Tendências emergentes
Eixo 1: Recuperação, expansão e consolidação do Sistema
Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Revisão do modelo do SNCTI
Uma tendência significativa emergente é a revisão do modelo do Sistema
Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) e suas conexões regionais Há uma crescente percepção da necessidade de integrar novos atores, como institutos privados de pesquisa e desenvolvimento, para diversificar e fortalecer a base do sistema Essa revisão visa termos um modelo mais orgânico e descentralizado
Inovação nas formas de financiamento
A inovação nas formas de financiamento do SNCTI é uma demanda urgente. Isso porque as descontinuidades dos modos de financiamento atuais tem sido uma barreira significativa, então a introdução de novas modalidades de financiamento contínuo e sustentável é vista como essencial. Isso inclui a exploração de parcerias público-privadas e a criação de mecanismos que garantam fluxos financeiros constantes (estáveis) para apoiar a pesquisa e o desenvolvimento.
Formação e retenção de talentos
Outra tendência emergente é a ênfase na formação de qualidade em todos os níveis educacionais e a retenção de talentos nas regiões A criação de programas de educação científica desde a educação básica até a pós-graduação, juntamente com estratégias de atração e retenção de talentos, é vista como fundamental para fortalecer a capacidade inovadora da região e do país Nesse sentido, propõe-se o desenvolvimento de programas nacionais para a atração de talentos e a criação de carreiras específicas para pesquisadores e gestores de CT&I
Mudanças Climáticas
Necessidade crescente de investimentos e planejamento na área de resiliência nas cidades e regiões afetadas pelas consequências das mudanças climáticas, tanto do ponto de vista social como econômico.
Parcerias e redes de colaboração
A formação de parcerias e redes de colaboração entre os atores do SNCTI, dos setores público e privado, é uma necessidade crescente Essas parcerias são essenciais para a criação de um ecossistema de CT&I robusto e integrado Além disso, a promoção de fóruns e comitês permanentes de CT&I para facilitar essa colaboração é uma iniciativa que pode resultar em uma maior sinergia e eficiência no desenvolvimento científico e tecnológico
Eixo 2: Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas
Ecossistemas de Inovação
A criação de ambientes favoráveis à inovação, como Parques Científicos e Tecnológicos e Incubadoras, é uma tendência destacada. Isso inclui o desenvolvimento de áreas de inovação, marco legal estável e plataformas colaborativas, programas de intercâmbio e projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento. Somado a isso, a promoção de uma cultura de inovação dentro das empresas e a capacitação contínua de gestores em inovação e empreendedorismo são vistas como estratégias cruciais para impulsionar a reindustrialização
Colaboração público-privado
A colaboração entre os setores público e privado está emergindo como uma tendência-chave. Incentivar a cooperação entre academia e indústria para a transferência de tecnologia e inovação é essencial para o avanço do
setor produtivo Nesse sentido, sugere-se o desenvolvimento de mecanismos que reconheçam e recompensem economicamente empresas e profissionais que se envolvem em atividades de pesquisa e desenvolvimento.
Sustentabilidade e economia verde
A integração de princípios de sustentabilidade e economia verde na reindustrialização é uma tendência emergente. O fomento a empreendimentos sustentáveis e a criação de políticas que incentivem a economia verde são vistos como passos fundamentais para alinhar o crescimento industrial com a preservação ambiental e os impactos das mudanças climáticas.
Internacionalização de negócios
A promoção da internacionalização de negócios é uma tendência significativa, sendo vista como uma forma de desenvolver os novos negócios e fomentar a inovação e o desenvolvimento tecnológico Para isso, são sugeridos incentivos fiscais e programas de apoio à exportação como meios para aumentar a competitividade das empresas brasileiras no mercado global.
Eixo 3: Ciência, tecnologia e inovação para programas e projetos estratégicos nacionais
Áreas estratégicas prioritárias
Identificar e focar em áreas estratégicas prioritárias, como saúde, agricultura, energias renováveis, mudanças climáticas e economia do mar, é uma tendência emergente Essas áreas são vistas como essenciais para a soberania nacional e o desenvolvimento sustentável Diante disso, a CT&I é considerada fundamental para enfrentar os desafios globais e promover a inovação nesses setores
Arranjos produtivos regionais
A promoção de arranjos produtivos regionais que atendam aos desafios locais é uma tendência importante. Esses arranjos visam integrar as capacidades regionais de pesquisa e desenvolvimento, gerando tecnologias e empregos que contribuam para o desenvolvimento regional e nacional. Tendo isso em vista, a articulação entre os estados para a criação de polos de inovação apresenta-se como uma estratégia eficaz.
Integração de políticas de CT&I
A integração das políticas de CT&I regionais com as políticas nacionais é uma demanda importante Promover uma maior sinergia e organicidade entre as iniciativas de CT&I e as políticas públicas de desenvolvimento nacionais pode potencializar os resultados e fortalecer a capacidade do Brasil de inovar e competir globalmente
Eixo 4: Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento social
Inclusão social e democratização da ciência
A promoção da inclusão social e a democratização do acesso à ciência são preocupações pontuadas. Em vista disso, a educação científica desde a educação básica e a criação de programas que promovam a participação de populações sub-representadas no sistema de CT&I são vistas como essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa
Popularização da ciência
A popularização da ciência por meio de programas de divulgação científica e a criação de centros de ciência itinerantes são tendências significativas Essas iniciativas visam aumentar o acesso ao conhecimento científico em comunidades rurais e periféricas, promovendo uma cultura científica ampla e inclusiva.
Produção de conteúdo científico acessível
A produção de conteúdo científico em formatos acessíveis, como vídeos, podcasts e materiais em braile, é pontuada como uma forma de garantir que todos tenham acesso ao conhecimento científico, visto como um passo fundamental para a democratização da ciência.
Portal de divulgação científica
A criação de um portal de divulgação científica que reúna informações sobre eventos, cursos, projetos e oportunidades na área de CT&I é uma tendência destacada Esse portal deve ser de fácil acesso e constantemente atualizado, servindo como uma ferramenta central para a disseminação de informações científicas
Conclusão
As tendências emergentes identificadas nas discussões da Conferência Regional Sul refletem a necessidade de maior ênfase na inovação, colaboração entre os atores do SNCTI e inclusão no campo da ciência, tecnologia e inovação. As recomendações apresentadas visam fortalecer o SNCTI, promover a reindustrialização sustentável, apoiar projetos estratégicos nacionais e fomentar o desenvolvimento social por meio da CT&I. Essas tendências são essenciais para a formulação de políticas públicas que irão compor a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2024-2030.
Desafios, oportunidades e vantagens competitivas
Eixo 1: Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Desafios
Revisão do modelo do SNCTI
Atualização do modelo e revisão da estrutura atual do SNCTI para incluir novos atores e descentralizar a tomada de decisões.
Financiamento contínuo
Garantir um fluxo contínuo e adequado de recursos financeiros para pesquisa e desenvolvimento
Formação e retenção de talentos
Criação de programas eficazes de formação em todos os níveis de educação e retenção de talentos.
Integração de atores diversos
Promover a colaboração entre diversos setores, incluindo instituições privadas e organizações da sociedade civil
Oportunidades
Inovação no financiamento
Introdução de novas modalidades de financiamento, como parcerias público-privadas e fundos contínuos
Educação científica
Desenvolvimento de programas educacionais inovadores para formar futuros cientistas e tecnólogos.
Atração de talentos
Implementação de programas nacionais para atrair e reter talentos especializados em CT&I
Redes de colaboração
Estabelecimento de redes de colaboração entre setor público, privado e academia para fomentar a inovação.
Vantagens competitivas
Políticas públicas fortalecidas
Desenvolvimento de políticas públicas sólidas que suportem a continuidade e sustentabilidade do SNCTI.
Capacitação contínua
Formação contínua de profissionais qualificados, promovendo a excelência em pesquisa, desenvolvimento e inovação
Governança democrática
Implementação de um sistema de governança adequado e um modelo de gestão inclusivo e participativo, facilitando decisões mais democráticas e
eficientes
Eixo 2: Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas
Desafios
Ambientes de inovação
Criação de ambientes de inovação, que estimulem e promovam a colaboração entre os atores do SNCTI e a transferência de tecnologia e conhecimento
Capacitação de gestores
Necessidade de capacitar profissionais em gestão da inovação e em empreendedorismo.
Barreiras regulatórias
Superar barreiras regulatórias, criando um marco legal estável, facilitando a inovação e a colaboração público-privada.
Sustentabilidade
Integrar práticas de sustentabilidade nas organizações
Oportunidades
Incentivos fiscais
Implementação de incentivos fiscais para empresas que investem em CT&I.
Parcerias estratégicas
Fomentar parcerias entre academia e indústria com foco nas atividades de pesquisa e desenvolvimento conjunto.
Economia Verde
Promover empreendimentos sustentáveis e incentivar práticas de economia verde
Internacionalização
Estimular a internacionalização de negócios por meio de programas de apoio à exportação e incentivos fiscais.
Vantagens competitivas
Cultura de inovação
Desenvolvimento de uma cultura de inovação nas empresas, impulsionando a competitividade no mercado global.
Capacidade tecnológica
Aumento da capacidade tecnológica das empresas por meio de investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento e em inovação
Posição Estratégica
Fortalecimento da posição estratégica do Brasil no cenário global por meio do desenvolvimento de uma cultura de inovação, sustentável e competitiva em escala global.
Eixo 3: Ciência, tecnologia e inovação para programas e projetos estratégicos nacionais
Desafios
Identificação de áreas prioritárias
Definir e focar em áreas estratégicas como saúde, agricultura, energias renováveis, mudanças climáticas e economia do mar.
Integração de políticas
Garantir a integração das políticas regionais e nacionais de CT&I, bem como o alinhamento com o desenvolvimento nacional
Desenvolvimento tecnológico
Promover o desenvolvimento científico e tecnológico em setores-chave para a soberania nacional.
Articulação regional
Facilitar a articulação entre estados para a criação de ambientes de inovação integrados e atuando em rede
Oportunidades
Arranjos produtivos regionais
Desenvolver arranjos produtivos regionais que atendam aos desafios locais e gerem empregos.
Fortalecimento da soberania
Utilizar a CT&I para fortalecer a soberania nacional e a capacidade de enfrentar desafios globais
Desenvolvimento sustentável
Integrar práticas sustentáveis nas políticas de CT&I para promover o desenvolvimento sustentável.
Inovação setorial
Fomentar a inovação em setores estratégicos por meio de políticas públicas direcionadas para áreas prioritárias
Vantagens competitivas
Capacidade inovadora
Fortalecimento da capacidade inovadora do país em áreas estratégicas
Desenvolvimento regional
Promoção do desenvolvimento regional por meio de ambientes e polos de inovação e arranjos produtivos locais.
Resiliência nacional
Aumento da resiliência nacional em face de desafios globais, em diversas áreas, em especial na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, com uso intensivo de ciência, tecnologia e inovação
Eixo 4: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social
Desafios
Inclusão Social
Promover a inclusão social mediante a democratização do acesso à ciência e tecnologia
Educação científica
Garantir uma educação de qualidade desde a educação básica até o ensino superior.
Popularização da ciência
Divulgar a ciência de maneira acessível para diferentes públicos, incluindo comunidades rurais e periféricas
Proteção dos conhecimentos tradicionais
Reconhecer e proteger os conhecimentos tradicionais e inovações de populações sub-representadas.
Oportunidades
Programas educacionais
Implementação de programas educacionais de qualidade que incentivem a participação de populações sub-representadas na área de CT&I
Centros Itinerantes de ciência
Criação de centros de ciência itinerantes que levem atividades científicas e tecnológicas a comunidades remotas.
Divulgação científica
Produção de conteúdos científicos acessíveis, como vídeos, podcasts e materiais acessíveis (como em braile, por exemplo)
Portal de divulgação
Desenvolvimento de um portal de divulgação científica atualizado e acessível.
Vantagens competitivas
Inclusão ampliada
Ampliação da inclusão social por meio do acesso equitativo à ciência e tecnologia.
Cultura científica
Fortalecimento da cultura científica na sociedade, promovendo maior participação pública nas áreas de CT&I
Diversidade na inovação
Valorização da diversidade como um motor para a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico.
Conclusão
Os debates na Conferência Regional Sul identificaram diversos desafios, oportunidades e vantagens competitivas em cada eixo temático. Essas reflexões são essenciais para formular políticas públicas que promovam um sistema de CT&I orgânico, robusto, inovador e inclusivo. As recomendações visam não apenas enfrentar os desafios atuais, mas também capitalizar as oportunidades e alavancar as vantagens competitivas do Brasil no cenário global
Conferências estaduais da Região Sul
Paraná
A 5ª Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Paraná
ocorreu nos dias 3 e 4 de abril de 2024, em Curitiba. Organizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, o evento reuniu representantes de diversas instituições públicas, privadas e da sociedade civil para discutir e elaborar propostas a serem levadas para a conferência nacional. O objetivo central foi promover a integração entre ciência, tecnologia e inovação (CT&I), estimulando a pesquisa e o desenvolvimento e práticas que impactem positivamente a realidade brasileira, com foco na justiça e no desenvolvimento sustentável.
Tendências emergentes
Eixo 1: Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Fortalecimento das universidades e institutos de pesquisa
A conferência destacou a importância das universidades e dos institutos de pesquisa no desenvolvimento de CT&I. As discussões apontaram para a necessidade de mais financiamento, estabilidade no fluxo de recursos e de mais autonomia para as instituições, visando aumentar a produção científica e tecnológica nacional.
Integração entre pesquisa e setores produtivos
Houve consenso sobre a importância de aproximar a pesquisa acadêmica dos setores produtivos A proposta de aprimorar os núcleos de inovação tecnológica nas universidades foi amplamente apoiada, com o intuito de facilitar a transferência de conhecimento e de tecnologia para o mercado
Desenvolvimento de políticas públicas sustentáveis
A formulação de políticas públicas sustentáveis que incentivem a inovação
foi considerada crucial para promover a pesquisa e a inovação de maneira integrada e contínua, com foco na sustentabilidade ambiental e social
Capacitação e retenção de talentos
O fortalecimento das universidades e dos institutos de pesquisa pode resultar na capacitação de novos talentos e na retenção de pesquisadores no país, evitando a fuga de cérebros.
Aumento da competitividade
A integração entre pesquisa e setores produtivos pode aumentar a competitividade das empresas brasileiras no cenário internacional, ao promover a inovação e a melhoria contínua de processos e produtos
Sustentabilidade
Políticas públicas sustentáveis podem assegurar que o crescimento tecnológico ocorra de maneira equilibrada, respeitando os limites ambientais e contribuindo para a justiça social.
Eixo 2: Reindustrialização em Novas Bases e Apoio à Inovação nas Empresas
Apoio à Inovação nas pequenas e médias empresas (PMEs)
A conferência destacou a importância da criação de mecanismos de apoio à inovação especificamente voltados para as PMEs. As propostas incluíram a facilitação de acesso a financiamentos e incentivos fiscais.
Digitalização e Indústria 4.0
A adoção de tecnologias digitais e de conceitos da Indústria 4 0 foi identificada como essencial para a reindustrialização A implementação de sistemas inteligentes e de automação foi vista como fundamental para aumentar a eficiência e a competitividade das indústrias brasileiras.
Parcerias Público-Privadas (PPP)
As PPPs foram apontadas como uma estratégia eficaz para fomentar a inovação industrial. Dessa forma, incentivar a colaboração entre o setor público e o privado pode acelerar o desenvolvimento e a implementação de novas tecnologias.
Modernização industrial
A digitalização e a adoção de tecnologias avançadas podem modernizar a indústria nacional, tornando-a mais eficiente e competitiva globalmente
Desenvolvimento regional
O apoio às PMEs e às PPPs podem promover o desenvolvimento econômico regional, criando empregos e estimulando a economia local.
Sustentabilidade Ambiental
A inovação nas empresas pode levar a uma economia mais sustentável, com práticas industriais mais eficientes e menos danosas ao meio ambiente.
Eixo 3: Ciência, Tecnologia e Inovação para Programas e Projetos Estratégicos Nacionais
Fomento a projetos estratégicos nacionais
A conferência discutiu a importância de identificar e apoiar projetos estratégicos que possam alavancar o desenvolvimento nacional.
Biotecnologia, energias renováveis, mudanças climáticas e saúde foram áreas apontadas como prioritárias.
Incentivo à pesquisa aplicada
Incentivar a pesquisa aplicada é considerado um ponto central para transformar conhecimento em soluções reais para os desafios nacionais
Internacionalização da ciência brasileira
Promover a internacionalização da ciência brasileira, por meio de parcerias e de colaborações internacionais, foi identificado como outra tendência importante. A troca de conhecimentos e tecnologias com outros países pode fortalecer a CT&I no Brasil.
Tecnologias avançadas
O fomento a projetos estratégicos pode acelerar o desenvolvimento de tecnologias avançadas, colocando o Brasil na vanguarda em áreas-chave como biotecnologia e energias renováveis
Melhoria da qualidade de vida
Projetos estratégicos voltados para a saúde e áreas relacionadas podem resultar em melhorias significativas na qualidade de vida da população brasileira.
Competitividade global
A internacionalização da ciência pode aumentar a competitividade do Brasil no cenário global, promovendo a inovação e a troca de conhecimentos
Eixo 4: Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento social
Inovação social
A conferência enfatizou a importância da inovação social, com foco no desenvolvimento de tecnologias que promovam a inclusão e o bem-estar social. Entre as propostas, o desenvolvimento de tecnologias assistivas e de soluções para problemas sociais.
Educação e inclusão digital
A educação e a inclusão digital foram identificadas como prioridades para o desenvolvimento social, a partir da formação de cidadãos aptos a utilizar
e a desenvolver tecnologias
Descentralização da ciência e tecnologia
A descentralização da CT&I, levando inovação para todas as regiões do estado e não apenas para os grandes centros urbanos, foi tida como importante para promover o desenvolvimento equitativo.
Inclusão social
A inovação social pode promover a inclusão de diversos grupos, aumentando o acesso a tecnologias e melhorando a qualidade de vida de populações vulneráveis
Desenvolvimento educacional
A inclusão digital e a educação de qualidade em CT&I podem formar uma nova geração de cidadãos capacitados, prontos para enfrentar os desafios do século XXI.
Equidade regional
A descentralização da ciência e tecnologia pode promover o desenvolvimento equitativo entre as regiões, reduzindo as disparidades e impulsionando as economias locais
Conclusão
As discussões na 5ª Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Paraná destacaram tendências emergentes que podem moldar o futuro da CT&I no Brasil A ênfase no fortalecimento das instituições de pesquisa, no apoio à inovação nas empresas, no incentivo a projetos estratégicos e na promoção do desenvolvimento social demonstra um compromisso com o progresso sustentável e inclusivo As contribuições da conferência são fundamentais para orientar as políticas públicas e estratégias que serão debatidas na 5ª CNCTI, visando construir um Brasil mais justo, inovador e competitivo
Considerações finais e recomendações
Eixo 1: Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Recomendações
1. Financiamento sustentável e continuado
Estabelecer mecanismos de financiamento sustentáveis e continuados para instituições de pesquisa e universidades, garantindo a estabilidade necessária para o desenvolvimento de projetos de longo prazo. Criar novos fundos específicos para CT&I, com alocação de recursos prevista em lei.
2. Autonomia institucional
Aumentar a autonomia das instituições de ensino superior e de pesquisa, permitindo maior flexibilidade na gestão de recursos e na definição de prioridades de pesquisa, facilitando a rápida adaptação às demandas emergentes e às oportunidades de inovação.
3. Incentivo à colaboração interinstitucional
Promover a colaboração entre universidades, institutos de pesquisa e o setor privado por meio de programas e projetos conjuntos, do compartilhamento de infraestrutura e do intercâmbio de pesquisadores Facilitar a criação de redes de pesquisa temáticas e regionais
4. Capacitação e formação de recursos humanos
Investir na capacitação e formação contínua de recursos humanos qualificados em CT&I, a partir de programas de bolsas de estudo, de treinamentos avançados e de intercâmbios internacionais Incentivar a participação em cursos de pós-graduação e em programas de atualização tecnológica
Eixo 2: Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas
Recomendações
1. Fomento à inovação nas PMEs
Desenvolver políticas específicas de incentivo à inovação nas pequenas e médias empresas (PMEs), incluindo subsídios, créditos facilitados e incentivos fiscais Criar programas de apoio técnico e consultoria para implementação de inovações tecnológicas
2. Adoção de tecnologias avançadas
A partir de incentivos fiscais, financiamentos a baixo custo e programas de capacitação, estimular a adoção de tecnologias avançadas, como a Indústria 4 0, Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial Promover a digitalização e a automação dos processos industriais
3. Parcerias público-privadas
Fortalecer as parcerias público-privadas (PPP) para o desenvolvimento de projetos inovadores, facilitando a cooperação entre o setor público, a academia e as empresas. Estabelecer marcos regulatórios claros e incentivos para a realização de PPPs em CT&I.
4. Infraestrutura de inovação
Investir na criação e manutenção de infraestrutura de inovação, como parques tecnológicos, incubadoras de empresas e centros de pesquisa aplicada Facilitar o acesso das empresas a essas infraestruturas para promover o desenvolvimento de novos produtos e serviços.
Eixo 3: Ciência, tecnologia e inovação para programas e projetos estratégicos nacionais
Recomendações
1. Identificação de projetos estratégicos
Realizar mapeamentos periódicos para identificar áreas e projetos estratégicos que possam impulsionar o desenvolvimento nacional Priorizar áreas como biotecnologia, energias renováveis, mudanças climáticas, saúde e defesa
2. Apoio à pesquisa aplicada
Incentivar a pesquisa aplicada com foco em resultados práticos e em soluções inovadoras para desafios nacionais. Criar programas específicos de financiamento para projetos de pesquisa aplicada, com avaliações periódicas de impactos e de resultados
3. Fortalecimento da cooperação internacional
Promover a cooperação internacional em CT&I, a partir de acordos bilaterais e multilaterais, de programas de intercâmbio e de projetos conjuntos. Facilitar a participação de pesquisadores brasileiros em redes internacionais de pesquisa e inovação.
4. Incentivo à propriedade intelectual
Incentivar a proteção da propriedade intelectual resultante de pesquisas e desenvolvimento e inovações nacionais Outro ponto é desenvolver políticas de apoio à patenteação e à comercialização de tecnologias, incluindo assistência jurídica e financeira para pesquisadores e empresas inovadoras.
Eixo 4: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social
Recomendações
1. Inovação social
Fomentar a inovação social, com foco no desenvolvimento de tecnologias que promovam a inclusão e o bem-estar social Criar programas de incentivo ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para problemas sociais, abrangendo áreas como saúde, educação e habitação
2. Educação e inclusão digital
Implementar programas de educação e de inclusão digital para capacitar a população a utilizar e desenvolver tecnologias. Promover a alfabetização digital desde o ensino básico e incentivar a formação de professores em tecnologias educacionais
3. Descentralização da CT&I
Descentralizar as iniciativas de CT&I, promovendo o desenvolvimento tecnológico em todas as regiões do país, incluindo áreas rurais e periféricas. Criar incentivos para a instalação de centros de pesquisa e inovação em locais estratégicos fora dos grandes centros urbanos.
4. Participação da sociedade civil
Estimular a participação ativa da sociedade civil no desenvolvimento e na implementação de políticas de CT&I Promover fóruns e conselhos consultivos que incluam representantes de diversos segmentos sociais, para garantir que as políticas atendam às necessidades da totalidade da população.
Conclusão
As recomendações apresentadas refletem um compromisso com o fortalecimento e a expansão do sistema nacional de CT&I, a promoção da
reindustrialização baseada em novas tecnologias, o apoio a projetos estratégicos nacionais e a utilização da ciência e tecnologia para promover o desenvolvimento social A implementação dessas recomendações pode contribuir significativamente para o avanço da ciência, tecnologia e inovação no Brasil, contribuindo para que seja um país mais justo, sustentável e competitivo.
Rio Grande do Sul
A Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio Grande do Sul, realizada em 7 de março de 2024, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), em Porto Alegre, teve como objetivo principal enriquecer a pauta da conferência nacional, a ser realizada em Brasília Organizada pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT) do Rio Grande do Sul e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), a conferência reuniu 155 participantes de 68 instituições As discussões foram estruturadas em torno de quatro eixos temáticos principais, que abordam tópicos como a recuperação e expansão do sistema de CT&I, a reindustrialização e o apoio à inovação, projetos estratégicos nacionais e o desenvolvimento social
Este relatório sintetiza as principais contribuições da conferência do Rio Grande do Sul para cada um dos eixos temáticos, destacando as tendências emergentes e suas potenciais implicações para o campo da CT&I.
Tendências emergentes
Eixo 1: Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Fortalecimento da colaboração entre universidades e empresas
A integração entre universidades e empresas foi destacada como essencial para o fortalecimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e
Inovação (SNCTI) A colaboração visa não apenas impulsionar a pesquisa aplicada e a inovação tecnológica, mas também promover a formação de profissionais altamente qualificados
Desenvolvimento de infraestrutura e capacitação técnica
Entre os pontos ressaltados, a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura laboratorial e a capacitação de pessoal técnico qualificado, com propostas que incluem a criação de carreiras específicas para a gestão de laboratórios e o desenvolvimento de políticas de compartilhamento de recursos.
Planejamento estratégico de longo prazo
A implementação de um planejamento estratégico alinhado com políticas de longo prazo foi considerada fundamental para a consolidação do SNCTI Isso inclui políticas orientadas por missões de longo prazo que promovam uma infraestrutura mais sólida e eficiente
Aumento da competitividade
O fortalecimento da colaboração entre universidades e empresas pode aumentar a competitividade de ambas, promovendo a inovação e desenvolvimento tecnológico.
Melhoria na qualidade da pesquisa
Investimentos em infraestrutura e em capacitação técnica podem elevar a qualidade das pesquisas realizadas, contribuindo para avanços significativos em diversas áreas do conhecimento
Sustentabilidade do sistema de CT&I
Um planejamento estratégico de longo prazo pode garantir a sustentabilidade do sistema de CT&I, proporcionando uma base sólida para futuras inovações e descobertas científicas.
Mudanças Climáticas
Necessidade crescente de investimentos e planejamento na área de
resiliência nas cidades e regiões afetadas pelas consequências das mudanças climáticas, tanto do ponto de vista social como econômico
Eixo 2: Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas
Inovação sustentável
Empresas como a Braskem destacaram a importância da inovação e do desenvolvimento tecnológico focados em soluções ambientalmente sustentáveis, como a economia circular e a neutralidade de carbono
Integração academia-indústria
A promoção de parcerias estratégicas e colaborativas entre empresas e instituições acadêmicas foi enfatizada. A criação de unidades de pesquisa em empresas de tecnologia foi sugerida para facilitar a colaboração e a transferência de conhecimento.
Instrumentos de fomento à inovação
A necessidade de uma regulamentação eficaz dos instrumentos de fomento existentes e a criação de novos mecanismos de apoio foram discutidas Exemplos incluem programas de startups e incentivos fiscais estratégicos
Desenvolvimento sustentável
Focar em soluções sustentáveis pode posicionar as empresas brasileiras como líderes em inovação ambientalmente responsável, atraindo investimentos e criando novas oportunidades de mercado.
Aprimoramento das capacidades tecnológicas
A integração entre academia e indústria pode resultar em avanços tecnológicos significativos, melhorando processos produtivos e aumentando a competitividade das empresas brasileiras
Ambiente favorável à inovação
Instrumentos de fomento bem regulamentados e incentivos fiscais podem criar um ambiente propício para o surgimento e o crescimento de startups e empresas inovadoras, impulsionando o desenvolvimento econômico.
Ecossistemas de Inovação
Estimular a criação e o desenvolvimento dos ecossistemas de inovação (como Parques Científicos e Tecnológicos, Hubs de Inovação e mecanismos de geração de empreendimentos) como instrumentos de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento socioeconômico e ambiental
Eixo 3: Ciência, tecnologia e inovação para programas e projetos estratégicos nacionais
Excelência na saúde
O Rio Grande do Sul foi destacado como um polo de excelência em pesquisa na área da saúde Para garantir a continuidade desse status, e seu avanço, são necessárias políticas de financiamento de médio e longo prazo
Avanços nas ciências agrárias
Desenvolver a ciência local e adaptar novas tecnologias às peculiaridades do Brasil foram aspectos ressaltados, tendo como propostas estratégias para intensificar a produção agropecuária sustentável e a comunicação eficaz com a sociedade.
Impactos das mudanças climáticas
As discussões abordaram os impactos das mudanças climáticas nas cidades e regiões afetadas pelas águas no Estado do RS, bem como a necessidade de desenvolvimento de estruturas voltadas a prevenir e mitigar os efeitos de enchentes e secas na região. Outros aspectos envolvem a exploração de recursos marinhos, inclusive considerando a proximidade do estado com a Antártica e o Atlântico Sul Nesse âmbito, a
cooperação internacional foi tratada como essencial
Avanços na saúde pública
Políticas de financiamento robustas podem garantir avanços contínuos na pesquisa em saúde, resultando em melhores tratamentos e tecnologias médicas.
Agropecuária sustentável
Inovações podem tornar a produção agropecuária mais sustentável do ponto de vista ambiental, beneficiando tanto a economia quanto o meio ambiente
Resiliência climática
Medidas para abordar os impactos das mudanças climáticas podem aumentar a resiliência das comunidades e das economias locais, promovendo segurança ambiental e desenvolvimento sustentável.
Eixo 4: Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento social
Disseminação do conhecimento científico
A importância de comunicar os resultados científicos de forma acessível e eficaz para diferentes segmentos da sociedade foi destacada. Para viabilizar essa disseminação, são necessários recursos financeiros adequados.
Interação entre ciência e sociedade
A relação entre a ciência e a sociedade, incluindo a coprodução do conhecimento e a restauração da confiança na ciência, foi discutida E as universidades desempenham um papel crucial nesse processo
Relevância social da ciência
A ciência deve abordar questões socialmente e ambientalmente importantes, como segurança alimentar e mudanças climáticas, por meio de um diálogo contínuo com a indústria e as organizações sociais.
Maior engajamento público
A disseminação eficaz do conhecimento científico pode aumentar o engajamento e a confiança do público na ciência, o que resultaria em uma sociedade mais informada e mais participativa
Soluções para desafios sociais
A ciência orientada para questões sociais pode oferecer soluções práticas para desafios como a segurança alimentar e as mudanças climáticas, melhorando a qualidade de vida.
Fortalecimento da ciência na sociedade
A interação contínua entre ciência e sociedade pode fortalecer o papel da ciência como um pilar essencial para o desenvolvimento social e econômico sustentável
Conclusão
As contribuições da conferência do Rio Grande do Sul destacam a importância de um sistema de CT&I robusto e integrado para o desenvolvimento sustentável do Brasil. As tendências emergentes identificadas em cada eixo temático apontam para a necessidade de uma colaboração contínua entre academia, indústria, governo e sociedade civil Dessa forma, será possível promover inovações tecnológicas e científicas que atendam às necessidades e desafios atuais e futuros As recomendações apresentadas na conferência são insumos valiosos para a 5ª CNCTI, contribuindo para a formulação de políticas públicas eficazes e a consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Considerações finais e recomendações
Eixo 1: Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Recomendações
1. Fortalecimento da infraestrutura de pesquisa
Instituir carreiras específicas para a gestão de laboratórios, visando a profissionalização e especialização na administração dessas estruturas. Outro ponto é desenvolver políticas de compartilhamento de recursos laboratoriais entre instituições de ensino e de pesquisa para otimizar o uso das infraestruturas existentes. E, paralelamente, melhorar a administração financeira de projetos de pesquisa por meio de um planejamento estratégico de longo prazo, de modo alinhado com políticas de missão de longo prazo.
2. Formação de recursos humanos qualificados
Implementar programas de formação contínua desde o Ensino Médio até a pós-graduação, com financiamento garantido para suprir a demanda por profissionais qualificados. Além disso, estimular a interdisciplinaridade nos programas de pós-graduação, alinhando-os com o Plano Nacional de Pós-Graduação para formar profissionais versáteis e adaptáveis.
3. Transferência de tecnologia e propriedade intelectual
Fortalecer os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) para promover a inovação e a transferência de tecnologia para o setor empresarial e a sociedade De forma complementar, desenvolver políticas que incentivem a colaboração entre instituições de pesquisa, universidades e empresas, facilitando a transferência de conhecimento
4. Atualização do arcabouço legal
Atualizar o Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação para garantir a coerência e a continuidade das práticas e dos processos,
de modo a facilitar a inovação Também é necessário manter eventos como a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação como parte integrante do arcabouço legal, fornecendo um espaço essencial para discussões e colaborações.
Eixo 2: Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas
Recomendações
1. Promoção da colaboração academia-indústria
Estabelecer parcerias estratégicas e colaborativas entre empresas e instituições acadêmicas, incentivando a cocriação de soluções inovadoras. Outro ponto importante é reconhecer a expertise e o papel dos mestres e dos doutores na pesquisa e desenvolvimento, promovendo regulamentações que facilitem sua integração com o setor produtivo. Em adição, incentivar a transferência de conhecimento e tecnologia por meio de redes de cooperação, programas de intercâmbio e projetos conjuntos de pesquisa.
2. Instrumentos de fomento à inovação
Adotar uma abordagem abrangente e inclusiva, envolvendo todos os atores relevantes, como governos, empresas, academia e sociedade civil, além de customizar políticas e programas conforme as características e necessidades específicas de cada região, reconhecendo suas particularidades e potenciais. É necessário, ainda, valorizar e fortalecer os ecossistemas de inovação locais, criando ambientes propícios ao surgimento e ao crescimento de startups e empresas inovadoras.
3. Investimentos empresariais em inovação
Estimular o empreendedorismo e a internacionalização das empresas, oferecendo incentivos fiscais e programas de apoio à exportação Isso seria facilitado com o desenvolvimento de um ambiente regulatório claro e favorável aos negócios, com
procedimentos simplificados e incentivo a parcerias entre os setores público e privado Igualmente importante é encorajar a diversificação da base produtiva, identificando e explorando nichos de mercado promissores para impulsionar a competitividade das empresas, nacional e globalmente.
Eixo 3: Ciência, tecnologia e inovação para programas e projetos estratégicos nacionais
Recomendações
1. Fortalecimento da cultura científica
Promover a interação universidade-empresa como um meio de impulsionar a inovação e o desenvolvimento tecnológico. Em adição, legitimar a ciência, a tecnologia e a inovação perante a sociedade, aumentando a compreensão e valorização das contribuições científicas.
2. Políticas de financiamento de longo prazo
Implementar políticas de financiamento de médio e longo prazo para garantir a manutenção e a expansão de programas estratégicos nacionais. Além disso, regularizar e incentivar a compra pública de novas tecnologias geradas no ambiente acadêmico, de modo a estimular a inovação.
3. Parcerias e cooperação internacional
Aproveitando a proximidade geográfica e as conexões do Brasil com regiões estratégicas, fortalecer a cooperação internacional em áreas como mudanças climáticas e exploração de recursos marinhos E para promover um ambiente de inovação colaborativa, incentivar a aproximação das pesquisas básicas das pesquisas multidisciplinares tecnológicas aplicadas.
4. Plano de Resposta Climática e Resiliência
Desenvolvimento de estratégias de longo prazo para monitorar dados naturais contínuos, desenvolver sistemas de alerta, acompanhar o desenvolvimento de infraestrutura básica de água, energia e urbanismo e comunicar de forma adequada, direta e centralizada a sociedade.
Eixo 4: Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento social
Recomendações
1. Disseminação do conhecimento científico
Priorizar recursos financeiros para a disseminação do conhecimento científico em diferentes segmentos da sociedade, tornando os resultados das pesquisas mais acessíveis. Indicar nos projetos de pesquisa sua aplicabilidade e potencial impacto, detalhando quem será beneficiado e como será implementado, é outro ponto que merece atenção
2. Relevância social da ciência
Por meio de diálogo e colaboração com outros agentes, incluindo a indústria e organizações sociais, é possível fortalecer o papel da ciência em questões socialmente importantes, como segurança alimentar e mudanças climáticas. Para aprimorar a comunicação e a disseminação do conhecimento científico, de modo a alcançar a sociedade de maneira eficaz, é necessário também garantir que pesquisadores de alto nível continuem exercendo seu papel
3. Interação entre ciência e sociedade
Promover uma coprodução entre ciência e sociedade, restaurando a confiança na ciência e, nesse processo, destacar o papel das universidades. Além disso, adotar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como uma agenda para orientar as ações das ciências sociais e demais áreas do conhecimento.
Conclusão
As recomendações delineadas durante a conferência Rio Grande do Sul destacam a importância de um sistema robusto e integrado de CT&I para o desenvolvimento sustentável do Brasil. A implementação dessas recomendações pode proporcionar avanços significativos nas áreas de inovação, de infraestrutura e de formação de recursos humanos Isso a partir da colaboração entre diversos atores, promovendo uma sociedade mais inovadora, competitiva e preparada para os desafios futuros As diretrizes aqui apresentadas servirão como base para a formulação de políticas públicas e estratégias que serão discutidas na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Santa Catarina
A 7ª Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CECTI) de Santa Catarina ocorreu em Florianópolis em 3 de abril de 2024 Esse evento, parte integrante das preparações para a conferência nacional, reuniu representantes das quatro hélices da inovação: governo, academia, empresas e sociedade civil O objetivo central foi desenvolver propostas que contribuam para a recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI), alinhando-se aos quatro eixos temáticos da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação As principais tendências emergentes identificadas em cada eixo temático são analisadas a seguir
Tendências emergentes
Eixo 1: Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Integração e modernização de infraestruturas
A criação de um portal único para informações sobre ciência, tecnologia e inovação e a formação de um sistema estadual de governança para CTI foram propostas destacadas. Essas iniciativas visam modernizar e unificar a infraestrutura existente, facilitando o acesso a recursos e promovendo a otimização dos processos de pesquisa e desenvolvimento.
Capacitação de recursos humanos
A capacitação de professores e a qualificação na educação básica foram temas recorrentes Estratégias focadas no desenvolvimento de habilidades em ciências exatas e raciocínio lógico buscam ampliar a base de talentos qualificados, essenciais para o avanço científico e tecnológico
Redução de assimetrias regionais
A criação de observatórios estaduais de CTI e estratégias voltadas para a gestão de recursos hídricos pretendem equalizar o acesso às oportunidades de CTI, promovendo uma distribuição equitativa de recursos e capacidades em todo o território nacional.
Fomento à pesquisa e inovação
Iniciativas para incrementar o fluxo estável de recursos financeiros para a pesquisa científica, básica e aplicada, foram enfatizadas Propostas de parcerias entre os setores público, privado e acadêmico visam fortalecer a formação técnico-profissional, crucial para a inovação contínua
Sustentabilidade e impacto ambiental
Desenvolver estratégias de bioeconomia e de diplomacia científica, bem como enfrentar as mudanças climáticas, foram pontos tratados como essenciais para garantir a sustentabilidade e o uso responsável dos recursos naturais, alinhando-se aos objetivos nacionais de desenvolvimento sustentável.
Eixo 2: Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas
Ambientes de inovação
Investimentos em ecossistemas de inovação (como Centros de Inovação e Parques Científicos e Tecnológicos) foram propostos para fomentar o desenvolvimento de novas empresas inovadoras. A formação de lideranças inovadoras é vista como crucial para estimular a reindustrialização e promover a competitividade industrial, tanto nos ambientes de inovação como empresariais.
Sustentabilidade Ambiental dos negócios
Propostas para fomentar a ciência, tecnologia e inovação em empreendimentos empresariais sustentáveis foram destaques A integração de práticas sustentáveis ao desenvolvimento industrial é vista como fundamental para atender aos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU)
Colaboração intersetorial
A criação de redes interorganizacionais e a sinergia entre diferentes atores do ambiente de inovação são incentivadas para promover a colaboração entre instituições acadêmicas, empresas e governo, facilitando projetos conjuntos inovadores.
Eixo 3: Ciência, tecnologia e inovação para programas e projetos estratégicos nacionais
Infraestrutura tecnológica sustentável
Desenvolver programas de infraestrutura tecnológica rural e pesqueira visa reduzir a vulnerabilidade em cadeias produtivas estratégicas, com ênfase em energia, saúde e alimentação, promovendo o desenvolvimento sustentável regional.
Reestruturação do modelo educacional
Modernizar os os processos de ensino e aprendizagem com métodos científicos e fortalecer as competências digitais desde a educação básica até a pós-graduação, passando pela educação continuada, foram temas centrais, preparando a população para a economia digital globalizada.
Energia renovável e cibersegurança
Iniciativas para investir em independência energética renovável e desenvolver tecnologias de cibersegurança foram destacadas Esses investimentos são fundamentais para garantir a segurança nacional e a gestão eficaz de recursos e territórios
Eixo 4: Ciência, tecnologia e Inovação para o desenvolvimento social
Fortalecimento do terceiro setor
Iniciativas para integrar e fortalecer o terceiro setor no sistema de CTI foram propostas, abordando a sustentabilidade financeira e infraestrutura, além de ampliar o apoio da ciência na formulação e avaliação de políticas públicas
Inclusão e equidade
Garantir a participação ativa de comunidades diversas, especialmente grupos socialmente excluídos, e promover a equidade de gênero na CTI são prioridades. Propostas para implementar programas educativos que enfatizem democracia, equidade e não discriminação visam cultivar uma cultura inclusiva no ambiente de CTI.
Empreendedorismo social
Fomentar negócios de impacto socioambiental e promover a formação empreendedora em comunidades vulneráveis utilizam a CTI como ferramenta para melhorar as condições econômicas e sociais dessas áreas, promovendo justiça social e sustentabilidade.
Conclusão
As propostas elaboradas na conferência de Santa Catarina refletem um compromisso com a inovação e sustentabilidade, alinhando-se aos objetivos nacionais de CTI. As tendências emergentes destacam a importância da integração e modernização de infraestruturas, capacitação de recursos humanos, redução de assimetrias regionais, fomento à pesquisa e inovação, sustentabilidade industrial, colaboração intersetorial, desenvolvimento de infraestrutura tecnológica sustentável, reestruturação educacional, energia renovável, cibersegurança, fortalecimento do terceiro setor, inclusão, equidade e empreendedorismo social Essas iniciativas visam não apenas atender às necessidades regionais, mas também contribuir significativamente para a ciência, tecnologia e inovação, impactando positivamente o desenvolvimento econômico e social do Brasil
Considerações finais e recomendações
Eixo 1: Recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação
Recomendações
1. Integração e modernização
Criar um portal unificado que centralize informações sobre ciência, tecnologia e inovação, facilitando o acesso a dados e recursos Outro ponto seria consolidar um sistema de governança que integre todos os níveis de gestão em CTI, promovendo a eficiência e a coesão das políticas públicas
2. Capacitação de recursos humanos
Para melhorar a qualidade do ensino básico, é importante implementar programas de capacitação para professores nas áreas de ciências exatas e tecnologias. A educação básica em CTI também deve ser estimulada, com o desenvolvimento de metodologias que
incentivem o raciocínio lógico e o interesse por ciências desde os primeiros anos escolares
3. Redução de assimetrias regionais
Estabelecer observatórios estaduais para monitorar e promover a equidade no acesso às oportunidades de CTI Em complemento, desenvolver estratégias específicas para a gestão eficiente dos recursos hídricos, integrando ciência e tecnologia na resolução de problemas locais
4. Fomento à pesquisa e inovação
Ampliar o fluxo de recursos financeiros destinados à pesquisa científica básica e aplicada por meio de editais específicos é um dos caminhos para incrementar esse campo. Fortalecer as parcerias entre setor público, privado e acadêmico são também um caminho para fomentar a inovação e a formação técnico-profissional.
5. Sustentabilidade e impacto ambiental
Desenvolver estratégias de bioeconomia e diplomacia científica para enfrentar os desafios das mudanças climáticas, além de formular políticas voltadas para o enfrentamento desse quadro e para a promoção do desenvolvimento sustentável.
Eixo 2: Reindustrialização em novas bases e apoio à inovação nas empresas
Recomendações
1. Ambientes de inovação
Investir em ecossistemas de inovação que facilitem a inovação por meio de espaços colaborativos que estimulem novas ideias e o desenvolvimento de uma nova geração de lideranças inovadoras E, também, instituir mecanismos de apoio financeiro para empreendimentos sustentáveis e inovadores, alinhados aos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU
2. Sustentabilidade Ambiental nos negócios
Ao estimular a integração da sustentabilidade ao desenvolvimento industrial, são incentivadas práticas que reduzem o impacto ambiental
3. Colaboração intersetorial
Estimular a criação de redes que promovam a sinergia entre diferentes atores do ecossistema de inovação, incrementando a colaboração entre instituições acadêmicas, empresas e governo para o desenvolvimento de projetos conjuntos. Outra forma de tornar o ambiente mais propício para a inovação é integrar e otimizar os instrumentos de fomento, como encomendas tecnológicas e leis de incentivo.
Eixo 3: Ciência, tecnologia e inovação para programas e projetos estratégicos nacionais
Recomendações
1. Infraestrutura tecnológica sustentável
Desenvolver programas que reduzam a vulnerabilidade em cadeias produtivas estratégicas, como a rural e a pesqueira, com foco em energia, saúde e alimentação. Também é fundamental investir na independência energética renovável, para reduzir emissões de carbono e promover uma economia verde.
2. Reestruturação do modelo educacional
Reformar os processos educacionais de modo a incluir métodos científicos e fortalecer as competências digitais, desde a educação básica até a pós-graduação, passando pela educação continuada, preparando a população para a economia digital globalizada
3. Pesquisa e desenvolvimento
Criar políticas de estado para o fomento à pesquisa básica e ao desenvolvimento sócioeconômico ambiental, promovendo a autonomia científica e tecnológica; incentivar o desenvolvimento de biotecnologia para defesa sanitária e tecnologias de cibersegurança, essenciais para a segurança nacional.
Eixo 4: Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento social
Recomendações
1. Fortalecimento do terceiro setor
Promover a sustentabilidade financeira e a infraestrutura necessária para integrar e fortalecer a atuação do terceiro setor no sistema de CTI. Além disso, desenvolver um sistema robusto para avaliar políticas públicas de CTI voltadas ao desenvolvimento social, garantindo transparência e eficácia.
2. Inclusão e equidade
É preciso garantir a participação ativa das comunidades em projetos de CTI, especialmente dos grupos socialmente excluídos, assim como promover a equidade de gênero, assegurando o protagonismo de mulheres e meninas em todas as esferas
3. Empreendedorismo social
Fomentar negócios de impacto socioambiental que promovam a segurança alimentar e a erradicação da fome, integrando práticas sustentáveis e tecnologia. Também é indispensável incentivar a formação empreendedora e o desenvolvimento de negócios de impacto social em comunidades vulneráveis, utilizando a CTI como ferramenta de transformação
Conclusão
As recomendações elaboradas durante a conferência de Santa Catarina visam promover um ambiente propício para o desenvolvimento científico e tecnológico, com ênfase na sustentabilidade, na inclusão e na inovação As ações propostas buscam fortalecer o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, de modo alinhado aos objetivos estratégicos nacionais, para promover o desenvolvimento equilibrado e sustentável em todas as regiões do Brasil