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ELÉTRICA

O QUE FAZER QUANDO O DIAGNÓSTICO APONTOU UMA FALHA, E NÃO ERA O QUE PENSÁVAMOS?

Olá, amigo reparador, tudo bem? Vamos para mais uma edição, com informações técnicas e situações corriqueiras, do dia a dia do reparador automotivo.

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DIAGNÓSTICO ERRADO?

Nos treinamentos que ministramos, sempre alertamos para as equipes no treinamento, o raciocínio do diagnóstico que está sendo realizado. Muitas vezes, recebemos perguntas, pedidos de informações técnicas, como: 1. Recebi o carro na oficina, passei o scanner e acusou sonda. Troquei a sonda, e o defeito contínua.

2. Recebi o carro na oficina, passei scanner, acusou sensor de pressão absoluta (MAP), troquei o sensor MAP, e o defeito contínua. E assim continua...

Pois bem, o diagnóstico está errado? Ou, o scanner está informando errado?

Com certeza não! Já, a interpretação de diagnóstico, sim, esta, foi interpretada de forma errada. Quando utilizamos um scanner, ele é o ponta pé inicial, o começo de acesso nas informações do veículo, quanto as falhas que ele apresenta. Então, não podemos chamar de diagnóstico, a leitura obtida com o scanner.

O QUE VEM A SER O DIAGNÓSTICO ENTÃO?

Diagnóstico, é a análise de todos os parâmetros de funcionamento, junto a resultado dos testes realizados.

Pegando o item 1 – Sonda lambda:

É um dos defeitos mais comuns em erros de diagnóstico. Pois ela é o sensor que, chamo de sensor de diagnóstico do motor.

Pois toda e qualquer falha na combustão do motor, a sonda lambda irá acusar. E quando a sonda aparece na lista de códigos de falhas, ela está dizendo: Olhe, preste atenção, a queima na câmara de combustão não está ideal!

VAMOS PARA A PRÁTICA!

Veículo: Honda Civic 2016 Defeito: Luz de anomalia acesa constante, código de falhas indicando sonda lambda.

Cliente, chegou à General Tech, com o veículo Honda Civic 2016, apenas 37.564 km rodados.

E nos passou a seguinte informação: Estou há 7 meses lutando com este carro, não apaga a luz de injeção, outros reparadores já olharam e passaram scanner, e todos disseram que era a sonda lambda. Pois bem, nas 3 vezes, trocaram a sonda, por último comprei na concessionária, pois disseram que

o problema era a marca da peça.

Recebemos o veículo partimos para o diagnóstico.

1. Leitura do Scanner

P0420 – falha de eficácia do catalisador.

2. Análise dos sinais das sondas

(pré e pós- catalisador). Observando os sinais com osciloscópio, estavam as duas sondas trabalhando corretamente. Lembrando que, estas sondas do Honda, não são lambdas, mas sensor de AF.

Mas o defeito acusa falha catalítica, não seria o catalisador?

Fizemos a medida de diferença de temperatura, pré e pós catalisador, e estava funcionando perfeito. Se temos uma falha de gases resultantes de combustão, então precisamos conferir a combustão. Analisando os sinais de ignição, descobrimos que havia interferência eletromagnética na câmara de combustão: Os sinais apresentam ruídos, indicando falha na ignição.

Após identificar a falha de ignição, retiramos as velas de ignição para análise das mesmas e das bobinas de ignição.

É possível ver, a mesma cor avermelhada nas velas e nos sensores de AF (sonda), indicando uma contaminação por parte do combustível de má qualidade.

Esta contaminação é conhecida, como presença de oxido ferroso. A NGK, publicou um alerta sobre a presença de ferro na gasolina brasileira. Em algumas regiões, a prática é usada para aumentar a octanagem, mas também pode ocorrer pelos tanques de combustíveis antigos de ferro, liberando a ferrugem e contaminando a gasolina. Resumindo, o cliente iria continuar trocando sonda em seu veículo, e possivelmente até o catalisador, e o defeito estava no combustível que ele utilizava.

LEANDRO MARCO

Professor de manutenção automotiva, graduado em Produção Mecânica Industrial, Mecatrônica Automotiva, Pós Graduado em Engenharia de Manutenção Automotiva, atua na reparação automotiva há 34 anos, proprietário da General Tech, Oficina de linha Premium em Uberaba MG.

ENTENDENDO O DIAGNÓSTICO

No início do artigo, falamos que: Nos treinamentos que ministramos, sempre alertamos para as equipes de reparadores sobre o raciocínio do diagnóstico que está sendo realizado. É preciso conhecer a base de funcionamento de todo e qualquer sistema que irá ser realizado a manutenção. Conhecendo como funciona, o reparador, com base na informação inicial do scanner, saberá quais serão os próximos passos de testes e análise do sistema. Pensar, lembrar de cada etapa do funcionamento é essencial para realizar o diagnóstico correto. Lembre-se que o código de falhas, não quer dizer que o sensor ou atuador está danificado. Indica que existe uma falha na área que ele atua. Até a Próxima!