8 gnarus8 sumario e ao leitor

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Ano V - Volume VIII - Nº 8 – set. - 2017

Equipe de Redação: Editores:

Prof. Ms. Fernando Gralha (FIS/UCAM/UAB) Prof. Jessica Corais (FIS)

Pesquisa:

Prof. Germano Vieira (UGF/FIS) Profª Cindye Esquivel (FIS) Prof. Renato Lopes (UNIRIO) Prof. Rafael Eiras (UCAM)

Conselho Consultivo: Prof. Dr. Bruno Alvaro (UFS) Prof.ª. Ms. Daniele Crespo (FIS/UCAM) Prof. Dr. Júlio Gralha (UFF) Prof. Dr. Marcus Cruz (UFMT) Prof. Dr. Adílio Jorge Marques (UFF) Prof. Dr. Sérgio Chahon (FIS) Profª. Martha Souza (MEC) Revista Eletrônica Acadêmica/Gnarus Revista de História. Vol.8, n.8 (Set/Dez 2017). Rio de Janeiro, 2017 [on-line]. Semestral. Gnarus Revista de História Disponível em: www.gnarusrevistadehistoria.com.br ISSN 2317-2002 1. Ciências Humanas; História; Ensino de História

https://www.facebook.com/gnarusrevistadehistoria/


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Sumário Ao leitor .................................................................................................................................................................................................................. 4 Fernando GralhaErro! Indicador não definido.

ARTIGOS:

Giuseppe Cambiano e o tornar-se homem no mundo grego....................................................................................................................... 6 Danielle Guedes dos Santos e Manoela de Gusmão Boareto Erro! Indicador não definido. A higienização social no Brasil e o papel do manicômio (1964-1980) ...................................................................................................... 13 Glaucia de Souza Dias Entre uma história mundial e múltiplas histórias: a importância das histórias conectadas para um mundo de histórias plurais .... 23 Fernanda Chamarelli de Oliveira Tradição ou invenção: a relação dos maracatus de “nação” com os xangôs de Pernambuco ............................................................... 31 Rafael Eiras Breve discussão sobre a fenomenologia em Kant e Husserl ........................................................................................................................ 38 Adílio Jorge Marques, André Vinícius Dias Senra e Leonardo Vaicberg Cristianismo primitivo: sua emancipação da tutela judaica e sua difusão (século I D.C.) ...................................................................... 43 Flávio Henrique Santos de Souza Drummond: um poeta político em uma militância apartidária .................................................................................................................. 55 Cindye Esquivel Vieira Exército brasileiro: um convidado autoritário – 1900/1955........................................................................................................................ 63 Ronaldo Rodrigues Coelho Francisco: o poverello de Assis ......................................................................................................................................................................... 73 Tadeu Góes Mão-de-obra indígena na Amazônia colonial ............................................................................................................................................... 86 James O. Sousa Mulher negra no Brasil: Um estudo do quarto de despejo de Carolina Maria de Jesus (1955-1960)................................................103 Rebeca de Oliveira Santana Cerqueira e Carlos Alberto Pereira Silva Tecelagem e Métis: subterfúgios da rainha micênica Penélope ..............................................................................................................121 Cely Nathany Evangelista Teoria e História: o olhar de Karl Marx para as lutas e ideologias na França de Luís Bonaparte (1848 – 1870) ..............................127 Leonardo Mello Silva

COLUNA: NO ESCURO DO CINEMA

O cinema soviético: História, teoria, realismo socialista............................................................................................................................137 Renato Lopes História e cinema: uma análise do filme “Calígula” ....................................................................................................................................153 Danielle Guedes dos Santos O cinema de Serguei Eisenstein – uma escrita histórica ............................................................................................................................159 Rafael Eiras

COLUNA: FOTOGRAFIAS DA HISTÓRIA

Arte e política na fotografia de Tina Modotti. ............................................................................................................................................166 Fernando Gralha

COLUNA: A HISTÓRIA NOS QUADRINHOS

Joe Sacco: algumas considerações sobre a reportagem em quadrinhos................................................................................................173 Renato Lopes

ENSAIO

Diálogo entre as duas culturas.......................................................................................................................................................................179 Adílio Jorge Marques

MONOGRAFIA

Teatro experimental do Guayra: tentativas de popularização do teatro em Curitiba entre 1956 a 1961. ......................................185 Maybel Sulamita de Oliveira

INTERDISCIPLINARIDADE:

Ensino de física e de História da ciência com jogo de tabuleiro. ............................................................................................................216 Adílio Jorge Marques e Samantha de Lemos Souza Erro! Indicador não definido. Saúde e segurança na indústria extrativa brasileira: uma breve análise de resultados entre Brasil e Austrália ..............................225 Romeu Ferreira Emydio e Luiza Helena Pernambuco de Fraga Rodrigues

Gnarus Revista de História - VOLUME VIII - Nº 8 - SETEMBRO - 2017


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AO LEITOR

A

História, desde os Annales1, tem como algumas de

A História é constituída, então, em um procedimento de

suas propriedades basilares o debate, a discussão, a

reflexão que nos induz a procura das respostas às questões

polêmica, a argumentação. A História move-se no

que nos deparamos no transcorrer da nossa própria

questionamento das ideias e dos conceitos, em sua formulação e reformulação. Move-se na linguagem e pela linguagem, no logos.

experiência. Desta forma, incitamos o incremento do nosso próprio pensamento crítico. O estudo da História, de seus conceitos e

É imperativo enxergar a História não como um saber

argumentos nos equipa de pontos de partida consistentes,

completo, pronto, e sim como uma procura. Lidar com

além de instrumentos intelectuais com os quais poderemos

História é uma atitude questionadora, e não ter monopólio da

desenvolver nossas próprias reflexões.

verdade ou do conhecimento. O inquirir nos transforma, nos

Neste sentido, a Gnarus chega ao seu oitavo número

provoca mudanças de atitude em relação a nós mesmos, nos

priorizando a grande questão: Como sair do próprio

impelindo a apreender uma nova visão dos acontecimentos.

pensamento e recuperar o mundo? Longe da pretensão de

Possivelmente essa procura seja infindável, mas é a própria

responder a todas perguntas, a Gnarus deste semestre

busca que nos torna amantes do saber (sophoí).

ambiciona, novamente, fomentar o cogito, o pensamento

Advertimos que a vida não refletida, a vida do senso

reflexivo tão necessário em períodos de crise, é nestes em que

comum, como nos disse Platão, é a vida que não vale a pena

se constitui o momento de olhar para trás, reconquistar e

ser vivida. Essa vida não refletida precisa dar lugar à

repensar nosso caminhar. Almejamos ser um dos pontos de

consciência crítica, ao questionamento de nossos valores e

encontro desta reflexão.

crenças, à interpelação do que nos é transmitido como

Para tanto, nós que somos antes de tudo um ponto de

verdadeiro, à análise do que nos é transmitido para que

encontro de História, apresentamos, mais uma vez, através de

possamos proceder à interrogação ou à discussão e à busca da

nossos pensantes colaboradores um menu bem variado das

justificativa daquilo que nos é oferecido.

práticas e ideais humanos, aqui, juntos, caminharemos por

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de atividades humanas até então pouco investigadas, rompendo com a compartimentação das Ciências Sociais (História, Sociologia, Psicologia, Economia, Geografia humana e assim por diante) e privilegiando os métodos pluridisciplinares.

A chamada escola dos Annales é um movimento historiográfico que se constitui em torno do periódico acadêmico francês Annales d'histoire économique et sociale, tendo se destacado por incorporar métodos das Ciências Sociais à História; renovou e ampliou o quadro das pesquisas históricas ao abrir o campo da História para o estudo

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GNARUS |5 gregos e romanos, loucura e poesia, maracatus e cristianismos, escravidão e liberdade, teoria e prática, filosofia e teatro,

e acrescentando às intenções e pretensões

reflexivas, trazemos neste número uma novidade, a seção “Interdisciplinaridade” na qual recebemos trabalhos para além da área da História, as já tradicionais discussões sobre cinema, fotografia e quadrinhos também continuam presentes, sempre dentro da máxima reflexão cartesiana, “cogito, ergo sun”, o fundamento racional, o ponto de partida para a construção de todo o pensamento. É nesta miríade de possibilidades de trabalhos, escritas e discursos que flutuam no pequeno universo deste número, que tornamos a fazer o mesmo convite que fizemos nos números anteriores, venham ler nossos narradores. E só para lembrar, narrar nos remete para narro (fazer conhecer, contar) um verbo derivado de gnarus, que significa ‘que conhece’, ‘que sabe’. O conhecimento é um nascer, um surgir algo que não havia, o conhecer é um gerador de nascimentos. É esta nossa ambição em mais uma empreitada, narrar a História, fazer conhecer, dar voz a pesquisadores, professores e alunos, divulgar a produção acadêmica historiográfica e estimular a produção do fazer conhecer, da construção da memória, que nos livra do esquecimento, do não ser. Para que este objetivo seja alcançado é preciso que você também, caro leitor, cumpra a sua parte tornando-se consumidor da literatura aqui editada, divulgando e utilizando estes conteúdos para um número maior possível de colegas e alunos porque, afinal, a utilização do conhecimento é dever de todos, é o que nos leva enfim ao humano em toda sua humanidade e desumanidade e a nossa inexorável condição, a de viver e construir nossas memórias na fuga da morte da alma, o esquecimento. Esperamos que nos acompanhem em mais uma viagem pelo rio da A-Letheia.2

Fernando Gralha

2

Sobre o A-Letheia ver “Ao Leitor” Gnarus, nº 1.

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