BizBrazil Magazine 04

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vempreendedorismo

A RECEITA DA BAUDUCCO

para fazer sucesso nos EUA

Erik Volavicius, diretor de Marketing da Bauducco nos EUA e de Vendas da Divisão Internacional, dá a receita para a BBM JULIANA MORAES MAHLMEISTER info@bizbrazilmagazine.com

v Formado em Marketing e Comunicação pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e com MBA em Gestão de Negócios pela Darden School of Business, na Universidade da Virgínia (EUA), Erik

Volavicius é diretor de Marketing na Bauducco Foods nos Estados Unidos, uma das operações brasileiras mais comemoradas no estado da Flórida, onde mantém a sede comercial e, em breve, a primeira fábrica. Volavicius também é diretor de Vendas da Divisão Internacional da empresa, comandando os negócios da Bauducco para o Canadá, México e Caribe. Desde 2008 na companhia, ele a conhece bem o suficiente e vem articulando a gestão, ciente dos pontos fortes e mitigando eventuais riscos dessa empreitada da Bauducco no exterior, uma aventura bem coordenada até agora. Nos EUA, a marca é líder no mercado de panetones, concentrando 56% da fatia, mas isso é só um começo, segundo ele, que registra avanço de 20% dos negócios no país há cerca de cinco anos. Nesta entrevista especial, o executivo da Bauducco fala do enorme desafio de lançarse ao mercado internacional e estar presente nos Estados Unidos, símbolo maior do capitalismo. “É preciso muita disposição para o aprendizado,

trabalho e a personalização porque, aqui, os varejistas mandam muito e todos buscam um diferencial. A marca que quiser dialogar com os pontos de varejo no país precisa estar consciente do imenso esforço que isso significa”. v BizBrazil Magazine: Poderia descrever um pouco a história da presença da Bauducco nos EUA? n  Erik Volavicius: A trajetória da Bauducco, há cerca de 20 anos nos Estados Unidos, é, de certa forma, natural e convencional, mas acho que a marca conseguiu dar uma espécie de pulo do gato por uma conjunção de fatores, estratégias que acertou – e também erros cometidos, com os quais aprendemos e aprimoramos a operação. Começamos como qualquer outra empresa do Brasil que se lança ao mercado internacional, exportando contêineres, assim como exportamos para outros países - na África, Ásia, América do Sul -, com distribuidores e representantes. Nos Estados Unidos também foi assim, com alguns parceiros para distribuição. v A evolução da presença da marca nos EUA culminou com a vinda da empresa para cá. Como foi essa experiência? n O passo seguinte, ao compreender que tínhamos uma ótima oportunidade a explorar, foi justamente decidir ter um ponto de distribuição local. A tomada de decisão da empresa no Brasil, há cinco anos, foi uma medida de longo prazo, com a consciência plena de toda a questão burocrática que está por trás dessa vinda, bem como os custos. Além disso, no mínimo, tínhamos de ser melhores que nossos distribuidores, por causa de toda estrutura que envolve começar um negócio no exterior. A Bauducco Foods está baseada em Miami, que naturalmente é o ponto de chegada do Brasil, e logisticamente muito fácil atuar. Hoje, distribuímos os nossos produtos para o país inteiro. v Qual você considera o maior erro para uma empresa brasileira que quer atuar no mercado norte-americano? n  Acho que se deve evitar aquilo que muito empreendedor acaba fazendo: pegar o produto tal qual era no Brasil e forçar uma barra, exportando para cá. Isso todo mundo faz intuitivamente, é natural e um erro. O fato de o item ser bem-sucedido no Brasil não significa que será também aqui. Há alguns casos em que a maneira de apresentação e colocação deve ser modificada. No nosso caso, que trabalhamos com bem de consumo, até a


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