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Com o passar dos anos, formação e experiência, Norma, que sempre contou com apoio e contribuição do marido, montou uma estrutura de aproximadamente 1000 m² de estufas, o que ocupa apenas 10% de um hectare, onde são cultivadas as mais variadas flores e folhagens. Para Nelson, a palavra chave para o sucesso é “persistência”. “Não é por si só que tudo isto está aqui. Nós passamos por muitas dificuldades. Você não imagina o quanto. Mas somos bastante insistentes e o desafio não nos assusta”. As experimentações e estudos qualificaram o trabalho nas estufas. Hoje, a irrigação das plantas é feita por meio da água recolhida das chuvas, armazenada em cisternas e caixas de água em elevação. “Sobra água”, considera Nelson Tatsch.

Sustentabilidade, que poupa recursos naturais e também financeiros para a propriedade. “É uma atividade economicamente muito interessante, que traz uma boa rentabilidade e tem negócio, tem procura”. Público fiel As flores, folhagens e artesanatos produzidos por Norma atraem muita gente à Granja. Segundo ela, um processo “boca a boca” que foi aos poucos multiplicando o conhecimento acerca de seu trabalho. São estudantes de Escolas Agrícolas, excursões, grupos de mulheres agricultoras, compradores, vizinhos e curiosos. A propriedade fica aberta ao público inclusive nos finais de semana. A comercialização das mudas e folhagens é feita através de venda

direta para amigos e comunidade e, principalmente, pelo fornecimento para floriculturas e de municípios vizinhos como Candelária, Lajeado, Rio Pardo, Vale do Sol, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. Mesmo com a venda de flores, folhagens e artesanato, a produção de grãos segue como o “carro-chefe” da Granja Tatsch. A propriedade dispõe de 150 hectares, utilizados para a plantação rotativa de soja, arroz, canola, milho e trigo. Para isso, ainda são arrendados mais 450 hectares. Nelson Tatsch considera importante o negócio da esposa. “Eu também tenho a minha atividade. Então se estou tocando o meu negócio e sei que a minha esposa está se sentindo bem, não está sendo pressionada, eu me sinto bem”.

Os dois filhos do casal, Ricardo e Felipe, saíram para estudar e se formaram, respectivamente, Engenheiro Agrícola e Engenheiro Elétrico. Apesar de estarem empregados e fora de casa, continuam contribuindo com o desenvolvimento da Granja Tatsch. Ricardo, inclusive, é o responsável técnico pela propriedade. Norma Tatsch, vai para o trabalho, sempre com um sorriso no rosto. Contente pela família e também pela vida junto às suas samambaias, bromélias, palmeiras, gerânios, brinco de princesa, orquídeas, cactos e diversas outras espécies para jardim. “Aqui estaria realizada, mesmo que não desse um centavo de dinheiro. Sou feliz no meio destas flores. É muito gostoso de trabalhar, eu nem precisava sair de casa”, diz.

Tabaco que gera energia No processo de diversificação da Granja Tatsch, uma nova alternativa de diversificação vem sendo testada: o tabaco energético. Esta planta é utilizada para a produção de biodiesel, ração animal e biomassa. O cultivo é semelhante ao do tabaco tradicional (do tipo Virgínia, comum no sul do Brasil e utilizado na produção de cigarros, charutos e cigarrilhas). A diferença básica é o fato de que não as folhas, mas sim as sementes é que são aproveitadas. O próprio cheiro da planta, muito característico no tabaco destinado à produção de cigarros, não é tão forte. O tabaco energético não possui nicotina em sua composição, e é 100% aproveitável. A propriedade de Nelson e Norma Tatsch foi a primeira da América Latina a realizar uma colheita da variedade. Foram 700 mil pés plantados em 2012, para uma primeira experiência de produtividade e 60 mil em 2013, para uma amostra mais qualitativa da planta. Segundo Nelson, o tabaco energético tem se mostrado um cultivo viável e com bom potencial de lucro, podendo render até três vezes mais que a soja.


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