ESTE FOLHETO É PARTE INTEGRANTE DO ACERVO DO BEHETÇOHO EM FORMATO DIGITAL, SUA UTILIZAÇÃO É LIMITADA. DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS.
INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO O Acervo Eletrônico de Cordéis do Behetçoho é uma iniciativa que pretende dar consequências ao conceito de (com)partilhamento dos artefatos artísticos do universo da oralidade, com o qual Behetçoho e Netlli estão profundamente comprometidos.
INFORMAÇÕES SOBRE A EQUIPE A equipe de trabalho que promoveu este primeiro momento de preparação e disponibilização do Acervo foi coordenada por Bilar Gregório e Ruan Kelvin Santos, sob supervisão de Edson Martins.
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE Isabelle S. Parente, Fernanda Lima, Poliana Leandro, Joserlândio Costa, Luís André Araújo, Ayanny P. Costa, Manoel Sebastião Filho, Darlan Andrade e Felipe Xenofonte
PEDRO BANDEIRA
O PAU DE SANTO ANTﾃ年IO
1981
Não sou o Papa do Diabo Nem o doutor do demonio Sou repentista e adoro Barbalha e seu patrimonio Porisso me comprometo A dedicar um folheto Ao pau de Santo de Antonio
É o pau maior da festa Todo mundo diz assim: Doado por Dr. Teles Vem do sitio São Joaquim Que ver o pau não se afronta É meio fino na ponta E liso do começo ao fim É derrubado na mata Pela mão do Operário, Carregado pelo povo Que possui fé no rosario Que ama a Deus e respeita, É quando o povo aproveita A cachaça do vigario
Todo mundo bebe e canta O povo ali não é mau Matuto molha a camisa Que fica que só mingau E as moças em gargalhadas Dizendo a rapaziada: Queremos pegar no pau
O pau é grande e bonito Porisso ninguem censura Pesado, mas se levanta Com uns cem palmos de altura É sempre o pau mais querido Mais visado, mais comprido Da terra da rapadura Vem do mato festejado Por musica, verso e cachaça É ajeitado e pelado Pra poder entrar na praça Sadio, cheiroso e novo Entra no meio do povo Aplaudido pela massa
Toma conta da bandeira Se levanta e fica em pé Enfiado num buraco Na frente da Santa Sé Todo mundo gosta dele Só quem não vai pegar nele É quem não sabe onde é
Tem o capitão do pau O padre e a cabroeira Gente de perto e de longe É a maior brincadeira E o pau que não é covarde Se levanta às 6 da tarde Agarrado na bandeira
Nessa hora moça velha Que vive no sofrimento Se levanta da cadeira Chega fumaça o assento Repara pra todo canto E agarra no pau do Santo Pensando num casamento
Viúvas e desquitadas E moças do patrimonio Agarram no pau do Santo Pensando no matrimonio Branca, preta, pobre e rica Implorando a Santo Antonio
Viva Barbalha querida Berço de gente educada Viva quem pega no pau Viva a festa organizada Que vem a festa fagueira Não vendo o pau e a bandeira É mesmo que não ver nada Viva o pau de Santo Antonio Onde a grandeza se encerra Pau verde, forte famoso Criado no pé da serra Linheiro, liso e pelado Cativante e cobiçado Por todos de nossa terra
FIM