Pequizeiro: extrativismo na Chapada do Araripe

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Pará. Dentre esses, ao longo do período, o estado do Ceará e de Minas Gerais juntos perfizeram mais de 82 a 90% do valor total produzido no Brasil (Tabela 1).

Tabela 1. Quantidade produzida e valores da produção do pequi nos principais Estados produtores. Estado

2006 Valor Quant. (1. (t) 000 R$) 5350 4863 2517 1880 1657 1690

Brasil Ceará Minas Gerais Goiás 365 146 Pará 356 597 Fonte: IBGE (2012)

2007

2008

2009

2010

Quant. (t)

Valor (1.000 R$)

Quant. (t)

Valor (1 000 R$)

Quant. (t)

Valor (1 000 R$)

Quant. (t)

Valor (1 000 R$)

5363 2657 1563

6035 1995 2013

5531 2764 1582

6818 2672 2243

5992 3128 1817

8793 3786 2995

5786 3121 1724

10688 5583 2993

344 375

664 750

283 424

151 1055

187 416

92 1235

107 420

56 1328

Conforme estimativa feita por Pozo (1997), o mesmo admite que tenham sido comercializado informalmente cerca de 20 mil toneladas de pequi proveniente de Minas Gerais, sendo 8 mil comercializadas no mercado de Montes Claros, 1 mil destinadas à capital do estado e 11 mil enviadas ao estado de Goiás. Esse valor contrasta com as quase 2 mil toneladas computadas no IBGE, embora seja difícil tal comprovação, considerando-se que a primeira refere-se ao pequi inteiro e a segunda à seu caroço.

Situação similar ocorre na região da Chapada do Araripe, já que não existe um levantamento confiável dos dados de produção do extrativismo pelos órgãos do governo, devido à desorganização de sua cadeia produtiva e pela ausência de algum tipo de controle eficiente junto aos trabalhadores rurais, agricultores familiares e atacadistas regionais que comercializam tão somente o pequi “in natura” e o óleo. Apenas os varejistas realizam algum processamento, comercializando os frutos já descascados do pequi. E são também esses que comercializam o óleo as empresas de outros Estados. Ou seja, como a comercialização de produtos oriundos do extrativismo, na maioria das vezes, se dá na informalidade, consequentemente, os dados oficiais da produção do pequi são subestimados.

Com base no levantamento estatístico do IBGE (2009), na Figura 5 encontra-se a distribuição percentual da produção em caroços de pequi nos principais estados do Brasil, destacando em primeiro lugar o Ceará e Pernambuco com participação de 20


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