TGI II

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à duvida e curiosidade

Trabalho de Graduação Integrado - Diogo Oliveira



Agradeço aos amigos, que fazem de mim o que sou. Aos pais, pela inspiração. À Natalia, por me acalmar, me pressionar, me acompanhar ao longo desses anos. Àqueles professores que nos instigam a questionar. À Instituição, que nos oferece essa oportunidade.



ÍNDICE

Apresentação 6 CONTRASTES 9 15 CONTRAPONTOS BASE 19 43 ÁREA PROPOSTA 63 111 CONSIDERAÇÕES REFERÊNCIAS 113


Apresentação O trabalho é fruto de inquietações geradas a partir de uma experimentação sobre o papel durante a disciplina de pré TGI. [figura1] A inserção de dois processos sobre uma folha em branco – a dobra e a impressão - despertou-me o interesse de investigar lógicas distintas que configuram a cidade. Decorrente também da forma como intervi no papel, a escala tornou-se um mote de intervenção e análise para o desenvolvimento de TGI, como diz Koolhaas, size matters. Dentro dessa investigação, busquei classificar as análises, feitas por fotos (constatações) e projetos (intenções), em contraste – justaposição de escalas distintas, que geram choque pela diferença - e contrapontos – um subgrupo dessa classificação, em que intervenções de escalas distintas se reafirmam e dialogam dentro de suas características.


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CONTRASTES

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Contraste entre porto e favela


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Contraste entre porto e comunidade da conceiçãozinha (Santos) A cidade que, apesar de possuir uma condição geomorfológica delicada, foi urbanizada por sua posição estratégica de escoamento e recebimento de mercadorias, instalando-se uma grande zona portuária que se contrasta com comunidades locais, inicialmente de pesqueiros. Houve uma dominância da lógica infraestrutural de escoamento de mercadorias com uma consequente substituição de características sociais, espaciais e físicas locais.

Foto de Yan Boechat


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CONTRAPONTOS O contraponto (punctus contra punctus) é aqui utilizado a partir de seu conceito musical (harmonia) onde é definido como a combinação de duas ou mais linhas melódicas independentes, que desenvolvem-se com coerência harmônica adquirindo uma complexidade musical capaz de estabelecer uma unidade.

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Superstudio – monumento contínuo

Vigliecca e Associados - Paraisópolis

O Monumento Contínuo foi concebido como uma estrutura nova e contínua que se relaciona com as camadas existentes em locais urbanizados ou não. Em representações e ‘storyboards’ realizadas pelo grupo evidencia-se a proposta do grupo de atender a novas dinâmicas sociais para o novo homem desterritorializado, nômade, sem posses abordado também por grupos como Archigram e Archizoom. Ao depararmo-nos com a representação proposta pelo grupo, o objeto sempre é posto e analisado em conjunto com um contexto, uma situação, disparando e evidenciando diferenças e potencialidades entre o projeto e suas diversas situações. Ele torna-se um objeto de relação universal, evidenciador de diferenças. Apesar de ter sido pensado como uma estrutura de um mundo desobjetificado, ao se contrapor com o existente, significa e passa a ser significado. Distanciandose substancialmente da proposta moderna autônoma.

Essa abordagem proposta pelo escritório Vigliecca e Associados para Paraisópolis chama a atenção pela precisão de leitura de uma situação e da capacidade de intervir com um elemento que se contrapõe a lógica urbana local, para potencializar as próprias dinâmicas públicas e sociais. Ao constar que habitações que se estabelecem nos perímetros dos quarteirões apresentam melhores investimentos, os moradores adotam um maior compromisso com o valor público sobre o qual se relacionam. Dessa forma se optou por criar novos acessos ao interior das quadras a fim de multiplicar o contato do miolo com os espaços públicos, estabelecendo um compromisso social que induzirá uma autotransformação da área.


Centro Educacional Unificado Os Centros Educacionais Unificados foram implementados diante de uma política de inclusão social tomando como base a proposta educacional de Anísio Teixeira, que defendia que a escola pública deveria ser capaz de cumprir um papel formador do cidadão, passando a ser um instrumento para a estruturação da sociedade e das cidades¹. Tais Centros inserem-se em áreas periféricas com grande ausência de investimentos em diversos setores tanto públicos como privados. Sua escala monumental “estabelece-se, o contraste entre o referencial urbano positivo e a vizinhança empobrecida, que, a partir da presença do equipamento público de qualidade, esboça mudanças para melhor”. ² ¹ANELLI, Renato. “Centros Educacionais Unificados: arquitetura e educação em São Paulo”. Arquitextos, nº 55.02. São Paulo, Portal Vitruvius, dez. 2004 ²PROJETODESIGN - Edição 284 Outubro de 2003

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BASE

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Ao analisar a cidade de Santos, nos deparamos com diversas peculiares, como sua grande densidade, a limitação da porção de terra e uma grande importância econômica e estratégica para a economia paulista e brasileira. O porto, como sígnificador máximo da água como conexão/trocas e não como limite, dispara uma série de particularidades, uma delas constatada no contraste gerado entre o local e o infraestrutural. Ao notar que a água desempenha um papel de suma importância para a cidade, defino-a como a base onde irei pensar e agir. Nessa imagem, identifico três tipos de ocupação distintas (que possuem usos, densidades e escalas distintas). Na primeira identificamos o caráter infraestrutural para o escoamento de mercadorias, daonde surge a grande riqueza economica de Santos; água como conexão; dimensão das construções muito grandes. Já nas faixas identificadas pelo numero 2, trata-se de uma ocupação mais recorrente em cidades litorâneas, na qual encontra-se um grande adensamento nas faixas mais próximas da água, criando uma barreira visual entre o miolo da cidade e a praia; água como lazer, dimensão dos equipamentos médio. Na faixa três são zonas em que a água não possui valor, e é tratada como limite, como margem e lá residem grande parte da população menos favorecida da cidade; escala das edificações pequenas. contraponto / 23


Localização geográfica de Santos e dados da evolução populacional da cidade.


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CUBATテグ

Sテグ VICENTE

SANTOS


Apartir dessa leitura do mapa da cidade, decido agir na Zona Noroeste de Santos - uma área que possui maior proximidade com São Vicente do que com sua própria sua cidade em decorrência de morros que criam uma barreira entre as partes.

Mapa de limites geopolíticos da região

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Urbanização da Zona Noroeste Com a abertura da via Anchieta, na década de 40 há um forte incremento demográfico para a cidade, ocasionando grandes transformações na ocupação do espaço urbano. Alguns casarões da praia dão lugar a prédios de apartamentos construídos para atender ao mercado imobiliário, que serve principalmente moradores da Grande São Paulo e Interior. São famílias que passam fins de semana e férias no litoral. As mais abastadas criam novos bairros. A classe média vai ocupar áreas centrais, anteriormente ocupadas pela classe operária. As famílias de baixa renda começam, então, a se transferir para pontos menos valorizados na Zona Noroeste e nos morros, além das margens dos rios e canais naturais, onde surgem as favelas de palafitas. Os assentamentos precários, informais, passam a ocupar grandes extensões territoriais do espaço urbano, como conseqüência do movimento migratório, da verticalização, do encarecimento do custo da terra e do incentivo à especulação imobiliária. Estudos realizados pela Seplan mostram que esse processo começou a se intensificar a partir dos anos 60. Ganhou maior impulso, ainda, a partir dos anos 70/80, com a construção da Rodovia dos Imigrantes, que facilitou o acesso à região. Diário Oficial de Santos, 30 de maio de 1990

Obras realizadas duante o período militar para expansão da cidade de Santos na Zona Noroeste

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Caracterização da área segundo o Plano diretor de Santos 2010 contraponto / 31


Levantamento de Equipamentos, Vias e Ă reas na Zona Noroeste de Santos

Vias arteriais


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LAZER ( praรงas, campos de futebol, complexos esportivos


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INSTITUCIONAL (escolas e creches)


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ÁREA DA FAVELA SOBRE PALAFITAS ‘DIQUE VILA GILDA’

SAÚDE


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O programa habitacional Dez por cento da população de Santos constituídos de pessoas com baixos recursos financeiros, residem ou vão residir em conjuntos habitacionais. Sem exceção, esse contingente de quase 45 mil pessoas enfrenta problemas de construção vazamentos, rachaduras etc. - e não recebe, pelo que paga pelos apartamentos ou casas, nenhum benefício em termos de melhora na qualidade de vida, isso porque, à exceção de um único conjunto, nenhum outro oferece um mínimo de área verde ou de locais para recreação. Ao contrário, os conjuntos estão localizados em regiões áridas, onde a terra foi invadida pelo concreto e onde praticamente não existem árvores ou jardins. Assim, a população de poucos recursos, que já enfrenta problemas econômicos e sociais, também carece de infra-estrutura que lhe permita o lazer, pelo menos próximo de onde mora. O Dale Coutinho (1978), na Zona Noroeste, com 1.200 apartamentos e população de mais de quatro mil pessoas, e o Jardim Castelo, com 636 casas e mais de três mil moradores, são conjuntos sem áreas de lazer, sem praças municipais, sem arborização, e situados em região árida. Outros dois conjuntos de prédios, em construção, podem seguir o mesmo caminho dos que já estão construídos, carecendo de áreas verdes e de locais de lazer para seus habitantes, que não serão poucos: o dos Estivadores, na Zona Noroeste, terá quase mil apartamentos, com mais de cinco mil moradores. O BNH, na sua política de dar casa a quem não tem, falha no que se refere áreas de lazer - embora falhe também, e muito, no que se refere à qualidade das construções . Mas, de modo geral, praticamente toda a Cidade está na mesma situação dos conjuntos habitacionais: as raras praças têm pouco verde, estão sem bancos e não são funcionais, para dar à população um local de lazer. excertos do texto publicado em A Tribuna em 24 de maio de 1981

Conjuntos Habitacionais na ZN com datas da implementação


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ÁREA



A escolha da área se deu pela sua proximidade a uma via de grande porte da Região Noroeste de Santos (Jovino de Melo) e possibilidade de abranger os dois lados do estuário, criando uma conexão entre o Bairro São Manoel e o Bom Retiro/ Rádio Clube, facilitando o acesso de moradores mais próximos a Anchieta, como os da Vila dos Pescadores.


Programa Habitacional desenvolvido nas proximidades da favela, conjunto Vila PelĂŠ 2


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Vila Gilda Maior favela sobre palafitas do Brasil População 20~25 mil habitantes (COHAB-ST) Média salarial: 1 salário mínimo/mês.

Projeto de urbanização do Dique (2007) COHAB A administração da COHAB-ST apresentou, em 2007, uma proposta para a urbanização e regularização do Dique Vila Gilda. Segundo esta proposta, 1.654 famílias serão mantidas na área, com a remoção de 2.402 unidades habitacionais, atendendo a um total de 4.056 moradores. O projeto urbanístico da área propõe a criação de uma Rua Beira Rio, a ser executada por meio de uma grande área de aterro hidráulico em toda a extensão da ocupação, para permitir a passagem de pedestres e automóveis, buscando funcionar como um limitador da área e inibir novas ocupações irregulares. Entretanto, devido aos impactos ao ecossistema estuarino, há dificuldades para se obter o licenciamento ambiental destas obras propostas pela COHAB-ST, podendo-se retardar ainda mais o processo de regularização fundiária do Dique Vila Gilda e, em decorrência, impossibilitar a comercialização das novas unidades habitacionais a serem implantadas neste local. Fabiano, Caio E Muniz, Suely - Dique Vila Gilda - Caminhos para a regularização. Instituto de Registro Imobiliário do Brasil

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ResidĂŞncias da favela - interface com a rua contraponto / 53



Residências próximas à favela produzidas através de programas habitacionais contraponto / 55



ComĂŠrcio localizado na favela contraponto / 57



extensão da favela em direção ao mangue contraponto / 59



Interface com o mangue contraponto / 61



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PROPOSTA



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contraponto limite | tensĂŁo | violĂŞncia | conflito | interface | contexto cidade | megaestrutura | tecnologia | infraestrutura | social | choque arquitetura | paisagem | escala | programa | superstudio | habitar


Escala É o marco zero. Dela nasce a escolha da cidade, da área, da abordagem. Ela tensiona, se contrapõe e ressalta o outro, é necessária no contexto. Limite > Linha ou ponto divisório entre determinada extensão superficial ou terreno e o espaço superficial ou terreno adjacente; linha de demarcação. (Michaelis) >A água como limite. >Marco. >O limite é relação. Em algum casos podem ser borradas. Propõe-borrar e complexizar as relações existentes - algumas que mais saltam com o projeto público/ privado cidade/arquitetura arquitetura/paisagem, moradia/habitação>Para Tschumi uma vez que a arquitetura não é uma disciplina autônoma, ela e construída por limites. “ De fato, o conceito de limites está diretamente relacionado com a definição de arquitetura. O que entende-se por definir, ‘demarcar os limites de’ assim como ‘expor a essencial natureza de’.” Habitar Habitação não é habitar. O habitar está vinculado à laços, identificação e que necessitam de uma infraestrutura que dê condições para a prosperidade do indivíduo. Violência Para Tschumi, qualquer relação entre a arquitetura e seu usuário é marcada pela violência, pela intrusão a intromissão de um espaço em outro. O corpo perturba a pureza arquitetônica, e o espaço induz comportamentos. Condições induzem ações e ações alimentam espaços.

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Tendo em vista a complexidade de relações entre diversas esferas condensadas em um só local - áreas livres em Santos, a questão ambiental diante da ocupação informal existente, a água, o isolamento da Zona noroeste, o habitar - , o desenvolvimento projetual ficou muito pautado nas relações que poderiam ser disparadas de acordo com a implantação desse objeto de outra escala em um meio tão delicado. diversas hipóteses foram levantadas.

possibilidades de implantação do equipamento.

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A implantação resulta majoritariamente na conexão entre a radioClube/bom retiro com o bairro São Manoel (mais próximo a anchieta). Tal conexão é pensada para abranger o maior público possivel de habitantes. Para atender também o contigente da Zona noroeste, a implantação do equipamento na continuidade da av. Jovino de Melo (arterial que tem acesso para a av. nossa Sra de Fátima, com grande capacidade de escoamento e fluxo) se faz importante. a o edifício é pensado muito mais como um espaço de uso e de apropriação. Sendo assim, os espaços vazios adquirem maior importancia do que os cheios, a rua, no caso, é o grande elemento da edificação e seus usos são pensados para mesclar atividades de fixos (com certa periodicidade) e fluxos (eventos). contraponto / 73



Construção de um bloco único que se contraponha formalmente ao dique vila gilda

abertura do bloco para a criação dE uma rua coberta, onde os eventos acontecem

abertura de vazios para haver uma interação visual entre o edifício e seu entorno, além de construir espaços de ocupação espontânea.

diagrama da lógica projetual do edifício

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restaurante econômico 315m²

rua 3000m²

informações 60m²

academia 350m² (480m² c/ vestiários)

w.c 5


55m²

exposição 210m²

salas de dança 210m²

arena 210m²

biblioteca 420m²

w.c 60m²

espaço p/ crianças 180m²

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w.c 55m²

administração 200m²

auditório/cinema 565m²

consultas 210m²

salas p/ curs


sos 160m²

biblioteca 420m²

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o auditório foi pensado com um painél móvel que permite adaptar os usos do espaço, podendo ser também um cinema ou um teatro.


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há, no projeto um ponto em que o piso pode ser elevado para que haja a transposição de barcos de pequeno porte (comuns na região) quando o nível da água no estuário estiver alto e não for possível transpor o equipamento por baixo do edifício. Tal dispositivo cria dois cenários muito interessantes, o primeiro é recobrar a influência direta que a natureza tem em nossa vida; e o segundo é de gerar um concentramento dos fluxos nas passarelas do primeiro pavimento. Tal atrofiamento resulta em uma violência que permite incentivar relações e misturas, como defende Tschumi. contraponto / 109



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Considerações Foi interessante, dentro das explorações projetuais realizadas, conseguir estabelecer algum grau de relação com as referências analisadas - em maior ou menor escala. O primeiro, com os CEU´s, por sua implantação isolada, destacada e contrastante, mas que age tendo em vista a dinâmica local; com a o Monumento Contínuo por seu teor crítico (e tecnológico); e Paraisópolis, por tentar dar insumo a potencialidades existentes na área, além de considerar a favela não como problema, mas como situação. Em outra frente, fica claro que a exploração do tema e seu desenvolvimento se fez de maneira muito tátil, evidenciando-se fraquezas, incertezas, dúvidas nas explorações realizadas, mas que também disparam questões pertinentes ao desenrolar do processo e se mostram coerentes dentro do recorte estabelecido. A complexidade da área permite diversas leituras e ações pertinentes, porém nenhuma conseguirá contemplar todas as suas reivindicações. Sendo assim, minha ação busca não resolver, mas refletir sobre as lógicas da cidade, borrá-las e subvertê-las, e pensar através disso uma questão social, que deve ser sempre pauta da nossa profissão.

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Referências ANELLI, Renato. “Centros Educacionais Unificados: arquitetura e educação em São Paulo”. Arquitextos, nº 55.02. São Paulo, Portal Vitruvius, dez. 2004 BISELLI, Mario e Artur Katchborian, CEU Pimentas, Linear e variável - summa+, número 114 - Abril 2011 Koolhaas, Rem ; Werlemann, Hans; Mau, Bruce. S,M,L,XL. New York: The Monacelli Press, 1994 (2ª edição, 1997) MOSQUERA, Joaquim - FROM MEGAFORM TO MEGASTRUCTURE, 2009-2010 MVRDV , Maas, Van Rijs, de Vries, 1991-97 / el croquis 86 PROJETODESIGN - Edição 284 Outubro de 2003 SILVA, Jailson de Souza e ORG. - O que é favela, afinal? – Rio de Janeiro: Observatório de Favelas do Rio de Janerio, 2009 WISNIK, Guilherme, PROJETODESIGN, 371, Janeiro 2011 Acerto social e urbano http://www.vigliecca.com.br/ http://www.novomilenio.inf.br http://www.zonanoroeste.com.br/ http://www.metropolefluvial.fau.usp.br/ http://www.archigram.net/ http://www.andrademorettin.com.br/

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