SALA DE AULA

Novos Desafios E Novos Rumos

O cientista social Manuel Castells disse em 1999 que o mundo “atual”(vinte e quatro anos atrás) era informatizado, globalizado, em rede, marcado por tecnologias cada vez mais inovadoras e avançadas que estavam impactando a vida social, as atividades humanas, a produção do ambiente construído. Observamos hoje que ambientes de aprendizagem enfrentam mudanças com a evolução da tecnologia presente na maioria dos espaços de trabalho.

A sala de aula se torna mais complexa, trazendo reflexões sobre possíveis mudanças e/ou novos arranjos espaciais.

Nesta Era da Informação e da Comunicação, discute-se como devem ser as salas de aula e qual o impacto das novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem. Projetar uma sala de aula traz novos desafios para os profissionais envolvidos neste processo, sejam eles arquitetos, engenheiros, psicólogos, pedagogos, professores, dentre outros.

O impacto da inserção tecnológica nas salas de aula e no processo de ensino aprendizagem levanta questões sobre o espaço físico, o espaço virtual, as tecnologias emergentes para a educação e outras que vão sendo incorporadas ou apropriadas para outros usos. Esse uso de tecnologias na sala de aula foi potencializado pela Pandemia do Coronavírus (COVID 19), tendo incentivado e permitido que vários profissionais da educação experimentassem novas tecnologias e, consequentemente, novas maneiras de ensinar e de aprender.

Vale, portanto, ressaltar que não basta inserir tecnologias na sala de aula, ou simplesmente usar “novas” metodologias de ensino, sem um entendimento da relação “tecnologia x espaço x metodologias”, que podem ser pensadas em qualquer ordem. Quem vem primeiro? Por exemplo, utilizar uma tecnologia por si só, sem saber se o espaço é adequado e ou se será necessário mudar a maneira de ensinar-aprender. É um processo comportamental e precisa do entendimento dos dois lados, do “mestre e do aprendiz”.

No Grupo de Pesquisas INOVA, temos estudado vários segmentos da educação, buscando entender essa relação supracitada, tendo já perpassado por creches, ensino fundamental, ensino médio, cursos superiores como Arquitetura e Urbanismo, Design, Enfermagem, além de estudar espaços de aprendizagem da UFV, propondo e experimentando novos arranjos espaciais; e também ambientes virtuais de aprendizagem.

Cada vez mais, fica clara a necessidade de investigações mais aprofundadas sobre esses ambientes e essas tecnologias para maior assertividade e efetividade na aprendizagem.

Tecnologias sempre existiram ao longo da história da sociedade. Porém, a velocidade dessa Revolução Digital que presenciamos, com tantas inovações surgindo a cada momento, potencializa a inserção tecnológica no processo de ensino e aprendizagem. Chegamos na Sociedade 4.0, na Indústria 4.0 e na Educação 4.0, já vislumbrando 5.0. Nesse momento, estamos imergindo nessa discussão para novos rumos e novas perspectivas.

PhD em Edifícios Inteligentes e Sustentáveis

Disponível em: https://www.ufv.br