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Antigos Alunos em Destaque

Como se estabeleceram essas ligações? Como se compatibilizam estas actividades com uma prática clínica diária?

Desde há muitos anos que temos uma área de focagem, a cirurgia do Ombro e do Cotovelo. Isto é como qualquer outra profissão, o interesse e a dedicação levam ao aperfeiçoamento e à actualização constante. Começámos a operar, a cada ano que passava tratávamos mais doentes e à medida que íamos ganhando experiência e que a casuística ia aumentando, fomos apresentando os nossos resultados sob a forma de comunicação nos congressos e reuniões científicas nacionais. Seguiram-se os internacionais e a certa altura começaram a convidar-nos, primeiro em Espanha, depois no resto da Europa e ultimamente nos EUA. Iniciámos também uma actividade regular e frequente de formação de prática cirúrgica artroscópica a especialistas (em cadáver), primeiro a nível nacional e depois seguiram-se formações a nível internacional, e de novo na Europa e nos EUA. Por outro lado, publicámos alguns artigos e tivemos alguns prémios.

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No nosso caso é a prática clínica que possibilita a actividade científica uma vez que estamos a falar de investigação clínica. Claro que tudo isto representa esforço extra e fora do horário de trabalho, por vezes com prazos a cumprir e consequentemente “stressante”, mas quem corre por gosto não se cansa!

MUDEMOS DE TEMA: O COLÉGIO DE HOJE

O que é para ti o Colégio e como vês o Colégio de hoje? Qual a sua missão?

O Colégio, para mim, é o marco mais importante da minha juventude. Foi nele que me fiz homem.

O Colégio de hoje é forçosamente diferente daquele que frequentei. Nesses tempos estávamos a sair da guerra de África e Portugal tinha acabado de abdicar, por força das circunstâncias, do seu estatuto de domínio territorial ultramarino. Os nossos heróis eram os nossos militares combatentes, muitos deles eram os nossos pais e os nossos oficiais e alguns professores que também vinham desse contexto. Quase todos nós tínhamos passado parte ou quase toda a infância em África, no nosso caso em Moçambique, mas isso era apenas o contexto porque os fins não mudaram. O Colégio hoje parece-me pujante e cheio de vitalidade porque soube acompanhar os tempos e abriu as suas portas. Não é por acaso que a instituição já tem mais de 200 anos. O facto de ser misto e ter ensino primário só o valoriza e acrescenta e, consequentemente, as probabilidades de extinção diminuíram drasticamente.

A sua missão no essencial não mudou, ao contrário do que se possa pensar. Como escola de excelência deve preparar o melhor possível os seus alunos, mas o mais importante são os valores que imprime. O nosso país necessita de jovens com esta preparação e estrutura moral para sobreviver, e isto em todas as áreas. Os militares e os civis oriundos do Colégio têm a obrigação de procurar a excelência profissional e de exemplo de vida. Para mim é nisto que o Colégio nos formata. Há bons e maus por toda a parte, mas o fundamental é que os bons sejam a larga maioria que é o que julgo que sempre aconteceu.

Constatas grandes diferenças relativamente ao teu tempo? E como imaginas a evolução que o Colégio pode ou necessita de ter?

Esta pergunta já está respondida na anterior. O futuro tem sempre a mesma receita: Disciplina, Valores, Excelência e Exigência. O Colégio deve sempre estar à frente do seu tempo e o espírito cientifico e da modernidade juntamente com o gosto pelo conhecimento têm que ser permanentemente cultivados. Só conhecendo e sabendo é que se consegue questionar e depois por esta via produzir novos pensamentos e aquisições em todos os campos.

FALEMOS DA ASSOCIAÇÃO

E Dos Antigos Alunos

Desde quando és sócio?

Desde que sai do Colégio, mas com muitas desatenções da minha parte... Vamos resolver!

O que pensas que deve ser o papel da Associação no futuro imediato e a mais prazo?

A Associação deve ser um agregante da família colegial, isto é, deve promover reuniões entre Antigos Alunos e Alunos, sejam elas de que natureza forem (convívios, praticas desportivas, solenidades, comemorações e outras). Deve, no meio de tudo, isto exaltar os valores e o espírito colegial e apontar sempre os bons exemplos a seguir, quer os contemporâneos quer os que já passaram. Nunca deve tomar qualquer partido politico ou religioso.

Na tua profissão és conhecido por dares grande apoio aos Antigos Alunos; como é isso? Tens algumas histórias engraçadas?

Dou todo a apoio que posso, mas por vezes não tanto quanto desejaria: a família colegial tem sempre um lugar especial na minha prática clínica e é alvo da maior atenção.

Aqui há uns tempos tratei um Antigo Aluno que numa das consultas ofereceu umas Barretinas autocolantes e verificando que eu tinha sempre o meu computador pessoal aberto na secretária me “obrigou” a pôr uma dessas Barretinas na sua cobertura dizendo-me: “ó pá tens que pôr aí isto para não deixares escapar nenhum gajo que não traga a Barretina!” Desde então quem quer que entre no meu gabinete não pode deixar de reparar e assim sou frequentemente identificado como Antigo Aluno e sei logo quem são os colegiais! E acreditem que são muitos!

PARA FINALIZAR, ... O DESPORTO

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