Arquitetura para Autonomia

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INCONCLUSÃO EM PROCESSO

como construir autonomia: escalas do corpo ao território A pergunta que norteou nosso imaginário durante a organização deste seminário coloca-se novamente diante de nós, a fim de auxiliar a compreensão de quais foram esses encontros e quais caminhos possíveis se abrem para todos nós. Nós, seis mulheres, que se uniram a partir de um lugar (questionamento) comum: como a presença da mulher existe (e resiste) na arquitetura, na cidade e na busca da autonomia? Quando falamos de autonomia, tocamos na forma como nos relacionamos com temas fundantes em nossas vidas, como o tempo, o trabalho, o cuidado, a confiança, o outro, o movimento, a memória viva (presente histórico, como Lina Bo Bardi diria) — discutindo, justamente, de onde vem as regras e estruturas que nos condicionam em nossas relações e modos de estar no mundo. Como podemos, nós mesmas, criar as formas que queremos estar no mundo? Ao trazer para o encontro diversos “lugares de fala” (RIBEIRO, 2017), olhares e perspectivas, questionamos a noção de uma “história única” (ADICHIE, 2009) da cidade e sociedade, uma narrativa “oficial” pautada no olhar dominante e hegemônico (homem, branco, adulto, hétero, cis, ocidental, etc.). Assim, reiteramos a importância das práticas insurgentes que desafiam os padrões e a noção de centralidade, trazendo na particularidade, na multiplicidade de singularidades, o seu poder e força. Como, no entanto, construir uma pauta única a partir desta multiplicidade? A ideia do comum (NEGRI, 2005) pode ser 119


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