Revista Mercado Empresarial - Usinagem 2012

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Especial USINAGEM 2012

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Ano 7 - Edição nº 42 - Outubro de 2012 Publicação

SETOR de usinagem

segue com retração dos negócios Mas vislumbra um 2013 com melhores resultados

ECONOMIA

Governo eleva imposto de importação de 100 produtos

OPINIÃO

Os dados do IBGE confirmam: somente o incentivo ao consumo não resolve

TECNOLOGIA

Pesquisadores do Reino Unido utilizam água para usinagem de precisão



editorial

mercado empresarial

expediente Coordenação: Mariza Simão Redatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SP contato: sonniamateu@yahoo.com.br Colaboraram nesta edição: Irineu Uehara e João Lopes Diagramação: Rogério Silva Arte: Cesar Souza, José Francisco dos Santos, José Luiz Moreira, Edmilson Mandiar, Ivanice Bovolenta, Fellipe Moreira, Marilene Moreno, Hermínio Mirabete Junior, Ricardo Satoshi Yamassaki, Danilo Barbosa Gomes Distribuição: feira e congresso Usinagem 2012 Matriz: São Paulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273 Filiais: Araçatuba - Rua Floriano Peixoto, 120 1º and. - s/ 14 - Centro - CEP 16010-220 - Tel.: (18) 3622-1569 Fax: (18) 3622-1309 Bauru - Edifício Metropolitan Rua Luso Brasileira, 4-44 - sl 1214 - 12º and. CEP 17016-230 - Tel.: (14) 3226-4068 Fax: (14) 3226-4098 Piracicaba Sisal Center - Rua Treze de Maio, 768 sl 53 - 5º and. CEP 13400-300 - Tel.: (19) 3432 - 1434 Fax.: (19) 3432-1524 Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes, 871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000 Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690 Ribeirão Preto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and. cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628 Fax: (16) 3625-9895 Santos - Rua Leonardo Roitman, 27 - 4º and. cj 48 Santos - SP - CEP.: 11015-550 Tel.: (13) 3224-9326 / 3232-4763 São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 3º and. - cj 301 - CEP 15015-110 Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419

Apesar da retração, setor de usinagem vislumbra um 2013 um pouco melhor

O

setor de máquinas-ferramenta e de usinagem vive um prolongado período de estagnação dos negócios, reflexo da crise estrutural que se abate sobre as diversas cadeias produtivas que

compõem a indústria brasileira. As empresas do ramo sofrem os efeitos da desaceleração da economia e, sobretudo, da invasão de bens importados, que arremataram largas fatias do mercado, agravando sobremaneira o processo de desindustrialização em curso no País. O segmento de usinagem, particularmente, depende diretamente dos pedidos feitos por todos os outros empreendimentos manufatureiros. Os equipamentos fornecidos pelos fabricantes deste nicho estão instalados na retaguarda produtiva e alicerçam os mais diferentes processos de transformação. As empresas já se ressentem da postergação da decisão de novos investimentos no decorrer do ano, notadamente os fabricantes de máquinas unitárias, também chamadas de “stand alone”, nicho que, na realidade, já vem se desaquecendo desde meados de 2011. Para esse segmento, o primeiro semestre se manteve abaixo da capacidade instalada, mesmo com as medidas de fomento ao consumo anunciadas pelo governo recentemente. Na opinião das lideranças das áreas, falta delinear e levar a cabo uma política industrial digna desse nome, capaz de dar um norte ao planejamento dos empresários, orientar as ações e ensejar um clima propicio à retomada do crescimento – e que supere as ações pontuais e paliativas até agora implementadas. É difícil prognosticar o que poderá ocorrer em 2013. Entretanto, se o viés de consumo e de investimento vier a ser estimulado, conforme as projeções do governo, o setor poderá experimentar melhoras no final do próximo ano. Não se vislumbra um grande crescimento, mas os resultados deverão ser melhores do que em 2012.

O editor não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos entrevistados.

Mercado Empresarial

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sumário

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Panorama do setor

Case

Setor de usinagem segue com retração dos negócios

46 Curtas

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Mas já vislumbra um 2013 com melhores resultados

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Os dados do IBGE confirmam: somente o incentivo ao consumo não resolve

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Usinagem 2012 - Feira e Congresso destacam os avanços tecnológicos do segmento

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Governo eleva imposto de importação de 100 produtos

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Produção de fundidos registra queda de 10,3%

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Revitalização da indústria naval brasileira desperta interesse mundial

Tecnologia Embraer homologa produto vegetal da Castrol para usinagem

Fascículo Ecoturismo - Vol.5

Envelopamento do estádio olímpico de Londres será reaproveitado de forma sustentável

Pesquisa

Desenvolvimento

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Proposta obriga governos a comprar apenas madeira de reflorestamento

Sustentabilidade

Mercado

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BYOD: segurança e produtividade são os dois extremos dessa tendência

Meio Ambiente

Economia

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Seco Tools: brochamento indexável permite aumentar velocidade de corte

Gestão

Evento

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Trem-bala será ‘fatiado’ para apressar obras

Inovação

Opinião

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Com inovação, Hanna conquista participação no mercado

66 67

The Future Report Food investiga o futuro dos alimentos no mundo

Dicas de leitura Vitrine

Nesta edição:

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Release

Destino Brasil: Pantanal



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panorama do setor

Setor de

usinagem

segue com retração

dos negócios

Mas já vislumbra um 2013 com melhores resultados


mercado empresarial

panorama do setor

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A

o refletir diretamente a crise estrutural que se abate sobre as diversas cadeias produtivas que compõem a indústria brasileira, o setor de máquinas-ferramenta e de usinagem vive um prolongado período de estagnação dos negócios. As empresas do ramo se ressentem dos efeitos da desaceleração da economia e, sobretudo, da invasão de bens importados que acabaram por arrematar largas fatias do mercado, agravando sobremaneira o processo de desindustrialização em curso no País. Em que pesem os pacotes de incentivos anunciados pelo governo, a produção e as vendas seguem patinando, demonstrando que as raízes dos percalços enfrentados hoje – a sobrevalorização do real, o “custo Brasil” e a freada generalizada nos investimentos – ainda não foram eficazmente atacadas, o que só faz reforçar as incertezas que cercam o horizonte mais à frente. Falta, antes de mais nada, segundo pregam as lideranças da área, delinear e levar a cabo uma política industrial digna desse nome, capaz de dar um norte ao planejamento dos empresários, orientar as ações e ensejar um clima propicio à retomada do crescimento. Como se sabe, o segmento de usinagem depende diretamente dos pedidos feitos por todos os outros empreendimentos manufatureiros. Os equipamentos fornecidos pelos fabricantes deste nicho estão instalados na retaguarda produtiva e alicerçam os mais diferentes processos de transformação. “É pouco provável encontrar

um produto, seja de produção ou de consumo, que não tenha tido a participação, direta ou indireta, de uma máquina-ferramenta. Dessa maneira, somos naturalmente dependentes dos demais setores. Se a manufatura vai bem ou vai mal, nós também vamos”, explica André Luís Romi, presidente da CSMF (Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura) da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Pois o fato concreto é que a produção industrial do País, considerada em sua totalidade, declinou 2,5% no segundo trimestre, frente aos três primeiros meses do ano, a maior queda desde 2009, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este revés ocorreu apesar de todas as medidas de estímulo adotadas pelo governo, além dos juros André Luís Romi, em trajetória descendente há presidente da CSMF da Abimaq um ano, dos gastos públicos em alta, do dólar mais “É pouco provável encontrar um favorável às exportações produto, seja de produção ou de consumo, que não tenha tido a par(há meses cotado na casa ticipação, direta ou indireta, de uma de R$ 2) e dos pacotes de máquina-ferramenta. Dessa maneira, desoneração de tributos somos naturalmente dependentes federais. dos demais setores. Se a manuA performance defifatura vai bem ou vai mal, nós ciente do parque fabril contambém vamos” tribuiu decisivamente para que o PIB (Produto Interno Bruto) tivesse um outro desempenho tíbio, subindo apenas 0,4% entre

Foto: Manoel Guimarães

Empresários reclamam o delineamento e a implantação de uma política industrial de fôlego, que supere as ações pontuais e paliativas até agora implementadas


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panorama do setor

abril e junho, tendo os investimentos sofrido retração de 0,7%. De janeiro a março, o PIB mal saíra do zero, avançando 0,1%. Com isso, a economia brasileira se mantém em um ciclo de modesto crescimento por oito trimestres consecutivos, cada qual com expansão inferior a 1% – o mais longo período de baixa desde o Plano Real.

Outros dados atestam queda

Outros números, compilados sob parâmetros distintos, também inspiram preocupação. De acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), nos 12 meses que compõem o período de agosto de 2011 a julho de 2012, a produção da indústria caiu 2,1% no cotejo com igual período anterior. A utilização da capacidade instalada encolheu 0,9% e o nível de emprego cresceu apenas 0,9%, situando-se no mesmo nível registrado no início de 2011 (com os custos do trabalho aumentando 5,2%). As sequelas deste arrefecimento geral de atividades não tardaram a puxar para baixo os negócios na área de máquinas-ferramenta. No primeiro semestre de 2012, houve uma queda de 22,4% Andreas Meister, diretor-presidente da no faturamento nominal Ergomat das empresas, que foi de “Vivenciamos um efetivo processo de R$ 567,29 milhões, condesindustrialização, com as máquinas tra R$ 730,62 milhões nacionais sendo substituídas pelas no mesmo período de importadas, que têm baixo preço em 2011, segundo informa razão sobretudo da defasagem cama Abimaq. Este baque foi bial que perdura há vários anos, acompanhado de uma rerelegando os fabricantes do Brasil dução de 15% no número ao segundo plano” de empregados. Em 2011, tinha havido uma expansão de 4,8% nas receitas, que bateram em R$ 1,540 bilhão, frente

ao montante R$ 1,469 bilhão contabilizado em 2010. A verdade é que tem havido franca desaceleração do nível de investimentos. O índice FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), que representa o total de inversões em máquinas e meios de produção em relação ao PIB, encerrara o quarto trimestre de 2011 em 2,5%, tendo piorado ainda mais entre janeiro e março de 2012, ao diminuir para 1,8%. “É unânime entre os economistas e autoridades do governo que esse índice, para um país em desenvolvimento como o Brasil, deveria ficar entre 22% a 25% do PIB”, contrapõe Romi. Dado que a usinagem é bastante diversificada, a crise tem impactos diferenciados de nicho para nicho. No mapeamento da Câmara Setorial, as carteiras formadas de meados de 2010 a 2011 ainda se mantêm para máquinas que compõem linhas de fabricação – a exemplo de linhas de corte, dobra e solda de carrocerias de automóveis e caminhões – ou para sistemas integrados de usinagem de componentes de motores e transmissão, cujo prazo entre o pedido até a entrega pode chegar a 15 meses ou mais. Novas plantas de montadoras estão puxando as encomendas destes perfis de soluções. Complementando, Andreas Meister, diretorpresidente da Ergomat, avalia que os produtos mais “commoditizados”, como tornos, fresadoras e retíficas mais simples, não estão tendo procura, afetando com isso a maioria dos fabricantes. “Atualmente, só estão sendo encomendadas máquinas mais automatizadas e precisas, que ofereçam mais opções de usinagem


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mercado empresarial

e dispensem o trabalho humano ao realizarem funções em certos ciclos,”, detalha ele.

Importação de peças

A questão de fundo é que, em grande medida, os equipamentos estão sendo montados com peças importadas, em detrimento das nacionais. Conforme recapitula o presidente da Câmara Setorial, o que se tem observado no País, destacadamente nos últimos anos, é o encolhimento da produção local de partes e componentes nas fases básicas e intermediárias da transformação, intensificando-se, por outro lado, as fases de montagem final. “Isso tudo por uma simples razão. Está ficando cada vez mais caro produzir localmente e as empresas estão procurando fontes mais competitivas para suprir suas necessidades”, explicita Romi. Diante destes fatos, Meister reafirma que a crise na área de bens de capital, diferentemente das anteriores, não é meramente conjuntural, mas sim estrutural. “Vivenciamos um efetivo processo de desindustrialização, com as máquinas nacionais sendo substituídas pelas importadas, que têm baixo preço em razão sobretudo da defasagem cambial que perdura há vários anos, relegando os fabricantes do Brasil ao segundo plano”, resume ele. Cada montadora de veículos, recorda o executivo, costumava adquirir peças de três fornecedores nacionais em média, mas a partir de um certo momento se tornou mais vantajoso importar os produtos. “Agora, uma montadora mantém apenas um fornecedor local para atender emergências, destinando-lhe poucos

pedidos, pois o grosso vem da China. Desse modo, os produtores de componentes ficaram com grande capacidade ociosa, descartando a aquisição de máquinas-ferramenta novas, a não ser que elas tenham características técnicas especiais”, pontua Meister. Um indicador que revela cabalmente o protagonismo assumido pelas importações no tecido produtivo é o consumo aparente (soma da produção local mais importações, subtraindo-se do todo as exportações), que cresceu 24,14% sustentado pelo fluxo de máquinas-ferramenta vindas de fora, e não tanto pela produção no Brasil. Com isso, vem engordando o “market share” dos bens estrangeiros, que hoje já é de 60% do mercado. As importações tiveram um incremento de 40,60% em 2011, comparando-se com 2010. Os países que mais venderam para o Brasil foram: Japão (15,81%), Alemanha (15,32%), EUA (15,07%), Itália (10,24%) e Taiwan (9,08%). Mais pormenorizadamente, em torno de metade dos desembarques é formada por equipamentos que operam por arranque de cavaco (tornos e centros de usinagem principalmente), 20% são voltados para conformação (prensas, guilhotinas, etc), 10% para acabamento em geral e 20% para linhas de manufatura. Por sua vez, as exportações subiram 46,65% em 2011. Os países compradores foram, pela ordem: Alemanha (61,12%), EUA (12,86%), China (9,94%), México (7,08%) e Argentina (2,02%). “Não temos uma explicação para o aumento da exportação ocorrido em 2011, mas devemos acompanhar para verificar se se trata de uma tendência ou algo pontual”, assinala Romi.

Perda de posição no ranking

Em razão desta confluência de vetores negativos, o Brasil, que chegou a despontar entre os sete maiores produtores mundiais de máquinasferramenta há cerca de 20 anos, hoje despencou para um modesto 14º lugar no ranking. E as adversidades colocadas ganharam uma dimensão tal que até mesmo os importadores de bens de capital amargam atualmente uma expressiva retração em seus negócios. De acordo com a Abimei (Associação Brasileira de Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), diante da piora do mercado, já está inteiramente descartada a projeção inicialmente feita, de 10% a 15% de crescimento deste ramo em 2012. “Há empresas que estão prevendo perdas de

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panorama do setor

até 30% em relação a 2011. Com isso, poderemos chegar a números tão ruins quando os de 2009, ano de pico da crise econômica”, lamenta Ennio Crispino, presidente da entidade, que congrega cerca de 80 associados, entre fabricantes e distribuidores. O presente cenário, justifica ele, não inspira confiança para que as empresas invistam na infraestrutura para melhorar a competitividade. “A capacidade ociosa está desmotivando os investimentos. Desse modo, se chegarmos ao fim do ano empatando com os resultados de 2011, já será uma grande vitória”, situa Crispino. As causas de tamanho e tão disseminado desalento vêm sendo debatidas com maior profundidade, notadamente do ano passado para cá, quando o tema da desindustrialização passou a galvanizar as atenções da sociedade, desencadeando a mobilização de lideranças empresariais, sindicatos de trabalhadores e Governo Federal. Dessa maneira, passou a repercutir com maior estridência a grita de entidades como a CNI, a Fiesp (Federação das Indústrias no Estado de São Paulo) e a Abimaq contra a sobrevalorização do real e o “custo Brasil” (um exame mais pormenorizado do tema encontra-se no texto “Empresas reivindicam política industrial eficaz”).

Recuperação em ritmo moderado

(que gerava concorrência desleal de produtos importados), a desobrigação das PPPs de recolher PIS/Cofins e IR, a retomada da agenda de concessões e o aumento do endividamento dos Estados em R$ 42 bilhões para investir em infraestrutura. Recentemente, o governo prorrogou a redução do IPI para veículos (estendida até outubro) e eletrodomésticos (até dezembro).e deverá promover o abatimento do custo da energia elétrica e a simplificação da legislação do PIS/Cofins. Especificamente na seara da usinagem, assinala André Romi, em 2012 as empresas já se ressentem da postergação da decisão de novos investimentos no decorrer do ano, notadamente os fabricantes de máquinas unitárias, também chamadas de “stand alone”, nicho que, na realidade, já vem se desaquecendo desde meados de 2011. Para esse segmento, o primeiro semestre se manteve abaixo da capacidade instalada, mesmo com as medidas de fomento ao consumo anunciadas pelo governo recentemente. É difícil prognosticar o que poderá ocorrer em 2013, pondera o presidente da Câmara Setorial, pois ainda não há um cenário bem definido. “Porém, se o viés de consumo e de investimento vier a ser estimulado, conforme as projeções do governo, entendemos que o setor poderá experimentar melhoras no final do próximo ano”, afirma. Indo na mesma linha de raciocínio, Andreas Meister diz aguardar reação na performance no quatro trimestre do ano que vem. “Não vislumbramos um grande crescimento em 2013, não vamos reeditar os níveis alcançados em 2008 e 2010, mas os resultados serão melhores do que em 2012”, conclui.

Para o restante deste ano e, particularmente, para 2013, a expectativa é de que haja uma reação mais consistente da economia e da indústria, mas com dinamismo comedido. As projeções Ennio Crispino, correntes são de um crescimento da presidente da Abimei ordem de 1,5% no PIB em 2012, embora o governo ainda insista em um índice próximo a 3%. Com a previsão de que um repique na demanda só deverá “A capacidade ociosa está desmoocorrer no final deste ano, a classe industrial deverá tivando os investimentos. Desse retomar os investimentos em meados de 2013, o modo, se chegarmos ao fim do ano que poderá permitir uma alta no PIB em torno de empatando com os resultados 4,5% no ano que vem. de 2011, já será uma Na estimativa das autoridades, a indústria deve grande vitória”. recuperar-se nesta segunda metade do ano, na esteira Ana Mariaem Castelo, economista FGV e dos incentivos vigor, como adadesoneração da folha consultora do Sinduscon-SP de pagamentos para quase 20 setores (número que deverá ser ampliado), o fim da chamada “guerra dos portos”


mercado empresarial

panorama do setor

Empresas reivindicam política industrial eficaz Medidas recentes tomadas pelo governo no sentido de incentivar a produção estão muito aquém do que seria necessário

O

s resultados reiteradamente negativos ligados ao desempenho da indústria brasileira vêm demonstrando, na prática, que as medidas recentes tomadas pelo governo no sentido de incentivar a produção estão muito aquém do que seria necessário. A fim de promover uma efetiva e duradoura retomada das atividades, o setor como um todo reclama o delineamento e a implantação de uma política industrial de fôlego, que supere as ações pontuais e paliativas até agora implementadas. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), por exemplo, em manifestações públicas, têm postulado que iniciativas como desonerações setoriais, compras governamentais e a concessão de mais crédito por parte do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não estão dando conta dos complexos problemas que estão provocando a desindustrialização da economia. Mais do que fomentar o consumo das famílias, sublinham as entidades, seria indispensável gerar resultados positivos e permanentes que incidam sobre toda a cadeia da transformação. Para tanto, pleiteiam-se providências de caráter estruturante, no âmbito de uma estratégia geral que reduza drasticamente o persistente desequilíbrio cambial e o chamado “custo

Brasil”, nome genérico com que são arrolados diversos entraves, tais como juros, tributação, custos trabalhistas e de energia elevados, a deficiência crônica da logística e dos transportes, além da carência de mão de obra qualificada e o excesso de burocracia que emperra a concretização de projetos. A despeito da urgência colocada, a situação atual, salientam os empresários, ainda não está sendo enxergada em todas as suas implicações. “Não existe política industrial no País, com providências que realmente incentivem as empresas. As tentativas feitas até agora têm sido tímidas, com efeitos apenas a curto prazo”, critica Andreas Meister, diretor-presidente da Ergomat. Por sua vez, Ennio Crispino, presidente da Abimei (Associação Brasileira de Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), entende que o governo hesita em desatar os nós que entravam a indústria hoje. “Nenhum país cresceu sem que as empresas investissem em bens de capital, de fora ou não. E, para o Brasil se firmar no mundo como exportador, cabe dar subsídios para se produzir e vender mais barato”, preconiza. Na análise de André Luís Romi, presidente da CSMF (Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura) da Abimaq, o “custo Brasil”, amplificado por um câmbio que favorece a importação, tem contribuído para o cenário de “desverticalização” acentuada da produção nacional. “Por mais que as empresas tenham melhorado a competitividade em suas operações, isso não foi e nem tem sido suficiente para fazer frente à combinação do aumento dos custos com um real forte”, nota ele.

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panorama do setor

Taxa cambial fixa

Para melhor descrever as distorções existentes no câmbio, Andreas Meister lembra que, entre 2000 e 2012, praticamente não houve variação na cotação do real, ao passo que todos os custos de produção subiram expressivamente. “Os gastos com a mão de obra, por exemplo, dobraram. O salário mínimo, que foi para a faixa de US$ 300, serve de referência para as negociações salariais de outras categorias no Brasil”, diz ele. A defasagem cambial, frisa o empresário, está asfixiando todos os segmentos industriais, com muitas empresas optando por parar de produzir e começar a importar. Na Ergomat, relata Meister, como consequência do “status quo” vigente e em contraste com o ambiente de dois anos atrás, o quadro é de ociosidade na linha de produção e estoques elevados, o que ocasionou a dispensa de mais de 20% de sua força de trabalho. Este cenário se vê agravado, é claro, pela crise econômico-financeira global que começou a repercutir com maior força no Brasil, desaquecendo a demanda interna, refreando as exportações e fazendo com que outros países queiram incrementar suas vendas para nós, a fim de compensar o marasmo em seus respectivos mercados. No entanto, Ennio Crispino, embora corrobore o diagnóstico de que nossa economia padece de um acelerado processo de desindustrialização e reafirme que é a favor da indústria nacional, manifesta discordância com a tese de que o desequilíbrio cambial seja um obstáculo tão relevante. Segundo o dirigente da Abimei, no debate público está havendo uma ênfase excessiva na valorização do real, desviando a atenção da verdadeira causa das dificuldades, que para ele seria o “custo Brasil”. “O questionamento do câmbio acaba por mascarar a falta de competitividade da indústria brasileira, devida aos impostos elevados, aos custos trabalhistas, ao ‘apagão’ de mão de obra qualificada e à logística precária, que só encarece produtos e serviços”, enumera ele, para depois acrescentar: “Não adianta nos queixarmos da invasão chinesa se não resolvermos, por exemplo, a questão dos tributos que oneram demais os preços finais”. Por sinal, ele contesta a afirmação de que o maquinário proveniente da China seja em geral de baixa qualidade e ingresse no País a preços de sucata, incorrendo até em práticas de “dumping” comercial. “Esta é uma visão distorcida. As máquinas convencionais dos chineses são competitivas porque são produzidas em altíssima escala, vantagem que o Brasil não tem. Além disso, os empresários daquele país recebem incentivos, o que deveria ocorrer aqui também”, argumenta. Crispino ressalta igualmente que, se o real ficar muito mais barato, componentes importados imprescindíveis para a manufatura local encarecerão, elevando os preços dos bens. Ele também se manifesta contrariamente à imposição de alíquotas sobre as importações, medida

que seria, segundo ele, outra forma de ocultar a escassa competitividade da nossa indústria.

Subsídios do BNDES

Por fim, o presidente da Abimei pondera que o BNDES, por meio das linhas de crédito do Finame, já propicia uma vantagem aos fabricantes brasileiros ao fazer uso do dinheiro público para beneficiar a aquisição de equipamentos a juros subsidiados, facilidade que não é estendida aos importados. Discordâncias à parte, os entrevistados por Mercado Empresarial insistem na falta de eficácia das ações governamentais. Andreas Meister, por exemplo, menciona o caráter tardio da desoneração da folha de pagamentos anunciada em abril último. “Só agora esta medida começa a vigorar para valer. Se tivesse vindo antes, teríamos evitado cortes de pessoal na empresa”, explica ele. De seu lado, Ennio Crispino enfatiza que a desindustrialização vai aumentar a não ser que seja aliviada a taxação sobre investimentos em bens de capital. “Equipamentos nacionais e importados não deveriam pagar ICMS e IPI”, sugere ele. Os projetos visando à modernização da infraestrutura de transportes e de logística enfeixados nas versões 1 e 2 do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tampouco produziram até agora os retornos aguardados. “Não mais do que 20% do que foi anunciado saiu do papel”, calcula Crispino. Inércia parecida, completa ele, também está pautando as empreitadas ligadas à Copa do Mundo e às Olimpíadas: “O panorama é decepcionante. As obras não decolaram, com atrasos na construção de estádios, infraestrutura, linhas de transporte, mobilidade urbana, redes hoteleiras, entre outras prioridades”. Em 15 de agosto último, o governo Dilma anunciou o “Programa de Investimento em Logística”, pacote de privatizações que pretende, em cinco anos, dobrar a extensão das rodovias e das ferrovias em operação. Na primeira etapa, deverão duplicados 5.700 km de estradas e construídos 10.000 km de ferrovias, com investimento privado de R$ 80 bilhões. Para o setor de usinagem, no entanto, estas iniciativas deverão levar de dois a a três anos para se traduzir em negócios. “No momento, a indústria tem capacidade ociosa e não precisa investir em novas máquinas para aumentar a produção”, finaliza Andreas Meister.


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panorama do setor

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Desaceleração em investimentos prejudica o país

*José Luís V. Martin

O setor de máquinas-ferramenta e de usinagem vem sofrendo este ano um forte e preocupante desaquecimento, devido a atual situação econômica mundial, que está atingindo a economia brasileira, principalmente nesta área de bens de capital para a produção. Apesar de não estarmos enfrentando quedas tão bruscas nos volumes de produção de veículos, linha branca, amarela e outros (exceto o setor de caminhões, que teve baixas nas vendas em função de uma outra variável, o Euro 5, que acabou por antecipar vendas de 2012 para 2011), enfrentamos outro problema: o fato de que, em nosso país, o setor de bens de capital é encabeçado por multinacionais, tanto no âmbito de fabricação final como nos em seus principais fornecedores da cadeia produtiva e muitas destas empresas suspenderam ou cancelaram novos projetos de investimento para a proteção do fluxo de caixa de suas matrizes. Isto levou, de certa forma, ao congelamento temporário dos investimentos a curto prazo e a postergação dos projetos de médio prazo, gerando uma queda acentuada das vendas no setor de máquinas, que, em sua grande maioria, é suportado por novos investimentos.

A situação do Brasil é mais preocupante quando analisamos os demais principais países em franco desenvolvimento, como China, Rússia, Índia e o nosso vizinho na América do Sul, Chile, que este ano terá crescimento superior a 4,5%, enquanto o Brasil crescerá não mais do que 2%, apesar de todos os investimentos por parte do Governo e da trajetória decrescente das taxas de juros. O fato intrigante é que novos investimentos na Indústria costumeiramente geram tanto novos empregos na área como em serviços, o que representa em torno de 70% do PIB brasileiro, bem como elevam a arrecadação de impostos e aumentam a confiança por parte das pessoas que sentem-se mais estáveis em seus postos de trabalho e, por consequência, mais confiantes em consumir, distanciando o fantasma da recessão econômica. Gostaria de salientar também o fato de que novos investimentos por parte da Indústria na aquisição de máquinas-ferramenta traz ao setor e ao país a renovação de tecnologia, com grandes vantagens competitivas na produção. A desaceleração temporária dos investimentos do setor nos prejudica enquanto país, porque diminui a nossa *José Luís V. Martin é Gerente Geral da competitividade mundial e nos leva a perder o Makino do Brasil ganho tecnológico que só é possível com os novos investimentos. ME


opinião

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Os dados do IBGE confirmam:

somente o incentivo ao consumo não resolve

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emos chamado à atenção para o fato de que as medidas anunciadas recentemente pelo governo são, em geral, paliativas e tendem somente a incentivar o consumo, sem produzir efeitos positivos na cadeia produtiva da indústria de transformação. Pois bem! Os dados anunciados pelo IBGE, na 1ª. quinzena de julho, que aponta uma redução de 4,3% na atividade industrial, não é uma novidade, pelo menos para nós da ABIMAQ. A entidade já vinha alertando para o fato de que incentivar o consumo não era garantia de aquecimento na indústria e, portanto, de manutenção ou maior geração de empregos, como pensa o governo. Exemplos neste sentido não faltam: as montadoras de automóveis batem recordes de vendas, enquanto a cadeia produtiva do setor automotivo vive um dos piores momentos de sua história. É só averiguar o que ocorre no setor de autopeças, representado pelo SINDIPEÇAS. No segmento têxtil não é diferente, o consumo de produtos acabados está em alta, mas o déficit da balança comercial do setor também é recorde. Na linha branca, que obteve a redução do IPI para incentivar o consumo, não foi diferente. As montadoras aumentaram o faturamento em função dos incentivos, mas a participação dos componentes nacionais utilizados nesses bens diminuiu sobremaneira, com forte incremento das importações. E o setor de máquinas e equipamentos, como anda com todos os incentivos que foram dados para incentivar o consumo? Supõe-se que, com o aumento do consumo, também houve aumento da produção de máquinas para atender a essa demanda, certo? Errado! Somente em 2012 o déficit da balança comercial de máquinas e equipamentos será superior a US$ 19 bilhões (de dólares...) e, de outubro/11 Luiz Aubert Neto é empara cá, já foram fechados mais de 6 mil postos de presário, engenheiro e trabalho e o cenário aponta para a necessidade de presidente da Associação Brasileira da Indústria de mais demissões. O N.U.C.I, índice que mede o nível Máquinas e Equipamende utilização da capacidade instalada do setor de tos - ABIMAQ máquinas e equipamentos, é o menor dos últimos 40

anos e o número de pedidos em carteira diminuem a cada dia. Ou seja, uma sinalização de que teremos mais problemas para os próximos meses. O fato é que todos os incentivos dados pelo governo, pelo menos até o momento, serviram para gerar empregos no exterior, principalmente na China. Não somos contra o incentivo ao consumo, mas está claro que somente o incentivo ao consumo sem uma política industrial eficaz, não é garantia de encomendas no mercado interno. O governo vem tentando reagir: a redução da SELIC, o controle da escalada da apreciação cambial, o Plano Brasil Maior, a desoneração da folha e a redução do IPI mostram a preocupação do governo com a indústria. Essas medidas ainda não surtiram os efeitos esperados, e dificilmente a indústria irá se recuperar neste ano, ou seja, mais um ano de estagnação e até de queda da atividade industrial. Os dados do IBGE são uma constatação de que o governo adota políticas pontuais sem atacar as questões estruturais. É preciso construir uma política industrial que, além de se preocupar com o consumo das famílias, também seja voltada à ampliação dos investimentos em infraestrutura, para impulsionar a produtividade da indústria. A única perna desse tripé que está funcionando é a do mercado interno, impulsionada pelo incentivo ao consumo. O investimento em infraestrutura está em ritmo lento em virtude da manutenção do ajuste fiscal e de problemas de gestão do governo. Num cenário atual de crise internacional, o empresário não investe. Neste cenário a taxa de investimento mais uma vez ficará em torno dos inexpressivos 18% do PIB. Para se ter uma ideia o mundo investe, em média, 23% do PIB. Ou seja, o Brasil continuará a patinar no que se refere ao desenvolvimento, geração de emprego e de riquezas. ME



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USINAGEM 2012

FEIRA E CONGRESSO DESTACAM OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS DO SEGMENTO

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maior evento do segmento na América Latina, a feira e congresso Usinagem 2012 acontece em São Paulo de 2 a 5 deste mês de outubro, no Pavilhão Branco do Expo Center Norte, com o objetivo de mostrar ao visitante o que há de mais avançado nas tecnologias de usinagem e oferecer a oportunidade de realização de novos negócios. Fabricantes e fornecedores de bens e serviços, importadores, representantes e consultores participarão do evento. Serão mostrados os diversos processos de usinagem, como Torneamento, Fresamento, Retificação, Eletroerosão, Furação/rosqueamento, Corte de engrenagens e Processos não-convencionais, além das operações de manuseio, preparação e estocagem de material, ferramentas de corte, dispositivos, acessórios e periféricos, medições e softwares. O congresso que ocorre paralelamente à feira terá uma programação abrangente e totalmente voltada para as necessidades concretas dos profissionais da área, com apresentações de trabalhos técnicos, estudos de casos, painéis de debates, análise de novas tecnologias e soluções.

Serão enfocados temas como Usinagem a Seco, Desenvolvimentos inovadores, Altas Velocidades, Materiais endurecidos, Parâmetros de processos, Revestimento, Refrigeração/ lubrificação, Automação e Controle. Usinagem 2010 - Vista interna


mercado empresarial

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Usinagem 2010 - Vista panoramica

A mostra fica aberta das 12 às 20h e a programação do congresso acontece das 9 às 18 horas. Usinagem 2012 é promovido pela revista “Máquinas e Metais”, organizado pela Aranda Eventos com o patrocínio da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos), Abimei (Associação Brasileira de Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), Operatrix Máquinas e Equipamentos e Sinafer (Sindicato das Indústrias de Artefatos de Ferro, Metais e Ferramentas em Geral no Estado de São Paulo) e o apoio das empresas Fuchs, Korloy, Makino e Sandvik Coromant. ME

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economia

Governo eleva imposto de importação de 100 produtos

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m nova medida para ajudar o setor industrial a de preços. (Os industriais) não podem aumenenfrentar a crise internacional e a concorrência tar. Caso contrário, derrubaremos a alíquota dos produtos estrangeiros, o governo brasileiro imediatamente”, disse Mantega. “Se os preços decidiu, em 4/9 último, elevar a alíquota do aumentarem vai criar inflação, e isso não queImposto de Importação de 100 produtos, incluindo remos”, completou. siderúrgicos e petroquímicos. As alíquotas foram O ministro comentou que a elevação do Imelevadas para em média 25 por posto de Importação de cento, atendendo a decisão inter100 produtos se soma às Uma nova lista será anunciada ministerial tomada pela Câmara medidas de redução de em breve de Comércio Exterior (Camex) tributos, de corte nos e ficando abaixo do teto de 35 custos de financiamenpor cento estabelecido pela Organização Mundial do to ao investimento e de queda da taxa Selic, Comércio (OMC). destinadas a provocar uma reação positiva no Uma segunda lista contendo mais 100 produtos setor industrial. que também terão o imposto de importação elevado Na semana anterior, o governo anunciara será anunciada em outubro. “Vivemos um momento a prorrogação da redução do Imposto sobre em que falta mercado no mundo e os exportadores Produtos Industrializados (IPI) de veículos, vêm atrás do Brasil, que é um dos poucos países que móveis, itens da linha branca e de materiais de crescem. A nossa indústria está sendo prejudicada com construção. Na ocasião, o governo reportou isso”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. também a redução nos juros cobrados pelo Ban“Esperamos que com isso (elevação da alíquota) a co Nacional de Desenvolvimento Econômico indústria produza mais”, acrescentou. e Social (BNDES) para investimento. A despeito desses estímulos, a indústria Fiscalização de preços continua a registrar desempenho aquém do esMantega alertou ao setor industrial que o governo perado. Também em 4/9, o Instituto Brasileiro vai acompanhar a evolução dos preços dos produtos de Geografia e Estatística (IBGE) informou que equivalentes nacionais, dizendo que não aceitará a produção industrial teve alta de 0,3 por cento qualquer aumento. “Os produtos serão monitorados em julho frente a junho. pela Fazenda, de modo a verificar se haverá aumento A queda de 2,5 por cento no setor fabril foi


economia

mercado empresarial

Máquinas e equipamentos cresce 2,1% até junho O primeiro semestre foi fechado com faturamento de R$ 39,93 milhões,

O um dos motivos que impediram a economia de registrar expansão maior no segundo trimestre, com o resultado de alta de 0,4 por cento do PIB do país no período divulgado em 31 de agosto último. Além dos produtos siderúrgicos e petroquímicos, a primeira lista com 100 produtos com elevação do Imposto de Importação incluiu também medicamentos, máquinas e equipamentos, produtos da indústria química e insumos para o setor industrial. Fonte: Reuters ME

setor de máquinas e equipamentos fechou o primeiro semestre de 2012 com faturamento de R$ 39,93 milhões, valor 2,1% acima do verificado no mesmo período do ano passado. Segundo a Abimaq, que apresentou este levantamento na semana passada, o faturamento no primeiro semestre de 2012 se mostrou muito divergente entre os diversos segmentos que compõem a indústria de máquinas e equipamentos, seguindo o comportamento verificado em 2011. Os melhores resultados no período foram obtidos pelos segmentos de Válvulas, com alta de 18%, e de Máquinas Agrícolas, com alta de 11,5%. Os destaques negativos foram os segmentos de Máquinas para Plásticos, que caiu 69,2% no período, e o de Máquinas Têxteis, com queda de 30,4%. O segmento de máquinasferramenta caiu 23,4% no primeiro semestre. A balança comercial do setor fechou o semestre com déficit de US$ 9,2 bilhões, 5,2% superior ao observado no mesmo período do ano anterior. A exportações cresceram 11,6%, alcançando o montante de US$ 5,9 bilhões, enquanto as importações cresceram 7,6%, somando US$ 15,2 bilhões. ME

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economia

Setor de ferramentas DE CORTE OTiMISTA COM O 2º SEMESTRE

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setor de ferramentas de corte ficou abaixo de suas expectativas no primeiro semestre de 2012, na comparação com o mesmo período do ano passado. Fatores como a queda na produção do setor automotivo, em especial no segmento de caminhões e ônibus, e a oscilação do câmbio são apontados como os responsáveis pela diminuição no volume de negócios. No entanto, as empresas demonstram otimismo e esperam melhora no volume de negócios no segundo semestre. Para a maioria das empresas ouvidas pelo A expectativa site Usinagem-Brasil, em julho último, a expecé de aumento tativa é de crescimento nesse período, ainda que do volume de não nas taxas previstas no início do ano. Para negócios alguns, porém, esse aumento não bastará para recuperar a queda sofrida nos primeiros seis meses de 2012. Para Cláudio Camacho, diretor da Sandvik Coromant, existe no mercado uma expectativa de melhora a partir de agora na medida em que as principais causas do desaquecimento do primeiro semestre foram ou estão sendo equacionadas (as dificuldades de crédito e financiamento, os problemas com a entrada em vigência da Euro 5 para ônibus e caminhões, incluindo a falta de combustível adequados para os novos motores e o consequente aumento dos estoques). A esses fatores deve se somar ainda os novos incentivos (redução de impostos) à cadeia automotiva. “Ou seja, espera-se uma melhora, mas ninguém é capaz de arriscar um índice, até porque até aqui o aumento das vendas de veículos ainda não refletiu na cadeia automotiva”, observa Camacho.

Eduardo Ribeiro, presidente da Iscar do Brasil, revela que a filial brasileira registrou queda de 12% no primeiro semestre, como reflexo da redução da atividade no setor automotivo. “Acredito numa pequena melhora no segundo semestre, devido à retomada no setor de caminhões e linha pesada em geral e também devido a outros mercados que começam a dar sinais de reação, como é o caso do setor de óleo e gás, que tende a ficar nesse semestre”, observa. “No que se refere ao consumo de ferra-


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mentas de corte, o segundo semestre deve ser melhor que o primeiro, até porque estão baixando os estoques de automóveis e caminhões e a indústria deve repor os níveis”, avalia Fernando Pereira, diretor-presidente da Seco Tools no Brasil, lembrando a importância desse setor para o faturamento da indústria de ferramentas. Em sua opinião, porém, esse aumento “não será o suficiente para recuperar as perdas do primeiro semestre e, no total, o movimento em 2012 deve ficar abaixo do verificado em 2011”.

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Hélio Galheta, presidente da TaeguTec do Brasil, demonstra mais otimismo. Embora a filial brasileira tenha registrado declínio de 8% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2011, o executivo acredita num bom desempenho nos próximos seis meses. “Iremos recuperar a queda do primeiro semestre e crescer 10% em 2012 comparado com 2011”, afirma. Salvador Fogliano, novo diretor da Walter do Brasil, considera que o setor foi impactado negativamente no primeiro semestre, em virtude da baixa na indústria automotiva. “Mas para a Walter o impacto não foi tão significativo, pois em virtude do nosso portfólio de produtos, estamos presentes em vários outros segmentos de mercado, como o de geração de energia e indústria médica, por exemplo”. Fogliano também considera que haverá uma retomada do consumo de ferramentas na indústria automotiva no segundo semestre. “Porém, entendemos que isso deve ocorrer apenas no último trimestre de 2012.” Já a Komet do Brasil, que passou por profunda reestruturação em 2011, vive quadro diferente. A filial brasileira fechou o primeiro semestre com alta de 18% sobre o mesmo período do ano passado. O que não quer dizer que a empresa não tenha sofrido efeitos da conjuntura. “Ficamos abaixo do nosso budget, que era bastante agressivo”, informa José Luiz Marcandalli, gerente-geral da Komet do Brasil. Para este segundo semestre, Marcandalli acredita na reação, não da indústria como um todo, mas de alguns setores industriais, particularmente os de caminhões e da indústria pesada (tratores). Avalia também que muitas empresas, no período de baixa, optaram por consumir seus estoques de ferramentas e agora irão precisar repor esses estoques. “Muito provavelmente não vamos fechar 2012 com o crescimento projetado de 32%, mas vamos crescer algo em torno de 23%”, avalia. Fonte: Usinagem-Brasil ME

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2012

PAíS CHEGA MAIS RÁPIDO A

UM MILHÃO DE NOVOS EMPREENDIMENTOS

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m 30 de julho de 2012, o Brasil alcançou a marca de um milhão de empreendimentos, com 32 dias de antecedência em relação a 2011, quando a marca foi atingida em 1º de setembro, e 81 dias antes que em 2010, o que ocorreu em 20/10. As informações são do estudo “Perfil das Empresas e Entidades Brasileiras 2012”, que faz parte do banco de dados do Empresômetro (Censo das Empresas e Entidades Públicas e Privadas Brasileiras), ferramenta digital criada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) que fornece uma completa radiografia do cenário empresarial brasileiro. Em 30 de julho de 2011, o País apresentava 915.802 empreendimentos, e na mesma data em 2010, somente 699.045 negócios. Neste ano, Brasil Para o presidente do Conselho Superior alcançou a marca em e coordenador de estudos do IBPT, Gilberjulho; em 2011, to Luiz do Amaral, o resultado representa em setembro um cenário de “copo meio cheio e meio vazio” para a economia brasileira. “Se considerarmos todos os empreendimentos criados no período, inclusive MEI’s (Microempreendedor Individual), houve um crescimento de 34% dos novos negócios, o que demonstra uma maior formalização dos empreendedores individuais, princi-

palmente para obtenção dos direitos previdenciários, sem contudo representar maior geração de empregos. Mas ao considerar somente os empreendimentos de outras naturezas, houve uma retração de 19% nos novos negócios em todo o País” , afirma. Para o autor do estudo e supervisor de Estatísticas e Inteligência Tributária do IBPT, Othon de Andrade Filho, há uma clara desaceleração dos novos negócios, excluídos os MEIS, pois em todo os estados brasileiros houve diminuição da criação de novas empresas que geram a grande maioria de empregos do País. O levantamento também demonstra as regiões onde houve um aquecimento nos novos negócios: em 2012, o maior crescimento percentual de novas empresas ocorreu no centrooeste, com 8,2%, seguido da região norte, com 5,9% e região sul, com 5,7% dos negócios criados neste ano. Dos novos negócios criados neste ano, 84.306 são voltados ao comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, seguido por cabeleireiros, com cerca de 46.400 empreendimentos e 26.589 novos negócios em obras de alvenaria. ME


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Produção de fundidos registra queda de 10,3% Um dado positivo no balanço foi o aumento no volume de exportações

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produção brasileira de fundidos retornou aos níveis de 2006, com a queda de 10,3% registrada no primeiro semestre. No período foram produzidas 1.505 mil toneladas contra as 1.677,7 mil produzidas de janeiro a junho do ano passado. “Nesse momento, não há motivos para comemorar e sim para lamentar a perda de seis anos no desenvolvimento dessa indústria”, segundo a Abifa, que divulgou os resultados do setor em 29/7 último. A entidade do setor, que no final de 2011 previu crescimento de 6% neste exercício já refez as estimativas. “Com os resultados desse 1º semestre, pode-se concluir que mesmo com uma melhora esperada nos próximos meses, dificilmente será alcançado um resultado positivo este ano”, avalia a Abifa. Um dado positivo no balanço foi o aumento no volume de exportações. No primeiro semestre foram exportadas 250,6 mil toneladas (4,5% mais que no mesmo período de 2011), que resultaram num faturamento de US$ 761,6 milhões (+ 5,4%).

Apenas o segmento de fundição de aço apresentou crescimento, com alta de 10,3%. O segmento de maior volume, fundição de ferro, registrou queda de 13,1%, enquanto a de não-ferrosos caiu 1,6% (a fundição de alumínio caiu 1,2% no período). ME


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Mazak vai construir Centro Tecnológico em Vinhedo

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Mazak Sulamericana vai investir US$ 15 milhões em Vinhedo (SP), onde construirá seu futuro Centro Tecnológico de 4.800 m² em área no km 76 da Rodovia Anhanguera. O Centro deve começar suas operações em 2013 e gerar cerca de 100 novos empregos na cidade. Além de um showroom de máquinas-ferramenta e de corte a laser, terá estrutura de suporte pré e pós-venda, assistência técnica e equipe de engenharia voltada ao desenvolvimento de soluções aos clientes dos mais variados segmentos industriais. O grupo Yamazaki Mazak foi criado em 1919. Tem atualmente 6.900 funcionários, está presente em mais de 20 países e no mercado brasileiro há 20 anos. ME

Localização estratégica, próximo a importantes rodovias e aeroportos

Ergomat: parceria com a Fujitech para comercializar a linha Mecof

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As máquinas têm curso longitudinal de 2 a 6 metros (ou até maiores, sob encomenda)

Ergomat fechou parceria com a Fujitech para a comercialização de máquinas de grande porte da Mecof no mercado brasileiro. A Fujitech tem equipe altamente especializada no segmento. Segundo o diretor de Vendas da Ergomat, Alfredo Ferrari, a Fujitech vai atuar como representante comercial da linha, em âmbito nacional, mas os trabalhos de instalação, treinamento e assistência ficarão a cargo da Ergomat A italiana Mecof, líder mundial no segmento grande porte, é integrante do grupo austríaco EMCO e sua linha de produtos é formada por mandrilhadoras e fresadoras portais, de coluna móvel (floor type), de banco fixo e do tipo gantry. As máquinas têm curso longitudinal de 2 a 6 metros (ou até maiores, sob encomenda). ME


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Mitsubishi compra divisões da Automotion e cria a Melco CIC do Brasil

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Mitsubishi Electric Corporation acaba de adquirir as divisões de vendas e serviços de CNCs da Automotion, sua representante no Brasil há cerca de 20 anos. Para operar no País, a empresa japonesa estabeleceu a Melco CNC do Brasil, que terá sede em Boituva (SP). Segundo informe da companhia, a aquisição visa reforçar os negócios de CNC da empresa no mercado brasileiro, “com o objetivo de atingir a marca de US$ 25 milhões em vendas anuais até março de 2016”. Para tanto, entre outras ações, a Melco planeja abrir escritórios regionais no Sul e Nordeste do Brasil, “regiões – além do Estado de São Paulo - com altas expectativas em vendas, de acordo com o crescimento econômico apresentado nos últimos anos”.

A empresa recém-criada – que será presidida pelo japonês Kazuo Kurokawa - vai ampliar as vendas locais e capacidades de serviços por meio do aumento de suas equipes, incluindo envio de técnicos japoneses da matriz para expandir a capacidade da Mitsubishi Electric no fornecimento local para o crescente número de máquinas importadas de países como Japão e Taiwan. ME

O objetivo é atingir com a nova empresa a marca de US$ 25 milhões até 2016

Grupo Hübner e Noma formam sociedade na RodoLinea

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Grupo Hübner, que possui sete unidades industriais no país, e a Noma, uma das cinco maiores fabricantes de carretas da América do Sul, acabam de anunciar uma associação na empresa RodoLinea, que ocupa a sexta posição no ranking nacional. Segundo o acordo, a Noma chegará até 50% de participação da RodoLinea nos próximos dois anos. Os projetos e investimentos da Noma não serão alterados. A empresa continuará com suas operações independentes no interior do Paraná e com a construção de sua nova planta industrial em Tatuí, no Interior de São Paulo, com previsão para iniciar as operações no final do próximo ano. Já a fábrica da RodoLinea, hoje em operação em

Curitiba, será transferida para o norte do Paraná e deverá entrar em operação nos próximos 60 dias, mantendo sua capacidade de produção de 150 equipamentos por mês, com aproximadamente 200 funcionários. Fonte: revista Usinagem Brasil. ME

Mudanças no mercado brasileiro de implementos rodoviários


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mercado desenvolvimento

Revitalização da indústria naval brasileira desperta interesse mundial


mercado empresarial

desenvolvimento

Sete novos estaleiros estão sendo construídos

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indústria naval do mundo inteiro e os fabricantes de equipamentos para o setor acompanham com interesse o mercado que mais tem se desenvolvido nos últimos anos, tanto na construção de navios como nas encomendas de sondas e plataformas para exploração marítima de petróleo, na camada pré-sal. “Todo o empresariado e comércio marítimo internacional estão de olho no Brasil, porque somos o mercado que mais cresce”, disse o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça. Segundo ele, “a construção naval do país está em franca expansão e vai ajudar na recuperação da indústria em geral”. Como exemplo, citou que na época áurea da indústria naval no país, na década de 1970, os estaleiros empregavam 40 mil pessoas; atualmente, são 60 mil empregos diretos e “vamos ultrapassar 100 mil dentro de três anos, no máximo”, em razão, principalmente, da construção em andamento de mais sete estaleiros. A frota brasileira contabiliza 397 embarcações (navios de longo curso, de cabotagem e de navegação interior), mas a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) estima demanda para mil embarcações até 2020. Necessidade, portanto, de mais 600 embarcações, principalmente para atender a exploração marítima de petróleo e gás. A demanda exige investimentos de aproximadamente R$ 55 bilhões nos próximos cinco anos, de acordo com estimativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A quarta maior frota do mundo Os números da Antaq mostram que o Brasil tem hoje a quarta maior frota do mundo e é o terceiro mercado em produção, já como resultado da reativação possibilitada pela estabilidade financeira e pela decisão política de recuperar a indústria naval. Setor que foi “duramente sacrificado” nas décadas de 1980 e 1990 por causa de problemas políticos e econômicos que determinaram, inclusive, o fim de uma das maiores empresas mundiais de navegação, a centenária Lloyd Brasileiro, lembra o oficial náutico da Vale do Rio Doce, Luiz Gustavo Cruz. Hoje, porém, os tempos são outros, e os estaleiros voltaram à ativa com mais investimentos e reativação da navegação de cabotagem (costeira), durante anos relegada ao abandono. O cenário de agora mostra que “a indústria naval está preparada para crescer, porque existe mercado, temos incentivo governamental, apoio da Petrobras e participação do sistema financeiro”, comemora Augusto Mendonça. Na opinião dele, o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), lançado em 2004 pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, foi o grande responsável pela revitalização da indústria naval brasileira, a partir da encomenda de 49 embarcações a estaleiros nacionais, com índice de nacionalização mínima de 65% e investimentos de R$ 10,8 bilhões até 2016. Cronograma reforçado há três meses, quando a Petrobras anunciou investimentos de US$ 180 bilhões, até 2020, para construção de 105 plataformas de produção e sondas de perfuração, 542 barcos de apoio e 139 petroleiros. Esses são planos para garantir o futuro da indústria naval, mas o setor já tem o que colher do Promef, posteriormente encampado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Estaleiro Mauá, de Niterói, já entregou os navios Celso Furtado e Sérgio Buarque de Holanda, e o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), de Pernambuco, lançou ao mar o navio João Cândido, no final de maio último, com atraso de 20 meses em relação ao prazo combinado. A Transpetro espera receber mais três navios ainda este ano. Fonte: Agência Brasil ME

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desenvolvimento

Romi: foco é manter a rentabilidade Entrada de pedidos pode mostrar um possível panorama de recuperação

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Romi fechou o segundo trimestre com aumento de 14,3% na entrada de pedidos, em relação ao mesmo período do ano passado. Esse item do balanço divulgado pela empresa, no final de julho último, totaliza R$ 215,1 milhões e inclui os pedidos da Burkhardt + Weber - empresa alemã adquirida pela Romi este ano e que alcançaram R$ 38,9 milhões. Em Máquinas-Ferramenta, a entrada de pedidos apresentou crescimento de 27,4% em relação ao 2T11, um valor total de R$ 164,6 milhões. “A entrada de pedidos neste trimestre é um fato importante e que pode mostrar um possível panorama de recuperação para os próximos períodos”, comentou Livaldo Aguiar dos Santos, diretor-presidente da Romi. “No momento estamos focados em trabalhar para manter a rentabilidade da companhia em um ano de desafios para a indústria nacional”. Os números do balanço do primeiro semestre de

2012 explicam o que Aguiar chama de “ano de desafios para a indústria nacional”. No período, as três Unidades de Negócios da empresa registraram queda nas vendas: Máquinas- ferramentas, 43,9%; Máquinas para Plásticos, 62,2% e Fundidos e Usinados, 6,8%. Em termos de receita, os números são melhores, mas ainda que negativos: Máquinas- Ferramenta, - 8,9%; Máquinas para Plásticos - 47,9% e Fundidos e Usinados, - 4,1%. Fundidos e Usinados No segundo trimestre, a Unidade de Negócios Fundidos e Usinados apresentou crescimento de 91,4% na entrada de pedidos de 91,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Romi, esse aumento de demanda se deve ao mercado de energia eólica. Exportações Com a B+W, a Europa representou 59,3% da receita obtida no mercado externo. Já a América Latina passou a representar 23,9% das vendas e os Estados Unidos tiveram participação de 16,3%. A Ásia respondeu por 4,5% dos negócios externos, resultante das receitas obtidas pela operação da B+W na China. Fonte: Usinagem Brasil ME


mercado empresarial

desenvolvimento

Toyota produzirá motores no interior paulista

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montadora japonesa Toyota acaba de anunciar a construção de uma fábrica de motores no Brasil, na qual investirá R$ 1 bilhão. A nova unidade será no interior paulista, na cidade de Porto Feliz, e deve entrar em operação no segundo semestre de 2015, produzindo motores de 1.3L e 1.5L para o novo modelo Etios, que será fabricado em Sorocaba, e também para o Corolla, produzido em Indaiatuba. Está prevista uma produção anual de 200 mil unidades. Dessa forma, os modelos fabricados pela montadora no Brasil passarão a ser 85% nacionalizados (atualmente o índice está em 65%). Segundo o presidente mundial da Toyota, Akio Toyoda, a ampliação das atividades da

Toyota no Brasil “visa a aumentar a produção local, já que o mercado brasileiro dá sinais de crescimento consistente”. ME

A montadora investirá R$ 1 bi na nova unidade

Walter e-Library: biblioteca digital para o setor de usinagem O aplicativo vai receber, em breve, atualizações como a inclusão de folhetos e manuais técnicos

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Walter AG lançou, em agosto último, a “Walter e-Library”, um aplicativo para iPad com variadas funções com o objetivo de auxiliar o trabalho diário de profissionais do setor de usinagem. Ele auxilia na localização da ferramenta mais adequada para a aplicação no processo produtivo. O Catálogo Geral (disponível em 17 idiomas) está carregado nesta biblioteca digital e o aplicativo já está disponível na Apple’s App Store. O usuário pode consultar a mídia instalada na biblioteca digital “on-line” ou armazenar em uma “prateleira” dedicada no aplicativo Walter e-Library, e acessar o conteúdo “offline”. Segundo a fabricante de ferramentas, um dos grandes benefícios do aplicativo é a possibilidade de o usuário montar sua pró-

pria biblioteca, aumentando a praticidade e velocidade da consulta. ME

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tecnologia

Embraer homologa produto da Castrol para usinagem

Melhor corte, baixo consumo e reposição do fluido

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pós seis meses de uma bateria de testes supervisionados e coordenados pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o novo produto de base vegetal Castrol Carecut S 142 BF recebeu a homologação da Embraer e entrou para a lista de produtos aprovados com o código E7701258. A homologação indica o uso da nova tecnologia Castrol Carecut S 142 BF para usinagem, já que os resultados dos testes demonstraram extraordinário desempenho devido à sua diferenciada lubricidade quando comparado com outros produtos semissintéticos ou vegetais convencionais. Esta característica proporciona um melhor corte, minimiza o desgaste da aresta de ferramentas, melhora o acabamento superficial (rugosidade), diminui o consumo de potência da máquina, estabiliza o processo de usinagem eliminando, assim, a incidência de refugos e peças fora da especificação e um melhor controle de cavaco. Outro ponto forte comprovado é o baixo consumo e reposição do fluido, que combinado com a tecnologia de base vegetal torna o Castrol Carecut S 142 BF ecologicamente correto. Segundo o gerente de aplicação, Luiz Nerdido, “o Castrol Carecut S 142 BF é um grande mérito da evolução tecnológica da Castrol Industrial. Este

vegetal

produto traz real e significativa redução de custos na usinagem, pois há baixo consumo e os ganhos alcançados no processo de usinagem conseguem melhorar os parâmetros de corte e, assim, aumentar a produtividade dos clientes”. Fonte: CIMM ME


mercado empresarial

tecnologia desenvolvimento

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Pesquisadores do Reino Unido utilizam água para usinagem de precisão

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Fabricação com pó Sasan Dadbakhsh, da vizinha Universidade de Exeter, adotou um enfoque diferente para a fabricação de peças complexas para a indústria aeroespacial. Ele e seus colegas desenvolveram um novo método para fabricar peças de ligas

imagem: duvulgação

corte a água já é uma realidade em de alumínio misturando uma combinação de A ideia é dispensar a vários setores, sobretudo na área pós relativamente baratos. da construção civil e na mineração, A combinação desses elementos em pó intervenção humana onde jatos de água sob alta pressão gera uma reação que produz nanopartículas cortam a rocha em alta velocidade. Agora, - cada uma com dimensão média de 100 naengenheiros da Universidade de Nottingham, no Reino nômetros - que ficam distribuídas uniformemente por todo Unido, estão adaptando o mesmo princípio para tarefas o material. Essa uniformidade na distribuição das nanoparbem mais sutis. tículas produz um material de baixa densidade - e, portanto, Dragos Axinte e seus colegas querem usar jatos de água muito leve - mas ao mesmo tempo muito forte. não apenas para cortar, mas principalmente para desbastar Segundo os pesquisadores, a técnica é especialmente e usinar blocos metálicos com uma precisão suficiente para adequada para a fabricação de pistões, comandos de válvulas, fabricar peças de geometria complexa para a indústria aero- discos de freios e qualquer componente estrutural, seja para espacial. A equipe está aprimorando um sistema de usinagem carros ou para aviões. Como o processo usa materiais em pó, a jato de água capaz de “auto-aprendizado”, dispensando a ele também permite a fabricação de peças com geometrias intervenção humana. complexas, o que possibilitará a redução do peso dos veículos. O sistema é capaz de partir de um bloco em bruto das Fonte: Inovação Tecnológica ME ligas especiais usadas na indústria aeronáutica e produzir uma peça 3D “com superfícies multi-gradientes”. “Se você precisa produzir superfícies complexas em materiais difíceis de cortar ou sensíveis ao calor, e exercendo forças específicas mínimas, a abrasão a jato de água é a escolha certa,” explica Axinte. O sistema de auto-aprendizado é baseado em um conjunto de modelos matemáticos que calculam a taxa de remoção de cada material sendo usinado. Um conjunto de monitoramento baseado em múltiplos de sensores ajuda a fazer ajustes em tempo real, evitando qualquer desbaste excessivo ou danos estruturais ao material por excesso de pressão. Entre os “materiais difíceis de cortar” - e, portanto, difíceis de trabalhar com as técnicas tradicionais de usinagem - estão as ligas aeronáuticas e aeroespaciais, implantes ortopédicos, lentes de alta precisão, compósitos e materiais super-abrasivos, incluindo o diamante.



Fascículo

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Destino Brasil

PANTANAL S

Santuário ecológico da humanidade, declarado pela Unesco Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera, o Pantanal é a maior planície de inundação contínua do planeta e depositária de uma das biodiversidades mais ricas do mundo. São 656 espécies de aves, 263 de peixes, 122 de mamíferos e 93 de répteis. A maioria dessas espécies vive às margens do rio Paraguai, uma bacia irrigada por 150 rios que enche de novembro a abril e depois seca lentamente, enquanto a água escorre devagar numa planície com uma inclinação leve de dois centímetros por quilômetro. Por sua beleza exótica e natureza exuberante, o Pantanal é considerado um dos mais perfeitos cenários para o Ecoturismo.


Ecoturismo

Pantanal,

um santuário ecológico Uma das mais ricas e completas reservas de vida selvagem do planeta

O

Complexo Pantanal ou simplesmente Pantanal, a maior área alagável do planeta, com uma extensão de cerca de 250 mil km2, é o elo entre as duas maiores bacias da América do Sul: a do Prata e a Amazônica, o que lhe confere a função de corredor biogeográfico, ou seja, permite a dispersão e troca de espécies de fauna e flora entre essas bacias. Está situado na parte alta da Bacia do rio Paraguai (cuja superfície é de aproximadamente 500.000 km2) e, de sua totalidade, 70% estão no Brasil (nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), 20% na Bolívia e 10% no Paraguai. É uma região única na qual encontram-se o Cerrado (Leste, Norte e Sul); o Chaco (Sudoeste); a Amazônia (Norte); a Mata Atlântica (Sul) e o Bosque Seco Chiquitano (Noroeste). Esta situação, somada aos pulsos de inundação, permite particular diversidade e variabilidade de espécies. A taxa de endemismo é relativamente baixa, porém, as características múltiplas da região possibilitam a interação entre material genético (animais e plantas) que, em outras regiões, não estariam em contato. O nome Complexo (ou a denominação “pantanais”) Um dos mais belos espetáculos da Terra


5 vem do fato da área ter mais de um Pantanal dentro de si (7 no total) com suas especificidades quanto ao regime de inundação, drenagem, vegetação e relevo -, além de se dividir, no Brasil, em duas regiões: Pantanal Sul ou Pantanal Maior (em Mato Grosso do Sul), por ter a maior área, cerca de 65%; Pantanal Norte ou Pantanal Amazônico (em Mato Grosso, com cerca de 35%), por se localizar na Amazônia Legal. É no Mato Grosso que se situa Cáceres, a cidade considerada o Portal do Pantanal. Cheias e secas Uma das características marcantes do Pantanal é seu regime de cheias e secas e a relação entre a parte alta da bacia (planalto) e a parte baixa (planície). Na planície a declividade é, aproximadamente, de 1 a 2 centímetros por quilômetro no sentido norte - sul e 6 a 12 cm por quilômetro no sentido leste-oeste. Esta situação faz com que região funcione como uma grande “esponja” que, durante o período das chuvas, recebe as águas da parte alta as quais são retidas e escoadas lentamente alcançando o rio Paraguai. O resultado é um fenômeno interessante, que é a cheia durante um período seco: as águas que entraram há meses na planície nas partes mais altas por fim chegam em grande volume na parte mais ao Sul, provocando aumento das águas sem que, para isso, ocorram chuvas em quantidade suficiente. A água é “retida” na planície através do transbordamento natural dos rios, forma canais e lagunas ou abastece lagoas permanentes e baias. Assim, na cheia, rios, lagoas e riachos ficam interligados, permitindo o deslocamento de espécies. Este processo é um dos principais responsáveis pela constante renovação da vida no Pantanal e pelo fornecimento de nutrientes. Na época de seca, quando a quantidade de água que chega é menor, o escoamento é lento em direção ao rio Paraguai - a grosso modo. Formam-se então lagoas e corixos isolados, os quais retêm grande quantidade de peixes e plantas aquáticas. Lentamente estes corpos d’água vão secando o que atrai aves e outros animais em busca de alimentos, promovendo concentração de fauna. Coincide em algumas regiões com a florada de várias espécies, provocando cenários de raríssima beleza. Vale lembrar que o Pantanal é uma das áreas mais importantes para as aves aquáticas e espécies migratórias, que usam a região para abrigo, alimentação e reprodução. Esse é apenas um pequeno panorama da grandiosidade do Pantanal, uma das mais exuberantes paisagens brasileiras, e considerado um dos mais belos espetáculos da Terra. Maior conjunto de áreas úmidas do mundo O Pantanal faz parte do maior conjunto de áreas úmidas do mundo. Este “sistema” com cerca de 400 mil quilômetros quadrados, está localizado no vale central que corre de norte a sul

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Ecoturismo

dentro da “Grande Depressão da América do Sul” ou “Depressão Sub-andina” da bacia do Prata, e se estrutura ao longo de mais de 3.400 km dos rios Paraguai e Paraná (médio e inferior). O Paraguai é um dos poucos rios livre de represas e o Paraná também não é barrado no trecho indicado. É o segundo maior sistema hídrico da América do Sul - o primeiro é Amazonas - e uma das maiores reservas de água doce do mundo. Aproximadamente 20 milhões de pessoas vivem nesta região o que permite afirmar que constitui uma unidade hidrológica, ecológica, cultural e populacional. Este fato determina a necessidade de manutenção dos ciclos hidrológicos e da conservação da biodiversidade para a sustentabilidade do sistema e sua população. O Pantanal também conta com uma das maiores redes fluviais do Brasil: é atravessado pelo rio Paraguai e por alguns de seus afluentes, como os rios São Lourenço, Sepotuba, Taquari, Miranda, Negro e Nabileque. Clima O clima é quente e úmido, no verão, e embora seja relativamente mais frio no inverno, continua apresentando grande umidade do ar devido à evapotranspiração associada à água acumulada no solo no horizonte das raízes durante o período de cheia. A maior parte dos solos do Pantanal é arenosa e suporta pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado bovino, introduzido pelos colonizadores da região. Uma parcela pequena da pastagem original foi substituída por forrageiras exóticas, como a Braquiária. Mar interior Sua constituição, única no planeta, é resultado da separação do oceano há milhões de anos, formando o que se pode chamar de mar interior – dessa forma, animais que estão presentes no mar também existem no Pantanal. A área alagada do pantanal se deve a lentidão de drenagem das águas que fluem lentamente, pela região do médio Paraguai, num local chamado de Fecho (fechamento) dos Morros do Sul.

A planície é levemente ondulada, pontilhada por raras elevações isoladas, geralmente chamadas de serras e morros, e rica em depressões rasas. Seus limites são marcados por variados sistemas de elevações como chapadas, serras e maciços, e é cortada por grande quantidade de rios dos mais variados portes, todos pertencentes à Bacia do Rio Paraguai — os principais são os rios Cuiabá, Piquiri, São Lourenço, Taquari, Aquidauana, Miranda,Rio Paraguai] e Apa. O Pantanal é circundado, do lado brasileiro (norte, leste e sudeste) por terrenos de altitude entre 600 e 700 metros; estende-se a oeste até os contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao sul pelas planícies pampeanas centrais. História Atraído pela existência de pedras e metais preciosos, entre eles, o ouro (que eram usados como adornos pelos indígenas que povoavam a região), o português Aleixo Garcia foi o primeiro a visitar o território, alcançando em 1524 o rio Paraguai através do rio Miranda, atingindo a região onde hoje fica a cidade de Corumbá. Nos anos de 1537 e 1538, o espanhol Juan Ayolas e seu acompanhante Domingos Martínez de Irala seguiram pelo rio Paraguai e denominaram Puerto de los Reyes à lagoa Gayva. Por volta de 1542-1543, outro espanhol, Álvaro Nunes Cabeza de Vaca, também passou por aqui para seguir para o Peru. Entre 1878 e 1930, a cidade de Corumbá torna-se o principal eixo comercial e fluvial do Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul; mais tarde acaba perdendo sua importância para as cidades de Cuiabá e Campo Grande, iniciando assim um período de decadência econômica. O incentivo dado pelos governos a partir da década de 1960 para desenvolver a região Centro-Oeste, através da implantação de projetos agropecuários, trouxe muitas alterações nos ambientes, ameaçando a sua biodiversidade. Preocupada com a conservação do Pantanal, a Embrapa tem, desde 1975, em Corumbá, uma unidade de pesquisa para a região, com o objetivo de adaptar, desenvolver e transferir tecnologias para o uso sustentado dos seus recursos naturais. As pesquisas se


5 iniciaram com a pecuária bovina, principal atividade econômica, mas passaram a abranger também recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos, hídricos, climatologia, solos, avaliação dos impactos causados pelas atividades humanas e sócio-econômicas. Nos últimos anos houve investimentos maciços no setor do Ecoturismo, com diversas pousadas pantaneiras praticando esta modalidade de turismo sustentável. Flora O Pantanal possui uma vegetação rica e variada, que inclui a fauna típica de outros biomas brasileiros, como o cerrado, a caatinga e a região amazônica. A camada de lodo nutritivo que fica no solo após as inundações permite o desenvolvimento de uma rica flora. Em áreas em que as inundações dominam, mas que ficam secas durante o inverno, ocorrem vegetações como a palmeira carandá e o paratudal. Durante a seca, os campos são cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação de cerrado. Essa vegetação também está presente nos pontos mais elevados, onde não ocorre inundação. Nos pontos ainda mais altos, como os picos dos morros, há vegetação semelhante à da caatinga, com barrigudas, gravatás e mandacarus. Ainda há a ocorrência de vitória-régia, planta típica da Amazônia. Entre as poucas espécies endêmicas está o carandá, semelhante à carnaúba. A vegetação aquática é fundamental para a vida pantaneira: imensas áreas são cobertas por batume, plantas flutuantes como o aguapé e a salvinia. Essas plantas são carregadas pelas águas dos rios e juntas formam verdadeiras ilhas verdes, que na região recebem o nome de camalotes. Há ainda no Pantanal áreas com mata densa e sombria. Em torno das margens mais elevadas dos rios ocorre a palmeira acuri, que forma uma floresta de galerias com outras árvores, como o pau-de-novato, a embaúba, o genipapo e as figueiras. Fauna A região pantaneira possui uma das biodiversidades mais ricas do planeta, como mais de duas mil espécies de aves, peixes, mamíferos e répteis. Alguns animais, como o tuiuiú e o jacaré,

tornaram-se verdadeiros símbolos da região. Os jacarés tem importante papel na preservação da fauna do Pantanal, funcionando como agentes de ciclagem de nutrientes e reguladores da fauna piscícola, controlando inclusive a população de piranhas. As aves são uns dos maiores atrativos do Pantanal, além de ser sua maior e mais variada população (são 656 espécies). O tuiuiú, a cabeça-seca, o colhereiro e as garças biguás são típicos da região. Muitas espécies fazem seus ninhos em áreas comuns, em árvores que passam a ser chamadas “ninhais” e que são um espetáculo à parte. Animais típicos do cerrado se concentram em grande número na região, como o cervo-do-pantanal, o cachorro-vinagre, a anta, o lobo-guará e o tamanduá-bandeira. Há também a ocorrência de grandes felinos, como a onça-pintada, um dos mais temidos predadores da região. Entre os primatas, os mais comuns são o macaco-prego e o bugio. Ameaças ao meio ambiente Introduzida no final do século XIX, a criação de gado bovino é a principal atividade econômica do Pantanal e conta com um rebanho de 3 milhões de cabeças. Tradicionalmente, a pecuária extensiva também obedecia ao ritmo das águas, tendo se desenvolvido, inclusive, raças pantaneiras de bovinos e equinos, adaptados ao pasto em águas rasas. A modernização dessa pecuária, entretanto, trouxe a divisão de terras, variedades exóticas de capim e a necessidade de interferir no fluxo das águas com pequenas represas, estradas, dragagens e drenagens, além de difundir o uso de pesticidas. A pesca é outra atividade bastante desenvolvida. Em que pese a enorme produtividade pesqueira do ecossistema e a riqueza de espécies comerciais, tanto a pesca industrial - para exportação a outras regiões do país ou para abastecimento dos restaurantes e hotéis - como o turismo de pesca ameaçam a sustentabilidade. Os peixes estão diminuindo de tamanho e tornando-se mais raros, nítidos sinais de superexploração, aos quais se somam problemas de contaminação por pesticidas e poluição industrial, sobretudo nos rios que vem do planalto.

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Ecoturismo

Ecoturismo no Pantanal Por ser um local exótico e de beleza exuberante, o Pantanal é considerado um cenário perfeito para esportes de aventura. A região já serviu de palco para diversas competições, como a Volta Ciclística do Pantanal, realizada anualmente, os Jogos Internacionais de Aventura do Pantanal e o X-Pantanal, competição de vôo livre, além de rallies e corridas de aventura. O Ecoturismo, entretanto, é a atividade mais praticada, devido às inúmeras maravilhas que o Pantanal abriga. Ali é possível fazer desde trekking, mergulho, flutuação em rios, banhos de cachoeira, canoagem, rapel, parapente, arvorismo e visitas a cavernas, até participar de safáris fotográficos e pesca esportiva. Para tal, a região vem passando por transformações para melhorar sua infraestrutura e oferecer melhores condições aos visitantes. De qualquer forma, toda atividade deve ser realizada com acompanhamento profissional de instrutores, monitores ou guias, e com extremo respeito a um ambiente tão delicado. Quando ir De dezembro a março, chove mais, mas a vegetação fica verde e os animais mais visíveis. Para o mergulho, os melhores meses são os da seca (agosto, setembro e outubro), pois as águas ficam mais cristalinas.


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Bonito A natureza foi pródiga ao criar Bonito, um paraíso ecológico no Mato Grosso do Sul, a 278 quilômetros da capital do estado, Campo Grande, e que se tornou um polo do ecoturismo em nível mundial. As atrações vão da simples contemplação - que em Bonito ganha um novo sentido - à mais pura adrenalina, especialmente concebida para os adeptos dos esportes radicais. A cidade fica na encosta da Serra da Bodoquena, cadeia de montanhas com altura não superior a 720m e que abriga a maior extensão de florestas preservadas do Mato Grosso do Sul e o maior aquário natural de água doce do Brasil. Juntamente com os municípios de Jardim, Guia Lopes da Laguna e Bodoquena, Bonito é o complexo turístico Serra da Bodoquena. Bonito, cuja clima é tropical na faixa dos 32°C, consegue abrigar em uma única região cachoeiras, grutas, nascentes e rios de águas cristalinas. Caminhada, trilhas de bike, mergulho e rapel são algumas das atividades, mas as opções de diversão e aventura vão além, como trekking, banhos de cachoeiras e em águas cristalinas, como a belíssima Gruta do Lago Azul, flutuação nas correntezas de rios como Sucuri, da Prata e Formoso, rafting, mergulho autônomo (com cilindros de oxigênio), parapente e ultra-leve. O santuário ecológico ainda preserva uma admirável diversidade de espécies vegetais e animais. Na vegetação, predomina o cerrado, com matas nas margens dos rios, destacando-se espécies de árvores como perobas - rosas, angicos e alecrins. A região é habitada por macacos, tamanduás, emas e aves silvestres. O mais impressionante é observar a riqueza que habita o fundo de rios e lagoas. A visibilidade das águas da região é garantida pela alta concentração de calcário, que funciona como agente purificador. Mais de 100 cavernas A cidade está em meio a um dos vales de planalto da Bodoquena, cuja rocha predominante é o calcário. Entre tais rochas, há espaços, dos quais chamamos de grutas ou cavernas. Assim, no Planalto da Bodoquena devem existir mais de cem

cavernas. No subsolo do município há rochas que acumulam água, proveniente da chuva, formando assim o lençol freático. A água atravessa rupturas de algumas partes de rochas calcárias, recolhendo seus minerais. Com isso, as águas das nascentes saem ricas em bicabornato de cálcio e magnésio. Apesar disso, as águas continuam incolores. As cavernas em Bonito são úmidas, sendo que algumas possuem lagos em seu interior. Há também formas curiosas que descem dos tetos das mesmas, assim como outras formas nas partes de baixo. Em geral são escuras, sendo a casa de pequenos seres, dentre eles, os morcegos, que possuem um papel fundamental na disseminação de sementes, assim como um transportador de alimento para dentro das cavernas, proporcionando o início da cadeia alimentar nas mesmas. Não é recomendável caminhar dentro de uma caverna sem um guia. Infra-estrutura Bonito tem das melhores infraestruturas de Ecoturismo em funcionamento no interior brasileiro. Devido às características de atividades como flutuação, pesca esportiva em certas épocas, trilhas, rapel e travessia de cachoeiras em botes, entre outras, todo o turismo é organizado através de agências. Não há como simplesmente chegar e ir aos passeios se não estiver integrado

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Ecoturismo

doquena e o Projeto Vivo. O primeiro é uma iniciativa da ONG Instituto Peabiru de Ecoturismo e inclui passeios em canoas canadenses, mountain bikes, cavalos e trekking. Já o segundo, promove trekking, rafting no Formoso, passeios a cavalo e atividades especiais para crianças utilizando papel reciclado e reciclagem de lixo. Ambos são empreendimentos de lazer associados à educação ambiental e procuram mostrar como é possível aliar conservação da natureza, ecoturismo e geração de empregos.

em grupos guiados, transportados até os ecopontos. Na alta temporada (janeiro, julho e feriados), é preciso reservar com antecedência os passeios, que têm número limitado de visitas diárias. Dessa forma, uma visita a Bonito precisa ser planejada com antecedência através de agentes de turismo ou contatos com Centro de Atendimento ao Turista (CAT) da Prefeitura da cidade. Atenção: o período das chuvas vai de novembro a abril. O sucesso do turismo em Bonito está intimamente ligado à preservação da natureza. Qualquer passeio nesse santuário é acompanhado por um guia local credenciado pela Embratur, que trabalha no sentido de que os visitantes respeitem as normas locais, o que mostra a preocupação e o interesse na preservação do meio ambiente, através do turismo sustentável. Nesse contexto, foram criados o Parque Ecoturístico da Bo-

As atrações mais procuradas • Flutuação no Rio da Prata • Aquário Natural • Gruta do Lago Azul • Mergulho livre no Rio Sucuri • Cachoeira Boca da Onça • Cachoeira do Rio do Peixe • Parque das Cachoeiras • Estância Mimosa • Cachoeira do Sinhozinho • Buraco das Araras • Abismo Anhumas • Mergulho autônomo • Parque Ecológico Baía Bonita • Camarão albino • Trilhas


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Parque nacional

Parque nacional

da serra da bodoquena

do pantanal matogrossense

A oeste da ecoturística Bonito (MS), exatamente a 36km, está a primeira—e, até o momento, a única—unidade de conservação de proteção integral federal implantada no estado de Mato Grosso do Sul: o Parque Nacional da Serra da Bodoquena. Com 76.481 hectares divididos em dois fragmentos, um ao norte e outro ao sul, o Parque possui como cenário de fundo uma formação montanhosa de rochas calcárias que a difere das demais montanhas da região, além de áreas compostas por campos alagados, cerrados, floresta estacional e o maior trecho de Mata Atlântica do estado. Sua criação, em setembro de 2000, visou proteger exatamente essa área contínua de mata atlântica (ameaçada por madeireiros, invasores, incendiários e grileiros), e que se localiza sobre um terreno com características geológicas especiais. No entanto, até hoje o Parque não foi aberto ao público, em função de trabalhos de regularização fundiária. O IBAMA tem procurado negociar a compra de propriedades abrangidas pelo parque e, até o momento, foram adquiridos aproximadamente 9.040 hectares (11,8% da área) de proprietários que, espontaneamente, apresentaram os documentos requeridos. Nas áreas ainda não adquiridas, são permitidas as atividades agropecuárias em terras produtivas, mas qualquer forma de supressão ou exploração econômica nas áreas nativas está proibida. De qualquer forma, ao visitar Bonito, não deixe de ir até a sede local do IBAMA e tente agendar com os funcionários um passeio dentro do parque. A limpidez das águas favorece a observação e o estudo da fauna e da flora subaquática. Já foram descritas novas espécies de peixes que residem em cavidades alagadas da Serra e muitas ainda devem ser identificadas. A fauna é exuberante. Na Avifauna destacam-se, a arara azul, vermelha e canindé, gavião real; entre os canídeos, raposa, lobinho, lobo guará; felinos, jaguatirica, suçuarana e onça pintada. Existem outros animais como a paca, capivara, cutia, anta, queixada, cateto, além de riquíssima fauna de invertebrados. Vale mencionar que já foi identificado pelo menos um endemismo na região: existe uma espécie de psitacídeo que só ocorre na Serra da Bodoquena. O clima possui características das savanas tropicais com verão úmido e inverno seco. O período de chuva dá-se entre outubro e abril. No inverno a temperatura varia entre 15º C e 20º.

O principal atrativo disponível para visitação é a observação embarcada de animais silvestres e observação de aves coloniais nos ninhais e dormitórios da Baía do Burro O Parque Nacional do Pantanal Matogrossense foi criado em 1981, com área de 135.000 ha. Seu portão de entrada está localizado no município de Poconé, a 102 km da capital do estado do Mato Grosso, Cuiabá. A sede fica em um platô - a salvo de inundações – e conta com instalações administrativas, como escritórios e residências funcionais, assim como embarcações para transporte de servidores e para as atividades de proteção ambiental, mas não tem Centro de Visitantes. O conjunto de unidades de conservação Parque e entorno corresponde à Área de Conservação Ambiental reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio da Humanidade e também como Reserva da Biosfera Mundial. Para conhecer o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense é preciso uma licença especial a título de divulgação, pois a área

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Ecoturismo

ainda não se encontra aberta para à visitação pública. Não há cobrança de ingresso. Pode-se ir de barco, saindo de Porto Jofre, navegando-se cerca de 4h, com o acompanhamento de um guia particular e autorização prévia do parque. Por via aérea utiliza-se a pista de pouso da Fazenda Acurizal (RPPN/Fundação Ecotrópica), gastando-se uma hora de vôo e 30 minutos de barco. A cidade mais próxima da Unidade de Conservação é Poconé, que fica a 102 km de Cuiabá. Por via rodoviária, o acesso é feito através da MT-060, partindo de Cuiabá até Poconé, por 102 Km em via asfaltada e continuando pela Rodovia Transpantaneira, não pavimentada, por mais 147 Km até Porto Jofre, às margens do rio Cuiabá. Não é permitido fazer caminhadas ou trilhas, sem autorização. Pesca - mesmo a esportiva -, e caça são rigorosamente proibidas em qualquer época do ano, assim como observação (focagem) noturna de jacarés. A melhor época para visitação é de maio a setembro, quando chove menos. Nos meses de abril a maio, quando as águas começam a baixar, a observação da fauna torna-se melhor. A época das chuvas inicia-se em outubro e vai até abril, sendo janeiro e fevereiro os meses mais chuvosos. E a partir do mês de dezembro é grande a quantidade de mosquitos, o calor é intenso e a Rodovia Transpantaneira fica praticamente intransitável.

Onde ficar - Não há alojamento disponível dentro do parque, portanto é preciso ir e voltar no mesmo dia, ou visitar com permanência em barcos-hotéis. Ao longo da Rodovia Transpantaneira é possível encontrar hotéis-fazendas, alguns já devidamente adaptados para atender aos ecoturistas, com passeios por trilhas, mergulhos, safáris, etc.

Campo grande Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, é uma das opções por onde começar a aventura turística dos que se propõem a conhecer o Pantanal. A cidade tem seu próprio gestor de turismo, o Campo Grande Convention & Visitors Bureau. Na capital há bons hotéis, assim como acomodações médias e simples, além de campings e boa intraestrutura de informação ecoturística e ambientais. Com aves cortando o céu e animais em parques urbanos, visitar a cidade é estar em contato com a natureza. Suas áreas verdes são locais para a contemplação, lazer e prática de exercício:

Parque das Nações Indígenas: considerado o maior parque urbano do mundo, com uma extensão de 119 hectares, oferece infraestrutura adequada para lazer e esporte. Possui uma pista asfaltada para caminhada de 4000m, quadra de esportes, pátio para skate e patins, sanitários, lanchonetes, policiamento e um grande lago formado próximo à nascente do córrego Prosa. Disponibiliza também um local destinado a shows e apresentações. Cerca de 70% da vegetação do parque é formada por gramas e árvores ornamentais que fazem parte do projeto de paisagismo. Uma grande quantidade de espécies de árvores são preservadas, como jenipapo, mangueira e aroeira. Parque Anhanduí: localizado na conflência do córrego Segredo com o córrego Prosa. Parque Ayrton Senna: oferece amplo espaço para eventos e exposições, além de diversas quadras de esporte e oficinas culturais para diversas faixas etárias.

Parque Cônsul Assaf Trad: são 258.800 m² de parque com ampla área verde, 3 lagos, trilha, estações de alongamento, um playground e um anfiteatro.


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Jardim A cidade de Jardim fica a 67km de Bonito (MS). Parte das famosas belezas naturais da região - como o rio da Prata - está em seu território. Há acomodações e infraestrutura de ecoturismo em grupo, através das agências.

Parque Ecológico do Sóter: inaugurado no fim de 2004, e projetado como parque modelo, oferece área verde de 22 hectares, quadras poliesportivas, pista de skate e patinação, pista de cooper, ciclismo e quiosque com churrasqueira. Parque Estadual do Prosa: anexo ao Parque das Nações Indígenas e Parque dos Poderes, tem área de 135 hectares onde fica a nascente do rio Prosa. Local com trilhas para prática de esportes radicais. No mesmo parque estão situados o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) e espaços para exposições e venda de artesanatos regionais.

Parque Estadual Mata do Segredo: possui 177,58 hectares e é utilizado também para fins de pesquisa científica, educação ambiental, recreação e turismo em contato com a natureza. Situado na zona norte de Campo Grande, pertence ao Exército.

Parque Florestal Antônio de Albuquerque: chamado também de Horto Florestal (desde 1956), possui uma área verde de 4,5 hectares. Abriga espaço de lazer e várias espécies de árvores nativas, preservando suas características próprias. Dispõe de orquidário, espelho d’água com espaço para manifestações culturais, pista de bicicross, pista de skate, teatro de arena coberto para atividades múltiplas (capacidade para cerca de 2.000 pessoas), projeto de reflorestamento e paisagismo, biblioteca pública e centro de convivência para idosos.

Parque Jacques da Luz: oferece um espaço amplo para eventos e exposições, além de contar com diversas quadras de esporte. Possui também oficinas culturais para diversas faixas etárias.

Parque dos Poderes: possui como característica a paisagem do cerrado. Dirigir no parque à noite exige atenção para não atro-

Miranda A cidade de Miranda entra como o importante entroncamento para quem faz o roteiro ecoturístico de Bonito-Pantanal do Sul. Depois de Bonito, pode-se ir de asfalto direto a Miranda, por 100km, ou pode-se escolher contornar o Parque da Serra da Bodoquena, pelo roteiro mais selvagem, que passa por pontes caídas, fazendas que tomam o lugar da estrada, invasões de áreas públicas, terras indígenas em litígio - mas tudo sempre com belas paisagens (exceto na temporada seca, quando há risco de incêndios florestais), por uns 80km. A Estrada Parque do Pantanal, reta de terra encascalhada acima do nível da água, onde bichos que cruzam o tempo todo à sua frente, chega às margens do rio Paraguai. É um trechos considerados dos mais magníficos do Pantanal sulmatogrossense.

Por ser a principal cidade turística da região da Serra da Bodoquena, e sendo esta a atividade mais importante da região há muito tempo, Bonito reúne um conjunto de equipes, empresas, ONGs e órgãos governamentais que buscam organizar e coordenar o Ecoturismo, visando sempre a sustentabilidade local e a conservação da natureza. A cidade tem seu próprio gestor de turismo, o Bonito Convention & Visitors Bureau, que gerencia mais de 30 opções turísticas na região. Com o objetivo de incrementar o Ecoturismo, o Programa de Desenvolvimento do Turismo do Governo Federal, recentemente investiu em obras e programas de saneamento, pavimentação e incentivo ao ecoturismo na região.

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Ecoturismo

Pesca esportiva Existem duas principais rotas de pesca na região: a Rota Oeste e a Rota Norte. A Rota Oeste (na Rodovia BR-262, que liga Campo Grande a Corumbá) é o caminho do Pantanal que mais atrativos apresenta ao pescador. O período do peixe piracema compreende os meses de novembro a fevereiro, entretanto, a pesca só é permitida a partir de março. Existem nas margens dos rios Aquidauana e Miranda muitos campings e ranchos de pesca. Para os que procuram rusticidade na acomodação e a simplicidade da pescaria econômica, o local é um paraíso. A Rota Norte (na Rodovia BR-163, que liga Campo Grande a Cuiabá) leva à cidade de Coxim, com sua praia fluvial, hotéis simples e corredeiras dos rios Coxim e Taquari, onde se pratica canoagem e pescaria. Dentre as cidades que mais se destacam para a pescaria na região estão Sonora, Campo Grande (com boa infraestrutura de hotéis, aeroporto e estradas), Cáceres, Poconé e Barão de Melgaço.

Explorando o Pantanal O Pantanal é hoje um dos destinos brasileiros mais procurados para o ecoturismo nacional e internacional. Apesar de sua infraestrutura bastante razoável, trata-se de uma área bastante complexa: por isso, a viagem ao Pantanal deve ser muito bem planejada junto ao agente de viagens. Aqui, algumas dicas de como explorar o Pantanal: 1. Cruzar parte do Pantanal de barco. Existem diversas operadoras que oferecem este serviço. Para quem gosta de pesca, existem excursões especializadas em pesca. 2. Fazer uma excursão de jipe, acampando em meio à selva. Existem diversas operadoras oferecendo este tipo de tour, que geralmente dura 5 dias. Estas excursões também podem ser feitas a cavalo. 3. Hospedar-se em uma fazenda, e, a partir desta, fazer passeios de barco, jipe, cavalo e a pé. Algumas destas fazendas estão em regiões bem remotas do Pantanal, e o translado até as mesmas é feito de avião monomotor. 4. Alugar um jipe e cruzar o Pantanal por conta própria. Esta opção só se aconselha na época da seca e para jipeiros experientes.

Fontes: Chris Bueno/360graus; Alcides Faria e Rafaela Nicola/Rios Vivos; portal onlinePantanal/SantuárioEcológico; portal OnlineBonito; portal ColorFotos; portal Eco-tur; Wikipedia; Guia 4 Rodas; Correio do Estado/Campo Grande/MS; revistas Viagens Gerais e Viagem e Turismo; Geocities.com; Instituto Chico Mendes, Ivan Salzo/IBAMA

Na próxima edição: PAMPA


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case

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mercado

Com inovação, Hanna conquista participação no mercado

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á cerca de três anos, a Hanna - fabricante nacional de ferramentas de PCD e CBN - e outras duas empresas desse segmento foram convocadas para um “desafio” por uma das montadoras lideres do mercado nacional. A empresa precisava solucionar um problema de tolerância na usinagem das guias e sedes de válvulas de motores. A solução desenvolvida pela Hanna - um conjunto de ferramentas, que inclui insertos de alto precisão e uma classe especial de CBN, entre outros detalhes - venceu o desafio. Além de garantir as tolerâncias estreitas exigidas pelo cliente, também apresentou aumento da vida útil das ferramentas. “Esse nosso novo conceito de usinagem de guias e sedes de válvulas é muito versátil e, ainda, dispensa o pré-set”, afirma Eduardo Hanna, diretor comercial da companhia, acrescentando que a solução conquistou vários clientes. “Essa solução abriu muitas portas para nós, inclusive para outras linhas de produtos”, acrescenta. O diretor cita exemplos: recentemente, a empresa conquistou um contrato no Interior de São Paulo para substituir as ferramentas para usinagem bimetálica. Em outro fabricante, também no Interior paulista, venceu a concorrência para a usinagem do bloco e cabeçote de um novo motor em alumínio. E a solução da Hanna pode vir a ser exportada para a Índia. Durante o try-out do processo, realizado na Alemanha, na sede do fabricante das máquinas que serão fornecidas para um fabricante de caminhões do Brasil, os técnicos alemães gostaram tanto da solução que a apresentaram a um cliente indiano. Atualmente, o contrato está em fase de negociação. O diretor explica que parte desse sucesso não teria sido possível sem os investimentos realizados nos últimos anos. A linha de produção foi modernizada e ampliada. A capacidade de produção de ferramentas PCD foi duplicada. “Hoje, temos capacidade para produzir 800 ferramentas de PCD/mês. Estamos dimensionados para atender o crescimento desse segmento no Brasil”, afirma o executivo, lembrando que as novas máquinas permitem a produção de ferramentas com batimento de 2 milésimos e os equipamentos de qualidade possibilitam o controle de um milésimo.

Além disso, foram feitos investimentos em pessoal. A equipe de engenharia - hoje abrigada num novo prédio de 400 m² - conta com 35 profissionais. “Também acabamos de construir um novo auditório com capacidade para 50 pessoas, voltado ao treinamento de clientes e funcionários”, informa Eduardo Hanna. Fonte: Usinagem Brasil. ME ME Empresa de capital nacional, a Hanna está completando 70 anos em 2012. A empresa nasceu em São Paulo, no bairro do Brás, e iniciou as atividades prestando serviços para terceiros com a primeira fresadora mecânica do Brasil, produzida três anos antes pelo fundador da companhia, Salim Hanna. Na década de 1950, passou a produzir também placas para tornos e acessórios para máquinas, e nas décadas seguintes deu os primeiros passos na produção de ferramentas de corte, a princípio para atender a Petrobras, com o desenvolvimento de brunidores. Em 1981, a empresa se transferiu da capital paulista para uma área de 20 mil m² em Limeira. Nas novas instalações foram iniciadas as pesquisas que levariam ao desenvolvimento de ferramentas para alargamento e a entrada nos segmentos de PCD e CBN, hoje a principal área de atuação da empresa. Na fábrica, recém-ampliada e modernizada, com 5 mil m² de área construída, é produzida também linha completa de suportes e ferramentas acionadas.


curtas

mercado empresarial

Nova empresa de elevadores, Omega Brasil, terá fábrica em Campinas

Trem-bala será ‘fatiado’ para apressar obras

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m acordo com os espanhóis da A unidade empreOmega Elevator gará 200 funcionápara instalar uma rios e deve produnova empresa nacional no zir 1,2 mil elevadosetor acaba de ser fechado res por ano pelo dono da Engetax, o empresário brasileiro José Ricardo Schmidt. Nasce, assim, a Omega Brasil, que inaugurará sua fábrica até novembro deste ano, em Campinas, SP. Cada sócio terá 50% de participação na companhia. O galpão para instalar a linha de montagem já foi adquirido; falta apenas a licença para importar o maquinário e instalá-lo, para iniciar a produção. A Engetax, que fica na mesma cidade, tem como foco projetos especiais sob encomenda, como elevadores para um grande data center. O objetivo da Omega é outro: fabricar elevadores de alta velocidade para prédios comerciais e residenciais de até 50 pavimentos - segmento dominado pelas grandes Atlas Schindler, Otis e Thyssenkrupp que, juntas, detêm cerca de 90% do mercado de elevadores no país. Com investimento para a construção da fábrica de R$ 20 milhões, a Omega Brasil espera faturar entre R$ 30 e 40 milhões já no próximo ano. ME

governo resolveu “fatiar” a construção do trem de alta velocidade Rio-São Paulo-Campinas em vários lotes diferentes para acelerar suas obras e inaugurar o empreendimento antes de 2020. Segundo Bernardo Figueiredo, presidente da Etav, a estatal criada para entrar no negócio, a ideia é dividir o projeto - que soma 511 quilômetros - em possivelmente dez trechos de cerca de 50 A concorrência será quilômetros. Isso criainternacional rá frentes de trabalho paralelas e evitará que a obra fique na dependência de um grupo restrito de construtoras. A concorrência será internacional. Com isso, o governo busca tirar proveito da relativa ociosidade de construtoras estrangeiras que têm sido afetadas pela queda do investimento em grandes obras nos países ricos. O início das obras do TAV ocorrerá apenas em 2014. O prazo de entrega será de seis anos, mas Figueiredo acha que existem condições de antecipar a entrada em operação do trem-bala para 2019. Com informações do Valor Econômico ME

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curtas

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Randon: joint venture Fischer abre com Sinomach para sua subsidiária produzir escavadeiras brasileira em

São Paulo

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isando a constituição de joint venture no Brasil para fabricação e venda de escavadeiras, a Randon Implementos e Participações anunciou a assinatura de memorando de entendimentos com a empresa chinesa China Sinomach Heavy Industry Corporation. A instalação de uma fábrica, entretanto, ainda depende de estudos. Segundo o comunicado ao mercado, durante o período de avaliação, a Randon comercializará as escavadeiras fabricadas pela Sinomach, sob a marca conjunta Randon/Sinomach. Subsidiária integral do Sinomach Group, com sede em Pequim e listado entre as World’s Top 500 Enterprises, a empresa produz variada linha de máquinas pesadas para construção. ME

isando expandir sua presença nos mercados brasileiro e sul-americano, a alemã Fischer (uma das líderes mundiais nos segmentos de medição de camadas de revestimentos, análise de materiais, microdureza e ensaios de materiais) acaba de abrir, em São Paulo, sua subsidiária brasileira. Até aqui, a empresa era representada pela Arotec, com a qual a parceria será mantida para a venda de produtos O objetivo é estar mais perto dos atuais e dos potenciais clientes, aumentando seu suporte de aplicações e serviços. Os produtos e serviços da Fischer estão presentes nos setores automotivo, aeronáutico, eletrônico, de galvanoplastia, de alumínio, fotovoltaico, médico, odontológico, relojoeiro, joalheria, entre outros. ME

O Grupo Fischer mantém hoje 13 subsidiárias e mais de 25 parceiros de distribuição e serviço ao redor do mundo

Votorantim lança projeto de US$ 3,3 bilhões no Pará

O empreendimento deve criar 1.600 empregos num município de 47 mil habitantes

Na contramão da tendência dos últimos anos na indústria do alumínio, que vive momento de poucos investimentos, a Votorantim Metais (VM) discute com autoridades do Pará a instalação de um megaprojeto na pequena cidade de Rondon do Pará. Com investimentos previstos de US$ 3,3 bilhões, o projeto integrado inclui o desenvolvimento de uma mina de bauxita e a construção de uma refinaria para a produção de alumina. O complexo terá capacidade para extrair e beneficiar, por ano, 7,1 milhões de toneladas de bauxita e 3 milhões de toneladas de alumina a partir de 2016/2017. Fonte: Valor ME


mercado empresarial

curtas

Comil investe R$ 110 milhões para produzir ônibus em SP

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Comil investirá R$ 110 milhões na instalação de uma unidade voltada para a produção de veículos urbanos em Lorena, no Vale do Paraíba (SP). A fábrica, que vai gerar 500 empregos diretos e mil indiretos, terá capacidade de produção de 20 ônibus urbanos/dia e deverá estar pronta em meados de 2013. Máquinas, equipamentos e capital de giro serão viabilizados com recursos próprios e do BNDES. Com a nova operação, a Comil transferirá a produção de ônibus urbanos da unidade de Erechim (RS) para Lorena e elevará em mais de 100% sua capacidade produtiva nesse tipo de veículo. Com a expansão, a empresa estará preparada para absorver o crescimento da demanda por ônibus até 2016, motivada por eventos importantes como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que demandarão melhorias no transporte de pessoas nas grandes cidades. Fonte: Usinagem Brasil ME

Entre os principais mercados da companhia estão países da Europa, Estados Unidos, Coréia, Japão e Canadá A nova fábrica será instalada em terreno de 210 mil m² no Vale do Paraíba, às margens da Via Dutra

Cummins Marine planeja expansão no Brasil

A Cummins Marine tem planos de expansão no País. O projeto incluiria a construção e modernização de unidades em Itatiba (SP) e Macaé (RJ), onde atua no suporte mecânico e eletrônico. O propósito da empresa é intensificar a expansão e a produção de componentes e produtos nacionais, que possam favorecer empresas

e estaleiros locais a conseguirem cotas maiores de financiamento junto ao Fundo da Marinha Mercante (FMM) e BNDES. Fonte: Usinagem Brasil ME

O projeto incluiria a construção e modernização de unidades em Itatiba (SP) e Macaé (RJ)

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curtas

São Paulo entre as 20 melhores cidades do país em saneamento

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ão Paulo entrou para a lista das 20 melhores cidades do país em saneamento. O levantamento, divulgado em meados de agosto último pelo Instituto Trata Brasil, destaca os investimentos da Sabesp na capital como razão para o resultado. A lista é divulgada pelo oitavo ano seguido. A atual relação avaliou as 100 maiores cidades do país em população – acima de 250 mil habitantes. Comparou os dados de 2010 para atendimento com água tratada, coleta e tratamento de esgoto, perdas de água e investimentos. Nos últimos três anos, a Sabesp aplicou mais de R$ 3 bilhões no saneamento de São Paulo. Os investimentos ampliaram a coleta e o tratamento de esgoto, aumentaram a oferta de água tratada e reduziram o índice de perdas de água. Com isso, a

capital paulista subiu do 30º lugar na primeira lista, com dados de 2003, para a 18ª posição (dados de 2010). O levantamento do Trata Brasil também aponta duas cidades operadas pela Sabesp entre as três primeiras. ME

Santos foi eleita a melhor do Brasil pelo segundo ano consecutivo e Franca repetiu o terceiro lugar

Com sócio, Galvão estreia em óleo e gás

E espera dobrar carteira de pedidos

O grupo Galvão criou uma joint venture com a norueguesa Odfjell para construir e afretar três navios-sonda para a Petrobras. Com origem na engenharia e construção pesada e hoje em processo de diversificação, a companhia brasileira agora finalmente tira do papel seu projeto voltado ao mercado do petróleo - uma de suas três áreas estratégicas para os próximos anos. Com o impulso da nova área de negócios, os executivos preveem dobrar a carteira de pedidos do grupo já neste ano. Fonte: Valor ME


mercado empresarial

Inovação

Seco Tools:

brochamento indexável permite aumentar velocidade de corte

C

om alta demanda de mercado por novas fábricas de motores a jato e novas usinas, os fabricantes que atendem a esses mercados enfrentam uma pressão cada vez maior para otimizar a produtividade. Um dos processos mais difíceis e demorados, relevante para esses componentes, consiste em canais de raiz da lâmina de brochamento nos discos de turbina. Historicamente, as ferramentas de brochamento eram feitas de aço de alta velocidade (HSS), um material relativamente leve se comparado ao titânio e às ligas de alta temperatura normalmente usadas para fazer discos de turbina. Como resultado, é necessário usar vários conjuntos de mandris para concluir uma operação de fabricação, e os fabricantes precisam, com frequência, executar o reesmerilhamento. Isso leva a enormes estoques de ferramentas e torna o processo lento, gerando custos elevados para os fabricantes. O desenvolvimento de um sistema de mandrilagem indexável começou no final dos anos 90 na Seco Tools. O primeiro grande sucesso ocorreu em 2004, com a solução brochamento indexável para uma grande empresa de geração de energia na Suécia. Depois desse sucesso, a Seco foi expandida para o setor aeroespacial. Em comparação às ferramentas tradicionais HSS, o sistema de brochamento indexável da Seco Tools oferece benefícios substanciais de aumento da velocidade de corte e eliminação de operações de reesmerilhamento. É possível aumentar a velocidade de corte em até 400% em aço e em até cinco vezes nas ligas a base de níquel. O sistema de fixação pode cortar até mais rápido, mas a velocidade máxima das máquinas atuais de brochamento limita os resultados. Normalmente lembrando a forma de um

abeto ou incorporando um perfil de ensambladura, os canais de raiz aceitam o pé de encaixe das lâminas da turbina para suportá-las com segurança no lugar. A mandrilagem linear, ou brochamento, oferece o processo mais eficiente e produtivo para produzir esses recursos. Com esse processo, um mandril contendo uma série de dentes remove o metal do disco. Os dentes variam em tamanho e formato, afilando-se progressivamente até que a peça fique no formato final desejado.

É possível aumentar a velocidade de corte em até 400% em aço e em até cinco vezes nas ligas a base de níquel

Grande potencial As vendas da Seco neste segmento continuam a crescer anualmente em relação à geração de energia e nos segmentos aeroespaciais. No futuro, há grande potencial para essa área ainda não explorada e para a instalação principal de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para essa tecnologia na fábrica da Seco em Arboga (Suécia). A equipe de Arboga recentemente concluiu um trabalho sobre a nova variedade de pastilhas de diversos ângulos para adicionar os tipos anteriores de fresas de disco da pastilha e, em breve, lançará uma ferramenta semi-pronta para complementar a fresa sólida Jabro para recursos de acabamento do cortador de abetos. Fonte: CIMM ME

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Inovação

Pollux Automation é case de sucesso de inovação

A

Pollux Automation virou case de sucesso no

acreditam no poder transformador das boas

Edital SENAI SESI de Inovação 2012. A em-

ideias, oferecendo apoio para a promoção

presa foi convidada para participar do novo

de pesquisa, desenvolvimento de processos,

edital (lançado em abril último), devido ao sucesso de

produtos inovadores e tecnologias sociais. A

sua participação através do projeto “Sistemas de Visão

divulgação do material acontecerá através do

Articulado”.

site: www.editaldeinovacao.com.br

O projeto consistiu na junção de duas tecnologias já conhecidas: a robótica e os sistemas de visão. Estas duas tecnologias até então trabalhavam de forma separada, fazendo atividades distintas. A Pollux inovou ao fazer com que robôs simulem a visão humana,

O projeto consistiu na junção de duas tecnologias já conhecidas: a robótica e os sistemas de visão

processem imagens e identifiquem produtos com defeito nas linhas de produção, além de reduzir o tempo de verificação e garantir 100% da inspeção. O Edital SENAI SESI de Inovação valoriza as empresas industriais que

ME


mercado empresarial

gestão

BYOD: segurança

e produtividade são os dois extremos dessa tendência

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uando as empresas começaram a perceber que era caro investir em smartphones de ponta para uso corporativo, notou-se que a melhor saída seria adotar os aparelhos pessoais dos próprios colaboradores. Essa tendência é chamada de BYOD – sigla em inglês para Bring Your Own Device, ou traga o seu próprio dispositivo. Isso significa que os funcionários podem usar smartphones e tablets de uso pessoal para fechar negócios, enviar e-mails em nome da empresa, gerenciar atividades e agendar reuniões. “Esses produtos, que eram vendidos para o consumidor, passaram a ser vendidos para as empresas. Então o usuário, que ficava com dois dispositivos, percebeu que poderia ter apenas um”, afirma Eduardo Siqueira, gerente de canais da Fortinet. A empresa realizou uma pesquisa junto a 3,8 mil funcionários em 15 países e constatou que a segurança das informações empresariais é o maior problema com o BYOD. Segundo o estudo, 42% dos entrevistados afirmam que possíveis perdas de dados, vazamentos de informações sigilosas e outras ameaças virtuais representam riscos constantes. Porém 36% do total não hesitam em burlar as políticas de segurança da empresa quando esta não admite o uso de gadgets individuais para uso no trabalho. O receio dos gestores de TI não carece de fundamentos. Em apenas um aparelho, o funcionário pode acessar redes sociais, contas de e-mails pessoais e profissionais, fazer downloads de aplicativos e, eventualmente, tropeçar em um link malicioso que concede acesso remoto a criminosos virtuais. “Se a empresa tem um dispositivo que não é utilizado apenas para fins corporativos, é preciso gerenciar esses riscos”, aponta Eduardo. Aqui tem início um imbróglio que pode chegar às

portas da justiça se companhia e colaborador não souberem dialogar: o gerenciamento. É justo que a empresa interfira no uso de um aparelho pessoal, controlando a navegação, mesmo quando é a sua reputação que está em jogo? Para Siqueira, a melhor solução é o consenso. “O que tem que acontecer é um acordo entre o colaborador e a empresa: ela permite que o funcionário use o dispositivo, mas este tem que permitir que a empresa exerça o controle. Deve-se estabelecer uma política clara e tudo tem que ser documentado”, destaca. Um estudo realizado pela Trend Micro junto a profissionais de TI nos Estados Unidos, Reino Unido e França mostrou que 47% das empresas que aderiram ao Estudos mostram BYOD, permitindo que os usuários conectassem seus aparelhos à rede que empresas da companhia, sofreram violação estão abertas a de dados. Tudo indica que desemadotar dispositivos penhos desastrosos na adoção do pessoais para uso BYOD, em geral, foram frutos de corporativo, mas ingenuidade das próprias empresas. Tanto que, após o incidente, 45% há questões que das entrevistadas alteraram imediapodem complicar tamente os protocolos de segurança, essa adoção restringindo direitos e permissões de acesso aos dados, e 43% instalaram softwares de segurança. Apesar do problema, apenas 12% das empresas proibiram completamente o uso de aparelhos particulares. Fonte: Eber Freitas/Administradores.com ME

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meio ambiente

PROPOSTA OBRIGA governos a comprar apenas

madeira de reflorestamento


mercado empresarial

meio ambiente

A madeira deve ser oriunda de área reflorestada de forma ambientalmente adequada, socialmente justa e economicamente viável

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stá em análise na Câmara proposta que obriga o Poder Público federal, estadual e municipal a comprar somente madeira de reflorestamento, que pode ser tratada ou não. O Projeto de Lei 3339/12, do deputado Marco Tebaldi, estabelece que essa aquisição poderá ser feita por qualquer modalidade de licitação. A proposta define madeira de reflorestamento como aquela atestada por entidades/instituições certificadoras oficiais, provenientes de reflorestamento autorizado pelo Ibama, oriunda de área reflorestada de forma ambientalmente adequada, socialmente justa e economicamente viável. A madeira tratada deve ter passado por autoclaves, protegida de fungos, insetos (cupins e brocas) e organismos marinhos e ter garantia de 15 anos, além de atender as especificações da ABNT. Consumo sustentável O deputado Marco Tebaldi explica que a proposta é baseada na Agenda 21, elaborada durante o Encontro da Terra – Rio 92 e na Declaração do Rio, que destacam a necessidade de reduzir e eliminar padrões insustentáveis de produção e consumo. Ele reforça que o cuidado com o meio ambiente está previsto na Constituição Federal. “Além disso, diversos

países têm adotado normas que estabelecem sistema de compras pelo Estado por meio de licitações baseadas em regras de respeito ao meio ambiente e à cidadania” afirma. O parlamentar cita o caso dos Estados Unidos, onde existe a obrigatoriedade da aquisição, pelo Estado, de materiais reciclados, como o papel, óleos lubrificantes re-refinados, pneus reaproveitados. O projeto está apensado ao PL 1292/95, do Senado, que trata de tema semelhante e tem prioridade. Essa proposta e várias outras apensadas já foram aprovadas pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Finanças e Tributação (inclusive no mérito). As propostas ainda serão analisadas pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (inclusive no mérito), antes de serem votadas pelo Plenário. ME

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meio ambiente

São Paulo consome mais de 100 vezes o volume de recursos naturais que repõe

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cidade de São Paulo é uma enorme importadora de ar puro, área verde e água limpa. Ela drena 100 vezes mais recursos naturais do que consegue produzir. É como se os paulistanos consumissem a capacidade de renovação da natureza de mais da metade do Estado e partes significativas dos Estados vizinhos, habitantes de uma área 390 vezes maior que a capital paulista. A conclusão é de um estudo divulgado na A conclusão é de Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolum estudo divulvimento Sustentável, realizada em junho último, gado na Rio+20 no Rio de Janeiro. O projeto da ONG WWF, feito em parceria com o Estado e o município de São Paulo, mediu a pegada ecológica do paulistano e paulista médios. “Para ser autossuficiente em hectares ecológicos, a cidade precisaria abarcar metade do Estado, mais pedaços do Rio de Janeiro, do sul de Minas e parte do Paraná”, afirma Michael Becker, coordenador do programa Cerrado-Pantanal da WWF Brasil, que apresentou o estudo.O objetivo da WWF com o estudo é incorporar às estatísticas de governo um indicador econômico consistente que

leve em consideração o impacto ambiental. “A gente precisa inserir os recursos naturais em uma lógica econômica, que oriente o consumo e as cadeias produtivas”, diz Becker. Segundo ele, as 21 cidades brasileiras que firmaram compromisso com a Carta Rio para Sustentabilidade, a ser lançada também durante a Rio+20, estão conscientes da importância da pegada ecológica como instrumento para a formulação de políticas públicas. “As cidades precisam abrir o olho para isso; você só valoriza o que mede.” A composição da pegada A pegada ecológica, medida em “hectares globais”, corresponde ao volume de recursos renováveis necessários para sustentar os hábitos de consumo e estilo de vida de uma pessoa. Um hectare global corresponde à produtividade média de um hectare de terra e água no mundo. Fonte: UOL Meio Ambiente ME


meio ambiente

mercado empresarial

Energia eólica Biofiltro tenta diminuir deve alcançar 70 emissão de metano em milhões de brasiaterros sanitários leiros até 2016

C A energia gerada pelos ventos se torna um fenômeno mundial e ganha espaço no Brasil. A fonte de energia que mais cresce no mundo mudou a paisagem de várias cidades da Europa, dos Estados Unidos e até da China. Somente no ano passado, o país asiático investiu o equivalente a uma hidrelétrica de Itaipu em energia eólica – segundo o G1. O fenômeno mundial também chegou ao Brasil e, pelo jeito, veio para ficar. Em apenas 10 anos, o país expandiu sua capacidade instalada em 65 vezes: hoje temos quase 1000 aerogeradores espalhados por 71 parques eólicos, o suficiente para abastecer com energia limpa e renovável quase 12 milhões de pessoas. A expansão do mercado tornou o preço competitivo e a energia eólica é muito mais barata hoje do que já foi. E sem subsídios: “O vento no Brasil é forte, constante e sem rajadas. É um dos melhores do mundo e isso nos favoreceu em termos de produção. Estamos produzindo a energia eólica mais barata do mundo”, afirmou ao G1 Elbia Melo, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica. Até o ano de 2016 a energia gerada pelos ventos deve estar disponível para 70 milhões de brasileiros: “O Brasil é um país renovável e sempre investiu em hidrelétrica porque é a fonte mais barata. Só que o progresso tecnológico associado às maravilhosas condições de vento que temos e à crise internacional explicam a entrada tão virtuosa da energia eólica na nossa matriz”, complementou Elbia. ME

ientistas da USP (Universidade de São Paulo) estão testando um sistema de biofiltros na tentativa de diminuir a quantidade de gás metano (CH4) lançado na atmosfera por aterros sanitários. A nova técnica consiste em lançar uma cobertura de bactérias no aterro. As bactérias filtram o CH4 produzido pelo lixo, transformando o gás poluente em água e gás carbônico. O processo biológico de oxidação do metano diminui até 50% a emissão do gás de efeito estufa. O teste está sendo feito no Aterro Sanitário de Campinas, a 85 quilômetros da capital paulista. “A ideia é estudar qual

Filtro de bactérias

a eficiência desse processo para que ele possa ser usado na cobertura de aterro de resíduos sólidos, seja ele sanitário ou não”, explica o professor Fernando Marinho, coordenador da pesquisa. Segundo ele, a solução pode ser adequada sobretudo para diminuição das emissões de poluentes em lixões, tendo em vista que, mesmo desativados, eles continuam a produzir gases - o metano é um gás de efeito estufa 21 vezes mais potente do que o CO2 (gás carbônico). O pesquisador esclarece que o processo biológico de oxidação do metano foi descoberto há anos e já é amplamente difundido. A novidade dos estudos brasileiros está na aplicação da tecnologia em campo, onde se espera uma redução da emissão de metano entre 20% e 50%. “A maioria dos estudos era feita em laboratório. Iniciamos em 2004, juntamente com uma universidade canadense, os estudos em campo”, disse Fernando. Fontes: Inovação Tecnológica/ Agência Brasil ME

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sustentabilidade

ENVELOPAMENTO DO ESTÁDIO OLÍMPICO DE LONDRES SERÁ REAPROVEITADO DE FORMA SUSTENTÁVEL Tecnologia avançada e parcerias estratégicas permitirão o reuso do envelopamento Estádio Olímpico para o Rio de Janeiro, Uganda e Reino Unido

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om o fim dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o icônico envelopamento que circunda o Estádio Olímpico da cidade será transferido. A Dow Chemical Company (Nyse: Dow), a Companhia Química Oficial dos Jogos Olímpicos, anunciou que está trabalhando em parceria com a empresa de reciclagem Axion Recycling, com base no artigo 25 referente ao desenvolvimento solidário, para redirecionar toda a estrutura de envelopamento do estádio. De acordo com a empresa, os painéis têxteis do envelopamento serão encaminhados para projetos de reciclagem e reuso do Reino Unido, assim como para estruturas de abrigo para crianças em zonas de risco no Rio de Janeiro e Uganda. Durante o ano passado, a Dow e seus parceiros desenvolveram o material inovador que constitui o envelopamento do estádio após extensa série de testes de aplicação e possibilidades de utilização do material após os Jogos. A empresa desenvolveu o material para atender a certificação Locog (Código de Sustentabilidade e diretrizes de materiais). A tecnologia de elastómeros da Dow possibilitou um invólucro de combinação única com flexibilidade, alto desempenho e tecnologia contra incêndios. Toda a estru-

tura, incluindo cabos de aço e equipamentos, é responsável por menos de um por cento (<0,5%) de toda a pegada de carbono do estádio, sendo assim, uma solução de baixíssimo consumo de carbono para todo o acabamento de uma das principais estruturas dos Jogos de Londres. “Nós fomos capazes de concluir em um ano o desenvolvimento da tecnologia Dow para este novo material responsável pelo acabamento do estádio olímpico e que acabou se tornando uma das estruturas mais proeminentes dos Jogos de Londres 2012”, explica George Hamilton, vicepresidente global de Operações Olímpicas da empresa. A Dow trabalhou com o UK BRE (Building Research Establishment) para a seleção dos projetos que seriam beneficiados com o reaproveitamento das estruturas do envoltório após os Jogos. Para uma boa triagem, o BRE levou em conta vários fatores, tais como geração de resíduos, reprocessamento, desafios técnicos e tempo de uso. ME


sustentabilidade

mercado empresarial

Casa de plástico mostra quatro tecnologias

sustentáveis

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Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) reapresentou, durante a 64ª Reunião Anual da SBPC, a casa de plástico. A construção já havia feito sucesso na Expo Brasil Sustentável, feira da instituição que integrou a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho deste ano. Com 35 metros quadrados, a casa de plástico, criada pela empresa Protensão Impacto, contém quatro inovações sustentáveis: o jardim vertical, chuveiro híbrido, bancos ecológicos e algodão agroecológico. Na varanda fica o jardim vertical da Favo Verde, produto em formato de colmeia, feito em fibra de coco prensada, capaz de fixar vegetação plantada no sentido vertical e formar uma espécie de tapete verde. Sua utilização melhora o microclima das cidades, pois além de ser um isolante termo-

acústico, as plantas absorvem o gás carbônico, liberam o oxigênio e diminuem a temperatura ambiente. Além do jardim, a parte externa da residência sustentável apresenta bancos de Jardim vertical, chuplástico ecológico produzidos pela Cetrel. veiro híbrido, bancos Já no banheiro, está exposto o chuveiro ecológicos e algodão híbrido da Exatron, que pode ser utilizado em conjunto com aquecimento tradicional agroecológico ou solar, proporcionando economia de energia e água. O chuveiro híbrido possui quatro programas de temperatura, temporizador de sinalização, controle remoto e uma tela para mostrar o consumo de água, a vazão e o tempo do banho. Por fim, no quarto, há produtos à base de algodão colorido agroecológico desenvolvidos a partir de pesquisas realizadas pela Embrapa Algodão. Fontes: Finep/Inovação Tecnológica ME

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pesquisa

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The Future Report Food investiga o futuro dos alimentos no mundo Setor deve faturar US$5,9 trilhões em 2014

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Paulo Al-Assal, CEO da Voltage

m um mundo onde há 7 milhões de bocas a serem alimentadas não chega a ser surpreendente que a indústria alimentícia viva uma expansão vertiginosa. Até o final de 2014, o setor deve faturar US$ 5,9 trilhões – um crescimento de 37,2% em relação a 2009. Em contrapartida, a turbulência econômica, geopolítica e ambiental da nova década traz desafios significativos para os produtores de alimentos, varejistas e marcas. Segurança alimentar, sustentabilidade e a preocupação do consumidor em adquirir produtos saudáveis se tornaram fatores críticos para o mercado. O crescimento dos produtos artesanais e os prós e contras do abastecimento local também são tópicos que têm causado impacto na forma do homem consumir alimentos. A análise de tendências de consumo e produção de alimentos é a base do estudo The Future Report Food – produzido pelo The Future Laboratory em parceria com a Voltage, agência produtora de Human Insights e Tendências aplicados aos negócios e às estratégias dos clientes. A pesquisa The Future Report Food integrou a palestra de Paulo Al-Assal, CEO da Voltage e um dos principais especialistas brasileiros em tendências, no TEDx Campos – realizado em junho último, no Grande Hotel Campos do Jordão/Hotel-escola do Senac. Com o tema Alimentação do Futuro, o TEDx Campos seguiu os mesmos moldes dos TED globais, cuja proposta é divulgar ideias inovadoras de grandes pensadores do nosso tempo. A questão alimentar com certeza será uma das principais a conduzir o século 21, presente na base dos movimentos sociais e geopolíticos. A segurança

alimentar, por exemplo, esteve no coração da revolução de 2011 no Egito. Como resultado, mais e mais pessoas querem ter controle sobre a forma com que os alimentos são produzidos e consumidos. Há necessidade de aumentar a produção de alimentos com preços mais acessíveis; há uma demanda por maiores níveis de transparência no processo de produção, sobretudo nos geneticamente modificados. Quando a análise abarca as tendências, em países como China e Índia, embora os consumidores adotem um estilo de vida ocidental no tocante à alimentação, as marcas devem atentar para aspectos e gostos locais, especialmente porque o consumidor contemporâneo mostra interesse no convívio social. Do lanche hiperconectado da Geração D ao Rubarnism artesanal, o estudo The Futures Report Food mostra que a forma de se relacionar com a alimentação tem mudado ao longo dos séculos. Hoje, as populações dos países ricos e dos emergentes têm exercido importante pressão em prol da sustentabilidade de todo o processo de produção de alimentos. O estudo aponta que a sustentabilidade será uma preocupação não apenas dos países ricos, mas dos emergentes. “Em um futuro próximo, o grau de sustentabilidade no processo de produção de determinada marca ou produto será uma espécie de rótulo que define a ética. Além disso, a demanda alimentar originada de populações crescentes e das economias emergentes deve impulsionar o desenvolvimento da biotecno-


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logia agrícola. Na prática, o desenvolvimento de alimentos funcionais e mais saudáveis vai romper o preconceito de consumidores contra alimentos geneticamente modificados”, afirma Paulo Al-Assal. Há, inclusive, estudos consistentes, ressalta o executivo, para a produção de alimentos livres de alérgenos como o glúten – produtos que devem auxiliar a alimentação de portadores da doença celíaca. O mercado global de alimentos funcionais deve faturar, em 2014, US$ 29,8 bilhões; aumento de 22,8% em relação a 2010. O Japão – maior mercado consumidor de alimentos funcionais – deve faturar US$ 11,3 bilhões em 2014; nos Estados Unidos, as vendas devem crescer 20,7% no mesmo período, chegando a US$ 9,1 bilhões. De acordo com Al-Assal, a população mais idosa está mais consciente do impacto da dieta alimentar na saúde e é justamente essa parcela da população que está fazendo o mercado de funcionais crescer. Na China, as mudanças demográficas tornaram-se um poderoso motor de vendas de alimentos funcionais. Produtos a base de ervas medicinais com propriedades terapêuticas se tornaram sucesso de vendas. Mercados emergentes Os consumidores de mercados emergentes como os que integram o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e os MAVINS (México, Austrália, Vietnã, Indonésia, Nigéria e África do Sul) têm alterado padrões de consumo mundiais de alimentos. Países como Índia e China se tornaram mais ocidentalizados e passaram a consumir mais carne. Marcas como a KFC incluíram produtos locais em seus menus para

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agradar consumidores locais – na Índia, por exemplo, a pizza Dominó oferece produtos com queijo paneer e keema; no Brasil, a Nestlé passou a investir na venda porta a porta; o Nestlé até Você criou um supermercado flutuante para atender comunidades distantes dos grandes centros. Nos mercados emergentes nota-se um crescente aumento de jovens que têm consumido doces e chocolates. No BRIC, o mercado de confeitaria deve alcançar um faturamento de US$ 27 bilhões em 2014. O mesmo crescimento não ocorre na Europa e nos Estados Unidos. No Reino Unido, por exemplo, as vendas de chocolate cairam 1,3% em 2010 e a tendência é que caiam ainda mais por conta da preocupação da população em controlar a ingestão de calorias. Novos consumidores & tendências Dados demográficos mostram que as mudanças comportamentais influenciam na relação do consumidor com o alimento. Do lanche do hiperconectado integrante da Geração D ao Rurbanismo artesanal, passando polos Neo-Boomers. Entre as tribos, o estudo destaca o Foodies DIY e Rurbanites. Entre as tendências detectadas, o estudo traz a Conviviality Culture (cultura do convívio) em resposta à recessão global. Para dar mais significado às vidas e cortar custos, as famílias optam por refeições em casa e têm utilizado a tecnologia em favor desse objetivo. Conectados, buscam nas redes sociais formas de compartilhar compras coletivas de alimentos e de preparo. Mais conscientes do papel da alimentação na sociedade, as pessoas têm criado rituais – quase teatrais – de consumo. A tendência Revivalist, por exemplo, mostra que os consumidores estão em busca de uma “âncora” para lidar com esses tempos turbulentos e veem nas antigas receitas uma forma de conforto afetivo; estão “revivendo” de maneira nostálgica a alimentação. Alimentar-se com três refeições diárias é uma forma de buscar a segurança de antigos tempos. Algumas tribos rejeitam a frieza do mundo contemporâneo e estão buscando inspiração em modos rurais de viver; formas similares às dos avós. Nesse contexto, norte-americanos passaram a frequentar restaurantes que resgataram o preparo dos alimentos, inclusive, investindo em receitas clássicas. As experiências de convívio também são buscadas por uma nova geração de consumidores. Alguns chefs nórdicos, por exemplo, estão trabalhando com jantares experimentais cercados de rituais dramatúrgicos e de novas formas de oferecer experiências diferentes. O novaiorquino What Happens

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When, altera mensalmente o menu, a música e o design do interior do restaurante, criando uma aura de autenticidade. As embalagens também sofreram influência da tendências e inúmeros produtos têm investido em antigos layouts. Na tendência Hometelligence vemos que a recessão global transformou o jantar em casa uma maneira muito popular de se alimentar e controlar os gastos. Nos Estados Unidos, 45% das famílias limitaram os jantares fora de casa – uma forma de gastar, também, menos gasolina. O impacto positivo se deu na indústria de livros; as vendas de livros de receitas cresceram 4% em 2010. No Reino Unido, as vendas de cook books aumentaram 8% entre 2010-2011 – destaque para o chef Jamie Oliver que já vendeu 1,2 milhão de cópias. A tendência causou impacto também na indústria de eletrodomésticos. A Electrolux, por exemplo, lançou uma geladeira com painel de touchscreen para acionar 600 receitas. Enquanto a Geração D (digital, nascidos entre 1995 e 2002) está usando a web para compartilhar experiências gastronômicas, receitas, ingredientes e sabores globais, e aprendendo novas técnicas de cozinhar, os Neo-Boomers estão usando o rendimento disponível para comer melhor, comprar alimentos naturais e funcionais. Os Foodies DIY, por sua vez, estão criando uma nova cultura de experimentação na cozinha; têm se conectado por pessoas de perfil similar na web e criado pratos que trazem muito da história interpessoal. Neo-Boomers & Foodies DIY Uma nova geração de baby boomers tem investido em uma dieta saudável por meio de alimentos funcionais. Alimentos sem glúten, snacks vitaminados e produtos naturais são os preferidos desses consumidores para os quais a idade é um estado de espírito. Com mais dinheiro e tempo, essa geração consegue fazer as três refeições diárias e gasta, semanalmente, cerca de US$ 125 em supermercados (gasto individual). Mais preocupados com o colesterol e pressão arterial, adquirem alimentos saudáveis e vitaminas. Para os neo-boomers, comer é uma oportunidade de se divertir. Alimentos funcionais que promovem saúde, bem-estar, energia e que têm efeitos antienvelhecimento estão na lista diária dessa geração. Os Foodies DIY estão produzindo uma nova cultura de gastronomia por meio do compartilhamento de informações on-line, criação de sites com informações sobre produtores rurais, marcas e produtos diferenciados. Hiperconectada, essa geração cria novas receitas a partir de antigas; reinterpreta sabores antigos e tem real entusiasmo em experimentar formas diferentes de se relacionar com os alimentos. Cozinheiros amadores e autodidatas, navegam na internet em busca de informações e ditam tendências que unem o simples e o sofisticado. A situação da saúde em cada país também é um fator que determina tendências. Em países da Europa e Estados Unidos, os consumidores exigem cortes na gordura, açúcar e teor calórico; em outras localidades, a demanda é pela aquisição de suprimentos produzidos de forma ética e orgânica. Os superalimentos estão conquistando novos consumidores interessados em aliar alimentação e saúde. O mercado de snacks também vive momentos de expansão – um impacto que é resultado do aumento de horas


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dedicadas ao trabalho. O mercado global deve chegar a US$ 334 bilhões em 2015; em países como Brasil, China, Índia, México e África do Sul, os snacks representarão um mercado de US$ 15,7 bilhões em 2014. Segundo Paulo AlAssal, para consolidar o crescimento a indústria tem se adaptado a novos padrões de consumo. “Em um ambiente cada vez mais avesso ao sal, as vendas de salgadinhos nos Estados Unidos cresceram 18,4% entre os produtos com redução de sódio”, detalha. Orgânicos A indústria mundial de orgânicos deve faturar, em 2015, cerca de US$ 104,5 bilhões. É claro que ainda existe a percepção de que o produto orgânico in natura é caro, mas a percepção de que é aliado da boa saúde tem rompido barreiras. “Há uma questão interessante em relação aos orgânicos. Hoje, o consumidor quer que além de ser orgânico, o orgânico tenha elevados padrões éticos. Ou seja, que haja ética em todo o processo de produção e comercialização; que o produto esteja ligado à sustentabilidade e crescimento de economias locais. Com tais atributos, a percepção de que se paga mais por um produto diferenciado – e aliado a valores éticos – consolida novos atributos ao produto. Passa a valer a pena pagar mais”, avalia Al-Assal. Com o alinhamento de padrões de produção ditados pela Federação Internacional de Agricultura Orgânica estão sendo estabelecidas normas que unem sustentabilidade, justiça, cuidado, ecologia e saúde. As marcas orgânicas também estão agregando valor aos produtos com características extra – nos Estados Unidos, lácteos da marca Horizon Organic contêm derivados de Ômega 3. O país tem uma excelente aceitação de produtos com esse perfil; os consumidores serão responsáveis, em 2012, por um consumo de produtos cultivados localmente, movimentando US$ 7 bilhões. A pesquisa destaca que no Brasil os alimentos orgânicos são vistos como ”chiques” e são servidos, também, em hotéis de luxo. “No mundo inteiro, os orgânicos crescem anualmente cerca de 30%; no Brasil, têm crescido 40% nos últimos anos”, afirma Paulo Al-Assal. De volta à terra e os novos congelados Há uma tendência clara sobre o interesse de britânicos em produzir o próprio alimento. No Reino Unido, um em cada cinco consumidores planta vegetais para consumo próprio. “As pessoas estão cada dia mais interessadas em se

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envolver proativamente na cadeia alimentar, na produção de alimentos primários. Do mesmo modo que há décadas os britânicos cultivavam rosas, hoje os jardins passam a ter espaço para hortaliças”, avalia Paulo Al-Assal. Em contrapartida, o mercado mundial de congelados também vive um período de crescimento acentuado, chegando a US$ 211,5 bilhões em 2015. Na Ásia Pacífico e América Latina, as frutas e vegetais congelados devem liderar o crescimento de consumo. Para atrelar atributos de saúde aos alimentos congelados, as marcas têm lançado mão da tecnologia. No Reino Unido, uma marca lançou sacos tamanho família de legumes que apresentam um “selo de valor”, ou seja, garante que o preparo no vapor retém as vitaminas dos alimentos. Com mais informações e ferramentas on-line de pesquisa, os consumidores são mais exigentes e pesquisam muito antes de comprar. “Na Europa, por exemplo, vemos uma geração de consumidores que buscam conveniência de maneira ampla. Então, as marcas tendem a reduzir a gama de produtos oferecidos, focando nos essenciais – uma tentativa concreta de ser ágil e eficiente. Esse consumidor quer comprar um número reduzido de produtos que resolvam as necessidades diárias. Há o anseio por uma vida mais simples, descomplicada”, detalha Al-Assal, acrescentando que o consumidor – em especial o norte-americano e europeu – está fascinado pela procedência da alimentação. “Eles querem saber de onde vem o produto alimentício adquirido e, sobretudo, a história da empresa. Alguns varejistas têm investido, inclusive, em exposições interativas e educacionais destinadas a aproximar o cliente do processo de produção”, finaliza. ME VOLTAGE - Criada em 2005, a Voltage nasceu da ideia de energizar as marcas. O ponto de partida foi a crença de que para conferir energia às marcas é necessário entender profundamente os indivíduos, para inspirá-los. Com uma equipe multi e transdisciplinar, a Voltage é uma agência produtora de Human Insights e Tendências aplicados aos negócios e às estratégias dos clientes. Por meio de metodologias próprias, parcerias internacionais e uma visão acadêmica, busca compreender profundamente o mundo em que vivemos, as mudanças culturais na sociedade contemporânea e os condutores que irão moldar o comportamento das pessoas. Mais que isso, transforma esse entendimento em inspiração e orientação para as empresas, com foco na aplicabilidade desse conhecimento para a inovação.

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dicas de leitura

CNC - PROGRAMAÇÃO DE COMANDOS NUMÉRICOS COMPUTADORIZADOS – TORNEAMENTO Objetivando atender às necessidades do mercado, o autor criou uma obra de nível técnico, com uma linguagem simples e prática. Aqui são abordados os sistemas de programação de alguns comandos CNC mais utilizados no mercado, visando contribuir com o aumento da mão-de-obra especializada em torneamento. Os principais tópicos são: Coordenadas cartesianas e sistema de coordenadas, Introdução à programação, Funções preparatórias e auxiliares, Definição das funções preparatórias, Trigonometria aplicada, Definição do sistema de medidas, Compensação de raio de corte, Informações tecnológicas e estrutura de programação, Fluxogramas de programação, Ciclos fixos, Exemplos de programação e Ferramentas. Autor: Sidnei Domingues da Silva Editora: Erica / 2006 Número de páginas: 312

AÇOS INOXIDÁVEIS PLANOS O objetivo desta obra é atender a demanda crescente por informações e conhecimentos sobre aço inoxidável no Brasil. Os aços inoxidáveis são uma classe especial de aços com grande resistência à corrosão, sendo muito utilizados em nosso dia a dia - desde instrumentos cirúrgicos hospitalares até os talheres presentes em nossas mesas. Aqui o leitor interessado no assunto encontrará o conceito de aço inox, a sua classificação por famílias, as suas propriedades mecânicas e características quanto à conformação, soldagem, manuseio e estocagem. Também são apresentadas as principais aplicações do inox e suas formas de produção. Autor: João Paulo Sarmento Porto Editora: Unisinos / 2011 Número de páginas: 168

SELEÇÃO DE MATERIAIS NO PROJETO MECÂNICO - 2012

INTRODUÇÃO À METALURGIA E AOS MATERIAIS METÁLICOS

Este livro desenvolve um procedimento sistemático para selecionar materiais e processos, com o objetivo de melhor atender aos requisitos de um projeto. Apresenta recursos únicos e inovadores, além de ser original no modo de estruturar as informações que contém, pois oferece rápido acesso a dados e permite ao usuário grande liberdade na exploração de escolhas potenciais. Escrito para estudantes de graduação e pós-graduação em Engenharia, é um clássico na área, adotado em diversas faculdades em todo o mundo.

A obra apresenta os principais materiais metálicos utilizados nos projetos de engenharia, com suas características e propriedades previstas nas principais normas de especificação e orientar a seleção destes materiais. Sua leitura é indicada, também, para avaliação de integridade de equipamentos e instalações onde, através do conhecimento das características e propriedades, se possa tomar medidas para manter as instalações industriais com elevado nível de confiabilidade operacional.

Autor: Michael F. Ashby Editora: Campus / 2012 Número de páginas: 696

Autores: Laerce de Paula Nunes; Anderson Teixeira Kreischer Editora: Interciência / 2010 Número de páginas: 350


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FCC apresenta modificador de impacto para plástico reciclado A tecnologia devolve a elasticidade e resistência típicas desse material

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Grupo FCC está produzindo e já colocou no mercado um elastômero termoplástico que modifica as propriedades mecânicas do plástico reciclado, deixando-o mais resistente. Com o Fortiprene TPE podem-se produzir peças a partir de plástico recuperado com características semelhantes as do plástico virgem. A tecnologia, que restaura os atributos físicos do plástico, devolve a elasticidade e resistência típicas deste material. A matéria-prima ajuda ainda a evitar quebras tanto na conformação, moldagem do plástico por pressão e calor, como no desmolde, manuseio e transporte das peças produzidas com o aditivo. O diretor de termoplásticos da FCC, Julio Schmitt, lembra que “nossa matériaprima poderá auxiliar na composição do preço final das indústrias de peças técnicas, porque elas poderão fazer uso de materiais reciclados, mantendo a segurança e a resistência do material nobre”. Segundo o executivo, Fortiprene TPE permite também aprimorar as propriedades do plástico

virgem, evitando trincas e quebras durante o processo e permitindo utilizar espessuras menores sem a perda de sua resistência. Com 43 anos de experiência, o Grupo FCC é considerado o maior e mais diversificado fabricante de elastômeros termoplásticos da América Latina e um dos líderes globais em tecnologia de adesivos base d’água. Com matriz em Campo Bom/ RS, a empresa tem unidades produtivas também em Jacuípe/BA, Morada Nova/ CE, Canelones no Uruguai, e em Rosário na Argentina, contando também com um centro de distribuição em São Paulo/SP e em Shenzhen, na China. ME

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Makino apresenta novos Centros de Usinagem Vertical F5: alta rigidez e velocidade em processos de usinagem sem vibração

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íder mundial em centros de usinagem CNC avançado, a Makino está expondo pela primeira vez em feira no Brasil (na Usinagem 2012) o Centro de Usinagem Vertical F5, série que foi projetada para proporcionar alta rigidez e velocidade em processos de usinagem sem vibração, agilidade no fresamento de materiais com alta dureza, alta precisão para tolerâncias limitadas e combinações típicas de geometria de contorno 3D complexas, associadas à fundição/moldagem e produção médica. A Série F é composta por dois modelos - o F3 e o F5. “O projeto da máquina começa com uma configuração de eixo único – sem componentes em balanço - e incorpora uma estrutura superdimensionada que proporciona uma plataforma de usinagem robusta. Depois, integra fusos de esfera recirculantes com passo de 8 mm e régua de posicionamento com escala de 0,05 mícron – proporcionando precisão superior. Até mesmo os servo-sistemas são ajustados para o máximo desempenho. Juntas, essas características reduzem a variabilidade para horas de usinagem contínua e tolerância limitada”, afirma William Howard, gerente de produto em usinagem vertical da empresa.

dade e redução de investimento de capital. Apresentam design comprovado em campo com tecnologias-chave de diversas máquinas de produção mais confiáveis. Sua estrutura rígida, estabilidade térmica e fuso versátil são ideais para várias aplicações, incluindo nas áreas aeroespacial, automotiva, médica e outras aplicações de fabricação de pequenos componentes. A Makino é representada oficialmente no Brasil pelo Grupo Bener. ME

Centro de Usinagem Vertical PS 95

A Makino está expondo também o PS95. A máquina apresenta cursos de eixo X, Y e Z de 920 mm, 510 mm e 460 mm, respectivamente; mesa de 1.170 mm x 510 mm; e carga de trabalho máxima de 800 kg, equipado de fábrica com trocador automático de ferramentas com capacidade para 30 ferramentas, de fácil acesso e altamente confiável (capacidade para 50 ferramentas opcional disponível). As máquinas da Série PS da empresa são o novo padrão em centros de usinagem vertical para usinagem de produção, proporcionando redução no tempo de ciclo, aumento da produtividade, melhoria na quali-

PS95: qualidade com redução no tempo do ciclo e aumento de produtividade


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O novo Romer Absolute Arm: 23% mais preciso

Torno automático CNC TNG 42 da Ergomat alia precisão e flexibilidade O torno automático CNC modelo TNG 42 da Ergomat conquistou o mercado das indústrias de manufaturas por seu projeto arrojado e reconhecidamente eficaz. Tipo gang, veio para revolucionar os trabalhos seriados de precisão, principalmente quando se exige flexibilidade com set-up rápido. O produto vem tendo a mesma boa receptividade que outros produtos da empresa: o Torno Universal CNC TND 200 com ferramentas acionadas, que reúne modernidade, rigidez, alta produtividade, ergonomia e que surpreende pelas inovações tecnológicas integradas ao projeto construtivo; e o tradicional torno automático A25, em conformidade plena com a norma regulamentadora de segurança NR12 – assim como o torno de cabeçote móvel SB20, da representada STAR, ideal para peças de alta complexidade, para o segmento de implantes dentários e componentes para medicina. ME

Projeto arrojado conquistou setor de indústrias de manufaturas

A Hexagon Metrology lança o braço de medição portátil mais preciso que fabricou até hoje. Trata-se do novo Romer Absolute Ar m, ag ora com exatidão 23% maior que as versões anteriores, graças ao aprimoramento no desenho. Com valores de repetitividade de pontos de 0,016 mm, o produto está disponível em sete tamanhos, desde 1,5 m a 4,5 m. Com o novo equipamento, a Hexagon Metrology apresenta também o SmartLock, mecanismo de trava que mantém, sem perigo, o braço em sua posição de repouso para uma segurança agregada. Além disso, os usuários podem travar o braço em qualquer posição intermediária para a medição de lugares estreitos. A empresa apresenta ainda uma nova variante do produto específica para aplicações de inspeção de tubos, que apresentam um volume de medição de 2,5 ou 3,0 m, um amortecedor de gás especial e um suporte de medição de tubos para fazer com que a medição de tubos e mangueiras seja a mais simples possível. A Hexagon Metrology é parte do Grupo Hexagon AB, que detém marcas da metrologia, tais como Brown & Sharpe, Cognitens, DEA, Leica Geosystems (Divisão de Metrologia), Leitz, m&h Inprocess Messtechnik, Optiv, PC-DMIS, Quindos, Romer e Tesa. ME

A nova versão do braço de medição portátil da Hexagon Metrology oferece maior exatidão e a tecnologia SmartLock

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Arsystem traz para o Brasil linha de brocas anelares

Armo do Brasil lança nova linha de produtos na categoria Solda e Corte Tecnologia inversora permite alta precisão, melhor acabamento, além de menor custo de energia

A Arsystem Ferramentas e Automações, de Caxias do Sul (RS), está trazendo Capacidade de reuma nova linha de ferramentas para o duzir em até 75% Brasil. Trata-se das brocas anelares 3kea energia mecânica ego, da Shajeng Hardware, de Taiwan, utilizada com dentes de rápido escoamento de cavaco que garantem grande capacidade de corte em materiais duros, como aço, ferro fundido, inox. Segundo a empresa, trata-se de um conceito diferenciado em brocas com corte anelar, capazes de reduzir em até 75% a energia mecânica utilizada em comparação às brocas helicoidais. Complementando essa linha, a Arsystem apresenta ao mercado furadeiras eletromagnéticas precisas e rápidas, especiais para utilização do modelo de broca anelar. A Arsystem, que começou suas atividades em 1.999 com componentes para automação pneumática, diversificou a linha e hoje conta com produtos das áreas de usinagem, abrasivos, polimento, automação pneumática, químicos, ferramentas pneumáticas, elétricas e acessórios. No total, são mais de 15 mil itens, incluindo uma marca própria de ferramentas para o setor de refrigeração. Além da matriz em Caxias do Sul, a empresa conta com filiais em Novo Hamburgo e Erechim, no Rio Grande do Sul e Joinville (SC). ME

A Armo do Brasil, empresa especializada no comércio de suprimentos para manutenção industrial como abrasivos, adesivos, borrachas, plásticos industriais, e mangueiras, coloca no mercado brasileiro as máquinas para solda MIG, TIG e MMA da empresa italiana Telwin. Os equipamentos se diferenciam pela tecnologia inversora, que permite alta precisão, melhor acabamento, menor custo de energia, e melhor desempenho e ergonomia pelo fato de serem mais leves que os convencionais. Outra característica é a baixíssima manutenção desses equipamentos. A Armo introduziu ainda, na sua linha de itens para manutenção industrial, os consumíveis de solda e corte com acessórios mais resistentes e funcionais para oxicorte e plasma e as varetas e arames importados para aço inoxidável. E também o CC Grind Solid, da marca alemã Pferd, para desbaste de material com alto arranque, um produto leve, de elevada performance e baixo consumo. A Armo do Brasil está no mercado há 15 anos. ME


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O endereço certo do cabo de aço Empresa do ramo de cabos de aço, laços de cabos de aço e acessórios para movimentação, elevação e amarração de cargas, atendendo aos segmentos de Siderurgia, Automobilismo, Mineração, Construção Civil, Off-shore e outros. Nossa sede, localizada no bairro de Pirituba, em São Paulo (SP), dispõe de 3 mil metros quadrados e conta com a colaboração de 30 funcionários, sempre empenhados em atender da melhor maneira possível seus clientes. Com grande experiência na fabricação de laços, a Cabos de Aço São José atua no mercado como fabricante de laços de cabo de aço conforme as normas NBR 11900 e NBR 13541 e revenda de Cabos de Aço, Cintas de Poliéster, Correntes - grau 8 e Acessórios para movimentação de carga. Distribuidora autorizada dos cabos de aço marca CIMAF (ISO 9002), um dos maiores fabricantes da América Latina. A Cabos de Aço São José fabrica os mais variados tipos de laços, nos diâmetros de 1/4” (6,4mm) a 3” (77mm), atendendo todo o território nacional.

Para se destacar no mercado, a Cabos de Aço São José investe no cumprimento dos prazos de forma rígida, contando sempre com a alta qualidade e confiabilidade dos produtos que produz e revende. Com larga experiência no mercado e contando com profissionais altamente treinados e qualificados, a Cabos de Aço São José também oferece a seus clientes, assistência técnica e apoio aos usuários de seus produtos. Atualmente a empresa está direcionando seu foco no crescimento da indústria naval e na abrangência do mercado de cabos e acessórios com grande capacidade de elevação. É importante frisar que a Cabos de Aço São José possui também em seu estoque, as Cintas de Poliéster do tipo SLING nos mais diversos tamanhos, Correntes em grau 8 e galvanizadas Cabos de Aço São José Tel: (11) 3908-0515 • Fax: (11) 3904-2148 www.cabossaojose.com.br

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MÁXIMA POTÊNCIA EM FORÇA HIDRáULICA “Durazzo & Cia. Ltda. iniciou suas atividades

desenvolve projetos e presta assistência técnica na área

em maio de 1963 no bairro de Santo Amaro em

hidráulica trabalhando com cilindros, bombas, extratores,

São Paulo, atuando no segmento de Assistência

separadores de flanges, chaves de torque, corta porcas e

Técnica em equipamentos de lubrificação, lavagem

demais ferramentas hidráulicas exclusivamente da marca

e ar comprimido utilizados em postos de gasolina,

ENERPAC ³USA² ISO 9001.

concessionárias de veículos, frotistas, indústrias, oficinas mecânicas, construtoras, e etc. Em 1967, transfere-se para Moema, também em São Paulo e, além de assistência técnica, passa a comercializar todos os itens aos quais prestava serviços. Em 1979, inaugura sua filial de Foz do Iguaçu passando a atender o mercado do Paraguai. Em 1982, inicia a comercialização dos equipamentos hidráulicos de alta pressão Enerpac que logo tornou-se a principal linha da empresa. Hoje a Durazzo & Cia. Ltda. importa, distribui,

Durazzo & Cia Ltda Tel: (11) 5090 07 11 www.enerpacdurazzo.com.br


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SOLDAS ESPECIAIS, UM BEM NECESSÁRIO A Dragão Soldas é uma Empresa Nova, porém com profissionais especializados e com mais de 25 Anos de Experência. Em uma importante reunião Edgard Paoloni Fundador da Dragão Soldas, resolve entrar neste segmento promissor. Com toda dedicação, empenho e respeito. Para que a Dragão possa atender a exigência do Mercado. Somos uma empresa que executa os Serviços de Soldas, Usinagens e Jateamento. Executamos também a recuperaçao e reforma de peças, conversor de torque de tratores e a soldagem especializada para alumínios, aços especiais, ferro fundido, bronze, latão, inox e outros. Soldamos toda a linha automotiva no local, para automóveis, ônibus, caminhões, tratores,

motocicletas e bicicletas. A Dragão Soldas atua com todas as ligas de materiais, soldas especiais a engenharia da solda.

Dragão Soldas e Usinagens Tel: (11) 2384-9414 / 9415 ID 86*31533 / 9245-5667 www.dragaosoldaseusinagens.com.br

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índice de anunciantes

Aços Lapefer................................................................................................................................................... 71 Aldifer............................................................................................................................................................. 32 Anluz........................................................................................................................................................3ª Capa Anuário das Indústrias............................................................................................................................. 60/61 Bombas Climax Indústria e Comércio............................................................................................................72 Cabos de Aço São José....................................................................................................................................71 Chavetas e Cia..................................................................................................................................................72 Cimin’s Confecções..........................................................................................................................................72 D & D Manufatureira..............................................................................................................................4ª Capa De Carlo Usinagem e Componentes..................................................................................................... 2ª capa Dragão Soldas Especiais........................................................................................................................ 45 / 73 Durazzo & Cia................................................................................................................................................. 72 Fast-Bras Abrasivos e Equipamentos Vibratórios.........................................................................................45 Feital.................................................................................................................................................................15 Fesma Indústria e Comércio de Ferramentas............................................................................................. 45 Hidraufort Comércio de Tubos e Conexões...................................................................................................71 Lotus Metal.......................................................................................................................................................73 Pekon Condutores Elétricos............................................................................................................................73 Portal 123Achei..............................................................................................................................05 / 17 /59 Pro & Ind...........................................................................................................................................................32 Punho Forte......................................................................................................................................................71 Revista Mercado Empresarial.........................................................................................................................73 Ronemak Máquinas Operatrizes....................................................................................................................71 Tekno S/A Indústria e Comércio....................................................................................................................15 Wimaq Industrial..............................................................................................................................................32 Zara Transmissões Mecânicas........................................................................................................................72

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