abolsamia 125 (mar/abri 2021)

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março / abril 2021

abolsamia.pt

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* Com base em testes de visibilidade internos, que comparam a vista a partir da perspetiva do operador para a frente e sobre o capô até ao nível do solo, medindo a distância a começar ao nível do operador e até ao ponto em que este consegue ver o nível do solo. Medição realizada com base na referência ISO para Assentos. ** Design de Capô Baixo no 6M da John Deere em comparação com o CLAAS ARION série 400 e o FENDT Série 300. *** Para os modelos 6090M, 6100M, 6110M e 6120M da John Deere.

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Ano XXVIII . Nº 125 | Bimestral março / abril 2021 | Diretora: Catarina Gusmão

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QUE JÁ ESTÃO NO MERCADO

ARCO DE Cinto Pirilampo PROTEÇÃO Saiba o que diz a lei MERCADO EUROPEU DE TRATORES As marcas que mais venderam em 2020

PRÉMIOS SIMA 2021 40 inovações técnicas

Para que servem e quanto custam?


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EDITORIAL

SEBASTIÃO MARQUES Chefe de redação

CARO LEITOR, O Business Climate Index do CEMA (Associação Europeia de Maquinaria) aponta para uma primeira metade de 2021 marcada pelo crescimento da receita dos fabricantes.

O

volume de encomendas às fábricas corresponde atualmente a um período de produção de 4 meses. É, sem dúvida, um sinal positivo. Ainda assim, é impossível de prever os efeitos que ainda podem advir da pandemia. Paragens forçadas de produção, logística com atrasos, entre outros, podem ainda vir a fazer mossa. Por outro lado, a subida dos preços das matérias primas levanta alguns sobrolhos – explorações de leite, por exemplo, sentirão, certamente, o impacto, e é sabido o peso deste sector na aquisição de maquinaria. Nesta edição dedicamos um caderno à automação, vulgo “robots”, que se vão impondo nas explorações. Seja na colheita, na monda, na alimentação de animais, a questão já não é o “se” os robots substituirão grande parte da mão de obra (e dos tratores) mas sim o “quando”. Claro que, depois, outras questões se poderão colocar: serão os robots altamente especializados em determinadas tarefas? Servirão como máquinas polivalentes? As duas coisas? Os preços ainda estão apenas ao alcance de algumas explorações, mas não por muito tempo. Apontam nos EUA que o desemprego no sector agrícola gerado pela utilização dos robots andará em torno dos 40%. Por outro lado, as produtividades alcançadas também parecem ser incomparáveis através da utilização destas máquinas. Será o impacto positivo ou negativo?

Nothing is good or bad, but thinking makes it so. William Shakespeare

DIRETORA Catarina Gusmão ASSESSOR DE DIREÇÃO Bruno Meneses REDAÇÃO Sebastião Marques (sebastiaomarques@revista-abolsamia.com) · João Sobral (joaosobral@ abolsamia.pt) PUBLICIDADE Catarina Gusmão (T. 91 346 9299 · catarinagusmao@abolsamia.pt) · Américo Rodrigues (T. 91 776 9104 · americorodrigues@abolsamia.pt) DESIGN E PRÉ-IMPRESSÃO Victor Manfredo COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Isabel Maia (redação), Luis Alcino da Conceição (redação) e Hugo Neves PROPRIEDADE Nugon - Publicações e Representações Publicitárias, Lda (Contribuinte 502 885 203 · Registo ERC 117122 · Depósito legal 117.038/97) · Sediada na R. S. João de Deus, 21, 2670371 Loures ESCRITÓRIOS R. Nelson Pereira Neves, Lj.1 · 2670-338 Loures (T. 219 830 130) IMPRESSÃO Jorge Fernandes Lda · R. Q.ta Conde de Mascarenhas 9, 2820-653 Charneca de Caparica TIRAGEM MÉDIA 4.000 exemplares ISSN 2183-7023 GERÊNCIA Nuno Gusmão e Catarina Gusmão SÓCIOS Nuno de Gusmão, Ana Gusmão, Catarina Gusmão e Francisca Gusmão ASSINATURAS Bruno Meneses (brunomeneses@revista-abolsamia.com · T. 21 983 0130) Os textos e fotos de autor são propriedade da Nugon,Lda., não podendo ser reproduzidos sem autorização, por escrito, da mesma. O conteúdo dos anúncios e das publireportagens dos clientes é da sua exclusiva responsabilidade. A abolsamia segue o AO90, embora nem todos os colaboradores tenham adotado a nova grafia. Estatuto Editorial www.abolsamia.pt/estatuto-editorial-e-distribuicao

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REVISTA MÁQUINAS AGRÍCOLAS n° 125 DE · março/abril 2021

SUMÁRIO

8 EMPRESAS 8 Notícias 12 Em foco

14

ESTATÍSTICAS 14 Mercado Europeu 22 Mercado Português

TRACTOR OF THE YEAR 25 Vencedores 26 Massey Ferguson 25

8S. 265 Dyna E-Power

28 Valtra G 135 Versu 30 Fendt 211 V Vario 32 Claas Axion 960 Cemos 37 Tendências e Prémios SIMA 2021

28

44

PRODUTO Em foco 44 Deutz-Fahr 5D TTV

VALTRA G 135 VERSU

46 Same Dorado CVT

e Lamborghini Spire VRT

Um multifunções para explorações de tamanho médio

48 Massey Ferguson 5S 50 Landini 7-240 V-Shift 52 Valtra A 54 Claas Arion 400 82 Notícias 56

PRODUÇÃO ANIMAL Agricultora Veterinária e Mãe 56 Um WC de ouro

58 Notícias

37 TENDÊNCIAS E PRÉMIOS SIMA 2021 Apresentamos as quarenta inovações técnicas distinguidas

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60 CULTURAS

ESPECIALIZADAS Notícias 64 PNEUS

Notícias

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66 SEGURANÇA

Dispositivos obrigatórios 66 Arco de proteção, cinto e pirilampo são obrigatórios

ASSINE A REVISTA

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Reposição 68 E quando é preciso repor um arco?

2021

A REVISTA DA MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA

70 TECH

A VIDA NO CAMPO

Entrevista 70 Professor Luis Alcino Conceição (InovTechAgro) Automação 76 8 robots que já estão no mercado 88 FLORESTA

88 Recuperar montados através do sistema keyline

90 Notícias 96 CONCESSIONÁRIOS

96 Regiões 110 Momentos New Holland 112 ANTIGAMENTE

ERA ASSIM

Pottinger Em 1871 os relógios foram acertados para o sucesso 116 RESTAURO

A segunda vida de uma Claas Senator

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AGRICULTOR Agrícola

EMPREGADO DE EXPLORAÇÃO Pecuária

Mista

Florestal

Tamanho da exploração - hectares: Prestador de serviços

Fabricante

Importador/Concessionário

Técnico Especializado

Professor

Outro

Estudante

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EMPRESAS

NOTÍCIAS

Mais um combustível alternativo nos planos da FPT Industrial A divisão suíça da FPT está a desenvolver a aplicação de um combustível alternativo destinado aos seus motores de 11 litros de capacidade. O Dimetil Éter (DME) é um combustível líquido compatível com motores de ignição por compressão e pode ser produzido a partir de diferentes fontes, como o gás natural, o carvão ou a biomassa. Em termos de armazenamento e

A LOJA DA FLORESTA TEM NOVA FILIAL

abastecimento, segue a mesma filosofia do GPL. Tendo em conta que produz uma combustão mais limpa do que o diesel, uma das intenções da FPT é aligeirar a aplicação de dispositivos para controlo de emissões. Prevê-se que sejam aplicados sistemas SCR nos motores mas sem que seja necessário recorrer a filtros de partículas para cumprir as normas antipoluição.

A empresa especialista em material industrial, agrícola e florestal, e com sede em Ferreira do Zêzere, inaugurou uma filial localizada em Tomar, na Estrada Nacional 110, no Nº.23A . Representante de marcas como a Valtra, Solis, Husqvarna, Oregon, Fiskars, Cemo, e óleos e

lubrificantes Olipes, entre outros, alarga assim a sua área de venda e pós-venda, estando mais próxima dos seus clientes. CONTACTOS EMAIL: lojadafloresta@lojadafloresta.pt SITE: www.lojadafloresta.pt BLOG: alojadafloresta.blog.blog.com TELEFONE: 249 311 072

JOHN DEERE POWER SYSTEMS E DEUTZ COLABORAM NOS MOTORES

UMA VIDA DEDICADA AOS TRATORES

Desenvolverão conjuntamente e abstecerão o segmento de motores de baixa potência.

FALECEU no passado dia 27 de novembro de 2020, José Luiz Delfina Apolinário, sócio-gerente da empresa Apolinários Máquinas Agrícolas e Industriais, Lda, em Santarém, vítima de doença prolongada. Dedicou uma vida à marca que representava, a New Holland, sempre com dedicação e persistência. Conhecido de norte a sul do País pelo homem dos tratores que era, foi uma figura incontornável no mundo das máquinas agrícolas, com uma vida dedicada à maior produtividade rural da Lavoura local.

A JOHN DEERE POWER SYSTEMS E A DEUTZ anunciaram os seus planos conjuntos para desenvolver e obter componentes para um motor de baixa potência de até 130 kW (177 cv). Trabalhando juntas, as duas empresas pretendem preencher uma lacuna que consideram existir

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no mercado. O escopo do codesenvolvimento inclui hardware e design de motor, a partir do qual cada empresa adaptará o seu produto para atender às necessidades específicas dos clientes através de software e controlos de motor. O fabrico e distribuição dos motores serão independentes.

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EMPRESAS

NOTÍCIAS

Religieux-Frères interessada em encontrar distribuidor

VALTRA CRIA TRÊS PACOTES DE EQUIPAMENTO NA VALTRA, a escolha de equipamentos opcionais tem sido feita à margem de uma lógica de pacotes. Os clientes escolhem avulso os extras com que pretendem configurar cada trator e a fábrica dá resposta a essa solicitação. Todavia, nesta lógica de liberdade de escolha, em que são possíveis milhões de diferentes combinações de equipamento, o trabalho na linha de montagem é muito complexo. Para simplificar as coisas, a Valtra cria agora três pacotes de opcionais: COMFORT (inclui suspensão da cabine, suspensão do eixo dianteiro e um assento mais confortável) TECHNOLOGY (tem tudo o que existe no pacote anterior e ainda funcionalidades para agricultura de precisão)

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TECHNOLOGY PRO (Inclui ainda mais funcionalidades tecnológicas, como por exemplo o monitor auxiliar SmartTouch Extend, o autoguiamento ou o gestor de tarefas Task Doc Pro). De acordo com João Pimenta, diretor comercial da Valtractor, a criação destes níveis de equipamento vem tornar a configuração dos tratores menos dispendiosa para os clientes e estes continuarão a ter liberdade total para solicitarem mais ou menos extras, item a item, consoante as necessidades. Segundo a Valtra, o tempo de entrega de um trator com um pacote tenderá a ser mais curto do que no cenário alternativo. A marca reforça a ideia de que a criação de pacotes não vem limitar a escolha, e que todos os extras estão disponíveis para configuração individual, assim como a personalização através do Unlimited Studio.

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A Religieux-Frères é uma empresa francesa dedicada às alfaias para trabalhos de solo. UM DOS PRODUTOS mais recentes adicionados ao seu catálogo é o rolo de engate frontal Devil, que pode ser configurado com rolos trapezoidais de 600 mm ou com rolos de disco de 700 mm (na imagem). Esta segunda variante é disponibilizada em sete diferentes modelos, para larguras de trabalho entre os 1,5 e os 6 metros, de chassis fixo ou articulado, sendo o peso do modelo mais pequeno de 845 kg e o

peso do modelo maior de 3330 kg. Sediada no norte do país, junto à fronteira com a Bélgica, a marca conta com representação externa em países do leste europeu e em Inglaterra. Em Portugal, não está ainda representada. À revista abolsamia, Pierre Religieux, responsável comercial da empresa, comunicou o interesse em encontrar um parceiro local que assegure a distribuição no nosso mercado.

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NOTÍCIAS

EMPRESAS

HELMUT CLAAS FALECEU O PIONEIRO DA MAQUINARIA AGRÍCOLA

Helmut Claas (centro), Diretor Executivo de longa data, Presidente do Conselho Fiscal e Presidente da Comissão de Acionistas do grupo CLAAS, faleceu no dia 5 de janeiro com 94 anos. Helmut Claas nasceu em 1926 em Harsewinkel e os seus pais, August e Paula Claas, administravam uma pequena empresa de máquinas agrícolas com uma força de trabalho de cerca de 100 pessoas. Helmut concluiu um estágio como montador de máquinas após concluir

a escola. Acumulou experiência prática em empresas metalúrgicas, e posterior formação prática em fundição. A morte de Helmut Claas deixa para trás um espaço no mundo da tecnologia agrícola que não pode ser preenchido. A sua família, todos os acionistas, o Conselho de Administração do Grupo e os funcionários estão de luto pela passagem de uma grande personalidade e continuarão a desenvolver o Grupo CLAAS tal como ele teria desejado.

NOVA GAMA DIECI PARA AGRICULTURA SINTA A DIFERENÇA AGRI FARMER AGRI PLUS AGRI STAR AGRI MAX

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EMPRESAS

EM FOCO

MUDANÇA DE ESTRATÉGIA Anunciada em julho a nível mundial, a nova estratégia da Deere & Co, a Deere Smart Industrial, foi explicada pela nova equipa diretiva da John Deere Ibérica aos meios de comunicação de Portugal e Espanha numa conferência de imprensa realizada em janeiro. A par do novo modelo operativo foi também analisada a performance do atípico ano 2020.

F

oi num frio inverno, no caso, o de 1978, que a John Deere lançou pela primeira vez o slogan “nothing runs like a Deere”, na altura, nos seus capacetes para motas de neve. Coincidência ou não, foi no gélido 22 de janeiro de 2021, na habitual “Rueda de prensa” organizada para os meios de comunicação de Portugal e Espanha, que a John Deere Ibérica explicou a estratégia que, na opinião dos seus líderes, manterá a marca na dianteira.

EQUIPA SUBSTITUI DIRETOR GERAL Enrique Guillén, que ocupou o cargo de Diretor Geral da John Deere Ibérica seguiu em dezembro para o posto de

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Production Systems Analyst para EU & CIS. De forma a agilizar processos e tomadas de decisão, e seguindo já a nova estratégia, foi substituído por uma equipa diretiva que tem capacidade de decisão em cada uma das suas áreas de responsabilidade, reportando aos responsáveis de cada área a nível europeu. Assim, Eduardo Martinez de Ubago é o novo Diretor de Negócio, e co-responsável de vendas com Jaime Muguiro, responsável de marketing. Julio Redondo assume a pasta de Gerente de Serviço Pós-venda e Formação, Alicia Garcia será a responsável pelo Desenvolvimento de Concessionários, e Santiago González é o novo Finance Controler.

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A figura do Diretor Geral foi substituída por uma equipa diretiva que tem capacidade de decisão em cada uma das suas áreas de responsabilidade

VENDAS: DESCEM... E SOBEM? Os resultados da empresa e do sector foram o segundo tema abordado na conferência. Num ano atípico, e baseando-se nos números do mercado espanhol, os responsáveis anunciaram uma quebra na matriculação de tratores de 10%. Ainda assim, a John Deere foi capaz de manter uma quota de mercado de 25%. Essa quota aumenta para os 33% nos tratores acima dos 100 cv. Para 2021 a previsão é de que o mercado recupere da queda de 2020, tendo por base um rendimento agrário que se prevê bastante positivo e o acesso ao crédito. No mercado das enfardadeiras a marca foi 2ª, e

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EM FOCO

nas ceifeiras 3ª – sempre tendo em conta o mercado espanhol. Relativamente ao volume de negócios da John Deere Ibérica, os dados preliminares apontam para uma quebra de 20%, dos quais cerca de -26% correspondem ao Departamento Comercial e -14% à fábrica de Getafe Madrid. Da queda nas vendas da Unidade Comercial, entre 10 e 12% é atribuída ao aprovisionamento de tratores da série 6MC, que foi realizado em 2019 para fazer frente à redução da produção até ao início de fabricação dos novos 6M.

AGRICULTURA DE PRECISÃO Jaime Muguiro abordou ainda a

crescente importância dos sistemas de agricultura de precisão. Assim, 65% de todos os tratores vendidos pela John Deere incorporam sistemas AutoTrack, número que aumenta nos modelos de maior potência. O Centro de Operações John Deere também foi alvo de análise, contando atualmente com 6.230 clientes e mais de 372.000 ha documentados (tarefas atribuídas) em 2020 (em 2019 tinham sido 174.000 ha)- tudo relativo ao país vizinho.

NOVA REESTRUTURAÇÃO NOS CONCESSIONÁRIOS A nova responsável pelo Desenvolvimento de Concessionários, Alicia García

A habitual “Rueda de prensa” organizada para os meios de comunicação de Portugal e Espanha foi um evento realizado de forma presencial e online

EMPRESAS

abordou um tema que vem sendo falado há algum tempo: uma nova reestruturação da rede de vendas. Recorde-se que, em 2006, houve já uma redução de 120 para 30 concessionários na Península Ibérica. Agora, e citando a responsável, “o processo será semelhante mas não igual” já que a ideia passa por “manter todos aqueles que hoje fazem parte da família John Deere”. Assim, concluise que a aposta deverá recair num processo de concentração de empresas, ainda que “por serem empresas privadas, tenham que ser estas a decidir qual a fórmula escolhida para crescer”. Não foi estabelecido um intervalo temporal para esta mudança. A nova reestruturação é explicada pelos novos desafios da marca, como a Agricultura de Precisão e o Serviço Pós-venda, que exigem uma estrutura por parte dos concessionários que só pode ser garantida com concessões maiores e mais eficientes. Alicia Garcia será a responsável pelo Desenvolvimento de Concessionários

A ESTRATÉGIA DEERE SMART INDUSTRIAL EM JULHO DE 2020 a Deere & Co anunciou uma nova estratégia e um novo modelo operativo para a empresa, a Deere Smart Industrial. A estratégia foi projetada de forma a proporcionar mais valor aos clientes, ajudandoos a tornarem-se mais lucrativos e sustentáveis, ao mesmo tempo que revoluciona as indústrias da

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agricultura e da construção através da rápida introdução de novas tecnologias. Muito sucintamente, são definidas três áreas de ação: Sistemas de Produção, Tecnologia Acumulada, e Soluções de Ciclo de vida dos Produtos Deere. Uma das principais repercussões será uma abordagem mais disciplinada à alocação de capital,

Enrique Guillén, que ocupou o cargo de Diretor Geral da John Deere Ibérica seguiu em dezembro para o posto de Production Systems Analyst para EU & CIS

onde os dólares dedicados à pesquisa e desenvolvimento serão atribuídos às oportunidades mais promissoras e lucrativas. Nas palavras do CEO da Deere & Co, John May, “o novo modelo operacional ajudarnos-á a responder às mudanças das condições do mercado com maior velocidade e eficiência”.

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ESTATÍSTICAS

MERCADO EUROPEU

Venda de tratores na Europa cai mas resiste ao Coronavírus Mercado agrícola esteve praticamente parado entre abril e setembro mas o primeiro e o último trimestre de 2020 impediram uma quebra superior a 13%.

ALEMANHA

E

m abril de 2020, a pandemia invadia toda a Europa e obrigava a um fecho geral: a perspectiva era tremendamente negativa para o mercado de tratores agrícolas. Contudo, o ‘boom’ de vendas a que se assistiu no último trimestre do ano - transformando, por exemplo, o mês de novembro de 2020 no melhor do sector desde... 2013 – mudou o panorama e amenizou a quebra no Velho Continente. Esta situou-se nos 12,6% em relação a 2019 e veio a revelar-se inferior à verificada, por exemplo, de 2017 para 2018: em 2019 registaram-se 178.000 tratores matriculados e em 2020, o número caiu para 155.520. Se é verdade que de abril a setembro, inclusive, o mercado esteve bloqueado devido à pandemia do Coronavírus, o regresso das vendas impulsionou novamente os números em outubro, novembro e dezembro, tendo estes sido muito semelhantes aos que já tinham sido registados no primeiro trimestre do ano. A venda de tratores caiu em 2020 mas resistiu a uma pandemia que parecia, no fim de

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março, fazer desabar o negócio. Ainda assim, na análise por países, em 2020, registam-se alguns comportamentos que contrariam a tendência decrescente do ano em questão, isto considerando os 20 países com ‘maior peso’ na venda de tratores. França e Itália apresentaram quebras em relação a 2019. Já maior destaque em 2020 deve ser dado à dupla Alemanha e Polónia: numa tendência de queda que a maioria dos países apresenta, os germânicos venderam mais 3.073 tratores agrícolas do que em 2019 e os polacos apresentam um saldo positivo de mais 1.223 vendas em 2020. Referência ainda para Dinamarca, Bélgica e Suécia, que apresentaram quebras residuais e para o crescimento da Áustria. No mercado ibérico, se Portugal se manteve estável no mercado de tratores agrícolas, já a Espanha denotou uma quebra de perto de 2.000 tratores vendidos em relação a 2019 – 1.985, para sermos precisos – mas segurou, ainda assim, um honroso 5º lugar no ranking de vendas de tratores na Europa.

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GRUPO CNH

FRANÇA

ITÁLIA

POLÓNIA REINO UNIDO*

4 233

8 379

4 190

2 860

3 518

1 995

5 288

3 670

1 817

2 314

CASE IH

-

3 091

447

773

1 204

STEYR

-

-

73

270

-

2 238

3 091

520

1 043

1 204

3 212

2 160

3 280

979

243

565

261

1 472

-

-

-

-

703

-

-

NEW HOLLAND

CASE IH/STEYR GRUPO SDF SAME LAMBORGHINI DEUTZ-FAHR

2 647

1 899

1 105

979

-

HÜRLIMAN

-

-

-

-

-

GRUPO AGCO

9 077

1 160

3 335

11 060 2 289

FENDT-CHALLENGER

6 817

5 027

1 253

222

921

MASSEY FERGUSON

1 287

3 873

681

590

1 665

973

2 160

355

348

749

1 999

92

151

LANDINI

-

-

1 533

38

48

MCCORMICK

-

-

323

54

103

VALDAPANA

-

-

143

-

-

JOHN DEERE

5 864

8 490

1 601

1 191

3 800

KUBOTA

2 179

1 787

932

1 224

887

CLAAS

1 992

4 245

570

396

778

OUTROS

5 495

1 117

3 083

2 035

833

TOTAL

32 052

37 238 17 944 9 937

VALTRA GRUPO ARGO

13 545

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VISÃO GLOBAL DE 2020 18,6% 1. John Deere 13,6% 11,4% 7,9% 7% 6,4%

20 PAÍSES CONSIDERADOS Considerámos os 20 países com ‘maior peso’ na venda de tratores sendo os mais representativos neste mercado específico

PORTUGAL NORUEGA

2. New Holland 3. Fendt 4. Case IH + Steyr 5. Massey Ferguson 6. Claas

ESPANHA

ÁUSTRIA

SUÉCIA BÉLGICA HOLANDA* DINAMARCA FINLÂNDIA REP. CHECA HUNGRIA ESLOVÉNIA BULGÁRIA LITUÂNIA CROÁCIA

2 086

1 777

995

319

589

1 003

657

650

170

455

523

308

174

149

150

33 185

1 403

714

873

202

325

687

401

339

111

214

269

156

69

55

77

20 979

683

153

122

117

264

245

216

311

59

190

157

74

91

91

54

8 342

-

910

0

-

-

71

40

-

-

51

97

78

14

3

19

1 626

683

1 063

122

117

264

316

256

311

59

241

254

152

105

94

73

12 206

1 270

447

1 176

71

68

261

228

33

146

115

173

80

49

176

14 167

298

191

253

-

-

4

1

1

-

31

27

35

10

-

48

3197

196

24

231

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4

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29

38

39

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66

1 374

776

232

501

71

68

253

183

32

-

115

59

79

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60

9 139

-

-

191

-

-

-

-

-

-

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-

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-

-

2

214

1 562

1 129

314

1 319

1 045

551

726

464

891

255

338

78

80

222

58

35 953

744

617

62

275

173

354

371

203

98

118

171

40

31

20

27

17 544

496

247

131

448

429

117

199

139

127

80

97

16

30

123

19

10 794

322

265

121

596

443

80

156

122

666

57

70

22

19

79

12

7 615

741

7

219

16

3

25

54

41

30

3

19

3 409

479

1

135

4

-

12

-

2

-

-

54

20

17

-

15

2 358

262

6

84

12

3

13

-

7

-

-

-

16

13

3

4

903

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

5

-

-

-

148

2 429

515

471

488

660

523

628

255

182

423

685

60

177

98

115

28 655

736

84

694

52

89

200

68

17

80

24

42

9 105

287

162

64

136

78

113

131

100

100

87

240

50

25

60

76

9 690

933

511

2537

202

244

373

16

11

180

688

1 011

1 238

155

349

345

21 356

10 044

4 632

6 470

2 603

2 776

2 849

2 386

1 532

1 523

2 254

3 034

1 965

801

954

981

155 520

9

10

TOTAL

* Dados apresentados por marca e totais são relativos ao ano de 2019. www.abolsamia.pt

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ESTATÍSTICAS POR PAÍSES

MERCADO EUROPEU

Os especialistas ingleses são os únicos a afirmar que parte da quebra de vendas de tratores agrícolas no Reino Unido se deve ao impacto do Coronavírus. É natural que assim seja, até porque foi uma zona do Globo onde a pandemia teve maior impacto, mas há teorias contrárias que até recorrem a dados que conseguimos apresentar. Neste caso, temos os dados da evolução de vendas em 13 países e podemos verificar facilmente que a quebra ocorrida no Reino Unido de 2019 para 2020 é muito semelhante à ocorrida de 2015 para 2016. A tendência de quebra em 2020 verificou-se em quase todos os 13 países apresentados, sendo claramente as exceções à regra a Polónia e a Alemanha. E, se no primeiro caso houve uma clara recuperação no ano passado, até porque de 2018 para 2019 tinha havido uma quebra, o cenário no segundo caso é bem diferente: a tendência de crescimento já leva dois anos após algumas oscilações ocorridas entre 2012 e 2018. O mercado alemão mostra-se, por isso, pujante em relação aos demais, tendo-se aproximado do primeiro lugar, já que, como referimos, a França sofreu uma queda. Contudo, honra seja feita à força do mercado gaulês nos últimos 5 anos, com a liderança segura depois de a Alemanha já ter liderado em 3 dos 4 anos anteriores: nem o Coronavírus impediu os franceses de manter a concorrência mais feroz à distância de, pelo menos, 5.000 tratores a mais vendidos. Situação semelhante, embora com números claramente inferiores, atravessa a Áustria, e aqui, uma das vantagens reconhecida, até pelos fabricantes, é o facto de este país fazer fronteira com a Alemanha. O mercado estende-se alémfronteiras e as vendas têm forte impacto, por esse motivo é que a Áustria apresenta uma tendência de crescimento desde desde 2018. Portugal regista números muito semelhantes aos de 2019, com uma quebra residual de 0,4%, uma vez que os ATV’s e UTV’s são incluídos nas contagens.

16

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Evolução de vendas de tratores nos principais mercados europeus 2012 a 2020 158 077

março/abril 2021

154 450 2020

2015

2012

2017

136 550

139 978

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

França

33 577

37 848

28 905

28 834

35 994

38 747

33 534

39 998

37 238

Alemanha

36 264

36 248

34 611

32 220

28 746

33 678

27 670

28 979

32 052

Itália

19 456

19 017

18 313

18 428

18 341

22 705

18 443

18 579

17 944

Reino Unido

15 382

13 490

12 433

12 112

10 493

11 928

12 013

12 040

10 380

Espanha

8 655

8 894

10 004

10 587

11 365

12 403

11 266

12 029

10 044

Polónia

19 315

15 129

14 472

13 096

9 607

10 712

9 064

8 714

9 937

Portugal

3 986

4 938

4 668

4 544

5 277

6 005

5 788

6 497

6 470

Áustria

7 169

6 945

5 434

4 805

4 573

5 092

3 950

4 379

4 632

Bélgica

2 142

2 236

2 489

2 207

2 374

2 835

2 985

2 948

2 849

Suécia

3 859

3 425

3 252

3 028

3 520

3 341

3 006

2 827

2 776

Noruega

3 649

3 810

3 136

3 071

3 077

3 316

3 210

3 313

2 603

Dinamarca

1 795

2 498

1 875

1 764

1 533

1 917

1 596

1 748

1 532

2 828

2 556

2 095

1 854

1 714

1 771

1 418

1 624

1 523

Finlândia TOTAL

158 077 157 0 34 141 687 136 550 136 614 154 4 50 133 9 43 143 6 75 139 4 40

40 000

França Alemanha Itália Reino Unido Espanha Polónia Portugal Áustria Bélgica Suécia Noruega Dinamarca Finlândia

30 000

20 000

10 000

0

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020 www.abolsamia.pt


POR GRUPOS

Assistimos, em 2020, a uma luta acérrima entre dois grupos fortíssimos no mercado de tratores agrícolas: o grupo AGCO levou a melhor sobre o grupo CNH, muito devido à força de vendas da tripla aliança feita entre Fendt, Massey Ferguson e Valtra. Estas marcas superaram a concorrência por 2.768 tratores vendidos no ano passado (quota de 23,1% para 21,3%) e ajudaram o grupo AGCO a ganhar a liderança nas vendas por grupos. No 3º lugar surge a John Deere (quota de mercado de 18,4%), mantendo uma perseguição aproximada aos dois primeiros, até porque o 4º classificado, o Grupo SDF já está a maior distância do trio da frente, apresentando menos de metade das vendas da John Deere. Por fim, a Claas e a Kubota mantêm uma disputa acesa pelo último lugar do Top 5, ficando, por agora, os primeiros nessa posição.

Quota de mercado por Grupo em 2020 (Unidades)

23,1% Grupo AGCO (35 953)

21,3% Grupo CNH (33 185) 18,4% John Deere (28 655)

N°1

GRUPO AGCO O grupo é o líder europeu com 35.953 unidades vendidas em 2020

13,7% Outros (21 356) 2,2% Grupo ARGO (3 409)

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9,1% Grupo SDF (14 167) 6% Kubota (9 105)

6,2% Claas (9 690)

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ESTATÍSTICAS

MERCADO EUROPEU

POR MARCAS

A John Deere é o líder europeu com 28.655 unidades vendidas em 2020 UNIDADES

QUOTA (%)

John Deere

28 655

18,6

New Holland

20 979

13,6

Fendt + Challenger

17 544

11,4

Case IH + Steyr

12 206

7,9

Massey Ferguson

10 794

7

Claas

9 690

6,4

Deutz-Fahr

9 139

6

Kubota

9 105

5,9

Valtra

7 615

5

Same/Lamborghini/Hürlimann

4 785

3,1

Landini/McCormick

3 409

2,1

Outros

21 356

13

TOTAL

155 277

100

Os ‘verdes’ continuaram a dominar em 2020: a John Deere foi a marca mais vendida na Europa, com 28.655 tratores transacionados no mercado, o que representa uma quota de 18,6%, exactamente mais 5 pontos percentuais do que a segunda marca mais vendida no Velho Continente, a New Holland. Os ‘azuis’ transacionaram 20.979 tratores no mercado e, no terceiro lugar do pódio, surge a Fendt, que vendeu 17.544 tratores em 2020: um número curioso pois é o mesmo... que a Itália vendeu em 2020. A fechar o Top 5 de marcas com mais vendas estão a Case IH + Steyr, com 7,9% de quota de mercado, e ainda a Massey Ferguson, com 7%.

Ranking de vendas por países França

Apesar das duas quedas significativas que apresentou em 2014 e em 2018, a primeira foi, de facto, mais forte, já que a segunda não deixou que a liderança na lista dos países que mais novos tratores matricula fosse posta em causa. O número registado em 2020, 37.238 unidades, é o 4º melhor desde 2012, pelo que a quebra residual registada este ano não teve efeitos significativos na evolução com tendência maioritariamente positiva dos últimos anos. Os fabricantes: após ultrapassar os registos do Grupo CNH em 2014, o Grupo AGCO não tem parado de crescer neste país e revelou, em 2020, mais uma vez, a sua pujança: 11.060 tratores vendidos em território gaulês, mantendo a uma boa distância os 8.379 vendidos pelo primeiro grupo mencionado. E, neste caso, o destaque também deve ser associado ao crescimento da John Deere, que subiu ao 2º lugar – 8.490 tratores – relegando para o último lugar do pódio o Grupo CNH, que era líder de mercado neste país em 2014.

Alemanha

Foi um dos três países que apresentou crescimento de vendas em 2020 – a par da Polónia e Áustria - e, neste caso específico, com maior impacto pois, além de cimentar o seu 2º lugar no ranking de países com mais tratores vendidos, aproximou-se da liderança e fortaleceu o seu lugar de destaque, mostrando a

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março/abril 2021

tendência de crescimento dos últimos 3 anos. Os fabricantes: entre as principais marcas, só a John Deere revelou quebra de vendas, tendo a Fendt e a Deutz-Fahr os melhores registos no campo oposto: a primeira aumentou mesmo as vendas em mais de 1.000 tratores em comparação com 2019. Destaque ainda para as subidas da Kubota, Massey Ferguson e New Holland.

Itália

Quando o Coronavírus chegou à Europa, este foi o primeiro país a ser gravemente afectado e as expectativas neste sector caíram a pique em 2020. As previsões iniciais apontavam quedas brutais mas a verdade é que, feitas as contas no fim do ano, tal não se veio a verificar. Existiu uma quebra mas a menor registada entre 4 dos cinco países com mais vendas. Uma queda de 3,5% que não pode, de modo algum, ser atribuída à pandemia, mas necessariamente às vicissitudes do próprio mercado. Os fabricantes: ainda que o líder continue a ser o Grupo CNH, este continua a perder quota de mercado – desceu de 4.434 tratores vendidos para 4.190 - e vê aproximar-se o Grupo SDF, apesar deste não ter crescido muito em 2020, mas realcese a subida da Fendt, a maior registada no ano passado em solo transalpino.

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gaiato_pub_110x285_af.pdf

1

17/12/20

00:47

Reino Unido

Depois do crescimento sustentado entre 2016 e 2019, volta a cair para a barreira dos 10 mil (10.380) como números gerais de 2020, pois os dados apresentados por marca no primeiro quadro referem-se a 2019, demonstrando um registo muito semelhante ao de 2016, ano em que sofreu uma queda importante. Os fabricantes: neste caso, mantém a tendência de um mercado muito repartido pelos três grupos dominantes, embora a John Deere segure a liderança neste capítulo: 3.800 tratores, acima dos 3.518 do Grupo CNH e dos 3.335 do Grupo AGCO. Juntos, perfazem 79% do total de vendas. C

Espanha

Após a grande crise vivida em 2012, o país vizinho registava uma tendência de crescimento que culminou em oscilações a partir de 2017. Mas a queda que sofreu em 2020 foi mesmo a maior, embora seja do mesmo nível da França - quebra na ordem dos 2.000 tratores em relação a 2019 – e não tenha sido suficiente para perder o 5º lugar do ranking. Atenção apenas à Polónia, que se aproxima de forma já considerada ‘perigosa’. Os fabricantes: quase todas as marcas perderam terreno de 2019 para 2020, embora a quebra da líder John Deere (0,5%) tenha sido claramente inferior à da sua principal perseguidora, New Holland (2,8). Ficou a ganhar a Deutz-Fahr, que cresceu 1,4% e fortaleceu o seu 3º lugar nas marcas mais vendedoras. Tendo em conta a tendência quase geral de quebra, a John Deere domina o mercado, logo seguida do Grupo CNH.

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Polónia

A projecção agrícola deste país terá sido a força motriz para um crescimento assinalável em 2020, depois de vários anos em franca tendência negativa e oscilações pouco expectáveis, dada a potencialidade dos terrenos. A verdade é que, no ano passado, foram vendidos mais 1.223 tratores em relação ao número registado em 2019 e a expectativa para 2021 é que o crescimento se mantenha. Os fabricantes: a New Holland lidera de forma destacada (1.817 tratores) seguida da Kubota (1.224) mas a força que também tem a Case IH e a Steyr transformam o Grupo CNH – NH, Case IH e Steyr – no maior vendedor do país e em claro crescimento. Destaque ainda para a John Deere que, com 1.191 tratores vendidos, se situa no último lugar do pódio das marcas mais vendedoras.

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ESTATÍSTICAS

MERCADO EUROPEU

Mercado Português

Áustria

Talvez impactado pela onda de crescimento registada em 2020 na Alemanha, país com quem faz fronteira e acaba por muito comercializar, a Áustria foi um dos três países que aumentou as vendas no último ano. Está cada vez mais perto da barreira dos 5 mil tratores vendidos/ano e será esse o grande objectivo para 2021. Os fabricantes: num ano bastante positivo para quase todas as grandes marcas, a maior vendedora é a Steyr embora tenha sido a Fendt a registar o maior aumento de tratores vendidos em relação a 2019 (154), com a New Holland a apresentar também números bastante positivos. Realce ainda para as perdas da Claas menos 64 tratores vendidos – e da John Deere (38), com Massey Ferguson e Deutz-Fahr também em quebra.

Suécia, Bélgica, Noruega e Dinamarca

Tratam-se de quatro países que revelaram quebras, ainda que a da Noruega tenha sido a mais relevante: se em 2019 ‘batia à porta’ do Top 10 do ranking de países com mais vendas, em 2020 registou uma quebra de 612 tratores vendidos em relação ao ano anterior e deu um ‘trambolhão’ para 14º lugar. Suécia, Bélgica e Dinamarca caíram mas só os suecos conseguiram quebrar e, ainda assim, subir um lugar, devido à situação já referida da Noruega. Os fabricantes: o grupo AGCO domina na Noruega e na Suécia, enquanto o Grupo CNH é líder na Bélgica e na Dinamarca, ainda que a força do grupo que detém a Fendt, a Massey Ferguson e a Valtra, seja mais pujante nos dois primeiros países do que o grupo que detém a New Holland, a Case IH e a Steyr nos dois últimos países. Destaque ainda para a estabilidade de penetração da John Deere no mercado destes países, pois apresenta uma média de 480 tratores vendidos no quarteto referido.

Apesar da pandemia, não se pode considerar 2020 um ano mau para Portugal pois a quebra que existiu foi bastante residual. Com ATV’s e UTV’s incluídos, o recuo das vendas situou-se nos 0,4% mas se as máquinas referidas forem retiradas da equação, a queda não ultrapassa os 7,5%. Apesar da queda, o mercado português teve o segundo melhor número de vendas dos últimos 9 anos e com os ATV’s e UTV’s apresenta apenas menos 27 tratores vendidos em relação a 2019. Ainda que o Coronavírus tenha bloqueado o mercado durante perto de 6 meses, o último trimestre do ano serviu para recuperar as vendas e equilibrar as contas. Apesar da quebra geral, a New Holland continua a liderar o mercado no nosso país, com 873 tratores novos vendidos (quota de mercado de 13,5%), mais 179 do que a Kubota (10,7% de quota). Os fabricantes: no top 5 de vendas entre as principais marcas, só a Deutz-Fahr é que não registou quebra de vendas... mas também não aumentou: a marca alemã manteve os 501 tratores vendidos, os mesmos que já transaccionara em 2019. Entre as principais, a Case IH, bem como a Valtra venderam mais em 2020 do que em 2019, ainda que tenham sido aumentos não superiores a 10 máquinas.

Em Portugal o escalão de potência mais vendido em 2020 foi dos 30-39 cv.

Matrículas de tratores agrícolas novos por escalões de potência em 2020 < 40 CV

2 542

40-88 CV

2 375

89-147 CV

386

> 147 CV 88

nº total de unidades vendidas

5391 20

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www.

Matrículas de tratores agrícolas novos | 2020/2019

.com

Tabela 1

MARCAS New Holland

UNIDADES

% VAR.

2020

2019

873

931

-6,23

Kubota

694

797

-12,92

Deutz-Fahr

501

501

-

Linhai*

478

345

38,55

John Deere

471

593

-20,57

Daedong / Kioti

380

334

13,77

Solis

295

256

15,23

CFMoto*

281

229

22,71

Same

253

278

-8,99

LS

249

250

-0,40

Lamborghini

231

246

-6,10

Hürlimann

191

225

-15,11

Landini

135

160

-15,63

Massey Ferguson

131

139

-5,76

Case IH

122

112

8,93

Valtra

121

116

4,31

Branson

100

106

-5,66

BRP*

98

77

27,27

Quaddy*

96

70

37,14

Iseki

86

93

-7,53

McCormick

84

63

33,33

TYM

79

79

-

Claas

64

67

-4,48

KL*

63

54

16,67

Fendt

62

71

-12,68

Antonio Carraro

49

43

13,95

Hinomoto

42

0

-

Farmtrac

39

3

1 200,00

Arbos

31

56

-44,64

Dong feng

31

31

-

VST*

24

1

2 300,00

Ferrari

19

18

5,56

Corvus*

18

9

100,00

Arctic Cat*

16

46

-65,22

JCB

11

13

-15,38

BCS

10

15

-33,33

Outros

42

70

-0,40

TOTAL

6 470

6 497

-0,42

* Os dados fornecidos pela ACAP sobre matriculação de tratores novos em Portugal incluem os ATVs homologados sob a Categoria T. As marcas assinaladas com * comercializam ATV’s (veículos automóveis para deslocação e apoio em contexto de fora de estrada) que são considerados pelas normas de homologação europeia como tratores. Alguns fabricantes de tratores também comercializam ATV’s, veículos que estão englobados nos respetivos volumes de unidades matriculadas. Origem: IMT / Fonte: ACAP

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COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA AGRICULTURA E ESPAÇOS VERDES Estremoz - Sede Z. Ind. - Apartado 41 T.. 268 337 040 • F. 268 337 049

Ferreira do Alentejo Z. Ind. - Lote 23 T. 284 739 944 • F. 284 739 946

Évora Z. Ind. de Almeirim, R. Artur Silva Barreiros, 7-8 T. 266 701 558 • F. 266 777 250

Muge Z. Ind. de Muge, Rua A - Lote 12 A - Nº 34 2125-363 Muge T. 263 151 608 / 263 098 129

Coruche Z. Ind. -Monte Barca, Lt.6 T. 243 678 041 • F. 243 689 206 Beja Z. Ind. - Pç. da Cooperação, 10 T./F. 284 329 278

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ESTATÍSTICAS

MERCADO PORTUGUÊS

A New Holland continua a liderar as vendas de tratores Os valores que seguidamente apresentamos têm origem nos dados fornecidos pelo IMT, à ACAP. Na tabela excluem-se os tipos de veículos como os utilitários — que não são necessariamente tratores no sentido mais literal do termo, mas legalmente matriculados como tal em todo o espaço da União Europeia —, bem como os empilhadores e os corta-relvas para assim podermos fazer uma análise mais real do setor. Na tabela 1 consta a informação completa da ACAP, sem qualquer filtragem. Comparando valores das duas tabelas constatamos que 2020 encerra o ano, efetivamente, com 5.391 matrículas novas em vez das 6.470 da tabela 1. Os resultados por intervalos de potências continuam sem surpreender com o escalão entre os 30-39 cv a liderar o registo de vendas, ao reclamar 1.286 unidades, seguido pelo patamar imediatamente acima (40-59 cv), com 1.056 unidades. A classe de potência mais baixa de todas (abaixo de 19 cv) contribuiu com 541 unidades. -7,5% Por marcas, a New Holland continua a encimar a tabela, seguida pela Kubota, 2020-2019 Deutz-Fahr e John Deere. Em relação a 2019, o mercado sofre uma quebra na ordem dos 7,5%. Tabela 2

Marca

<19 19-25 26-29 30-39 40-59 60-73 74-88 89-110 111-147 148-184 >184

Total

New Holland Kubota Deutz-Fahr John Deere Daedong/Kioti Solis Same LS Lamborghini Hürlimann Landini Massey Ferguson Case IH Valtra Branson Iseki McCormick TYM Claas Fendt Antonio Carraro Hinomoto Farmtrac Dong Feng Arbos Vst Ferrari BCS Agrifarm Preet Carraro Goldoni CP LS MTRON Mitsubishi Shibaura Yanmar

13 173 0 34 8 169 0 1 0 0 0 0 0 0 18 52 0 0 0 0 0 26 17 0 2 24 0 0 0 3 0 0 0 0 1 0 0

43 4 0 3 64 0 0 35 0 0 0 39 0 0 19 23 0 21 0 0 4 0 10 20 17 0 1 0 2 0 0 0 0 1 0 1 1

Total

541

308

61 97 3 10 89 0 1 52 3 0 0 6 0 0 25 7 0 17 0 0 9 15 0 5 0 0 4 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0

212 166 91 26 170 30 73 161 79 43 67 3 0 0 28 4 35 41 0 0 19 1 6 12 7 0 7 4 1 0 0 0 0 0 0 0 0

167 109 187 79 47 58 120 0 83 88 22 7 30 0 13 0 26 0 1 2 2 0 6 0 2 0 3 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0

121 40 57 41 0 38 27 0 27 34 30 8 47 1 0 0 15 0 11 2 15 0 0 0 2 0 4 2 0 0 1 0 0 0 0 0 0

214 90 119 95 2 0 31 0 35 24 13 39 29 43 0 0 8 0 20 32 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0

10 8 28 109 0 0 1 0 1 2 2 23 3 18 0 0 0 0 20 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

24 7 10 50 0 0 0 0 3 0 0 4 11 32 0 0 0 0 2 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

4 0 5 14 0 0 0 0 0 0 1 2 1 20 0 0 0 0 2 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

4 0 1 10 0 0 0 0 0 0 0 0 1 7 0 0 0 0 8 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

873 694 501 471 380 295 253 249 231 191 135 131 122 121 103 86 84 79 64 62 49 42 39 37 31 24 19 10 3 3 2 2 1 1 1 1 1

407 1 286 1 056

523

796

233

153

54

34

5 391

Origem: IMT / Fonte: ACAP

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‘Boom’ inicial indicia recuperação em 2021 A indústria de máquinas agrícolas pode esperar, segundo o último relatório da Associação de Máquinas Agrícolas Europeias (CEMA), um ano de 2021 bastante positivo, tendo em conta o crescimento evidenciado desde outubro de 2020. “O índice geral na Europa atingiu, entretanto, um claro ‘boom’ desde que chegou a números positivos em Outubro, o que não acontecia desde meados de 2019”, pode ler-se no referido relatório. Em fevereiro, esse índice atingiu os +51 pontos (numa escala entre –100 e +100), dado este que já permite perspectivar “elevados níveis de receita assegurados para os meses que se aproximam”. Desta forma, esta indústria parece ter encontrado a melhor forma de se ajustar aos tempos de pandemia que atravessamos e já há vários países a esperar um crescimento nas vendas este ano, nomeadamente a França, Áustria e Polónia. Depois de um ano de 2020, que viveu um claro ciclo de recessão, o arranque de 2021 já permite pensar na recuperação das vendas para um nível aproximado ao de 2019: o crescimento de 43% registado em dezembro evoluiu para 59% em fevereiro, mês em que a percentagem de quebra já é apenas um terço do que era no último mês do ano passado. Desta forma, a expectativa para 2021 é alta, dado o ‘boom’ em que já se encontra a indústria e tal se verificará de forma ainda mais acentuada, caso o controlo da pandemia, esperado de uma forma geral para o fim do penúltimo trimestre do ano, seja efectivado.

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A LONG WAY

TOGETHER

RIDEMAX FL 699 Por mais difíceis que sejam as suas necessidades, RIDEMAX FL 699 é o seu melhor aliado para as aplicações na estrada com reboques e cisternas móveis. RIDEMAX FL 699 é um pneu radial All Steel que se destaca pela quilometragem elevada e a durabilidade considerável. Projetado para uma utilização de 90% na estrada, o pneu destaca-se pelo talão reforçado, assegurando uma estabilidade excelente a altas velocidades e a performances elevadas. RIDEMAX FL 699 é a resposta da BKT para as aplicações de transporte na estrada nos setores da agricultura, da indústria e da construção.

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TRACTOR OF A designação dos modelos vencedores espelha a visão de um júri internacional THE no qual a revista abolsamia tem assento em representação de Portugal. YEAR 2021

Distinções TOTY para 4 marcas A Massey Ferguson, a Valtra, a Fendt e a Claas foram as quatro marcas distinguidas pelo TOTY 2021. Num contexto que foi desafiante, os membros do TOTY fizeram a sua avaliação usando uma plataforma digital e alicerçados numa experiência de trabalho conjunto que vem de edições anteriores do prémio.

N

um ano que foi atípico devido às razões que todos conhecem, a organização e o júri do TOTY fizeram na mesma o seu trabalho. As viagens e os encontros presenciais foram substituídos por videochamadas e por muita troca de informação via email. Falámos muito, avaliámos, pontuámos dezenas de critérios técnicos, e chegámos a um resultado. Com o patrocínio da marca de pneus BKT, que é o patrocinador oficial e exclusivo do prémio, foi criada a plataforma www.totydigital.com que muito ajudou aos trabalhos e permitiu inclusive difundir a cerimónia de comunicação dos prémios. Foi a mesma coisa? Na verdade não foi. Sobretudo, faltou a oportunidade de nos pormos ao volante nos habituais testes em campo, que em todas as edições do prémio costumam ser realizados. Mas, observando em perspetiva, estamos em crer que correu muito bem. O júri funciona como uma equipa, conhecemo-nos todos há muitos anos, seguimos atentamente os desenvolvimentos do sector, temos a experiência de edições anteriores e, por tudo isso, estamos em crer que os resultados espelham uma avaliação profissional. No fundo, acreditamos que num contexto de normalidade os vencedores teriam sido exatamente os mesmos.

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OS VENCEDORES EM SÍNTESE E por falar em vencedores, vale a pena recordar que a Fendt aplicou uma impressionante atualização ao posto de trabalho do Fendt 211 V Vario, com acesso a ferramentas que marcam um avanço face aos restantes competidores. Vale a pena recordar também que a Claas surpreendeu ao aplicar ao Axion 960 um sistema, o CEMOS, que vem das ceifeiras-debulhadoras, e que possibilita ganhos de desempenho e eficiência. Pelo seu lado, a Valtra trouxe para o segmento dos utilitários com vocação multitarefas, em que se inclui o trabalho com carregador, o G135, que apresenta um interessante equilíbrio entre versatilidade, performance hidráulica e de motor, e acesso a tecnologia. Por fim, o vencedor da categoria principal. Com o 8S.265, a Massey Ferguson estreou uma cabine de para-brisas inclinado, abriu um fosso entre esta e o capot tornando-a mais silenciosa, reconfigurou o posto de condução, e alterou o escalonamento da caixa. A juntar às inovações na parte estrutural, reforçou os serviços de conectividade que vão ser úteis aos alugadores e aos agricultores mais profissionais.

POR DETRÁS DO PANO No TOTY, como em muitas outras ‘competições’, é dos vencedores que reza a história. Mas, quando observamos por detrás do pano, encontramos entre o lote de não vencedores alguns contributos muito relevantes para o sector. Sem nada a assinalar nas categorias Melhor Especializado e Sustainable TOTY, o mesmo não se pode dizer em relação às outras duas categorias, onde a avaliação se fez muito mais taco a taco. Na categoria de Trator do Ano para Campo Aberto, o Claas Axion 960 Cemos não andou longe de acumular esta distinção com o prémio de sustentabilidade que ganhou. A pontuação muito alta que obteve deve-se a especificações adequadas ao segmento em que se posiciona, a que se juntam diversas atualizações tecnológicas que a marca tem vindo a aplicar a esta série. Quanto à categoria Melhor Utilitário, o Fendt 211 Vario obteve também uma votação expressiva. Posicionado num patamar de potência mais baixo e com dimensões mais compactas do que o modelo da Valtra, este trator multitarefas é agora proposto pela marca com o posto de condução Fendt One, com todo o potencial que isso representa a nível de conforto e utilização de ferramentas de conectividade.

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TRACTOR OF THE YEAR 2021

TEXTO JOÃO SOBRAL

MASSEY FERGUSON

8S.265

DYNA E-POWER

Reforço da carga admissível, maior capacidade hidráulica, novo posto de condução e uma oferta mais ampla de ferramentas para conectividade. Estas são algumas das características que traçam a identidade do modelo eleito como Trator do Ano 2021.

N

esta edição do TOTY, a categoria principal do prémio foi muito disputada. O lote de nove candidatos era representativo de uma grande variedade de conceitos e de diferentes escalões de potência. Tudo ponderado, acabou por ser o Massey Ferguson a reunir a melhor avaliação, que lhe valeu a eleição como ‘Trator do Ano 2021’ para Campo Aberto. Este modelo é representativo de um segmento de tratores com potência acima dos 250 cv, capacitados para trabalhos pesados de mobilização e que em simultâneo conservam versatilidade para transporte e para um grande leque de outras tarefas.

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A SÉRIE 8S É constituída por quatro modelos – 8S.205, 8S.225, 8S.245 e 8S.265 – que preenchem um intervalo de potência máxima com boost entre os 225 e os 285 cv. A marca propõe as transmissões Dyna-7 (powershift) e Dyna E-Power (de dupla embraiagem e gestão robotizada). Para mais tarde, aguarda-se a chegada dos modelos com variação contínua.

Sem instrumentação na coluna de direção, as informações de consulta rápida estão num painel vDisplay a cores instalado no pilar A da cabine

A gestão do trator é feita através do joystick MultiPad e as funcionalidades ISOBUS são geridas no monitor tátil Datatronic 5 de 9”. A área de visualização pode ser expandida com um monitor Fieldstar 5. O apoio de braço e os respetivos comandos apresentam um desenho renovado

MOTOR AGCO POWER DE 7,4 LITROS A este modelo 8S.265, o bloco Agco Power de seis cilindros fornece 265 cv de potência nominal e um boost de potência (+20 cv) para transporte, TDF e hidráulico. Em termos de estrutura, passa a existir um espaço de 24 cm entre a cabine e o capot, o que visa esbater o impacto do aquecimento e reduzir o ruído. Um nível de 68 dB aponta para uma das cabines mais silenciosas deste segmento.

TRANSMISSÃO ROBOTIZADA DE 28 VELOCIDADES A transmissão Dyna E-Power faz a sua estreia com este modelo. De dupla embraiagem e gestão robotizada, apresenta um escalonamento de 28 velocidades (4 gamas e 7 relações). No intervalo dos 5 aos 20 km/h o rácio de diferença entre as relações é de apenas 9% e existe

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“Este prémio do TOTY vem reforçar o posicionamento da marca no nosso mercado. É um importante tónico para a Moviter e para a rede de concessionários MF” afirmou Arnaldo Sapinho, administrador da Motiver, empresa que representa a Massey Ferguson em Portugal

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+2

TONELADAS DE CARGA ADMISSÍVEL

Comparativamente com a série que vem substituir, a distância entre eixos dos 8S cresce 5 cm e o peso em vazio aumenta 900 kg. O reflexo destes valores na carga máxima admissível é assinalável, passando dos 14.000 para os 16.000 kg.

UMA ATUALIZAÇÃO DE PARADIGMA MASSEY FERGUSON 8S.265

uma ligeira sobreposição entre as gamas. Em transporte, alcança os 53 km/h Eco às 1600 rpm e os 43 km/h logo às 1300 rpm. A MF anuncia que a transmissão Dyna E-Power minimiza em 26% a perda de potência a velocidades altas, em transporte, o que se traduz numa redução de até 5% no consumo de combustível.

HIDRÁULICO DE MAIOR PERFORMANCE Comparativamente com os 7700S, a capacidade máxima de elevação traseira passou de 9.950

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para 10.000 kg e a dianteira de 4.000 para 4.800 kg. Quanto ao caudal, a opção mais evoluída chega aos 205 L/min ao regime nominal do motor.

MOTOR Fabricante Nº de Cilindros / cilindrada Potência nominal / máx. com boost Binário máximo com EPM / reserva Nível de emissões

MAIS CONECTIVIDADE

TRANSMISSÃO

A arquitetura da cabine é nova mas há outros elementos que fazem igualmente a sua estreia. É o caso do painel a cores vDisplay, do apoio de braço e do joystick MultiPad. No domínio da conectividade, o destaque vai para a telemetria MF Connect e para o serviço MF Task Doc Pro, para a transferência de mapas de prescrição.

Configuração Velocidade máxima

Agco Power 6 / 7.365 cm³ 250 cv / 285 cv 1280 Nm / 32% Fase V Powershift robotizada 28/28 53 km/h

HIDRÁULICO Capacidade de elevação Fluxo da bomba (opcional) DIMENSÕES Distância entre eixos Carga máxima admissível março/abril 2021

Traseira: 10.000 kg Ft: 4.800 kg 150 L/min (205 L/min)

3.050 mm 16.000 kg abolsamia

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No segmento imediatamente acima dos 100 cv, há agricultores que precisam de especificações mais avançadas do que um Valtra A pode oferecer e para quem um Valtra N é demasiado grande. A série G vem preencher esse espaço. 28

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C

om cinco competidores a disputarem a categoria ‘Melhor Utilitário 2021’, o veredicto do júri acabou por recair no mais recente dos Valtra. O modelo de topo da série G apresenta características pensadas para o desempenho com carregador frontal e para uma grande diversidade de tarefas numa exploração de tamanho médio.

SÉRIE G É composta por quatro modelos – G105, G115, G125 e G135 – com potência nominal entre os 105 e os 135 cv. Todos dispõem de um boost de potência, disponível a partir da relação de caixa B5, que é de 10 cv no modelo de topo e de 5 cv nos restantes. Apresentam uma distância entre eixos de 2550 mm. São menos 11,5 cm do que os N, mais 12 cm do que os A de tamanho médio (A104 e A114) e mais 5 cm do que os A de topo (A124 e A134).

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UM MULTIFUNÇÕES PARA EXPLORAÇÕES DE TAMANHO MÉDIO MOTOR AGCO POWER DE 4,4 LITROS Projetado em Linnavuori, na Finlândia, e produzido na fábrica do Grupo Agco em Changzhou, na China, o bloco de 4 cilindros que equipa os G cumpre os requisitos da Fase V. A manutenção é feita a cada 600 horas.

TRANSMISSÃO DE 24 RELAÇÕES A base é proveniente da fábrica de transmissões GIMA, sediada em Beuavais, e a programação e os interfaces foram desenvolvidos pela Valtra. Com escalonamento de 4 gamas e 6 relações powershift, a versão Versu inclui um modo automático que faz a transição automática das relações e ainda a transição automática entre as gamas B e C e entre as gamas C e D. Dispõem ainda de embraiagem no pedal de travão (AutoTraction) e paragem ativa, para manter o trator imobilizado em pendentes sem usar os travões.

NÍVEIS DE EQUIPAMENTO A estrutura de base da cabine é a mesma da série A mas diferenciada a nível do posto de condução. Inclui suspensão e são quatro os níveis de equipamento disponíveis: Basic, Comfort, Technology e Technology Pro. Através do interface SmartTouch estes tratores beneficiam de um nível de

especificações que pode incluir: compatibilidade ISOBUS; controlo de secções; gestão de tarefas TaskDoc Pro; aplicação de taxa variável; auto guiamento; opção de segundo monitor; direção rápida, telemetria, entre outros. A possibilidade de suspensão no eixo dianteiro, inexistente nos A, é um elemento adicional de conforto presente nos G.

HIDRÁULICO E CARREGADOR Com carregadores propostos de fábrica, a Valtra equipa os tratores da série G com assistente hidráulico, uma funcionalidade que faz subir o regime do motor quando o carregador requer mais caudal. Quanto à performance, o G135 Versu é servido por uma bomba com sensor de carga de 110 L/min.

TEXTO JOÃO SOBRAL

MOTOR

TRACTOR OF THE YEAR 2021

CARREGADOR FRONTAL A abertura superior na cabine, o joystick elétrico e o assistente hidráulico são características que favorecem o desempenho com carregador frontal. O G135 Versu pode ser configurado de fábrica com carregadores capazes de elevar 2,1 toneladas a uma altura de 4,2 metros.

VALTRA G135 VERSU

Agco Power / 44 MBTN-D5 Nº de Cilindros / cilindrada 4 / 4.400 cm³ Potência nominal 135 cv / 145 cv / máx. com boost Binário máximo 560 Nm Nível de emissões Fase V Fabricante / modelo

TRANSMISSÃO Configuração Velocidade máxima

Powershift 24/24 40 km/h

HIDRÁULICO Capacidade de elevação

Traseira: 5.500 kg Ft: 3.000 kg

Fluxo da bomba (opcional) 110 L/min DIMENSÕES Distância entre eixos Carga máxima admissível

2.550 mm 9.500 kg

DISPONIBILIDADE E PREÇO Os Valtra G já chegaram a Portugal, estando disponíveis para encomenda duas novas cores estreadas pela Valtra: o castanho e o verde oliva. O PVP da versão standard do G135 Versu, incluindo o interface SmartTouch, é de aproximadamente 100.000,00 Eur + IVA. A suspensão do eixo dianteiro tem um PVP recomendado de 3739,00 Eur + IVA.

CABINE O interface de comandos SmartTouch faculta o acesso a informação detalhada e a ajustes de funcionamento do trator. E também a ferramentas para agricultura de precisão

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FENDT 211V VARIO COM MAIS FERRAMENTAS PARA AGRICULTURA DE PRECISÃO Novas potencialidades para personalização de comandos e visualização de dados, estética renovada, acesso a ferramentas para agricultura de precisão e um novo conceito de boost. São estes os principais argumentos que convenceram o júri do TOTY.

N

uma categoria que contou com apenas quatro candidatos nesta edição do prémio, o modelo da Fendt assumia-se como a proposta mais arrojada e venceu sem dificuldade a distinção ‘Melhor Especializado 2021’.

A SÉRIE 200 V/F/P Os especializados Fendt 200 Vario estão disponíveis nas variantes V, F e P, com larguras entre os 1,07 e os 1,68 metros. Considerando a variante mais estreita (V), que foi a premiada, são cinco os modelos propostos, com a potência máxima a ir dos 79 aos 114 cv.

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MOTOR AGCO POWER DE 3 CILINDROS Com 3,3 litros de capacidade e ventoinha Viscotronic, o motor Agco Power é comum a todos. Os requisitos da Fase V de emissões são alcançados através de uma combinação DOC+DPF+SCR. O novo boost DynamicPerformance é aplicado nesta série exclusivamente ao 211 Vario. Fornece mais 10 cv quando existe uma solicitação, permitindo o alcance de uma potência máxima com boost de 124 cv. Tem a particularidade de poder entrar em ação mesmo em modo estacionário, quando se trabalha com alfaias ligadas à TDF.

HIDRÁULICO COM ADAPTAÇÃO AO RELEVO O sistema hidráulico é de centro fechado. Como opção, a Fendt disponibiliza um novo sistema de adaptação ao relevo no elevador traseiro, através do qual o operador pode controlar a pressão sobre o solo. O trator pode comportar alfaias também na frente e em posição ventral. A pensar na potencial gestão em simultâneo de todos esses equipamentos, um joystick 3L faz parte dos extras. Permite gerir até 27 diferentes funções em simultâneo, repartidas por três diferentes níveis de controlo.

TRANSMISSÃO VARIO COM NOVO JOYSTICK A transmissão de variação contínua alcança os 40 km/h a um regime económico de 1550 rpm. É controlada através de um recém-estreado joystick multifunções que abre novas possibilidades de controlo, com botões configuráveis aos quais podem ser atraibuídas diferentes funções.

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TEXTO JOÃO SOBRAL

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MONITOR DE 12” NO TETO O ambiente de trabalho FendtOne inclui o mais recente apoio de braço da Fendt, um monitor de 10” junto ao volante e um monitor de 12” que, exclusivamente nos especializados, está instalado em posição frontal no teto da cabine. Através de uma articulação, pode ser recolhido sempre que não estiver em uso.

CABINE MAIS ESPAÇOSA Passa de uma estrutura de seis para quatro pilares, o que melhora a visibilidade lateral. A marca anuncia ainda mais espaço em altura, na zona da cabeça, a pensar nos operadores mais altos. Como extra, esta cabine está preparada para configuração com um sistema de filtragem de categoria 4. AGRICULTURA DE PRECISÃO Para além da compatibilidade ISOBUS e da condução automática FendtGuide, os agricultores que fazem um uso profissional destes tratores podem beneficiar ainda dos serviços Fendt Task Manager, para criar ordens de trabalho a partir do escritório, e Fendt Task Doc, para gestão e transferência de documentação.

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MOTOR

FENDT 211 V VARIO

Agco Power 33 AWI Nº de Cilindros / cilindrada 3 / 3.300 cm³ Potência nominal 105 cv / 124 cv / máx. com boost Binário máximo / reserva 508 Nm / 37% Nível de emissões Fase V Fabricante / modelo

TRANSMISSÃO Configuração Velocidade máxima

Variação contínua 40 km/h

HIDRÁULICO Capacidade de elevação

Traseira: 2.775 kg Ft: 2.380 kg

Fluxo da bomba (opcional) 42 L/min (71 L/min) DIMENSÕES Distância entre eixos Carga máxima admissível

2.290 mm 4.800 kg

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N

as suas diferentes evoluções, a série Axion da Claas tem marcado presença nas páginas d’abolsamia e os nossos leitores conhecem-na bem. Entre outras ocasiões, em 2014, quando o Claas Axion 850 foi distinguido como Trator do Ano, fomos a França experimentá-lo. Na altura, publicámos um artigo alargado sobre este modelo. Mais recentemente, em 2019, fomos dos primeiros a ter contacto com o Axion 960 na versão Terra Trac, com rastos no eixo traseiro. Foi na Alemanha que o operámos, em trabalho de campo e em estrada, e essa experiência deu igualmente origem a uma peça de reportagem.

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CLAAS ADICIONA O SISTEMA CEMOS AOS TRATORES Em 2020, a Claas fez a passagem dos Axion 900 à Fase V de emissões e na mesma ocasião aplicou a estes tratores o conceito CEMOS, já comprovado nas máquinas de colheita. Originalmente, o CEMOS é um sistema eletrónico destinado à otimização do trabalho que a Claas estreou nas ceifeirasdebulhadoras em 2011. Com a inovação do CEMOS para tratores, a marca decidiu ir a jogo no TOTY, e apresentou como candidato o Axion 960 CEMOS. Foi uma aposta ganha.

Durante os testes validados pela DLG foram usadas diferentes combinações de lastragem

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VEM GUARNECIDO COM

A distinção dedicada a avanços no domínio da sustentabilidade é atribuída pela primeira vez a um modelo produzido em série e disponível no mercado. O Axion 960 foi o trator que recolheu a concordância do júri para receber este prémio, com o conceito CEMOS a justificar esta decisão.

UM TREINADOR PESSOAL Em circunstâncias normais, teríamos tido a oportunidade de estar outra vez aos comandos de um Axion. Mas, em relação a 2020 a história é contada de outra forma. Com as restrições impostas pela pandemia, o contacto com este grande da Claas foi feito à distância. A marca foi reunindo um leque de informação, foram gravadas apresentações em vídeo, foram feitas videochamadas e, aos poucos, como membros do júri fomos formando uma perceção. O modelo acabaria por ser distinguido como ‘Sustainable TOTY 2021’ pelo coletivo de jornalistas essencialmente devido ao conceito CEMOS. Sendo toda a restante estrutura de base na generalidade já conhecida, é este elemento que vamos destacar.

os eixos), a Claas recebeu a certificação ‘DLG Approved’ atribuída por aquela entidade independente, depois de ter submetido os Axion 960 a teste, a fazerem conjunto c om um cultivador. O teste foi feito na Alta Saxónia, com dez operadores experientes,

Um dos tratores submetidos a teste estava equipado com sistema CTIC, para ajuste da pressão dos pneus em ambos os eixos

oriundos da Alemanha, França, Polónia e Dinamarca. O desafio era pô-los a fazerem eles próprios os ajustes da alfaia e do trator (incluindo a pressão dos pneus, a lastragem, a velocidade de avanço e o intervalo de rotações do motor) e colocarem em prática a sua

CEMOS SUBMETIDO A TESTE DA DLG Com a combinação dos sistemas CEMOS e CTIC (para ajuste da pressão dos pneus em ambos

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2

O TESTE EM SÍNTESE

Vários

Claas Axion 870 CMATIC

estratégia, sem utilizarem o CEMOS. Foram fazendo ajustes até alcançarem o que para cada um foi considerado o estádio ótimo de performance. Numa segunda fase, seguiram as recomendações do CEMOS. Os engenheiros da DLG foram documentando os registos de velocidade de trabalho e consumo de todas as variantes de teste ao longo de três dias.

CEMOS GANHOU AOS OPERADORES Os registos foram todos analisados e o resultado apresentado pela DLG foi este: o CEMOS foi capaz de reduzir o consumo até 16,8% e ao mesmo tempo aumentar a área trabalhada em 16,3% quando comparado com a média alcançada pelos operadores.

jogos de pesos para a frente e para as rodas traseiras

Christian Radons membro da direção da Claas

+16.3% CONSUMO DE COMBUSTÍVEL DESEMPENHO EM CAMPO

-16.8%

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cultivadores para 14 e 24 cm de profundidade de trabalho

10

operadores e nenhum deles conseguiu superar o CEMOS nos resultados

“No nosso trator convencional de maior potência, o CEMOS demonstrou um acréscimo significativo na eficiência em decorrência do ajuste da pressão dos pneus e da lastragem. Isto não beneficia só os agricultores e os prestadores de serviços em termos de tempo e custos. Beneficia também o ambiente, de várias maneiras, como por exemplo a nível de consumo de combustível, emissões de CO2, e compactação do solo”.

Desempenho com CEMOS 20 15 10 5 0 -5 -10 -15 -20

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Certificados pelo centro de testes da DLG, os resultados demonstram uma poupança de combustível até 16,8% e um acréscimo de produtividade de 16,3% comparativamente com o desempenho dos operadores sem usarem o CEMOS

COMO SE UTILIZA NA PRÁTICA O CEMOS conta com um menu dedicado no terminal CEBIS e dá apoio ao operador em três diferentes fases: Preparação do trator e da alfaia (onde se analisa o tipo de uso e as condições de campo, a pressão dos pneus e a lastragem)

1 2

Ajuste de configurações da alfaia ao iniciar o trabalho.

E otimização durante o decurso do trabalho (gestão da transmissão e do motor, ajuste do elevador e ajustes hidráulicos da alfaia), de acordo com duas estratégias possíveis: eficiência ou performance.

3

O operador pode recorrer ao CEMOS a qualquer momento no decorrer do trabalho. Uma vez ativado, o sistema apresenta sugestões de otimização e vai guiando o operador fazendolhe algumas perguntas simples. Após cada alteração, o sistema avalia se foram ou não obtidos ganhos e o operador pode decidir se continua ou se regressa às definições anteriores.

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TRACTOR OF THE YEAR 2021

QUAL É O IMPACTO EM 3.000 HORAS DE TRABALHO? “Se extrapolarmos os dados de consumo para um cenário de 3.000 horas com cultivador, um trator grande que consuma 50 L/ hectare sem CEMOS e 41,6 L/hectare com CEMOS, pode fazer-se uma poupança de 25.200 litros de gasóleo e 67.000 kg de CO2. Além disso, para trabalhar a mesma área seriam necessárias menos 490 horas, o que é equivalente a 50 dias de trabalho”, adianta a Claas. A marca garante que o CEMOS é virtualmente aplicável a qualquer tipo de tarefa e que a sua utilização se revela uma aprendizagem constante para o operador: “Este é um processo contínuo, já que as condições [de campo] também se vão constantemente alterando de ano para ano”.

PODE SER INSTALADO EM TRATORES FABRICADOS A PARTIR DE 2018 O CEMOS passa a fazer parte da lista de opcionais dos Axion 900 e, muito importante, pode ser instalado em qualquer trator com transmissão CMATIC das séries Axion 900, Axion 800 e Arion 500/600 que tenham sido fabricados em 2018 ou depois e que estejam configurados com monitor CEBIS.

CLAAS AXION 960 CEMOS MOTOR Fabricante / modelo Nº de Cilindros / cilindrada Potência nominal / máxima Binário máximo / reserva Nível de emissões TRANSMISSÃO Configuração Velocidade máxima (Eco)

FPT Cursor 9 6 / 8.700 cm³ 440 cv / 445 cv 1400 Nm / 35% Fase V Variação contínua 50 km/h (40 km/h às 1400 rpm)

HIDRÁULICO Capacidade de elevação

Traseira: 11.250 kg Frontal: 6.500 kg

Fluxo da bomba (opcional) 150 L/min (220 L/min) DIMENSÕES Distância entre eixos Carga máxima admissível

3.150 mm 18.000 kg


O MELHOR O MELHOR DOS DOIS DOS DOIS MUNDOS MUNDOS

Nunca foiNunca tão fácil foifazer tão fácil umafazer encomenda! uma encomenda!

EXPERIMENTE EXPERIMENTE A APLICAÇÃO A APLICAÇÃO KRAMP KRAMP Pesquisa de peças por foto Pesquisa de peças por foto

FIMA 2020

FIMA 2020

TECHNICAL INNOVATION

TECHNICAL INNOVATION

SpinAwards

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E-COMMERCE SILVER

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Leitura de etiqueta para Leitura de etiqueta para visualizar conteúdo da caixa visualizar o conteúdo da ocaixa

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Pesquisa Pesquisa de peças por de peças por leitura do código de barras leitura do código de barras

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Histórico de pedidos Histórico de pedidos

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Os produtos Recinsa Os produtos estão Recinsa estão disponíveis no disponíveis website KRAMP. no website KRAMP.

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A

situação pandémica levou ao cancelamento do evento parisiense SIMA e à realização do SIMA Innovation Awards, concurso de inovações técnicas, em formato digital. Os quarenta produtos distinguidos deste ano focaram-se, sobretudo, na melhoria das condições de trabalho dos utilizadores e no desempenho técnico e económico das explorações.

Categorias Solos e Culturas

I

Colheita e Armazenamento II Pecuária e Energias Renováveis III Peças, Serviço e Eletrónica a bordo IV

TEN DÊN CIAS www.abolsamia.pt

Como esperado, a tecnologia digital é um elemento transversal às inovações apresentadas, mas tem-se tornado cada vez mais difícil destacá-la das funções inovadoras que permite. É, por exemplo, abundante em dispositivos cujo principal papel é a melhoria da saúde

ocupacional, a segurança e as condições de trabalho. A segunda tendência foi no sentido da redução dos riscos de acidentes e MSDs (distúrbios musculoesqueléticos) e melhoria do conforto de utilização das máquinas. Finalmente, a terceira

tendência diz respeito à precisão das aplicações, à qualidade do trabalho e à crescente consideração pela transição agroecológica e proteção ambiental. Também aqui a tecnologia digital está frequentemente na origem das inovações que se enquadram nesta tendência.

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OS 40 VENCEDORES I Solos e Culturas

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1. SCALPWIN | Agrowin

7. SPEED CONTROL | Sulky-Burel

O Scalpwin é uma alfaia de mobilização superficial com três ou quatro filas de discos independentes. Numa única passagem, consegue mobilizar o solo até 2 a 3 cm de profundidade e, caso seja montado semeador, semear.

O Speed Control ​​ é uma nova tecnologia de aplicação de fertilizantes. Permite que o distribuidor centrífugo adapte automaticamente a sua camada de distribuição de acordo com a velocidade de avanço.

2. FERTISPOT | Amazone

8. XARVIO HEALTHY FIELDS | Xarvio Digital Farming Solutions

O localizador de fertilizante Fertispot para o semeador monogrão Precea incorpora um sequenciador de precisão para a distribuição de fertilizante. Instalado em cada tubo de descida, este equipamento conta com um dedo colher formando doses separadas.

3. R-ACTIV | Hardi Evrard O novo R-Activ é um circuito de pulverização compacto que oferece tempos de reação bastante curtos, de aproximadamente 0.5 s. Assim, limitando rapidamente o número de tubos, obtém consequentemente volumes mais baixos.

4. EASYDRILL FERTISEM PRO II E-DRIVE PREMIUM | Sky Agriculture

O Xarvio Healthy Fields é um sistema que pretende revolucionar o setor da proteção de culturas através da otimização da escolha do produto, época e momento da aplicação. O agricultor, o seu prestador de serviços, ou um prestador proposto pela Xarvio, receberão automaticamente todas as indicações.

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9. TOP CUT COLLECT | Zürn Harvesting A Top Cut Collect é uma ceifeira-aparadora que se afirma como alternativa aos tratamentos fitossanitários. Incorpora uma barra de corte de 9 a 12 metros que recolhe as ervas invasoras para uma tremonha, que pode depois despejar num reboque.

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O semeador EasyDrill Fertisem Pro II E-drive Premium é uma solução completa para a transição agroecológica. Projetado para semear diretamente sob cobertura vegetal, incorpora quatro tremonhas, cada uma equipada com uma unidade de doseamento eletricamente acionada e controlada via Isobus.

5. SMART APPLY INTELLIGENT SPRAY CONTROL SYSTEM | Smart Guided Systems O Smart Apply Intelligent Spray Control System (Sistema de Controlo Inteligente de Pulverização) é um sistema de pulverização com jacto de ar. Tendo por base o LiDAR, identifica com precisão a densidade da cobertura e da folhagem e, em seguida, controla cada bico individualmente.

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6. FARMDROID FD20 | Stecomat O Farmdroid FD20 é um robot de sementeira e remoção de ervas daninhas. É capaz de deservar tanto nas entrelinhas como entre duas plantas na mesma linha.

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II Colheita e armazenamento

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10. TORION 738T SINUS | Claas A carregadora de rodas TORION 738 T pertence a uma categoria de carregadoras compactas com braço telescópico que combina um sistema direcional SINUS e um sistema de proteção inteligente para evitar que a máquina tombe, de forma a melhorar o desempenho de elevação e a segurança do operador. O sistema de segurança Torion evita paragens sistemáticas e o risco de movimentos automáticos não intencionais que causem a perda de controlo da posição de carga. Apesar do seu tamanho, tem uma capacidade de carga notável: 1,3 t. na extremidade da lança, mesmo quando esta se encontra na sua extensão máxima de 4,80m.

11. PROTEÇÃO DE TRANSPORTE INTEGRADA PARA A BARRA DE CORTE ORBIS | Claas

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15. ASSIST’LOAD | Hydrokit

A Claas facilita o transporte e a segurança rodoviária das suas ensiladoras equipadas com a nova barra de corte para milho, Orbis 900. A barra está equipada com lonas de proteção dobráveis automaticamente. Esta proteção incorpora iluminação de sinalização e faixas refletoras.

O Assist’load serve como meio de comunicação entre o motorista de uma ceifeira e os seus colegas que conduzem os reboques. Desde a sua cabine, o primeiro pode exibir três instruções simples: acelerar, desacelerar e completo. Assim, estes últimos posicionam o reboque exatamente sob a rampa e são avisados do ​​ seu correto enchimento.

12. CHASSIS OPTIMUM 100 MC | Dangreville

16. KRONE DYNAMICS | Krone

O chassi monobloco Optimum 100 MC insere-se na gama de reboques monocoque do fabricante. Ao reduzir o peso vazio da carroçaria em 450 kg, este material de substituição em aço permite uma maior carga útil sem afetar a robustez.

Com o suporte Krone Dynamics, o voltador Krone Vendro pode ser desengatado em três pontos fixos sem risco de emperrar ou ferir o operador, ou de tombar ao acoplar. A máquina deixa de estar apoiada sobre as rodas, evitando danos nos pneus durante armazenamentos prolongados.

13. CROPVISION | Downs A Downs oferece um classificador ótico para batatas não lavadas. Usando dedos especiais, este equipamento analisa toda a superfície de cada produto. Em seguida, através de dedos ejetores, remove torrões de terra, pedras ou batatas danificadas, a uma taxa máxima de 100 t / h.

14. LIMPADOR DE RODAS INTEGRADO | Hydrokit O limpador de rodas integrado Hydrokit consiste num reservatório de água instalado no hidráulico dianteiro do trator e um dispositivo que a projeta a alta pressão sobre as rodas para limpá-las ao sair do terreno.

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17. COMFORTCOVER | Krone A proteção ComfortCover, que se estende até à altura máxima da barra de corte, em posição de transporte, protege outros utilizadores da estrada quando a ensiladora se desloca de uma parcela para outra.

18. NUTRISENSE | New Holland

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O sensor de proximidade infravermelho NutriSense permite que aos agricultores determinem a composição das suas colheitas, incluindo nível de humidade, ADF, NDF, fibra, proteína, cinzas e gordura bruta. O NutriSense está disponível como opcional na CR Revelation.

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19. FLOWTAST | Pöttinger

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A sapata desenvolvida pela Pöttinger substitui o conjunto de roda de balão de cada rotor. Com este dispositivo que não agride as plantas e o solo, os rotores juntam a forragem de maneira ideal, sem o risco de ficar presa, mesmo em terrenos húmidos.

20. VENTI’JAVELOT | Javelot

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O dispositivo Venti’Javelot permite que a ventilação de silos de cereal seja ligada ou desligada remotamente, manualmente ou automaticamente. O sistema monitoriza continuamente a temperatura externa e do cereal e identifica os melhores momentos para otimizar o arrefecimento.

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Pecuária e Energias Renováveis A tecnologia AgroXControl permite declarar às autoridades e monitorizar o espalhamento de chorume. A caixa regista a vida e o trajeto da substância desde a nitreira do agricultor até à parcela onde decorrerá a aplicação, fazendo-se a rastreabilidade da vaca até ao terreno.

22. PAINÉIS TERMOVOLTAICOS COGEN’AIR | Base Estes painéis termovoltaicos produzem eletricidade, mas também calor para aquecer o ar necessário para a secagem no celeiro. A temperatura do fluxo emitido sob as grades é aumentada entre 5 a 15 ° C em comparação com o ar externo. Esta técnica visa melhorar o desempenho do secador e

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O fabricante de Haute-Vienne propõe um reboque basculante “2 em 1” capaz de transportar materiais sólidos e líquidos simultaneamente. Para isso, o Fusion tem por base um design particular, e está equipado com um fundo duplo vedado composto por paredes que eliminam os fenómenos de rolar e balançar durante percursos de estrada. Uma válvula na parte traseira permite conectar um tubo para a recuperação da parte líquida.

24. ESAYNET | Krone

25. AURA, UNIFEED AUTOMOTRIZ | Kuhn

21. XCONTROL | Agro intelligent

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23. BASCULANTE DE FUNDO DUPLO SELADO | Deguillaume

Um suporte no lado esquerdo da enfardadeira facilita a colocação do rolo de rede. Esta solução é garantia de segurança, conforto, e alivia lesões músculoesqueléticas.

III 24

reduzir o tempo necessário para o seu efeito.

O fabricante alsaciano apresenta o seu “robot-unifeed” Aura. Este trata, de forma independente, de todas as etapas da alimentação do gado, desde a colheita da silagem até à distribuição. Também empurra a ração no comedouro.

26. RECKEO, RASTREABILIDADE DOS FARDOS | Track en Go A Reckeo auxilia na organização logística de enfardamento de fardos redondos. Assim que saem da enfardadeira, são rastreados, desde a recolha até ao armazenamento, incluindo o transporte. Este acompanhamento é especialmente útil para prestadores de serviço, mas também para o agricultor, que pode assim saber com precisão o seu stock de forragem disponível.

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IV Peças, Serviço e Eletrónica a bordo

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27. AGRI-CONSENT | AgDataHub A AgDataHub trabalhou em parceria com a Orange Business Services para desenvolver a Agri-Consent. Baseada na tecnologia blockchain, visa proteger os dados dos agricultores, proibindo a sua utilização sem o consentimento dos seus proprietários.

medindo a carga, os rácios, e a altura da lança. Também ajusta a suspensão dos estabilizadores dos modelos Roto, que possuem torre giratória, de forma a manter sua atitude apesar do deslocamento da carga.

28. CENIUS-2TX ZONE FINDER | Amazone e Exatrek

33. PACK FORMAÇÃO | MSA Auvergne

O Cenius-2TX Zone Finder da Amazone é um cultivador projetado para detetar diferenças no solo. Permite gerar mapas de perfil do solo levando em consideração os trabalhos realizados na preparação, otimizando os recursos utilizados. Dados do trator, como consumo de combustível, força de tração e taxa de derrapagem, também são recolhidos.

29. MLB | BPW O fabricante de eixos BPW apresenta o MLB (regulador da força de travagem dependente da carga mecânica). Este dispositivo operado mecanicamente ajusta a força de travagem pneumática de reboques e implementos agrícolas rebocados de acordo com sua carga. É especialmente útil para veículos sem suspensão.

30. CETA DIGITAL | FarmLeap O Ceta Digital, desenvolvido pela startup francesa FarmLeap, permite aos agricultores comparar as suas práticas e resultados de forma a otimizar a sua produção. Permite a troca de mensagens, acesso a clubes de comparação, criação de pesquisas, bem como conexão com consultores e técnicos especializados.

31. APP | Kramp O distribuidor de peças de reposição Kramp lançou a sua aplicação para revendedores. Permite a pesquisa de produtos digitalizando os seus códigos de barras, acesso ao conteúdo de uma entrega ou até mesmo reconhecimento de um objeto através de uma foto (este último recurso ainda em teste). A aplicação integra um módulo de aprendizagem de forma a reconhecer cada vez mais objetos.

A MSA Auvergne e Jean-Noël Allary, formador na área de equipamentos agrícolas na instituição de ensino Breuil-sur-Couze, desenvolveram um pacote de formação para equipamentos de elevação e manipulação com lança telescópica em segurança. O projeto gira em torno dos 5 M’s: mão de obra, material, método, meio ambiente, matéria. O pacote consiste num guia do formando, um filme, um manual do formador, um livrete de avaliação e formação online.

34. RASTREABILIDADE DAS INTERVENÇÕES | My Easy Farm Além de oferecer uma ferramenta online de gestão de parcelas, materiais e inputs, o MyEasyFarm permite automatizar a recolha de informações através de uma aplicação de smartphone para rastrear e documentar cada intervenção.

Ao medir a pressão na câmara de limpeza, este sensor fornece informações para o sistema de controlo da ceifeira. Este último pode então ajustar as suas configurações de forma a otimizar a velocidade e limitar as perdas no campo.

36. VBT | Poclain Hydraulics O módulo de travagem VBT de linha dupla regula a pressão do travão hidráulico de um reboque com base na força aplicada ao pedal do travão do trator. Também pode ser configurado para travagem automática ao desacelerar tratores de transmissão de variação contínua.

37. SISTEMA ANTIRROUBO PARA GRANDES EQUIPAMENTOS | Go4iot Khiko

O sistema ASCS da Merlo oferece mais segurança para os operadores dos manipuladores telescópicos da marca. Garante a estabilidade das máquinas

O Khiko é uma caixa GPS bastante discreta para ser instalada em equipamentos agrícolas. É capaz de detetar movimentos suspeitos e

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35. SENSOR DE PRESSÃO DA CÂMARA DE LIMPEZA | New Holland

32. ASCS | Merlo

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O seu concessionário John Deere para os distritos de Lisboa, Coimbra, Leiria, Santarém (parcial) e Setúbal

SÉRIES 9R/RT/RX

DE 420 A 670 CV

notificar imediatamente o proprietário por e-mail, SMS ou notificação. Pode, inclusivamente, enviar um relatório para as autoridades.

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38. ORIENTAÇÃO BASEADA NOS CORDÕES DE FORRAGEM Este sistema WGS de assistência ao operador utiliza um scanner a laser TiM351 capaz de detetar e medir os cordões. Assim, controla a direção e regula a velocidade do trator durante os trabalhos de enfardamento para otimizar o rendimento do trabalho e evitar bloqueios.

Série 7R

SÉRIES 8R/RT/RX

DE 290 A 388 CV

DE 326 A 458 CV

39. TRACE | Smag

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A ferramenta informática Smag Trace IT torna possível responder ao desafio da rastreabilidade “do campo à mesa”. Os dados registados identificam a utilização de produtos fitossanitários, bem como as práticas incluídas nas especificações das abordagens da indústria.

SÉRIE 6R

DE 135 A 300 CV

40. VITIDRIVE | VitiBot

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O Vitidrive é um controlador universal que controla os robots vinhateiros Bakus. Vários modelos elétricos estão disponíveis para vinhas estreitas e semi-largas.

SÉRIE 6M

DE 114 A 216 CV FINANCIAMENTO www.jinaciolda.pt • jinaciolda.concessao-jd.com LISBOA: Vermelha (Cadaval) – SEDE T. 262 699 000 • F. 262 299 009 jinaciolda@jinaciolda.pt SANTARÉM: Golegã T. 249 976 495 golega@jinaciolda.pt

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COIMBRA: Montemor-o-Velho F. 239 244 420 montemorovelho@jinaciolda.pt

SETÚBAL: Alcácer do Sal T. 265 619 260 alcacerdosal@jinaciolda.pt

LEIRIA: Vieirinhos, Pombal T. 233 959 920 pombal@jinaciolda.pt

Centro de Usados: Palhoça, Cadaval - T. 262 741 204 usados@jinaciolda.pt


DEUTZ-FAHR

5D TTV

COM VARIAÇÃO CONTÍNUA E NÍVEL ALTO DE ESPECIFICAÇÕES

Transmissão TTV de variação contínua, suspensão independente no eixo dianteiro, cabine com especificações premium e compatibilidade com ferramentas para agricultura de precisão são os principais traços que caracterizam a nova série 5D TTV, a que a Deutz-Fahr atribui o cognome ‘multitalento’.

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Deutz-Fahr acaba de apresentar uma nova série de tratores convencionais compactos com transmissão de variação contínua. Os novos 5D TTV parecem-se com os 5D (que são modelos relativamente básicos de entrada de gama), posicionam-se no mesmo segmento de potência, mas entre estas duas séries há mais diferenças do que semelhanças. Partilham os mesmos motores FARMotion e a mesma linha estética mas quase todos os restantes elementos são diferenciados.

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EM FOCO O joystick MaxCom permite gerir a transmissão TTV e diversas outras funções

PRODUTO

AMBIENTE A BORDO A cabine pode ser configurada de série com pressurização e proteção de categoria 4 e o ambiente de trabalho é semelhante ao que encontramos nas séries superiores com transmissão TTV.

CONFORTO E TECNOLOGIA O ar condicionado e o assento pneumático são de série. No que respeita a extras, o cliente pode solicitar a suspensão no eixo dianteiro, que está desenhada para atuar de forma independente em cada um dos lados. A compatibilidade com ISOBUS e a inclusão de um iMonitor3 com ecrã de 8”, que pode integrar funcionalidades para agricultura de precisão, estão também previstas.

LARGURA DE TRABALHO VARIÁVEL

Composta por duas gamas, a transmissão TTV permite alcançar uma velocidade máxima de 40 km/h às 1730 rpm e dispõe de todas as possibilidades de controlo que conhecemos das gamas superiores. É comandada através de um joystick MaxCom.

HIDRÁULICO ATÉ 100 L/MIN Na configuração de entrada, o sistema hidráulico conta com uma bomba de 84 L/min e na configuração mais evoluída pode incluir uma bomba com sensor de carga que fornece 100 L/min às 1850 rpm. O elevador dianteiro faz parte da lista de opcionais. A nível de distribuidores, a oferta vai até um máximo de 10 vias traseiras, 4 vias ventrais e 2 vias dianteiras, sempre com retorno livre e regulação eletrónica de fluxo.

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O ambiente a bordo adota a mesma linha das séries superiores da marca. Para melhor visibilidade e ergonomia, o monitor está instalado fora do apoio de braço, junto ao pilar A

Como acontece com diversos outros elementos nesta série, a largura de trabalho é também configurável. Se o trator se destinar ao trabalho em pomares, olival ou em vinhas de compasso largo, pode ser equipado com um elevador traseiro compacto e pneus estreitos, de modo a ficar com uma largura de apenas 1,75 metros. A largura máxima possível é de 2,18 metros.

DISPONIBILIDADE E PREÇO Os modelos desta série estão disponíveis para encomenda durante o primeiro trimestre de 2021. As primeiras entregas serão feitas no segundo trimestre do ano. O PVP do modelo de topo será de 98.000 Eur + IVA, incluindo: ActiveDrive, elevador frontal, 8 tomadas ventrais e 8 tomadas posteriores, joystick de 8 movimentos, ISOBUS, monitor de 8”, acesso a CTM (Connected Farming Systems) e câmara traseira.

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PRODUTO

EM FOCO

SAME DORADO CVT A TECNOLOGIA DOS GRANDES EM FORMATO COMPACTO Sabendo que há clientes a necessitarem de tratores com dimensões contidas e que em simultâneo fazem uma utilização profissional, onde o conforto e a oferta de tecnologia são essenciais, a Same seguiu o espírito do tempo e acaba de apresentar a série Dorado CVT.

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Os cinco modelos Dorado CVT assemelham-se esteticamente com os modelos Dorado de entrada de gama e de especificações básicas, mas trazem ao segmento dos utilitários compactos um leque de equipamento que é ainda pouco usual.

Com um peso em vazio de 3958 kg e uma distância entre eixos de 2141 mm, os Dorado CVT estão preparados para uma carga máxima admissível de 5800 kg

INTERVALO DE POTÊNCIA DOS 88 AOS 113 CV Esta nova série é formada por cinco modelos, dois deles com motor FARMotion de 3 cilindros, e os restantes três com motor da mesma proveniência mas de 4 cilindros. Cobrem um segmento que vai dos 83 aos 107 cv de potência nominal (ou dos 88 aos 113 cv de potência máxima).

TRANSMISSÃO DE VARIAÇÃO CONTÍNUA Composta por duas gamas, permite alcançar uma velocidade máxima de 40 km/h às 1730 rpm e dispõe das mesmas possibilidades de controlo que conhecemos das gamas superiores da Same. É comandada através de um joystick posicionado no apoio de braço MaxCom. HIDRÁULICO PARA TAREFAS SIMULTÂNEAS Na configuração de entrada, o sistema hidráulico conta com uma bomba de 84 L/min e na configuração mais evoluída por incluir uma bomba com sensor de carga que fornece 100 L/min às 1850 rpm. Na lista de extras está

LAMBORGHINI SPIRE VRT Esta série de tratores é comercializada pela SDF também sob a insígnia da Lamborghini, assumindo neste caso a designação Spire VRT. As características de base são as mesmas, com a diferenciação a evidenciar-se sobretudo nos elementos estéticos.

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incluído o elevador dianteiro. A nível de distribuidores, a oferta vai até um máximo de 10 vias traseiras, 4 vias ventrais e 2 vias dianteiras, sempre com retorno livre e regulação eletrónica de fluxo.

CABINE E CONFORTO Com uma cabine assente em blocos hydro-silent, o conforto para o operador é complementado com a suspensão ActiveDrive de braços independentes no eixo dianteiro. A bordo encontramos o mesmo ambiente de trabalho que já conhecemos dos Frutteto CVT e de outros tratores de gama superior da marca.


NOVO 5D TTV. TTV. NOVO 5D QUALQUER TERRENO,NENHUMA NENHUMADÚVIDA. DÚVIDA. QUALQUER TERRENO, NOVO 5D TTV.

NOVO 5D TTV. QUALQUER TERRENO, NENHUMA DÚVIDA. QUALQUER TERRENO, NENHUMA DÚVIDA.

Com a transmissão continuamente variável, TTV, a suspensão dianteira independente e Com a transmissão continuamente variável, TTV, oa novo suspensão dianteira e a cabina com suspensão por sinoblocos hidráulicos, DEUTZ-FAHR 5Dindependente TTV aconverte cabina com porgrande sinoblocos hidráulicos, o novo DEUTZ-FAHR 5D TTV e Com a transmissão continuamente variável, TTV, a suspensão dianteira independente cada suspensão desafio numa experiência. converte cadasuspensão desafio numa grande experiência. a cabina com por sinoblocos hidráulicos, o novo DEUTZ-FAHR 5D TTV converte cada desafio numa grande experiência.

• 5 modelos de 88 a 113 CV são TTV ••• 55Transmiss modelos de 113 modelos de 88 88 aaindependente 113 CV CV Suspensãão frontal TTV Transmiss s ã o • Transmiss s ã o TTV 5 modelos de 88 a 113 CV •• Suspensã ããso Suspensã oãofrontal frontal independente Transmiss TTV independente • Suspensãão frontal independente

• Cabina de categoriia 4 • •ApCabina oio de braço MaxCom de Cabina de categori categori iiaa 4 4 • Sistemas CFS integrados A p o i o d e b r a ç o MaxCom • A p o i o d e b r a ç o MaxCom • Cabina de categoriia 4 integrados Sistemas CFS integrados • •ApSistemas oio de braçCFS o MaxCom • Sistemas CFS integrados

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5S

MASSEY FERGUSON ATUALIZAÇÕES NA SÉRIE MULTITAREFAS PREMIUM

A estética apresenta traços semelhantes à recém-apresentada série 8S, o sistema hidráulico suporta agora mais peso, o eixo dianteiro rompe com a geração anterior, e a carga máxima admissível passou para os 9500 kg. A bordo, é estreado um novo joystick multifunções. 48

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Massey Ferguson acaba de apresentar a nova série 5S, composta por cinco modelos que se posicionam num intervalo de potência entre os 105 cv do 5S.105 e os 145 cv do 5S.145. Na passagem do motor ao nível de emissões da Fase V, a marca aproveitou para fazer atualizações também em alguns outros componentes e para rebatizar esta série, que fez uma evolução de MF 5400 para MF 5600 e para MF 5700S, e que assume agora a designação MF 5S.

MOTOR DE 4 CILINDROS E 4,4 LITROS Estes cinco novos modelos são uma evolução da série MF 5700S, que vêm substituir, e assumemse como tratores multitarefas com vocação para explorações mistas. O motor Agco Power cumpre a norma da Fase V recorrendo para tal a um sistema ‘Allin-on’ que junta um DOC, um sistema SCR e um catalisador. O intervalo de manutenção foi alargado para as 600 horas.

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EM FOCO

PRODUTO TEXT0 JOÃO SOBRAL

MAIOR CAPACIDADE HIDRÁULICA E MAIOR SUPORTE ESTRUTURAL DE PESO Numa série que apresenta 2,55 m de distância entre eixos, o sistema hidráulico vê reforçada a capacidade de carga, tanto na traseira como na frente e eixo dianteiro com suspensão apresenta uma arquitetura redesenhada. Estas duas atualizações traduzem-se num aumento do nível de carga máxima admissível, que passa de 8500 para 9500 kg.

e Fieldstar5, que dão acesso ao serviço de telemetria MF Connect e ao serviço de documentação MF TaskDoc, permitem gerir a compatibilidade ISOBUS, a condução automática MF Guide ou ainda as funcionalidades MF Section Control, para controlo individual de secções, e MF Rate control, para aplicação de taxas variáveis de acordo com mapas de prescrição.

DISPONÍVEL EM MEADOS DE 2021

TRANSMISSÕES DYNA4 E DYNA6 COM AUTODRIVE Os clientes podem escolher entre duas transmissões – Dyna4, de 16 velocidades, e Dyna6, de 24 velocidades – sendo possível em ambos os casos a configuração com a funcionalidade AutoDrive, para passagem automática de relações e de gamas. A marca estreia nesta série o novo joystick multifunções que surgiu recentemente a equipar os 8S. A versão Essential continuará a ser servida por um joystick mais simples.

ESTILO NEO-RETRO COM MAIOR PREDOMÍNIO DE CINZA No que respeita à estética, a Massey Ferguson retirou a cor preta dos pilares da cabine e fez regressar o cinza claro. É esta

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mesma cor que passa a ocupar também uma maior área na envolvência lateral do capot, a seguir uma tendência que a marca apelida de neo-retro e que traz à memória a combinação de cores usada em épocas mais distantes.

O apoio de braço apresenta uma nova arquitetura e inclui o mais recente joystick multifunções desenvolvido pela MF. Pode acomodar ainda um segundo joystick dedicado ao controlo do carregador frontal

TRÊS NÍVEIS DE ESPECIFICAÇÕES

A série MF 5700S ainda continuará em produção durante o primeiro trimestre de 2021. Prevê-se assim que as primeiras unidades MF 5S comecem a sair da linha de montagem de Beauvais em abril, devendo a chegada ao mercado português acontecer a meio do ano. A marca é representada em Portugal pela Moviter.

O catálogo da marca compartimenta a oferta de especificações destes sucessores dos 5700S em três níveis – Essential, Efficient e Exclusive –, e disponibiliza uma lista de opcionais que, naturalmente, prevê a instrumentação e serviços destinados à agricultura de precisão.

AGRICULTURA DE PRECISÃO Neste campo, destacamos a possibilidade de equipar os MF 5S com monitores táteis Datatronic5

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PRODUTO

EM FOCO

TEXTO JOÃO SOBRAL

CAPACITADO PARA TRABALHOS EXIGENTES LANDINI 7-240 V-SHIFT

A Landini atualizou os motores dos série 7 para cumprirem a norma de emissões da Fase V e deu a estes tratores um ar mais contemporâneo e profissional. O teto da cabine e o capot são os elementos mais diferenciados face à geração anterior. Mas há mais atualizações por detrás da estética.

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7-240 V-Shift é o modelo mais potente fabricado pela Landini. Tal como os seus irmãos dentro da série, dispõe das mais evoluídas ferramentas para utilização profissional. Este modelo esteve entre os finalistas ao prémio TOTY 2021 na categoria para Campo Aberto.

SÉRIE 7 V-SHIFT Na variante de transmissão V-Shift, a série 7 é composta por quatro modelos: 7-200, 7-210, 7-230 e 7-240. A potência máxima com boost destes modelos é de, respetivamente, 190, 210, 225 e 240 cv.

manutenção aconselhado de 1200 horas e cumpre a norma da Fase V através de um sistema DOC+Hi-eSCR2. O sistema de refrigeração é servido por uma ventoinha Viscotronic que contribui para reduzir o ruido e o consumo, minimiza a perda de potência e maximiza a performance de arrefecimento. Como já acontecia nas gerações anteriores, o motor surge encastrado num chassis, o que assegura menor vibração e maior robustez na operação com alfaias combinadas ou equipamentos pesados.

TRANSMISSÃO ZF A transmissão de variação contínua V-Shift é fornecida à Landini pela ZF. Em configuração de 4 gamas, permite um intervalo de velocidade entre os 0,05 e os 59 km/h. O patamar dos 50 km/h pode ser alcançado a um regime económico de 1680 rpm. Uma inovação a nível de comandos é que o joystick EasyPilot passa a incluir cinco teclas configuráveis (My Functions) que têm um menu dedicado no monitor.

MOTOR FPT DE 6,7 LITROS Neste segmento, a Landini mantém a ligação à FPT e recorre ao comprovado bloco NEF de 6 cilindros e 6,7 litros de capacidade. Este motor tem um intervalo de

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SISTEMA HIDRÁULICO De tipo CCLS (centro fechado com sensor de carga) o sistema hidráulico permite uma elevação traseira de 9740 kg e uma elevação dianteira de 3500 kg. A bomba standard fornece 123 L/min de fluxo mas o cliente pode optar por uma bomba de maior capacidade, capaz de fornecer 160 L/min de fluxo. Em ambos os casos, a direção é servida por um circuito independe de 44 L/min. O sistema de gestão de cabeceiras faz parte do equipamento de base neste trator.

LANDINI 7-240 V-SHIFT

MOTOR Fabricante / modelo Nº de Cilindros / cilindrada Potência nominal / máx. com boost Binário máximo Nível de emissões TRANSMISSÃO Configuração Velocidade máxima

FPT NEF 67 6 / 6.728 cm³ 220 cv / 240 cv 979 Nm Fase V Variação contínua 59 km/h

HIDRÁULICO Fluxo da bomba (opcional)

Traseira: 9.740 kg Ft: 3.500 kg 123 L/min (160 L/min)

DIMENSÕES Distância entre eixos Carga máxima admissível

2.820 mm 13.000 kg

Capacidade de elevação

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CONFORTO O eixo dianteiro conta com suspensão hidráulica, com atuação independente em cada roda. E para a suspensão da cabine existem duas possibilidades: mecânica ou hidráulica semiativa. O operador tem ao dispor três níveis de amortecimento, que pode selecionar conforme a sua preferência. A nível da direção, a marca introduziu também desenvolvimentos, sendo agora possível fazer um ajuste infinitamente variável do rácio de viragem. Entre outras inovações, a direção possui um sistema de absorção de impactos e, quando o volante é libertado, faz um realinhamento automático tanto em avanço como em recuo.

A atualização estética traz a esta série uma afirmação de identidade e uma aparência mais contemporânea. Esta linha deverá marcar a tendência para a renovação das séries abaixo

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O monitor de 12” foi atualizado a nível dos menus. Oferece agora possibilidades mais amplas de configuração. Entre as novidades está o menu My Functions, para atribuição de funções às 5 teclas configuráveis que fazem parte do joystick EasyPilot

AMBIENTE A BORDO

No habitáculo, a coluna de direção recebe um comando elétrico para se fazer o ajuste em profundidade (aproximação ou distanciamento do condutor). A regulação em altura também foi aperfeiçoada, fazendo-se através de uma manete. As atualizações abrangeram ainda o monitor DSM de 12”. A parte física mantém-se mas os menus foram revistos e oferecem um leque mais vasto de configuração de funções.

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AJUSTE DE PRESSÃO E TELEMETRIA A Landini passa a disponibilizar como opção um sistema de controlo da pressão dos pneus (EazyGrip), ajustável a partir do terminal. Segundo os dados apresentados, a utilização da pressão correta pode contribuir para uma poupança de combustível até 12,5%. A telemetria é um extra disponível para esta série, permitindo identificar em tempo real a localização do trator, programar a manutenção e consultar dados relativos a consumos e rendimento de trabalho.

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RECEBE APERFEIÇOAMENTOS Na recém-apresentada renovação da série A, a Valtra procede ao aperfeiçoamento vários detalhes. A designação de cada modelo passa a corresponder à potência fornecida e o intervalo de manutenção é alargado para as 600 horas. Com chegada para breve ao mercado nacional, a marca está já a aceitar as primeiras encomendas.

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S TRÊS MODELOS DE ENTRADA

da série, A75, A85 e A95, preenchem um intervalo de potência que começa nos 75 e termina nos 95 cv. Partilham um motor Agco Power de 3 cilindros, com 3,3 litros de capacidade, e uma transmissão mecânica de 12 relações. Em opção, esta caixa pode incluir dois níveis de powershift em cada relação, assumindo neste caso a designação HiTech2.

Ambos os motores, de 3 e 4 cilindros, cumprem agora com o nível de emissões Fase V recorrendo a um sistema DPF+EGR. E o intervalo de manutenção foi alargado, passando das 500 para as 600 horas

Estes três modelos são montados na fábrica do Grupo AGCO, em Changzhou, na China, o que marca justifica com a necessidade de manter a capacidade da fábrica finlandesa para projetos que fazem parte da estratégia para os próximos anos.

MODELOS INTERMÉDIOS Os modelos intermédios, A105 e A115, são propulsionados por um motor Agco Power de 4 cilindros, com 4,4 litros, que fornece, respetivamente 105 e 115 cv de potência. Podem ser configurados com a transmissão mecânica de 12 relações ou então com a transmissão Powershift HiTech4, fabricada

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EM FOCO

PRODUTO TEXTO JOÃO SOBRAL

ATUALIZAÇÃO NOS MOTORES Tanto o bloco de 3 cilindros como o bloco de 4 cilindros estão em conformidade com a Fase V. Para cumprir esta norma de emissões, dispõem de um sistema combinado EGR+DPF+SCR. Outra novidade é a extensão do intervalo de manutenção, que passa das 500 para as 600 horas.

CORES Os modelos com transmissão mecânica estão disponíveis exclusivamente em cor vermelha. Quanto aos modelos HiTech4, têm acesso à palete de cores da Valtra. Além disso, todos os modelos da série A montados na Finlândia beneficiam do leque de opções do Unlimited Studio.

A consola de comandos dos modelos de entrada de gama foi redesenhada

A Valtra reorganizou ligeiramente o interior da cabine, sobretudo ao nível dos controlos do sistema hidráulico.

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pela GIMA em França, que conta com 16 relações (32 relações na variante com creeper). Nesta transmissão, o operador pode gerir manualmente a transição entre relações ou então optar pelo modo automático.

MODELOS DE TOPO Os modelos que encerram a série, o A125 e o A135, com 125 e 135 cv, respetivamente, contam apenas com a variante de transmissão mecânica, sem níveis de powershift. Tal como os A105 e A115, são propulsionados por um motor fabricado pela AGCO Power em Changzhou. Este motor é transportado para a Europa para se juntar aos restantes componentes, no processo de montagem do trator realizado em Suolahti, na Finlândia.

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OUTROS DETALHES ATUALIZADOS Na anterior geração, a função Auto Traction (embraiagem no pedal de travão) estava permanentemente ativa. Agora, a marca instalou um botão no pilar B da cabine no qual o operador pode ligar e desligar esta função.

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A segurança foi reforçada com a inclusão de um duplo circuito hidráulico de travagem.

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A marca oferece a possibilidade de equipar os modelos da série A com o sistema de telemetria Valtra Connect para monitorização e gestão de frotas.

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Os modelos A75 a A95 são montados na fábrica do grupo AGCO em Changzhou. Já os modelos de maior potência são montados na fábrica de Suolahti


PRODUTO

EM FOCO

Motor conforme à Fase V, reforço da capacidade hidráulica ao nível da elevação e do caudal, carga máxima admissível aumentada e revisão estética. São estes os principais destaques da atualização aplicada pela Claas aos Arion 400.

CLAAS ARION 400 COM ATUALIZAÇÕES E MAIS UM MODELO

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a transição para a Fase V de emissões, aos seis Arion 400 pré-existentes junta-se o Arion 470 que vem encerrar a série no patamar dos 155 cv de potência máxima com boost. A propulsão é assegurada por um motor FPT de 4 cilindros, com 4,5 litros de capacidade, que fornece um boost de +10 cv nos 4 modelos de maior potência. Cumpre agora os requisitos da Fase V, recorrendo a um sistema SCRoF (redução catalítica seletiva no filtro) + DOC. A série vai dos 90 cv (potência nominal) do Arion 410 aos 145 cv (potência nominal) do Arion 470. Quanto à transmissão, são duas as opções: Quadrishift de 16 relações e Hexashift de 24 relações. Ambas oferecem ao operador um interessante

A bordo, o visor CIS+ a cores dá acesso às principais opções de personalização

leque de configuração, onde se inclui a passagem de relações em modo automático. Uma das atualizações de maior relevo foi feita ao nível do hidráulico. A capacidade de elevação traseira passou dos 5750 para os 6250 kg, e é disponibilizada mais uma opção de bomba. Mantém-se o sistema de centro aberto com caudal de 60 ou 100 L/min, e o sistema de centro fechado com sensor de carga e caudal de 110 L/min. Mas nesta variante os clientes passam a poder optar por um caudal superior, de 150 L/min. Muita das ferramentas tecnológicas presentes nas séries maiores das Claas podem ser incluídas nos Arion 400: compatibilidade ISOBUS, condução automática, sistema de gestão de cabeceiras (CSM), assistente de manobras de viragem (Auto Turn), entre outras. Do ponto de vista estrutural, os modelos de entrada (Arion 410 e Arion 420) mantêm inalterada nos 8500 kg a carga máxima admissível. Mas nos restantes modelos este indicador é revisto e passa para os 9000 kg. Na cabine de 5 pilares, o teto Panoramic continua entre as opções. Oferece 2,41 m² de superfície vidrada em contínuo, a pensar nos trabalhos em altura com carregador frontal.


simple | intelligent | feeding

UNIFEEDS AUTOMOTRIZES de 13 m³ a 32 m³

NOTÍCIAS

CRIADA PARA VENCER No final do mês de agosto, no 38º Concurso Nacional da Raça Holstein Frísia que decorreu na AgroSemana, sagrou-se Jovem Grande Campeã Nacional a novilha M&S Jordy Adya, do produtor Miguel Matias, da Sociedade • Desde máquinas adequadas para uso em espaços confinados, Agrícola Matias & Silva. até Oàs indicadas explorações de mais de 1000 animais. sucesso desta novilhapara com 12 meses já era expectável, uma vez que conta • Gama completa caracterizada pela alta manobrabilidade, com uma genética de elite: filha de Jordy excelente funcionamento Red e Pereira Archrival M&M Arianna e mistura de alimentação rápida e (embrião importado dos Estados Unidos) está desenhado 4 fases, ajustandoexpressar todo o seu potencial genético homogénea, que economiza tempo e em combustível. e neta de MS Doorman Armani. se aos requisitos dos animais em cada e a tornarem-se altas produtoras. Ainda assim, o produtor quis assegurarfase de crescimento, e acompanhando A novilha tornou-se assim uma grande -se de que, ao crescer, este animal tiraria as vitelas e novilhas nos primeiros 24 vencedora e um exemplo dos excecionais o melhor proveito desta genética. Para meses de vida. Com este programa resultados que se pode alcançar aliando isso, contou com a ajuda do programa de é possível recriar vitelas de forma uma genética de excelência à melhor recria Kaliber (De Heus). Este programa económica e eficiente, ajudando-as a nutrição.

UNIFEEDS rebocáveis de 5 m³ a 45 m³

O sistema de alimentação de precisão, com tecnologia NIR, permite ao agricultor distribuir uma alimentação equilibrada aos animais, segundo o determinado pelo nutricionista, isto graças a uma análise contínua dos ingredientes utilizados e o ajuste ótimo e em tempo real do seu peso.

SABE COM PRECISÃO O QUE AS SUAS VACAS COMEM? » Analisador de tecnologia NIR » Indicação do valor dos nutrientes e da matéria seca » Refaz em tempo real e de forma automática o cálculo do peso que deverá carregar para manter os valores dos nutrientes

253 808 420 www.abolsamia.pt

Tv. Cruz de Pedra n.º 4/6 - 4750-543 Barcelos Email: maciel.lda.comercial@gmail.com

ruminantes outubro . novembro . dezembro 2019

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PRODUÇÃO ANIMAL

por ISABEL MAIA

ISABEL MAIA, Gonçalves por casamento. 38 anos. Abracei o desafio de trazer, para o século XXI, os negócios agrícolas da família que vêm a passar de geração em geração. Estando a construir um estábulo, há um estudo inevitável que tenho de fazer sobre a tecnologia disponível no mercado. É essa partilha que pretendo fazer a cada número de abolsamia. Se quiserem seguir o meu dia-a-dia, podem fazê-lo através do meu blog, em www.agricultoraveterinariaemae.pt , e/ ou respectivas páginas de facebook e Instagram com o nome “Agricultora, Veterinária e Mãe”.

COW TOILET A inovação que permite separar a urina das fezes dos bovinos

UM WC DE OURO 56

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A cada 2 anos, ocorre o Eurotier, na Alemanha. É uma das maiores feiras europeias do sector agrícola e pecuário. A organização distribui prémios às marcas que apresentem inovações de relevo.

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PRODUÇÃO ANIMAL Menção ainda para outra Medalha de Prata no Innovation Award EuroTier 2021: a barra localizadora com tubo de plástico como suporte da Möscha Spreader.

COW TOILET Este ano, o prémio ouro foi atribuído à holandesa Hanskamp, pela criação do “Cow Toilet”. A Hanskamp criou uma box/ estação, com porta traseira automática, que faz a estimulação da vaca, para que esta urine, enquanto está dentro da mesma. O objectivo é separar a urina das fezes na sua origem: a vaca. Recomendo a visualização do vídeo com a apresentação do produto: https://youtu.be/V_W6XqJncb4 Esta inovação é a resposta às preocupações ambientais com as emissões com gases de efeito

estufa com origem nos bovinos. Essas emissões são mais pronunciadas quando as fezes e as urinas se misturam. Nesse sentido, a Hanskamp desenvolveu este produto que potencia a separação. Deverá ser comercializado e distribuído primeiro no mercado holandês, já em meados deste ano. Cada box rondará os 20000€ e poderá receber até 25 vacas por dia. De referir que existem mais vantagens para além da diminuição das

emissões. O piso do estábulo estará mais seco, logo as vacas terão maior saúde podal. O odor do estábulo proveniente da fermentação da fossa estará francamente diminuído. Além disso, como as fezes e as urinas possuem características diferentes como fertilizantes orgânicos, poderão ser utilizados de uma forma mais dirigida/ balanceada durante a fertilização do que na habitual combinação, quando misturados na fossa.

DELTA X PACK Houve mais 6 prémios prata, mas queria referir que também a francesa Bioret Agri, apresentou uma inovação com o mesmo princípio: separar a urina das fezes. Chamaram-lhe Delta X Pack. Neste caso, foi desenvolvido um sistema que envolve o design da cama e do piso do estábulo para permitir essa separação. Uma detalhada explicação da inovação

pode ser encontrada no seguinte link: https://www.bioret-agri.com/ pt/delta-x-pack Como qualquer inovação disruptiva, é natural que assistamos no futuro a melhorias, a imitações e a alguma desconfiança. Gostaria que olhássemos para o investimento que estas duas empresas estão a fazer em investigação como um esforço que deve ser valorizado pela produção, no encalço de um método produtivo cada vez mais sustentável. Nem sempre o maior desafio será desenvolver a tecnologia e dar-lhe um preço justo para ambas as partes. Às vezes, o maior desafio é convencer-nos que a devemos adoptar, em vez de lutar contra.

MÖSCHA SPREADER Espalhar estrume líquido e resíduos da fermentação próximo do solo e, portanto, com baixas emissões é muito importante por razões de proteção ambiental e de recursos. Por causa do tamanho e peso das barras, a tecnologia moderna de pulverização atinge com muita frequência os seus limites físicos, especialmente em terrenos acidentados ou mesmo montanhosos em determinadas regiões de pastagens. A barra Möscha Spreader, com tubo de plástico como elemento de construção de suporte, é caracterizada pelo seu design simples e, ao mesmo tempo, extremamente leve. A Möscha alcança pesos de barras

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mais leves usando tubos de plástico cobertos em vez de totalmente em metal. Este desenvolvimento posterior com outros materiais reduz significativamente o peso da barra dobrável. Além de economizar material e combustível, este desenvolvimento também aumenta as possíveis aplicações do sistema, porque a distribuição precisa de estrume líquido próximo do solo com uma mangueira de arrasto ou sapata de arrasto acoplada à tecnologia de barra correspondente. Também pode ser usada em reboques mais leves que requerem menos força de tração e em terrenos com contornos mais extensos.

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PRODUÇÃO ANIMAL

NOTÍCIAS

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estinado a explorações a partir das 300 vacas com exigências especiais ao nível da rapidez e eficiência do processo de alimentação dos animais, o SelfLine 4.0 System 300+ constitui um reforço da oferta de automotrizes da marca e o completar do portfólio entre os modelos Compact e Premium. Com chassis de 3 pontos e capacidades desde os 13 m³ até aos 22 m³, preenche uma gama de modelos que já contava com os System 500+ e os 1000+ (19 m³ a 32 m³).

EXPERIÊNCIA DOS MODELOS MAIORES Conceptualmente baseado no experimentado System 500+, o System 300+ mantém várias características do seu “irmão mais velho”, como por exemplo, o chassis robusto com suspensão pneumática ou as quatro rodas motrizes. Os pneus de grandes dimensões foram pensados para o conforto, em velocidades até aos 25 km/h, mas também para manter a altura ao solo e a tracção ideais. O motor equipado é um Volvo de 218 cv com elevado binário que, de acordo com o fabricante, com uma coordenação perfeita com o sistema hidráulico, um intervalo de manutenção de 1000 horas, e um reduzido consumo de combustível, oferece uma significativa redução de custos.

GESTÃO DIGITALIZADA DA ALIMENTAÇÃO

SILOKING SELFLINE 4.0 SYSTEM 300+ Como parte da estratégia Best of Five, apresentada em outubro, o fabricante especialista em tecnologia de alimentação animal, sediado em Tittmoning, Alemanha, desenvolveu um novo unifeed automotriz: o SelfLine 4.0 System 300+.

Como em todos os modelos “filhos” da estratégia Best of Five, o System 300+ oferece ao operador vários sistemas de assistência destinados ao aumento do conforto de operação. A desativação automática da unidade de mistura quando terminado o tempo da pós-mistura ajustável, ou a desativação dos sem-fins de mistura quando terminada a descarga da forrajem por grupo de animais, são apenas dois exemplos. Estes sistemas, juntamente com o Siloking Data, uma combinação de báscula programável e Feeding Management Software, representam o nível tecnológico para a gestão digitalizada da alimentação oferecido pelos mais recentes unifeeds da Siloking. Como opcional, a marca oferece ainda a hipótese de um sistema de telemetria, o Siloking Telematics, através do qual os dados da máquina são transmitidos constantemente por teletransmissão e uma App.


PARA COWBOYS DE MOTO4

FABRICADO PELA CANADIANA LAKELAND, o ATV Calf Catcher permite uma captura rápida e segura dos vitelos sem ter de abandonar o veículo, podendo depois o operador entrar com segurança na gaiola. Desta forma, reduz-se o perigo para o operador e o stress para a vaca, pois pode ver e cheirar o seu vitelo. Com uma construção robusta, atestada pela qualidade das soldaduras, e uma montagem e desmontagem rápida quer em ATVs, quer em UTVs (opcional e carece de confirmação das medidas do veículo). Depois de posicionar a gaiola de forma a que

o vitelo fique lá dentro, a ativação das portas é feita através de um pedal, de forma que possa manter as mãos seguras no guiador do ATV. A gaiola mede 2m x 1,2m, com suportes de montagem totalmente ajustáveis ​​para montagem na maioria dos ATVs. Fabricado no Canadá, o equipamento pode ser entregue diretamente na casa do comprador sem nenhum custo extra de transporte, já que a Lakeland não dispõe de uma rede de concessionários, mas envia para todo o mundo. O preço situa-se na ordem dos 3200€.


CULTURAS ESPECIALIZADAS

NOTÍCIAS

New Holland TK a metano operam em vinhas biológicas A ligação entre a New Holland e a Fontanafredda já vem de trás e é agora inaugurado mais um capítulo, em torno de um novo projeto.

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omo casa vitivinícola, que entre outros grandes vinhos produz o tinto Barolo, a Fontanafredda possui atualmente 120 hectares de vinhas certificadas em modo biológico. Por seu lado, a CNH Industrial, que detém a New Holland e o fabricante de motores FPT Industrial, tem vindo a apostar em soluções para uma transição energética na agricultura, sendo um dos principais caminhos os motores a gás metano. É aqui, no plano da responsabilidade ambiental, que ambos os lados desta aliança se encontram. Assim, a mais recente parceria estabelece que são fornecidos à Fontanafredda dois tratores New Holland TK Methane

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Power configurados com rastos de borracha. Estes tratores, que vão operar na Vigna La Rosa, onde é produzida a uva destinada ao vinho Barolo, estão equipados com motor FPT de 4 cilindros, com 2,8 litros de cilindrada, preparado para consumir gás natural ou biometano. Segundo a FPT, este motor compacto carateriza-se pelo seu baixo impacto ambiental, o que o torna adequado para culturas especializadas como é o caso dos pomares e das vinhas. Capaz de fornecer 75 cv de potência, este motor F28 pode também consumir diesel e pode funcionar em modo híbrido diesel/gás. Na comunicação à imprensa, foi referido que na Fontanafredda os TK irão consumir gás produzido

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Os TK Methane Power estão equipados com motor FPT de 4 cilindros preparado para consumir gás natural ou biometano

A mais recente parceria estabelece que são fornecidos à Fontanafredda dois tratores New Holland TK Methane Power configurados com rastos de borracha

num biodigestor alimentado a partir de sobrantes agrícolas. Não foi no entanto adiantada qualquer informação acerca de perspetivas para uma potencial produção em série destes modelos.

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CULTURAS ESPECIALIZADAS

Centrais hidráulicas Agriduarte para aumento de caudal

PULVERIZADORES DA KUHN COM OPÇÃO DE GIROSCÓPIO A PARTIR DE AGORA os pulverizadores Metris 2 e Oceanis 2 podem ser configurados com um sistema de direção que tem por base um giroscópio. Segundo a marca francesa, este opcional proporciona uma trajetória mais precisa e reduz os estragos na cultura. É dispensada a tradicional ligação mecânica ao trator para fazer funcionar a direção do pulverizador. Com o Track Assist, basta afixar o sensor

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giroscópio na parte traseira do trator através de um íman para que as rodas do pulverizador sigam exatamente a mesma trajetória das rodas do trator. Este sistema proporciona um ângulo de viragem de 23° no Metris 2 e de 28° no Oceanis 2. Atua num intervalo de velocidade entre os 2 e os 22 km/h, para garantir precisão nas cabeceiras e assegurar uma deslocação segura em estrada. Faz ainda o realinhamento com o trator nas manobras de recuo.

A PERFORMANCE HIDRÁULICA que os tratores trazem de série nem sempre é suficiente para as exigências das culturas especializadas, nomeadamente quando são usadas alfaias de movimentos combinados ou que exigem fluxo contínuo. Quando se envereda pela preparação de um trator, a Agriduarte é um fornecedor que a este nível dispõe de soluções no seu catálogo. As centrais hidráulicas Agriduarte são acionadas através da TDF e podem ser adaptadas a qualquer trator através de um engate de 3 pontos.

O modelo HydroTrac 40 pesa 230 kg e destinase a tratores acima de 45 cv. Fornece 36 L/min de caudal a uma pressão de 220 bar e dispõe de um reservatório para 120 litros de óleo. A casa bracarense disponibiliza ainda uma versão HydroTrac 40R que se diferencia por incluir um refrigerador de óleo, que acrescenta 15 kg de peso à versão de base.

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CULTURAS ESPECIALIZADAS

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Os dados referentes às máquinas e os dados referentes às parcelas são integrados numa única plataforma

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enominada AVR Connect, foi desenvolvida em colaboração com a firma Dacom Farm Intelligence e permite cruzar os dados referentes às parcelas com os dados referentes às máquinas. A finalidade é tornar os processos mais eficientes. A plantadora AVR Ceres 440, que é o mais recente lançamento feito pela marca belga, já pode ser configurada com esta tecnologia. Em configuração de 4 linhas, com controlo independente a cada linha via ISOBUS, esta máquina permite fazer controlo de secções e aplicação variável das doses prescritas (de planta e de fertilizante) para cada parcela. Está disponível em versão mecânica ou hidráulica. Esta segunda versão inclui um motor hidráulico separado em cada linha, o que permite definir para cada linha um diferente espaçamento de plantação.

Plantadora de batata AVR Ceres 440 com ligação digital A AVR criou uma plataforma digital que fornece uma perceção em tempo real acerca do funcionamento das suas máquinas. Se a Ceres 440 for configurada com ligação ao serviço AVR Connect, entre outras funcionalidades, estarão disponíveis as seguintes: definir e monitorizar a distância entre plantas; visualizar a área feita e por fazer; estimar a quantidade de plantas

necessárias para cada parcela; e consultar a área total plantada numa campanha. A AVR é representada em Portugal pela firma Jopatricio Comércio e Reparação, com sede em Salvaterra de Magos.

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NOTÍCIAS

CULTURAS ESPECIALIZADAS

ROBOT PORTUGUÊS NA VINHA E OLIVAL QUATRO INSTITUIÇÕES PORTUGUESAS integram o projeto europeu NOVATERRA, que pretende garantir uma maior segurança alimentar, promovendo o acesso a alimentos saudáveis e minimizando o impacto do uso de pesticidas no ambiente. Através de uma série de casos de estudos em contexto de olivais e vinhas na região do Mediterrâneo, o projeto visa eliminar ou reduzir significativamente o uso e o impacto negativo de produtos fitofarmacêuticos (também conhecidos como pesticidas). O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) irá ser responsável por desenvolver um robot inovador para realizar o controlo e manutenção da vegetação na linha e entre linha da vinha/ olival, que posteriormente será testado num piloto de larga escala temporal. Este piloto será realizado em duas áreas vitivinícolas da Península Ibérica, propriedades das empresas Sogrape Vinhos S.A. e Terras Gauda.

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PNEUS

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NOVOS V-FLEXA Os V-Flexa incorporam a tecnologia VF, que permite aos pneus transportarem 40% mais peso com a mesma pressão de ar que os pneus padrão. A GAMA V-FLEXA da BKT apresenta agora três novos tamanhos. VF 600/65 R 26.5, VF 650/55 R 26.5 E VF 560/60 R 22.5 são as soluções que passam a fazer parte desta gama de pneus radiais desenhados para os reboques agrícolas. Apresentado na Agritechnica 2019, o V-FLEXA conta com a tecnologia Flotation de última geração que inclui um piso com três camadas de lonas em aço HD (heavy duty) que oferece mais força

à lona de carcaça e, por conseguinte, maior resistência. A largura do pneu permite uma distribuição perfeita da carga. Desta forma, evita-se a compactação do solo. Autolimpeza, durabilidade e baixa resistência ao rolamento são as restantes qualidades dos produtos desta gama. As novas soluções VF 600/65 R 26.5, VF 650/55 R 26.5 e VF 560/60 R 22.5 juntam-se assim ao tamanho já disponível, VF 600/55 R 26.5.

BKT LANÇA NOVO PNEU PARA ATV DESENHADO para a utilização em veículos ATV, o Sierra Max Pro é um pneu radial com uma pegada mais larga. Assim, o pneu oferece maior tração lateral e frontal. O Sierra Max Pro foi concebido a pensar em todos os tipos de terreno, dos mais rígidos aos mais compactos passando pelos mais soltos. O Sierra Max Pro foi desenhado para garantir uma condução extremamente

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confortável, bem como segurança e controlo absoluto sobre a direção e condução. O novo produto da BKT está disponível no tamanho AT 27 X 11 R 14. O AT 25 X 8 R 12 está em fase de desenvolvimento e irá juntar-se em breve ao portefólio de pneus BKT. Aliás, a empresa dispõe de uma das gamas de produtos mais amplas do mercado, com mais de 2700 pneus à disposição dos consumidores.

A Kleber apresentou a sua nova gama Topker IF, um pneu para tratores de grande potência que se destaca pela sua excelente relação qualidade/ preço e pelas vantagens da arquitetura IF (Improved Flexion)

NOVA GAMA KLEBER TOPKER IF DESENHADA para uma utilização polivalente em tratores com mais de 200 CV, está disponível em cinco medidas para o eixo dianteiro e seis para o eixo traseiro. A nova gama Kleber Topker IF oferece – com a mesma pressão de enchimento – até 20% mais capacidade de carga ou suportar a mesma carga que um pneu standard equivalente com uma pressão de enchimento 20% menor, graças à sua arquitetura IF. Tal solução permite que os agricultores utilizem implementos mais pesados ​​conseguindo uma pressão menor sobre o solo, bem como maior capacidade de tração e maior conforto. A gama Kleber Topker IF chegará ao mercado entre fevereiro e dezembro de 2021 com as seguintes medidas: PNEUS DIANTEIROS IF 600/65 R28, IF 600/70 R28, IF 600/70 R30, IF 650/65 R34, IF 650/60 R34 PNEUS TRASEIROS IF 650/85 R38, IF 800/70 R38, IF 650/75 R38, IF 710/70 R38, IF 710/70 R42, IF 710/75 R42

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NOTÍCIAS

PNEUS

TORQUEMAX COM OPÇÃO VF

MICHELIN CROSSGRIP COM DUAS NOVAS MEDIDAS A MICHELIN introduz duas novas medidas na gama MICHELIN CrossGrip: 440/80 R 34 E 480/80 R 34. Com esta incorporação, a polivalente gama MICHELIN CrossGrip, um pneu All Season para retro-escavadoras, pás carregadoras,

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telescópicas e tratores de pequena e média potência, concebido para uma utilização polivalente, em estrada como no campo, soma um total de 12 referências, disponíveis tanto enquanto equipamento original como de substituição.

A GAMA PREMIUM da CEAT incorpora na sua oferta pneus radiais de flutuação. De acordo com a CEAT, o desenho especial e a construção robusta, com maior flexibilidade da parede lateral, permitem que o veículo equipado com os Torquemax VF carregue 40% mais carga do que com um pneu padrão com a mesma pressão. Como alternativa, no campo, a pressão dos pneus VF pode ser reduzida em 40% em comparação com os pneus padrão, mesmo quando transportando a mesma carga.

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TAMBÉM PARA PULVERIZADORES A CEAT Specialty anunciou ainda o lançamento da sua nova gama VF para pulverizadores, ainda que não tenha colocado uma data para o acontecimento.

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SEGURANÇA

DISPOSITIVOS OBRIGATÓRIOS

TEXTO JOÃO SOBRAL

ARCO DE PROTEÇÃO, CINTO E PIRILAMPO SÃO OBRIGATÓRIOS

O segredo está na homologação. Sempre que os tratores e outras máquinas agrícolas tenham sido homologados com dispositivos de segurança, como estruturas de proteção, cinto e pirilampo, é obrigatória a presença e utilização destes elementos.

A

lei prevê que devem dispor de um arco de segurança os tratores agrícolas homologados com este dispositivo, o que abrange todos os tratores matriculados após 1 de janeiro de 1994 e também alguns tratores com registo anterior a esta data.

A OBRIGATORIEDADE DE DISPOR DE UMA ESTRUTURA DE PROTEÇÃO É DETERMINADA PELA HOMOLOGAÇÃO Em esclarecimento à revista abolsamia, João Fonseca, Tenente-coronel da GNR, refere que “desde o dia 8 de janeiro de 2021, passou a ser obrigatório circular com arco de segurança

erguido e em posição de serviço. Esta obrigatoriedade aplica-se aos tratores homologados com esta estrutura”. Carlos Graça, subdiretor da Unidade da ACT em Beja, acrescenta que “esta obrigatoriedade abrange não só a circulação em via pública mas também a condução e operação aquando em efetivo trabalho, nas explorações agrícolas. Sempre que o trator se desloque, em estrada ou nas explorações, é obrigatório circular com o arco em posição ativa”. No que diz respeito aos arcos que tenham sido adulterados Carlos Graça adianta que a fiscalização (feita pela ASAE, pela ACT e por outras entidades) “abrangerá estas adulterações e tem os meios adequados para intervir.

Por razões de segurança e cumprimento da lei, o arco apenas deve ser rebatido quando as circunstâncias de trabalho o justifiquem. Ultrapassada essa necessidade, deve voltar a ser colocado em posição de serviço. A circulação na via pública com o arco rebatido e sem cinto colocado está sujeita a multa.

Uma fonte da DGADR referiu ainda que, se os tratores matriculados após 1 de janeiro de 1994 não estiverem equipados com uma estrutura de segurança (arco, quadro ou cabine), ou no caso de o arco estar rebatido durante a circulação na via pública, as coimas vão dos 120 aos 600 Eur. Assim, no caso de estas estruturas terem sido retiradas, ela deverão voltar a ser instaladas.

O USO OBRIGATÓRIO DE CINTO DE SEGURANÇA A este respeito, Carlos Graça avança o seguinte esclarecimento. “Para os tratores homologados com sistema de retenção (cinto de segurança), os operadores são obrigados a utilizar o cinto de segurança na estrada, e dentro das explorações aquando em


€120 €600

trabalho efetivo, em simultâneo com o arco de segurança na posição ativa”. Acrescenta ainda que, quando um modelo tiver sido homologado sem cinto, “não há a obrigatoriedade de instalar e usar o mesmo”.

O USO OBRIGATÓRIO DE PIRILAMPO Em esclarecimento à revista abolsamia, o Tenente-coronel João Fonseca refere que “a instalação de avisadores luminosos especiais de cor amarela é obrigatória quando se trate de, entre outros, máquinas industriais e veículos agrícolas, salvo os motocultivadores que circulem sem semirreboque ou retrotrem”. Carlos Graça, da ACT, refere que esta obrigação abrange os tratores que “sejam detentores de instalação adequada, independentemente da idade e dimensão. Para os tratores homologados com

Os tratores matriculados após 1 de janeiro de 1994 que não estejam equipados com uma estrutura de segurança (arco, quadro ou cabine) estão sujeitos a coimas de 120 a 600 Eur.

essa pré-instalação e, portanto, ela existe, são obrigados a estar equipados com avisadores luminosos especiais (pirilampo). Os tratores homologados sem essa pré-instalação, não são obrigados a estar equipados com avisadores luminosos especiais”. João Fonseca esclarece ainda que “os avisadores luminosos especiais não devem, em qualquer circunstância, prejudicar a visibilidade do condutor para a frente e para a retaguarda e devem ser visíveis num ângulo de 360º a uma distância mínima de 100 metros”. E QUANDO O PIRILAMPO NÃO É VISÍVEL POR QUEM CIRCULA ATRÁS? O pirilampo é instalado no trator mas, acontece com frequência que um equipamento rebocado,

como por exemplo um reboque de silagem, ou um reboque monocoque com carga, impeça a visibilidade desta luz avisadora a partir de trás. Perante este cenário, Carlos Graça refere que “de forma a respeitar os parâmetros de visibilidade e garantir que os veículos sejam visíveis, quer para a frente quer para a retaguarda, num ângulo de 360°, a uma distância de 100 metros, pelos outros veículos que circulam na via, o trator/reboque deve ser munido de dois avisadores luminosos/pirilampos, um à frente e outro atrás, em que um deles pode ser amovível”. Também João Fonseca recorda que devem ser instalados dois pirilampos “quando não seja possível respeitar os parâmetros de visibilidade devido à configuração do contorno envolvente exterior do veículo ou da carga transportada ou rebocada”.

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Dobradiças do capot Ajuste dos espelhos Dobradiças das portas Inclinação e ajuste de monitores Ajuste do encosto das costas Apoio do veio da direção Comando operacional Ajuste dos apoios dos braços Comando de válvulas hidráulicas Alimentação elétrica do assento Pedais Apoios da suspensão Acoplamentos / Powerlift

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SEGURANÇA

REPOSIÇÃO

E QUANDO É PRECISO REPOR UM ARCO? Com alguma frequência, encontramos no mercado de usados alguns tratores que, tendo sido homologados com uma estrutura de proteção, já não dispõem dessa estrutura ou de parte dela. Nestes casos, o que fazer para que o trator continue operacional e em conformidade com a lei?

JOÃO PIMENTA, DIRETOR COMERCIAL DA VALTRA EM PORTUGAL

FERNANDO GARCIA, DIRETOR COMERCIAL DA NEW HOLLAND PORTUGAL

“Desde 1991 que a Valtra, Valmet à época, só fabrica tratores com estrutura de segurança contra capotamento, seja sob a forma de cabine aberta, cabine fechada, ou arco de segurança basculante para os tratores especialistas. Todas as estruturas têm homologação OECD ou EU para o respetivo trator, fazendo parte integrante do mesmo.

“A New Holland pode oferecer, através do departamento de peças, arcos de proteção pelo menos para os tratores produzidos nos últimos 10 anos, embora tenha ainda esta peça para outros modelos mais antigos. O preço varia de série para série.

No entanto, para cumprir a legalidade, o arco de proteção tem que ter cravada a chapa de homologação original e este elemento não é disponibilizado com o arco fornecido como peça. O arco como peça está pensado para ser fornecido quando o arco original sofre um dano e se consegue transferir a chapa de homologação do arco original para o substituto. Quando o cliente não tem esta chapa, pode montar um arco substituto mas não consegue tornar este arco legal por falta de um elemento fundamental.

A Valtra fornece peças de reposição para qualquer trator durante pelo menos 10 anos. O componente está listado no catálogo de peças com referência e preço. Para além deste período de 10 anos, tem que ser verificada essa disponibilidade por parte dos fornecedores de fabricar essa estrutura, caso ainda possuam os respetivos instrumentos de fabricação. Se existirem, é necessário verificar a viabilidade económica de produção de unidades individuais a preços comportáveis. Dado que as estruturas de proteção contra capotamento têm que cumprir rigorosamente os critérios de aprovação, estas não podem ser fabricadas e posteriormente vendidas por terceiros sem a respetiva aprovação da fábrica [da Valtra], pelo que torna praticamente inviável obter uma estrutura ROPS fora do âmbito da marca. Cada estrutura tem uma chapa de identificação da marca e só a marca a pode colocar”.

Por maioria de razão, face às normas atuais, qualquer arco fornecido por uma empresa externa não conseguirá tornar o trator legal”.

CASOS PRÁTICOS DE ORÇAMENTO ANTONIO CARRARO TIGRONE 7700 Se o cliente necessitar apenas da estrutura superior (a parte do arco que é rebatível), esta é comercializada por

€343

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Se for necessário instalar a estrutura completa, com as respetivas amarras, o valor fica

€1 766 67

+iva Não inclui mão-de-obra

CASE IH JX95 Se o cliente necessitar apenas da estrutura superior em formato de U (a parte do arco que é rebatível), esta é comercializada por

€980

+iva

Se for necessário repor a estrutura completa, que inclui os dois pilares inferiores e respetivas amarras, o valor ronda os

€2 790

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devendo acrescentar-se um valor estimado de mão-de-obra em redor dos

€240

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E QUANDO APENAS PRECISA DA PARTE REBATÍVEL EM FORMA DE U? É pouco frequente que um arco seja adulterado ou retirado ao nível das amarras e/ou dos dois pilares fixos que, por norma, estão ligados ao eixo traseiro. É num destes elementos que costuma estar cravada a chapa de homologação. A estrutura superior dos arcos, em formato de U, é aquela que mais frequentemente foi alterada ou removida. Posto isto, o preço associado à reposição da parte rebatível do arco tende a representar um custo que é comportável face ao valor de mercado do trator. O proprietário pode solicitar esta peça junto da marca ou pode procurar uma peça original no mercado de peças usadas.

O ESCLARECIMENTO DA DGADR “Aquando da homologação de fábrica do trator, são definidos os modelos dos componentes que o compõem, nomeadamente os modelos de cabine ou arco de segurança que poderão ser incorporados para serem vendidos. Existe uma ficha técnica e folha de aprovação que indicam claramente quais os tipos de cabine ou arco que cada modelo poderá levar. Não tendo o arco de origem, e o sistema de acoplamento ser de aparafusamento, poderá obter, junto do fabricante do trator, um arco compatível com esse modelo, mas sempre cumprindo com as exigências de fábrica, ou seja, definidas pela homologação do trator” esclarece fonte da DGADR. Uma peça de reposição não terá o mesmo número de série da peça de origem mas terá de ser inteiramente semelhante. “Terá obrigatoriamente que cumprir os requisitos que esse trator assim exigiu, aquando do seu fabrico e respetivos ensaios de segurança, na altura realizados”, acrescenta a DGDAR.

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UM EXEMPLO É NECESSÁRIO UM ARCO HOMOLOGADO PORQUE… Apenas as estruturas homologadas são viáveis para que os tratores se mantenham operacionais. Há 4 motivos que deve ter em mente: Foram desenhadas e testadas para aquele modelo de trator em concreto e são por isso as únicas que oferecem garantia de proteção em caso de capotamento.

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A GNR fará a verificação destes dispositivos em ações de fiscalização rodoviária.

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O arco de proteção de um Massey Ferguson 390 4WD está homologado, conforme a respetiva chapa de identificação, para todos os modelos 360 a 399 da Massey Ferguson, em ambas as variantes, de 2 ou 4WD. Quanto à estrutura superior, rebatível, apesar de não ter uma chapa de identificação, não basta que exista compatibilidade de encaixe nos pilares estruturais. Ela tem de corresponder ao modelo exato de homologação (arquitetura, medida, espessura do material, etc) aprovado para os modelos mencionados. Assim, sempre que o proprietário opte por procurar uma peça original no mercado de usados, não basta que seja uma peça da mesma marca ou uma peça de encaixe compatível. É preciso assegurar-se de que se trata de uma peça homologada especificamente para o modelo de trator em que pretende vir a instalá-la.

A ACT e as seguradoras farão a verificação no caso de ocorrer um acidente de trabalho.

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Existe a perspetiva de nos próximos anos virem a ser obrigatórias inspeções periódicas em tratores onde será verificada a conformidade destes dispositivos.

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TECH

ENTREVISTA

MECANIZAÇÃO, AGRICULTURA DE PRECISÃO E DIGITALIZAÇÃO São as áreas de competência do InovTechAgro Centro Nacional de Competências para a inovação tecnológica do setor agroflorestal

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o ultimo mês de setembro foi homologado o mais recente Centro de Competência dedicado às áreas tecnológicas de Mecanização, Agricultura de Precisão (AP) e Digitalização que, reunindo 65 entidades, é atualmente presidido pelo Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) e pela Associação Portuguesa de Produtores de Milho e Sorgo (ANPROMIS). Entrevistámos o Coordenador do Centro, Professor Luis Alcino da Conceição, que nos fez uma apresentação do projeto.

OS CENTROS DE COMPETÊNCIA constituem as mais recentes estruturas em rede com os laboratórios e estações experimentais do Ministério da Agricultura em articulação com as várias entidades do Sistema Científico Tecnológico Nacional (SCTN), mobilizando os agentes em torno de objetivos comuns, como a criação de Clusters e Grupos Operacionais para o setor agroalimentar e florestal, numa estratégia fortemente alinhada com o então programa Portugal 2020.

PORQUE FOI CRIADO CC INOVTECHAGRO E QUAIS OS OBJETIVOS? O CC InovTehcAgro nasce de um conjunto de diligências entre o IPP, a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), o Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIAV) e a ANPROMIS, no sentido de ser criado um fórum alargado e transversal às várias fileiras de produção para as questões relacionadas com competências em Mecanização, AP e Digitalização.

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Efetivamente, se por um lado são conhecidas as debilidades do território nacional do ponto de vista edafoclimático para a atividade agrícola, por outro lado as tecnologias associadas a estas competências mostram ser cada vez mais determinantes para a produtividade das fileiras de produção agroflorestal, quer através do uso da tecnologia associada à georreferenciação, quer pela existência de um cada vez maior número de plataformas digitais de apoio à decisão do agricultor, quer ainda pela tendência para a crescente automação de funções em tratores e máquinas agrícolas . Esta realidade acompanha a estratégia da Política Agrícola Comum para o período pós 2020, rumo a um sistema alimentar europeu mais saudável e sustentável no seio do Pacto Ecológico Europeu em que, nomeadamente, está implicita a redução do uso de agroquímicos e a gestão racional de recusros naturais como o solo e a água. Da mesma forma, está alinhada com os atuais objetivos da presidência portuguesa da Comissão Europeia de promoção de um setor mais inteligente, moderno e sustentável, reforçando as medidas de proteção ambiental, luta contra as alterações climáticas e transformação digital.

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ENTREVISTA

EM QUE TECNOLOGIAS PODEREMOS VER O ACONSELHAMENTO DO INOVTECHAGRO AOS AGRICULTORES? São já vários os exemplos de adoção de novas tecnologias postas em campo pelos agricultores: o uso de mapas de produtividade, cartas de condutividade elétrica do solo, técnicas de deteção remota na monitorização das culturas, sistemas sensoriais para monitorização em animais, telemática e sistemas de automação de funções na condução de máquinas e aplicação de produtos a taxa variável, e interfaces para comunicação de dados, são hoje uma realidade na gestão das culturas e dos efetivos pecuários das empresas agrícolas. Estas tecnologias permitem realizar uma caracterização mais detalhada e expedita do solo, possibilitando uma gestão da água e dos fatores de produção de forma mais racional, ao mesmo tempo que permitem monitorizar

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o desenvolvimento dos ciclos das culturas em tempo real atuando sobre as suas necessidades de forma diferenciada sempre que isso se justifique; monitorizar os balanços de carbono, prever situações que comprometam a rentabilidade das culturas e enviar à distância informação que permita ao agricultor uma tomada rápida de decisão. E novas apostas vão surgindo com o aparecimento de novos combustíveis e a robotização. Mas para se obter o máximo proveito destes novos instrumentos e processos, torna-se necessário transmitir o conhecimento, e acima de tudo capacitar o agricultor em novas competências para além das agronómicas. Não nos podemos esquecer, que apesar da crescente adesão da sociedade em geral às novas realidades digitais que nos vão sendo impostas, até fruto do atual estado de pandemia que vivemos, ainda temos uma população com baixa literacia digital. No caso do setor agrícola,

A principal missão do InovTechAgro passa por fazer a ponte entre o setor, as empresas e as instituições de ensino e formação, colocando-as em rede para responder a questões transversais aos agricultores relacionadas com a Agricultura de Precisão, Mecanização e Digitalização

TECH

os dados agora conhecidos, tanto pelos resultados preliminares dos censos agrícolas 2019 do INE como as estatísticas agrícolas de 2020 do Eurostat apontam, com as suas exceções, para um perfil do agricultor em Portugal pouco animador do ponto de vista da sua idade e formação. 53% têm mais de 64 anos e, maioritariamente, apenas com formação prática, e só 2% tem formação superior nos domínios da agricultura e floresta. Por outro lado, o fracionamento das explorações agrícolas, cuja com dimensão média ronda os 13,6ha, e de realidades de produção extraordinariamente diversificadas, só é contrabalançado por nos últimos dez anos se ter assistido ao alargamento da superfície potencialmente irrigável (+16%), devido ao extraordinário aumento verificado nas culturas permanentes (+72%). No caso da mecanização, os números também não são animadores, se considerarmos que, apesar da representatividade das explorações que utilizam trator ser de 81%, destes, 48% não tem estruturas de segurança - isto leva a perceber a idade avançada destes veículos com o que tal acarreta em termos de produtividade, segurança e tecnologia… Soma-se ainda o facto de, frequentemente, o setor e SCTN viverem de costas voltadas e de forma isolada as suas realidades.

Torna-se necessário transmitir o conhecimento, e acima de tudo capacitar o agricultor em novas competências para além das agronómicas. março/abril 2021

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TECH

ENTREVISTA

O atual reconhecimento da importância das novas tecnologias para a produtividade do setor agroflorestal, e das competências transversais relacionadas com os instrumentos de Agricultura de Precisão, Mecanização e Digitalização, bem como a necessidade para estas áreas da disseminação do conhecimento, da transferência de tecnologia e do desenvolvimento de competências digitais, justificaram a importância da criação do Centro Nacional de Competências para a Inovação Tecnológica do Setor Agroflorestal – InovTechAgro. A sua principal missão passa por fazer a ponte entre o setor, as empresas e as instituições de ensino e formação, colocando-as em rede para responder a questões transversais aos agricultores das diferentes fileiras de produção relacionadas com as suas áreas de competência, bem como por promover novas áreas de negócio

e contribuir para a rastreabilidade dos processos de produção com a criação de cadeias de valor entre o produtor e o consumidor, aproximando os interesses de ambos. Em sintonia com a Academia, o InovTechAgro pode ser órgão consultivo para a área de Biossistemas dos cursos da área de educação e formação de Produção Agrícola e Animal, contribuindo para a atualização e harmonização dos curricula respetivos, e aproximando os alunos da realidade do trabalho em campo.

QUAL O PROGRAMA DE AÇÃO DO CC INOVTECHAGRO E COMO O PRETENDE IMPLEMENTAR? O InovTechAgro não tem sede e, no presente momento, para o seu funcionamento conta apenas com os recursos próprios do grupo de entidades que o constituem. Ainda assim, duas estratégias estão criadas. A primeira, decorrente da atual presidência

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pelo Instituto Politécnico de Portalegre, em que parte da atividade de investigação e de demonstração assenta em trabalho desenvolvido na herdade experimental da Comenda, em Caia (Elvas), do Instituto Nacional de Investigação Agrária, ao abrigo de protocolo entre as duas instituições; a segunda, decorrente do protocolo que reúne as entidades que a nível nacional integram o Centro. O InovTechAgro está organizado num núcleo de 12 entidades gestoras e 53 entidades parceiras que representam organizações de agricultores, centros de ensino e investigação, entidades privadas, administração pública e empresarial do Estado de todo o território nacional, e integra ele próprio uma rede com outros 21 Centros de Competência e Laboratórios Colaborativos em áreas que lhe são complementares. Esta mais valia permite-lhe a partilha de recursos


ENTREVISTA

Luis Alcino da Conceição é professor Adjunto do IPPortalegre e coordenador do InovTechAgro

e contribuir para iniciativas a nível nacional que sejam de interesse comum, facilitando aos seus destinatários o que de mais recente se faz nas áreas da AP, mecanização e digitalização. Com o primeiro plano de atividades a ser discutido durante o presente mês de março, na sequência da sua constituição, foi já posta em campo uma demonstração de tecnologias de aplicação a taxa variável (VRA) em máquinas agrícolas, deteção remota e monitorização do solo, na edição de 2020 do INOVMILHO, em

Coruche, realizado um webinar em dezembro sobre AP. com transmissão pela Rede Rural Nacional, que contou com a assistência de cerca de 400 pessoas, e criado o sitio online do centro de competências em www.inovtechagro.pt cuja informação está, gradualmente, a ser carregada. A convite do SmartFarm Colab https:// pt.sfcolab.org/ o Centro integrou também uma candidatura à Rede de Polos de Inovação Digital para o setor agroflorestal, que se espera que seja aprovada, e cujo passo seguinte será a candidatura à respetiva Rede Europeia. Na linha destas iniciativas, estão ainda previstos, até ao final do mês de maio, a realização de dois encontros online, um dedicado à mecanização e outro à pecuária 4.0. É nosso desejo, que a partir de maio (decorrente da evolução da situação pandémica), sejam realizadas no terreno ações de transferência de tecnologia e capacitação, cuja calendarização,

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temas e locais, serão definidos no plano de atividades. Em paralelo, decorrerá a realização de um inquérito junto das entidades que representam o setor, para avaliar as suas necessidades em formação e capacitação nas áreas tecnológicas de AP, mecanização e digitalização, e realizado um roadmap online de projetos de investigação que constituam casos de estudo da implementação de novas tecnologias no setor agroflorestal.

QUE IMPACTO NO SETOR PODEMOS ESPERAR COM ESTE CENTRO DE COMPETÊNCIAS? Acima de tudo esperamos que o próprio setor se possa rever no InovTechAgro no acompanhamento e busca de soluções nas áreas tecnológicas em que se insere. Queremos que o trabalho em rede seja posto em prática, e que tal se traduza na flexibilidade e partilha dos recursos das várias

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ENTREVISTA

instituições que estão connosco, proporcionando um fórum alargado de discussão, tanto na “nuvem”, como, sempre que se torne necessário, na materialização de ações práticas em campo realizadas em casa do agricultor onde quer que ele esteja.

QUE EVOLUÇÃO ESPERA NA MECANIZAÇÃO, AGRICULTURA DE PRECISÃO E DIGITALIZAÇÃO EM PORTUGAL? O futuro da mecanização em Portugal, passa, desde logo, pela necessidade de nivelar algum desequilíbrio que existe entre tratores recentes e tecnologicamente bem equipados, e um vasto parque de tratores de idade muito avançada que nem as condições mínimas de segurança garantem aos seus operadores, sendo que, a dados de 2020 publicados pela ACAP, a média de potência continua a ser de tratores de gama média com 30 a 39 kW (40-55 cv). Penso, e tenho referido várias vezes, que seria importante adotar políticas que conduzissem à renovação do parque de tratores antigos, com o ganho que isso significa tanto na vertente tecnológica como de segurança e de poupança de energia. Mas, também estou convicto que, cada vez mais, vamos assistir a soluções de robótica na realização de muitas tarefas agrícolas, até por alguma escassez de mão-de-obra; tal ficou bem patente nos inúmeros protótipos apresentados no Fórum Internacional de

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Robótica Agrícola - FIRA 2020 https://www.fira-agtech.com/. Produtividade (trabalham 24 sobre 24 horas), segurança (com a possibilidade de controlo remoto substituem a presença humana em tarefas consideradas perigosas) e custo de utilização (a grande maioria com motorizações elétricas de baixo custo de manutenção) são palavras-chave para a sua cada vez maior utilização. No entanto, existem ainda algumas questões por resolver relativas a aspetos legais relacionados com a sua autonomia de funcionamento e alguma complexidade de alguns padrões de trabalho vs ambientes de trabalho que não facilitam o seu desempenho. Quanto à AP e à digitalização, são processos irreversíveis e tecnologias que tendem cada vez mais a evoluir com a introdução do 5G e da Internet das Coisas (IoT), e a integrar cada vez mais inteligência artificial, Big Data e o processamento de imagem sob a forma de aplicações em realidade virtual ou realidade aumentada. Isto permitirá adequar os processos de produção ao panorama agroalimentar digital e inteligente, otimizar o consumo e conseguir uma produção mais sustentável para um maior alinhamento com o consumidor, reforçando as cadeias de rastreabilidade da produção ao consumidor. O passo seguinte passará pela forma como a quantidade de dados obtidos por estes sistemas irá ser processada em informação e como esta vai poder ser utilizada e por quem. E para tudo isto, importa preparar o futuro já hoje, conferindo um maior número de competências ao agricultor e, principalmente, fazendo um trabalho em rede que não permita que se criem realidades a velocidades diferentes no panorama agrícola português – este também é o grande objetivo que o InovTechAgro se propõem alcançar.

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ENTIDADES GESTORAS E PARCEIRAS DO INOV TECH AGRO Entidades Gestoras: ADVID - Associação Desenvolvimento da Viticultura Duriense ANPOC – Associação Nacional dos Produtores de Oleaginosas, Cereais e Proteaginosas ANPROMIS – Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo DGADR – Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural FENALAC- Federação Nacional das Cooperativas de Produtores de Leite FENAPECUÁRIA - Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Pecuários FNOP – Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas GPP – Gabinete de Planeamento e Políticas e Administração Geral INESC TEC - Institute for Systems and Computer Engineering, Technology and Science INIAV – Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P IPP - Instituto Politécnico de Portalegre ISA - Instituto Superior de Agronomia Entidades Parceiras: AAM – Associação de Agricultores da Madeira ACPA - Associação de Criadores de Porco Alentejano ANCPA - Associação Nacional dos Criadores do Porco Alentejano ANIPLA - Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas ANSEME - Associação Nacional dos Produtores e Comerciantes de Sementes AOP - Associação dos Orizicultores de Portugal APAP - Associação de Produtores Agrícolas de Precisão APOSOLO - Associação Portuguesa de Mobilização de Conservação do Solo APPITAD - Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro APROLEP – Associação dos Produtores de Leite de Portugal ATEVA - Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo AVIPE - Associação de Viticultores do Concelho de Palmela CELPA – Associação da Indústria Papeleira FAA - Federação Agrícola dos Açores FAABA – Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo FENAFLORESTA - Federação Nacional das Cooperativas de Produtores Florestais FENAFRUTAS - Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Horto-Fruticultores FENAPICOLA – Federação Nacional de Cooperativas Apícolas e de Produtores de Mel FENAREG - Federação Nacional de Regantes de Portugal FENAZEITES - Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Olivicultores FERA - Federação Nacional das Associações de Raças Autóctones FNAP - Federação Nacional dos Apicultores de Portugal FORESTIS - Associação Florestal de Portugal FPAS - Federação Portuguesa De Associações De Suinicultores IACA - Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais OLIVUM – Associação de Olivicultores do Sul PORBATATA – Associação da Batata de Portugal UNAC – União da Floresta Mediterrânica VITICERT – Associação Nacional de Viveiristas Vitícolas Produtores de Material Certificado Instituto Politécnico de Beja Instituto Politécnico de Castelo Branco Instituto Politécnico de Coimbra Instituto Politécnico de Santarém Instituto Politécnico de Viana do Castelo Universidade do Algarve Universidade de Aveiro Universidade de Coimbra Universidade Nova de Lisboa Universidade do Porto Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ACAP - Associação do Comércio Automóvel de Portugal ACT – Autoridade para as Condições de Trabalho AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicas e Afins de Portugal AIP – Associação Industrial Portuguesa / Câmara de Comércio e Indústria DGAV - Direção Geral de Alimentação e Veterinária EDIA SA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional INE – Instituto Nacional de Estatística IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade IVV – Instituto da Vinha e do Vinho

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ENTREVISTA

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ECOROBOTIX LANÇA PULVERIZADOR MONTADO DE ALTA PRECISÃO

O ARA é um pulverizador montado de altíssima precisão. É capaz de distinguir culturas de ervas daninhas e pode pulverizar apenas uma das suas. O ARA UTILIZA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL para aplicar produtos em campos planos e plantações em linha. Pode pulverizar seletivamente as ervas daninhas com uma microdose de herbicidas ou fornecer pulverizações direcionadas de inseticidas, fungicidas ou fertilizantes. De acordo com a ecoRobotix, com o ARA o uso de produtos fitossanitários agrícolas pode ser reduzido até 95%. Tal resulta em altas produtividades das culturas com um volume mínimo de pulverização, economizando tempo, dinheiro e trabalho dos produtores. O ARA conta com um tanque de 600 litros e pode misturar até quatro produtos químicos puros de uma vez. A ecoRobotix afirma que podem ser tratados até 96 hectares por dia, já que a máquina também pode trabalhar à noite. Os produtores podem monitorizar e comunicar com o ARA através de tablets usando um aplicativo ecoRobotix. Os dados do utilizador são armazenados numa plataforma em nuvem e podem ser visualizados, analisados ​​e descarregados.

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TECH

AUTOMAÇÃO

TEXTO JOÃO SOBRAL

ROBOTS QUE JÁ ESTÃO NO MERCADO

Os fabricantes tradicionais têm assistido à emergência de novos intervenientes que estão a desenvolver máquinas autónomas. Com a afirmação de soluções que dispensam a condução humana, o panorama das máquinas agrícolas está a mudar. Visitamos quatro subsectores, para vermos o que está em marcha.

C

om um grande número de instituições a trabalharem concertadamente no desenvolvimento de soluções automatizadas para o setor agrícola, as notícias que vão dando conta de novos progressos chegam de todas as frentes. Os departamentos de robótica das universidades, as empresas tecnológicas emergentes e até mesmo as empresas de fertilizantes têm vindo a posicionar-se neste setor. A maior parte das vezes trabalham no âmbito de consórcios que reúnem contributos de várias proveniências. Os fabricantes tradicionais de equipamentos agrícolas também não querem ficar de fora da corrida e por isso têm reforçado os departamentos de I&D e investido em empresas emergentes que surgem com novas ideias e projetos. Quando falamos de automação, não falamos apenas de pequenos robots. Falamos de todo o tipo de aplicações! E falamos de um setor que apresenta uma tendência de crescimento.

VOLUME DE NEGÓCIO DE 6,2 MIL MILHÕES DE EUROS “O banco ABN AMRO pesquisou e mapeou o mercado mundial

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março/abril 2021

VANTAGENS ATRIBUÍDAS À AUTOMAÇÃO 1

Alargar a janela temporal das operações culturais.

2

Potencial para trabalhar 24 horas e 7 dias da semana.

3

Possibilidade de várias máquinas trabalharem coordenadamente, em enxame, na mesma parcela.

4

Libertar o agricultor das tarefas de campo para que possa dedicar mais atenção a outros aspetos de gestão da exploração.

5

Utilização de máquinas mais leves (sem cabine) que reduzem a compactação do solo.

6

Minimizar a ocorrência de acidentes laborais devidos a cansaço e erro humano.

7

Obter ganhos de eficiência energética.

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Possibilidade de várias máquinas trabalharem coordenadamente, em enxame, na mesma parcela.

de drones, robots de ordenha e de alimentação animal, robots de campo, tratores autónomos e máquinas relacionadas, assim como de hardware e software para análise de dados. De acordo com os cálculos e estimativas do banco, o atual mercado deste sector ‘agritech’ representa cerca de 6,2 mil milhões de euros em todo o mundo” é mencionado pela publicação holandesa Future Farming. A escassez de mão-de-obra, as imposições normativas que visam reduzir o uso de herbicidas e as exigências no sentido de uma produção dos alimentos com maior rastreabilidade são fatores que levam aquela instituição a prever que este sector assista a uma duplicação do volume de negócios até 2025. A PROCURA À FRENTE DA OFERTA E DAS LEIS Alguns fabricantes tradicionais têm apresentado protótipos de máquinas autónomas em estádio muito avançado. Mas, a respeito de comercialização, os planos apontam quase sempre para daqui a uma década. Embora existam casas agrícolas a demonstrarem interesse nestes produtos, sobretudo as que trabalham em grandes extensões, os fabricantes aguardam um contexto

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normativo que enquadre a automação e aguardam uma infraestrutura de telecomunicações mais eficaz. Prevê-se que Internet 5G permita progressos assinaláveis neste domínio. Enquanto estes requisitos não se cumprem, há no entanto diversos preparadores que já aplicam tecnologia autónoma em tratores convencionais de série, a pedido dos clientes. E os novos fabricantes também evoluíram, ao ponto de haver diversas máquinas autónomas já em comercialização. Há assim uma parte do mundo que avança, com a rede de comunicações que existe e sem esperar por leis mais sólidas. A TRANSIÇÃO PARA UM PARADIGMA DIFERENTE Nos dias de hoje, o planeamento das operações de campo é maioritariamente feito no posto de condução de um trator ou de uma ceifeira. As máquinas têm gente dentro. Mas, quanto mais as soluções de automação se

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A AgroIntelli fez até agora a entrega de 13 unidades do modelo Robotti 150D e tem mais 10 unidades em fase final de produção para dar resposta a encomendas

venham a afirmar, mais esse planeamento se vai deslocar para os escritórios, onde é feito o mapeamento de parcelas, a programação das máquinas e depois a sua monitorização e a análise de dados. E as máquinas passarão a não ter gente dentro. Ou a não ter gente dentro durante uma parte do tempo. Porque, à parte os conceitos de automação total, as máquinas tendem a manter um posto de condução para que o agricultor assuma os comandos sempre pretenda e seja necessário. Ainda assim, é uma mudança de paradigma a que iremos assistir gradualmente e que não se vislumbra ainda com clareza todos os impactos que irá ter.

GRANDES EXTENSÕES Plataforma de potência para grandes culturas O conceito da Raven Industries está alicerçado num chassis em formato de U, no qual são encaixadas as alfaias com que é compatível. Uma vez ‘carregada’ com a alfaia, a plataforma e a própria alfaia funcionam como uma peça só, coincidindo no mesmo espaço, e não como duas peças separadas como acontece com os tratores convencionais. Para já, está preparada para trabalhar com um semeador, com um distribuidor de fertilizante e com um pulverizador. Mas a Raven refere que está a testar a compatibilidade com acessórios para uma maior diversidade de tarefas. Nas manobras de engate de alfaias, abastecimento ou recolha para um hangar, a plataforma DOT pode ser manuseada por controlo remoto através de um tablet. Quanto às operações de campo, pode funcionar em modo totalmente autónomo seguindo um plano de trabalho predefinido através de um programa de computador. Com a propulsão assegurada por um motor Cummins de 4 cilindros com 173 cv, a plataforma movimenta-se recorrendo a posicionamento GPS. Os planos de trabalho para cada parcela podem ser redefinidos a qualquer momento para dar resposta a alterações ao nível das condições de campo.

preço*

março/abril 2021

€580,000

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TECH

AUTOMAÇÃO

Automação adicionada a tratores sem automação

Robotti com tradicional engate de três pontos Na Europa, é a AgroIntelli que detém um dos projetos mais maduros no domínio das máquinas agrícolas autónomas para campo aberto. Esta marca dinamarquesa atualizou recentemente o seu porta-alfaias Robotti 150D, dotando-o de maior dimensão, maior potência e rodas mais largas. O Robotti é servido por dois motores Kubota de 75 cv, um dedicado à propulsão e o outro dedicado à TDF e aos serviços hidráulicos, sendo a tração assegurada por motores hidráulicos. Baseado num tradicional engate de três pontos, pode operar com alfaias convencionais com até 3 metros de largura a uma velocidade até 10 km/h. O funcionamento autónomo é garantido por sistemas de visão e de inteligência artificial. A preparação de solo, a sementeira e a monda mecânica estão entre as tarefas que pode realizar. Graças a uma altura ao solo de 92 cm, pode entrar dentro das culturas já numa fase avançada de crescimento, o que também permite fazer tratamento com pulverizador. Segundo a AgroIntelli, por ser mais leve entre 35 e 50% do que um trator convencional da mesma potência, esta máquina pode atuar numa janela temporal mais alargada.

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Ao longo dos anos, várias experiências levaram à robotização de tratores de série. Nos Estados Unidos, a Sabanto aplicou um kit de automação a uma frota de tratores Kubota que são usados na campanha de sementeira de soja. No mesmo país, a Bear Flag Robotics tem a sua atividade completamente dedicada à conversão de tratores convencionais em tratores autónomos. Trabalha maioritariamente com modelos da John Deere. Os tratores são programados para operar no campo sem intervenção humana direta e os clientes que dispõem de uma frota de tratores autónomos têm acesso a uma plataforma digital de controlo. Nessa plataforma podem visualizar em tempo real, num ângulo de 360°, a área envolvente a cada máquina e, em caso de necessidade, podem assumir o comando de cada unidade, à distância, e redefinir parâmetros de funcionamento para otimizar o trabalho em curso. Na Europa, a Precision Makers é uma das empresas que foi mais longe neste domínio. Começou por comercializar o kit X-Pert, para pôr os tratores especializados da Fendt a pulverizar nas culturas em linha sem condutor. Sobretudo aos especializados, mas não só. O X-Pert chegou a ser aplicado a tratores maiores, das séries 500 e 900 Vario. Mais recentemente, após acordos de cooperação com a John Deere, passou a fornecer o kit para os 8R AutoPowr.

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PRODUÇÃO ANIMAL Vai do silo até à manjedoura em modo autónomo A produção animal é um dos setores onde a automação se começou a afirmar desde muito cedo. Os robots de ordenha começaram por ter um papel de relevo mas muitos outros progressos têm sido feitos no sentido de reduzir a intervenção humana em trabalhos mais duros e repetitivos. Agora, está a chegar a vez dos unifeeds. A Kuhn anunciou que vai colocar no mercado ainda este ano o misturador automotriz Aura, que dispensa condutor. Este veículo está pensado para garantir a alimentação de precisão de 280 vacas, realizando todas as etapas desde o silo até à manjedoura de forma autónoma. No exterior dos edifícios, o guiamento é feito por GPS em combinação com um odómetro e no interior dos estábulos recorre a um sensor Lidar em combinação com um odómetro. A propulsão é assegurada por um motor com 56 cv de potência e existirá uma versão híbrida, que passa a modo elétrico quando a máquina entra no estábulo.

HORTICULTURA E VITICULTURA

Gama de alfaias Kubota. Sementeira

Tratamento das culturas Soluções eletrónicas Equipamento para alimentação do gado Equipamento forrageiro

CEOL para diversas culturas e tarefas Resultante de uma parceria entre a Agreenculture e a Kuhn, este autónomo de rastos é propulsionado por um motor diesel de 30 cv. Com um convencional engate de três pontos, é compatível com muitas alfaias e está a ser desenvolvido para operar em diversas culturas. Pode trabalhar de forma autónoma até 20 horas em contínuo.

tractoresibericos.pt


TECH

AUTOMAÇÃO

HORTICULTURA DOMÉSTICA Hortas em canteiros tratadas por um robot

Trektor usa alfaias tradicionais Assume-se como uma máquina de transição, oferecendo aos agricultores a oportunidade de usarem as alfaias que possuem. Tem propulsão híbrida (diesel e baterias) e evidencia-se por ser ajustável a nível de largura de via, altura ao solo, e distância entre eixos, o que lhe dá versatilidade para muitas finalidades e contextos de trabalho.

A uma escala doméstica, quem tiver algum espaço no terraço ou no jardim e pretenda fazer uma horta, pode pôr de lado a sachola e o regador e passar a controlar tudo pelo telefone. O FarmBot Genesis é fornecido como um kit para instalar em casa, o que significa que nos primeiros dias a pessoa se tem de dedicar seriamente ao modelismo para dar forma ao puzzle. Entre as muitas pequenas peças estão incluídos os aspersores de rega, câmaras, sensores de solo, etc. Ultrapassada essa etapa, e definida uma ou várias leiras (até 2,9 x 1,4 metros), o hortelão entra ao serviço. Tem associado software que aconselha o que plantar, com que sequência no calendário e em que área. A lista de variedades de hortícolas vai para além de trinta, entre as quais encontramos: abóboras, alfaces, batatas, couves, espinafres, ervilhas, rabanetes e rúcula. O sistema faz praticamente tudo o que é anterior à colheita. Semeia, faz o controlo mecânico das infestantes e rega. Para funcionar necessita de um recipiente com água, eletricidade (um painel e uma pequena bateria são suficientes) e uma ligação de internet para comunicar com a app. A pessoa monitoriza no telefone e passado algum tempo vai obter uma couve, uma alface e o que mais tiver sido semeado no canteiro. Impressionante, não é?

Ted Naïo trabalha em vinhas Assenta numa estrutura de arco modular e destina-se ao controlo de infestantes em vinhas com diferentes espaçamentos. É elétrico, suporta diferentes acessórios, incluindo intercepas, e opera a uma velocidade de 4 km/h. A Naïo comercializa ainda os robots Oz**, para pequenas explorações hortícolas, e Dino**, para monda de culturas de vegetais em larga escala.

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€125,000

**9,995€ (Oz); a partir de 110,000€ (Dino)

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março/abril 2021

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*preços referidos com base na revista Future Farming nº3-4

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PRODUTO

NOTÍCIAS

MANITOU LANÇA EDIÇÃO LIMITADA DE TELESCÓPICOS NEWAG Os modelos Manitou NewAg MLT 737-130 PS+ e MLT 741-140 V+ vão chegar ao mercado numa edição limitada que conta com acabamentos exclusivos.

A

mbos apresentam um design distinto onde se destacam como cores predominantes o cinza e o preto, a que se juntam alguns elementos a vermelho. Partilham um motor Deutz que fornece 129 cv no MLT 737 e 136 cv no MLT 741 e diferenciamse a nível da transmissão, estando o primeiro equipado com uma Powershift e o segundo com uma CVT. No que respeita a performance, contam com suspensão na lança e com hidráulico regenerativo, uma função que oferece um abaixamento controlado da lança através de gravidade, o que segundo a marca aumenta a velocidade de movimento do hidráulico e reduz o consumo de combustível. Também a pensar na poupança, a funcionalidade EcoStop desliga automaticamente o motor quando o telescópico se encontrar ao ralentin por um determinado tempo e sem que o operador esteja no posto de condução.

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MONITOR VISION O monitor Vision dá acesso aos parâmetros da máquina e às câmaras SafeView. O rádio Bluetooth é fornecido de série.

março/abril 2021

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HABITÁCULO O posto de condução surge estilizado com acabamentos em pele, a nível do assento, apoio de braço e volante. O assento inclui suspensão.

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CONFORTO E SEGURANÇA Em termos de conforto e segurança, incluem diversas funcionalidades já disponibilizadas pela marca como opção. É o caso das câmaras SafeView, para visualização da envolvente do lado direito e traseira. E na cabine encontramos um rádio Bluetooth USB com microfone e um monitor Vision para consulta de informações sobre o funcionamento da máquina. Esta edição limitada dos NewAg tem chegada prevista ao mercado para a primavera deste ano.

preço justo, Produto confiável, cliente satisfeito. Rua Do Pinhal, 8/14, Siqueira, 4705-629 Braga | T. 253 304 020 pecasautoportucalense@tractorminho.pt

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PRODUTO

NOTÍCIAS

Distribuidor de adubo Primo EW Isotronic Com controlo eletrónico de distribuição e sistema de pesagem contínua A MASCHIO GASPARDO LANÇOU o distribuidor de adubo Primo EW Isotronic, com controlo eletrónico de distribuição (DPAE) e sistema de pesagem contínua. É um modelo equipado com a tecnologia ISOBUS, totalmente desenvolvido pelo departamento de engenharia da Maschio Gaspardo, que permite ao agricultor trabalhar controlo de dose variável (VR) e cortes seccionais (SC). O Primo EW Isotronic distingue-se pelo seu sistema de porta dupla, acionado eletronicamente: a primeira tampa movimenta-se continuamente e regula a dosagem do produto, enquanto a segunda efetua um movimento ON-OFF.

AJAP

Associação dos Jovens Agricultores de Portugal


NOTÍCIAS

PRODUTO

LANDINI SÉRIE 4 PASSA À FASE V COM MOTOR KOHLER No decorrer da EIMA Digital, realizada em novembro, a Landini fez uma antevisão dos modelos mais pequenos da Série 4 atualizados para a Fase V de emissões.

Kuhn Levsak permite elevar 1 tonelada O BRAÇO DE ELEVAÇÃO DA KUHN instalase no engate de três pontos do trator e é compatível com a utilização em simultâneo de qualquer espalhador de fertilizante. Este dispositivo permite abastecer os espalhadores sem esforço e sem necessidade de recorrer a um segundo trator. Tem a particularidade de incluir no interior da estrutura tubular ambos os cilindros hidráulicos, para elevação e extensão da lança. Pesa 273 kg, é compatível com tratores que disponham de dois distribuidores hidráulicos de duplo efeito e permite elevar big bags com 1.000 kg em toda a extensão da lança.

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N

Nestes modelos de entrada, a série 4 é propulsionada por um motor Kohler de 4 cilindros, com 2,5 litros de cilindrada, e inclui três modelos – 4-060, 4-070 e 4-080 – com, respetivamente, 61, 68 e 75 cv de potência. Recorde-se que a Landini já aplicou nesta série motores da Perkins e da Deutz. Volta

agora a mudar de fornecedor, o que implica também um ligeiro reposicionamento. Comparativamente com a geração que substituem, estes tratores apresentam uma cilindrada menor (2482 cm³ em vez de 2900 cm³) e a série começa nos 61 cv quando antes começava nos 68 cv. São duas as transmissões oferecidas pela Landini: uma 12/12 com inversor eletrohidráulico e uma 24/24 com Hi-Lo e inversor mecânico. O elevador hidráulico apresenta uma capacidade de elevação de 3.000 kg (um acréscimo de 300 kg face à geração anterior) e um circuito que fornece 52 L/min de fluxo (um acréscimo de 3 L/min). Com uma distância entre eixos de 2115 mm, todos os modelos estão disponíveis em versão de plataforma ou cabine.

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PRODUTO

NOTÍCIAS

John Deere Machine Sync Sincronização entre tratores e picadoras de forragem O John Deere Machine Sync é um sistema que põe duas máquinas a funcionar de modo sincronizado. Originalmente, foi apresentado para os conjuntos trator/ceifeiradebulhadora e passa agora a estar disponível também para os conjuntos trator/picadora de forragem ou como kit para instalação noutras máquinas automotrizes que façam trasfega enquanto se deslocam.

A

través do John Deere Machine Sync, duas máquinas podem transferir dados em movimento de modo a que funcionem de forma coordenada. A marca apresentou o sistema em 2012 aplicado às ceifeiras-debulhadoras, dando a possibilidade de estas controlarem automaticamente a velocidade e a direção de viagem dos tratores e reboques que sigam a par destas durante a trasfega em

movimento. Segundo a John Deere, o Machine Sync torna a colheita mais segura, elimina os resíduos durante a descarga e evita danos nas máquinas e nas culturas, mesmo a maiores velocidades. Esta tecnologia é útil ainda durante as operações noturnas e nos dias de trabalho longos em que os operadores já acusam mais cansaço. Agora, a John Deere anuncia uma expansão do sistema. “A tecnologia não se aplica apenas a ceifeiras-debulhadoras, mas também a todos os processos

de colheita em que as culturas são carregadas para os atrelados [em andamento]”, pode ler-se no comunicado enviado à imprensa. Em consequência, a John Deere passa a oferecer o Machine Sync para utilização em picadoras de forragem automotrizes e tratores. A picadora assume o controlo do trator de modo a que este acompanhe a sua velocidade e trajetória, libertando o operador do stress que está associado a essa coordenação.

JOHN DEERE MACHINE SYNC O sistema de sincronização pode ser encomendado como uma configuração de fábrica ou como um kit para reequipamento de máquinas já na posse dos clientes, desde que estas possuam uma tecnologia de base que seja compatível.


Para outros conjuntos de máquinas automotrizes, a John Deere fornece o sistema como um kit para instalação. Os agricultores que trabalham com colhedoras automotrizes de batata, cenoura ou outros vegetais podem sincronizar estas máquinas com os tratores desde que instalem o kit. Para funcionar, o Machine Sync necessita da solução de telemática JDLink™, um recetor de satélite StarFire e um ecrã Premium Gen4 com ativação da automação.


Floresta RECUPERAR MONTADOS

ATRAVÉS DO SISTEMA KEYLINE

H

á uma combinação de fatores que têm levado ao declínio dos montados de sobro e de azinho, predominantes na região sul do país. O ecossistema montado, que está associado à produção de cortiça e às pastagens para criação de gado em extensivo, tem estado cada vez mais exposto a períodos longos de estio com temperaturas altas, o que leva à perda de matéria orgânica

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A alfaia keyline plow cria canais para encaminhamento da água sem revirar os horizontes do solo.

março/abril 2021

no solo e consequentemente à diminuição da fertilidade. No sentido de estudar a inversão desta tendência, existe um grupo operacional português, denominado Ecomontado XXI, que está a monitorizar uma experiência implementada pela Sociedade Agrícola Freixo do Meio, em Montemor-o-Novo, numa área de cerca de 120 hectares. A experiência tem por base o sistema Keyline, que começou por ser aplicado na Austrália

Uma prática de agricultura regenerativa, que visa a recuperação da fertilidade do solo, está a ser aplicada em Portugal no ecossistema do montado. Conta com a monitorização da Universidade de Évora, estando previsto que os resultados deste projeto sejam conhecidos até final de 2021.

KEYLINE TEM POR BASE UM TRABALHO DE SUBSOLAGEM O planeamento Keyline é uma técnica que consiste em fazer subsolagem, seguindo as curvas de nível, com o intuito de canalizar água das áreas mais húmidas para as áreas mais secas. Pretende-se maximizar o aproveitamento da água de modo a melhorar a estrutura e a fertilidade do solo.

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TEXTO JOÃO SOBRAL

KEY LINE

EM 20 SEGUNDOS É uma prática que tem por base o pressuposto de que a fertilidade do solo pode ser recuperada de forma rápida, permanente e com poucos custos.

Faz uso da topografia do terreno para determinar o desenho das linhas de subsolagem que vão distribuir a água ao longo das parcelas. Implica um planeamento integrado. Toda a atividade que venha a ser desenvolvida na exploração passa a estar subordinada ao desenho das Keylines. As linhas devem ser abertas nos meses de maio/junho e outubro/novembro com um subsolador especial (Yeomans Plow) desenvolvido e comercializado pela firma australiana Yeomans ou com um subsolador de características aproximadas.

EM QUE CONSISTE O ECOMONTADO XXI Ana Fonseca, a investigadora da Universidade de Évora que está a coordenar o Ecomontado XXI, explicounos que este projeto “avalia o impacto do sistema de Keyline sobre o solo, medindo a evolução da sua humidade nas parcelas onde o Keyline foi implementado e em parcelas de controlo. Avalia também a evolução da biomassa vegetal da pastagem e a evolução na presença de espécies indicadoras de excesso de humidade ou outros fatores”. O projeto beneficia de financiamento comunitário, teve início em Janeiro de 2017 e prolongase até Dezembro de 2021. PRINCIPAIS ÁREAS ONDE O KEYLINE É USADO Ana Fonseca avançou ainda exemplos de aplicação do keyline. “Este sistema tem vindo a ser aplicado na instalação de aromáticas, plantações de pomares produtivos, em pastagens e até na instalação de novos montados, tanto em Portugal como em Espanha, uma vez que promove uma melhor infiltração e distribuição da água pelo solo, favorecendo todo o tipo de culturas. Desta forma vai ser ainda avaliada a perceção dos utilizadores da paisagem sobre a instalação deste sistema nas explorações”, afirmou.

PLANEAMENTO KEYLINE VEM DA AUSTRÁLIA

RESULTADOS SERÃO DIVULGADOS NO FINAL DE 2021 A investigadora da Universidade de Évora mencionou ainda que os dados relativos ao projeto estão a ser analisados para obtenção dos resultados preliminares. “A recolha de dados só terminará em Setembro deste ano. Os dados de humidade do solo estão a ser comparados com os dados obtidos pelo satélite Sentinel 1 por forma a poder estender a avaliação da humidade do solo a outras áreas para além daquelas onde as sondas de medição estão instaladas”. Quanto às avaliações finais do projeto, ficou a previsão de que estarão prontas até ao final deste ano. Estas avaliações vão permitir perceber se, no caso concreto das parcelas em análise, são identificadas alterações positivas que tragam esperança como um contributo para a recuperação do ecossistema montado.

Criado pelo australiano Alfred Yeomans na década de 50, esta técnica de planeamento visa “reabilitar solos agrícolas degradados, secos e sazonalmente sujeitos a fogos florestais”. Na experiência de aplicação ao contexto português, o objetivo é implementar uma “prática de gestão florestal com vista à recuperação do ecossistema montado, utilizando técnicas de restauro dos ecossistemas”, tendo especial atenção aos recursos solo e água.

COMO SE PÕE EM PRÁTICA? A implementação implica a abertura de linhas de drenagem, através de subsolagem, e revoluciona a arrumação da paisagem e das atividades que aí são desenvolvidas. “O sistema Keyline é desenhado num terreno de acordo com a sua topografia e todas as atividades agrícolas, distribuição das culturas, localização das barragens, zonas de regadio, caminhos e vedações deverão ser subordinados ao desenho definido”, é referido no portal do Ecomontado XXI. A semelhança entre o clima australiano e o clima português são um fator promissor para a adaptação desta prática no nosso país.

A alfaia Yeomans Plow é um subsolador especial, desenvolvido propositadamente para pôr em prática o sistema Keyline. Distingue-se de outros subsoladores devido ao formato especial dos bicos e, sobretudo, das sapatas que, devido à sua configuração, permitem um maior arejamento do solo. O design da alfaia, a par da profundidade a que trabalha, torna a Yeomans Plow compatível com tratores de menor potência.

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FLORESTA

NOTÍCIAS

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o decorrer do webinar Biotecfor, realizado no final de 2020, foram apresentados os mais recentes desenvolvimentos deste projeto. Filipe Neves dos Santos, responsável pelo departamento de robótica do INESC TEC, começou por recordar que o objetivo daquele instituto no âmbito do Biotecfor é “desenvolver máquinas que sejam modulares, seguras e autónomas”. Estas máquinas devem ser capazes de operar em diferentes contextos, tais como: a agricultura de precisão, os trabalhos de montanha, como é o caso das vinhas no Douro, as estufas e a floresta, neste caso para recolher biomassa. Na floresta, “a colheita já é uma parte muito bem automatizada e por isso não é aí que o INESCTEC tem vindo a centrar a sua atividade”, referiu. A intenção é pôr o enfoque na problemática do controlo de vegetação entre árvores instaladas e a gestão de faixas de combustível. “É um trabalho que necessita de ser replicado a cada quatro anos e que tipicamente é manual”, recorda, com alguns problemas associados, sendo os principais o custo por hectare, os acidentes e a escassez de mão-de-obra. Como já referimos noutras edições, o projeto do INESC TEC tem por base uma máquina, com motor a diesel e sistema de rastos, à qual foi acrescentada tecnologia de automação, para que possa atuar sem operado. Embora no mercado exista uma vasta oferta de acessórios para

ROBOT AUTÓNOMO FARÁ LIMPEZA E RECOLHA DE BIOMASSA Associar à tarefa de limpeza florestal a recolha de um produto, neste caso a estilha, é um dos objetivos do INESC TEC. O robot autónomo continua em desenvolvimento e em breve terá associado um dispositivo, com reservatório, que fará a recolha de material lenhoso.


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ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ROBOT

No contato com diversos players do ramo florestal, foram identificadas sete ações onde esta máquina pode atuar:

1

Controlo da vegetação espontânea entre a cultura principal

2

Pré-processamento dos sobrantes, para eliminar queimadas

3

Limpeza de taludes

4

Autofertilização

5

Poda do pinheiro

6

Seleção de varas de eucalipto

7

Rearborização e plantação

máquinas grandes, como forwarders e processadores de corte, os investigadores do INESC TEC depararamse com a escassez de ferramentas florestais destinadas a máquinas pequenas. Então, para além da robotização, têm estado a trabalhar também nos acessórios. Neste domínio, entre desenvolverem utensílios hidráulicos ou elétricos, optaram pela segunda via. O primeiro acessório, que está em fase de testes, mas ainda sob reversa, para proteger direitos de propriedade industrial, destina-se a recolher biomassa. Prevê-se que a máquina

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venha a ser capaz de fazer limpeza de vegetação espontânea e ao mesmo tempo fazer a recolha da estilha para dentro de um reservatório. Essa estilha pode depois ter aproveitamento para produzir pellets. Para além da recolha de biomassa, a máquina fará ainda a recolha de dados. Esses dados terão como propósito apoiar a navegação autónoma e, mais importante ainda, servirão também para criar um cadastro de disponibilidade lenhosa. A divulgação de mais detalhes acerca do projeto ficou prometida ainda para a primeira metade deste ano.


FLORESTA

NOTÍCIAS

ROTTNE ATUALIZA O H8D O H8D, da sueca Rottne, é um harvester compacto e versátil com características exclusivas, incluindo rastreamento exato, braços oscilantes nas rodas, transmissão variável e anti-rotação automática. Fácil de operar e com requisitos mínimos de espaço, fornece as condições para um desbaste suave e fluente. A máquina é movida por um motor diesel John Deere Stage V.

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HUSQVARNA ANUNCIA NOVA MOTOSSERRA DE 90 CM³ O lançamento está agendado para o segundo semestre deste ano, com a marca a prometer que a nova motosserra assenta na herança de outros modelos de topo para abate, tais como a 281 XP, 288 XP, 390 XP e 395 XP. “A nova motosserra de 90 cm³ da Husqvarna foi concebida principalmente para superar as conquistas das suas antecessoras. Melhorámos a capacidade de corte, otimizámos o peso e aperfeiçoámos o equilíbrio, tudo isto sem comprometer a durabilidade”, afirma Gent Simmons, Diretor Sénior da Husqvarna. “Juntamente com a corrente X-Cut da Husqvarna e as novas lâminas-guia profissionais leves, as equipas de abate e arboricultura poderão experimentar o sistema de corte de alta potência de última geração

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desenvolvido para as tarefas mais exigentes”, acrescenta. A designação do modelo e os detalhes concretos acerca de especificações técnicas não foram ainda divulgados. No entanto, atendendo à cilindrada de 90 cm³, percebe-se que é uma máquina para uso profissional e intensivo em empreitadas de abate. Se tivermos em conta as características da 395 XP, com 93,6 cm³, 4,9 kW de potência, 50 cm de comprimento de lâmina e 7,9 kg de peso, vai ser interessante verificar em que medida a marca faz reajustes nestes indicadores. Com base na imagem divulgada, percebemos que é feita uma reconfiguração do elemento de escape, aparentemente construido em axo inoxidável e com saída de gases orientada para a frente.


FLORESTA

NOTÍCIAS

PONSSE LANÇA UMA NOVA GERAÇÃO DO SCORPION A Ponsse modernizou totalmente o Scorpion, atendendo a todos os requisitos florestais atuais. De acordo com o fabricante, o novo Scorpion define um novo padrão para o ambiente de trabalho do operador.

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harvester Scorpion foi apresentado ao público pela primeira vez em 2013 e, desde então, tornou-se o cabeça de cartaz da Ponsse. Mais de 1.200 Scorpions foram fabricados até hoje e podem ser encontrados em mais de 25 países no mundo. Agora, oito anos depois, o Scorpion mudou. No desenvolvimento do produto, foi dada muita atenção à melhoria da ergonomia, segurança e visibilidade da cabine. “Como nas ocasiões anteriores, o desenvolvimento da nova linha Scorpion foi baseado no feedback dos utilizadores de máquinas florestais. O espaço de trabalho da cabine, mais moderno, prático e silencioso, foi desenvolvido pensando no conforto do operador e na

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capacidade de concentração no trabalho”, disse Jan Kauhanen, gerente de produto na Ponsse. Uma das melhorias mais notáveis é a nova janela frontal em peça única, que vai até ao teto da cabine e oferece maior visibilidade e segurança. QUINTA GERAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES PONSSE OPTI Os Scorpion e Scorpion King foram equipados com a quinta geração do sistema de informações Opti 5G e uma interface de software totalmente modernizada. O sistema de informações Opti 5G é compatível com o sistema de gestão Harvester Active Crane, o qual permite ao operador da

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O harvester Scorpion conta com boa visibilidade tanto de dia como em baixa luminosidade, alta estabilidade em condições extremas e excelente ergonomia

máquina controlar a grua de uma forma completamente nova. O operador pode usar o Active Crane para controlar o movimento do cabeçote do harvester, em vez de funções individuais da grua. Tal permite que o operador se concentre no processamento da madeira em vez de no funcionamento da grua. O Active Crane é controlado facilmente com duas alavancas: uma, que controla a altura do cabeçote do harvester em relação ao chão, e a outra, que controla a direção do movimento. O sistema também assegura que a velocidade de funcionamento da grua diminua automaticamente antes dos movimentos finalizarem, evitando choques desagradáveis para a estrutura mecânica e para o operador. Quando o operador indica a localização requerida, o Active Crane faz a elevação e usa a lança e a extensão automaticamente. O sistema de informações PONSSE Opti 5G será lançado inicialmente na Finlândia e na Suécia, e posteriormente noutros mercados.

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BRAGA

Usados: Claas Celtis 446 RX • Deutz Agroplus 85 • JD (2) 6100 c/cab., 6210 c/cab. • Kubota M135 GX • MF 240 2 RM • Fendt (2) Farmer 309 LSA c/ cab., 260S 4RM • Fiat 4566 DT • Same (2) Delfino 35, Minitauros 60 2RM • Steyr 975 c/cabina

Usados: Agrifull Jolly 50 • Deutz DX3700 DT • JD 2200 c/carr. frontal • Lamborghini Crono 56460 4RM c/ carreg. front Mitsubishi D1550 c/ fresa • NH 3566 • Pasquali 441 4RM • Renault 461• Armador camalhões C.Magli • Motoc. Bertolini MTC 318 • Triturador Agrimaster 200

Usados Mini trator corta-relvas Kubota G26 HD Trator Massey Ferguson, 135, 4.000€ Triturador Herkulis, TLHS-180, 2.500€ Usados: Charrua Potinger 3F-20” Tico-tico Agrovil Unifeed Gilioli 7 m3

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VILA REAL - BRAGANÇA

Usados: Tratores: Fendt Farmer 411 Vario • Ford 5610 • Kubota M 8950 • Lamborghini rastos clássico • Landini PowerMondial 115 • Massey Ferguson 5450 Dyna 4 • NH (2) TN 95 NA, 55-85 rastos • Charruas: Galucho (2) 2F-13”, 3F-13” • Ribatejo 2F-13”- 850€ • Enfardadeiras: Vicon RV 1501 - 7.800€ • Krone Combi-Pack 1500 • Gadanheiras Cond. Kuhn FC 283 • Mini-giratórias: Yanmar Vio 33 - 24.800€ • Retro: Terex TLB 850 • Vibrador Azeitona Jorfão Agro Mira • Escarificador Galucho 9F • Brocadora Galucho PBOH - 1000 • Div. Distribuidores de adubo

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BRAGANÇA - PORTO

Usados: David Brown 1190 • Ford 4610 • John Deere 5400 DT • Landini 5500 rastos • New Holland (5) TN70VA CC, 4835 DT, 80-66S,TCE 50, TN75 NA, Enfardadeira (2) 935, BB940, Retroescavadora NH95 LE • Renault Cergos 330 CC • Same Solaris 45 DT

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AVEIRO - VISEU

Usados: Iseki TS 3510 D Lamborghini Runner 450 Landini 8860 DT Same Solaris 45DT Shibaura S330

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Usados: Deutz DX 360 2RM • Tym R503 • J. Guimarães Fresa 90 cm • Autocarregante Durante 16 m3

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VISEU - GUARDA - CASTELO BRANCO - COIMBRA

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TRATORES

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Usados: Ferrari 1100 DT • Goldoni Star 55 • Kioti LX500L • Kubota (5) B1410, 175, L3130DT, L2850 DT, L2050 DT • MF 390, (2) 245 • MT 190D • NH T3.75F • Shibaura ST440, ST318 • Same Delfino 35

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COIMBRA - LEIRIA

Usados: Fiat, 23-66 4RM, 8.750€ • Ford, 1520 4RM, 8.750€ • Steyr, 958 4RM, 16.000€ • Same, Delfino 35, 6.000€

Usados

Fiat 420 • Hurlimann 774-80 Same Argo 365 • Same Explorer 80 4RM • Same Minitaurus 60 2RM • Same Solaris 45 • Charrua Galucho 1F16 • Grade-discos Herculano HR2C • Empilhador Nissan TX 420 • Tesoura Pellenc

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LEIRIA - LISBOA

Usados: Ceifeira deb. Claas, Lexion 415 • Telescópica agrícola JCB, 531-70 • Trator Claas, Arion 630 Cebis

Usados: Antonio Carraro TRG 9400 - 14.500€ • Ferrari Raptor 30 - 9.300€ • Fiat 55-66 DTF - 10.000€ • New Holland TS 110 - 15.500€ • New Holland 1920 - 10.000€ • Same Solaris 35 - 10.000€ • Trator p/ peças NH TS115A - 5.500€ • Trator p/ peças Valpadana 3675

Usados: Gadanheira Gaspardo, BF 940 • Grua florestal Costa, G3000 • Motoenxada Agrico, 6 LD 360 • Tratores: Ford, 1710 • Daedong, T2600 4 WD • Hürlimann, XT-909 • Iseki, 3210 • Iseki, 321 • Iseki, 2160

Usados: Deutz-Fahr Agrotron 90 • Fendt 209 P • Fiat 55-66 • McCormick F90 Cab. • Lamborghini RS 100 • NH TNF 90, M100 c/cab. • Hurlimann F60 • Same Rubin 120, Vigneron 62 • Krone (2x) Gad. reb. 3mts. e 2,5 mts. • Rocha reb.1500L • Stagric reb. 1000L

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LISBOA

Usados: New Holland (2) Boomer 30, TCE55

Usados: John Deere 5075E • Kubota M9960 • Landini Power Mondial 120 • New Holland T4050 F

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LISBOA - SANTARÉM

Usados: Tratores: Fendt 313 VARIO • New Holland TM120 • Massey Ferguson 6480 DYNA6 • Renault 815 RZ • Tratores de rastos: Lamborghini 774 80 • Landini, 7800 • Charruas: Galucho, CHF 3-10-14H • OVLAC SF6 • Galucho, 2F 16 • Kverneland, PB100 • Galucho, SF4 • Enfardadeira John Deere, 578RC • Fresa Maschio, multifacas Super Cobra 3mt • Juntador de fenos Fendt, 351 DN • Reboque agrícola Herculano, 12000

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SANTARÉM

Usados: Reboques: Galucho 12.000Kg / PB 5.000Kg • Grade discos: Galucho (x2) NA2C 16-20, NA2C 20-22 • Pijuca vinh. 4 c. - 2.250€ • Rototerras: Pegoraro Pegolama 2,5 - 5.750€ • Maschio Super Cobra 2,5Mts. e 3,0Mts. - 5.500€ • Charruas: Galucho 2F-10”- 900€ • Galucho 3F-14” • Escarif. Galucho E7D - 800€ • Tesouras: Pellenc Vinion • Electrocoup F3010 800€ • Despamp. corte horiz./ vert.- 3.250€

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Usados: Case-IH MXU 125 4WD cab. • International 644AH DT • Lamborghini (2) 77470 N, 874-90 DT • Leyland 154 • MF 275 2RM • NH TN75 • Same (2) Solaris 45, Titan 145

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SANTARÉM - PORTALEGRE - SETÚBAL - ÉVORA

Usados: Case-IH 255 • Lamborghini Crono 80 c/ car. frontal origem • Leyland (2) 154, 253 • NH TD5030 DT c/cab. e car. frontal • Same (3) Centurion 75, Mercury DT (1985), Explorer 90 DT

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ÉVORA

Usados: Tratores: Claas, Ares 836 RZ • Deutz-Fahr, Agrotron 1160 TTV, 38.000€ • Lamborghini, Premium 850 • Abre regos Ribatejo, AR-3G Charruas: Ribatejo, 1F • Galucho • Enfardadeiras: Fiatagri, Heston 4700 • New Holland, BB960 RT • Gadanheiras: Claas • Vicon, 6 discos - Extra 428 • John Deere, 324 • Krone (de discos), Easy Cut R 280 • Grades de discos: Galucho, GPR 14X28, A2CP 24X26, GPR 20x28, GPR 16x28 • Pulverizador Tomix, P9 600 • Volta-fenos: Vicon, RS/4V • Krone, Swadro TS740 Twins

Usados: Renault (2) 340 Ceres, 70-14LB • Máquina de vindimar Alma Selecta 2 rebocável

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ÉVORA - BEJA

Usados: Renault Ares 815RZ ano 2001 - 29.000€ • New Holland T5.115 c/ CF ano 2013 - 28.000€ • New Holland TN 65 ano 2008 - 14.000€ • Claas Dominator 68S ano 2000 - 20.000€ • Laverda 3600R equipamento Arroz ano 1988 - 15.000€

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BEJA - FARO - EUROPA

5 REVISTAS (1 ANO)

25 €

Usados: Tratores: New Holland T5120 • Enfardadeiras: JD S440R • Krone Fortima F1250 • Kuhn Bio combinada • McHale S5500 • Unifeed Zago 17 m3

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MOMENTOS NEW HOLLAND

CONCESSIONÁRIOS

MOMENTOS

NEW HOLLAND ETELGRA

New Holland Boomer 35, entregue a Mecomar Mariscos, Lda. Na foto, esq. p/ dir: Tiago Ramos (Etelgra) com o cliente António.

CAMEIRINHA New Holland T5 95, entregue a Daniel Fernandes.

SEAC New Holland T4S.75 ROPS entregue e pronto a trabalhar.

TRACTORUSSEIRA New Holland Boomer 50, entregue a Humberto Fonseca e seu filho Rodrigo Fonseca.

VARANDA & CORDEIRO New Holland TD3.50, entregue ao António Esteves, Remondes – Mogadouro.

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CONCESSIONÁRIOS

MOMENTOS NEW HOLLAND

AUTO AGRÍCOLA SOBRALENSE New Holland Boomer 50, entregue a Serafim Correia.

AUTO AGRÍCOLA SOBRALENSE B MAQ Filial Brás & Vasconcelos, LDA

New Holland T4.100F cabinado, entregue ao cliente Adega Mãe.

New Holland T5 .115, entregue à emepresa Britoli.

AGROMONÇÃO

ETELGRA

AGROMONÇÃO New Holland T4.75S entregue a Leira Longa Agropecuária, LDA, de Paredes de Coura.

New Holland T5.115 CAB, entregue a Pradaria Rebelde, Lda. Na foto, esq. p/ dir: José Carlos (operador), Eng.ª Rita Frade (cliente) e Pedro Rita (Etelgra).

New Holland Boomer 50 CAB entregue na Quinta de Juste, Monção.

DB TRACTORES New Holland TK4.100M CAB. entregue a HVCZ Ventures S.A. Na foto, esq. para dir.: Engº André e Engº Nuno.

BRÁS & VASCONCELOS New Holland Boomer 40, entregue a José Rodrigues.

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ANTIGAMENTE

ERA ASSIM...

Franz Pöttinger e a sua mulher Juliane

Desenho da máquina de corte de forragem

2021 marca o 150º aniversário da Pöttinger, empresa familiar austríaca de tecnologia agrícola: ”Honrar o passado - ser o futuro” é o lema que celebra a sua longa história.

T

udo começou num festival no ano de 1871: Franz Pöttinger, um engenhoso mestre relojoeiro, achava que a precisão de um relógio também poderia ser aplicada a máquinas agrícolas. É assim que, na sua oficina em Grieskirchen, Áustria, constrói uma máquina de corte de forragem, a qual foi galardoada com a Medalha de Prata no Festival de Linz desse ano. Em 1909 Alois Pöttinger substituiu o seu pai, altura em que a empresa contava já com

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OS RELÓGIOS FORAM ACERTADOS PARA O SUCESSO dez pessoas empregadas. Este é também o ano da apresentação do logotipo com a espiga e as iniciais A P (Alois Pöttinger). A empresa metalúrgica começou então a evoluir para uma empresa industrial, com produção em série de moinhos de fruta, prensas de fruta, moinhos de malte e farinha, serras circulares, bem como cortadores de silagem e forragem.

Reboque carregador de feno

Em 1939, Alois Pöttinger, comprou uma fundição de ferro de uma fábrica de maquinaria falida e regista a empresa pela primeira vez como “Alois Pöttinger Machinery Factory and Iron Foundry Grieskirchen”. Foi também construída uma nova fábrica para a fabricação de volta-fenos encordoadores, em 1949. Usando tornos e máquinasferramentas recém-adquiridos,

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TEXTO SEBASTIÃO MARQUES

Estilhaçadora de madeira

iniciou-se a produção de reboques carregadores de feno em 1951. Na década de 1950, o foco da produção centrou-se completamente nas máquinas agrícolas, como equipamentos para colheita de feno, colhedoras de batata e as novas máquinas estilhaçadoras

Swath Rake Driven - Criado em 1960, o lendário encordoador era uma máquina automotriz para trabalhar em terrenos extremamente íngremes

de madeira. Tais engenhos permitiram que os agricultores florestais processassem madeira de baixa qualidade com eficiência. As estilhaçadoras foram vendidas através do distribuidor de máquinas agrícolas da Baviera BayWa parceria que perdura até hoje. Em 1960, a oficina principal no centro da cidade havia-se tornado demasiado pequena, dando-se então início à construção de uma nova fábrica num terreno próximo do centro da cidade de Grieskirchen. Seis oficinas que abrigavam linhas de montagem equipadas com as máquinas, à data, mais recentes foram concluídas a tempo da celebração do 100º aniversário da empresa em 1971.No ano de 1963 é construído o reboque autocarregador de forragem, produto que mantém a sua posição de número um no mundo até hoje. No seu primeiro ano de fabrico, a Pöttinger vendeu cerca de 1.000 unidades do LW14, que recebeu esse nome devido à sua capacidade de carga de 14 m³. O seguinte caso de sucesso de vendas foi o aperfeiçoamento

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de uma máquina que já existia: na colhedora de milho MEX. A linha de “produtos verdes” da empresa colocou a Pöttinger no mapa como full-liner na fenação. Mas mesmo neste segmento, a empresa não descansou sobre os louros e continuou a desenvolver novas ideias. Em 1972, lançou o primeiro reboque autocarregador “de corte curto” no mercado. Em 1970, a Pöttinger tinha mais de 800 empregados e um volume de negócios superior ao equivalente a 22,5 milhões de euros, dos quais cerca de um terço proveniente de exportações. Em 1975, ao adquirir a Bavarian Plough Factory (Fábrica de Charruas da Baviera), em Landsberg am Lech, Alemanha, a Pöttinger preparava não apenas a entrada no mercado alemão, mas também o desenvolvimento de um novo segmento de produto: a lavoura. Embora a fábrica de charruas tivesse uma produção modesta, foi um primeiro passo decisivo para a Pöttinger num importante mercado. Nos anos de 1983/1984, a Fábrica de Charruas da Baviera

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ANTIGAMENTE

ERA ASSIM... Reboque auto-carregador

enfrentava uma situação complicada, que melhorou com o lançamento de uma nova geração de charruas de maior dimensão. Embora construídos na Baviera, estes implementos de lavoura para serviços pesados ​​foram comercializados sob o nome Pöttinger. O rototerra LION surge em 1991. Com esta máquina, a empresa tinha agora uma gama alargada de produtos para a preparação do solo. Os primeiros anos da década de 90 foram extremamente desafiantes. O colapso do mercado de máquinas agrícolas, devido à instabilidade internacional, ou as dificuldades com a fundição de ferro foram apenas a ponta do iceberg. Para garantir que a fábrica austríaca fosse totalmente utilizada ao longo do ano, a montagem de charruas e grades foi transferida de Landsberg para Grieskirchen. Já a fábrica da Baviera foi reduzida às suas competências essenciais: forjar componentes básicos.

A charrua Servo passou a ser fabricada em Grieskirchen

1993 marcou a entrada da Pöttinger no mercado de enfardadeiras. A primeira fase foi realizada através da venda de máquinas do fabricante alemão Welger. Quatro anos depois, a empresa mudou para as enfardadeiras e embaladoras de fardos redondos fabricadas pela italiana Gallignani. Ainda nos anos 90, com um investimento de aproximadamente 7,3 milhões de euros, a Pöttinger construiu um novo centro de pintura. Pouco antes da entrada no novo milénio, a Pöttinger abre a primeira filial de vendas no exterior, na Alsácia, França. Também no início dos anos 2000, foi introduzida uma linha de produtos completamente nova: a empresa investiu em 25% da fábrica de semeadores Rabe. Em 2001 a Pöttinger adquiriu a fábrica na totalidade e expandiu-a de forma a torná-la uma das fábricas de tecnologia de semeadores

mais modernas da Europa. Em 2006, foi tomada a decisão de transformar a fábrica de Vodnany num centro de desenvolvimento e competência para mobilização de solo. Em relação aos anos vindouros, os responsáveis alertam para a necessidade de “enfrentar os principais desafios - mudanças climáticas em particular, bem como utilizar a digitalização e a inteligência artificial de forma eficaz, ao mesmo tempo que enfrentamos uma pandemia. O futuro da agricultura está diretamente ligado a esses fatores, porque todos precisam da agricultura. Esta é a ideia que acompanha o trabalho da Pöttinger há muitos anos, para aumentar o reconhecimento e a valorização da agricultura. A digitalização e o progresso técnico há muito impulsionam o setor agrícola. Se as tendências atuais se mantiverem, cada vez menos empresas agrícolas terão de cultivar mais e maiores campos.” O novo semeador Aerosem FDD, saído da antiga fábrica da Rabe

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NOTÍCIAS

EMPRESAS

SACHADORES MECÂNICOS MADE IN ÁUSTRIA A Pöttinger expandiu o seu portfólio de mobilização com ​​ uma gama de sachadores mecânicos fabricados pela empresa austríaca Cross Farm Solution (CFS) Os detalhes do negócio ainda não são conhecidos, devendo surgir novidades até à primavera. No entanto, de acordo com a publicação alemã profi, além de adquirir a linha de produtos da divisão de mobilização da CFS, os dois fundadores e alguns funcionários devem juntar-se à Pöttinger em de agosto de 2021, que também é a data oficial de lançamento das máquinas nas cores Pöttinger. “Ao expandir a nossa linha de mobilização, queríamos ter a certeza de que as altas especificações das máquinas neste segmento fossem atendidas em termos de facilidade de uso, alto rendimento, fiabilidade e

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durabilidade,” comentou Stephan Ackermann, diretor de de produto. “Conseguiremos exatamente isso ao adicionar os produtos da CFS ao nosso portfólio.” Gregor Dietachmayr, porta-voz da equipa de gestão da Pöttinger está convencido de que a empresa deu um passo importante para o futuro. “Com este novo segmento de produto, fechamos a lacuna que tínhamos na nossa gama de produtos agrícolas”, afirmou. A CFS também fabrica equipamentos para os setores de fruticultura e viticultura, estes não estão incluídos no negócio com a Pöttinger.

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RESTAURO

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A SEGUNDA VIDA

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A Segunda Vida

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TEXTO/FOTOS JOÃO SOBRAL

de uma Em Melides existe uma ceifeira-debulhadora que, não obstante o passar do tempo, ganhou pormenores contemporâneos. Um tegão de maior capacidade e cabine climatizada são duas das atualizações feitas a esta máquina vintage que continua ao serviço na debulha do arroz.

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s irmãos Pereira são orizicultores e fazem a debulha com máquinas Claas. Foi na várzea de Melides que encontrámos Henrique Pereira, num dia muito atarefado, a meio da campanha deste outono, a trabalhar com uma Claas Senator. Apesar de não parecer que o tempo tenha passado por ela, ou que ela tenha passado pelo tempo, conta já com cerca de 50 anos e esta é a sua segunda vida. “Sei que foi comprada pelo primeiro proprietário algures entre 1968 e 1971. Foi comprada mais tarde pelo nosso falecido pai, há cerca de 15 anos. Nessa altura já se encontra-

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va muito degradada e foi recuperada pelo meu irmão Duarte Pereira e por mim, há 10 anos, assumindo o aspeto que tem atualmente”, esclarece Henrique. “É uma Claas Senator de origem, mas com algumas modificações visíveis para quem as conhece. Por exemplo o depósito de grãos e o tubo de descarga são de uma Claas Mercator 75”, acrescenta. Este modelo, que se seguiu à Matador Gigant no catálogo da Claas, mantém o motor original – um bloco de seis cilindros de fabrico Perkins, que fornece 105 cv de potência – e em termos de rendimento de trabalho ceifa entre 20 e 25 toneladas de arroz por dia.

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RESTAURO

A SEGUNDA VIDA

AS CLAAS VINTAGE QUE EXISTEM NA CASA A Senator não é a única clássica que existe nesta casa agrícola. Noutra parte da exploração, em Alcácer do Sal, os irmãos Pereira têm uma Mercator 75 que está em pleno funcionamento na cultura do arroz. E para as culturas de sequeiro possuem uma

segunda Senator que, dentro de algum tempo, irá contar com a ajuda de uma Mercator. Embora esta não se encontre operacional neste momento, está em condições de ser recuperada e a intenção é que venha a regressar à atividade.

E ENCONTRAR PEÇAS PARA MANTER ESTAS MÁQUINAS? Henrique Pereira enaltece o facto de a Claas continuar a fornecer diversas peças originais, mesmo para estes modelos mais antigos, o que tem ajudado a manter as máquinas em funcionamento. A par da aquisição de peças

CABINE A cabine é proveniente de outra Claas, levou vidros novos, foi rebaixada e levou um teto modificado

ESCADA A escada de acesso à cabine foi adaptada à configuração com rastos

CLIMATIZAÇÃO Foi instalado um sistema de climatização para garantir maior conforto ao operador

novas, têm em casa um bom stock de componentes estruturais. A maior parte desses componentes são provenientes de debulhadoras Claas que foram conseguindo adquirir já desativadas.

TUBO DE DESCARGA O tubo de descarga, também de uma Mercator, assegura maior rapidez de trasfega do que o original TEGÃO O tegão provém de uma Mercator e assegura +200 kg de capacidade



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UM AUTOCARRO DOS BRUTOS Torsus leva 37 passageiros por todos os caminhos …com acessório anti coronavírus

A

deslocação de pessoal em locais mais agrestes está facilitado quando se tem o veículo apropriado. Esse veículo chama-se Praetorian e é o modelo mais bruto desenvolvido pela empresa Torsus, que tem sede na República Checa e fábrica na Eslováquia. Tem capacidade para transportar o condutor e mais 36 passageiros, puxa às quatro rodas e o motor MAN de 6 cilindros, tem uma

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capacidade de 6,9 litros podendo atingir uma potência máxima de 290 cv. Sem uma preparação específica, está capacitado para transpor linhas de água com 90 cm de profundidade mas pode receber uma preparação à medida se for preciso enfrentar condições ainda mais adversas. Entre os acessórios, a marca disponibiliza uma roda suplente que fica instalada no tejadilho, escada de acesso ao tejadilho, guincho elétrico, entre outros.

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Imagens que marcam

MAS…E A PANDEMIA?

Na fase pandémica que estamos a atravessar, transportar 37 pessoas num autocarro tende a ser um problema. A Torsus pensou nisso e adaptou o interior. O número de lugares fica reduzido a metade, com a eliminação das duas linhas de bancos do corredor, e foram instaladas divisórias de acrílico para garantir maior distanciamento.

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PORTUGAL NA MIRA

Ben Lewis, responsável pela comunicação da Torsus, confirmou à revista abolsamia que a empresa “está atualmente em conversações com um potencial distribuidor” para Portugal. Acrescentou ainda que o Praetorian tem um preço base de 153.000 Eur.

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* Com base em testes de visibilidade internos, que comparam a vista a partir da perspetiva do operador para a frente e sobre o capô até ao nível do solo, medindo a distância a começar ao nível do operador e até ao ponto em que este consegue ver o nível do solo. Medição realizada com base na referência ISO para Assentos. ** Design de Capô Baixo no 6M da John Deere em comparação com o CLAAS ARION série 400 e o FENDT Série 300. *** Para os modelos 6090M, 6100M, 6110M e 6120M da John Deere.

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