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Antigos Alunos em Destaque
by AAACM
mas também noutras datas e que eram feitos em ambiente tenso com muitos detractores do Colégio a assistir e também muitos Antigos Alunos e amigos do Colégio.
Noutro contexto, a altura em que o Sr. Padre Miguel (conhecido pelo Carioca, alcunha já herdada) me implorou que abandonasse o coro e que fosse “brincar para o recreio” devido á minha péssima voz e o desgosto tão grande que tive de não me deixarem cantar! A primeira vez que fumei um cigarro com o meu irmão no monte Sinai e fomos logo caçados pelo Comandante de Companhia o Capitão “peidão” o que nos valeu uma participação para casa e 25 pontos negativos no comportamento. Nunca mais fumámos no Colégio…
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As idas aos concertos da Gulbenkian que, para além da música, nos proporcionavam belas sonecas e boas vistas das miúdas que lá iam.
Recordo com muita saudade o curso de vela que fiz com outros (muito poucos) na Base Naval do Alfeite e que me deu o gosto pelas actividades náuticas.
Mais tarde, os chás dançantes eram uma ocasião fabulosa e enquanto lá estive não perdi um!
As visitas à unidades militares que geralmente eram espectaculares.
A semana de campo em Mafra em que num exercício um de nós deu um pontapé numa granada ofensiva ferrugenta e abandonada e a coragem de um Alferes o “espinafre” de a desarmar granjeando a admiração e respeito de todos. A mocada fazendo eu parte dos “espanhóis” foi também um marco na minha vida colegial.
Marcou-me particularmente a doença do meu irmão gémeo, o Luís, o 535, que acabou por ser fatal após quase 3 anos de sofrimento. Acompanhei-o e fui dador de medula óssea por duas vezes, quando ele foi tratado e transplantado em Londres, cida- de onde infelizmente vivi muito tempo, alternando com idas e vindas para o Colégio.
Como ocorreu a tua transição para a Faculdade após a saída do Colégio?
A minha saída do Colégio foi voluntária, mas nada desejada. No final do meu 5º ano e ainda com o falecimento do meu irmão muito presente, sofri uma queda a cavalo numa aula de equitação com o nosso Major Athaíde. Fiz uma fractura-luxação grave do cotovelo esquerdo e tive que ser operado no Hospital Militar Principal (HMP), à Estrela. A recuperação demorou um ano e eu entrei no grupo dos convalescentes passando a viver na “enferma”. Queria ser médico e as notas necessárias eram altas, tal como hoje. Apercebi-me que necessitava de outro ambiente para me poder concentrar no estudo e pedi ao meu pai para sair. Saí antes da melhor parte e cheio de pena!
“Aterrei” num liceu e rapidamente verifiquei quão boa era a nossa formação no Colégio. De aluno mediano passei para o grupo dos melhores. Curioso, que era a disciplina de trabalho que me distinguia! (eu que era considerado meio “baldas”).
Terminei o 12º ano com um honroso 20 a matemática no exame final, eu que era um coxo nesta matéria no Colégio!. Entrei para a Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa e junto comigo entraram dois camaradas e bons amigos e grandes alunos do Colégio, o 685 - Mendonça e o 216 - Sarreira Lopes. Somos os três médicos do nosso curso. Dois ortopedistas e um gastroenterologista.
...e que influência teve o Colégio na tua vida profissional?
Começo com uma história de coincidências fantásticas e que fez do Colégio um factor determinante na minha vida profissional: Terminado o curso de Medicina, feito o internato geral e o famigerado exame de entrada para a especialidade (hoje conhecido como o
“Harrison”) e colocado como interno de Ortopedia e Traumatologia nos Hospitais Civis de Lisboa, mais concretamente no Hospital de Curry Cabral, fui assistir ao meu primeiro Congresso de Ortopedia, evento que se deu nas instalações da Universidade Católica em Lisboa. Eis senão quando fui abordado por um colega mais velho que de imediato reconheci como o Cirurgião que me tinha operado no HMP na sequência da queda a cavalo, o Dr João Mendonça (já, precocemente, falecido). Perguntou-me se estava bem e admirou-se por eu ter seguido a mesma especialidade. Despedimo-nos, mas num momento de hesitação o Dr. Mendonça pergunta-me:
“Olha lá tu não te importarias de me vir ajudar nas cirurgias do Hospital Particular de Lisboa às segundas e quintas entre as 07 e as 09h?”.
Respondi afirmativamente, mas sem sequer reconhecer o alcance da minha resposta. O Dr. Mendonça era um grande Cirurgião, completamente à frente do seu tempo e pioneiro nas técnicas artroscópicas mini invasivas articulares. Com ele aprendi o que ninguém aprendia à época, só lá fora. Se não fosse a queda do cavalo no Colégio, o meu percurso teria sido muito diferente!
Não posso deixar de referir outro tipo de influência que o Colégio tem na nossa vida profissional. São os nossos camaradas que trabalham na mesma área ou em outras afins e que se tornaram parte do nosso dia a dia. Aqui fazemos uma menção muito especial ao Nuno Pombeiro (70/1973) que para além de nosso grande amigo é um exemplo de espírito colegial!
E quanto à tua actividade científica em Portugal e no plano internacional, nomeadamente como membro de sociedades científicas, autor principal de largas dezenas de comunicações em congressos e reuniões científicas, Revisor convidado do Open Orthopedic Journal e Consultor de diversas organizções, etc.