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novas informações ou informações com enfoque diferente, de modo que seja útil a tomada de decisão e o entendimento da real situação de uma entidade, principalmente em seus aspectos patrimoniais, financeiros e econômicos.

Conforme Silva (2012), a análise por índice, para ser bem avaliada, deve ser confrontada com outras informações identificadas no segmento econômico onde a empresa está inseria, possibilitando, dessa forma, uma visão ampla da situação da empresa. Silva (2012) ainda classifica a análise por índice em dois grandes grupos: Indicadores de Atividade/Rotatividade e Indicadores Financeiros, listados no Quadro 1.

A análise das demonstrações contábeis pode ser aplicada a todo tipo de entidade, a saber: empresas de grande porte; pequenas e médias e de empresas; entidades públicas, as diversas entidades que contemplam o Terceiro Setor, as quais não têm fins lucrativos, incluindo assim, as entidades fechadas de previdência complementar, que possui um conjunto de demonstrações contábeis que apresenta estrutura diferente das demais, fator que deve ser levado em consideração para estabelecer índices a serem utilizados no

processo de análise, sendo tal estrutura exposta no próximo módulo.

2.2 CONTABILIDADE PARA ENTIDADE ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR

A Previdência Social foi institucionalizada no Brasil nas primeiras décadas do século XX, com o objetivo de proteção à pessoa humana, visando minimizar as contingências sociais que impossibilitam o sustento próprio e de sua família, como exemplo: doenças, invalidez, velhices, acidente de trabalho ou, até mesmo, morte.

Quadro 1 - Principais indicadores convencionais.

Indicadores de Atividade/ Rotatividade

Situação Financeira, Econômica e Patrimonial. Indicadores de Atividade/Rotatividade Prazo Médio de Rotação dos Estoques (PMRE)

Prazo Médio de Recebimento das Vendas (PMRV)

Prazo Médio de Pagamentos as Compras (PMPC)

Identificação dos Dias Financiados (Clico Operacional x Ciclo Financeiro)

Indicadores Financeiros

Liquidez Imediata

Liquidez

Estrutura de Capital Liquidez Geral

Liquidez Corrente

Liquidez Seca Participação de Capitais de Terceiros (Endividamento)

Composição de Endividamento

Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido

Grau de Imobilização dos Recursos não Correntes

Rentabilidade Giro do Ativo

Margem Líquida

Rentabilidade ou Retorno do Ativo (ROI/ROA)

Rentabilidade do Patrimônio Líquido (ROE)

Quadro 2 - Tipos de Planos de Benefícios. Figura 1 - Sistema Previdenciário Brasileiro. TIPOS DE PLANOS DE BENEFÍCIOS Contribuição definida (CD) Decide-se o benefício futuro, indicando a contribuição mensal realizada, deste modo o benefício do participante é definido no momento da aposentadoria, com base no montante de recursos que o participante tenha contribuído durante o período que trabalhou. Benefício Definido (BD) O valor do benefício do participante é decidido no momento de sua adesão e suas contribuições vão variar à medida de sua vida de trabalho para alcançarem o valor estipulado inicialmente Contribuição Variável (CV) A contribuição variável tem características dos planos CD e BD. O mais comum é aquele em que os benefícios programados, na fase de acumulação ou na fase da atividade, tenham características de contas individuais e na fase de inatividade tenham características de rendas vitalícias.

Fonte: Silva (2012). Conforme o Decreto Legislativo n.º 4.682/1923, chamado de Lei Eloy Chaves, foi a abertura para criação de uma caixa de aposentadoria e pensões para os respectivos empregados em empresas de estrada de ferro. Segundo Esteves (2006), na década de 30 os benefícios sociais foram estendidos a outros trabalhadores, porém, foi somente a partir de 1960, com a criação da Lei Orgânica de Previdência Social (Lops), que a legislação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões começou a ser unificada. Em 1966, foi criado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que reuniu os institutos de aposentadoria existentes na época. Com a evolução das necessidades sociais, a legislação continuou a ser aperfeiçoada e, atualmente, o sistema previdenciário brasileiro é estruturado em três regimes, conforme Figura 1. O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) possui caráter contributivo e de filiação obrigatória com abrangência a todo tipo de trabalhador. O Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) é semelhante ao RGPS referente ao cálculo da aplicação do percentual sobre a remuneração do contribuinte. Já o Regime de Previdência Complementar (RPC) tem o objetivo de acrescentar a outra não podendo ser obrigatória. A Previdência Complementar foi consolidada como o marco regulatório da Previdência Complementar no Brasil, por meio da Lei n.º 6.435/1977 e regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 81.240/1978, que se originou da necessidade de se efetivar uma concentração normativa e canalizar a poupança previdenciária ao desenvolvimento do mercado de capitais no País e reger mais eficazmente o funcionamento de algumas entidades fechadas de previdência já existentes. Em 30 de maio de 2001, foi sancionada a Lei Complementar n.º 109, que revogou a Lei n.º 6.435/1977 e passou a conduzir a atividade e o avanço do sistema de Previdência Privada no Brasil. O Regime de Previdência Complementar (RPC) é operacionalizado pelas entidades de previdência complementar, as quais podem ser classificadas como: Abertas e Fechadas, visando garantir no futuro uma aposentadoria complementar ao trabalhador. Para entidades fechadas, os valores dos benefícios são aplicados com base em cálculos atuariais. Os Planos de Benefícios oferecidos pelas EFPC podem ser de três tipos, definidos no Quadro 2.

Planos de benefícios é o conjunto de regras definidoras de benefícios

de caráter previdenciário, bem como das relações jurídicas estabelecidas entre Participantes, Patrocinadores ou Instituidores e a Entidade, comum à totalidade das pessoas que a ele aderem. Por meio de um regulamento, chamado de contrato de natureza civil, nele deve está expresso os direitos e obrigações da entidade, Patrocinadores, Participantes e Assistidos (Abraap).

O número de EFPC que integram o sistema de previdência complementar fechado chega a mais de 300, e administram aproximadamente 1.100 planos, oferecendo proteção previdenciária a cerca de seis milhões de brasileiros, entre participantes ativos, inativos e assistidos (Previc).

A supervisão e fiscalização do sistema de previdência complementar que assume o papel de regulamentar e controlar as atividades das EPC, são dois: Para as abertas, é a Superintendência de Seguros Privados (Susep), que é ligada ao Ministério da Fazenda e, para as fechadas, é a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), sendo vinculada ao Ministério da Previdência Social, que em conformidade com a Lei n.º 12.154, de 23 de dezembro de 2009, foi criada conforme disposto em seu artigo abaixo:

Art. 1º Fica criada a Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC, autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Previdência Social, com sede e foro no Distrito Federal e atuação em todo o território nacional.

Parágrafo único. A Previc atuará como entidade de fiscalização e de supervisão das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de execução

das políticas para o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar, observadas as disposições constitucionais e legais aplicáveis.

E de acordo com a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), a previdência complementar fechada integra o sistema de previdência social brasileiro e constitui importante instrumento de proteção adicional ao trabalhador e mecanismo de formação de poupança interna de longo prazo, necessário para ampliar a capacidade de investimento do país e diversificar as fontes de financiamento do crescimento econômico.

As EFPC são mantidas pelas contribuições do empregador e do empregado, que são vertidas aos respectivos planos de benefícios, para serem investidos e retornarem, na forma de renda, ao empregado no momento da aposentadoria. Quando os fundos são oferecidos por associações ou entidades de classe, o processo ocorre da mesma maneira, mas as contribuições serão feitas apenas pelos associados. (PREVIC).

Logo, no que tange às entidades fechadas de previdência complementar, sua regência é documentada legalmente por meio da Resolução CFC n.º 1.329/2011, que alterou a sigla e a numeração da Norma de NBC TE 11 para ITG 2001. Resolução CFC n.º 1.272/2010, que aprova a ITG 2001 – Entidade Fechada de Previdência Complementar e que dita como tais demonstrações devem ser estruturadas. As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas são detalhadas na Figura 2.

Observando a Figura 2, nota-se que é necessário determinar critérios e procedimentos específicos na

Figura 2 - Demonstrações contábeis exigidas no Brasil para EFPC.

estruturação das demonstrações contábeis, para registro das operações e variações patrimoniais, bem como, metodologia para notas explicativas, por se tratar de entidade sem fim lucrativo, no entanto, é fundamental a apresentação da situação econômicofinanceira da entidade. Notando-se ainda que uma demonstração contábil constitui outra, partindo do balanço patrimonial, ajudando dessa forma a expor as informações exigidas para a tomada de decisão (ITG 2001, 2010). Diante disso, será exposto qual o papel da EFPC como entidade sem fins lucrativos.

2.3 O PAPEL DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR COMO ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS

Segundo Paes (2010), o Terceiro Setor é o conjunto de organismos, organizações,

ou instituições sem fins lucrativos, dotados de autonomia e administração próprias que apresentam como função e objetivo principal atuar voluntariamente na sociedade civil, visando o seu aperfeiçoamento.

Para Nunes (2002), esse segmento começa a ser descoberto por meio das Santas Casas e institutos beneficentes oriundos do forte espírito católico de nossos colonizadores que conduziu a caridade a uma diretriz corporativa que, logo depois, deu origem às organizações não governamentais que evoluíram e deixaram de ser meros instrumentos de reivindicações e protestos para executarem projetos sociais em parceria com o Poder Público. Complementarmente, Nunes (2002) define o Terceiro Setor como sendo “um conjunto de organizações de origem privada e finalidade não

lucrativa, cujo objetivo é promover o bem-estar social por meio de ações assistenciais, culturais e de promoção da cidadania”.

As EFPCs contribuem para a sociedade, garantindo o futuro e a segurança da família com uma renda adicional/ complementar ao benefício da Previdência Social, mantendo um padrão de vida equivalente, ou melhor, ao da fase laborativa, ou, simplesmente, um padrão melhor do que se dependesse apenas do INSS. O sistema de EFPC é necessário para ampliar a capacidade de investimento do país e diversificar as fontes de financiamento do crescimento financeiro, mostrado no próximo item que retrata estudos anteriores sobre o desempenho econômico.

2.4 ESTUDOS ANTERIORES SOBRE DESEMPENHO ECONÔMICO DE EN-

Quadro 3 - Estudos anteriores sobre desempenho econômico de EFPC

Autor/Ano Objetivo

Amaral et al. (2003)

Estimar os retornos dos investimentos em renda variável e contratá-los com os respectivos retornos reais dos fundos de pensão.

Diniz e Corrar (2017)

Medir e avaliar a eficiência e identificar os determinantes das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) no Brasil.

Fontes Filho e Rezende (2008)

Apresentar uma discussão teórica a respeito da gestão de entidades fechadas de previdência complementar (EFPC) e sobre a gestão de desempenho das organizações no contexto brasileiro.

Oliveira e Pontes (2006)

Averiguar a prática dos conceitos de controladoria no âmbito das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) do Nordeste.

Zorzi e Ensslin (2007)

Construir um modelo de gestão para o setor de contabilidade de uma EFPC, visando contemplar as percepções dos diretores e funcionários do setor envolvidos na construção do modelo, a fim de apoiar a tomada de decisões e o autogerenciamento desse setor. Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).

Principais Resultados

Constatou-se que os investimentos em ações incorreram em retornos superiores aos esperados, gerando por um lado maior valor agregado ao fundo e, por outro, um incremento da poupança interna do país, respaldado pela aplicação de recursos no setor produtivo. Os fundos de pensão maiores apresentaram um nível médio de eficiência significativamente superior aos dos menores. Já os fundos de pensão que são patrocinados pela iniciativa privada foram significativamente superiores aos dos fundos de pensão públicos fato que pode ser explicado pela teoria do agente.

Do apanhamento literário, constatou-se que o BSC vem se destacando como uma modelagem que muito pode contribuir na gestão de EFPC.

Constatou-se que, mesmo não contando com o órgão de controladoria na estrutura organizacional, as EFPCs implementam as fases do processo de gestão e direcionam as informações para os tomadores de decisão.

Identificou-se os 27 critérios, o que estes iriam considerar e como seriam avaliados; demonstrou-se que o setor apresenta um desempenho de 46 pontos e propuseram-se ações de melhoria.

Estudos antecedentes sobre o desempenho econômico-financeiro de entidades de previdência complementar são raramente encontrados na literatura, mais ainda, quando essa busca ocorre com o intuito de obter indicadores. Sendo assim, o Quadro 3, apresenta alguns dos estudos que foram encontrados concernentes a temática da presente pesquisa.

Após esse apanhamento literário, seguiuse para os aspectos metodológicos, os quais são expostos a seguir.

METODOLOGIA

A tipologia de pesquisa trata-se do fragmento metodológico que busca apresentar os limites da pesquisa. Para o caso do estudo em destaque, a tipologia é exposta no Quadro 4.

Após expor a limitação da referida pesquisa, segue-se para a descrição da entidade que passou pela análise. Para selecionar a entidade a ser investigada na presente pesquisa, adotou-se o critério de conveniência de acesso aos dados, sendo escolhida a Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social, mais conhecida por Fachesf. Por sua vez, a entidade foi criada em 10 de abril de 1972 pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), sua patrocinadora, sendo uma Entidade Fechada de Previdência Complementar, sem fins lucrativos também denominados Fundo de Pensão. Administra planos de previdência para os empregados e aposentados da Chesf e da Fachesf, além de oferecer diversos outros serviços, tais como plano de saúde, seguro de vida e empréstimos.

Dentro do seu segmento, ocupa hoje a liderança em patrimônio nas regiões Norte e Nordeste e está entre as vinte maiores fundações do País, em um universo de mais de 369 entidades. Sua missão é contribuir para a qualidade de vida dos Participantes e Beneficiários, administrando e assegurando planos previdenciários e serviços à saúde, tendo a visão de ser reconhecida como referência nacional na concepção e na administração de planos de previdência e na prestação de serviços de saúde e assistência social, ampliando o seu mercado de atuação.

Para desenvolver os indicadores a serem utilizados na presente pesquisa, realizouse uma leitura exploratória da ITG 2001 – Entidade Fechada de Previdência Complementar, a qual aborda sobre a estrutura das demonstrações contábeis voltada a esse tipo de entidade. Desse apanhamento, foi possível construir 7 (sete) indicadores, as quais são apresentados no Quadro 5.

Após estabelecer quais indicadores a serem utilizado na pesquisa, seguiuse para a coleta de dados, extraído do Balanço Patrimonial no período de 2014 a 2017. Esse processo contou com o apoio de uma planilha de Excel.

Para o exame dos dados, aplicou-se o software SPSS versão 20, permitindo

Quadro 4 - Tipologia da pesquisa.

Critérios

Natureza dos dados Enquadramento da Pesquisa

Quantitativa

Natureza dos objetivos

Exploratório-descritiva

Natureza da pesquisa

Aplicada

Lógica da pesquisa

Periodicidade da coleta (Corte Temporal)

Modalidade

Dedutiva

Longitudinal 2014-2017

Levantamento documental

Análise de dados

Estatística

Escopo

Enquadra-se como quantitativa tendo em vista trabalhar com dados numéricos. Trata-se de uma pesquisa que aborda uma temática pouco explorada, cujos resultados foram evidenciados apenas de forma expositiva. Tendo em vista ser realizada em uma entidade real, cujos resultados podem contribuir no campo prático. Classifica-se nessa posição em decorrência de se ter conhecimento acerca da situação econômico-financeira atualmente vivenciada pelo país. Os dados foram analisados, conjuntamente, ao longo dos últimos 4 anos que apresentaram demonstrações finalizadas. Classifica-se nesse escopo, pois os dados demandados pelos indicadores precisaram ser retirados do conjunto de demonstrações contábeis da entidade objeto de análise. Realizou-se a análise de correlação de Pearson nos índices, para investigação de correspondência entre os indicadores.

assim alcançar a estatística descritiva e a correlação de Pearson. No que diz respeito à estatística descritiva, analisou-se a média, o número mínimo e número máximo de cada indicador para investigação de comparabilidade entre os números expressos. Em relação à análise de correlação de Pearson, primeiramente, foi realizado o teste não paramétrico Kolmogorov-Smirnov (K-S), necessário para observar se os dados estavam normalmente distribuídos. Como os dados apresentaram distribuição normal, portanto, adequados para passar pelo referido teste, prosseguiu-se com a correlação de Pearson, sendo esses resultados apresentados a seguir.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Realizado o levantamento dos dados, mediante a aplicação do Teste K-S e análise da estatística descritiva, observaram-se a distribuição normal dos dados, e subsequentemente o emprego da análise de correlação de Pearson, sendo os dados analisados de forma conjunta entre o corte temporal (2014-2017), com o objetivo de verificar a situação econômico-financeira da empresa estudada, durante o período de crise. A estatística descritiva desses dados é apresentada na Tabela 1.

Fonte: Elaborado pelas autoras (2020).

Verificando a Tabela 1, nota-se que no período de 2014-2017, os Recursos dos Segurados Comprometidos apresentaram Para a Aplicação do Capital Social, observou-se a média de 92,30, tendo o mínimo de 91,47 e máxima de 93,54. Na observação da Aplicação de Atividades Operacionais percebeu-se uma média de 1,20, com mínima de 0,32 e máxima 2,60, mostrando o quanto está aplicado nas atividades operacionais.

uma média de 5,28, evidenciando a empregabilidade e comprometimento dos recursos exigíveis no momento futuro, obtendo uma variação da mínima de 5,07 e máxima de 5,43.

RSC

ACS N

Tabela 1 - Estatística descritiva dos dados entre 2014-2017.

5,07

91,47 Máximo

5,43

93,54

AAO 4

,32 2,60

ARC

4

4 Mínimo

2,82

4,85 5,38

5,25

AGA 4

, 09 , 22

AP 4

4

99,91 100,78

AI 4

Considerando a Aplicação de Reserva para Contingência apreciamos a média de 4,51, a mínima 2,82 e máxima de 5,38, anunciando o quanto da aplicabilidade para a contingência. Pelos dados da Tabela 1, a Aplicação em Previdência apresenta a média de 5,09, mostrando assim o percentual do patrimônio que está destinada à previdência, destacando-se a mínima de 4,85 e máxima de 4,25.

Quanto à Aplicação em Gestão Administrativa revela a média de 0,1750, a mínima de 0,09 e máxima de 0,22, indicando o quantitativo atribuído à gestão administrativa. A Aplicação de

Média

5,2800

92,3025

1,2050

4,5175

5,0950

, 1750

100,3625

Desvio Padrão

,17166

1,00045

,97794

1,15477

,18646

,05802

, 36031

Investimento obteve uma média de 100,36, mínimo de 99,91 e máximo de 100,78, este percentual denota o quanto do patrimônio líquido foi destinado a investimentos. Após a estatística descritiva, seguiu-se para a análise de correlação, apresentada na Tabela 2. Examinando a Tabela 2, constatou-se que durante o período de 2014 a 2017, quando o indicador, Recursos dos Segurados Comprometidos sofre alteração, essa mudança interfere negativamente em -52,4% no indicador Aplicação do Capital Social e -60,3% no indicador Aplicação

Tabela 2 - Análise de Correlação de Pearson para os dados de 2014-2017.

de Atividades Operacionais. Para o índice Aplicações em Reservas Contingenciais, constatou-se ainda a interferência positiva em 69,8% e no índice Aplicação de Investimento essa positividade é de 72,9%.

Quanto ao indicador Aplicação do Capital Social, verificou-se a intervenção positiva de 90,2% em relação ao índice Aplicação de Atividades Operacionais. Para o indicador Aplicações em Reservas Contingenciais notou-se a distorção negativa de -90,1%.

Analisando o indicador Aplicação de Atividades Operacionais, ele obteve uma intervenção desfavorável em -99,2% em relação ao índice Aplicações de Reservas Contingenciais e -72,7% no índice Aplicação de Investimento. Obtevese ainda uma intervenção positiva em 54,5% em Aplicação de Previdência.

Quanto ao indicador Aplicações em Reserva de Contingencia, verificou-se positivamente em 75,5% no indicador Aplicação de Investimento. Por fim, quando a modificação no indicador Aplicação em Previdência, observou-se essa modificação negativa em -87,1% no indicador Aplicação de Investimento.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho analisou os impactos da retração econômica nos indicadores financeiros da Fundação Chesf de Assistência e Seguridade Social (Fachesf), no período de 2014 a 2017. Para a produção dos dados necessários, aplicouse uma pesquisa quantitativa e descritiva utilizando indicadores econômicos financeiros que foram investigados com suporte do software SPSS versão 20, possibilitando a aquisição da estatística descritiva e análise de correlação de Pearson dos dados da empresa analisada.

Nessa perspectiva, a análise mostra que houve insatisfação em alguns índices apresentados – é o que podemos observar no indicador de Recursos dos Segurados Comprometidos quando sofre alteração, essa mudança interfere negativamente no indicador Aplicação do Capital Social e no indicador Aplicação de Atividades Operacionais. Quanto ao indicador Aplicação do Capital Social, notou-se a distorção negativa em relação ao índice Aplicações em Reservas Contingenciais.

E, para o indicador Aplicação de Atividades Operacionais, ele obteve uma intervenção desfavorável em relação ao índice Aplicações de Reservas Contingenciais e ao índice Aplicação de Investimento; ele se destinou ao indicador Aplicação em Previdência, que operou negativamente no indicador Aplicação de Investimento.

O estudo limitou-se à análise de uma única empresa, sendo adotada a avaliação do período de 2014 a 2017, e que, portanto, não é possível apenas com essa limitação informar que a empresa apresentou resultados insatisfatórios, sendo necessário analisar outros fatores que possam modificar os resultados da empresa, tendo como limite também, durante a construção do trabalho, a pouca exploração do tema abordado, dificultando o encontro de acervo específico.

Na sequência da presente pesquisa, observaram-se alguns aspectos que se mostraram pertinentes para abordagem mais detalhada. Para tanto, recomendamse como estímulo para futuros estudos a qualidade das gestões dos fundos de pensões e a sua transparência aos assegurados.

A Postalis é o fundo de pensão dos funcionários dos Correios – o terceiro maior do país, com cerca de 130 mil participantes; foi alvo de investigação para apurar indícios de fraudes. O caso veio a público em 2014, chegou a ser investigado pela CPI dos Fundos de Pensão e foram abertos no Congresso processos movidos na Justiça do Brasil e dos EUA, pelo Postalis, contra os que administravam o fundo. O processo foi instaurado em dezembro de 2015 para apuração das supostas fraudes cometidas por Fabrizio Neves, da Atlântica, contra um fundo de investimento, cujo único cotista era o Postalis. O fundo Brasil Sovereign ll, administrado pela BNY Mellon e gerido pela Atlântica, tinha em sua carteira duas notas lastreadas em títulos emitidos pelos governos do Brasil, da Argentina, da Venezuela e da estatal do Petróleo Venezuelana. Os papéis estavam em custódia da corretora Tillerman Securities, sediada nas Bahamas.

Conforme relatório de acusação do processo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Atlântica informou à administradora BNY Mellon, em janeiro de 2012, valores errados para esses papéis. Ao solicitar documentos à instituição que emitiu as notas, o Banco UBS, a BNY Mellon descobriu que, em vez de US$120 milhões informados, o valor somado de emissão dos dois papéis era de cerca de US$41 milhões. A diferença entre os valores apresentados pela Atlântica ao BNY Mellon e aqueles informados pelo emissor, o UBS, seriam evidências de que o fundo pagou US$79.048.500 a mais que o devido, um sobrepreço de 191,10%.

Neste caso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) condenou a Atlântica Administração de Recursos à multa de R$111,4 milhões por operação fraudulenta, que causou prejuízo de US$79 milhões (R$250 milhões, câmbio de hoje) à Postalis (POSTALIS, 2017).

Diante disso, é importante para os assegurados o conhecimento da aplicação dos recursos de suas contribuições e o retorno dos investimentos realizados. Mas é de responsabilidade da administração prezar pela lisura dos procedimentos adotados, produzindo, dessa forma, transparência, clareza, coerência e credibilidade.

REFERÊNCIAS

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ÂNGELA ANDRADE DA SIL

VA: Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade de Ciências Humanas de Pernambuco (FCHPE – SOPECE). Graduada em Administração pela Faculdade Santa Helena (FSH).

ANDREZA CRISTIANE SILVA

DE LIMA: Professora Substituta na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Mestra e Bacharela em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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