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O Jantar do Conselho de Delegados
by AAACM
representado pelo António Gastão Neves (…..) saído do Colégio no ano passado. A diferença de idades entre eles é uma coisa «ligeira», apenas 73 anos, mas ali estavam os dois, como se se conhecessem desde sempre, tratando-se por tu, com aquela naturalidade só possível entre Meninos da Luz.

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Antes do início do jantar foram apresentados sete novos delegados ou subdelegados de curso, dos quais destacamos dois, pela sua antiguidade e pelos serviços muito relevantes prestados ao Colégio. São eles o delegado do curso de 1942/1949, Nuno Vilares Cepeda (310/1941) e o delegado do curso de 1943/1950, João Martins Ribeiro Mateus (169/1943). Ambos são Coronéis do Exército, naturalmente na situação de reforma, e ambos serviram no Colégio durante a sua carreira militar. O Nuno Cepeda começou por servir no Colégio como Instrutor Militar, passando depois a Comandante de Companhia, funções em que, devido á sua rectidão, sensatez e espirito de justiça, granjeou o maior respeito entre os alunos seus comandados, que ainda hoje o revêem como um bom conselheiro e amigo. O João Mateus prestou um serviço valiosíssimo ao Colégio, tendo elaborado, por sua livre iniciativa, um número considerável de anuários do Colégio, registando assim, para o futuro, uma parte assinalável da história do Colégio. Infelizmente, nos dias de hoje, o Colégio estará certamente a necessitar de um outro Antigo Aluno que se disponha a fazer essa tarefa, pois não estão disponíveis anuários dos anos lectivos mais recentes e nestas coisas, quanto mais tempo se deixa passar, mais difícil se torna a tarefa.
A convite do Presidente do Conselho de Delegados, antes de se iniciar a refeição, o Antigo Aluno Pedro Júlio de Pezarat Correia (10/1943) apresentou uma breve palestra subordinada ao tema «Colégio Militar. Que futuro?».
A palestra, dado o seu tema e a qualidade da sua apresentação, concitou a atenção de todos os presentes, que no final sublinharam com aplausos o seu agrado.
O palestrante começou por relembrar com saudade o Colégio do seu tempo, muito diferente naturalmente do Colégio actual e elencou os aspectos, a seu ver, tanto positivos como negativos, das transformações que o Colégio entretanto sofreu, particularmente nos últimos anos. A propósito dessa evolução, ilustrou a evolução que sofreu também ao longo do tempo um colégio militar francês, o Prytanée Militaire, que ten- do uma natureza muito semelhante ao do nosso Colégio no século XIX, se apresenta hoje como um colégio misto, como o nosso, com enquadramento por pessoal militar devidamente fardado, mas em que os alunos têm um traje civil, tendo apenas nas cerimónias (tanto quanto nos apercebemos) a cabeça coberta com barretes-bivaque.
No final da palestra, ficou a ideia do interesse que haverá em conhecer a realidade actual de outros colégios militares que tenham traços comuns com o nosso, para dessas realidades se poderem tirar possíveis ilações.
Luís Filipe Ribeiro Ferreira Barbosa 71/1957