Livro

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A gente sempre fez tudo muito junto. Apesar de haver uma pequena divisão: eu, Yara e Isabel de um lado, as menores. E Sabina e Samara, as mais velhas. Nas horas difíceis eu sempre tive a Sabina. Sabina pra mim sempre foi aquela irmã que me deu conforto, segurança. Não era nada muito verbalizado. Mas se eu estava perto de Sabina sentia aquele conforto. Iracema

Nessa fase, houve um período em que a diversão de Iracema e Isabel era frequentar quase que diariamente o Clube Pinheiros, onde Victor jogava seu tênis, seu xadrez. Depois das aulas e dos estudos, iam para lá e nadavam, ensaiavam jogar tênis, praticavam esgrima, conheciam outros jovens, paqueravam. Cada uma tinha a sua chave de casa. Não havia horários pré-estabelecidos, exceto, é claro, os escolares. Todas sabiam seus limites, cumpriam suas obrigações.

Filhos com Izabel e amigo da família Carl, em Amigo secreto, 1980

Comecei a ir ao Clube Pinheiros com 13, 14 anos. Meu pai sempre estava lá e a gente também, mas o território dele era o tênis, o meu era a piscina, a esgrima e o boliche. Eu ia para escola e depois ia direto, de ônibus. Eu e a Iracema. A gente competia, passava a tarde na piscina competindo para saber quem era a mais bronzeada. O meu universo foi o Clube Pinheiros, os surfistas. Era o auge da adolescência. Eu fazia esgrima, mas tudo era desculpa para estar no clube. Tinha todo um grupo lá. Eu voltava de ônibus, por isso não podia ficar até muito tarde. Era um pouco frustrante, eram todos burguesinhos, tinham carro, e eu com aquele dinheirinho para o

Miss Letônia Iracema, com o irmão Vic, 1981

Iracema datilografando o livro, com Isabel, Yara e Samara, 1979

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