10º Ciclo de Estudos do Rito Moderno ou Francês Bicentenários da Morte de Manuel Fernandes Thomaz da Constituição de 1822 e dos Direitos do Cidadão




Passos











Bicentenários
da Morte de Manuel Fernandes Thomaz da Constituição de 1822 e dos direitos do cidadão
Pela décima vez, a Academia do V Império reunirá na cidade do Porto, com o fim de trabalhar na procura e no aperfeiçoamento individual de todos quantos nela venham a participar, em absoluta liberdade de consciência e pensamento, balizando se nos ideais da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, e nos lemas da Justiça, da Verdade, da Honra e do Progresso, em total consonância com a Constituição do Grande Oriente Lusitano Maçonaria Portuguesa.
No ano de 2022, a R L ESTRELA DO NORTE, nº 533, a Or do Porto, promove, no âmbito da Academia do V Império, a realização do 10º Ciclo de Estudos do Rito Moderno ou Francês, este ano sob dois temas da maior importância para Portugal e para a Maçonaria Portuguesa, que são o bicentenário da aprovação da primeira Constituição Portuguesa (23 de Setembro de 1822) e o bicentenário da morte de Manuel Fernandes Tomás (19 de Novembro de 1822). Verdadeiramente, estes dois temas são um só, porque Fernandes Tomás foi o principal obreiro da Revolução Liberal de 24 de Agosto de 1820 e, consequentemente, da Constituição política que ela nos legou, e foi da sua ação e do dessa Lei Fundamental que nasceram, em Portugal, os Direitos de Cidadania, de que a Academia também tratará.
À RL Estrela do Norte associaram se, na organização do evento, as RR LL AMIZADE, nº 561, a Or de Penafiel, SEARA NOVA, nº 564, a Or de Bragança, 31 de JANEIRO, nº 565, a Or do Porto, TEIXEIRA DE PASCOAES, nº 566, a Or de Amarante, MÁRTIRES DA LIBERDADE, nº 588, a Or de Aveiro, Simões Coimbra, nº 590 a Or de Lisboa. Outras Oficinas do GOL foram convidadas e poderão associar se ainda à Academia, tendo em consideração a importância dos temas que serão abordados. Saliente se que a Academia do V Império olha para este 10º Ciclo de Estudos não como coisa sua, mas de todos os Maçons e de todas Lojas que o queiram abraçar, independentemente dos Ritos, Obediências ou Potências a que possam pertencer. A Academia do V Império orienta se pelo Universalismo e Cosmopolitismo Maçónico, para os quais todos os nossos Irmãos são iguais.
Para este 10º Ciclo de Estudos foram convidadas várias Potências Maçónicas, tendo aceitado participar nos Trabalhos o Sob Gr Cap dos Cavaleiros Rosa Cruz de Portugal, com os SSob CCap IGUALDADE, SINÉDRIO e JAIME CORTESÃO ao Vale do Porto, ALVES DA VEIGA ao Vale do de Trás os Montes, FERNANDO VALLE e NORTON DE MATOS ao Vale de Lisboa, e LUIS REBORDÃO ao Vale de Vila Real de Santo António e JOSÉ MARIA DA FONSECA, ao Vale do Mondego.
A Academia do V Império incentiva todas as Maçonas e Maçons a participarem nos Trabalhos do 10º Ciclo de Estudos do Rito Moderno ou Francês, sob o tema de dois importantes bicentenários: o da morte do Patriarca da Liberdade e da aprovação da nossa primeira Constituição. Todos somos poucos para exaltarmos factos tão importantes para Portugal e para a Maçonaria.
10º Ciclo de Estudos do Rito Moderno ou Francês
SEXTA FEIRA – 20h – Sessão solene Ritual da R L Estrela do Norte Com a LUZ do Ser G M Adj João Aurélio Marcos
Prancha:- Rui Albuquerque - “Manuel Fernandes Thomaz e o bicentenário da Constituição de 1822“
Momento musical Francisco Monteiro & João Miguel Gonçalves
SÁBADO 9h Abertura R L Estrela do Norte, GOL, a Or do Porto.
1º painel O Triénio Liberal (1820-1823) na Península Ibérica.
Moderador Nuno Cruz
1. Joaquim Villalta / Olga Vallego Movimiento liberal en la Catalunya del XIX La presencia masónica como escuela de formación catalana en el XIX.
2. José Manuel Martins O ilustre regenerador da Pátria, Manuel Fernandes Tomás.
3. Manuel Seixas Memória do último episodio ou a Maçonaria segundo José Liberato.
4. Vítor Guerra Los Diputados Masones Asturinaos en las Cortes de Cádiz, como ponto de inflexión. Debate
11horas 2º Painel – O liberalismo vintista português.
Moderador Rui Costa
1. João Paulo Marques Aveiro Liberal – década de 20 do séc. XIX.
2. José Adelino Maltez Regeneração
3. Pedro Bacelar de Vasconcelos O liberalismo acabou?
4. Miguel Primaz “A perspetiva fiscal subjacente à Constituição de 1822”.
Debate
14h 30m 3º painel – Manuel Fernandes Tomás e a Constituição de 1822.
Moderador Rui Albuquerque
1. Carlos Abreu Amorim A atualidade do pensamento de Manuel Fernandes Tomás.
2. Fernando Marques da Costa 1822: os olhares dos tempos.
3. Pedro Delgado Alves Fernandes Tomás e a construção da Constituição de 1822: ruturas e compromissos.
Debate
17h 3º painel As Ordens Iniciáticas e o Liberalismo.
Moderador Hernâni Carvalho
1. Albino Matos M. Borges Carneiro, Um Herói na Revolução
2. António Fonseca O acto de Educar para a Cidadania Alguns contributos
3. Francisco Carromeu Os Textos Fúnebres de homenagem a Manuel Fernandes Tomás
4. Maria José Tavares Constituição de 1822: a actualidade do legado.
5. Robert Boerjan/Rosa Fernanda Magalhães Fernandes “A bússola da humanidade Het kompas van de mensheid.”
Debate
19h Sessão solene do Sob Gr Cap dos Cavaleiros Rosa-Cruz de Portugal
Intendente da Academia V Império Rui Albuquerque
Intendente do Protocolo Francisco José Oliveira
NOTAS
1. Peças de Arquitectura de 15 minutos com tolerância de 3 minutos
2. agradecemos envio prévio do texto em formato word para posterior edição em livro, data limite 31 de Outubro.
Sousa

Albino Matos
Mestre Maçon da R L 8 de Maio, nº 511, a Or de Coimbra, GOL Porto, 1948, Licenciado em Direito. Profissão: M.P., Juiz, Notário, Advogado, títulos sucessivos uns, simultâneos outos. Autor: vários livros publicados (Direito) e outros a publicar (os editores são muito difíceis).
António Fonseca Engenheiro Mecânico Mestre Maçon da R L Simões Coimbra, n º 590, a Or de Lisboa, GOL V Ordem das Ordens de Sabedoria do SGCCRC GCGRMFP


Carlos Abreu Amorim Professor da Escola de Direito da Universidade do Minho, ex Deputado do PSD




Fernando Marques da Costa Historiador, com vasta obra publicada. Investigador sobre história contemporânea de Portugal e sobre História da Maçonaria em particular. Membro do Centro de História da Universidade Nova de Lisboa e do Centro de Investigação da Universidade Lusófona Área de Ciências das Religiões
Francisco Carromeu Professor do ensino secundário e docente da Autónoma Academy, historiador, autor e conferencista. Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e doutorado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, na especialidade de Cultura Portuguesa do Séc. XIX.
Francisco José Oliveira





Mestre Maçon da R L Estrela do Norte, nº 533, a Or do Porto, GOL Membro Ordem das Ordens de Sabedoria do SGCCRC GCGRMFP de Guimarães no Conselho Municipal da Educação.
Hernâni Carvalho Doutorado em Psicologia, jornalista

João Paulo Marques
Mestre Maçon da R L Mártires da Liberdade, nº , a Or do Aveiro, GOL Membros das Ordem das Ordens de Sabedoria do SGCCRC GCGRMFP
Joaquim Villalta i Mata Vª Ordem, Gr. ·. 9, 33º Diretor da Academia Internacional da V Ordem UMURM, Grande Orador do Conselho Sublime de Rito Moderno do Equador Hon R L Estrela do Norte e Hon do SGCCRC GCGRFP Membro Honorário do Grande Oriente Nacional da Colômbia. Membro Honorário do Grande Oriente Tradicional da Bolívia. Membro Honorário do Supremo Consiglio del 33º ed Último Grau del R.S.A.A. per l’Italia e sue Dipendenze. Poderoso Soberano Grande Comendador do Conselho Supremo do Grau 33 para a Espanha do Rito Antigo e Aceito (Rite de Cerneau / Supremo Conselho Thompson Folger para os Estados Unidos da América, seus territórios e dependências).
José Adelino MaltezMestre Maçon da R L 31 de SIMÕES COIMBRA, nº 590, a Or do Lisboa, GOL Membro das Ordem das Ordens de Sabedoria do SGCCRC GCGRMFP
Natural de Lisboa e residente na Figueira da Foz. Bacharel em Economia pela FEUC e docente do Ensino Secundário. Sócio da Associação Cívica e Cultura 24 de Agosto e 1.º Secretário da Associação Manuel Fernandes Thomaz, ambas da Figueira da Foz. Co autor do blog Almanaque Republicano. Tem publicado alguns escritos esparsos.
MANUEL SEIXAS
R L 8 de Maio, nº 511, a Or de Coimbra, GOL Morreu no oriente em meados dos anos 90 e com ele foi sepultado todo o seu passado. Renasceu em poucas horas sob o olhar atónito do príncipe Valente e nunca parou de crescer e de se multiplicar em miriade e trabalhos e prazeres. É grau 27 da Ordem Invisivel Flumen Munda, margem direita.
Maria José Tavares Diretora de Escola. Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas Pós Graduação em Administração Escolar e Formação Especializada em Administração Escolar Mestrado em Administração e Organização Escolar Membro da Federação Portuguesa da Ordem Maçónica Mista Internacional LE DROIT HUMAIN, Direito Humano





Miguel Primaz
Advogado, Licenciado em Direito na Universidade Lusíada Pós graduado em Direito Fiscal pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Experiência como docente no ISCAP Várias conferências e artigos ministrados
Nuno Miguel da Cruz Silva Licenciado em Ciência Política e Estudos Eleitorais pela Universidade Lusófona do Porto

Mestrando em Literacia dos Média e Informação e Cidadania Digital Gestor de Projeto do POCH na Universidade Lusófona do Porto
Olga Vallejo Rueda
Iniciada en Rito Francés Moderno en el Gran Oriente del Ecuador, accede a los grados filosóficos de este rito, hasta su Cuarta Orden en el Gran Capítulo General del Ecuador. Prosigue su trayectoria iniciática alcanzando la Vª Orden y última de este Rito directamente del Supremo Consejo del Rito Moderno de Brasil. Posteriormente recibe el grado 33º y último del Rito Escocés Antiguo y Aceptado. Es miembro de diversos Centros de Estudios Masónicos y de Academias de Investigación Masonológica de ámbito internacional desde las cuales se centra en aspectos historiográficos, rituales y sociológicos y politológicos de la Orden. Suprema Comendadora del Sublime Consejo del Rito Moderno para el Ecuador, Presidente de la Unión Masónica Universal del Rito Moderno e Ilustrísima Teniente Gran Comendador del Supremo Consejo para España del Rito Antiguo y Aceptado. Ha efectuado diversas publicaciones académicas y masonológicas, así como dictado conferencias y entrevistas en distintos ámbitos de la Francmasonería, haciendo un especial énfasis en la relevancia de la Mujer en la Francmasonería a nivel histórico, así como las mutaciones formales de la Institución como parte de los procesos de cambio social acontecidos al interior de la Orden.
Pedro Bacelar de Vasconcelos
Deputado à Assembleia da República nas XIII e XIV legislaturas pelo Partido Socialista. Doutoramento em Direito Professor universitário
Pedro Delgado Alves


Deputado à Assembleia da República nas XII, XII, XIV e XIV legislaturas pelo Partido Socialista. Licenciatura em Direito Frequência de Doutoramento em Ciências Jurídico Políticas Docente universitário


Robert Boerjan
Nascido a 06 maart 1951 em Gent (Bélgica). 1969 Estudou Filosofia na Universidade Rijks Gent tese sobre ‘Modelos matemáticos e ética do direito’ 'Mathematische Modellen en de Ethiek van het Recht'. Cursos extra na Universidade de Havard (USA) en MIT (USA), Sperry Univac ( linguïstiek en informatica). Desde 5977 na Loja 'De Zwijger' nº 28 GOB. Grau de Mestre em 5980, 33º grau em 6007. Filiado na Loja “Het Merk” Ritus de York em 2017 De 6010 6013 Soberano Grande Comendador do Soberano Colégio dos Ritos Escoceses da Bélgica. (Soeverein College van de Schotse Ritus voor België) Titel Bouwstuk: Is de Vrijmetselarij in staat de Corona 19 Crisis te overleven.
Rosa Fernanda Magalhães Fernandes nascida em S. João da Foz do Douro, Porto, Portugal em 09/05/1963. Vivo em Schepenstraat 13, Drongen Bélgica. Iniciada na Maçonaria a 26/11/2011 na Loja Labyrint 1336 em Brugge, do DH, grau de Mestre em 02/05/2014. Filiada no Capítulo Hypatia em Bruxelas desde 01/09/2016. XVIII Grau 22/06/2021. Filiada no Areopaag Theon em Bruxelas, desde 11/10/2021 onde iniciei o XXII Grau. Filiada na Loja Het Merk em Gent desde 10/06/2018 onde trabalhamos o Rito de York. Rui Albuquerque Professor de Universidade Lusófono do Porto Mestre Maçon da R
da Academia V Império Rui Costa Jurista da EMEL Mestre Maçon da R L


Estrela do Norte, nº 533, a Or do Porto, GOL
Nacido en 1955 en Gijón. Asturias (ESPAÑA) Historiador y escritor. M M y Vª Orden del Rito Moderno. Presidente del Círculo de Estudios de Rito Francés Roëttiers de Montaleau. V
Autor de diversas obras masónicas, entre ellas: • A Maçonaria dos Modernos. Siglo XVIII : Inglaterra a França. (português) 2020. • Hiram, Leyenda y Paradigma del Maestro Mason. 2021 • Rito Moderno y la Filosofía, en autores y personajes (Brasil)2021
PORTUGAL E O QUINTO IMPÉRIO
A história de Portugal não se inicia com a dinastia de Borgonha, mas, antes, nas suas raízes profundas e longínquas. Quando surgiu D. Afonso Henriques, a gestação de Portugal vinha já de muito longe e despontou no sangue dos descendentes heróicos dos lusitanos ciosos da sua identidade e independência.
O Estado autónomo que sucedeu à Reconquista cristã estava em germe desde a antiga Lusitânia. Portugal nasceu tanto pela vontade de D. Afonso Henriques e dos barões portucalenses, como pela visão política de S. Bernardo e pela acção militar dos cavaleiros templários, sem esquecer as “obscuras cristandades moçárabes em que o génio da raça se perpetuou iluminadamente”, com uma missão civilizadora e universalista.
O QUINTO IMPÉRIO
Um dos aspectos da perduração da independência de Portugal é um certo sentimento de isolamento. O nosso país tem sido, ao longo dos tempos, como que uma ilha rodeada, de um lado por Castela, que sempre funcionou como uma espécie de deserto isolador, e do outro pelo Atlântico. Desta forma, o português, experimentando como que um sentimento de ilhéu, tem oscilado entre a aventura no exterior e a passividade cá dentro. Por vezes também vive a aventura pela imaginação.
Não há dúvida de que o português foi talhado para as grandes causas e o gene luso encontra a sua expressão mais autêntica na aventura de carácter universalista que se estende muito para além das fronteiras da Europa. O torrão lusitano atrofia o e a Europa é demasiado pequena para ele. Por isso, é grande nas grandes descobertas e, nos tempos actuais, estas traduzem se no conceito de Quinto Império, que é a terceira parte da missão iniciada pelos templários e que ainda falta cumprir.
Este Quinto Império significa, antes de mais, a prevalência:
• Do Espírito sobre a Matéria;
• Da individualidade consciente sobre a massificação;
• Da identidade própria sobre a globalização;
• Do respeito sobre a anarquia;
• Da liberdade de expressão e de pensamento sobre a intolerância redutora.
No poema Infante, Fernando Pessoa escreve:
“... Deus quis que a Terra fosse uma / que o mar unisse já não separasse…”
O homem português, respondendo a um impulso missionário e a um cíclico e imperioso apelo da História, lançou se no empreendimento marítimo como súbdito do Quinto Império.
Os historiadores e intelectuais do século XVII, como o padre António Vieira, acharam o fundamento da independência de Portugal na palavra de Deus e o mito do Quinto Império na sua projecção futura.
O Quinto Império tem uma única finalidade: o ideal da união fraterna e espiritual entre todos os homens da Terra, independentemente da raça e do credo, para a construção de um mundo novo e melhor.
Ser Português é um estado de alma atávico, impregnado profundamente no inconsciente colectivo. Não, não é para quem quer; é para quem ama e se identifica com Portugal, a sua terra, a sua energia telúrica, as suas raízes, as suas tradições e a sua história. Não é para todos os que nascem em Portugal!
in Eduardo Amarante, “Templários”, vol. 3
Consultar:https://www.apeiron edicoes.com/products/templarios de milicia crist%C3%A3 a sociedade secreta/?fbclid=IwAR2Coad7u29JNLoDeFNjG6EiIs7 wYVYyP4lcupYuDBb9G 6GpDzEdIeqxs
O QUINTO IMPÉRIO ESPIRITUAL E UNIVERSAL
A ideia portuguesa do Quinto Império Espiritual e Universal, incompreensível para as mentes materialistas e consumistas do presente momento histórico, representou para os nossos maiores, verdadeiros gigantes portadores da alma lusa, um grande ideal que, sem hesitação, se esforçaram por cumprir, “dando novos mundos ao mundo e se mais terra houvera...”.
A. Quadros recorda nos essa ideia de Império quando afirma que “a missão portuguesa, não é uma missão na Terra, não é ou será um Reino ou um Império da Terra, porque é assumida pelo povo que habita o lugar onde a terra acaba e o mar começa, pelo povo que é o rosto da Europa e que contempla no oceano, onde Febo repousa, o Ocidente, futuro do passado.”
O Quinto Império é o mundo espiritual; o sonho de o ver concretizado e o caminho para chegar até lá é o mundo psicológico; a sua objectivação na Terra é o mundo físico.
Com o término da Era de Peixes, cujos estertores já se fazem sentir, inicia se uma Nova Era, a de Aquário, que, após os primeiros tempos marcados pela adversidade, confusão, violência, mentira e corrupção irão dar lugar, paulatinamente, ao regresso da espiritualidade e ao aproximar da Ciência e da Religião, do Ocidente e do Oriente, com vista a um mundo global sob o signo da fraternidade, da concórdia e da tolerância entre os povos, na implantação do qual o génio luso terá uma forte participação e preponderância mediante a concretização do mítico Quinto Império, cujo sonho para nós, lusitanos, não é senão a Saudade do futuro a ser cumprido.
O obreiro do Quinto Império não é movido pelo medo, mas pelo sonho de um mundo mais belo e mais espiritual, numa sã convivência de povos de diferentes culturas e religiões, em que prevalece a concórdia assente no respeito mútuo, na partilha e na dádiva desinteressada, sem esperar retribuição. Apenas se sujeita aos ditames do seu coração e da sua consciência, não se deixando influenciar nem comprar por opiniões alheias e vãs benesses. Não precisa que lhe clamem a “liberdade”, pois sente se interiormente livre, não fazendo depender as suas atitudes do exterior. Faz parte do escol de que fala F. Pessoa, vendo a unidade para além da separatividade.
Ilustração: "V Império", óleo de mestre Lima de Freitas in "Templários", Vol.4, Eduardo Amarante
Consultar: https://www.apeiron edicoes.com/products/templarios de milicia crist%c3%a3 a sociedade secreta1/?fbclid=IwAR0FPDERMkQtI2Js8CGdj0YsZMowsYdN 1nvpZV0hbv8t9vds0Oqbpy9ObA
A UM POETA
Surge et ambula!
Tu, que dormes, espírito sereno, Posto à sombra dos cedros seculares, Como um levita à sombra dos altares, Longe da luta e do fragor terreno,

Acorda! é tempo! O sol, já alto e pleno, Afugentou as larvas tumulares... Para surgir do seio desses mares, Um mundo novo espera só um aceno...
Escuta! é a grande voz das multidões! São teus irmãos, que se erguem! São canções... Mas de guerra... e são vozes de rebate!
Ergue te, pois, soldado do Futuro, E dos raios de luz do sonho puro, Sonhador, faze espada de combate.
Antero de Quental, Sonetos
O termo "Poeta" poderá remeter para a figura de um idealista, possivelmente em consonância com o espírito da época. Este soneto é um apelo para a necessidade de agir e que está expressa na gradação verbal: "Tu, que dormes", "Acorda!", “Escuta!”, "Ergue te", "Faze”, demonstra bem a aposta na poesia como "voz da revolução"
Na primeira quadra (que constitui uma tese argumentativa) encontramos a estagnação, a passividade e o alheamento do poeta em relação à realidade social e política do mundo, "Longe da luta e do fragor terreno" (v. 4); na segunda quadra e no primeiro terceto (antítese, com a explanação e confirmação da tese), surge o apelo à consciencialização do poeta para a necessidade de mudar de atitude pois está em causa um povo que precisa da solidariedade, "Escuta! é a grande voz das multidões! I São teus irmãos" vv. 9, 10); no último terceto (síntese conclusiva), irrompe o apelo para a ação "Ergue te" (v. 12) destacando a importância da poesia como arma de combate, como voz da revolução, apelidando o Poeta de "soldado do Futuro" (v. 12) e "Sonhador" (v. 14).
Antero de Quental foi um verdadeiro apóstolo social, solidário e defensor da justiça, da fraternidade e da liberdade. Mas as preocupações nunca o deixaram desde que entrou nos meios universitários de Coimbra e se tornou líder da Geração de 70 que, em Lisboa, continuou a sua luta. É o próprio que, numa carta autobiográfica, de 14 de Maio de 1887, dirigida a Wilhelm Storck, afirma que:
"O facto importante da minha vida, durante aqueles anos, e provavelmente o mais decisivo dela, foi a espécie de revolução intelectual e moral que em mim se deu ao sair, pobre criança arrancada do viver quase patriarcal de uma província remota e imersa no seu plácido sono histórico, para o meio da irrespeitosa agitação intelectual de um centro, onde, mais ou menos vinham repercutir se as encontradas correntes do espírito moderno. Varrida num instante toda a minha educação católica e tradicional, caí num estado de dúvida e incerteza, tanto mais pungentes quanto, espírito naturalmente religioso, tinha nascido para crer placidamente e obedecer sem esforço a uma regra reconhecida. Achei me sem direcção, estado terrível de espírito, partilhado mais ou menos por quase todos os da minha geração, a primeira em Portugal que saiu decididamente e conscientemente da velha estrada da tradição.”
com textos e ilustrações de cariz filosófico e esotérico relacionado com a “Alma Lusa” ligada à história oculta de Portugal de que era um profundo conhecedor ou estudioso.
A Obra de Lima de Freitas é irrigada predominantemente pelo imaginário arquetipal, ou seja, aquele tipo de imaginário que modela os mitos, os símbolos, bem como imagens arquetípicas que têm uma grande influência numa educação mítica e simbólica universal.
"Irrompendo do inconsciente dos povos, os mitos são as 'notícias' que nos chegam dos arquétipos inexprimíveis". (Lima de Freitas)
O caminho reside no facto das pessoas, sentirem como está a Humanidade e perceberem que caminham para uma hecatombe, para um apocalipse, e que necessitamos de tomar uma atitude que é aquela que Lima de Freitas classifica de Transdisciplinar.

A Transdisciplinaridade
A Transdisciplinaridade é a via para encontrar um entendimento possível, uma solução eminente. Conhecer é o caminho para compreender, tolerar e respeitar os outros e vice versa.
Para além de conhecer, compreender e respeitar, temos de aprender a amar em lugar de odiar, temos de construir em lugar de destruir, temos de comparar em lugar de criticar e, também, temos de convergir em vez de divergir sistematicamente.
A Transdisciplinaridade é multirreferencial e multidimensional.
O ser humano deve reconhecer a pátria como sendo a Terra, tendo direito a uma nacionalidade, não esquecendo, contudo, que é também um ser transnacional.
Pressupõe ser uma visão aberta aos mitos e às religiões, respeitando as várias culturas, ou seja o ser humano deverá ser transcultural.