional. Para que ocorra a redução de calorias é necessário que haja a diminuição no teor de algum nutriente energético (carboidrato, gordura e proteína). “Alimentos zero indica restrição ou isenção de algum nutriente em comparação com a versão tradicional. Grande parte dos produtos zero são reduzidos em calorias e açúcares, podendo ser utilizados tanto por pacientes com diabetes quanto por quem deseja perder peso”, explica. Ainda segundo a profissional, a diferença entre os alimentos é simples. Os alimentos diet são alimentos sem adição de sacarose (açúcar) e/ou proteína e/ou gordura; os light são alimentos com redução mínima de 25% das calorias ou de algum nutriente como gordura, sódio, sacarose; os zero são alimentos sem sacarose e com redução de calorias ou isentos de nutrientes em relação ao alimento original. halayalex / Divulgação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceram limites para a ingestão diária de adoçantes artificiais. O problema é que eles estão presentes em vários alimentos ultraprocessados sem discriminação de quantidades.
“A qualidade do alimento importa mais do que ter ou não algum ingrediente considerado vilão, como o açúcar. A diabetes é uma doença e precisa ser acompanhada por nutricionistas para ajustes individuais, não basta apenas comprar produtos diet”, diz a nutricionista.
O principal ponto positivo de diet é a falta de ingredientes específicos que façam mal aos diabéticos, o do zero é a ausência de calorias e o do light é a pouca quantidade de gorduras. Mas, na direção contrária do senso comum, os produtos diet e zero não são necessariamente os ideais para pacientes com diabetes, uma vez que adoçantes artificiais podem ser encontrados na composição. Uma pessoa que tem diabetes, por exemplo pode ingerir alimentos diet e zero, sem sacarose, mas é importante ler sempre os rótulos dos produtos.
Para mulheres grávidas, a especialista afirma que o ideal é que leiam atentamente os rótulos dos produtos diet e light, se informando qual ou quais elementos foram extraídos ou reduzidos da fórmula do produto. “A utilização incorreta dos lights e diets, além de não ajudar a emagrecer, pode trazer riscos à saúde da mulher”.
Outra dica da especialista é que para compensar a ausência da glicose (açúcar), a concentração de sódio aumenta bastante e isso não é nada bom durante a gravidez. “O excesso de sódio pode aumentar a retenção de líquido no corpo da mulher e, principalmente, elevar a pressão arterial, além de riscos de lesões nos rins e fígado”. Alguns refrigerantes diet já estão diminuindo a quantidade de sódio, mas é preciso ficar atento. “É importante que a gestante consulte profissionais da área de saúde para ter conhecimento dos alimentos que devem ou não usar na gravidez. O que vale para uma pode não valer para outra”, finaliza.