SUMÁRIO
02 Corpos Sociais da Associação para o triénio 2008-2010 03 Artigos à venda na Associação 04 Editorial
DA ASSOCIAÇÃO 06 Romagem de Saudade do Curso de 1942/49 FICHA TÉCNICA
10 Cartas abertas ao António Ferreira Alves 18 Jantar de recepção aos novos Antigos Alunos
PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL N° 176 - Abril/Setembro - 2009 44° Ano
19 Sócios Honorários da AAACM
Fundador Carlos Vieira da Rocha (189/1929) *** Director Mário M. e Silva Falcão (314/1936)
26 3 de Março em Évora
Chefe de Redacção Gonçalo Salema Leal de Matos (371/1949) Relações Públicas Vasco Santos Pinheiro (254/1982) Pelouro da Juventude João Carlos Agostinho Alves (110/1996) Ricardo Neto Galvão (347/1997) Nuno José Lopes da Costa Alves Caetano (99/1998) Francisco Rodrigues dos Santos (128/1998) Capa: Barretina da Luz
Escultor: José João Carneiro de Brito Foto: Sérgio Garcia
20 Protocolos 25 O Colégio Militar na Toponímia Portuguesa 29 Sardinhada na Feitoria
DO COLÉGIO 32 Cerimónias do Encerramento do Ano Lectivo
COLABORAÇÃO 40 Eduardo Lourenço e o Colégio Militar 42 Talvez nao sabias que 43 Não Desistas 44 Curiosidades acerca de emblemas de marcas de automóveis
RECORDANDO 50 Quando o tempo volta para trás 52 Antigos Alunos do Colégio Militar em destaque 54 O Clarim do Silêncio 56 Os “Call me John” 58 Actividades Extra-Escolares: Olímpia 59 Os que nos Deixaram
Revista da AAACM
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Entidade proprietária e Editor: Associação dos Antigos Alunos do Colégio Militar Morada do proprietário e sede da Redação: Quartel da Formação - Largo da Luz 1600-498 Lisboa Telefone: 21 712 23 06/8 - Fax: 21 712 23 07 E-mail: revista@aaacm.pt Tiragem: 1300 exemplares Depósito Legal n° 79856/94 Periocidade Trimestral N° de Registo no ICS – 100010 ISSN 0872-8224 Design e Execução Gráfica:
Distribuição gratuita aos Sócios da AAACM Número Avulso: 4,00 € Assinatura: 15,00 €
UM POR TODOS, TODOS POR UM
(Os artigos publicados são da Responsabilidade dos seus Autores)
CORPOS SOCIAIS DA ASSOCIAÇÃO PARA O TRIÉNIO 2008-2010 MESA DA ASSEMBLEIA GERAL Presidente: Vice-Presidente: 1.º Secretário: 2.º Secretário:
José Eduardo Martinho Garcia Leandro - 94/1950 Bernardo Manuel Diniz de Ayala - 171/1953 Luís Baptista Esteves Virtuoso - 72/1973 Ricardo Neto Galvão - 347/1997
DIRECÇÃO Presidente: Vice-Presidente: Secretário: Tesoureiro: 1º Vogal: 2º Vogal: 3º Vogal: 4º Vogal: 5º Vogal: 1º Vogal Suplente: 2º Vogal Suplente:
Martiniano Nunes Gonçalves - 9/1958 José Maria Rebocho Pais de Paula Santos - 644/1968 Pedro Miguel Correia Vala Chagas - 357/1977 João Sanches de Miranda Mourão - 552/1960 Mário Margarido e Silva Falcão - 314/1936 Frederico Eduardo Rosa Santos - 78/1957 Duarte Manuel Silva da Costa Freitas - 199/1957 Carlos Francisco da Silva do Rio Carvalho - 307/1971 Samuel Ma - 29/1995 José Manuel da Veiga Ferreira - 116/1957 Fernando Nuno Lamy da Fontoura - 75/1959
CONSELHO FISCAL Presidente: 1º Vogal: 2º Vogal: 1º Vogal Suplente: 2º Vogal Suplente: 2
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Pedro João Reis de Matos Silva - 449/1958 João do Passo Vicente Ribeiro - 153/1958 António Cortez Freire Damião - 236/1959 João Luís de Mascarenhas e Silva Shoerder Coimbra - 54/1984 António Luís Henriques de Faria Fernandes - 454/1970
Artigos à Venda na A.A.A.C.M.
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Qualquer dos produtos pode ser adquirido na Secretaria da AAACM, assim como polos, t-shirt, emblemas, etc... Revista da AAACM
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EDITORIAL
EDITORIAL
Como em qualquer escola de rapazes, é natural que no Colégio Militar haja acidentalmente quaisquer tropelias próprias do género e da idade de quem as pratica. O que já não é tão natural é que algum ou alguns dos muitos inexplicáveis detractores da nossa Instituição aproveitem sistematicamente o período de comemoração da sua fundação para avolumar e lançar nos meios de comunicação social, sempre ávida de escândalos, as mais variadas acusações a um colégio que é, afinal, no seio das restantes escolas, um exemplo a seguir num país onde se vão verificando tantas atitudes de rebeldia e má educação dos seus estudantes. Compreende-se que, vivendo numa época sempre mais conturbada, os “Meninos da Luz” já não assumam rigorosamente o mesmo comportamento dos seus antecessores de antanho. Mas continuam a aprender e a conservar o mesmo espírito de lealdade e de e de solidariedade que irão manter durante toda a sua vida.
Que também esta característica seja conhecida e propagandeada nos media, é o mínimo que solicitaríamos, a bem da verdade e da justiça.
O Director da Revista Mário Margarido e Silva Falcão 314/1936
NOTA DA REDACÇÃO Na Revista 175, página 64, linha 14, está referido que os 49 presentes nas comemorações dos 50 anos de saída do Curso de 1952/1959 constituíram “record” absoluto para este tipo de romagem ao nosso Colégio. Algumas vozes informaram-nos de que tal não corresponde à realidade de acontecimentos do género há poucos anos vividos. A nossa interpretação era de que tal afirmação estava relacionada apenas com as reuniões que ao longo dos tempos o Curso de 1952/1959 tinha realizado. Para melhor esclarecimento aqui fica registado que na romagem ao Colégio comemorativa dos 50 anos de saída do Curso 1950/1957 estiveram presentes 65 Camaradas, felizmente todos gozando de boa saúde e de uma excelente disposição.
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DA ASSOCIAÇÃO
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A Entrada Nobre do Nosso Colégio por onde passaram Grandes Vultos da nossa História, Antigos Alunos ©Foto Samuel Ma
ASSOCIAÇÃO
ASSOCIAÇÃO
Romagem de Saudade do Curso de 1942/49 60 anos de saída
Em 15 de Maio do ano corrente teve lugar a comemoração dos 60 anos do curso de saída acima referido... A comissão organizadora (47 Myre Dores, 310 Villares Cepeda, 95 Guerreiro Ferreira e 15 Ferreira Durão) uma vez que o número dos que saíram em 49 era escasso (o tempo não perdoa e já ceifou 16 em 28) resolveu agregar (o que foi, aliás, por todos aceite) aqueles que, em qualquer ano, ao longo da nossa estada no Colégio, se cruzaram connosco. Reunimos assim 23, alguns dos quais com problemas de saúde, desgostos recentes, etc. É natural nesta nossa vida que passa tão depressa. Mas fizeram questão de estar presentes. Por isso, e não só, foi muito bela e gratificante essa cerimónia. Também, e creio que pela primeira vez (oxalá que os outros cursos que se seguirão façam o mesmo) foi decidido convidar um representante do nosso tempo, do Instituto dos Pupilos 6
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do Exército e do Instituto de Odivelas. Dois Estabelecimentos Militares de Ensino que, como o nosso Colégio, sempre respeitaram os mais altos Valores Humanos: morais, culturais, espirituais, científicos, etc., constituindo-se como que uma Trilogia de Instituições que importa manter vivas na sua comum tarefa de formar Homens e Mulheres que saibam honrar e Servir Portugal, num mundo desorientado e quase sem Valores. Calhou serem duas pessoas de reconhecido mérito e aos quais agradecemos a sua presença: Doutor Medina Carreira e Exma. Senhora D. Maria Antónia Serpa Soares. No decurso das cerimónias, realço a chamada de Todos os que partiram mas não nos deixaram pois permanecem vivos em nós, a calorosa Homilia do Padre Capelão do Colégio Militar, o descerramento da placa em que um dos elementos da organização lembrou a frase já célebre entre nós, de um dos nossos mais carismáticos e inesquecíveis Directores (General Mesquitela):“Estas paredes têm feitiço”.
ASSOCIAÇÃO Romagem de Saudade do Curso de 1942/49
E frisou que esse “feitiço” é afinal a nossa mística de sempre. E sintetizou numa simples frase:”Estamos hoje, presentes aqui nestes velhos claustros, fisicamente, apenas uma parte de nós, mas estes poucos são TODOS e quando mais tarde um só comparecer esse UM será TODOS. Também quero referir as palavras exemplares do Ex.mo Director Major-General Raul Jorge Laginha Gonçalves Passos, tão cheias de autenticidade, coerência, humildade e até humor, que bastante nos tocaram e o discurso do nosso tão estimado Comandante de Batalhão (47 Myre Dores) na Biblioteca. E ainda já no final, talvez o mais significativo acto, que foi o acto de plantar uma árvore, que
representará, para os vindouros, na própria natureza (que todos somos), o nosso curso (um entre tantos mais) que sempre renascerá e viverá nos ramos, frutos e sementes dessa árvore eterna que é o nosso Colégio da Luz. E mais não digo, pois“ tenho já fraca a voz enrouquecida”, mas posso dizer que nesse dia senti, como creio que todos os outros, orgulho e júbilo pelo elevado espírito de União, Paz, e Solidariedade que vivemos. Saímos todos, decerto, como que rejuvenescidos pois fomos reacender, alimentar com novo ânimo, a luz que ainda nos resta nessa inesgotável Luz que ainda nos resta nessa fonte inesgotável de Luz que é o nosso Colégio. Roberto Ferreira Durão 15/1942
Discurso do Comandante do Batalhão (47/1942) José Maria Myre Dores
Ex.mo Senhor Director do Colégio Militar, agradecemos a V.Ex.ª a oportunidade que nos deu de comemorarmos os nossos 60 anos de saída do Colégio e também a presença nesta cerimónia solene.
Exmos. Senhores Professores Peixoto da Fonseca e António Romeiras, é para nós um privilégio estarem aqui connosco e mais uma vez reiteramos os nossos agradecimentos pelos ensinamentos que nos transmitiram.
Exmº Senhor Sub-Director, agradecemos a participação de V.Ex.ª neste acto simbólico.
Exmª Senhora D. Maria Antónia Serpa Soares, representante do Instituto de Odivelas, Revista da AAACM
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ASSOCIAÇÃO
ASSOCIAÇÃO Protocolo de Cooperação entre CM e AAACM
salientamos com muito agrado a presença de V.Ex.ª, porque consideramos que houve muitas afinidades entre as três Instituições, o Instituto de Odivelas, o Instituto Superior dos Pupilos do Exército e o Colégio Militar, nomeadamente o regime de internato, a formação de carácter e a camaradagem! Por outro lado agradecemos a participação de V.Ex.ª a nível individual. Amigo Eng. Luís Mendes de Almeida, Comandante de Batalhão do curso de entrada de 1948 /49, é com grande amizade e camaradagem que te vemos nesta sessão, como retribuição pelos convites que o teu curso me tem feito. Salientamos que esta situação de um curso de entrada, do qual fomos graduados, nos solicitar para os seus convívios, mostra bem a importância saudável que pode ter a relação graduado – aluno. Rogo que transmitas aos teus colegas um nosso abraço colegial e que gostaríamos de os ter tido aqui presentes! Estão aqui connosco alguns dos vossos graduados. Foi há 60 anos que saímos do Colégio, onde estivemos grande parte da nossa adolescência. Sentimos uma grande emoção e alegria, pois temos saudades dos tempos aqui vividos. Para nós é importante que as simples palavras que iremos dizer sobre este acontecimento sejam proferidas aqui na Biblioteca, um local nobre do Colégio. Viemos ao Colégio recordar esses tempos e também para dar testemunho do muito que aqui recebemos. Foi-nos dada uma educação muito boa pelos professores tendo sido utilizadas instalações de ensino adequadas. Lembramos, por exemplo os Laboratórios de Física e de Química e também o Museu e o Laboratório de Ciências Naturais. Tivemos, assim, a possibilidade de ter um ensino também baseado na experiência. Uma referência especial deve ser feita aos 3 estudos diários, que foram de 5 estudos em época de exames. Fomos habituados, desde os 10 anos, a trabalhar diariamente e a ter perseverança para se atingirem os objectivos escolares. Este hábito acompanhou-nos durante toda a vida. 8
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A educação física que tivemos foi de muito valor. Além das disciplinas físicas obrigatórias e que foram muitas e variadas, tivemos a possibilidade de cada um escolher a prática de desportos de que mais gostava. Os campeonatos em que participámos contribuíram para o nosso desenvolvimento físico e ajudaram a criar o respeito pelas regras da competição saudável e a ter espírito de equipa. Foram-nos dadas condições para ter uma adequada educação cívica e moral, tendo-nos sido transmitidos princípios e valores, entre os quais enunciamos o respeito pelos outros, a disciplina, a organização, a consideração pelo passado, mas tendo em conta o presente, a solidariedade, a camaradagem, a lealdade, a generosidade, a capacidade de desenvolvimento individual em que cada um mostrasse o seu valor e mérito, mas respeitando os outros. Assim, educação escolar, educação física, educação cívica e moral complementaram-se no sentido da formação de pessoas capazes de viverem harmoniosamente e contribuírem para o desenvolvimento da sociedade. E isso tudo devemos ao Colégio! Uma palavra muito especial sobre a relação que existiu entre os alunos do Batalhão Colegial de então, a camaradagem que nos marcou para toda a vida e existe actualmente na nossa condição de ex-alunos. Para isto tem contribuído a Associação dos Antigos Alunos do Colégio Militar. Desejamos referir a importância que tiveram os graduados. Não nos podemos esquecer que estávamos num colégio interno, longe das famílias, e que vivíamos a adolescência, um período de desenvolvimento no qual o afecto e o exemplo são muito importantes. Os mais velhos de nós, os graduados, tiveram uma grande influência na nossa formação, pelo exemplo que nos deram na educação escolar, física e na educação cívica e moral. Foram, por assim dizer, os nossos irmãos mais velhos a quem recorríamos sempre que necessário! Eis o nosso testemunho que se referiu somente a uma parte do muito que o Colégio nos deu! Este Colégio, que é de todos nós, tem 206 anos de existência! Foi sempre o memo Colégio,
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mas foi sempre um Colégio diferente, pois teve que se adaptar à sociedade à época onde se inseriu. Bem se compreenderá que o Colégio de há 200 anos, o de há 50 anos e o actual, tiveram uma parte comum, a nossa tradição, mas tiveram igualmente uma parte diferente. Basta referir para cada uma destas épocas as diferenças que se verificaram nas famílias, as diversas solicitações da sociedade, a transformação havida nos cursos e profissões, a evolução nos conhecimentos técnicos e científicos.
Sabemos, Exmº Senhor Director, que o Colégio actual se modernizou para responder às solicitações da sociedade, mas que soube manter intactas as suas tradições, que são sempre o reflexo dos princípios e valores definidos desde a sua fundação, já lá vão mais de 200 anos! Agradecemos ao Exmº Senhor Director a oportunidade que nos deu de comemorarmos os 60 nos de saída do Colégio! Obrigado Colégio Militar!
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ASSOCIAÇÃO
Reunião dos Cursos de Entrada de 1935 e 1936 27 de JUNHO de 2009 - PENAFIEL
Cartas abertas ao António Ferreira Alves (84/1934) Caro “Bóbó” Caros Meninos da Luz Não esqueço as sensações únicas que tive no ano passado quando vos acompanhei na vossa reunião anual, de que ressaltaram a alegria e a vossa ligação resultante de uma amizade que nasceu há mais de 70 anos no Colégio. Marcou-me ainda, e bastante, a enorme dedicação da família ao “Bóbó” que - com gosto e alegria - receberam os seus amigos de tantos anos. Não é frequente assistir e sentir tanta pureza e simplicidade nas relações entre pessoas, bens cada vez mais escassos na sociedade em que vivemos. E deixem-me que, com alguma vaidade, que estou seguro que também partilham, vos diga que estou convicto de que isso se deve, em grande parte, às raízes que todos, directa ou indirectamente - para alguns dos presentes através do sangue que receberam nas suas veias - criaram e desenvolveram desde que foram “Ratas” e durante a sua passagem pelo Colégio. Permitam-me ainda uma palavra especial para o 112 que, com a sua invejável energia e sentido de organização, consegue comandar esse “pelotão” ajudando a manter viva a vossa reunião anual. Tenho pena de não poder acompanhar-vos hoje, acedendo ao simpático convite do “Bóbó”, mas não quero deixar de dizer-vos que, em espírito, estou presente. Um abraço para todos, o meu agradecimento pela vossa lição de amizade e solidariedade e um grande Zacatraz. Lisboa, 27 de Junho de 2009 Martiniano Gonçalves 9/1958
Porto, 29 de Junho de 2009
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Revista da AAACM
ASSOCIAÇÃO Cartas abertas ao António Ferreira Alves
Meu caro Ferreira Alves
- A amizade que eles têm por ti, que os obriga a virem de longe apenas para estar contigo?...
Peço desculpa por te importunar com esta carta, mas ficaria de mal com a minha consciência se o não fizesse.
Se me obrigares a ter de escolher algo que me deixou a pensar, dir-te-ei que foram duas coisas.
Desde 2004 que venho acompanhando, através do que se foi escrevendo na Revista da AAACM, os convívios que todos os anos promoves em tua casa com “Meninos da Luz” do teu tempo.
Em primeiro, como tive ocasião de referir, a força invisível que o Colégio tem no íntimo de cada um de nós, que faz com que aconteça tudo aquilo que pude viver e observar – é a “alma” do Colégio!
Imaginava eu que o que nela se contava não passava de um escrito de gratidão pincelado por cores imaginárias ditadas por uma saudade que o passar dos anos vai transformando, cada vez mais, em profunda emotividade susceptível de levar a confundir aquilo que é com o que gostaríamos que fosse.
Depois, a nostalgia que pressenti na tua face e no teu olhar quando os teus camaradas começaram a despedir-se por terem que regressar... Não é fácil, para quem faz as coisas com tanto empenho e carinho, ficar a dizer para consigo próprio: “Pronto! Agora ainda falta um ano para voltar a repetir todas estas emoções...!”
O vosso amável convite para comparecer no “7.º Encontro” colocou-me perante a realidade! Uma realidade que, como dizia Camões, “mais vale experimentá-la que julgá-la”.
Fico-te muito grato por te teres lembrado de mim e me teres possibilitado viver uma experiência tão marcante e tão enternecedora. Bem hajas por isso!
O que pude viver é um caso absolutamente excepcional de Camaradagem e de Solidariedade, que alastra e envolve também os teus descendentes, e que, sem dúvida, toca emocionalmente qualquer um. Passaram-se tantas surpresas, em tão pouco tempo, que não sei dizer-te o que mais me impressionou:
Se puderes e te lembrares, peço-te que comuniques a todos os teus o quanto me impressionou a sua gentileza, a sua simpatia, o seu esmero, o seu trabalho e o modo como estão integrados no espírito colegial. Jamais o esquecerei! Resta-me dizer-te que estou ao teu dispor para aquilo em que puder ser-te útil.
- O carinho e o esmero com que organizas e programas tudo?
Se um dia puderes, gostaria de contactar-te para me mostrares aquilo que me apercebi que foste guardando acerca do Colégio e da tua vivência por terras ultramarinas. Mas depois conversaremos.
- O modo como consegues a adesão da tua família e a motivas?
O meu muito obrigado... e viva o Colégio Militar que faz Homens como tu.
- A tua iniciativa?
- A excelência do almoço e das ofertas? - A alegria e emoção com que recebes os teus camaradas de infância e juventude?
José Alberto Costa Matos 96/1950
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ASSOCIAÇÃO
Grande “Bóbó”, bom dia! Passada uma semana sobre o nosso maravilhoso reencontro, e na sequência do que temos vindo a conversar telefonicamente e a evocar ao longo destes 7 dias, gostávamos de alinhavar umas reflexões sobre valores incomparáveis, como são as ideias práticas tuas e/ou dos teus queridos familiares para enriquecerem esta e as anteriores seis reuniões do nosso curso em Penafiel e para tornarem vivo o espírito que o Colégio nos inculcou em aspectos tão importantes como a camaradagem, o “um por todos e todos por um” e o “serviço” em todos os sentidos. Primeiro, é isso mesmo, a procura de iniciativas que perpetuem estas jornadas. Temos já nas nossas casas recordações de índole colegial oriundas do teu bestunto, desde sacos com as calistas barretinas e inscrições referentes aos antigos alunos, até cartões do “rata” encapotado a fazer a continência, com os números de cada um de nós estampados em grande relevo, ideia tirada de uns postais dos anos vinte alusivos ao Colégio! A partir de agora temos mais os bonés brancos de cariz colegial, que a vossa imaginação descobriu. E este ano, outra ideia felicíssima, o “Recordando” factos que aconteceram nos anos 36 a 43 e que marcaram tanto a vida do país como a das gerações colegiais dessa época. Este trabalho, que foi realizado pelo nosso camarada Costa Matos, traduz uma sensibilidade espantosa, e é merecedor não só de louvor, mas também e sobretudo de gratidão por corporizar assuntos de certo modo históricos, contemporâneos da nossa colegialidade, constituindo mais um elo a fortalecer o que já muito nos une. Curioso ver no Diário de Notícias deste sábado a mesma fotografia que foi reproduzida nesse documento, a propósito da efeméride dos 70 anos do atentado a Salazar nas Avenidas Novas de Lisboa. Digna de menção também, até pela beleza artística da composição gráfica e da impressão, o cardápio dos aperitivos e dos “comes” e dos “bebes” (parabéns em particular pelo inigualável Bacalhau à Santa Fé, a justificar as diversas repetições que pedimos, e pelo espantoso Quinta do Cabriz), com dois pontos de grande simbolismo: a fotografia da cozinha colegial em 1910 e o lindíssimo e sentido soneto dum ex 206 de 1897 que não sabemos onde conseguiste encontrar e que adiante transcrevemos. Que encanto! Procuraremos guardar este documento até ao fim dos nossos dias! 12
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Temos ainda presente a artística reprodução do zimbório que domina os Claustros, profusamente iluminado, na cobertura do “Bolo do 7º Aniversário”, uma verdadeira obra-prima da doçaria portuense. E já nem falamos na deliciosa bolama penafidelense, uma vez que essa desapareceu rapidamente dos armários onde tentámos conservála após o regresso a penates no dia 27 à noite!
Gostaríamos finalmente de sublinhar que este nosso encontro de 2009 ficou também marcado por outras duas iniciativas: a evocação sob a forma de “oração de sapiência”, a um tempo apaixonada, objectiva, rica e divertida, dos valores ligados ao nosso querido Colégio, feita pelo José Alberto da Costa Matos, 96/1950, co-autor com o Mário Falcão da “História do Colégio Militar”, e a mensagem do nosso também querido Presidente Martiniano Gonçalves, que assim se tornou presente, mesmo sem partilhar este ano do atrombanço, e que com imensa sagesse relacionou a “pureza e simplicidade das nossas relações” com “as raízes que todos, directa ou indirectamente criaram e desenvolveram desde que foram Ratas e durante a sua passagem pelo Colégio”. Last but not least, os prestimosos “sucessores” da tua saga familiar, a Paulinha e a Celina e o Paulo, sem esquecer a também super eficiente e super simpática Albertina, todos eles irmanados nos seus aventais portadores da inscrição “Serviçais dos Meninos da Luz”. E como serviram… Para ti e para eles, em nosso nome e também no dos nossos camaradas de cursos que por diversas razões não puderam estar presentes em Penafiel, um obrigado sem limites e um abraço de amizade sempre em crescendo. A vossa fidalga hospitalidade sob a tua égide é uma lição viva de virtudes que o Colégio nos ensinou e que já acima evocámos, em particular a camaradagem e o serviço. Estiveram presentes: 2/36, 10/37, 33/36, 68/36, 73/36, 96/50, 110/36, 112/36, 122/37, 131/35, 159/36, 196/36, 218/36, 263/35, 277/35, 282/36, 302/36, 314/36, 327/37, 347/35, 386/36
Lisboa, 5 de Julho de 2009 José Manuel de Almeida Campos Soares de Oliveira 112/1936
ASSOCIAÇÃO Cartas abertas ao António Ferreira Alves
Colégio Militar como te quero Agora, mais que nunca que estou velho; E como lembro ainda o tom severo Do teu valiosíssimo conselho Quando te conheci era um fedelho E tu um Centenário digno austero, E hoje te vejo como espelho Das mais nobres virtudes que venero. Não tenho pergaminhos. Se os tivera, Havia de trocá-los, quem me dera… Apenas só por este que me apraz: QUANDO BAIXAR À TERRA, MUDO E FRIO, ESCREVAM-ME NA CAMPA ESTE ELOGIO “Menino foi da Luz. Descanse em Paz”
João Braz de Oliveira 206/1897 Revista da AAACM
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Jantar de recepção aos novos Antigos Alunos
Jantar de recepção aos novos Antigos Alunos Mantendo-se uma tradição que julgamos oportuna e simpática, nos últimos dias em que os finalistas do Colégio Militar ainda aí se encontravam, a Direcção da AAACM promoveu um jantar no Restaurante “Jardim da Luz”, comemorativo da sua transição de Alunos para Antigos Alunos do Colégio Militar. Como de costume, os elementos presentes da Direcção ofereceram-lhes o seu tradicional emblema, que acreditamos os acompanhem sempre desde agora. Preencheram fichas de inscrição como membros da AAACM, embora fiquem isentos do pagamento de quotas até poderem arcar com os correspondentes encargos financeiros. Durante o jantar, o Presidente da Direcção, Eng. Martiniano Gonçalves, pronunciou algumas palavras alusivas ao evento, e com votos dos maiores sucessos quer nas provas escolares, quer na sua vida futura. Mário Silva Falcão 314/1936
©Foto Mário Falcão
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Sócios Honorários da AAACM
Sócios Honorários da AAACM Após o falecimento do nosso saudoso camarada Octávio de Almeida Rodrigues (287/1938), habitual autor da relação dos sócios honorários da AAACM, é altura de recordar os nomes desses nossos amigos. Assembleia Geral de 24 de Março de 1986 Sócio nº 2 Prof. Carlos Dário Fernandes Sócio nº 3 José Ramalho Farias Sócio nº 4 Germano Bernardo Correia Assembleia Geral de 30 de Março de 1988 Sócio nº 5 Joaquim Francisco Ramos Sócio nº 6 Manuel Mendes de Sousa Assembleia Geral de 30 de Março de 1995 Sócio nº 10 Dr. Fernando Venâncio Peixoto da Fonseca Sócio nº 11 Dr. António Dias Miguel Sócio nº 13 Dr. José das Neves Henriques Sócio nº 14 Dr. António Monteiro Romão Sócio nº 15 Dr. Mário Garcia do Carmo Sócio nº 16 Escultor José João Carneiro de Brito Sócio nº 17 Padre António Valdemiro Lusitano Leal Sócio nº 18 Dr. Manuel Carlos Dias
Assembleia Feral de 31 de Março de 1997 Sócio nº 24 Padre José Maria de Braula Reis Sócio nº 25 Capitão Joaquim Nunes Assembleia Geral de 31 de Março de 1998 Sócio nº 26 Coronel José Galaôr Ribeiro Sócio nº 27 Coronel José da Câmara Vaz Serra Sócio nº 28 Sargento-Aludante Manuel do Rosário Coelho Sócio nº 29 Leonel José da Silva Tomás Sócio nº 30 Padre Miguel da Silva Carneiro Assembleia Geral de 29 de Março de 2000 Sócio nº 31 Jornal “Correio da Manhã” Assembleia Geral de 21 de Março de 2001 Sócio nº 32 Major-General José António de Deus Alves Assembleia Geral de 27 de Março de 2002 Sócio nº 33 Tenente-General Samuel Matias do Amaral Sócio nº 34 José Maria Pereira Assembleia Geral de 29 de Março de 2004 Sócio nº 35 Manuel Marcelino Nunes Mário Silva Falcão 314/1936
Assembleia Geral de 29 de Março de 1996 Sócio nº 19 Tenente-General António Máximo Calixto e Silva Sócio nº 20 Coronel António Varela Romeiras Júnior Revista da AAACM
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PROTOCOLOS A anterior Direcç‹o assinou um conjunto de protocolos de natureza cultural e/ou apoio social, os quais s‹o de gr ande relev‰ncia par a a Fam’lia Colegial. Assim sendo, Ž de todo o interesse a sua divulgaç‹o , podendo ser obtidos outros esclarecimentos atravŽs da AAACM Ð Miguel de Mello 217122306/08 - marketing@aaacm.pt
ASSOCIA‚ÌO CORA‚ÌO AMARELO Esta Associaç‹o Ž uma instituiç‹o particular de solidariedade social que tem como objectivo, entre outros, a promoç‹o de iniciativas que visem apoiar pessoas em situaç‹o de solid‹o e/ou dependência, preferencialmente as mais idosas; o desenvolvimento, junto de entidades respons‡veis, de iniciativas tendentes ˆ sensibilizaç‹o para a necessidade de melhorar a qualidade de vida dessas mesmas pessoas, bem como a criaç‹o de din‰micaspara a implementaç‹o , nas comunidades, de um serviço de apoio domicili‡rio integrado e de qualidade, em articulaç‹o com os serviços de saœdee de acç‹o social. O acordo de cooperaç‹o com a AAACM prevê, entre outras acç›es para os seus Associados e c™njuges em situaç‹o de solid‹o e/ou dependência, apoio de assistência em regime de voluntariado em condiç›es a serem definidas.
Instituto Nacional para Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores O acordo de cooperaç‹o prevê que os s—cios da AAACM se inscrevam como associados do INATEL, pagando apenas a quota anual e ficando isentos da taxa de inscriç‹o .
Prevê tambŽm que o INATEL facilitar‡ ˆ AAACM e seus associados, o acesso ˆs suas estruturas e iniciativas (centros de fŽrias, parques de campismo, unidades de turismo em espaço rural nos periodos de mŽdia e baixa ocupaç‹o , entrada no Teatro da Trindade e participaç‹o nas excurs›e s constantes da sua programaç‹o) aos preços praticados para os seus associados.
LIGA DOS COMBATENTES O acordo prevê a promoç‹o mœtuada protecç‹o , do aux’lio e da defesa dos leg’timos interesses morais e materiais dos seus associados, com o provimento rec’proco das suas necessidades sociais, promovendo acç›es e iniciativ as de cariz cultural.
ROTARY CLUBE DA PORTELA O acordo prevê a promoç‹o de acç›es e iniciativ as de cariz cultural e social, designadamente apoiando e realizando exposiç›es, c ol—quios, semin‡rios, conferências, estudos e outros eventos culturais relacionados com os objectivos das Instituiç›es e que sejam de interesse para a comunidade. Contempla tambŽm apoio para contactos e assistência, atravŽs dos clubes Rotary e dentro do seu esp’rito de entreajuda, para facilidades no fornecimento de cadeiras de rodas e equipamentos afins, e alguns patrocinios na concess‹o de bolsas para programas de estudo.
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Se este for o momento em que tudo te parece falhar e o desânimo te invade, "por favor não desistas", porque nós não desistimos de ti. Liga 919263665 ou 212682219.
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Colégio Militar na Toponímia Portuguesa
O Colégio Militar na Toponímia Portuguesa Com a devida vénia, reproduzimos a referência escrita pela mão do Dr. David Sequerra e inserida no número 212 do Boletim da Associação dos Pupilos do Exército, referência
elogiosa para a nossa Associação e para o nosso Camarada José Alberto da Costa Matos (96/1950).
À Associação dos Pupilos do Exército e aos seus Associados desejamos os maiores êxitos com a concretização de todos os seus objectivos. A Redacção da Revista AAACM
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3 de Março em Évora Um grupo de Antigos Alunos comemorou o 3 de Março em Évora. Não nos foi enviado texto relatando o acontecimento, todavia dis-
pomos de algumas fotografias e aqui fica o registo desse animado jantar de boa camaradagem.
©Fotos Mário Falcão 26
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ASSOCIAÇÃO Sardinhada na Feitoria
Sardinhada na Feitoria
Como habitualmente nesta época do ano, teve lugar na Feitoria, no passado dia 4 de Julho, uma concorrida “sardinhada”, a que compareceram cerca de 90 pessoas, entre associados ou Antigos Alunos, familiares e convidados. O dia manteve-se apropriado, o serviço impecável e as sardinhas saborosas, apreciadas em ambiente de franca camaradagem entre gentes de avançada idade e as novas gerações de Antigos Alunos que com a sua juventude e boa disposição animaram o encontro no aprazível lugar das frondosas árvores do parque da Feitoria. Mário Silva Falcão 314/1936
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©Foto: Mário Falcão Revista da AAACM 31
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DO COLÉGIO Primeiras árvores no Bosque Teixeira Rebello
Cerimónias do Encerramento do Ano Lectivo
©Foto Sérgio Garcia
No dia 8 Junho iniciaram-se as Cerimónias do Encerramento do Ano Lectivo com uma Sessão Cultural no Auditório em que participaram Alunos dos vários anos em manifestações teatrais, de declamação e de música, seguindo-se a inauguração a Exposição de Trabalhos Escolares e da Exposição de Artes Plásticas. Na Parada Nova foram feitas demonstrações das actividades físicas e de desporto, com a entrega de Troféus Desportivos aos Alunos e equipas melhor classificadas durante as competições realizadas ao longo do ano. No dia seguinte, 9 de Junho, teve lugar nos Claustros a Formatura Geral do Batalhão Colegial que prestou Continência ao Director, Senhor Major-General Raul Jorge Laginha Gon-
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çalves Passos, na presença do Corpo Docente, dos Oficiais e Servidores do Colégio, dos Presidentes da Associação dos Antigos Alunos, da Associação de Pais e Encarregados de Educação, da Liga dos Amigos do Colégio Militar, de Familiares e Convidados dos Alunos. Foram impostas condecorações a Servidores do Colégio que se distinguiram no exercício e desempenho das suas funções. Com a natural emoção, o Comandante do Batalhão despediu-se dos seus Camaradas em breves palavras exortando-os a que se mantenham sempre fiéis aos princípios dos verdadeiros Meninos da Luz e do seu Código de Honra, desejando-lhes os maiores sucessos na sua carreira colegial.
DO COLÉGIO Cerimónias do Encerramento do Ano Lectivo
Uma palavra pois de reconhecimento pela forma sempre amiga e colaborante e muitas vezes compreensiva como que, uma vez mais e ao longo de todo o ano, se revelou facilitadora da acção directiva e que em muito contribuiu para o sucesso do ano que agora termina. Em nome de todos quantos servem Portugal, neste Estabelecimento Militar de Ensino, a nossa homenagem e agradecimento, fazendo votos que no próximo ano escolar, possamos continuar a contar com o vosso apoio, esforço e dedicação. Este Colégio de todos nós tem sabido manter-se, ao longo dos seus 206 anos de existência, como uma escola de referência no âmbito da cidadania por transmitir à juventude valores fundamentais tais como a abnegação, o sacrifício, a coesão, a disciplina, mas também a coragem, a ousadia e o amor à Pátria.
©Foto Sérgio Garcia
Seguiu-se a Cerimónia de Transmissão do Guião do Colégio após o que, o Director, Senhor Major-General Raul Jorge Laginha Gonçalves Passos, proferiu a seguinte alocução:
“Exmos. Senhores Presidentes da Associação de Antigos Alunos, da Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos do Colégio Militar e da Liga dos Amigos do Colégio Militar, Exmos. Convidados, Exmos. Membros do Corpo Docente, Camaradas e Funcionários do Colégio Militar, Minhas senhoras e meus senhores, Caros alunos A toda a família colegial, endereço as nossas melhores saudações de amizade e de camaradagem e de uma profunda gratidão, por mais uma vez num espaço temporal tão pequeno se juntarem, em redor destes centenários claustros, num abraço solidário a todo o Batalhão Colegial.
Foi um ano extremamente preenchido, com inúmeras solicitações escolares, culturais, lúdicas, militares, honoríficas, de representação, de divulgação e de inspecção, que provaram, uma vez mais, não ser fácil ser aluno, funcionário ou docente do Colégio. As actividades em que, de uma forma ou de outra, todos participámos, tiveram como objectivo complementar e contribuir, para a formação plena dos nossos alunos, futuros cidadãos orgulhosos do Colégio que os forma e do país a que pertencem. O sermos de corpo inteiro membros desta comunidade educativa exige de cada um de nós e ao longo da nossa permanência, muita perseverança, tenacidade, coragem, força de vontade e um amor muito profundo à Instituição e acreditar na nossa missão que nesta casa assume formas de verdadeiro sacerdócio. Esta cultura de disciplina, de rigor e de exigência, associada ao brio e ao prazer de vencer obstáculos, só se consegue, no entanto, com o envolvimento das famílias com as quais esperamos continuar a contar no futuro. O ano lectivo que hoje termina foi há momentos marcado pelos alunos de forma simbólica, através da transmissão do Guião do Colégio aos futuros alunos finalistas. É um acto carregado de simbolismo e de tradição, que tal como o capote e o barrete que irão Revista da AAACM
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DO COLÉGIO
©Foto Sérgio Garcia
ficar durante as férias escolares, no topo do zimbório a lembrar a todos que o centro de gravidade do Colégio é o aluno. Caros Alunos No presente ano lectivo muitos obtiveram sucesso e encheram-nos de orgulho graças a uma prestação escolar e comportamental digna de um verdadeiro “Menino da Luz”. Para vós os nossos parabéns e o reconhecimento público, pelo excelente trabalho realizado que é o corolário do elevado investimento que os vossos pais e os encarregados de educação fazem, anualmente e de forma continuada, para que tenham a melhor educação possível. No entanto alguns de vós perderam oportunidades, cometeram erros e fracassaram. Fracassar é sempre um desgosto que envolve todos os que convosco trabalharam, no sentido de vos formar e educar, mas estou certo que o maior prejuízo em termos de futuro será sempre vosso. Mais uma vez apelo, a que aproveitem o período de férias escolares, para meditarem nas oportunidades perdidas de forma a regressarem com uma atitude mais positiva em relação ao trabalho e ao comportamento que se espera de vós. 34
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Em Setembro cá estaremos uma vez mais, prontos para vos recebermos e em conjunto iniciarmos um novo ano lectivo apoiados pelas vossas famílias. Regressem com vontade de trabalhar e de estudar pois terão nova oportunidade, para evitar repetir os mesmos erros e omissões, e alcançar o almejado sucesso. Aos que concluíram o 11º ano e que serão finalistas no próximo ano, uma palavra muito especial para vos desejar, as mais sinceras felicidades pessoais, sucessos escolares e que saibam manter em todas as ocasiões uma atitude exemplar. O melhor ano da vossa vida colegial está prestes a chegar e irá ser o momento em que a formação moral, cívica e militar que vos foi ministrada ao longo de sete anos, por docentes e funcionários, irá ser posta à prova, bem como os ensinamentos e a cultura colegial, que os vossos antecessores vos transmitiram. O próximo ano, será aquilo que vós, os próximos finalistas, quiserem que seja, mas podem estar certos que irá exigir da vossa parte, muito trabalho, planeamento, organização e dedicação. Desta forma podereis concretizar sonhos e projectos, sendo dignos dos vossos
DO COLÉGIO Cerimónias do Encerramento do Ano Lectivo
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antecessores e exemplos vivos das salutares tradições e virtudes, inscritas no Código de Honra do vosso Colégio. Toda a “Família Colegial” tem grandes expectativas em vós e em especial os alunos mais novos que ireis enquadrar. A forma como usardes as qualidades da generosidade, do rigor, do voluntarismo, da compreensão e da justiça farão com que se dilua a fronteira entre o graduado que é temido, do que é respeitado. Continuamos a acreditar que os Graduados são uma das especificidades mais nobres do Colégio. Saibam ter nobreza de espírito, pois contamos convosco e com a vossa acção discreta, esclarecida e sensata, que irá balizar o caminho que juntos iremos percorrer no próximo ano. Aos finalistas que hoje terminam o percurso colegial e que passam à condição de ex-alunos, uma palavra de felicidades. Não foi um ano fácil, mas foram exactamente, os momentos e as acções menos boas e mais difíceis, por que haveis passado que temperaram o vosso carácter, a vossa personalidade e espero que tenham marcado de forma positiva, os vossos camaradas mais novos. Para quem vos viu chegar meninos e vos vê agora partir homens bem formados, os vossos sucessos pessoais e profissionais serão sempre motivo de orgulho para todos. Se me permitem um último conselho dir-vos-ei: “Saibam escolher uma profissão que verdadeiramente gostem e assim não tereis que trabalhar um único dia da vossa vida”. Haveis crescido… na “Luz” e desejo que a “Luz” vos acompanhe e a ajude, na vossa afirmação futura, agora como ex-alunos, homens e portugueses. Honrem e sejam embaixadores do vosso Colégio, junto da sociedade e que a vossa vida seja sempre iluminada, pela “Luz” que vos educou. Bem-hajam senhores alunos, senhores professores, camaradas, funcionários, familiares, Encarregados de Educação e Associações, bem como todos, os que são verdadeiros amigos do Colégio Militar e que nos têm ajudado e apoiado nas horas mais difíceis por que passou o nosso Colégio no ano que agora termina. A resposta institucional do Colégio continuará a ser materializada pela verdade, transparência, competência, trabalho e exigência que nos 36
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permite continuar ter a consciência tranquila e a continuar a lutar por uma Instituição de excelência. Comprometemo-nos a fazer mais e melhor, alterando e consolidando o que estiver identificado como necessário e relevante, no âmbito das atitudes e dos procedimentos, num processo contínuo de aprendizagem recheado de humildade, mas também de idoneidade. Aos que ainda têm responsabilidades académicas os votos dos maiores sucessos nos exames. No final e para todos umas boas e merecidas férias para início de um novo ano lectivo.” Seguiu-se o desfile do Batalhão Colegial na Parada Nova em continência ao Director, após o que se iniciaram as Férias Grandes para os Alunos dos anos não sujeitos a exame final. Gonçalo Salema Leal de Matos 371/1949
DO COLÉGIO Cerimónias do Encerramento do Ano Lectivo
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DO COLÉGIO A Celebração dos 50 anos de saída do Curso de 1952-59
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Está de novo à disposição da Família Colegial o restaurante da Associação, agora com o nome de “Jardim da Luz” e concessionado a profissionais do ramo, os proprietários do conhecido restaurante “Gravatas” que tinha sido adoptado 38
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ultimamente pelos Antigos Alunos para as suas programadas reuniões de curso. O “Jardim da Luz”encontra-se aberto todos os dias com excepção da Segunda-Feira. Reservas pelo telefone 21 715 60 87.
DO COLÉGIO A Celebração dos 50 anos de saída do Curso de 1952-59
COLABORAÇÃO
Reprodução do desenho do selo de €0,30 da serie comemorativa do Bi-Centenário do Colégio Militar
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COLABORAÇÃO
COLABORAÇÃO Eduardo Lourenço e o CM
Eduardo Lourenço e o Colégio Militar Eduardo Lourenço, mais propriamente Eduardo Lourenço de Faria, ingressou em 1934 no Colégio Militar onde lhe foi atribuído o número 92. Terminado o ciclo secundário em 1940, cursou Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, tendo sido seu assistente. Foi meu camarada no 2º ciclo do Curso de Oficiais Milicianos de Infantaria. Ao contrário da maioria esmagadora dos antigos “Meninos da Luz”não apreciou muito a sua passagem pelo Colégio. Segundo li num periódico, as razões apresentadas para tal baseiam-se em circunstâncias pessoais ou familiares que pouco têm a ver com o Colégio. Lembro-me de que lhe deram no Colégio a alcunha de “lavadeira”, talvez devida à sua tez rosada. Era também conhecido por, nos campeonatos escolares de atletismo, lançar o dardo de um modo muito especial pegando pela sua ponta e atirando-o como se fosse um disco. De qualquer modo, ainda pôde escrever o seguinte na sua fotobiografia oferecida em 2002 à AAACM:
“O Colégio Militar tem uma mitologia própria, adquire-se um enorme espírito de grupo, e talvez me tenha ficado desse colectivismo, embora não seja muito sensível a isso. Para
mim, foram importantes as amizades, as amizades de infância são sempre as que perduram nos anos. Ao nível dos camaradas, havia uma espécie de democracia todos perdiam o nome, todos tinham números. Nesse sentido, não era uma escola de servilismos, muito pelo contrário. Curiosamente, apesar de sermos garotos e não se falar muito de política, a maior parte dos alunos era do contra embora também por lá andassem filhos de hierarcas do regime. A maior parte de nós acabou por optar pela vida civil. O meu melhor amigo era engenheiro e já morreu. Nós morremos duplamente. Morremos para nós próprios porque vamos perdendo o que somos e temos consciência de que o nosso tempo está contado, mas, por outro lado, há o esquecimento sem vontade. Há sempre o esquecimento que surge apesar de nós próprios, esquecemos certas coisas que achávamos ser impossíveis de deslembrar. Pensávamos que temos uma reserva inesgotável de lágrimas para os nossos mortos, mas é completamente mentira, a nossa reserva esgota-se depressa. Esgota-se muito depressa… Mas também escreveu que “Em relação ao Colégio Militar, marcou-me por ter sido um lugar de não-comunicação. Mário Silva Falcão 314/1936
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COLABORAÇÃO Talvez não sabias que
TALVEZ NÃO SABIAS QUE
- Após o seu falecimento em 6 de Outubro de 1825, no edifício da Luz, o Marechal Teixeira Rebelo foi sepultado mos subterrâneos da Igreja dos Padres Irlandeses, no Largo do Corpo Santo. - As actuais 4 Companhias que compõem o Batalhão Colegial existem a partir do ano lectivo de 1939/40, substituindo as 7 anteriores. - A viagem-excursão final do Curso de 1935/1942 foi à “distante” península de Setúbal, em autocarros da empresa “Boa Viagem”. Outros tempos! - Em Março de 1947, por ocasião da entrega do bastão de marechal ao Presidente da República, General António Óscar de Fragoso Carmona (24/1882), no Terreiro do Paço, esteve presente a totalidade do Batalhão que se fez transportar a cavalo.
- O “grito de guerra” do Colégio Militar é “allez, allez à votre santé” e “ala, ala, arriba” e nunca riba. - Os alunos do Colégio com bom aproveitamento podem ir dormir a casa na 4ª feira e sair após o fim das aulas de 6ª feira, apresentando-se na manhã da 2ª feira seguinte. Nos anos 40 e 50 havia uma saída geral no último fim-de-semana do mês, a saída do Colégio era no Sábado após o almoço e o regresso no Domingo até às 10H30 - A 1ª Reunião da Velha Guarda teve lugar em 30 de Abril de 1966, por iniciativa da Associação. - O campo de futebol do “alto da quinta” está a ser arrelvado. - Numa das paredes do antigo ginásio destruído em Fevereiro de 1941 estavam inscritas AS DEZ MÁXIMAS DO DESPORTISTA: - Não te dês por vencido sem teres feito o possível para vencer honrosamente. - Não apresentes desculpas nem razões da tua derrota. - Não te enchas de orgulho quando venceres. - Aprende a perder. - Não te aproveites de vantagens ilícitas sobre o teu adversário. - Não solícites partidos injustos. - Apressa-te a ceder em favor do teu adversário o benefício de qualquer dúvida. - Não amesquinhes o teu adversário nem exaltes as tuas forças. - Ganhar ou perder são pormenores de pouco valor; o importante é praticar o desporto. - Aquele que pratica o desporto com dignidade, ganha sempre, mesmo quando perde.
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COLABORAÇÃO Não desistas
(Para todos nós… sempre solidários)
NÃO DESISTAS Quando sentes que a paz e a saúde te faltam, Quando, mesmo a sorrir, as dúvidas te assaltam, Quando o medo te oprime e a Fé já mal avistas, Então, respira fundo, sim, mas NÃO DESISTAS. Não te encerres, em ti, como numa gruta. Escuta a tua Alma:”Tem Coragem, luta!” Se nos olhos dos outros tu não vês ternura E o cimento doentio das nuvens te amargura Então, enfrenta a Vida, mesmo triste e magoado, Não estás só, acredita, Alguém vai ao teu lado, Seguindo, sem O veres ou ouvires os teus passos, Dando novo vigor aos teus já fracos braços. E se uma voz ruim te disser:”Não resistas, Outra segredará, mais forte: NÃO DESISTAS Roberto Ferreira Durão 15/1942
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Curiosidades sobre emblemas de marcas de automóveis Os emblemas dos fabricantes de automóveis são mais do que simples símbolos de identificação das marcas. A maioria deles insere diversos aspectos da história das respectivas marcas. Os logótipos acompanham o aparecimento das primeiras fábricas de automóveis, ocorrido no final do século passado. Como as escuderias e as associações desportivas, os primeiros fabricantes de automóveis não dispensavam um símbolo de identificação do modelo, seguindo uma tradição surgida na Idade Média com os brasões nobiliárquicos. Eis o significado de algumas das que mais marcaram a história do automóvel.
Audi As quatro argolas unidas representam as marcas alemãs que formaram a Auto Union, fundada em 1947. São elas: Horch, Audi, Wanderer e DKW. No dia 1º de Janeiro de 1985, a Auto Union passou a chamar-se Audi AG, com sede empresarial em Nekarsulm, na Alemanha. Alfa Romeo O símbolo é composto pela bandeira com a cruz vermelha (brasão da cidade de Milão) e pela serpente devorando um homem (símbolo da família real milanesa). O nome do fabricante italiano, fundado em 1910, é a combinação da sigla A.L.F.A (Anonima Lombarda Fabbrica Automobili) com o sobrenome do engenheiro Nicola Romeo, fundador da marca. BMW Representa um hélice de avião, nas cores azul e branca. Foi criada depois que os irmãos Karl Rath e Gustav Otto conseguiram autorização do governo alemão para produzir motores de avião, em 1917. O primeiro carro a ter o símbolo da marca alemã foi o modelo Dixi 3/15, de 1928. BMW é a abreviatura de “Fábrica de Motores da Bavária” (Bayerische Motoren Werk). Cadillac Marca famosa da General Motors, o seu emblema deriva do brasão da família de Sir Antoine de la Mothe Cadillac, o fundador da empresa. A grinalda de plumas desperta muita admiração em todo o mundo - um verdadeiro clássico! Chevrolet Diz a lenda que o logotipo em forma de gravata borboleta foi baseado na ilustração do papel de parede de um hotel em Paris onde um dos fundadores da marca, William Durant, teria estado hospedado em 1908. Durant guardou a amostra na carteira para usá-la como símbolo da marca de automóvel que fundou em parceria com o piloto Louis Chevrolet.
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COLABORAÇÃO Curiosidades sobre emblemas de marcas de automóveis
Chrysler A antiga estrela de cinco pontas, formada a partir de um pentágono com cinco triângulos, representava a precisão da engenharia. O logo actual, um escudo com asas, já havia sido usado entre as décadas de 30 e 50. Citroën Os dois “V” invertidos, conhecidos na França como “Deux Chevron”, simbolizam a engrenagem bi-helicoidal criada pelo engenheiro André Citroën, fundador da marca francesa. DKW-Vemag A fábrica foi inaugurada em 1955, pelo presidente JKO. A antiga Vemag - Veículos e Máquinas Agrícolas dedicava-se, desde 1945, à importação de veículos Studbaker dos Estados Unidos bem como à fabricação de tractores. Da união com a DKW alemã surgiu, em 1957, o primeiro veículo de passeio brasileiro, a camioneta Vemaguet, dotada de um barulhento mas amado motor 3 cilindros de 2 tempos. Dodge O búfalo simboliza a cidade de Dodge, localizada no estado de Kansas (EUA), no oeste norte-americano. A marca pertence à Chrysler.
Ferrari O cavalo preto empinado sobre o fundo amarelo era usado no avião de Francesco Barraca, piloto de caça italiano morto na Primeira Guerra Mundial. A pedido da mãe de Barraca, o comendador Enzo Ferrari passou a adoptar o emblema nos seus carros a partir de 1923. Fiat A sigla em letras brancas sobre fundo azul significa Fábrica Italiana de Automóveis de Turim. Por algum tempo as 4 letras foram substituídas por 4 barras inclinadas (brancas ou cromadas) mas, actualmente, o símbolo remonta aos primeiros veículos fabricados pela Fiat. Ford O símbolo oval com a assinatura de Henry Ford permanece quase inalterado desde a fundação da empresa, em 1903. Hoje ele inspira o desenho das grelhas dos carros da marca. Jeep Marca norte-americana cuja origem vem da pronúncia, em inglês, da sigla G.P. (General Purpose), utilizada para identificar os modelos destinados a vários tipos de uso. Lamborghini O touro que aparece no símbolo dos desportivos italianos é uma homenagem do fundador da marca, Ferruccio Lamborghini, às lutas de touro pelas quais era fanático. Tanto que os carros da marca (Diablo e Murciélago) têm nomes de touros famosos. Maserati O logotipo da marca italiana representa o tridente de Neptuno, símbolo da cidade de Bolonha. A fábrica foi fundada em 1919 pelos irmãos Carlo, Bindo, Alfieri, Ettore e Ernesto Maserati. Revista da AAACM
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COLABORAÇÃO
Mercedes-Benz A estrela de três pontas representa o fabrico de motores para uso na terra, água e mar. Surgiu depois que Gottlieb Daimler enviou um postal ilustrado para sua mulher, dizendo que a estrela nele impressa iria brilhar sobre sua obra. Mitsubishi Um diamante de três pontas que representa a resistência e a preciosidade. O símbolo originou o nome da marca: “Mitsu” que significa três em japonês e “Bishi” que significa diamante.
Nissan A moldura azul (cor do céu e do sucesso na cultura japonesa) e um círculo vermelho ao fundo (que representam a luz do sol e a sinceridade) estão associados ao provérbio “sinceridade leva ao sucesso”. Nissan significa “indústria japonesa”.
Peugeot O leão estilizado, que representa a “qualidade superior da marca” e homenageia a cidade de Lyon (França), é usado desde 1919. Desde então o logótipo sofreu sete modificações.
Porsche São dois brasões sobrepostos - o da região de Baden-Württemberg e o da cidade de Stutgartt (o cavalo empinado), sede da marca alemã. A marca adoptou o símbolo a partir de 1949.
Puma Iniciou a sua produção em 1964 usando a mecânica do DKW e, em 1967, mudou para a mecânica do VW Carocha. Os primeiros “Pumas”, na verdade DKW-Malzoni, foram feitos para correr e sempre brilharam em Interlagos. Foram exportados para diversos países, principalmente para os EUA, entre 1970 e 1980. Quadrifoglio O trevo de quatro folhas dos desportivos da Alfa Romeo é o amuleto usado pelo piloto Ugo Sivocci, considerado herói da marca depois de em 1923 ter morrido num acidente no circuito de Monza (Itália). A partir daquele ano, todos os carros de corrida passaram a ter esse logótipo na carroçaria.
Renault O losango parecido com um diamante foi adoptado em 1925, sugerindo sofisticação e prestígio. Desde então teve quatro mudanças de visual. O primeiro símbolo de 1898, eram dois “R”, em homenagem aos irmãos Louis e Marcel Renault fundadores da marca francesa.
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COLABORAÇÃO Curiosidades sobre emblemas de marcas de automóveis
Rolls Royce Os dois “R” do logotipo eram estampados em vermelho. Com a morte dos seus fundadores, Charles Rolls (1910) e Frederick Royce (1933), as letras passaram a ser gravadas em preto em sinal de luto. Saab Uma das marcas sob controlo da GM, a sueca Saab começou a fabricar aviões em 1938. O nome vem de Svenska Aeroplan AkteeBolaget. A produção de automóveis começou em 1959. O logotipo circular tem um animal mitológico com cabeça de águia e garras de leão, símbolo da vigilância. O azul de fundo é a cor da marinha. Simca Marca de prestígio mas que gozava da fama de ser frágil. Inegável que o Chambord (depois Tufão) era um carro lindíssimo! A marca nasceu na França como uma importadora de carros Fiat, e seu nome era formado pelas iniciais de: Sociedade Industrial de Mecânica e Carroçarias Automóveis.
Subaru Em japonês Subaru tem o significado de “plêiade” (conjunto de estrelas). Isso explica a constelação adoptada como logótipo da marca.
Volkswagen Um dos mais familiares símbolos entre as marcas de veículos. O círculo envolve um “V” e um “W”, iniciais de volks (povo) e wagen (vagão, veículo), ou seja: carro do povo. Foi encomendado pelo próprio governo alemão ao engenheiro Ferdinand Porsche. Por isso ambos os veículos usaram motores refrigerados a ar durante muito tempo. Volvo O polémico logótipo da marca sueca (que hoje é controlada pela Ford) é o símbolo da masculinidade e por esse motivo já foi muito contestado por movimentos feministas na Europa. Na verdade, esse símbolo era usado pelos alquimistas para representar o metal, uma alusão que a Volvo fez à durabilidade dos seus veículos.
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O Edifício da 2ª Companhia nos anos quarenta e cinquenta, vendo-se o Pátio das Osgas e o início da Azinhaga da Fonte Revista da AAACM 49 ©Foto: Arquivo Histórico do Colégio Militar
RECORDANDO
Quando o tempo volta para trás. Quero agradecer ao Costa Matos (96/1950) o seu artigo “Rostos que fazem voltar ao outro lado do tempo”, publicado no número 174 da nossa revista, em que apresentou cerca de uma trintena de fotografias de funcionários do Colégio dos tempos da minha vivência na Luz, fotografias essas que ele salvou “in extremis” daquilo que seria uma lamentável destruição. O artigo do Costa Matos termina dizendo “Vejam…e regressem à vossa adolescência”. Eu vi e agradeço-lhe a viagem que me proporcionou no tempo, recordando o trio de fâmulos da Segunda no meu terceiro ano, o Abílio, o Miranda e o “Moca”, que depois transitaram com o meu curso para a Terceira, quando passámos para o “Colégio Novo”. A leitura do artigo do Costa Matos fez-me recordar que há anos atrás eu tinha escrito um texto que tencionava enviar para publicação na nossa revista, acerca de um dos componentes da galeria dos notáveis do seu artigo. O meu texto recordava o Ramalho, um barbeiro muito especial daqueles tempos idos. Não sei porquê, nunca cheguei a enviá-lo para a Associação, tendo ficado a amarelecer no meio de papéis vários e sendo salvo agora do esquecimento pelo artigo do Costa Matos. Embora um bom bocado desfasado no tempo, apresento de seguida o texto que escrevi, lamentando apenas a sua publicação numa altura em que o Benfica anda tão por baixo no panorama futebolístico Nacional. Melhores tempos virão… Recordando o Ramalho Soube há tempos que tinha morrido o Ramalho, o barbeiro de gerações de alunos, que no meu tempo trabalhava na 4ª Companhia. O Ramalho era uma figura da vida colegial, sempre prestável e simpático, um bom profissional e um benfiquista dos 4 costados. E se houvesse um quinto costado, também esse seria benfiquista. Dada a idade com que caíamos nas mãos do Ramalho (como disse, na 4ª Companhia) o tratamento dos nossos adereços capilares não era coisa fácil e de fazer a despachar, como quando estávamos nas 1ª e 2ª Companhias, em que o corte de cabelo era feito quase a rapar o crânio e o mais depressa possível, para não perder toda a hora do recreio com aquela tarefa. Na 4ª Companhia, o corte de cabelo já era um ritual que devia ser feito com cuidado e tempo, pois era preciso ficar com um cabelo bem aparado a toda a volta, mas mantendo uma poupa bem marcada. Estávamos nos tempos do início do Rock, com a sua estrela mais cintilante, o Elvis Presley, que ditava a moda no que a poupas dizia respeito. Era hábito na altura trazer um pente no bolso de trás das calças para dar um toque na poupa sempre que a mesma saía do sítio certo. Os cuidados capilares que o Ramalho nos dispensava não se ficavam porem pelo cabelo. Quando ele via que já tínhamos uns pelos raquíticos a despontar nos queixos ou no buço e estando com mais paciência e pouca clientela, lá dizia de quando em vez: “Temos de tratar dessa barba!”. Para um aluno de 15 ou 16 anos ouvir um verdadeiro Fígaro fazer uma apreciação destas com um ar sério e compenetrado era o mesmo que ouvir música celestial. O nosso “ego” dava um pulo e só 50
Revista da AAACM
RECORDANDO Quando o tempo volta para trás
não batia no tecto porque a sala da barbearia era de pé direito elevado. Obviamente que entrávamos logo na jogada e lhe dávamos permissão imediata para nos escanhoar. Seguiase uma ensaboadela geral da cara, feita com pincel de mestre, e o doce deslizar da lâmina da navalha, queixos acima, pescoço abaixo, que nos punha num estado quase de êxtase. Se no fim aquilo ainda metia massagem facial, com uma boa dose de álcool, que nos punha a cara a arder, a felicidade era então completa e a nossa gratidão quase eterna. Por isso aqui estou eu, transcorridos mais de 40 anos sobre a passagem da minha cabeça pelas mãos do artista Ramalho, a prestar-lhe esta última homenagem. A última vez que vi o Ramalho foi há meses atrás, na reunião comemorativa dos 50 anos de entrada do meu curso no Colégio, para a qual o convidámos e em que tive oportunidade de o recordar no discurso que então fiz. No fim o Ramalho, comovido por ter sido assim lembrado, pediu-me que lhe desse uma cópia do meu discurso que queria guardar consigo. Disse-lhe que ele iria ser publicado na revista da Associação, que ele iria receber. Espero que ele ainda tenha tido oportunidade de o ler. Como atrás ficou dito, o Ramalho era um benfiquista indefectível, isto na época de ouro do clube, com a sua constelação de estrelas (Eusébio, Coluna, Águas & Cª Lda.) e os seus dois títulos de Campeão Europeu. O benfiquismo do Ramalho era de tal ordem que até foi capaz de escandalizar o nosso capelão Braula Reis, o que não era fácil.
Recordo-me do Braula Reis comentar na aula uma conversa que tinha tido com o Ramalho quando fora cortar o cabelo. O bom do Ramalho tinha-lhe dito que não se importava de morrer, mas se isso acontecesse, o que ele gostaria era de poder vir de vez em quando cá abaixo ver o que era feito do seu Benfica. Da sua família nada disse e isso é que escandalizou o Braula Reis. Não querer saber da família e só pensar no Benfica era algo que ultrapassava a sua compreensão. Hoje penso que o Braula Reis terá feito fita e que terá aproveitado aquele deslize benfiquista do Ramalho para nos chamar a atenção para a importância da família. Seja como for, o que é facto é que benfiquistas como o Ramalho terá havido poucos, só talvez ultrapassado pelo falecido Artur Semedo (exaluno), cujo cortejo funerário, por sua vontade expressa, deu uma volta inteira ao Estádio da Luz, antes de se dirigir ao cemitério. Não creio que o Ramalho possa cá vir abaixo rever o seu Benfica, mas creio que o céu tenha janelinhas e que de lá se veja tudo cá para baixo. Se assim for, como é que terá reagido o Ramalho à contratação do Rui Costa e do Engenheiro do “Penta”? Ramalho, desejo que descanses em paz e que, quem sabe, um dia ainda voltes a tratar das nossas poupas e das nossas barbas.
Luís Filipe Ribeiro Ferreira Barbosa 71/1957
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RECORDANDO
Antigos Alunos do Colégio Militar em destaque
©Foto Presidência da República
• Por ocasião das recentes comemorações do 10 de Junho, o Presidente do Conselho Supremo da AAACM, Engenheiro Pedro José Rodrigues Pires de Miranda (372/1940) foi condecorado pelo Senhor Presidente da República com a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo.
•
O Professor José Maria de Castro Soromenho Noronha Feio (41/1940) que teve em vida um importante papel no campo desportivo nacional, foi homenageado pela Câmara Municipal de Oeiras, que atribuiu o seu nome a uma escola secundária e um agrupamento escolar.
• O Dr. Filipe Soares Franco, (62/1963), antigo Presidente do Sporting Clube de Portugal, foi reconduzido por mais um mandato de três anos à frente da Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP).
• O último número da Revista “Combatentes”publica um interessante artigo evocando o Tenen-
te-Coronel Henrique Perestrelo (2/1902) que aqui transcrevemos, acompanhado do poema “O Clarim do Silêncio”, que o seu filho, o Coronel António Perestrelo (202/1946) dedicou a seu Pai.
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COLABORAÇÃO Antigos Alunos do Colégio Militar em destaque
É dos militares portugueses mais condecorado Numa das edições recentes da revista “Combatentes” (segundo informações que na altura nos chegaram), publicámos uma breve resenha obre a vida do Major David Neto onde afirmámos que era o militar português mais considerado de sempre. Sabemos agora que também o Tenente-Coronel Perestrelo da Silva recebeu inúmeras e importantes condecorações, que fazem dele um dos militares mais condecorados em campanha, de sempre. Sem se tratar de uma competição, é bom que se saiba quem são os nossos heróis e, assim, prestar-lhes a devida homenagem. O Tenente-Coronel Perestrelo da Silva possuía as seguintes condecorações: Grau de Comendador e de Cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada de Valor, Lealdade e Mérito, com Palma, Medalha de Prata e Valor Militar, com Palma (letra C); Três Cruzes de Guerra; Graus de Oficial e Comendador da Ordem Militar de Aviz; Medalha da Cruz Vermelha de Mérito; Medalha de Ouro e Prata de Comportamento Exemplar; Medalhas Comemorativas do Exército Português no Sul de Angola e em França em 1918; Medalha da Vitória; Ferragere da Ordem da Torre e Espada; entre outras. O espólio do Tenente-Coronel Perestrelo está depositado no Mosteiro da Batalha e foi doado pelos seus filhos, um dos quais, o Coronel António Perestrelo lhe dedicou um poema.
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COLABORAÇÃO
COLABORAÇÃO O Clarim do Silêncio
O Clarim do Silêncio ( Ao 9 de Abril ) Do rufar do tambor
e aqueles, que escapando
Ao clarim do silêncio
vivos dos tumultos
A morte vem marchando …
ou dos sacos de areia
… entre a chuva
vão olhando
entrincheirados das balas
os raios dos “raides”
que molha estropiando
perdidos no clarão
e mutilando
da terra de ninguém
corpos ensanguentados
sem tréguas…
de pó
estão ,então tropeçando”
e aventura
no arame farpado
lutando
da vigília da noite infinda
moinhos de aragem
para aquém
com armas luzentes
e para além
da doirada miséria
da angústia e da traição!...
em passo firme de coragem
Do rufar do tambor
vagueando dependentes
Ao clarim do silêncio
das almas de inferia
A morte foi marchando.
que o tempo come e consome de voragem : Marchando sorridentes!
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Os “Call Me John”
RECORDANDO Os que nos deixaram
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RECORDANDO
OS CALL ME JOHN
Os “Call Me John” são uma banda de Indie rock, sediada em Salamanca, Espanha. É composta por quatro elementos, Luís (guitarra ritmo e voz), Mário (guitarra solo), Zé (baixo) e Manu (bateria). Como influências comuns encontram-se as bandas Pixies, Joy Division, David Bowie, The Strokes, Artic Monkeys, entre muitos outros.
A sua história remonta a 2006 quando o Luís e o Mário se conheceram na sala de aula e começaram desde logo a compartilhar a sua paixão e devoção por música. Posteriormente conheceram o Zé que decidiu aprender a tocar baixo para os poder acompanhar. Apaixonados pela sua música conheceram o Manu, que com os seus drags e swings deu asas ao projecto. Tocam desde então em bares e festas, regularmente, quer em Portugal quer em Espanha, tendo ultimamente interpretado alguns temas em directo para um rádio local.
Recentemente foram para estúdio e gravaram a sua primeira EP (extended play), composto por 5 das suas próprias músicas. Em relação aos temas abarcam vários assuntos, desde o destino, o efémero, até uma canção em memória de Jim Morrison, vocalista dos The Doors, não se detectando nenhum assunto que seja mais cantado que outro, o que desde logo denota que as letras não são redigidas directamente para o público mas antes, consoante o que “lhes vai na alma”, reforçando a ideia que estão juntos pela sua paixão à música.
Vários dos membros estiveram envolvidos anteriormente em outros projectos musicais, e a própria banda já teve outro nome, “Robert’s Cancer”, que devido a certos problemas foi alterado para o actual “Call Me John”.
O EP teve um feedback que não estavam à espera, desde muitas pessoas a elogiarem o seu trabalho e a sua música, bem como convites para tocar em outros palcos. Actualmente, para além dos concertos, continuam a aumentar o
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RECORDANDO Os Call Me John
seu número de originais, todos eles compostos e escritos pelos elementos da banda. A banda tenta conquistar o seu espaço e provar que ainda existe Rock de qualidade, lutando contra a corrente actual de um Rock comercial e desfigurado. Podemos encontrar canções como “Lizard King” e “Youth” nos seus originais que demonstram o seu som promissor e o seu desejo de tocar boa música, com boas melodias, letras magníficas e excelente harmonia.
Com um grupo de fãs crescente, a banda tenta agora afirmar-se na cena musical actual, lutando para sair do “underground” e para projectar a sua músicia em palcos internacionais. No sítio oficial da banda no MySpace, www. callmejohn.es, podem descobrir mais sobre a banda, inclusive ouvir algumas das suas músicas e visualizar vídeos de concertos. Filipe Manuel Cavaco Bismarck 187/1997
Nota da Redacção O”vocalista Luís” referido no texto é o antigo Aluno Luís Manuel Cavaco Bismarck (51/1995).
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RECORDANDO
RECORDANDO Actividades Extra-Escolares: Olímpia
Actividades Extra-Escolares: Olímpia
O período de transição entre a infância e idade adulta (puberdade) ocorre exactamente enquanto estamos no Colégio, e no qual ocorrem o aparecimento e o desenvolvimento de caracteres sexuais como consequência de alterações hormonais e emocionais próprias da condição humana. Desde o acne juvenil até á alteração da voz passando pelas primeiras aventuras nos Chás Dançantes em busca da namorada inexistente. Eu que o diga, que fui graduado da 2ª companhia. O despertar para o tema sexual era mais que evidente e a respectiva educação não existente (a não ser que se frequentasse a área opcional de Saúde e Desporto) assim sendo esta curiosidade era preenchida pelo que houvesse á mão em “audiovisuais”. Ora há 30 anos atrás os meios de comunicação eram a televisão (preto e branco) e mais
tarde o luxo dos jornais e revistas na sala de leitura. A revista mais cobiçada de todas era a brasileira “Manchete” cuja edição de carnaval era censurada ou antes, ficava no gabinete do Comandante de Companhia para “revisão”. Neste contexto, havia necessidade de procurar fontes alternativas de educação e recorrer ao cinema. Á 4ª feira se tivéssemos bom aproveitamento ou, durante a semana, cavando á noite.
O destino era o Cinema Olímpia, o filme: qualquer um pornográfico. Pode dizer-se com certa propriedade, que uma ida ao Olímpia fazia parte obrigatória do crescimento mental do então “teenager”. Hoje em dia, com a internet, com a televisão por cabo e satélite, o Olímpia não é senão mais do que uma memória de tempos idos onde invariavelmente não aprendíamos nada e víamos tudo. in Blog do Quinze de 75 defreitas.blog.co.uk
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RECORDANDO Os que nos deixaram
OS QUE NOS DEIXARAM Alfredo Marques de Abreu (154/1926) Tenente-Coronel Faleceu a 15 de Julho de 2009
Jorge José da Silveira Senra de Medeiros (303/1934) Técnico Oficial de Contas Nasceu a 15 de Outubro de 1923 – Faleceu a 7 de Junho de 2009
Após prolongado sofrimento, o Medeiros deixou-nos em 7 de Julho de 2009. Nascido em 15 de Outubro de 1923, passou grande parte da sua vida em Angola, onde foi um dos habituais e interessados organizadores das comemorações do 3 de Março. Regressado à Metrópole após a descolonização, colaborou sistematicamente com a AAACM, desempenhando as funções de tesoureiro na Direcção de José de Paiva Morão (256/1946) dadas as suas condições de Técnico Oficial de Contas. Grande amigo e vizinho do Alfaro Cardoso (77/1934), não chegou a saber do seu falecimento ocorrido no passado mês de Março A sua dedicada esposa e filhos, daqui lhes reitero as mais sentidas condolências. Mário Silva Falcão 314/1936
Luiz Manuel Bilstein de Menezes Luiz de Sequeira (5/1938) Professor de Educação Física – Capitão Miliciano do Exército Nasceu a 9 de Outubro de 1927 – Faleceu a 27 de Maio de 2009
PROFESSOR LUIZ MANUEL BILSTEIN DE MENESES LUIZ DE SEQUEIRA O Mário Falcão pediu-me para dar o meu depoimento sobre o Luiz de Sequeira. Não pude recusar, devido à grande consideração que tenho pelo Director da Revista, e à muito boa lembrança que tenho do Luís no Colégio. Em 1946/47 eu estava na 4ª Companhia e o seu Comandante era o Luiz Sequeira. Entretanto, o Vitoriano, que era o Comandante do Batalhão, esteve doente durante algum tempo e o Luiz substituiu-o sempre que foi necessário.
É, pois, sobre o Luiz no Colégio que vou falar. Para mim, ele foi um amigo pela postura que teve como graduado. Ele foi um líder, aceitava-o pelo seu exemplo e comportamento. Era disciplinador mas duma forma adequada. Lembro-me que sempre que eu precisava de algum conselho e ajuda sabia que podia contar com ele. Nas conversas que então tivemos verifiquei as qualidades de carácter que nos transmitiram Revista da AAACM
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RECORDANDO
RECORDANDO Os que nos deixaram
no Colégio, como, por exemplo, a capacidade de trabalho para cumprir os nossos deveres, o respeito pelos outros, a integridade moral. O Luís foi um excelente desportista, um orgulho para o Colégio neste domínio, devido às suas qualidades inatas e à persistente capacidade de treinar. Amigo Luiz: tu foste para mim um “menino da luz” e aqui te presto a minha homenagem. José Maria Myre Dores
47/1942
Texto de um cartão que acompanhava um ramo de cravos vermelhos deposto junto da urna do 5 de 1938, Luís Manuel Bilstein de Menezes Luiz de Sequeira
Luiz Bilstein de Menezes era o representante do título de Barão do Cabo da Praia conferido ao seu tetravô pela sua participação em combate contra os absolutistas na reconquista do forte de Santa Catarina na Praia da Vitória (Açores), tendo posteriormente acompanhado D. Pedro IV no desembarque na praia do Mindelo e voltando a distinguir-se na defesa da cidade do Porto. Defendendo os seus ideais liberais voltou ao combate na Europa, como voluntário da Rainha, tendo sido ferido preso três vezes em campos de prisioneiros de onde se evadiu sempre.
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Era médico e foi sendo promovido até chegar a General de Brigada quando a morte já o espreitava.
Homem de grandes e sólidas convicções, extremamente valente e conhecido com um excepcional condutor de homens. D. Pedro chamava-lhe o “seu bravo”. O seu tetravô, lá onde estiver, por certo se revê neste seu tetraneto, um tanto rebelde como ele era, mas com uma coragem moral e física notáveis.
RECORDANDO Os que nos deixaram
José Alberto Menezes Pereira Monteiro (212/1946) Coronel de Cavalaria
Aqui vão umas palavras que, embora modestas, me parecem dignas de ficarem a testemunhar uma das mais curiosas e louváveis facetas do José Alberto Menezes Pereira Monteiro, o 212 de 1946, cuja morte nos veio surpreender numa tarde soalheira do início deste verão. O “Béquinhas” que, com o tempo, passou a “Becas”, foi meu camarada de curso na maior parte dos anos que passámos no Colégio, até 1954, e, pela vida fora, fomos oficiais do mesmo ofício, ou seja, Oficiais de Cavalaria, Arma que nos atraiu por termos, ambos, imenso gosto pelos cavalos. Não posso dizer que a nossa convivência tenha sido muito assídua, mas éramos daqueles amigos que, sempre que se encontram, parece que se viram na véspera. E, da parte dele, havia frequentemente uma história mais ou menos picaresca para entreter a conversa.
talidade, sentido de oportunidade e capacidade de resposta pronta, sem que lhe faltasse uma gota de humor, o que, para quem o conheceu, não constitui novidade. Eis a história. Em determinada altura, o “Becas”foi testemunha num julgamento. O juiz, um daqueles jovens convencidos de que a beca também serve para disfarçar a falta de chá, após ter-lhe feito as perguntas da praxe (nome, idade, profissão, etc.) dirigiu-selhe tratando-o por você. A reacção do “Becas” foi rápida: - Olhe! Até agora eu tenho-o tratado por “Senhor Doutor Juiz” mas se voltar a tratar-me por “você”, a seguir tratá-lo-ei por “tu”… A audiência foi imediatamente suspensa. Que saudades vamos ter do “Becas”…
Foi numa dessas ocasiões que o ouvi relatar um episódio que, só por si, mostra a sua fron-
José Manuel Machado Faria 324/1947
Armando Teófilo Silva Rocha da Trindade (195/1947) Professor Doutor Nasceu a 28 de Maio de 1937 – Faleceu a 28 de Maio de 2009
No dia em que fez 72 anos de idade, faleceu Armando Teófilo Silva Rocha da Trindade. Foi aluno do Colégio Militar, com o nº 195, tendo sido Comandante de Batalhão. Frequentou a Escola de Guerra (Academia Militar), mas acabou por se formar em Engenharia Electrotécnica no Instituto Superior Técnico, onde foi de Assistente a Professor, sempre ligado à área da Física. Fez o Doutoramento em “Física de Plasmas” em Orsay, França, onde viveu com a família durante 5 anos, nos anos 60. Ao longo da sua vida colaborou com inúmeros organismos militares e civis, em Portugal e no Estrangeiro. Mantendo o elo inquebrável que une todos os “Meninos da Luz”, o Professor Doutor Armando Rocha Trindade foi colaborador assíduo do Revista da AAACM
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Colégio Militar, onde regressava com particular carinho, mas não só.
Doutor “Honoris Causa” pelas mais prestigiadas universidades de todos os continentes.
Foi colaborador ao mais alto nível do Instituto de Defesa Nacional, da Academia Militar, da Escola Naval, do Corpo de Fuzileiros, do Centro Naval de Ensino a Distância (Marinha), do Instituto de Altos Estudos Militares, da Força Aérea e inúmeros outros organismos da área militar, instituições por onde sempre nutriu especial dedicação e empenho.
A pintora Maluda retratou-o em 1994, num óleo sobre tela (92x73cm, que é propriedade da Colecção Universidade Aberta, Lisboa.
É unanimemente considerado nos meios académicos nacionais e internacionais como sendo o “pai” do Ensino a Distância em Portugal.
Regressando uma última vez ao “seu” Colégio Militar, estará na Igreja da Luz a partir da tarde de hoje, seguindo na manhã de Sábado para o Cemitério dos Prazeres, onde será sepultado.
Fundou a Universidade Aberta, tendo ocupado o cargo de reitor, até à sua aposentação.
Foi agraciado com diversas condecorações nacionais e internacionais, sendo igualmente
O seu legado manuscrito nas áreas do conhecimento pedagógico e científico é imenso, e continuará por gerações como sendo o exemplo da capacidade de inovação e espírito criativo.
O “Menino da Luz” descansa em paz, finalmente, após uma luta de dez anos, em que nunca desistiu.
Quando estava a redigir umas linhas relatando o almoço do 3 de Março em Portimão, recebi a triste notícia do falecimento do 199/1936 Luis José Cantinho Machado Figueiras Andrade, Major General - Engenheiro que esteve presente Faleceu em Janeiro de nesta 2009 reunião de Antigos Alunos comemorativa do 206º Aniversário do nosso Colégio.
Manuel Joaquim Álvaro Maia Gonçalves (61/1941)
Aos seus familiares, especialmente a sua esposa, D. Isabel, aqui deixo a expressão do me-
João Eugénio Correia Tiroa (19/1950) Faleceu a 27 de Junho de 2009
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A Família
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Carlos Tomás Niblett do Passo (66/1952) Nasceu a 20 de Outubro de 1941 - Faleceu a 14 de Maio de 2009
José Humberto de Ornelas Marinho Falcão (334/1954) Engenheiro Civil Faleceu a 22 de Junho de 2009
O Marinho Falcão faleceu a 22 de Junho, no Hospital de Faro. Era engenheiro civil e exerceu a sua actividade profissional na empresa de construções Soares da Costa, SA no Algarve, de que foi um quadro com funções de relevo e onde o reencontrei já lá vão 30 anos. O nosso companheiro era o delegado no Algarve da Associação dos Antigos Alunos do
Colégio Militar, instituição que frequentou de 1954 a 1961 e onde lhe incutiram os valores da lealdade, frontalidade, responsabilidade e camaradagem que o nortearam ao longo da vida. A alcunha de “o simpático” que lhe foi atribuída logo no início do curso liceal traduz a sua forma de estar e conviver. A quem com ele privou deixa um enorme vazio e saudade. Que descanse em paz. À família enlutada as nossas condolências. Carlos Caramês
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