Aehte45vogue brasil agosto 2015

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No 444 AGOSTO R$ 18,00

verao

15 mandamentos do

ACESSÓRIOS TEM QUE TER

OS NOVOS TROPICALISTAS

e o Woodstock burguês

Looks que definem a estaçao

pele

A DIETA DA

TOTAL MAKEOVER

PORTUGAL, € 5,00 FRANÇA, € 8,90 REINO UNIDO, £ 5,70 ITÁLIA, € 8,40 ARGENTINA, $ 22,00 EUA, US$ 14,95




Granville, Franรงa Cidade natal de Monsieur Christian Dior

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AGOSTO 2015

176

Look Animale que combina saia de tela e blazer de jacquard saído diretamente do desfile de verão da marca

29 Carta da editora Daniela Falcão detalha a edição 37 Glamour em foco Costanza Pascolato fala das marcas que criam uma estética híbrida 40 Moodboard Os anos 80 são a década da vez na moda 42 Última hora Notícias quentes do mundo da moda 45 Jet legging A inusitada loja da condessa Debbie von Bismarck e os novos hot spots que agitam o verão londrino

InVogue

63 Vem chegando o verão Os 15 mandamentos definitivos para encarar a temporada 68 Começar de novo A volta de Isabela Capeto às passarelas e sua coleção em parceria com a C&A 70 Tapa de pelica Aposte em luvas para dar um up no look

72 Jet bag A nova coleção de bolsas da Roger Vivier assinada por Inès de la Fressange 74 Ativista do estilo O Prêmio Ecoera, idealizado por Chiara Gadaleta 76 Quero já Os itens inspirados em esquimós canadenses 78 Fashion tour As grandes novidades da moda nacional e internacional no Brasil

Shops

83 Shops Acessórios em p&b e as bolsas-desejo da temporada

Joias

99 Monocromia brilhante Peças com muitos quilates de pedras de uma única cor


156 Passado presente Os perfumes retrôs da vez 158 Feito pra você Novo sérum feito para as brasileiras 160 Do it yourself Victoria Ceridono lança guia de beleza 162 Traga na mala O que comprar na próxima viagem

234 Retrato de Lélia Salgado pintado pelo artista paulistano Bartolomeo Gelpi

104 Destino traçado O livro que comemora os 25 anos da Talento 106 Riqueza natural Joias inspiradas em flores e seres marinhos

Fala-se de... Cultura

123 Vogue indica Destaques da SP-Arte/Foto, o filme de Woody Allen e outras dicas culturais

Livro

132 Triângulo secreto O livro sobre os bastidores do romance de Jackie O. e Aristóteles Onassis 134 Santíssima trindade Kate Moss, Alexander McQueen e Marc Jacobs nos anos 90

Design

138 Feito para brilhar Swarovski reinaugura seu museu na Áustria

Fashionista

141 Moda cabeça A designer de acessórios Teka Brajovic mostra seu estilo 144 Modelo off-duty O que as tops costumam vestir no dia a dia

Cinema

128 Um thriller fashion O filme Dior e Eu, sobre o début de Raf Simons na maison francesa

Música

130 Phoshstock Tudo sobre o festival londrino Wilderness, o Woodstock burguês

Beleza

147 Rapunzel 2.0 A trança é o penteado do momento 150 Dieta da pele Dois dias sem make na semana e um rosto melhor 154 Made in Coreia O país é o novo destino obrigatório para quem ama beleza

164 Nostalgia A trajetória grand prix da italiana Lulla Gancia radicada em São Paulo 166 Notícias da corte O carioca redescobre os velhos endereços da cidade 168 Divã Ana Carolina Ralston conta como as aulas de dança mudaram sua vida 170 Vogue repórter A paulistana Sarah Moreira conta as aventuras de rodar o mundo de barco

Moda

176 Um novo guarda-roupa Vogue apresenta 17 looks que definem o mood da temporada 194 O preto no branco A dobradinha cromática da estação 206 Do oito aos oitenta Os anos 80 voltam à moda mesclando Madonna, Cindy Crawford e Linda Evangelista

Feature

218 Uma nova mulher Nicolas Ghesquière, Behati e o atual momento da Louis Vuitton 222 O pulo da gata Mia Goth é a bola da vez no cinema e a nova queridinha do mundo da moda 228 Tropicália reloaded As bandas Dônica e Sinara renovam a MPB 234 Gente que faz Mulher de Sebastião Salgado, Lélia conta a história e o novo projeto do casal

222

Neta da atriz Maria Gladys, inglesa é a nova sensação do cinema e da moda edição da poltrona Bowl de Lina Bo Bardi e novidades do design 244 Radar Aonde ir e o que fazer em Paris e Nova York

Gastronomia

248 Bê-à-bá do uísque Depois dos coquetéis, a onda é pedir uísque em drinques ou puro

Miss V

251 Da semana de alta-costura em Paris aos eventos que deram o que falar pelo globo

Last look

258 A sandália com grafismo colorido do verão da Schutz

Living Design

237 Mudança de hábito A casa com ares britânicos em pleno Brooklyn da diretora de design da Tiffany & Co. 240 Get a room O americano Ian Schrager lança livro que recapitula seus projetos 242 Design mix A primeira

Nossa capa Behati Prinsloo (Women Management) fotografada por Zee Nunes usa Louis Vuitton. Edição de moda: Pedro Sales. Beleza: Rodrigo Costa com produtos Chanel e L’Oréal Professionnel. Assistente de beleza: Mariana Bull. Produção de moda: Leandro Porto (SP) e Juliana Gimenez (NY). Assistente de produção de moda: Rogério Martinez. Produção executiva: Marcus Chang. Assistentes de fotografia: Sándor Kiss, Leandro Viana, Alessandra Jeszensky e Gael Oliveira. Tratamento de imagem: Bruno Rezende


Diretora de Redação DANIELA FALCÃO Diretora de Moda BARBARA KATZ MIGLIORI Diretora de Estilo DONATA MEIRELLES Diretor de Criação CLAYTON CARNEIRO Redatora-Chefe SILVIA ROGAR

Moda

Editora Assistente de Moda VÍVIAN SOTOCÓRNO Stylist Senior KARINE VILAS BOAS Stylist Pleno RAQUEL LIONEL Stylists Junior PATRICIA TREMBLAIS, RAQUEL KAVATI Produtora Executiva GABRIELA SAAD Assistente Executiva MARCIA CAETANO Estagiária de Moda MARIA PAULA ARTIAGA

Redação

Editoras de Beleza LUIZA SOUZA, VICTORIA CERIDONO Editora de Cultura ANA CAROLINA RALSTON Editora de Lifestyle ALLINE CURY Repórter de Beleza LÍVIA RONCOLATO Editora Assistente de Cultura BRUNA BITTENCOURT Repórter de Lifestyle CAMILA SAWAMURA Supervisão Administrativa ANDRÉA SABINO

Arte

Editora de Arte BRUNA BISMARA

Designers CRISTINA ELEUTERIO, LETÍCIA HAAG, RAONI FELIX

Projetos Especiais

Editora LETÍCIA PIMENTA Editor de Arte PAULO CESAR ROCHA

Digital

Editora CAROL HUNGRIA Editora Assistente RENATA GARCIA Repórteres ANITA PORFIRIO, LARISSA GARGARO, VICTORIA MARCHESI Estagiário VINICIUS ALENCAR

Correspondentes

Nova York NÔ MELLO Paris ISABEL JUNQUEIRA, PAULO MARIOTTI, VITÓRIA GUIMARÃES

Colaboradores de Moda DANIEL UEDA, GIOVANNI FRASSON, PEDRO SALES, YASMINE STEREA Colaboradores

ANA MINOZZO, BARTOLOMEO GELPI, BRUNO ASTUTO, CARLOS BESSA, CAROL WOOLTON, CRIS BIATO, CRISTIANO OIWANE, DANIEL HERNANDEZ, DÊNIS PAGANI, DERLEY SILVA, DORIS BICUDO, EUDES DE SANTANA, FATIMA SOSA, FELIPE TADEU, FELIPE VELOSO, FERNANDO YOUNG, FLAVIO BATTAIOLA, FRED OTHERO, GIANFRANCO BRICEÑO, HARLEY WEIR, HERMÉS GALVÃO, ISABEL SADER, JAMES WOJCIK, JÚLIA RODRIGUES, JULIANA GIMENEZ, KATE PHELAN, LARISSA DANTAS, LEANDRO PORTO, LUANA ALVES, LUCIANA IZUKA, LULA, MARCEL VALVASSORI, MARCUS CHANG, MARTYN THOMPSON, MATHEUS MIRANDA, MAXIM SAPOZHNIKOV, MIKY, MONIQUE COUTO, MURILLO MENDES, NEEL CICONELLO, OLEG COVIAN, PATI GRUNHEIDT, PAULA VIDA, PAULO VAINER, PEDRO ATHAYDE, PEJU FAMOJURE, RAQUEL ESPÍRITO SANTO, RODRIGO COSTA, ROGÉRIO CAVALCANTI, SANDOR KISS, SARAH MOREIRA, SUZY MENKES, THIAGO JUSTO, THIAGO PEREIRA, VERIDIANA CUNHA, ZEE NUNES

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Gerentes de Marca ANDREZZA MASTIGUIM, MARCELLA CALFI Analista de Marketing GRACINHA MORISSON, ROBERTA FARGETTI

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Estratégias Digitais

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STEPHANIE MOURAD (sgmourad@globocondenast.com.br) Assistente GABRIELE ALMEIDA

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COSTANZA PASCOLATO, FREDERIC ZOGHAIB KACHAR, GIOVANNI FRASSON

Conselho de Administração

FREDERIC ZOGHAIB KACHAR, ALEXANDRE BARSOTTI, JONATHAN NEWHOUSE, RAFAEL MENIN SORIANO, CRISTIANE DELECRODE RIBEIRO VOGUE BRASIL é uma publicação das Edições Globo Condé Nast S.A. Rua do Rocio, 350 tel. +55 (11) 2322-4609, fax +55 (11) 2322-4699, CEP 04552-000, São Paulo, SP ASSINATURAS São Paulo (11) 3362-2000 e Demais Localidades: (11) 4003-9393* Fax: +55 (11) 3766-3755 de 2a. a 6a. Feira das 8 às 21h e aos sábados das 8 às 15h www.assineglobo.com.br SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE www.sacglobo.com.br *Custo de ligação local. Serviço não disponível em todo o Brasil. Para saber da disponibilidade em sua cidade, consulte sua operadora local.


online

10

PERGUNTAS PARA

Behati

Quer saber mais sobre a cover girl desta edição,Behati Prinsloo? Envie sua pergunta para sitevogue@ globocondenast.com.br até o dia 13. Selecionaremos dez questões, que serão respondidas pela top no dia 17.Participe!

BELEZA DESCOMPLICADA ADA A trança messy vai bem à festa st sta e continua incrível, ainda mais desmanchada, na manhã seguinte. se inte. segu No dia 9, confira uma seleção de fotos do penteado da vez. ve

PURO PODER

Vo acompanhou Vogue de perto os principais lançamentos da alta-joalheria. Ve Veja um apanhado das melhores novidades no dia 13.

FOTOS: ZEE NUNES, GETTY IMAGES, THINKSTOCK, IMAXTREE E DIVULGAÇÃO

Happy B-DAY Madonna completa 56 anos dia 16 e iremos celebrar a data com uma seleção de peças que refletem o estilo da cantora ao longo de sua trajetória.

Xô, CRISE!

BONS DRINQUES

NA TV VOGUE, O BARMAN-SENSAÇÃO KENNEDY NASCIMENTO ENSINA A EDITORA DE LIFESTYLE DA REVISTA, ALLINE CURY, COMO FAZER TRÊS BEBIDAS À BASE DE UÍSQUE. NO AR DIA 7.

Mesmo com a Grécia afogada em dívidas foram muitos e numa longa recessão,foram os fashionistas que viajaram para o país neste verão europeu – de Alessandra Ambrosio a Emmanuelle Alt.Nossa colunista Fernanda Abdalla revela os locais imperdíveis de seu roteiro no dia 20.

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A top na campanha do verão 2013 da marca australiana Seafolly

PÁGINAS 206 E 218

BEHATI PRINSLOO

DORIS

PÁGINA 104

BICUDO

“A certa altura,estávamos as duas com lágrimas nos olhos”,conta a jornalista sobre sua entrevista com Terezinha Geo Rodrigues, fundadora da joalheria Talento, em Belo Horizonte.As três horas de conversa resultaram no coffee table book dos 25 anos da grife mineira,sobre o qual ela escreve antecipando algumas ótimas histórias da grife.

Debutante nesta Vogue,a sul-africana de 26 anos,nascida na Namíbia e descoberta pela mesma agente de Kate Moss, estreou na carreira em 2005 como modelo exclusiva da Prada e da Miu Miu.Três anos depois,virou angel daVictoria’s Secret.De lá para cá,vem pavimentando sua carreira na moda estampando capas para diversas Vogues (russa,em 2007; mexicana,em 2013; espanhola, em 2014; e turca em março deste ano) e posando para marcas comoAlexanderWang,DKNY, Nina Ricci eTommyHilfiger – esta última,em sua campanha doverão,se inspirou navida real de Behati,colocando a top como noiva em um casamento ao ar livre,no mesmo clima do seu, realizado em uma fazenda no México,em 2014, com o músicoAdam Levine.

X

Expectativa

Realidade PÁGINA 228

FERNANDO YOUNG Autor do retrato de Betty Lago para a Vogue de abril e da marcante capa do álbum Abraçaço (2012),de Caetano Veloso,Fernando agora clica o filho do compositor,Tom,principal letrista da banda carioca Dônica,tema de ensaio nesta edição em clima de Tropicália – Felipe Veloso (ao lado) também participou da empreitada.

PÁGINA 228

FELIPE VELOSO

Craque em autorretratos bem-humorados e originais (siga a conta dele no Instagram @felipeveloso),o stylist carioca chegou ao ápice da criatividade no clique acima,em Los Roques,na Venezuela.Manipulou a foto no melhor estilo Daryl Hanna em Splash:umaSereiaemMinhaVida.“É o lugar mais lindo que já fui. E é claro que eu seria uma sereia lá.”Tá explicado!

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL, FERNANDO YOUNG/ARQUIVO VOGUE, REPRODUÇÕES VOGUE ESPANHA (ABRIL/2014), VOGUE MÉXICO (NOVEMBRO/2013), VOGUE TURQUIA (MARÇO/2015) E INSTAGRAM, JÚLIA RODRIGUES, RODRIGO ZORZI E DIVULGAÇÃO

colaboradores


HERMÉS

PÁGINAS 166, 222 E 228

GALVÃO

Além de assinar deliciosos perfis e reportagens todo mês na Vogue, Hermés completa três anos à frente da coluna Notícias da Corte com um olhar único sobre o Rio e seus personagens.“Consigo à minha maneira manter viva a tradição da crônica,invenção legitimamente carioca”,defende ele, que lança em 2016 seu primeiro livro,Como Viajar emTempos de Crise Financeira e Existencial,pela Record.

PÁGINA 144

MAXIM SAPOZHNIKOV O fotógrafo russo radicado em Milão passa pelo menos oito meses por ano fora de casa,circulando pelas festas mais badaladas do mundo fashion e batendo ponto nos desfiles do circuito Elizabeth Arden.Em abril, esteve em São Paulo para a nossa fashion week e aproveitou para clicar modelos em momento off-duty. Na foto,Maxim e suas musas em Paris.

BARTOLOMEO GELPI

PAULO VAINER

PÁGINA 194

A convite da Vogue,o artista paulistano,cuja marca registrada são pinceladas em linhas retas,assina o retrato de Lélia Salgado,que conta à editora-assistente de cultura,Bruna Bittencourt,como é a vida ao lado do maior fotógrafo brasileiro da história.Qual o trabalho do qual Gelpi mais se orgulha? Um par de pinturas feito em 2014: Baleia (na foto) e Montanha.

Há dez anos,o fotógrafo (e surfista da foto) se juntou ao stylist Daniel Ueda para clicar paraVogue o hoje histórico editorial de Gisele no meio da rua e com a câmera posicionada no alto de um prédio. Autor do ensaio O preto no branco desta edição,ele notou ao selecionar as imagens que os elementos da rua apareceram de novo. O inconsciente falou mais alto!

KAREN HOFSTETTER

Designer,ilustradora,fotógrafa e publicitária,aversátil paulistana cria ilustrações incríveis para Vogue com suaves pinceladas de aquarela.Karen ama colecionar caixinhas de fósforo garimpadas pelo mundo.As aquisições mais recentes são de Copenhague.“Arrematei edições especiais do StudioVita (loja de design) assinadas porAlexander Girard (abaixo).”

PÁGINA 234

ATELIER HUGO FRANÇA

O ateliê do designer gaúcho,naVila Olímpia,em São Paulo, foi cenário do portrait de Chiara Gadaleta,expert em moda sustentável,que ilustra seu perfil na seção PrimeiraFila.Na década de 80,Hugo se mudou paraTrancoso,ondeviveu 15 anos,para estar perto da natureza.Aproximidade trouxe a constatação do desperdício na extração e uso da madeira, cujos resíduos passaram a servir de matéria-prima para oss móveis abaixo,criados por ele.Todos de cair o queixo!

PÁGINA 74

PÁGINA 45



EDITORIAL

A partir da esquerda, o editorial que contrasta pedras preciosas com alimentos secos; o gender-neutral na moda; e o look Bottega Veneta de Um novo guarda-roupa

por Daniela Falcão

Mudança de

ESPÍRITO A

gosto tem sabor de casa nova para as revistas de moda.É quando apresentamos ao leitor as novidades mais relevantes da temporada,o que vai dar o que falar nos próximos seis meses,mudanças que vão muito além das roupas; indicando atitudes,anseios e comportamentos novos,um convite para você se reinventar um pouquinho e,quem sabe,mudar seu closet junto.Para entender o clima da estação – o mood,como a gente chama por aqui –,vá direto à página 176,onde começa o editorial Um novo guarda-roupa, em que o stylist Pedro Sales pinça,após intermináveis debates com a diretora de moda Barbara Migliori,os 17 looks definitivos da saison.Você vai reparar que há uma mudança clara nos desejos de moda,com o revival dos anos 70 que reinou por três temporadas consecutivas dando espaço paulatinamente a resgates menos literais.Mais que uma década específica,o que se observa agora é um novo comportamento,com estilistas e stylists propondo revivals difusos.A cartela de tons pastel típica da virada dos anos 50 para os 60,por exemplo,não tem nada de ingênua ou romântica; Duas novas seções estreiam este mês: ág. 40) Última hora (pág. 42) e Moodboard (pág.

assim como o brilho dos 80 abre mão do carão e do bocão para enfeitar meninos e meninas que parecem saídos de uma pista de skate.Meninos e meninas,aliás, dividem agora o mesmo guarda-roupa,e vai ser difícil resistir a itens gender-neutral (nova nomenclatura do bom e velho unissex) como o chinelo inspirado nos mocassins masculinos (palmas para a Gucci) ou a onipresente jaqueta college, que apareceu até na alta-costura. Aproveitando que é época de mudanças, estreamos nesta edição duas novas colunas,que vão deixar ainda mais

agradável e dinâmica a leitura de Vogue, apresentando logo no início da revista as novidades que você precisa conhecer. Em Moodboard,Barbara Migliori faz uma colagem de referências para deixar na cara de onde vêm as inspirações dos estilistas na estação. Já em Última hora, contamos em primeira mão o que ainda vai dar o que falar nas páginas de revista e na sua roda de amigos.São exposições imperdíveis,mudanças no comando de grifes,biografias que serão lançadas,novas parcerias fashion,marcas emergentes que você precisa ficar de olho.Toda sorte de notícia quentíssima que cabe nas páginas de Vogue pode entrar em Última hora, derradeira coluna da revista a ser fechada, para ter certeza de que você não perdeu nada.Desde já,é uma de minhas leituras prediletas.Espero que seja sua também!








I G U A T E M I S P. C O M . B R

MODA – CRIS BARROS – MIXED – RICARDO ALMEIDA – ROSA CHÁ – OSKLEN – RE SERVA – DOLCE&GABBANA – PR ADA – T OD’S – GUCCI – CHANEL LOUIS V UI T T ON • PRE SEN T E S E ACE SSÓRIOS – LOOL – TANIA BULHÕE S – T IFFAN Y & CO. – ALE X ANDRE BIRMAN – BO T T EGA VENE TA – VERSACE


Glamour em

FOCO por costanza pascolato

O mesmo cinto para eles e elas na campanha do inverno da Gucci

C Gucci

FOTOS: IMAX TREE, MARCIO MADEIRA, WWWTHEFASHIONISTO.COM E DIVULGAÇÃO

Backstage do desfile masculino para o verão 2016 da grife, que optou pela androginia para marcar a nova direção de Alessandro Michele

Fazendo GÊNERO

Com a insinuação de que a moda de luxo hoje se interessa pelo atualíssimo debate sobre gêneros, marcas influentes como Gucci e Prada criam uma estética híbrida, garantindo cobertura adicional na imprensa e muito barulho nas redes sociais

onvidada para compor o júri do Who Is on Next?, projeto de caça a novos talentos para a moda masculina realizado na Pitti Uomo, em Florença, em junho,tive experiências das mais interessantes.Além de me deliciar com a enorme quantidade de homens bem-vestidos e, vá lá,lindos,também constatei,ao vivo,que nunca houve tanta moda feminina inserida nos eventos de moda masculina. Em Paris e Milão, os desfiles para o verão 2016 de Saint Laurent, Burberry, Givenchy e Gucci,entre outras marcas igualmente influentes,mostraram mais e mais mulheres nas passarelas deles. A atual onda do mix de gêneros começou como uma grande sacada de marketing da Gucci.Para “pilhar” sua imagem e marcar a nova direção criativa de Alessandro Michele,a grife desenvolveu uma intrigante (e “polêmica”) opção pela androginia no visual das roupas e dos modelos que desfilam suas coleções. Junto com atenção e controvérsia imediatas, ganhou, bingo, maior espaço na mídia.Com a insinuação velada de que a moda de luxo hoje se interessa pelo atualíssimo debate sobre gêneros, a Gucci criou uma estética híbrida, colocando roupas para elas nos pódios masculinos,e garantindo assim cobertura adicional na imprensa feminina (em revistas,sites e blogs) e muito barulho nas redes sociais.Um sucesso. A “nova” cena também fez com que os desfiles masculinos – ora umpouco tediosos – se tornassem muito mais atraentes,além de dar às grifes a chance de exibir na passarela alguns looks femininos de suas pré-coleções (resort e pre-fall), chamando muito mais atenção do que os costumeiros e estáticos lookbooks e conseguindo, sem VOGUE BRASIL 37


Glamour em

FOCO por costanza pascolato

Emilio Pucci O tecnicolor unissex do début de Massimo Giorgetti na grife, no resort 2016

Prada No desfile masculino para o verão 2016 da Prada, tops com imagens que evocam emojis

grandes despesas extras,maior relevância eprestígioparaasroupasdessaspré-coleções. No desfile masculino da Gucci,Michele propôs renda e crochê, redes metálicas, aplicações de borboletas e flores com pegada oriental, além de sneakers com amarrados nos tornozelos como glitter,amarrados se fossem sandálias gladiadoras. Sim, le para eles e para elas. isto mesmo: vale lêmico Foi,para variar,o show mais polêmico Como consequência,o estilo de Milão.Como ultradecorativo da marca,com sua poderosa receita fashion,foi replicado nas demais capitais lançadoras de moda. Já há algum tempo a Prada também tem colocado roupas femininas em amente seus desfiles masculinos, exatamente como fez em junho, no lançamento de seu verão para eles. Contrariamente à Alexandre Vauthier maioria, o novo repertório da marca olha para o futuro, não mais para o pasRicas em cores e elementos decorasado.Ricas ns evocam a estética tivos, as imagens contemporânea digital crivada de innuas iconografias de videogames ou gênuas is,sobretudo nos tops,praticamente emojis,sobretudo idênticos para meninos e meninas. Todo esse movimento vem evidentemente evoluindo ao longo de mais um uma temporada de non-stop fashion. Mas, pela primeira vez na história recente, após obser r a explícita hibridização dos gêneros serva servar tanto nas coleções femininas do resort quanto nas masculinas de verão, podereeles mos,nós e eles,eleger o mesmo item para inovar o closet.Trata-se da jaqueta varsity college ou college,cujaversão mais exótica (adotada “tran pela “transgressora” juventude japonesa e t bordada com reproduções de tatuagens da Ya máfia Yakuza) chama-se Sukajan.A peça foi apresentada por Valentino, Dolce & Gabbana Gabbana,Louis Vuitton,Dries Van Noten, Jonathan Saunders e, de um jeito ainda mais original, por Alexandre Vauthier, lon vestido que a usou como abrigo de longo alta de cetim na alta-costura desfilada em Paris no mês passado.No caso,bordada pela lendária Maison Lesage. A conclusão de toda essa movimentação é que a moda mais influente agora no não cria coisas radicalmente novas, mas indica possibilidades diferentes e pessoais de usar as roupas. Ingressamos, assim, Valentino numtempocompletamenteno numtempocompletamentenovo,emque A versão mais o design é menos importante do que a maexótica da neira como as peças são “montadas”.Colocollege traz bordados que maneira, que” passa a ser cado de outra maneira,“o reproduzem bem menos importante do que “como” nos tatuagens vestimos.Bem vestimos.Bem-vindos à era do total styling.

Dries Van Noten A peça-chave da moda sem gêneros é a jaqueta college, que virou até abrigo de longo na couture de Vauthier uthier

Louis Vuitton



MOOD

BOARD

DAS SUPERMODELS AO TRASHY CHIC DE MADONNA, OS ANOS 80 DÃO O TOM DESSE INÍCIO DE ESTAÇÃO Boy George, Madonna e Grace Jones deixaram o metalizado cool nos palcos e nas telas

FOTOS: GIAMPAOLO SGURA, CORBIS/LATINSTOCK, GETTY IMAGES, MARCIO MADEIRA, REPRODUÇÃO/VOGUE FRANÇA, THINKSTOCK E DIVULGAÇÃO

O arco-íris contemporâneo da Valentino (acima) evoca um lado solar que tem tudo a ver com a foto de Debbie Harry, vocalista da banda Blondie (à esquerda)

AMAPÔ

por barbara migliori


Balmain

O styling de hoje (a cima) revisita o preto e vermelh o, dobrad inha recorrent e na ĂŠpoc a

Roger Vivier

Givenchy

ImpossĂ­vel lembrar da dĂŠcada sem resgatar a imagem propositalmente slutty de Madonna, Cher e Julia Roberts em Uma Linda Mulher (1990)

Das supermodels a Joan Collins em Dinastia, a regra era more is more


ÚLTIMA

HORA

ELE É

POP O mais midiático estilista da atualidade e expert em brincar com ícones da cultura pop, espécie de Andy Warhol da moda, o americano Jeremy Scott logicamente é um prato cheio para um documentário. Com direção de Vlad Yudin e do mesmo produtor de Valentino: o Último Imperador, Jeremy Scott: the People’s Designer relembra a trajetória do estilista, da infância simples em Kansas City, bem afastado dos centros de moda, até assumir a direção criativa da Moschino, no fim de 2013. Como você deve lembrar, Scott fez sua estreia na casa italiana com uma coleção que misturou a iconografia da Chanel e a do McDonald’s – mais adiante, Barbie e o hip hop inspirariam as coleções. As amigas celebridades aparecem em peso no documentário: estão lá Rita Ora, Rihanna, Katy Perry e Miley Cyrus. O filme, sem previsão de estreia no Brasil, chega aos cinemas americanos em 18 de setembro.

LANVIN NO FOCO

A Maison Européenne de la Photographie, em Paris, recebe a partir do dia 9 de setembro Alber Elbaz/Lanvin: Manifeste, mostra com foco na era Elbaz e em seu processo criativo que reúne 350 imagens de fotógrafos e da própria equipe da Lanvin sobre os bastidores da label.

42 VOGUE BRASIL

A partir da esquerda, coleções da Moschino sob comando de Jeremy Scott; cenas e cartaz do filme

DÉCADANCE AVEC ÉLEGANCE

Saem as embalagens quase infantis e entra um frasco poderoso,que imita uma bolsa de python. É assim Decadence,a nova fragrância de Marc Jacobs, que escalou Adriana Lima para a campanha,clicada por Steven Meisel.O perfume de aroma amadeirado chega às lojas do Hemisfério Norte a partir de outubro e, em março de 2016, desembarca no Brasil.


REPORTAGEM: CAROL HUNGRIA, VÍVIAN SOTOCÓRNO, NÔ MELL0 FOTOS: MARCIO MADEIRA, GETTY IMAGES, KATY REISS/DIVULGAÇÃO, DIVULGAÇÃO, REPRODUÇÃO @BAT_GIO, @BRUNO ASTUTO, @LUIZA SETUBAL

ALAÏA NA BORGHESE

A moda de Azzedine Alaïa volta ao museu, mas, desta vez, em uma exposição única na tradicional Galleria Borghese, em Roma. Couture/Sculpture: Azzedine Alaïa in the History of Fashion reúne 65 looks icônicos do estilista, incluindo o modelo bandage usado por Grace Jones em 1984. Exibidas ao lado das esculturas clássicas do museu, as peças do couturier, que valorizou acima de tudo as curvas femininas, criam um interessante diálogo entre passado e presente. Até 25 de outubro.

Luiza Setúbal, da Lool, e Ana Dias Zander, da A.Brand

DOBRADINHA

A LOOL e a A.Brand se unem para criar uma coleção-cápsula de acessórios que promete ser hit. As peças chegam às lojas em setembro.

HAPPY 50’S

Cindy Crawford comemora seus 50 anos com uma autobiografia que chega em setembro às livrarias lá fora.Em Becoming (Rizzoli),a supermodel relembra sua trajetória, desde o início da carreira até se tornar mãe, com cliques icônicos de Herb Ritts e Irving Penn.

SUMMER SUMMER ESSENCIAL

MAIS COOL QUE SEXY EMBORAA ESTREIA OFICIAL SÓ ACONTEÇA NO MÊS QUE VEM,DURANTE

A ucraniana Vita Kin conquistou Giovanna Battaglia, Anna Dello Russo e Leandra Medine com seus vestidos de perfume folk, obsessão entre as fashionistas neste verão europeu. À venda no Net-A-Porter e na Matches.

A SEMANA DE MODA DE MILÃO,MASSIMO GIORGETTI JÁ DEU UMA PRÉVIA DO QUE SERÁ SEU REINADO À FRENTE DA PUCCI.A CAPSULE COLLECTION FEMININA QUE ELE APRESENTOU EM JUNHO NA PITTI UOMO ENGROSSA O CORO GENDER-NEUTRAL DATEMPORADA E MOSTRA UM LADO MAIS COOL DA CASA FIORENTINA,BEM DIFERENTE DO SEXY HABITUAL DE PETER DUNDAS (O EX-ESTILISTA DA PUCCI QUE ASSUMIU A ROBERTO CAVALLI). “SÃO PEÇAS EASY-TO-WEAR”,DEFINE GIORGETTI. VOGUE BRASIL 43


Floripa, 2015


JET Legging por bruno astuto

London

CALLING

A loja de presentes mais inusitada do mundo e o apogeu de “novos” bairros animam o verão londrino

ILUSTRAÇÃO: KAREN HOFSTETTER FOTOS: MARK NEWTON, THINKSTOCK, JAKE EASTHAM, ACHIM KUKULIES, TRISTRAM KENTON E DIVULGAÇÃO,

O

segredo mais bem guardado de Londres neste momento é um no-address shop shop, uma butique no segundo andar de uma townhouse em Egerton, o elegante distrito atrás de Knightsbridge, à qual só se chega com hora marcada,de preferência por indicação de um conhecido da casa. Passadas essas pequenas barreiras mundanas,uma caixa de surpresas de tirar o fôlego se revela: uma das melhores lojas de presentes do mundo! É a Debonnaire, criação da condessa Debbievon Bismarck,uma das figuras mais fulgurantes,divertidas e bem relacionadas tha europeu e do jet set internacional, do gotha

k Cliques de Mar Newton, com styling de Kate Moss, para a Debonnaire

inevitá l pergunta dos que, cansada da inevitável amigos – “Onde você comprou isso?” –,decidiu resolver avida deles colocando àvenda o best of de suas incursões pelo mundo. Displicentemente espalhados pelo salão de paredes negras,encontram-se pijamas de seda color-blocking da Morv; uma clutch de abelhinhas de cristais em plexiglas de tartaruga de Charlotte Olympia; minibucket bags coloridérrimas e echarpes vindas do Nepal; blazers feitos pelos mais habilidosos artesãos do souk de Marrakech; joias de Daniela Villegas, Philippa Holland, Vicki Sarge,Ara Vartanian, Eugenie Niarchos e do Gem Palace indiano; além de chapéus com orelhas e-nor-mes,criados exclusivamente para a loja por Philip Treacy. Procurando mais, você encontra luvas de couro longas,isqueiros feitos de chifres de cabritos-monteses,cortadores de trufas, bolsasdeviagemassinadas pelaprópriacongent dessa – enfim, essas coisas de que a gente acha que não precisa, mas mal colocamos -d -díosolhosnelasepassamaserim-pres-cin-díum motivosimples: sei -veis.“Crieia lojaporum como é difícil encontrar um presente bem como amigos” explica. interessante para meus amigos”,explica. O primeiro catálogo da Debonnaire foi am feito por e para essesamigos.As fotos levam

a assin assinatura ura de Mark Newton, e o styling,de Kate Moss.Os modelos são -baterista do Queen; o RogerTaylor,ex-baterista fus,dabandaTheDarkness; filhodele,Rufus,dabandaTheDarkness; a animada Bettina Santo Domingo, do e-commerce Modus Operandi; a socialite Annabelle Neilson e o marido de Debbie, o conde Leopoldo “Bolley” von Bismarck-Schönhausen, tataraneto do chanceler de ferro Otto von Bismarck,o homem que liderou a unificação alemã na segunda metade do século 19. O casal e os quatro filhos, todos príncipes, louros e lindos, dividem-se entre a casa maravilhosa de Belgravia e a fazenda no interior do Paraná, comprada pelo sogro dela nos anos 50. “Já tenho em mente tudo o que vou trazer do Brasil para a loja,inclusive um pilão para macerar as frutas da caipirinha”,avisa Debbie. “Mas a seleção aqui foge completamente gypse do óbvio. É um shop para gypsetters.” Clutch de Charlotte Olympia. Acima, body chain e earcuff da joalheira Daniela Villegas

VOGUE BRASIL 45 VO


JET Legging

Hotel Rosewood O icônico lobby de cobre rosa é ponto de encontro dos guests do hotel. Ao lado, produtos à venda no Farm's Market

por bruno astuto

Obra de Lothar Götz em exibição no Domo Baal no mês passado

Domo Baal

The Delaunay

A HORA DE BOOMTOWN

Royall Opera House

The Ivy O clássico restô é hot spot da cena gastronômica londrina

46 VOGUE BRASIL

Como toda metrópole, Londres está sempre em movimento. Na década passada, o desembarque massivo de russos, catarenses e chineses enxotaram os britânicos de Mayfair,Chelsea, Sloane Street e Notting Hill,jogando os preços dos imóveis para a estratosfera.Os locais procuraram um novo lugar ao sol no lado leste da cidade e em CamdenTown,áreasatéentãosemmuitocharme, que foram subitamente povoadas por artistas,galerias e o pessoal da música.Mas até essas regiões já começaram a sofrer um hype fatigue. Surpreendentemente, a cidade voltou a crescer para dentro e, a exemplo de Nova York,Midtown,a área a leste da Oxford Street que compreende Bloomsbury, St. Gilles e Holborn e que liga o West End à City,virou the next best thing. Na hora do almoço e nos happy hours, é o melhor lugar, sem dúvidas, para encontrar um namorado, sobretudo no inacreditável Scarfes Bar,instalado no igualmente maravilhoso Hotel Rosewood,que tem lobby de cobre rosa,um mordomo por quarto, obras de arte louquíssimas, estátuas de buldogues, periquitos arrolhando

por toda a parte e uma banda de jovens que só canta Sinatra. Os drinques são preparados em garrafinhas de farmácia antiga,e os copos têm o tamanho da perna de um filhote de girafa. É lá também que acontece,todos os domingos, o Farm’s Market, único mercado de slow food e slow fashion da Inglaterra, onde se compram chocolates orgânicos,cerveja de mel,queijos não pasteurizados e até gravatas e chapéus ecologicamente corretos.Se o hóspede quiser,pode descer com o mordomo até a feirinha, escolher os ingredientes naturebas,e ele lhe prepara o brunch. Nos entornos ficam a primeira loja do Google no mundo; a Lamb’s Conduit Street, rua de butiques independentes; os restaurantes The Delaunay, Balthazar e The Ivy; os teatros Peacock, Novello, Lyric e a Royal Opera House; o Hotel Hoxton Holborn, que tem lojas e restaurantes do magnata da diversão Nick Jones, do grupo Soho House; e as galerias de arte Courtauld, Hayward e Domo Baal. Não é à toa que Midtown já ganhou um novo apelido: Boomtown.É mesmo boom,boom,boom.



ANALAETCOM.















apresenta

Marina ruy BarBosa

/cajofashion

/cajofashion

w w w. c a j o f a s h i o n . c o m . b r


PEGUE CARONA NO GENDER-NEUTRAL

Não se trata mais de mulheres usando roupas masculinas e vice-versa: a nova regra de ouro da moda é esquecer o gênero e apostar em peças que possam ser vestidas por elas e eles – tendência que a Gucci abraçou com força desde o primeiro desfile de seu novo diretor criativo, Alessandro Michele, para o inverno internacional, cujas peças acabam de desembarcar nas lojas daqui.

Vemchegando

o verão

Os 15 mandamentos incontornáveis para você atualizar o closet já, em sintonia com as tendências mais quentes do globo para a nova temporada POR VÍVIAN SOTOCÓRNO FOTOS FRED OTHERO STYLING RAQUEL LIONEL

A partir da esquerda, camisa (R$ 3.600), tricô (R$ 4.890) e calça (R$ 5.510), tudo Michael Kors Collection, com rasteiras Gucci (R$ 8.860); camisa (R$ 2.800), calça (R$ 2.250), cinto (R$ 1.460) e chinelos (R$ 3.450), tudo Gucci, com lenço Minha Avó Tinha (R$ 600); e look masculino Gucci


LOEWE

VOLTE AOS 80 A década marcada pelo vestir exuberante deu o tom do inverno internacional. Siga a trilha da Moschino, que combinou peças esportivas a uma atitude bling-bling, ou a da Loewe, que apresentou pantalonas de couro em tons vibrantes e sofisticadas jaquetas de patchwork do material. A combinação na passarela da Dolce & Gabbana

DESÇA ATÉ O CHÃO!

Depois de várias temporadas dominadas por sua versão cropped, quem volta à cena é a pantalona longuíssima, que cobre completamente o sapato e toca o chão. Estrela dos desfiles brasileiros de verão, a peça faz belo par com tops curtinhos, criando uma silhueta contrastante para adotar já!

Pernille Teisbaek

CARREGUE UM COMBO

Dica esperta para driblar a falta de espaço das irresistíveis it-bags diminutas: use dois tamanhos da mesma bolsa juntos, combinando a microbag ao seu “modelo-mãe”.

Helena Bordon

Chanel

Céline € 2.450

Miu Miu

Nicholas Kirkwood na Luisa Via Roma € 550

SIGA OS PASSOS DE CHANEL Pela primeira vez em 30 anos, Karl Lagerfeld resgatou numa apresentação da Chanel um

sapato assinado pela própria Coco, colocando o modelo de salto médio e bico arredondado imediatamente no topo dos desejos da temporada.

FOTOS: JOÃO ARRAES, RODRIGO SCHMIDT, LOUISE VENG (POLARIS-JOURNAL), AGÊNCIA FOTOSITE, IMAX TREE, MARCIO MADEIRA, REPRODUÇÃO VOGUE AMÉRICA JULHO/2015 PÁG. 94 E DIVULGAÇÃO MAQUIAGEM: ANDRÉ MATTOS (AMUSE-MENT) COM PRODUTOS DIOR CABELO: CLAUS FREITAS (AMUSE-MENT) COM PRODUTOS L'ORÉAL PROFESSIONNEL PRODUÇÃO DE MODA: DANIELA MÔNACO PRODUÇÃO DE OBJETOS: FABIANA NEVES AGRADECIMENTOS: BRECHÓ MINHA AVÓ TINHA, GUCCI, HECTOR ALBERTAZZI, ORANGE LUXOR CAR, UATT

GIAMBATTISTA VALLI MOSCHINO

Em clima 80's, Natalia Vodianova veste casaco Saint Laurent, em editorial da Vogue América de julho


Givenchy € 590

APOSENTE O MINIMAL

LENNY NIEMEYER

Deixe de lado as peças minimalistas de metal e aposte em bijoux ultrapreciosas que lembram joias vitorianas, como as que cruzaram a passarela da Givenchy, grife que resgatou inclusive a jet, pedra negra semipreciosa usada por mulheres de luto no século 19.

Dsquared² € 995

Backstage do desfile de verão 2015-16 de Paula Raia

Givenchy € 990

INVISTA NO ARTESANAL INVIST

BALMAIN

DIOR

A bola da vez são looks brancos marcados por um handmade elaborado, como as tramas de teares manuais de Paula Raia, as franjas de material high-tech talhadas à mão de Lenny e as túnicas de seda com textura chevron da Osklen.

Roger Vivier US$ 1.050

Dior R$ 14.500

ACERTE NO RISCADO

WAGNER KALLIENO

Grafismos que misturam tons vibrantes (laranja, violeta, amarelo) são o decorativismo da saison – abuse da ideia em looks totais e também nos acessórios. Elena Meyer na Luisa Via Roma € 203

Look do verão 2015-16 da Printing


GUCCI

LACOSTE

MARGOT TENEMBAUM

SACADA FASHION A musa da vez é Margot Tenenbaum, personagem de Os Excêntricos Tenenbaums (2001), de Wes Anderson,

interpretada por Gwyneth Paltrow. Gucci e Lacoste desfilaram versões de seu figurino preppy-gone-bad, marcado por vestidos listrados usados com poderosos casacos de vison – vale revisitar também versões sofisticadas dos conjuntos esportivos tipo Adidas usados por seu irmão Chas (Ben Stiller).

ALEXANDRE HERCHCOVITCH

APARTAMENTO 03

PEGUE LEVE

Na última temporada de desfiles nacionais, uma sensualidade romântica dividiu espaço com o sexy mais óbvio. Peças com linhas comportadas feitas de tecidos transparentes são o recurso perfeito para quem prefere sugerir em vez de revelar as curvas.

Calça palazzo River Island em editorial da Vogue gue UK de março

LILLY SARTI

ADRIANA BARRA

VÁ AOJAPÃO

O orientalismo segue em alta, agora com perfume 70's como no verão de Adriana Barra, que combina prints de carpas e lanternas japonesas a calças flares de cintura alta.


Seguindo a cartilha de David Koma (diretor criativo da Mugler) e Anthony Vaccarello (agora também à frente da Versus), o sexy da vez privilegia a limpeza de formas e a ausência de decorativismos, valorizando o corpo com uma sofisticada alfaiataria assimétrica – tendência que também marcou o verão da carioca Animale.

MUGLER JULIANA JABOUR

O material que tem tudo a ver com o inverno ganha roupagem fresca e própria para as altas temperaturas do verão nacional graças às versões repletas de vazados, como no vestido que imita laise da grife paulistana expert em couro Cruise ou nos conjuntos em tons pastel com ares de cestaria da linha própria da brasiliense Magrella.

MINIMAMENTE SEXY

ANIMALE

APIMENTE O LADYLIKE

O ladylike volta à tona – mas esqueça o estilo 50's tradicional. A tendência assume alma retrô futurista, como na Prada, que combinou cinturas marcadas e saias em cores açucaradas ao jérsei dublado e high-tech que simula neoprene, em tons nada doces, como pistache e mostarda. A partir da esquerda, vestido, tricô, camisa e sapatos, tudo Prada; vestido (R$ 3.185) e cinto (R$ 788), ambos GIG, com luvas Marita de Dirceu e sapatos Gucci (R$ 2.570); blusa, saia, bolsa e sandálias, tudo Dolce & Gabbana, com óculos Marc by Marc Jacobs na Sáfilo (R$ 594)

CRIS BARROS

MAGRELLA

CRUISE

CAMURÇA LIGHT

O canela combinado a tênis branco em look de street style

TEMPERE COM CANELA

Dê novo sabor ao closet investindo em peças cor de canela – o caramelo queimado que é o neutro da temporada, tingindo tanto longos de crepe fluidos e boho quanto it-bags de grifes como Chanel e Chloé. Dica Vogue: para um resultado ainda mais fresco, use o tom em dobradinha com branco.

Chanel

Veronika Heilbrunner

Bottega Veneta R$ 13.710

Chloé € 2.300


Começar çar

de novo vo

De volta às passarelas neste verão depois de um hiato de cinco anos, Isabela Capeto reinventa a própria história, de forma mais autoral que nunca, além de assinar sua terceira coleção para a C&A, que será lançada mês que vem POR HERMÉS GALVÃO FOTO ROGÉRIO CAVALCANTI

E

68 VOGUE BRASIL

A partir da esquerda, Bebel Alves de Lima veste conjunto (R$ 1.880); Daniela Laloum usa macacão (R$ 1.250); Cecilia Tanure (sentada no chão) posa com vestido (R$ 2.807); e Isabela Capeto (de pé) usa vestido (R$ 1.943), tudo da coleção do verão da estilista. A modelo Marina Fiatconski (no chão) usa camisa (R$ 100) e saia (R$ 129); e Hanne Linhares usa cardigã (R$ 90), camisa (R$ 100) e vestido (R$ 169), tudo da coleção de Isabela Capeto para a C&A Styling: Karine Vilas Boas

são todas mulheres que não seguem tendências que caem em desuso na velocidade de um Snapchat e tampouco se desfazem de itens de temporadas passadas. “Volta e meia aparece alguém que diz: ‘Olha,se precisar de alguma roupa antiga para fazer uma exposição, pode me procurar’”, conta com orgulho latente. Por isso, na hora de clicar em São Paulo looks de sua coleção de verão para esta Vogue,foi consenso geral que três clientes fiéis, e não modelos, deveriam ser convidadas para a foto – no caso,BebelAlves de Lima,Daniela Laloum e Cecilia Tanure. A marca registrada de Isabela – a bonequinha com cabeça em forma de botão e bracinhos levantados – já apareceu em

PRODUÇÃO DE MODA: NEEL CICONELLO BELEZA: PAULA VIDA E THIAGO PEREIRA ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: JORGE ESCUDEIRO AGRADECIMENTO: CASA COR, CAROLINA HERRERA, DIFERENZA, DIOR, FLAVIA GERAB E JIMMY CHOO

m abril passado,modelos usan- o que devia e agora sou 100% dona da marca do peças que remetiam ao novamente.Recomecei do zero”,comemora. Ano-Novo no Rio e suas tradiDe volta ao comando do negócio,Isabela cionais oferendas à Iemanjá botou o pé no freio e seguiu compasso pró– pense em estampas florais e prio: nos últimos quatro anos,enxugou sua prints inspirados no mar,além de conchas, equipe,fechou as duas lojas do Rio e as oubúzios e pérolas de verdade bordados sobre tras duas de São Paulo – uma delas com provestidos suaves – desfilaram no centro de jeto arquitetônico excepcional, no mesmo São Paulo ao som de “Oração ao Tempo”, imóvel na Rua da Consolação, nos Jardins, de Caetano Veloso. Em clima de ritual de onde funciona atualmente a galeria de arte renovação, a apresentação marcava o re- Mendes Wood. Hoje, mantém apenas seu torno de Isabela Capeto ao calendário ofi- ateliê numa casa tombada no carioquíssicial da moda nacional, após um hiato de mo bairro do Jardim Botânico,revitalizada cinco anos. Representou também o feliz pelo incensado arquiteto Thiago Bernardes desfecho do processo de reestruturação da – uma versão mais luxuosa do atendimengrife batizada com seu nome, que a cario- to que oferecia às clientes nos tempos da ca fundou em 2003,vendeu para a holding Ibô,sua primeira marca,que funcionava no InBrands cinco anos depois e,arrependida início dos anos 2000 em um apartamento do negócio, retomou em 2011. num predinho na Gávea.Para Coroando a nova fase, Isabela “Consegui não deixar a clientela de São ainda lançará no dia 22 de sePaulo órfã, a estilista orgaPAGAR tudo tembro sua terceira parceria niza trunk shows na casa de o que devia com a C&A. Além de ótimas amigas para uma turma leal peças infantis como nas duas e agora sou a seu trabalho handmade levaedições anteriores, será a prido às últimas consequências, meira coleção assinada por 100% dona da com linhas ultrafemininas ela para a rede de fast-fashion minha marca eromânticas e umatualíssimo que incluirá roupas femininas novamente. ar de work in progress. para adultos. Para aprofundar suas pesRecomecei A estilista, que tem como quisas e desenvolver peças assinatura o trabalho artesado ZERO” com as técnicas artesanais nal delicado e cheio de refeque adora, ela faz apenas rências ao Brasil, conta que suas dívidas uma coleção por ano, que se desdobra ao com a InBrands – grupo que detém hoje longo dos meses.“Ninguém chega aqui no as marcas Richards, Ellus, Salinas e Ale- meu ateliê perguntando qual é a estação xandre Herchcovitch,entre outras – foram das roupas.Muita gente vem em busca de quitadas um mês antes de sua volta às pas- uma peça elaborada e cheia de brasilidade sarelas,trazendo alívio e a sensação de um para, por exemplo, brilhar numa viagem recomeço oficial. “Como parte do grupo, ao exterior”, conta. minha grife precisaria seguir um ritmo Entre as adeptas de primeira hora de acelerado,com várias coleções por ano,um suas criações e que até hoje não abrem mão caminho que não combinava comigo.Não de vestir Capeto estão as artistas plásticas teria como manter meu estilo produzindo Adriana Varejão e Beatriz Milhazes e as atricom tanta velocidade.Consegui pagar tudo zes Camila Pitanga e Betty Lago – em geral,


copos da marca Nadir Figueiredo, em perfume da Phebo e em maiôs e vestidos da rede francesa de supermercados Monoprix, sucesso no verão passado em Paris (que já conhecia o trabalho da estilista desde 2005, quando suas peças foram parar na Colette e no Bon Marché), entre outros produtos que ajudaram a propagar seu nome além do circuito fiel de sempre. A nova versão fast-fashion para seu slow fashion,que chega mês quevem às araras e ao site da C&A,terá 125 itens e uma “volta ao mundo botânico” como ponto de partida. Além das peças femininas para adultos (18 no total),outra novidade são os modelos para bebês (inclusive recém-nascidos),que

acompanharão o mood de toda a parceria, marcada por três estampas: uma versão de Toile de Jouy, uma de margaridas e o print batizado de Enciclopédia, com um pot-pourri de borboletas e flores. Tudo com preços suaves como se espera de uma coleção do gênero, que vão de R$ 19,90 a R$ 169,90. “Esse trabalho é um excelente contraponto para mim,porque posso pirar em tecidos importados da Índia, mandar bordar,colocar botãozinho em tudo e,principalmente, democratizar minha moda. Hoje, tenho o melhor de dois mundos”, acredita Isabela, que iniciou a dobradinha com a rede em 2009 e preparou desta vez a edição mais completa da parceria até hoje.

Formada pela Accademia di Moda, em Florença, antes de seguir em voo solo Isabela passou pelas grifes Maria Bonita e Lenny Niemeyer, além de ter trabalhado com estamparia na extinta e icônica fábrica de tecidos carioca Bangu. Suamarcaentroudecaranoradarde mulheresqueestãosempreembuscadeumamoda mais autoral graças às jaquetas que bordava como se pintasse quadros, com botões antigos e tingimentos feitos à mão. As peças sempre refletiram mais seu estado de espíritoqueasexigênciasdomercado.Nesteverão, nãopoderiaexistirmelhorsíntesedeseumomento que o clima de réveillon quepermeou o desfile.Vida nova,Isabela! VOGUE BRASIL 69


Styling

Curtas

BALENCIAGA

TOD’S

Incremente o visual urbano composto por calça de alfaiataria e top investindo em luvas curtasouaposteem versões que cobrem o braço todo em composições que flertam com o étnico (Dsquared2) e o retrô futurista (Prada (Prada)

DSQUARED2

Da esquerda para a direita, luvas de tricô Louis Vuitton (R$ 900) usadas com casaco Max Mara, tricô Juliana Gevaerd, saia Miu Miu e cinto Cris Barros; e luvas de couro Max Mara (R$ 1.180) combinadas com vestido Prada. Os brincos são Dior; e as botas, Louis Vuitton Styling: Karine Vilas Boas

PRADA

Longas

Asset de estilo da temporada, as luvas viram protagonistas de looks que fogem do careta e do caricato FOTO EUDES DE SANTANA

Drama

Ainda que impliquem em gestual próprio e mais formal, as luvas aparecem em looks arrojados (na Fendi, acima) ou de styling irreverente (Dsquared2)

N

a dúvida entre qual o sapato e a bolsa que vão atualizar seu look nesta estação? A dica é seguir uma rota menos usual e investir eem m um bom par de luvas. Unanimidade na última temporada internacional de desfiles,esse complemento desbancou qualquer outro no quesito acessório tem-que-ter e foi além, definindo o visual do momento. Dos 41 looks que a Prada levou para a passarela no inverno 2015/16,33 incluíram luvas de couro no styling. Ao lado de bolsinhas de alça e maxibroches de acrílico, compunham a equação ladylike

perfeita,servindo de contraponto aos tons propositalmente estranhos (pense em abacate e petróleo) de blazers e vestidos coquetel feitos do novíssimo jérsei dublado, espécie de neoprene em versão luxuosa. A também italiana Dsquared2 apostou em outro tipo de contraste: modelos de camurça tingidos de tons preciosos e bijoux de cristal – ambos símbolos do classicismo do Velho Continente – deixavam mais sofisticadas e femininas as peles e penas rústicas típicas do traje dos esquimós. Tire a luva de sua zona de conforto e dê uma providencial mãozinha para aprimorar seu estilo! barbara migliori

BELEZA: DERLEY SILVA E MONIQUE COUTO PRODUÇÃO DE MODA: LUANA ALVES AGRADECIMENTO: STUDIO W IGUATEMI

Tapa de PELI Ta PELICA LICA



US$ 3.495

Santa Folk

Tendo Santa Fé como ponto de partida, a bolsa é adornada com motivos navajos, que remetem à estética da capital do Novo México

El Cordobés

O uniforme dos toureiros espanhóis foi referência para o rico bordado do modelo

US$ 3.495

Mademoiselle De la Frange

O Velho Oeste foi a inspiração para o modelo, feito de franjas de camurça

US$ 3.495

Jet BAG

N

unca vou esquecer o dia em que eu e Inès nos encontramos num voo de NovaYork a Paris e,na fila do embarque,ela me chamou a atenção para dois passageiros: uma perua de salto alto,ultramaquiada,calça de couro apertada e joias que tilintavam; e um homem de meia-idade de camiseta regata, bermudadesurfeetêniscommeiasbrancas. “Se a gente sentar perto deles,nem sei o que pode acontecer. Não respondo por mim”, brincou ela.Felizmente,não sentamos. Relembrei o episódio, às gargalhadas, quando nos encontramos mês passado em seu magnífico escritório cor-de-rosa

72 VOGUE BRASIL

na flagship da Roger Vivier, no Faubourg Saint-Honoré, onde Inès dá expediente há mais de dez anos como guardiã da memória,da alma e do futuro da lendária marca de sapatos, propriedade hoje do empresário italiano Diego Della Valle, dono também da Tod’s,da Fay e da Hogan. Ex-modelo de retumbante sucesso e autora de um dos mais deliciosos best-sellers internacionais de lições de estilo, A Parisiense, publicado em 2010, Inès virou a papisa da elegância cool francesa. Recentemente,criouumblog onde dánovas pílulas de suas descobertas de endereços em Parise,emnovembro,lançaráumaversãode

bolso do guia,revisto e ampliado.“É para as minhas leitoras que querem carregá-lo na bolsa no metrô”, explica. Voltando aos looks desastrosos de nossos companheiros de voo, Inès reitera que conforto com elegância são chave do atual dress code de viagem – ela sempre usa um par de jeans,cashmere e a própria manta, que leva em todas as suas viagens pelo mundo. “Também deixo o assento organizadíssimo quando saio do avião. Nada de jornais espalhados no chão e papéis de bombom,esses horrores.” As muitas milhagens acumuladas instaram Della Valle a convidá-la a assinar

FOTOS: GETTY IMAGES, THINKSTOCK E CORTESIA ROGER VIVIER

Papisa do chique parisiense, Inès de la Fressange essange lança uma coleção de bolsas para a Roger Vivier inspirada em suas viagens pelo mundo POR BRUNO ASTUTO


Já nas ruas

US$ 3.850

A De la Frange, que tem o design mais despretensioso dos 15 modelos da coleção, já virou hit entre as fashionistas

Nippon-Nimayu

Inspirada no Japão, a bolsa traz bordadas as cerejeiras ícones de Kyoto

Swinging London

Sung Hee Kim

A versão inspirada em Londres foi toda coberta por paetês e lembra o prédio The Gherkin

US$ 4.050 Elvira Abasova

Anya Ziourova US$ 3.050

Pondi Paris

Pondicherry, na Índia, onde se fala francês, inspirou a versão de veludo com bordados em dourado

sua primeira coleção de bolsas para a Roger Vivier.São 15 modelos da icônica Miss Viv, best-seller da grife lançado em 2009, com bordadosinspiradosnos destinos preferidos de Inès,como Índia e Espanha, e também nos imaginários,onde ela nunca pôs os pés, como Santa Fé,cuja bolsa ganhou motivos navajo. “Você pode conhecer um lugar apenas sonhando com ele”, justifica. Há uma japonesa em seda e bordado de linha que reproduz as cerejeiras; a Scrapbag com linhasverticais inspirada nos arranha-céus de Nova York; a Swinging London, com lantejoulas pretas e brancas ou douradas; a El Cordobés,com bordados que imitam as

roupas dos toureiros; a elegantíssima Pondi Paris,uma mistura de Paris e Pondicherry, na Índia, com alça dourada. “Quando apresentei a coleção a DellaValle,ele sentiu que faltava um modelo para bater no dia a dia, e assim nasceu a Mademoiselle De la Frange”,conta.Retangular,carameloe cheia de franjas em chamois, a De la Frange já virou it-bag nas ruas parisienses. “É uma brincadeira com a confusão de algumas pessoas que não conseguem falar meu sobrenome”,diverte-se. Incansável,Inès acaba de lançar uma coleção para a marca de fast-fashion japonesa Uniqlo – “Adoro essa coisa de

Leandra Medine

democratização da moda e de ter peças bonitas que não precisam ser caras.” Também abriu uma loja com seu nome, na tradicional Rue de Grenelle,em Saint-Germain.O espaço tem de tudo: lençóis, abridores de garrafa, guarda-chuvas, cestos africanos, tecidos indianos, móveis, joias, roupas e até azeites de oliva da Provence. “A ideia surgiu da falta de opção para dar presentes aos meus amigos. É meio que um bazar, onde você encontra coisas que vão de € 20 a € 2.000”,conta.“Agora preciso trazer peças do artesanato brasileiro. Acho a criatividade de vocês incrível.” VOGUE BRASIL 73


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Ativista do estilo Ela provou que era possível fazer moda sustentável sem abrir mão do design. Mentora do recém-lançado Prêmio Ecoera, Chiara Gadaleta Klajmic quer mudar o jeito como você compra. Se prepare, porque ela vai conseguir! POR DANIELA FALCÃO FOTO JÚLIA RODRIGUES

A partir da esquerda, Chiara Gadaleta, Julia Maggion e Ana Sarkovas, as duas últimas diretoras do Sistema B no Brasil Styling: Raquel Kavati


FOTOS: DIVULGAÇÃO BELEZA: VIRGINIA BARBOSA E TALI CALE PRODUÇÃO DE MODA: CAROL SANTORO AGRADECIMENTO: ATELIER HUGO FRANÇA, OSKLEN, LIDIA ABRAHIM E NK STORE

Q

uando Chiara Gadaleta me procurou no fim de 2012 para sugerir que a Vogue abrisse espaço para o debate sobre sustentabilidade namoda,fuireticente. O assunto me interessava, estamos entre as cinco indústrias que mais poluem no mundo, volta e meia pipocam denúncias de trabalho escravo em confecções, mas não tinha certeza de como deveria tratá-lo na revista. Já havíamos feito duas edições dedicadas ao tema, mas nenhuma delas repercutiu como eu imaginava. Roupas e acessórios com selo verde não pareciam atraentes às leitoras de Vogue (e não eram mesmo), sobravam boas intenções, mas faltava design. Chiara ouviu atentamente e disse que ia me convencer do contrário. EstavacomeçandoamapearquemnoBrasil fazia moda sustentável e, quando tivesse esse levantamento,voltaríamos a conversar. Fazia três anos que ela havia fechado sua Tarântula,marca conhecida pelas bijoux de tecidocheiasdepersonalidadeepeloscaftãs étnicos,mas não caricatos,bem ao gosto da dona.Ex-modelo,quevirou stylist,quevirou estilista, Chiara estava em pleno processo de mais uma reinvenção, assumindo o papel de ativista em prol de uma moda menos poluente, de um consumo mais consciente,tudo isso sem abrir mão de um centímetro sequer do estilo que sempre fez dela uma figura admirada no meio. Virou porta-voz do assunto, onipresente em qualquer debate ou reportagem sobre o tema.Mas não estava satisfeita em apenas falar, queria dar notoriedade às marcas que vinham se destacando, e assim criou o evento Ecoera (nome que já batizava seu mapeamento da sustentabilidade no País), com desfiles,oficinas,bazares eworkshops. Fiquei impressionada com a decoração de uma das primeiras edições do evento (ao todo, já foram sete), com paredes forradas de jornal e um clima de reciclagem cool, anos-luzdaimpressãodeimproviso epouco valor à estética que costumava encontrar em iniciativas do gênero. Mandei um e-mail dando parabéns, e ela não esperou um segundo: respondeu cobrando uma posição da Vogue,garantiu que já tinha um número suficiente de marcas verdes com estilo de sobra, bem ao gosto das leitoras da revista. Em fevereiro deste ano,nascia a coluna Ecoera,e desde então já perdi a conta de quantas bolsas, jeans, relógios, óculos e esmaltes “do bem” descobri graças às conexões e ao olhar de Chiara.

Filha de italianos, nascida em Nápoles, nos anos 70 ela se mudou com a família para o Brasil quando seu pai,presidente de uma multinacional, foi transferido para cá. A famíliaseapaixonoupeloPaísenunca mais voltou. O gosto por moda foi despertado pela mãe,Rossella Giacometti,que teve na década de 80 uma butique na Rua Oscar Freire,em São Paulo,conhecida por reunir uma turma de mulheres elegantes e em sintonia com o estilo glam da época. Enquanto estudava comunicação, em 1992, Chiara conseguiu um estágio na Casa Vogue. O porte e a personalidade logo chamaram a atenção dos stylists, e ela relutantemente aceitou posar para editoriais de moda. “Queria mesmo era trabalhar numa revista.” Mudou de opinião quando viu na carreira de modelo a possibilidade de ficar mais perto da irmã Francesca,que havia ido estudar na Suíça. Chiara tinha 21 anos e passou os cinco seguintes cruzando passarelas de marcas de peso,como Versace e Lacroix.Mas nunca se empolgou de verdade.“Se achava o estilista cafona,nem ia ao casting”,lembra. Em 1994, foi estudar no Studio Berçot, renomada escola de moda parisiense.“Pela primeira vez senti ter chegado a algum lugar que realmente me interessava.” Chiara deu aulas no Berçot, casou-se com um marchand francês, teve um filho (Gianluca,hoje com 19 anos),se separou e aí decidiuvoltar ao País e colocar em prática o que aprendeu.Deu aulas em universidades, virou stylist requisitada, se casou de novo em 2003 – com o fotógrafo Daniel Klajmic, com quem teve Laila, de 11 anos –, abriu a Tarântula e, entre 2009 e 2011, participou do programa de TV Tamanho Único,no GNT. Incansável e zero acomodada, Chiara aproveitou a boa repercussão da coluna para lançar, em junho passado, o Prêmio Ecoera, com apoio da Vogue e em parceria com o Sistema B, que certifica empresas que adotam em suas práticas ações para solucionar questões sociais e ambientais – atualmente são 1.300 no mundo,40 delas no Brasil.“Sempre achei que poderia abordar o assunto de um jeito bacana, pela via da estética e da beleza”, diz. Os próximos capítulos? “São muitos,mas espero chegar ao ponto em que meu trabalho não seja mais necessário.Aí me aposento evouviver numa ecovila chiquérrima na Patagônia, onde passarei os dias fazendo crochê e tomando vinho orgânico!” As inscrições para o Prêmio Ecoera podem ser feitas até 23 de outubro, no site www.ecoera.com.br Com reportagem de Letícia Pimenta

Maior B Corp do mundo, a Natura tem, entre outras iniciativas, programa de carbono neutro e usa energia renovável, além de contribuir com 3% de seu lucro à educação pública e oferecer assistência técnica para os fornecedores aprimorarem suas operações sustentáveis.

Marca californiana de roupas de esporte, a Patagonia recicla suas peças usadas (e paga a postagem para que o consumidor as devolva), projeto que já resultou em mais de 80 toneladas de roupas recicladas desde 2005. Cerca de 75% de sua matéria-prima é orgânica, e 5% da energia utilizada é gerada em sua sede. A empresa tem ainda um amplo programa de proteção e assistência a trabalhadores imigrantes.

Em 2009, Chiara batizou de Ecoera seu movimento para debater sustentabilidade e mapear marcas “verdes” no Brasil. Quatro anos depois, criou em São Paulo um evento de mesmo nome com desfiles, oficinas, lançamentos de produtos, bazares e mesas redondas. Cerca de 30 grifes já participaram das sete edições, uma delas no Rio.

VOGUE BRASIL 75


A marca californiana Alex & Lee produz artesanalmente bijoux com preciosidades garimpadas pelo mundo, caso do colar de prata martelada, opalas e penas de galo (US$ 4.800)

Gianvi to Ro combin ssi ou a camurç a present , sempre trabalh e em seu carneiro o, ao pelo de em coleção sua nova (US$ 1.23 0)

Celebrand o o tradicion al fatto a ma n da Valen o tino, a bolsa de camurça (R$ 14.780 ) ganhou ric os bordados de linha

UMA SELEÇÃO DE ACESSÓRIOS DO INVERNO INTERNACIONAL EM SINTONIA COM O ESTILO ÉTNICO DOS ESQUIMÓS DO CANADÁ

A sandá li Dsqua a da red² (€ 1.330 mistura ) traz uma d de difer e camurça e pele de ntes tons, guaxinim e metal

tchwork A clutch de pa (€ 2.100) pele geométrico de veerrnno criado in é destaque do lie de Libbran Ju a st pela estili kiel r a Sonia Ry para

Tributo às raízes canadenses de Dean e Dan s Caten, gêmeo a d te en à fr ², d re a Dsqu d o o invern a marca foi inspirado nos inuítes, indígenas que habitam a gélida região ártica de seu país

Peça-des ejo do invern da Fend o bota de p i, a e de carneirlo tem salto o d acrílico q e ue imita u pedra de ma gelo

A clássica bota com franjas de camurça surge em versão que mistura tons sóbrios (US$ 2.095) na nova coleção da RogerVivier

Hotel Le St-James Ho Instalado em e um prédio do século 19, o hotel Le St-James, em Montréal, combina requintado estilo europeu hospita à ótima hospitalidade do Canadá. Diárias a partir de US$ 300 *Endereços na página 256

ILUSTRAÇÃO: LULA (@LULA_HERSELF) FOTOS: CORTESIA LHW, THINKSTOCK E DIVULGAÇÃO

Os brincos da enta R Oscar de la a de lh fo à remetem lo do o b m bordo, sí 290) Canadá (US$



fashiontour hion hiontour AS MAIORES – E MELHORES – NOVIDADES DA MODA BRASILEIRA PASSAM POR AQUI AQ

SÃO PAULO

CASADE VERANEIO

Presente em mais de 20 multimarcas pelo Brasil, a Super Suite 77, de Rodrigo Trussardi, inaugura uma pop up store no Shopping Iguatemi, que abre as portas este mês e funciona até fevereiro. Há sete anos em Nova York, onde a grife também é vendida, ele acaba de voltar ao seu País natal, e a loja é sua primeira grande empreitada por aqui. O espaço receberá peças que só serão encontradas por lá, como conjuntinhos de neoprene superfininho, perfeitos para o verão que se aproxima, e a primeira coleção de sapatos da grife. Super Suite 77: Shopping Iguatemi, piso superior, SP

R$ 840

SÃO PAULO

PONTE AÉREA

Top (R$ 590) usado com saia (R$ 740); e top (R$ 680) usado com bermuda (R$ 720), tudo Super Suite 77 Styling: Raquel Lionel

Chegam este mês à flagship de Giuliana Romanno as peças assinadas pela joalheira carioca Vera Cortez para o desfile da estilista, a primeira parceria das duas para as passarelas – em 2013, elas já tinham desenvolvido uma bem-sucedida coleção comercial. Desta vez, apostaram em superargolas e braceletes de prata, além de pingentes de citrinos brutos, perfeitos para serem combinados aos vestidos fluidos do verão de Giuliana, inspirados na Bahia. Preços a partir de R$ 810. Giuliana Romanno: Rua Peixoto Gomide, 1.757, SP


R$ 2.000

SÃO PAULO

REPORTAGEM: VÍVIAN SOTOCÓRNO, PATRICIA TREMBLAIS E BEBEL SADER FOTOS: FRED OTHERO, RAQUEL ESPÍRITO SANTO,FLAVIO BATTAIOLA, MURILLO MENDES, STUDIO DES FLEURS E DIVULGAÇÃO BELEZA: ANDRE MATTOS (MAKE), CLAUS FREITASS (CABELOS) E BEL LUSCHER PRODUÇÃO DE MODA: BRUNA FERREIRA ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: MARCOS COSTA AGRADECIMENTOS: HECTOR ALBERTAZZI, SIMONE GUIMARÃES E SPADES KUSTOM

PRAIA DELUXE

O endereço paulistano da Hermès, que recebia esporadicamente algumas peças da linha de acessórios de praia da grife e acaba de dobrar de tamanho, agora terá a coleção completa da casa francesa voltada para temporadas al mare. São bolsas, toalhas, vestidos, nécessaires e saídas estampadas com motivos animalier, para curtir o sol com muito estilo. E atenção, cariocas: a marca planeja próximo ano inaugurar no pr seu primeiro endereço no Rio. Hermès: Shopping Cidade Jardim, piso térreo, SP

R$ 7.000

GOIÂNIA

PORTASABERTAS

Um dos melhores talentos nacionais surgidos na área de acessórios nos últimos anos, a designer Eleonora Hsiung inaugura este mês em sua cidade natal, Goiânia, o primeiro espaço para receber clientes da marca de bijoux que leva seu nome e que abrigará também seu ateliê. Construída como uma espécie de bunker, a casa tem como missão aproximar a consumidora de todo o processo artesanal de sua produção e já conta com a coleção mais recente da designer, também à venda no e-commerce Farfetch, inspirada em street art e no cosmos. Destaque para os colares e braceletes de chapa de metal – material queridinho de Eleonora, que aparece agora em versão máxi e trançada. Ateliê Eleonora Hsiung: Rua 1.142, 233, Goiânia Braceletes (R$ 498 cada) e colar (R$ 537) de chapa de metal da nova coleção de Eleonora shirt GAP Hsiung. T-shirt tricia Styling: Patricia emblais Tremblais

R$ 350

BRASIL

CAMADA FINA

Após estampar vestidos, camisas e botas de seu verão com pinceladas manuais que imitam respingos de tinta, a UMA leva a técnica para a coleção-cápsula de tênis desenvolvida em parceria com a franco-brasileira Vert, especializada em modelos em sintonia com a sustentabilidade. São apenas 70 pares, à venda no Farfetch e nas três lojas da grife de roupas. UMA: Rua Barão de Capanema, 551, SP VOGUE BRASIL 79


BRASIL

GRANDE ENCONTRO

Num encontro harmônico da obra de Oscar Niemeyer com a de Henri Matisse, a coleção resort da Isolda traz estampas que misturam projetos do arquiteto carioca, como a Catedral de Brasília e o Planalto Central, às colagens supercoloridas que o artista francês produziu em seus últimos anos de vida. O caju, print ícone da marca, aparece agora em versão gráfica, cobrindo biquínis de lycra fininha e com proteção solar. As peças acabam de desembarcar em mais de 30 multimarcas pelo Brasil, como a Ka, no Rio de Janeiro, e a Dona Santa, em Recife. Top (R$ 2.375) e short (R$ 950) da coleção resort da Isolda

Tonya Hawkes R$ 4.689 (cada)

BRASIL

QUARTO PODER

Tradicional multimarcas de Brasília, a Ortiga comemora duas décadas com o lançamento de seu e-commerce este mês. A loja on-line abrigará um mix eclético de grifes internacionais – Pierre Balmain, Aurélie Bidermann, Frame Denim, Barbara Bonner, Philippe Le Bac e Tonya Hawkes –, além de uma ótima seleção nacional, incluindo marcas brasilienses difíceis de serem encontradas no resto do País, caso de Letícia Gonzaga, Luisa Farani e Priscilla França. As clutches bem-humoradas da americana baseada na Itália Tonya prometem ser hit. www.ortiga.com.br

RIO DE JANEIRO

O PARAÍSO DETHOMAZ

R$ 697

Lançada em novembro passado, a grife The Paradise, novo projeto do carioca Thomaz Azulay ao lado de seu partner, Patrick Doering, finalmente vai ganhar de fato as ruas. Tendo como trunfo a estamparia digital irreverente que o estilista criava para a Blue Man – marca fundada por seu tio, David, e que Thomaz comandou por quatro anos –, a neobrand, que vai muito além do beachwear, passa a ser vendida em e-commerce próprio a partir deste mês e, no dia 13, ganha seu primeiro trunk show no Rio de Janeiro. Informações pelo site www.paradise.art.br


A flare de denim bruto com corte de alfaiataria da coleção de Giambattista Valli para a 7 For All Mankind

SÃO PAULO

PURO DESEJO

Lançada no primeiro semestre nos Estados Unidos e na Europa, a incensada coleção-cápsula desenhada por Giambattista Valli para a 7 For All Mankind desembarca este mês no Brasil, na flagship da marca de denim americana no Shopping Iguatemi. São dois modelos de jeans: uma skinny, disponível em sete diferentes tons de índigo ou estampada com o mesmo print de leopardo usado na coleção de alta-costura do verão 2015 do estilista italiano, e uma flare com corte de alfaiataria, em branco ou denim bruto. Por aqui, custarão entre R$ 1.339 e R$ 1.589. “Os cortes e proporções das peças tiveram tratamento de alta-costura”, contou Valli. 7 For All Makind: Shopping Iguatemi, 1º piso, SP

RIO DE JANEIRO

NOITES CARIOCAS

A moda festa do Rio está repleta de boas-novas. Sem deixar de lado os vestidos sob medida que fizeram a fama de seu ateliê, a estilista Maria Mendes, que trabalhou nas grifes Oscar de la Renta e Narciso Rodriguez antes de criar sua própria marca, lança a primeira coleção de prêt-à-porter. Com preços entre R$ 1.380 e R$ 5.600, as peças acabam de desembarcar na multimarcas Via Flores. Já a Mocha, uma das melhores novidades da cidade do ano passado para cá, estreia linha noite com vestidos esvoaçantes de seda ou linho. À venda na Dona Coisa, custam de R$ 1.048 a R$ 3.880. Let’s celebrate! Vestido Mocha (R$ 3.888)

BRASÍLIA

VOO SOLO

Body (R$ 800) e saia (R$ 1.500) Maria Mendes

R$ 479

Dona de um guarda-roupa original e irreverente e de uma hypada vintage store na capital federal, a brasiliense Nathalia Abi-Ackel, uma das jovens mais estilosas da cidade, lança agora sua própria marca de bijoux, a Abi Project. Produzida entre Brasília e Nova York, a coleção de estreia traz peças de resina colorida, opalinas e cristais inspiradas no Studio 54 e na Factory de Andy Warhol. Cada coleção será lançada em edição limitadíssima e terá ponto de venda único: a primeira já está disponível no e-commerce da Ortiga; a seguinte, com dez peças de prata e cristais, na pop up store que a grife arma em setembro na Casa Cor de Brasília. VOGUE BRASIL 81



COORDENAÇÃO GERAL: KARINE VILAS BOAS PRODUÇÃO DE MODA: CRISTIANO OIWANE E NEEL CICONELLO PRODUÇÃO DE OBJETOS: LARISSA DANTAS AGRADECIMENTO: PS DO VIDRO

Valentino R$ 3.650

Valentino R$ 10.200 (cada)

Xeque

MATE

O p&b perde o estigma de dobradinha básica para se transformar em jogada fashion campeã POR DONATA MEIRELLES FOTO MARCEL VALVASSORI


sh shops

Lara Gerin para Ventura R$ 890

Maria Garcia R$ 345

Dolce & Gabbana

Mara Mac R$ 689

Jimmy Choo R$ 5.680 Animale R$ 5.790

Diferenza R$ 728

Reserva Natural R$ 334

Carla Buaiz R$ 4.404

Carolina Herrera R$ Tiffany 1.495 R$ 5.600

DUPLA DINÂMICA

Gucci R$ 2.580

Fuja do lugar-comum e misture sem medo listras, poás, pied-de-poule, tweeds e grafismos étnicos

Chanel R$ 29.980

Dolce & Gabbana

Fendi R$ 2.990 Diogo Dalloz na Joyá R$ 3.840

Ralph Lauren R$ 9.800

FOTOS: MARCIO MADEIRA E FLÁVIO BATTAIOLA (STILLS) PRODUÇÃO DE MODA: CRISTIANO OIWANE E NEEL CICONELLO

Corello R$ 299


ca mila k lein .com. br


shops

peça rara

PUNK DE BUTIQUE

Choque positivamente com a bolsa de alça longa revestida de python natural e emoldurada por centenas de espinhos metálicos FOTO FLÁVIO BATTAIOLA

PRODUÇÃO DE MODA: CRISTIANO OIWANE E NEEL CICONELLO

Jimmy Choo R$ 9.580


RUA PEIXOTO GOMIDE, 1789 | JARDINS - SP MASQUE.COM.BR


PLÁSTICO RETORNÁVEL Feitas de vinil e com salto acrílico quadrado, as botas mais icônicas do momento fazem par perfeito com os microcomprimentos com ar futurista que despontam nesta estação FOTO THIAGO JUSTO

Dior R$ 6.500 (cinza) R$ 9.200 (bordô)

PRODUÇÃO DE MODA: CRISTIANO OIWANE E NEEL CICONELLO PRODUÇÃO DE OBJETOS: LARISSA DANTAS AGRADECIMENTO: PS DO VIDRO E TOG

shops


SONHE, VIAJE & ETERNIZE COM A NOVA COLEÇÃO PANDORA

www.pandorajoias.com.br

PANDORA BRASIL

Copenhagen • London • Paris • Milan • New York • Tokyo • São Paulo • Rio de Janeiro



shops shops

Isabela Capeto R$ 440

Camila Klein R$ 1.295 Têca R$ 1.108

FOTOS: GIAMPAOLO SGURA/ARQUIVO VOGUE, THINKSTOCK E FLAVIO BATTAIOLA (STILLS) PRODUÇÃO DE MODA: CRISTIANO OIWANE E NEEL CICONELLO

Água de Coco R$ 799

Cravo & Canela R$ 130

Coven R$ 1.058

debate fashion deba ion

BAHIA BAHIA YA YANG

Francesca Romana Diana R$ 205 (cada)

Macramês, miçangas e bordados com fios multicoloridos imprimem uma exuberância étnica

Morena Rosa R$ 620

Lenny Niemeyer R$ 1.470 SouQ R$ 75 (o conjunto)

Fendi R$ 9.880 TNG R$ 500 Paula Ferber R$ 575

Prada na Luxottica R$ 900


shops shops

Tiffany & Co.

Salvatore Ferragamo R$ 7.750

Ronaldo Fraga R$ 480

Ralph Lauren R$ 3.110

debate fashion ion

Frattina

Persol na Luxottica R$ 700 Dolce & Gabbana na Farfetch R$ 6.370

BAHIA A YIN

Christian Louboutin R$ 2.290

Cartela cromática controlada, alfaiataria e toques metálicos para uma elegância urbana

Apartamento 03 R$ 1.190

Ronaldo Fraga R$ 750

Têca R$ 1.010

Francesca Romana Diana Ro R$ 199

Dior R$ 9.900

FOTOS: BOB WOLFENSON/ARQUIVO VOGUE, THINKSTOCK E FLÁVIO BATTAIOLA (STILLS) PRODUÇÃO DE MODA: CRISTIANO OIWANE E NEEL CICONELLO

Tory Burch R$ 2.640



shops tem que ter

BELEZA INTERIOR Coqueluche da última temporada de desfiles, as bolsas de mão revestidas de couros exóticos carregam uma versão menor tingida de um tom pastel coordenado

Prada R$ 21.350 (cada)

PRODUÇÃO DE MODA: CRISTIANO OIWANE E NEEL CICONELLO

FOTO THIAGO JUSTO


l e za le z.co m


CARAMELO Short Scully, R$ 890

A durabilidade do chamois o transformou em pilar da coleção Earth Child. Feitas à mão, as peças da marca têm matéria-prima de tecelagens nacionais

Fotos: Divulgação/Marina Nacamuli

Blusa Ellie, R$ 550

Camisa Arya, R$ 1.100

Vestido Ashley, R$ 1.300

NEO hippie

A volta do espírito setentista deu um passo além além: m: mais do que nostalgia, a releitura da Honey Pie p propõe ropõe estética livre e postura consciente em relação à mo moda da Camisa Arya, R$ 1.100

Vestido Holly, R$ 1.800

Colete de franjas, R$ 890

PRETO TOTAL Atemporalidade é uma bandeira da marca paulistana – o que não significa mesmice. Couro preto amassado cria efeito distinto para modelos com pegada boho

Saia Maya, R$ 720

maisonhoneypie.com.br Av. Cidade Jardim, 662, Jardim Europa, São Paulo


vestir a mesa

perfumaria para casa

lista de casamento

COLEÇÃO

Flor de Maracujá

taniabulhoes.com.br 11-30870099


joias exclusivas

lachicadeoro.com.br

@lachicadeoro La Chica de Oro


ASSISTENTES DE FOTOGRAFIA: FÁBIO ENES E RENATA CHEDE PRODUÇÃO EXECUTIVA: NATALIA BOTTI DIGITAL TECH: MARKO CRAWFORD TRATAMENTO DE IMAGEM: BOB MOYERS FOOD STYLIST: IZADORA SUPLICY

Em sentido horário a partir do topo, bracelete de ouro branco e diamantes, Izabel Esteves; anel de ouro negro e diamantes negros, Ana Tinelli; anel de ouro branco e diamantes, Jack Vartanian; anel de ouro branco, pedra da lua e diamantes, Frattina; anel de ouro negro e diamantes negros, Noor; pingente de ouro branco e diamantes, Tiffany & Co.; brinco de ouro branco e diamantes, R$ 32.891, Julio Okubo; anel de ouro amarelo e diamantes brancos e brown, R$ 16.500, Montecristo; brinco de ouro branco e diamantes, Izabel Esteves; pulseira de ouro branco e diamantes, Renato Guelfi

Monocromia BRILHANTE Deixe de lado joias coloridíssimas, que misturam infindáveis tons de gemas, e sofistique seu look da virada de estações com peças suntuosas enfeitadas com muitos quilates de pedras de uma única cor, para serem usadas em conjunto FOTOS JAMES WOJCIK EDIÇÃO PATY GRUNHEIDT


joias Anel de ouro amarelo, safiras azuis, turquesa e diamantes brancos e brown, R$ 22.830, Dryzun; brinco de ouro amarelo, diamantes e turquesa, Ana Rocha & Appolinario; brinco de prata e turquesas, R$ 2.578, Guerreiro; anel de ouro amarelo, turquesa e diamantes negros, R$ 46.400, Ara Vartanian; brinco de ouro branco, diamantes e turquesas, R$ 80.411, Talento; anel de ouro branco, diamantes e turquesas, R$ 15.900, Carla Amorim; anel de ouro branco, diamantes e turmalina ParaĂ­ba, Renata Camargo; brinco de ouro branco e diamantes brancos e azuis, R$ 10.244, Laura Marchi


Pulseira de ouro amarelo e topรกzios-imperiais, R$ 35.084, Julio Okubo; pingente de ouro branco e diamantes brown, Ruth Grieco; brinco de ouro branco e diamantes, R$ 44 mil, Mariana Berenguer


joias

Anel de ouro branco, diamantes e rubi, R$ 38 mil, Gioielli Pantalena; brinco de ouro rosa, diamantes e rubis, R$ 31.043, Emar Batalha; brinco de ouro negro, diamantes negros e brown e rubis, R$ 64 mil, Montecristo; brinco de ouro amarelo, diamantes e rubis, Marisa Clermann; pulseira de ouro amarelo, rubelitas, turmalinas e diamantes, R$ 63.500, Ara Vartanian; brinco de prata e rubis, R$ 16.666, Guerreiro; brinco de ouro branco, diamantes e rubi, R$ 42 mil, Gioielli Pantalena


Anel de ouro amarelo, topåzio e diamantes chocolate, R$ 21.508, Emar Batalha; colar de âmbar e turquesas, Laura Marchi; anel de ouro amarelo, turmalinas, safiras e diamantes, R$ 28 mil, Carol Kauffmann; anel de ouro branco, diamantes e citrinos, R$ 18 mil, Montecristo; brinco de ouro amarelo, diamantes e citrinos, Amsterdam Sauer; brinco de ouro amarelo e diamantes Fancy Yellow, Renato Guelfi


joias

Destino

TRAÇADO Histórias deliciosas são contadas no livro que comemora os 25 anos da Talento, escrito por Doris Bicudo, que antecipa aqui “causos” da joalheria mineira que nunca abriu mão da intuição

E

A turmalina Paraíba, aqui combinada a diamantes, está entre as pedras mais utilizadas pela marca

O anel de pérola negra ganha ares mais contemporâneos graças ao tamanho máxi da gema

Lançados pela primeira vez em 2000, os ear cuffs são hoje o maior best-seller da Talento

Rubis posicionados em diferentes alturas dão volume ao brinco acima O dégradé de pedras coloridas (diamantes amarelos, no caso ao lado) é utilizado para dar movimento às joias

m 1990,durante uma partida de buraco, Terezinha Geo Rodrigues tentava encontrar o nome ideal para batizar a joalheria que acabara de fundar. Naquele anoitecer em uma fazenda no Triângulo Mineiro, entre uma carta de baralho e outra, quase ao acaso, veio a escolha. Ou seria uma premonição? Assim que ela pronunciou a palavra talento, um pires que sustentava uma vela simplesmente explodiu.Não se sabe como, tampouco o porquê. O fato é que um pequeno fragmento daquela porcelana feriu sua perna,e o sobrenatural foi imediatamente aceito. O tempo passou, a cicatriz se tornou quase invisível, mas Terezinha ainda sente arrepios ao se lembrar da história.Lógico,não teve dúvidas: o nome da joalheria seria Talento. Essa é apenas uma das deliciosas histórias narradas no coffee table book com projeto das Edições Globo Condé Nast que celebra os 25 anos da grife e será lançado este mês, com distribuição limitada. A paixão de Terezinha pelo universo ju da joalheria nasceu junto com a primeira filha, Vanessa, há 40 anos, bem antes da fundação da Talento. O fecho do primeiro brinquinho da menina insistia em inflalóbulos,e mar seus lóbulos,eTerezinha percebeu que o metal era o problema e não hesitou: desenhou ela mesma um pingente em formato de cacho de uvas feito com diamantes – que criaçã se tornou sua primeira criação. A marca nasceu com um pequeno ateliê Horizonte que logo ocuparia um em Belo Horizonte, inteiro até a abertura da primeira andar inteiro, loja – atualmente são cinco,três na capital mineiraeduasemSão mineira eduasemSãoPaulo,amaisrecente, no shopping JK Iguatemi, com projeto arMaluh quitetônico assinado por Carolina Maluhy.

Sucesso em 2000, os broches de orquídeas serão reeditados

Tim-tim

Oitenta joias, entre peças novas e reedições dos maiores hits da história da Talento (parte delas exposta nestas páginas), foram criadas para comemorar os 25 anos da marca


Diamantes de diferentes tamanhos e lapidações na mesma peça: expertise

COLAGENS: THIAGO BATISTA CROQUIS: RACHEL TÁVORA TRATAMENTO DE IMAGENS: FACTORY RETOUCH FOTOS: ALMIR PASTORE (STILLS) E REPRODUÇÃO INSTAGRAM

Colagens de joias que ilustram o livro dos 25 anos da marca

Até hoje Terezinha controla todo o processo de criação das joias. Cuida da escolha das pedras,das matizes,das combinações. Foi ela quem criou o slogan handmade masterpieces – mais que uma filosofia, é a essência da marca. Ao longo de quase três décadas, se aprimorou no design, descobriu o ouro fundido e acrescentou pedras, formas e volumes a joias que acompanham todas as fases da vida da mulher. Para poder ganhar tentáculos e chegar a todo o País, a Talento lançou um e-commerce em 2010, e Terezinha passou a trabalhar com seus três filhos: Jacques é o diretor de marketing; Vanessa e Maria Tereza trabalham no varejo. Embora a Talento possua hoje um catálogo enorme, 70% das vendas são concretizadas com peças únicas e exclusivas. Mas os sucessos em série não ficam de fora.

Para citar dois: o Prestige, primeiro hit, criado em 1994, é um brinco que parece se encaixar e acompanhar a orelha, e já ganhou dezenas de versões desde sua criação – tem até um modelo com madrepérolas. Outro best-seller é o Gisele, cravejado de diamantes e arrematado com franjas,que ficou famoso ao ser usado pela übertop na pré-estreia do filme Taxi, em Nova York, em 2000. O brinco, que originalmente se chamava Ópera, foi rebatizado em homenagem à gaúcha. Acontecimentos familiares marcantes também foram ponto de partida para Terezinha expandir suas linhas. Em 1996, ela criou uma coroa de ouro e diamantes para o casamento da filha mais velha, que daria origem às joias para noivas e madrinhas. No ano seguinte, o nascimento da primeira neta inspirou a criação da linha infantil.Antenada com as tendências de moda e comportamento, em 2014 Terezinha contratou pela primeira vez uma modelo internacional para estrelar uma campanha da marca,a it girl inglesa Poppy Delevingne. Ao longo dos anos, a grife manteve sua alma de butique (até hoje aceita reformar joias de família),mas perseguiu também a inovação por meio do desenvolvimento de técnicas exclusivas.A que mais chama atenção é a ergonomia,que permite que pingentes e berloques em formato de cruz, por exemplo, se encaixem confortavelmente no colo feminino. Em 1998, a Talento lançou a tarraxa Cashmere,para dar mais conforto e sustentação aos brincos. E ainda há anéis com diamantes dispostos em assimetria que mais aludem a um jardim de flores – ao menos na definição de Terezinha. Já diria que esse anel tem cores e detalhes que o tornam uma pintura impressionista, tipo tela de Monet. Grande parte das joias leva 45 dias para ficar pronta. Algumas, até mais. Nas oficinas da marca em Belo Horizonte foi montado um quebra-cabeça enorme. Do esboço da designer ao polimento final, Terezinha treinou cada um de seus funcionários para todas as etapas,com especial atenção à escolha das gemas.Os diamantes,claro,reinam.Às vezes as pedras são aplicadas com mais de um tipo de lapidação ou cravação numa única peça. Em meio a tantos “causos” curiosos da trajetória da joalheria que o livro recupera, há outro que pouca gente conhece: além do tal pires quebrado, o premiadíssimo touro Talento,da fazenda da família, inspirou o nome da marca.Obra do destino ou não, era sucesso na certa.

Hit nas ruas

A Talento virou predileta das fashionistas no dia a dia por trabalhar pedras poderosas superclássicas, como pérolas e diamantes, de forma contemporânea

@cris_barros_

@sophiaalckmin

@giomeneghel

@aninhapivapalaia

VOGUE BRASIL 105


Choker de ouro branco e diamantes R$ 41 mil

ARTE NO PUNHO

Aposte em relógios com mostradores ricamente ilustrados com flores,que mais parecem obra de arte – como o novo modelo da linha Métiers d’Art, da Vacheron Constantin,que traz tulipas de guilhochê (técnica de gravação através de sulcos) inspiradas nas ilustrações do inglês Robert John Thornton.

Ao lado do marido, Jack Vartanian, Cássia Ávila posa com peças da coleção criada por Pedro Lourenço e o joalheiro Tulips (1798), de Robert John Thornton Brincos (R$ 2.750) e anel (R$ 1.950) de prata com banho de ouro rosa

Vacheron Constantin

Espécies raras

Depois de duas bem-sucedidas dobradinhas (a segunda delas,no verão passado,desenvolvida apenas para a passarela), Jack Vartanian e Pedro Lourenço assinam novamente uma série de joias a quatro mãos.Inspirada nas esculturas de orquídeas hiper-realistas criadas pelo artista plástico britânico Marc Quinn,a capsule collection,à venda a partir do dia 12 deste mês nas lojas do joalheiro, traz anéis,braceletes,brincos e chokers protagonizados pela flor.Além da versão de ouro branco com diamantes, as joias foram fabricadas também em prata,a exemplo da primeira parceria,lançada em 2013 – desta vez, ganharam banho de ouro rosa e ródio negro e têm preços a partir de R$ 1.150.“Reproduzimos no metal as formas exatas de uma orquídea real.As peças são como miniesculturas”,explica Jack.Rua Bela Cintra, 2.175, SP

Jaeger-LeCoultre

Brincos (R$ 1.150) e bracelete (R$ 3.350) de prata com banho de ródio negro

Anel de ouro branco e diamantes R$ 18.500

Van Cleef & Arpels

Riquezanatural ez Joias protagonizadaspor flores eseresmarinhosdão boas-vindasàprimaveracomumaexplosãodecores POR VÍVIAN SOTOCÓRNO

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FOTOS: GIANFRANCO BRICEÑO (RETRATO), CHLOE MALLE, CORTESIA GIVENCHY, REPRODUÇÃO VOGUE ITALIA/JUNHO 2015 E DIVULGAÇÃO BELEZA:CRIS BIATO STYLING: RAQUEL KAVATI AGRADECIMENTO: PEDRO LOURENÇO

joias


Fique de olho

Fundada ndada por Silvia Fischer e sua mãe, Alice, a joalheria paulistana SA Fischer acaba de lançar uma nova fornada dos pingentes de olho grego, best-sellers da grife, que ganham agora versões com degradês de safiras ou rubis. Atendimento At com hora hor marcada R$ 5.900 pelo tel. (11) 30447777

Sete mares

Não faltam conjuntos que reproduzam com perfeição o efeito de ondas e bolhas de água na nova coleção de alta-joalheria da Van Cleef, a Seven Seas, que traz também peças inspiradas na fauna e na flora oceânicas – o tema da edição deste ano girou em torno da beleza e dos mitos dos mares, como na época de Marco Polo. “Tivemos a ideia de capturar o espírito de uma coleção cruise, como existe na moda, e usar todo o nosso savoir-faire em joias mais informais e fáceis de usar”, explica Nicolas Bos, CEO e diretor artístico da casa francesa. isabel junqueira

R$ 2.900

Tá na cara!

Um dos nose rings do inverno 2015-16 da Givenchy

Rostos ricamente ornamentados roubaram a cena do último desfile da Givenchy,que levou à passarela inusitados nose rings de cristais coloridos – que, de tão comentados,ganharam versões comerciais. A peça apareceu também na coleção da Manish Arora, em modelo decorado com penas,assinado pela grife balinesa expert em head pieces couture House of Malakai. Para trazer a tendência para a vida real,escolha um modelo delicado de ouro,como ensina a globe-trotter e editor-at-large de estilo da Vogue americana abaix Elisabeth von Thurn und Taxis na foto abaixo.

Jessica McCormack

Pamela Love US$ 125

Nose ring da grife balinesa House of Malakai

Givenchy € 150

Elisabeth TNT

Acima, o modelo da Givenchy na Vogue Itália de junho

Spinelli Kilcollin US$ 2.200

















arte • cinema • design • foto • livros • moda • música • teatro • tv Obra da fotógrafa paulistana Camila Gama, da galeria Room 8, um dos destaques da SP-Arte/Foto

REPORTAGEM: ANA CAROLINA RALSTON FOTOS: DIVULGAÇÃO

DIGA XIS Muito além do simples

comércio de obras de arte, a SP-Arte/Foto tem se consagrado como cenário para trocar conhecimentos, aprender, discutir. Em sua nona edição, um dos destaques para quem busca conteúdo no evento é a participação da curadora Sarah Meister, nome por trás do acervo de fotografia do MoMA. Responsável pelas aquisições do museu desde 1997, entre elas obras dos brasileiros Rosângela Rennó, Vik Muniz e Cao Guimarães, Meister ministrará um bate-papo sobre a fotografia produzida na América Latina. Na sequência, não deixe de passear entre os vários estandes da feira para aplicar in loco as dicas da curadora. SP-Arte/Foto: Shopping JK Iguatemi – Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2.041, São Paulo. Dia 20, às 17h


cultura CANTA COMIGO

Amargo Fruto - AVida de Billie Holiday repassa com quatro músicos no palco a trajetória conturbada da americana,uma das mais influentes cantoras de jazz de todos os tempos. Episódios como a prostituição na adolescência,o sucesso e o vício em heroína são costurados com interpretações de “Summertime” e “Strange Fruit”.Lilian Valeska (da série Sexo e as Negas e Tim Maia - O Musical) vive a cantora,com direção de Ticiana Studart. Teatro Carlos Gomes: PraçaTiradentes,s/n,Centro,Rio.De 20 de agosto a 27 de setembro

Depois de juntar grandes nomes da arte italiana em sua última mostra, o Masp apresenta Arte da França: de Delacroix a Cézanne, reunindo um impressionante time de pintores notáveis. São 80 trabalhos do próprio acervo do museu que atravessam os séculos 18 a 20, incluindo obras de Renoir, Édouard Manet (abaixo) e Matisse, escolhidas por Adriano Pedrosa, diretor artístico da instituição. MASP: Avenida Paulista, 1.578, São Paulo. Até 25 de outubro

DOSE DUPLA

Pioneiro da arte cinética no Brasil,Abraham Palatnik,87 anos,ganha duas exposições este mês.Em A Reinvenção da Pintura,em cartaz na Fundação Iberê Camargo,em Porto Alegre,Palatnik apresenta cerca de 80 peças e brinca com a projeção de cores,característica de sua consagrada série Aparelhos Cinecromáticos (acima).Já na galeria paulistana Nara Roesler,o potiguar exibe obras de menor escala e com foco nas suas produções mais recentes – sim,longe de pensar em aposentadoria,Palatnik continua na ativa.Uma viagem dupla pelos sentidos! Galeria Nara Roesler: Avenida Europa, 655, São Paulo. De 3 de agosto a 12 de setembro Fundação Iberê Camargo: Avenida Padre Cacique, 2.000, Porto Alegre. Até 4 de outubro 124 VOGUE BRASIL

REPORTAGEM: ANA CAROLINA RALSTON E BRUNA BITTENCOURT FOTOS: GETTY IMAGES E DIVULGAÇÃO

Paris, eu te amo


Musas de Truffaut Um dos pais da nouvelle vague,

François Truffaut (1932-1984) é tema de retrospectiva em São Paulo. Diretor de clássicos como Os Incompreendidos (1959), Truffaut não resistiu ao charme de algumas das suas protagonistas. 1 Estrela de Jules & Jim – Uma Mulher para Dois (1962), Jeanne Moreau foi um dos affairs do diretor. 2 Uma das biografias do francês afirma que ele entrou em profunda depressão em 1970, após o fim do relacionamento com Catherine Deneuve, estrela de A Sereia do Mississipi (1969). 3 Protagonista de A Mulher do Lado (1981) e De Repente num Domingo (1983), Fanny Ardant teve uma filha com Truffaut, Joséphine, hoje com 32 anos. MIS: Avenida Europa, 158, São Paulo. Até 18 de outubro

Karaokê indie Em 2005, o Clap Your Hands Say Yeah

conquistou a cena independente com seu belo álbum de estreia, produzido, lançado e promovido pelos próprios músicos da banda, sem a ajuda de uma gravadora - num ótimo exemplo da força das bandas que explodiram na época via internet. Para marcar os dez anos do lançamento, o quinteto nova-iorquino sai em turnê em que toca o disco na íntegra e que chega a São Paulo no dia 29, no Cine Joia. No território eletrônico, os Chemical Brothers lançam seu novo e oitavo disco, Born in the Echoes, com participações de Beck, St. Vincent e Q-Tip (A Tribe Called Quest). Em novembro, a dupla inglesa toca no dia 28, em São Paulo, na edição brasileira do Sónar, e no dia 29, no Rio.

As grandes esculturas da mineira Iole de Freitas já passaram pelas bienais de Paris, São Paulo e Mercosul e pela Documenta de Kassel, evento mais importante das artes no mundo. Este mês, ela apresenta três peças inéditas no Espaço Monumental, do MAM carioca. As placas de aço, suspensas no ar, brincam com a ideia de leveza e movimento, marcas registradas da artista. MAM-RJ: Avenida Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo. Até 13 de setembro

VOGUE BRASIL 125


cultura 40 COM CORPINHO DE 20

Para comemorar suas quatro décadas de história, o Grupo Corpo prepara duas coreografias inéditas a serem apresentadas este mês em BH (5 a 9),São Paulo (12 a 16 e 19 a 23) e no Rio (3 a 7 de setembro). São elas Dança Sinfônica,de Rodrigo Pederneiras,com trilha sonora de MarcoAntônio Guimarães,e Suíte Branca, assinada pela ex-bailarina do grupo CassiAbranches e com trilha de Samuel Rosa,do Skank. Em São Paulo,a companhia faz parte da famosa temporada de dança doTeatroAlfa,que segue com apresentações do Ballet du GrandThéâtre de Genève (12 e 13 de setembro) e do Balé da Cidade (24 a 27 de setembro). TeatroAlfa: Rua Bento Branco de Andrade Filho,722,São Paulo

O bairro dos Jardins, em São Paulo, ganha mais um endereço artsy este mês: a Galeria Frente. Comandada pelo empresário Acacio Lisboa, filho do tradicional leiloeiro James Lisboa, o espaço terá como foco grandes nomes da arte brasileira. Para a inauguração, a galeria apresenta uma grandiosa seleção de 120 obras de Mira Schendel (19191988), parte delas inédita.Galeria Frente: Rua Melo Alves, 400, São Paulo. Até 31 de outubro

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MADE IN ITALY

Seguindo o DNA artsy da irmã mais velha Prada,a Miu Miu já lançou nove curtas em torno do universo feminino dirigidos apenas por mulheres,entre elas Lucrecia Martel,Miranda July (foto) e Zoe Cassavetes. Em comum,os filmes trazem belas e estranhas narrativas,enquanto o elenco veste (claro) a grife italiana.A boa-nova é que os nove filmes serão exibidos na 26ª edição do Festival de Curtas Internacional de São Paulo (de 19 a 30 de agosto). O décimo filme da série,de Agnès Varda, será lançado em setembro,no Festival de Veneza.www.kinoforum.org.br/curtas/2015


NA CABECEIRA

Biografia,romance policial ou entrevista? Escolha seu formato preferido para a leitura do mês: 1. Depois de 35 anos do lançamento de Feliz Ano Velho, Marcelo Rubens Paiva volta ao relato autobiográfico em Ainda Estou Aqui (Alfaguara,R$ 40),em que conta da mesma forma espontânea histórias da mãe, Eunice,e do pai,Rubens Paiva,desaparecido político dos anos 70 que teve seu corpo encontrado este ano.2. A série Millennium,do sueco Stieg Larsson (1954-2004),ganha um quarto livro este mês,A Garota naTeia de Aranha (Cia.das Letras,R$ 50).Com a morte prematura de seu autor,a editora que detém os direitos da obra encomendou a continuação dos best-sellers ao também escritor sueco David Lagercrantz.O novo livro une os protagonistas Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist mais uma vez, agora para enfrentar uma ameaça contra o governo dos EUA.3.Susan Sontag - Entrevista Completa para a Revista Rolling Stone (Autêntica,R$ 34) recupera a íntegra de uma conversa de uma das mais conhecidas intelectuais americanas com o jornalista Jonathan Cott no fim dos anos 70.Ex-mulher de Annie Leibovitz,Sontag escreveu romances,críticas e ensaios (entre eles,Sobre Fotografia),sempre engajada em questões políticas e humanitárias.

BACK TO THE 80’S

Nuno Ramos e Daniel Senise ganham exposições inéditas este mês

NA DÉCADA DE 80 Em 1982,o paulistano Nuno Ramos montou o famosoAteliê Casa 7,em São Paulo,com os amigos Carlito Carvalhosa,Fábio Miguez,Paulo Monteiro e RodrigoAndrade.

Daniel Senise ganhou fama ao fazer parte da mostra Como Vai Você, Geração 80?,no Rio,ao lado de Leda Catunda,Leonilson e Delson Uchôa e Beatriz Milhazes.

NOVA EXPOSIÇÃO Na atual exposição,Nuno apresenta cerca de 20 obras recentes,entre elas cinco pinturas em larga escala. Estação Pinacoteca: Praça da Luz, 2,SP.De 29 de agosto a 15 de novembro

Senise ocupará os quatro andares do Oi Futuro com novas obras que discutem a pintura em seu trabalho.Oi Futuro: Rua 2 de Dezembro, 63, Rio. De 28 de agosto a 25 de outubro

Vale a pena ir ao cinema Emma Stone é a queridinha da vez de Woody Allen. Depois de Magia ao

Luar (2014), o diretor volta a escalar a ruiva para seu novo filme, Homem Irracional, com estreia prevista para o dia 27. Emma vive a aluna e amante de um professor de filosofia mergulhado em uma crise existencial (Joaquin Phoenix), que também mantém um caso com uma professora, até que um acontecimento inesperado faz com que ele recupere o gosto pela vida. No cinema nacional, Adriana Esteves vive um romance com o marido Vladimir Brichta no novo filme de Jorge Furtado, Real Beleza. Brichta interpreta um fotógrafo à procura de modelos em potencial no Rio Grande do Sul de Furtado. Ele encontra a candidata ideal em Maria, mas se encanta com a mãe dela, Anita (Esteves), casada com um homem mais velho (Francisco Cuoco) que não vê com bons olhos a nova profissão da filha. VOGUE BRASIL 127


cinema

A

ssisti a quase todos os (muitos) documentários sobre moda produzidos na última década sozinha,num misto de dever profissional e diversão impossível de ser compartilhada com quem não é “do ramo”.Mas no próximo dia 27,quando estrear em São Paulo Dior e Eu,documentário sobre o début do belga Raf Simons na maison francesa em julho de 2012,vou convidar amigas arquitetas,advogadas e até uma neurologista para ir junto.É que mais do que ter captado um momento seminal da moda neste novo milênio – a troca de comando numa das casas mais tradicionais da indústria –,o diretor Frédéric Tcheng conseguiu criar um drama cativante e de tirar o fôlego,com ingredientes como: a) corrida contra o tempo (Raf teve apenas oito semanas para desenhar a coleção,sendo que nunca

Um thriller

FASHION

Com estreia marcada para o fim do mês no Brasil, DIOR E EU é o mais realista dos documentários de moda até hoje – e promete agradar ao grande público POR DANIELA FALCÃO

128 VOGUE BRASIL


FOTOS: DIVULGAÇÃO

tinha feito alta-costura na vida); b) disputas internas (há uma brilhante queda de braço entre ele e Madame Rivière,a lendária diretora da haute couture da Dior); c) desafios aparentemente intransponíveis (recriar fielmente os desenhos de Sterling Ruby num vestido ou decorar as paredes do palácio onde aconteceria o show com flores de cima a baixo); d) ameaças (o estilista diz que vai desmaiar se tiver de percorrer toda a passarela na hora do agradecimento); e e) lágrimas (também de Raf,enquanto observa pelo monitor uma série dos vestidos que começou a idealizar apenas 60 dias antes de ser desfilada). Tcheng conseguiu fazer um documentário atraente assim porque a Dior lhe deu carta branca para registrar as hoje históricas primeiras semanas de Raf na maison, captando todas as incertezas e a tensão que obviamente acompanharam a indicação do belga para substituir John Galliano,após sua turbulenta saída.Depois de codirigir os elogiados Valentino, o Último Imperador (2008) e Diana Vreeland: The Eye Has to Travel (2011),Tcheng tomou coragem e procurou Sidney Toledano,CEO da Dior,com a proposta de documentar a chegada do sucessor de Galliano,antes mesmo de Raf ter sido apontado para

o cargo.Toledano gostou da ideia,e,assim que Tcheng leu que o belga havia sido confirmado no posto,ligou para lembrá-lo do projeto. Um ex-engenheiro civil formado em cinema pela Columbia University, Tcheng filmou do primeiro dia oficial de Raf na Dior – é visível o nervosismo dele na apresentação ao time dos dois ateliês de alta-costura da maison (o “flou”,responsável pelos vestidos e camisas fluidas; e o “tailleur”,de onde saem jaquetas,blazers,saias e calças) – até o momento em que recebeu o cumprimento de seus pais no fim do desfile. Essa corrida contra o tempo dá ao documentário ritmo de thriller,e é sem dúvida o que o torna atraente às minhas amigas advogadas e arquitetas.Mas mesmo para nós,que vivemos da moda,o filme é superior à média.É que,ao contrário

de documentários recentes, em que os pontos fracos dos estilistas e os conflitos óbvios da rotina numa maison sumiram da edição final (ou nunca foram registrados),em Dior e Eu a gente chega tão perto da verdade do que são as oito semanas que antecedem um desfile de alta-costura que não há como não se emocionar junto com Raf. Quando ele pergunta na maison onde está a chefe do ateliê “flou” que não apareceu para o fitting marcado (a dois dias do desfile!),e Madame Rivière responde que ela foi a Nova York atender uma cliente “porque não se pode dizer não a uma cliente”,ele devolve: “Vocês também não podem dizer não a mim”. Parece uma rixa comum,mas ali estão embutidas algumas das mais importantes idiossincrasias da altacostura – priorizar o cliente ou o desfile? Faturar mais ou esmerar-se para impressionar a crítica de moda? A resposta está no desfile de estreia de Raf,em suas lágrimas,nas paredes floridas que mais parecem instalações de Jeff Koons,no abraço cúmplice (e aliviado) entre estilista e as petites mains.Detalhes que,se não fosse Tcheng, nenhum de nós teria como conhecer.A propósito, Raf enfrenta a corridinha de agradecimentos sem desmaiar. Na plateia estrelada do début de Raf Simons na Dior estavam Azzedine Alaïa, Riccardo Tisci e Carine Roitfeld, entre outros nomes de peso da moda

DO OUTRO LADO

O diretor Frédéric Tcheng conta os bastidores do filme

Por que fazer um filme sobre Raf Simons e a Dior? A grife é um tesouro francês que fascina as pessoas, mas sobre a qual se sabe pouquíssimo. Quis humanizá-la, mostrar o novo rosto por trás das criações.

Raf é tímido e gentil como aparece no documentário? Ele é fascinante. Não o descreveria como tímido, mas como um cara reservado. Quando você cria uma relação com ele, passa a ser uma pessoa muito curiosa, sensível e humana. Seu processo criativo se parece com o dele? Sim. Peter, o braço direito de Raf, me disse que durante o fitting eles buscam ver a peça com coração.Também acredito no meu instinto: preciso sentir meu coração disparar para saber se a cena valeu a pena. Qual cena fez seu coração disparar? Quando Raf chora. Foi o maior presente que ele podia ter me dado: o de mostrar suas emoções em frente às câmeras. Você também codirigiu The Eye Has to Travel, sobre Diana Vreeland. Como foi? Uma aula sobre a história do século 20 através do olhar dessa mulher incrível. Ela busca o belo em tudo. Já o de Raf é um olhar para o futuro, sobre transformar história em algo contemporâneo.

VOGUE BRASIL 129


música

Poshstock

Com um cenário idílico típico do interior britânico, o WILDERNESS FESTIVAL vai muito além da música e reúne de Cara Delevingne ao príncipe Harry POR ANA MINOZZO

N

em todos os festivais do verão inglês são sinônimo de (muita) lama e galochas Hunter.Bem diferente de um Glastonbury,o Wilderness foi apelidado pela imprensa inglesa de Poshstock (um Woodstock aristocrático), já que de selvagem o festival não tem nada. Com uma infraestrutura que impressiona,o Wilderness reúne a intelligentsia e o high society inglês.Já bateram ponto no festival o príncipe Harry, Samantha Cameron (mulher do atual primeiro-ministro britânico) e Cara Delevingne (a top apresentou com um piquenique a coleção que criou para a Mulberry no ano passado),e não apenas por conta dos shows.

130 VOGUE BRASIL

O festival vai muito além da música e oferece dezenas de atrações para conquistar quem não tem ânimo de passar horas em pé em frente ao palco.Com uma programação que inclui peças de teatro,workshops, jantares com chefs estrelados e aulas de ioga,o Wilderness convida para uma imersão na natureza durante quatro dias, em Cornbury Park,na região de Oxfordshire. A propriedade, a 100 km do centro de Londres, abriga uma floresta particular, cenário do festival, onde você pode acordar cedo para nadar ou ficar até tarde entretido com uma palestra. A seguir,o melhor da quinta edição,que acontece de 6 a 9 de agosto. Ainda dá tempo! Wilderness Festival: Cornbury Park; www.wildernessfestival.com

ACOMODAÇÕES Nada de improviso: o evento oferece charmosas cabanas decoradas para a hospedagem do público – algumas contam até com cama king size e lençol de algodão egípcio. Também é possível levar sua própria barraca e escolher entre o setor silencioso, para famílias, ou no meio do burburinho. Se você não é fã de acampamentos, há pousadas nos arredores do festival, que tem fácil acesso tanto de carro quanto de trem.


SPA E MEDITAÇÃO

Não faltam opções para relaxar no festival: há massagistas, aulas de tai chi, meditação e ioga (das mais diferentes modalidades), além de “caminhadas filosóficas” pelo campo e um spa à beira do lago com direito a ofurôs e champanhe bar. Para os mais ativos, há cavalgadas, pescarias e arco e flecha.

MÚSICA

O palco principal receberá Björk, que mostra seu novo álbum, Vulnicura; o veterano do funk George Clinton (Parliament/Funkadelic); a cantora Róisín Murphy (ex-Moloko); e o grupo Hercules & Love Affair. Já passaram por ali, em edições passadas, Burt Bacharach, Sam Smith e Metronomy. A programação não se restringe à cena pop e inclui DJs, bandas de jazz e cantores de folk que se apresentam em espaços que vão de um carrossel a um coreto.

TEATRO & WORKSHOPS

FOTOS: DIVULGAÇÃO

GASTRONOMIA

Eleito pelo The Independent como o melhor festival para foodies do Reino Unido, o Wilderness oferece de banquetes com chefs premiados a food trucks, passando por aulas de culinária. O português Nuno Mendes, nome por trás do badalado restaurante do hotel Chiltern Firehouse, comanda o jantar de abertura, enquanto o francês Raymond Blanc, do duas estrelas Michelin Le Manoir aux Quat’Saisons, assina o banquete no último dia. Para quem não conseguir lugar nas disputadas mesas, uma seleção de restaurantes londrinos, como Hix e o Petersham Nurseries, montam filiais no festival servindo café da manhã, almoço e jantar.

Com foco nas companhias de teatro e dança independentes, o line-up desta quinta edição traz o grupo catalão La Fura dels Baus, conhecido por suas coreografias grandiosas. Duas instituições britânicas também marcam presença: a Oxford Shakespeare Company, que se apresenta entre as árvores, e o Old Vic, que comanda aulas de teatro abertas ao público. Além dos espetáculos, o festival oferece dezenas de workshops e palestras, com temas que vão desde como conquistar a felicidade ao sexo no reino animal, várias delas organizadas em parceria com a School of Life e o Victoria and Albert Museum.


livro

TRIÂNGULO

SECRETO

Um livro implacável destrincha os bastidores do romance de JACKIE KENNEDY e Aristóteles Onassis e as mortes que o viabilizaram e o transformaram no casamento mais polêmico do século 20 POR BRUNO ASTUTO

Q

uando se fala no triângulo amoroso que envolveu Jacqueline Kennedy e Aristóteles Onassis, quem aparece invariavelmente como o vértice infeliz é a cantora lírica Maria Callas, abandonada pelo armador grego em favor da viúva do presidente Kennedy. Mas a geometria de paixão, bilhões e política que envolveu o casal incluía um outro

132 VOGUE BRASIL

triângulo menos explorado pela mídia: aquele formado por Ari, Jackie e o cunhado dela, Bobby Kennedy. É esse segundo imbróglio o tema de Nêmesis – Onassis, Jackie O e o Triângulo Amoroso Que Derrubou os Kennedy, do jornalista Peter Evans, recém-lançado no Brasil pela Intrínseca (R$ 50). Vencedor de um Prêmio Pulitzer, Evans é grande conhecedor da vida de

Onassis – em 1986, escreveu uma excelente biografia sobre o grego.A decisão de debruçar-se sobre Nêmesis partiu de uma conversa que teve com a filha e única herdeira de Aristóteles, Christina, que teria lhe contado que o pai pagara US$ 1,2 milhão ao terrorista palestino Mahmoud Hamshari, do grupo Setembro Negro, para que não derrubasse os aviões de sua companhia. Segundo Christina, parte do dinheiro foi usada para financiar a morte de um importante político americano. No caso, Bobby. Bobby foi o primeiro Kennedy a conhecer Onassis, numa festa em Nova York em 1953, e a antipatia entre os dois foi imediata.Tanto que o americano dedicou-se, em seguida, a melar um negócio de transporte de petróleo entre o armador e o governo saudita – o grego nunca o perdoou por isso.

Raposa experiente, Onassis decidiu contra-atacar conquistando o irmão de Bobby, o presidente John Kennedy, e mais ainda sua mulher, Jackie, com o glamour e as facilidades que o dinheiro lhe provia. Em 1963, por exemplo, Onassis convidou a então primeira-dama e sua irmã, Lee – com quem vivia um affair –, para um cruzeiro pelas ilhas gregas que teria consequências futuras impensáveis. Você sabe: meses depois John foi assassinado em Dallas, Jackie começou um romance há muito represado com o cunhado, que, por sua vez, tentou chegar à Casa Branca com o apoio da viúva idolatrada pelos americanos – detalhe que Bobby era casado, com uma dezena de filhos. Só que Ari também estava interessado em Jackie e fez de tudo para melar as intenções do velho inimigo. Entre o mundo solitário da


FOTOS: BILL RAY/THE LIFE PICTURE COLLECTION/GETTY IMAGES, CBS PHOTO ARCHIVE/GETTY IMAGES, ARQUIVO/AGÊNCIA O GLOBO, NATIONAL ARCHIVE/NEWSMAKERS, GETTY IMAGES, THINKSTOCK E DIVULGAÇÃO

política e as facilidades do dinheiro, Jacqueline optou pelas últimas, deixando Bobby devastado. Sem ter como demovê-la da decisão, ele pediu ao menos que ela oficializasse logo o casamento com Ari, para que sua posição de amante

não afetasse a corrida eleitoral. Jackie resistiu, não estava convencida a abrir mão do cunhado.A questão foi tragicamente resolvida quando, em junho de 1968, um ativista palestino, Sirhan Bishara Sirhan, deu dois tiros em

Bobby no Hotel Ambassador, em Los Angeles, onde o candidato comemorava com correligionários sua vitória nas primárias do Partido Democrata na Califórnia. Sem o inimigo no caminho, Onassis convenceu Jackie a desposá-lo quatro meses depois, na Ilha de Skorpios. No livro, Evans descreve minuciosamente o que o ator Richard Burton definiu como “o cheiro salino de oceano e sexo” do iate Christina, onde Ari recebia celebridades, empresários e políticos para azeitar seus negócios e sua imagem. O autor conta deliciosas anedotas, como a primeira ideia de Onassis de casar o príncipe Rainier de Mônaco com Marilyn Monroe para recuperar o glamour do escolha principado – a escolha, acabo como se sabe, acabou s recaindo sobre Grace Kelly. Evans persegue sua tese da vingança que permeou a relação de Bobby e Ari com vastíssima documentação, usando-a como pano de fundo para contar os bastidores do turbulento submundo da política e das tensões econômicas

da Guerra Fria naquele complicado fim dos anos 60. Ele também mostra uma Jackie totalmente distante da imagem de glamour e sofrimento a que nos habituamos, pintando-a como uma mulher fria, que calculava as oportunidades que o poder e o dinheiro lhe apresentavam. Fica apenas a dúvida se Christina, ao relatar o episódio do Setembro Negro, também não estava levando adiante sua nêmesis pessoal contra a madrasta.Afinal, ela nunca engoliu o casamento de Jackie com seu pai.

OS DONOS DO RIO A saga de outra família emblemática também acaba de virar livro, Os Guinle – A História de uma Dinastia, de Clóvis Bulcão (Intrínseca, R$ 40). A trajetória do mais famoso clã carioca começou nos anos 1870, da amizade de Eduardo Palassin Guinle e Cândido Gaffrée, que abriram um armarinho no Rio que, ao longo de décadas, se tornou uma holding que ia do setor financeiro e energético à construção civil e à hotelaria. A sociedade, reza a lenda, estendeu-se à vida afetiva da dupla, tendo a matriarca Guilhermina Guinle como vértice principal desse triângulo, o que jogou dúvidas sobre a paternidade de alguns descendentes. “Guinle bonito é Gaffrée. Com nariz grande é Guinle”, dizia o membro mais popular da família, o Jorginho e a atriz Tônia Carrero, em 1976 playboy Jorginho Guinle, neto de Eduardo. Os Guinle eram donos de banco, ergueram as docas de Santos e construíram no Rio, entre tantos monumentos, o Palácio Laranjeiras, inspirado no cassino de Montecarlo, e o Copacabana Palace. Os filhos de Eduardo e Guilhermina, Eduardo e Carlos (o outro era Arnaldo), fizeram a

família célebre até no café society europeu. Mas nada se compara à popularidade de Jorginho, filho de Carlos e Gilda, casal que dava festas memoráveis no casarão de Botafogo e jantava todos os dias à francesa, de black tie. Pouca gente viveu o glamour do século 20 tão de perto quanto Jorginho. Baixinho – usava um salto de 8 cm para aumentar seu 1,63 metro – e nada musculoso, foi símbolo da época áurea do Rio. A coleção de namoradas incluía Marilyn Monroe, Jayne Mansfield, Rita Hayworth e Kim Novak. Parece roteiro de filme... e é. Sua vida será contada num longa, dirigido por Otávio Escobar, com Bruno Gagliasso interpretando o playboy, morto em 2004. “Ele se negou a operar um aneurisma na aorta que o deixaria com sequelas irreversíveis e foi se hospedar no Copacabana Palace, onde morreu aos 88 anos.” Como justificou a decisão? “Se levei a vida que quis, vou escolher a maneira de morrer.” VOGUE BRASIL 133


livro

Santíssima

TRINDADE

Festas, drogas e um olhar autêntico para a moda embalaram ALEXANDER MCQUEEN, KATE MOSS e MARC JACOBS nos anos 90. asil este mês relembra Livro que chega ao Brasil NA RALSTON essa história POR ANA CAROLINA Marc dura Jacobs temp nte a à fre orada Perry nte da Ellis

s na Kate Mos de na premKièartee Mo19ss97o. m Titanpicr,eemiae,re d ic, r À esqfiulemde Tnitoa,n cima, allia 7. A John G emde1r99 urante AlexaJnacobs d rada o McQuseueanteemp a ll e Annàabfreente d d RothsPcherilry Ellis , em festa o c a n ô M em

À direita, os bffs McQueen e Isabella Blow e, ao lado, Moss e seu então namorado Johnny Depp no auge do grunge, em 1995


A top pelas lentes de Corinne Day em ensaio para a Vogue inglesa de 1993

FOTOS: REX FEATURES/GLOW IMAGES, GETTY IMAGES, REPRODUÇÃO DO LIVRO VOGUE FASHION PÁGINA 136, MARCIO MADEIRA, REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO

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e o rock’n’roll abalou os anos 50; as drogas lisérgicas,os anos 60; o cinema experimental, os 70; e a arte moderna,os 80; a moda foi a rainha da década de 90,sustentada por uma digníssima trindade: Alexander McQueen,Kate Moss e Marc Jacobs.Essa é a premissa de Champagne Supernovas (Rocco,R$ 35),da jornalista Maureen Callahan (Vanity Fair e New York Magazine),que desembarca este mês nas prateleiras do Brasil e mostra como os “renegados” da década redesenharam o conceito da moda no mundo. A publicação é recheada com as melhores gossips do mundo fashion,dos bacanais organizados por Kate Moss após seu traumático término com Johnny Depp à simbiótica relação entre McQueen e a editora de moda Isabella Blow,passando pelas noitadas de Jacobs em Nova York. O próprio título da publicação já entrega os excessos. Champagne Supernovas traz no nome referência a três marcos dos 90: o espumante servido em uma bela taça de Martini com cocaína em sua borda

(do qual Moss era fã); o nome da psicodélica música do Oasis, que encabeçou a ascensão do brit-pop na década; e a referência aos corpos celestes que nascem a partir da explosão das estrelas,chamados de superno supernovas, descrição incorporada para classificar o desabrochar dos três protagonistas do livro. Para contar essa história,a autora foi a fundo na conturbada infância de cada um. Marc Ja Jacobs perdeu o pai quando tinha 7 anos,e a mãe sofria de transtornos mentais que a mantiveram internada por longas temporadas.O estilista cresceu sem nenhum tipo

Drinque preferido de KATE MOSS, champagne supernova era um mixdeespumante com COCAÍNA de limite,como ele próprio definiu,vivendo logo no início da adolescência o ápice da noite gay nova-iorquina – que, mais tarde,seria uma das grandes influências de suas criações,assim como o sportswear,incorporado nas coleções que desenvolveu à frente da Perry Ellis. Kate Moss largou o colégio no início da adolescência. Nascida também em uma família desestruturada, a top se mudou para a casa da fotógrafa Corinne Day,que a criou como filha.Ex-modelo, Corinne foi pioneira na construção da estética crua e visceral que marcou

a década,e Kate foi um de seus instrumentos: a fotógrafa buscava um olhar autêntico para a moda,que fugisse da perfeição das supermodels dos anos 80.Após a bem-sucedida capa para a The Face clicada por ela,Moss emplacou como musa de Calvin Klein – o posto tinha sido oferecido a Linda Evangelista,que recusou com a emblemática frase: “Não levanto da cama por menos de US$ 10 mil por dia”. Apesar do apoio da mãe, McQueen talvez tenha sido o mais atormentado emocionalmente entre os três.Lutou durante toda a vida contra uma depressão atrelada a violentas mudanças de humor,que culminou em seu suicídio,em 2010. A origem humilde – seu pai era motorista de táxi e sonhava que o filho se tornasse eletricista – e a baixa autoestima levaram-no a mergulhar ainda mais fundo em sua rebeldia dark,que deu certo: em 1995,conquistou a mídia e seu espaço definitivo no panteão da moda britânica com sua quinta e polêmica coleção,chamada de Highland Rape,sobre a violação que a Escócia sofreu pelos britânicos.“Há beleza na raiva”,dizia McQueen. Apesar de segurar a atenção do leitor,os insiders da moda encontrarão poucas novidades na publicação. Nem por isso o livro deixa de atingir seu principal objetivo, o de amarrar a história desses três ícones da moda sob o olhar revolucionário dos 90, que originou o grunge e abriu as portas para o street style, substituindo as ombreiras, os makes vibrantes e o brilho dos 80.Imaginar Kate Moss gargalhando entre doses de champagne supernova pode até despertar a reprovação de alguns,mas,verdade seja dita: quem não gostaria,por um minuto ao menos,de ter feito parte dessa festa?

TÚNEL DO TEMPO

Relembre alguns dos melhores momentos da década de 90:

NA TV Quem não se lembra dos conflitos vivivos pelos gêmeos Brandon (Jason Priestley) e Brenda (Shannen Doherty), em Barrados no Baile? Os anos 90 também trouxeram outras séries de sucesso, como Twin Peaks e Melrose Place.

NA MÚSICA Com a explosão do brit-pop, nomes como Oasis e Blur disputavam a cena musical de Londres, enquanto do outro lado do Atlântico o grunge tomava conta dos EUA com Nirvana e Pearl Jam.

NO CINEMA A estética grunge se estendeu às telonas com Vida de Solteiro (1992), que traz na trilha sucessos de Pearl Jam e Soundgarden. Outro filme que marcou a década foi Caindo na Real (1994), estrelado por Winona Ryder com seu tão copiado cabelo curto desfiado, ao lado de Ethan Hawke e Ben Stiller.




design

Feito para

BRILHAR

Em comemoração aos 120 anos da marca, a SWAROVSKI reinaugura seu fantástico museu na Áustria com obras assinadas por um time eclético e poderoso, sempre utilizando cristais como matéria-prima POR VÍVIAN SOTOCÓRNO

A instalação Crystal Cloud, de Andy Cao e Xavier Perrot, na qual foram usados 800 mil cristais. Acima, a obra Eden, do duo Fredrikson Stallard, que simboliza uma floresta

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C

ada vez que você vê uma roupa decorada com cristais na passarela ou uma bijou cheia de brilho de uma grife famosa,é bem provável que o cristal utilizado em sua confecção tenha saído da fábrica da Swarovski,na pequena cidade de Wattens, perto de Innsbruck,na Áustria. Criada em 1895,a marca é hoje a maior fornecedora das pedrinhas brilhantes inspiradas em diamantes do universo fashion – tanto que seu nome virou praticamente

especialmente para o museu – hoje o mais visitado da Áustria. Em comemoração aos 120 anos da marca,o espaço batizado de Kristallwelten (que significa “mundo dos cristais”, em alemão) acaba de ser reinaugurado,após uma grande reforma que o manteve fechado por sete meses.Construído em 1995 pelo artista multimídia André Heller mimetizando o formato do rosto de um gigante fictício,o museu recebeu cinco novas obras – e a enorme propriedade a céu aberto com vista para os Alpes Austríacos que o abriga dobrou de tamanho,ganhando restaurante,espaço recreativo para as crianças e uma loja com a linha de bijoux da Swarovski. Exceto a árvore de Natal alvíssima e coberta de cristais,desenhada em 2003 por Alexander McQueen para o hall do Victoria & Albert Museum,em Londres, e agora instalada na entrada do espaço, todas as outras novas peças Rosto da Swarovski desde 2013, foram criadas a top Miranda Kerr assina pela especialmente primeira vez uma coleção para para o museu. a marca, lançada com pompa e circunstância em julho, num “Escolhemos jantar no museu Kristallwelten. artistas que já Peças como o colar e o bracelete trabalhavam que ela usa na foto chegam com nosso ao Brasil a partir produto e os de outubro. desafiamos a levar sua criatividade ao extremo”, contou à Vogue Markus Langes-Swarovski,da sinônimo de cristais,assim quinta geração da família como Gilette,de lâmina de à frente da marca.O duo barbear,e iPad,de tablet.Mas nórdico de designers o que nem todo mundo sabe Fredrikson Stallard,por é que a Swarovksi mantém exemplo,famoso pelas mesas há duas décadas um grande minimalistas e acostumado museu de arte contemporânea a usar as pedrinhas em em sua cidade-sede,onde lustres,desenvolveu para o cristais são usados como Kristallwelten uma floresta matéria-prima para obras abstrata de latão,onde de arte assinadas por nomes cristais gigantes fazem as que vão desde Salvador Dalí vezes de animais exóticos. e Andy Warhol até artistas A estrela da nova safra, atuais como o coreano Lee no entanto,não se encontra Bul e o americano Paul dentro do museu.O jardim Seide,a maioria delas criadas da propriedade abriga agora

FOTOS: JANETTE BECKMAN/DIVULGÇÃO, MARTHA COOPER/DIVULGAÇÃO E GETTY IMAGES

Na moda

a maior obra já desenvolvida pelo estúdio nova-iorquino de arquitetura Cao Perrot, conhecido pelas nuvens de arame e cristais que desenvolve para parques e residências mundo afora. Oitocentas mil pedras Swarovski deram vida a 1.400 m2 de nuvens,que são refletidas em um grandioso espelho d’água. Ao fim da visita ao museu, uma ala promete fazer a alegria dos fashionistas. A Swarovski expõe pela primeira vez uma centena de roupas,bijoux e figurinos criados ao longo do último século por estilistas dos quatro cantos do globo com os cristais da marca. O visitante encontra por lá desde um broche desenvolvido pela Maison Gripoix para a Chanel em 1930 até o sapatinho de cristal criado pela própria Swarovski para a refilmagem de Cinderela (2015). O namoro da marca com a moda é antiquíssimo,mas a relação ganhou ainda mais força na década de 90,tendo como madrinha a lendária editora Isabella Blow (19582007).“Meu pai a conheceu por acaso em um almoço,e Isabella passou a lhe apresentar seus amigos estilistas,como McQueen,que logo começaram a usar os cristais em suas criações”,me contou Nadja Swarovski,responsável pelas incensadíssimas parcerias da marca.Afinal,um belo look é sempre feito para brilhar! Swarovski Kristallwelten: kristallwelten.swarovski.com O sapatinho de cristal desenvolvido pela Swarovski para a refilmagem de Cinderela

Look da coleção de alta-costura do verão 2015 de Jean Paul Gaultier, com cristais criados pelo estilista

UNIÃO DE LUZ

Gaultier assina mais uma parceria com a Swarovski Há mais de cem anos, a Swarovski empresta seu brilho para a moda. Além de fornecer cristais para as grandes casas, a marca também convida esses nomes para fazerem seus próprios cortes nas pedrinhas brilhantes. Após parcerias com Chanel, Dior e Alexander McQueen, o mais novo estilista a assinar uma coleção-cápsula para a grife é Jean Paul Gaultier, que criou seis diferentes lapidações, apresentadas em seu desfile de alta-costura do verão 2015. “Já usava os cristais da marca desde os anos 80, mas o processo de criá-los foi como o da haute couture, no qual são necessários dezenas de fittings para que tudo fique perfeito”, contou ele à Vogue. A dobradinha fez tanto sucesso que o francês se prepara para lançar em setembro uma coleção com a Atelier Swarovski, divisão de bijoux da marca. O próximo nome na mira do Atelier? Alber Elbaz. isabel junqueira VOGUE BRASIL 139



fashionista Top e saia, feitos sob medida na costureira, colar étnico comprado no Cazaquistão e sapatilha Septis

BELEZA: VIRGINIA BARBOSA ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: LUCAS KAPPAZN AGRADECIMENTOS: ANA STRUMPF

Styling: Patricia Tremblais

MODA cabeça Designer de acessórios e figurinista, a brasiliense Teka Brajovic mostra que uma bela biblioteca pode vir bem acompanhada de um guarda-roupa igualmente potente POR ANA CAROLINA RALSTON FOTOS THIAGO JUSTO


fashionista

À direita, tênis Nike com corujas e livros que compõem o décor. Abaixo, a designer com camisa estampada Yves Saint Laurent, colete Dries Van Noten e brincos da nova coleção de A Figurinista

“HERDEI muitas peças da minha família que guardo com carinho. Antes do fast-fashion a moda era feita com mais CUIDADO” 142 VOGUE BRASIL

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ncontrar uma pessoa com o look certo da temporada pelas ruelas do centro histórico de Paraty durante a Flip já foi uma tarefa árdua. Não faz muito tempo, mulheres e homens afinados com a moda ganhavam olhares desconfiados dos intelectuais mais ferrenhos. Nas últimas edições do evento, no entanto,a designerTeka Brajovic,cuja família possui um belo sítio na cidade,percebeu como essa história mudou.“Antigamente não havia distinção entre fashionistas e intelectuais.Jackie O.e Loulou de la Falaise,por exemplo,eram musas de estilo e circulavam em grupos mais cerebrais, sem jamais serem chamadas de fúteis. Depois a moda passou por uma época de banalização,mas estamos aos poucos recuperando o equilíbrio. E hoje já dá de novo para unir literatura e moda”, diz. Esse combo é a veia principal de A Figurinista,grife deTeka,que há um ano e meiovoltou ao mercado, depois de um hiato de três, enquanto a designer dedicou-se a criar os acessórios da linha própria da multimarcas Lool, de Luiza Setúbal.“Antes de voltar à ativa com minha própria marca, coloqueiAFigurinista no divã para encontrar sua essência”,brinca a brasiliense de 37 anos.A conclusão ao fim da análise? “Tive a certeza de que ela precisava estar conectada a outras expressões culturais,principalmente à literatura.” Dentro desse novo capítulo nasceu Extravaso, coleção que homenageia a poetisa americana Sylvia Plath. Colares, pulseiras e anéis foram desenvolvidos a partir de peças de encanamento hidráulico,como porcas,tubos e parafusos,que remetem à trágica morte da poetisa – envenenada por gás de cozinha. Cada obra ganhou uma embalagem à altura: os acessórios são acomodados dentro de uma caixa em formato de livro, que traz ainda um conto inspirado na obra de Plath escrito pela antropóloga Deborah Kietzmann Goldemberg. O amor pela literatura aparece logo na entrada da aconchegante casa da artista na Vila Madalena.Do primeiro cômodo é possível avistar uma larga estante que sobeaté o teto com uma infinidade de livros.Algumas lombadas já gastaspelo tempo fazem um charmoso dégradé, que casa perfeitamente com móveis e objetos vintage que Teka garimpa em feirinhas pelo mundo e que se espalham pelos ambientes.Adepta do estilo hi-lo ao se vestir, a brasiliense segue essa mesma receita no décor,combinando harmonicamente clássico e contemporâneo.“Tenho habilidade em fazer esse twist de gêneros.O que é ótimo porque sou uma verdadeira colecionadora. Herdei muitas peças da minha família,blusas e casacos que usei uma única vez, mas que guardo com carinho no armário.Antes do fast-fashion,a moda era feita com mais cuidado,as peças que tenho são preciosidades,artigos raros de se achar.” O olhar apurado para pinçar e reconhecer esses tesouros ela vem afinando desde os tempos de IF,grife que antecedeu A Figurinista e que reunia peças vintage reformadas e outros achados. O foco nos acessórios aconteceu quando Teka fechou as portas da primeira marca, em 2005, e mergulhou na ourivesaria,técnica que ela utiliza nas quatro coleções anuais que cria para A Figurinista, uma delas a ser lançada este mês. O tema agora foi inspirado no libreto Poranduba, de Lúcia Pimentel Góes, ficção que conta mitos e lendas indígenas. A nova linha faz referência ao figurino assinado porTeka para a ópera homônima,apresentada no Theatro São Pedro em maio passado,em São Paulo.“Foi uma volta às raízes. Passei dez anos sem fazer figurinos, ofício que adoro e que deu nome à minha marca”, conta.


Para a nova coleção, nada de penas e sementes. “Quis fugir do estereótipo do índio. As peças são feitas em acrílico e metal e incorporam um superestudo da simbologia dos grafismos nativos. Dá para entender por que artistas do art déco adoravam a estética tribal”,reflete.Na embalagem,a artista apresentará fragmentos de Poranduba intercalados com os croquis feitos para a ópera.A nova coleção conta ainda com outra pérola: um belo caftã de neoprene com estampa gráfica p&b, destaque no palco do teatro, que ela resolveu comercializar. “Pretendo continuar criando algumas peças de roupa especiais que conversem com o universo das linhas de acessórios”,explica.A direção de arte,cenografia e iluminação de Poranduba ficaram a cargo de Roberto Rebaudengo e de Marko Brajovic, marido da designer e renomado arquiteto, que, entre outros feitos, assinou o interior do pavilhão do Brasil na Expo Milano 2015.“No ano passado também estivemos juntos na criação da linha de móveis para a Minúsculos, empresa que criamos dedicada ao universo infantil”,conta.“É bom trabalhar em casal.” A afinidade dos Brajovic,juntos há dez anos,fez com que Teka adotasse o sobrenome de Marko. “Muita gente diz que hoje em dia não se coloca mais o sobrenome do marido.Mas,no meu caso, faz sentido”, diz.Antes de incorporar a alcunha croata, ela levava apenas o sobrenome do pai, Paes de Carvalho, diplomata de alto escalão,com quem teve pouco contato,apenas durante a infância. “Ele se divorciou de minha mãe quando eu tinha 1 ano.Estava cada hora em um lugar do mundo e acabou falecendo cedo,quando eu completei 14.” A verve diplomática, no entanto, está no sangue, e não apenas pela família paterna. Por parte de mãe já são quatro gerações que seguem a profissão, incluindo o bisavô Osvaldo Aranha, também ex-governador do Rio Grande do Sul e aliado de Getúlio Vargas, e o tio André Corrêa do Lago, atual titular da embaixada do Brasil no Japão.Com um histórico como esse,fica claro porqueTeka não poderia contentar-se em fazer apenas a moda pela moda.“Não queria criar um produto que morresse ali,queria algo que tivesse uma história também”,diz.“No futuro,em vez de produzir uma coleção inspirada numa obra, pretendo ir além e promover um acontecimento artístico relevante que tenha nascido da coleção.” Mas esse será um outro capítulo deste belo romance.

Teka veste camisa Paul Smith, calça Iceberg, cinto vintage de filigrana e brincos A Figurinista

“Loulou de la Falaise e Jackie O. eram musas de ESTILO, mas nem por isso consideradas FÚTEIS” Da esquerda para a direita, top de paetê vintage; colares A Figurinista decorando o abajur; brincos da nova coleção Poranduba; e sapato Chanel

VOGUE BRASIL 143


fashionista

Modelo off-duty Mostramos aqui o que as tops acostumadas a vestir os looks mais incríveis do globo na passarela usam de verdade no dia a dia POR VÍVIAN SOTOCÓRNO FOTOS MAXIM SAPOZHNIKOV

DAIANE CONTERATO MARC JACOBS/ INVERNO 2015-16

Com uma década de carreira recém-completada, a gaúcha de 24 anos sofisticou seu estilo ao longo dos anos e hoje é fã de um luxuoso hi-lo – ela costuma combinar seus jeans American Apparel ao tênis couture da Dior, peça que ganhou do próprio Raf Simons, de quem é musa desde a estreia do estilista na casa francesa. “Adotei também saias e vestidos de comprimento mídi, que qu deixam qualquer look mais chique”, chique conta.

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Na Vogue (abril/2013)

Acima, em Paris, de casaco Dries Van Noten (à esquerda) e Band of Outsiders

FERNANDA LIZ

Blazer Helmut Lang, t-shirts Hering (R$ 50 cada) sobrepostas, chapéu Topshop e bolsa Prada

Em Paris, de jaqueta All Saints, calça Levi's, bolsa Chanel e sapatos Cos

RONALDO FRAGA/ VERÃO 2015-16

Na Vogue (abril/2014)

Eleita “o corpo” da temporada do verão passado, a pretere os biquínis e looks supersexy paulista de 24 anos prete geralmente cruza as passarelas em favor de com que geral clássicos que flertam com o guarda-roupa masculino, clássico caso de blazers oversized, camisas de banda, mocassins e chapéus. “E troco o jeans skinny, presença certa no modelo, por versões boyfriend ou ao estilo closet de toda mod mommy, mais confortáveis e muito mais cool”, ensina. mommy

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STYLING: RAQUEL LIONEL FOTOS: GETTY IMAGES, IMAX TREE, MARCIO MADEIRA, REPRODUÇÃO INSTAGRAM, ZEE NUNES/ARQUIVO VOGUE, JACQUES DEQUEKER/ARQUIVO VOGUE, ELLEN VON UNWERTH/ARQUIVO VOGUE E ROGERIO CAVALCANTI/ARQUIVO VOGUE

T-shirt Hering (R$ 25), saia Zara e óculos Ray-Ban.


LUMA GROTHE Na Vogue (agosto/2014)

Moletom Hering (R$ 80), t-shirt Topshop, calça John John Denim e bolsa Chanel

KAMILA MILA HANSEN NSEN A pernambucana de 23 anos dá sempre um toque de irreverência às suas produções com peças que brincam com o universo do rock ck e do hip-hop – ela ama regatas oversized usadas com top de renda nda à mostra e calças de couro. Não à toa, o inverno 2015-16 da Céline, line, que pontuou looks assimétricos luxuosos com tênis brancos sem cadarços, foii seu desfile preferido da última temporada.

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A inglesa foi capa da revista em setembro de 2011, vestindo Bo.Bô

JEAN PAUL GAULTIER ALTA-COSTURA/ VERÃO 2014

Na Vogue (setembro/2014)

Em Paris, de jaqueta Adidas, shorts Acne e bolsa Alexander Wang

BCBG / VERÃO 2015

Blazer Sacada, shorts Hering (R$ 110) e bolsa Chanel

MATTHEW WILLIAMSON/ VERÃO 2015

“Quando vestimos um look básico, as pessoas enxergam a nós e não a roupa”, filosofa a catarinense de 22 anos, fã do estilo descomplicado que rege o guarda-roupa de nove entre dez modelos em seus momentos off-duty – no caso de Luma, complementos de alfaiataria garantem ar mais polido ao look.

Camisa Hering (R$ 120), jaqueta All Saints e saia Helmut Lang

Na Vogue (março/2015)

LAIS RIBEIRO

Em Nova York, de calça Stella McCartney e sapatos Prada

Piauiense de Miguel Alves radicada há cinco anos em Nova York, Lais, 24, absorveu o estilo urbano da metrópole e circula entre um desfile e outro com looks de pegada street – recém-eleita angel da Victoria's Secret, a top é fã do trio t-shirt, bermuda e coturno.

No Instagram

VOGUE BRASIL 145


A revista número 1 da Europa*

*Considerando circulação total paga de revistas femininas mensais em 2013, concorrentes da Glamour, nos principais países da Europa onde o titulo é vendido.

NAS MELHORES BANCAS E LIVRARIAS


RAPUNZEL

2.0

FOTO: JACQUES DEQUEKER / ARQUIVO VOGUE

Clássica, boho ou cool, a trança encarna diversos papéis e volta a ser o penteado do momento. Escolha a sua versão POR LUIZA SOUZA


A

Just do it

The Couture Book of Braids, livro ilustrado que Braids, ensina 30 tipos de trança, pode ser baixado no site kerastase.co.uk. Comece praticando versões menos elaboradas como a “Kate Braid”

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Prepare os fio um spray de tes com como o Matériaxtura, liste

2 Separe-o mechas e vá tr em três ança as extremidades ndo em direção ao mei o

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Para evitar o fr um pouco de spizz, aplique Couture num p ray Laque passe de leve nente fino e o cabelo

AJUDA EXTRA

A it-trança em Kate Bosworth e na passarela de Giamba; no desfile da Givenchy; e a trança-coroa de Francesca Liberatore

Pipocam novos produtos específicos para facilitar e deixar as tranças perfeitas, firmes e duradouras – caso do Braid Aid 03 (US$ 25), da Redken, e do Braid Paste (US$ 25), de Oscar Blandi. Assim como o Spray à Porter (R$ 155), da Kérastase, todos conferem textura e deixam os fios mais maleáveis para modelar

Seque o cabelo inteiro com difusor

4

Se quiser um look romântico, fi mais afofando e “a nalize cada gomo d brindo” a trança

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TRATAMENTO DE CHOQUE

Coloração, alisamento, progressiva e babyliss: jogue a primeira pedra quem nunca recorreu a pelo menos um desses artifícios em prol da beleza. Quando combinados e em excesso, o resultado são fios danificados, pontas duplas e cor desbotada – o cabelo até pode parecer bonito, mas por dentro está em estado de choque. Depois de dez anos de estudos, a Kérastase lança a Résistance Thérapiste, linha de tratamento mais intensa da marca, que promete salvar os fios através da recuperação das KPAs (proteínas associadas a queratinas) responsáveis por proteger, dar estrutura e saúde ao cabelo. Entre os destaques da nova linha, que desembarca este mês por aqui, estão o Double Serum (R$ 121), protetor térmico que também sela as pontas; e a Masque Thérapiste (R$ 199), potente máscara que renova imediatamente a fibra capilar. SAC: 0800 701 7237

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Luigi Murenu, top cabeleireiro e diretor criativo da Kérastase, e a editora de beleza Luiza Souza

FOTOS: IMAXTREE, CONDÉ NAST DIGITAL ARCHIVE, GETTY IMAGES E DIVULGAÇÃO

Kate Moss com a “Kate Braid”, a trança soltinha usada de lado

o questionar Luigi Murenu, um dos hairstylists de maior prestígio no mundo da moda e da beleza, sobre qual seu penteado preferido – aquele que deixa qualquer mulher bonita no ato –, ouvi como resposta: “Tranças! Adoro a verver são de lado e mais solta, que é jovem e cool”, vibrou. Nossa conversa aconteceu durante o evento que a Kérastase armou em abril, em Paris,para mostrar as novidades capilares da marca, e foi lá que conheci o The Couture Book of Braids,, um livro digital com belas ilustrações que mostra o passo a passo de 30 tipos de trança – da espinha de peixe à em forma de coroa, batizada de Bohochella, numa alusão a seu espírito boêmio. Trança enfeita, é versátil – pode deixar você com cara de boa moça ou imprimir um visual radical – e tem aparecido com frequência nas passarelas. Na última temporada, a versão mais comentada foi a fininha e presa como se fosse uma argola,criada por Murenu e inspirada nas latinas das gangues Chola para o inverno 2015/16 da Givenchy. A mais ousada e moderna, entretanto, apareceu na passarela do verão 2015 da segunda linha de Giambattista Valli,a Giamba: uma única trança saía da raiz reforçando a risca partida no meio (outro statment capilar da temporada), replicada recentemente no desfile de verão 2015/16 da paulistana Cris Barros.Na vida real, a atriz Kate Bosworth acertou em cheio ao colocar em prática o mesmo penteado dudu rante a última edição do festival de música Coachella – mais cool, impossível!



5/2 Dieta dapele

Dois DIAS por semana sem um pingo de maquiagem para uma aparência mais saudável e radiante. Topa o DESAFIO? POR VITÓRIA GUIMARÃES


D FOTOS: GREG KESSLER, CONDÉ NAST DIGITAL ARCHIVE E DIVULGAÇÃO

esafio: passar dois dias por semana sem maquiagem.Nem pensar? E se eu te disser que sua pele vai ficar mais saudável e radiante,você pensaria duas vezes? Pois essa é a ideia da 5/2 Skin Diet, que segue o princípio do regime alimentar que ficou famoso no Reino Unido (cinco dias de dieta normal e dois com rigorosa restrição calórica), mas aplicado à pele.A precursora do modismo é Indie Lee, americana proprietária da marca homônima de cosméticos orgânicos e naturais, que defende que o hábito não só deixa sua pele mais luminosa como desacelera o envelhecimento e pode até curar algumas doenças cutâneas.“Nossa pele trabalha duro para se manter em equilíbrio. Passar dois dias por semana sem maquiagem permite que seu corpo se livre de químicas,toxinas e poluentes que podem estar escondidos nos produtos que você aplica, além de dar chance ao sebo de se autorregular, reduzindo a inflamação causada pela sobrecarga tóxica”, defende Indie, que, após perceber os resultados positivos da privação, acabou prolongando os intervalos zero make e, atualmente, só lança mão de uma base quando realmente precisa. “Tem um efeito positivo sim”,concorda a dermatologista carioca Vanessa Metz.“É importante deixar a pele respirar,já que uma cútis agredida – seja pelo uso de produtos mais fortes,como ácido,ou muita maquiagem obstruindo os poros – tende a ficar mais reativa e propensa a doenças como rosácea e dermatite seborreica, por exemplo”, acrescenta,lembrando que hidratação e proteção solar devem ser mantidas mesmo nos dias de regime. E por que dois dias? “Não é um número mágico, mas me parece uma proporção decente.

LIMPEZA PROFUNDA Demaquilantes e cleansers que vão dar um boost no detox

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Não adianta nada abdicar da maquiagem sem caprichar na limpeza da pele, seja nos dias sem ou com make. Joëlle Ciocco, criadora da adorada Lait Onctueux Capital (Natalie Portman é uma das fãs célebres), sugere duas passagens com o mesmo ou diferentes produtos para garantir a eficácia.

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1 Gel de limpeza Ultra Gentle, R$ 56, Neutrogena 2 Espuma de limpeza, R$ 99, Caudalie 3 Perfect Cleansing Oil, R$ 189, Shiseido 4 Sabonete Cleaning & Toning, R$ 99, Under Skin 5 Creme de limpeza Lait Onctueux Capital, € 63, Joëlle Ciocco 6 Água de limpeza Créaline, R$ 60, Bioderma

DETOX DIÁRIO

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Novos produtos combatem poluição e toxinas De cara limpa, sim, mas devidamente protegida. Além do filtro solar, que não deve ser esquecido nos dias de zero make, uma nova leva de produtos oferece ação antitoxinas e antipoluição, como o recém-lançado One Essential City Defense, da Dior. 1 Máscara SuperMud Clearing Treatment, R$ 248, Glamglow 2 Sérum Idéalia Life, R$ 180, Vichy 3 Sérum Hidradefense Solution Elixir Reparador Concentrate, R$ 122, Adcos 4 Creme Botanical D-Tox Cure de Nuit Détoxifiante, R$ 1.155, Sisley 5 Sérum One Essential City Defense, US$ 59, Dior

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A maioria das mulheres trabalha cinco dias por semana,então fazer um intervalo no fim de semana pode ser uma boa ideia”,diz Kristina Holey, apontada pela Vogue americana como a new facialist star,quenormalmente aconselha suas clientes a cuidar da pele em vez de escondê-la sob muita maquiagem. “Acho que esse movimento pode ser um exercício saudável de conscientização para mostrar às mulheres quevocê não precisa sempre de algo artificial para se sentir melhor ou mais bonita”,opina ela,ressaltando que o break pode ser eficiente também para mostrar o real status da sua pele. “Mais importante que aposentar a maquiagem por dois dias é acelerar o processo de oxigenação da pele durante esse intervalo através de uma limpeza mais intensa”, sugere Joëlle Ciocco, biologista francesa que é o “Dr. House da pele”. Mas não confunda intensa com agressiva. “Por exemplo, em vez de usar o seu demaquilante ou cleansing uma vez só, faça duas aplicações: a primeira para remover os produtos protetores do dia e a segunda para limpar a pele propriamente dita”, aconselha a expert,que costuma receber Monica Bellucci, Natalie Portman e Marc Jacobs em seu QG em Paris. Adepta de maquiagem 7/7,do tipo que passa um rimelzinhoaté antes deir para a academia (à provad’água,biensûr), resolvi testar a ideia em parte.Não consegui sair de casa totalmente make-upfree.Um corretivo para disfarçar as olheiras,um pouquinho de blush,curvex e pronto.Também não deixei o desafio para o fim de semana,preferindo segunda e terça-feira para colocar a pele (quase)virgem fora de casa. O resultado pode ser notado: minha pele,ainda que sob os efeitos do inverno e sofrendo com as mudanças bruscas de temperatura de Paris,ficou visivelmente menos sensível e ressecada. Já acostumada com uma versão de mim menos maquiada,acabei esquecendo a base na gaveta! VOGUE BRASIL 151


@loccitaneaubresil /loccitaneaubresil /loccitaneaubresil loccitaneaubresil.com


Linha Mandacaru

Gra as à sua incrível capacidade de armazenar água, o mandacaru sobrevive nas regiões mais secas do Brasil. O desabrochar de suas flores anuncia a chegada da chuva, trazendo mais vida para a natureza. Celebramos esse ingrediente inusitado em uma linha completa de cuidados corporais. É poesia em forma de hidrata ão.

Uma História Verdadeira


Peri's Cushion Lips, US$ 14, Peripera

Cushion Screen Cell, US$ 37, The Face Shop

Cushion Cu ion

Hair Cushion, US$ 50, Ryo

Beleza da coleção cruise da Chanel, desfilada em Seul maio passado

É COOL

A tecnologia cushion é considerada a grande invenção coreana: uma embalagem que parece a de pó compacto, mas traz dentro uma base líquida tida em uma espécie de retida almofada (daí o nome). Além do acabamento impecável e natural, para um efeito de pele “crystal clear” que as coreanas adoram, as fórmulas têm benefícios extras como alta proteção solar e ativos para hidratar, clarear e suavizar rugas – make com tratamento é um must na Coreia. A tecnologia já migrou para outros produtos como blush e delineador, e marcas como Lancôme e Stila já lançaram suas versões ocidentais.

Blush Aqua Glow Watercolor, US$ 26, Stila

versão ocidental Cushion Miracle, R$ 299, Lancôme

Blush Ah Much Real My Cushion, US$ 16, Peripera

Made in

Coreıa C Com fórmulas e embalagens ultratecnológicas e vocação para INOVAR, a Coreia do Sul é atualmente o destino obrigatório do universo da beleza

M

undoàparteondecosméticos não lembram quase em nada o que estamos acostumadas a ver no Ocidente, a Coreia virou líder no quesito inovação na beauté, exportandoparaorestodomundoideias geniais como as bases cushion,que jáviraram hit global.Em franca expansão nos Estados Unidos e na Europa, as marcas coreanas concentram esforços não para lançar ten-

dências de cores,mas para criar fórmulas e embalagens que revolucionem a maneira como maquiamos hoje. Entre as labels famosas estão Missha, que se prepara para desembarcar no Brasil,Dr.Jart+ eTonyMoly, além do conglomerado Amore Pacific,que tem marca própria e comporta outras como a Sulwhasoo e Laneige.Confira a seguir os fenômenos que num futuro próximo devem dar uma repaginada no seu nécessaire.


Base em pó Bloominous, US$ 80, Sulwhasoo

Balm labial Macaron, US$ 9, It’s Skin

Foco na

TEXTURA Spray facial Pocket Bunny, US$ 16, Tony Moly

Sabonete facial Egg Pore Shiny, US$ 16, Tony Moly

Máscara facial de colágeno Pure Farm Pig, US$ 8, Tony Moly

Balm labial Berry, US$ 9, Tony Moly

Super

BB Cream? Muito 2012! A tendência do momento é o BB Gel ou Jelly, com proposta similar – corrigir imperfeições e cuidar da pele – mas com toque mais leve e aquoso e sensação refrescante na aplicação. Já as bases em pó não saem de cena e estão cada vez mais tecnológicas para pr o efeito proporcionar luminoso desejado pelas coreanas, que fogem de cobertura carregada.

REPORTAGEM: PEDRO ATHAYDE, VICTORIA CERIDONO E VITÓRIA GUIMARÃES FOTOS: KARL LAGERFELD, CONDÉ NAST DIGITAL ARCHIVE, THINKSTOCK E DIVULGAÇÃO

Máscara Magic Pole, US$ 22, Holika Holika

Cílios UAU!

CUTE

O termo kawaii significa “fofo” e, apesar de ser japonês, é a melhor definição para outro pilar do mercado de beleza oriental: os produtos de embalagem engraçadinha, que, não se deixe enganar, não têm nada de infantil. Apesar do visual fun, oferecem a mesma alta performance dos produtos mais sóbrios. A febre já está chegando ao Ocidente, vide o lançamento da marca Tony Moly, novo hit nas Sephoras americanas.

Máscara Cats Wink, US$ 6, Tony Moly

Máscara Lash Perm, US$ 11, Etude House

Creme Luminature Essential Finisher, US$ 90, Sulwhasoo

Water Fuse Smart Gel BB, US$ 36, Dr. Jart+

BB cream Aqua Petit Jelly, US$ 16, Holika Holika

Os sites Peach and Lily e Soko Glam são americanos, mas especializados em cosméticos da Coreia do Sul – criados po meninas descoladas com por asce ascendência coreana, ajudam pr a disseminar os produtos orientais no Ocidente

Além da pele “crystal clear”, outra obsessão das coreanas são cílios longuíssimos, mas que não pareçam artificiais. Para conquistar esse resultado, abusam das máscaras que carregam muita tecnologia tanto na fórmula – elas são pioneiras no rímel “tubo”, que forma um filme que segura a curva e não borra – quanto nas escovinhas, com formatos inusitados copiados mundo afora.

Máscara de cílios Scandal Queen, R$ 145, Fairydrops

à venda no Brasil

PELE DE GUEIXA Com cobertura poderosa,o CC Cream da Chanel tem função 5 em 1 Depois de anos ignorando o fenômeno dos BB creams, febre lançada pelas asiáticas em 2012, a Chanel finalmente resolveu solveu explorar o abecedário do skincare oriental, de maneira inovadora, criando um tratamento multifunção para a correção completa da pele. Enquanto os CC creams tradicionais normalmente têm como maior preocupação igualar o tom da pele, disfarçando a rosácea e os pontos vermelhos, a versão da maison francesa prega uma correção completa do rosto, e não apenas uma correção de cor. Mais denso que outros produtos do mercado, promove uma cobertura parecida à de uma base mate, com a vantagem de ter uma aplicação mais simples, além de outros efeitos como fator 30 de proteção solar, hidratação (com ácido hialurônico), efeito calmante (graças à água de centáurea-azul) e ação antiage através do Rejuvencia, “ativo que estimula a produção de colágeno no coração da pele, utilizado pela primeira vez pela Chanel nesse produto”, explica Armelle Suraud, gerente internacional de comunicação científica. Após o sucesso na Ásia e do lançamento na Europa em 2013, o CC Correction Complete (R$ 260) acaba de desembarcar no Brasil.

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1

2

3

4

1 Opium, R$ 399, Yves Saint Laurent 2 Après L’Ondée, US$ 110, Guerlain 3 Ivoire, R$ 275, Balmain 4 Cuir de Lancôme, US$ 180, Lancôme


Passado presente O universo das fragrâncias revisita clássicos e valoriza perfumes que conversam com a HISTÓRIA e a tradição. Entenda a tendência e eleja seu aroma RETRÔ POR DÊNIS PAGANI FOTO CARLOS BESSA

A

ssim como a moda,a perfumaria também está sujeita avisitas ao passado.É uma forma devalorizar a própria história e apresentar aos consumidores novos a qualidade das fragrâncias tradicionais de outrora.Também é um modo de fazer frente à onda do perfume de nicho, que valoriza marcas menores que apostam na exclusividade, seja através de conceito criativo ou da experiência de compra. Hoje o conceito de perfumaria de nicho é bem próximo de perfumaria de luxo – e quem tem tradição já sai na frente nessa corrida.Às vezes a escolha é por repaginar um clássico,buscando a referência no próprio passado e fazendo algumas atualizações. Fica o nome, o registro antigo que já faz parte do imaginário, muda-se a forma.Outra possibilidade é de o aroma retrô cair nos gostos e vontades contemporâneas,num movimento que ajuda também a aquecer as vendas do perfume original. Desde 2005 a Lancôme aposta no primeiro caminho através da coleção Maison Lancôme,com distribuição restrita,que colocou clássicos reorquestrados de volta ao mercado. Por exemplo: Cuir,de Calice Becker,famosa por ter criado o J’Adore,da Dior, é a nova versão do perfume Révolte,de 1936.Trata-se de um couro com a doçura de notas balsâmicas e com acento terroso.O maior feito é a transparência e leveza - qualidades contemporâneas que dão uma piscadela para os perfumes de outrora. Versátil, funciona no trabalho e passa para a noite tranquilamente. Ivoire,da Balmain,foi lançado em 1979 e sempre permaneceu à venda. Em 2012 foi reformulado, e é essa a versão disponível hoje no mercado.O aroma é de pele limpa,recém-lavada com sabonete, com um aspecto talcado no fim. É ladylike e gracioso, daqueles que deixaria vovó orgulhosa, e você ganha pontos extras se usar na missa de domingo,vestindo chapéu. Transmite intenções imaculadas – qualquer deslize com o passado ou futuro fica entre você e o perfume.

Lançado em 1997 e impulsionado por uma grande campanha, o Opium, da Yves Saint Laurent, marcou o início da era da perfumaria comercial, do produto pensado do início ao fim (fragrância, nome, embalagem e comunicação em sintonia). O perfume é uma mistura densa de resinas e mirra,enriquecido pela espessura floral do cravo,que resulta num rococó sombrio e delicioso.Virou best-seller inesquecível que vergou sobre o próprio peso: ficou tão ligado à virada dos 70 para os 80 que frequentemente é tachado de datado. No fim de 2014,entretanto,a maison lançou o Black Opium, o chamado flanker (versão modificada de um perfume de sucesso),e o caminho foi o do rompimento com a estética retrô. Fora o nome e o frasco, não há nada que lembre o original. A versão segue o caminho dos gourmands – perfumes doces e ricos em notas gustativas.No ano passado,o Opium original apareceu como sexto entre os dez perfumes femininos mais vendidos na França. Detalhe: ele não estava presente na lista de 2013, o que sinaliza um possível efeito colateral da campanha de Black Opium. A Cacharel fez escolha parecida com Anaïs Anaïs, também relançado recentemente, só que mantendo relação com a matriz.O novo Anaïs Anaïs Premier Délice parte do coração floral de jacinto e lírio da primeira versão – agora chamada de L’Original – e acrescenta vontades contemporâneas: pera úmida e límpida no início,acento de chocolate no fim. Quem quer explorar a tendência retrô não precisa ficar preso a reedições.Criado em 1906,oAprès L’Ondée,da Guerlain,oferece um buquê de flores roxas com um quê melancólico.A raiz da íris dá o clima: um talcado mineral, árido, metálico, colorido pela violeta.A projeção é mais íntima,e o perfume tem uma fragilidade que parece colocá-lo à beira do desaparecimento a qualquer instante.Não há nada parecido no mercado hoje e é tão distinto que é difícil de assimilar.Definitivamente de outros tempos. VOGUE BRASIL 157


Feito pra você Com textura LEVE e potente efeito rejuvenescedor, o novo sérum da VICHY é perfeito para a pele da brasileira

antes

OLHOS HD A lente de contato que realça os olhos,

sem alterar a cor, além de corrigir o grau

depois

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Foi baseada em um estudo que mostra que quem tem a borda da íris mais definida é percebida como mais jovem e atraente que a Johnson & Johnson começou a desenvolver as lentes de contato 1-Day Acuvue Define, que acabam de chegar ao Brasil. Categoria ainda não explorada no País (embora em alta na Ásia), as lentes que realçam sutilmente os olhos – sem alterar a cor natural – melhoram a aparência sem que ninguém consiga apontar exatamente o que mudou em você. Os desenhos na borda da lente, feitos por Angie Bowers, artista que passou anos estudando íris humanas, definem o contorno da parte escura do olho

Hidroterapia Massagem e banho de infusão na água termal em Vichy no século 19 e o novo sérum anti-idade Neovadiol

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Shine

2

Shimmer

e dão mais profundidade à íris, e o efeito é mesmo de um olhar mais acordado e Sparkle luminoso. “Criei desenhos usando pigmentos translúcidos que permitem que a íris natural participe da composição”, explica Angie. A Define, que tem descarte diário, corrige miopia (de 0,5 a 9 graus), hipermetropia e astigmatismo desde que baixos e está disponível em três intensidades: leve (1), para um efeito sutil; média (2); ou forte (3), que garante um contorno da íris bem definido – a caixa com 30 lentes custa R$ 120.

1

REPORTAGEM: VICTORIA CERIDONO FOTOS: HENRIQUE GENDRE / ARQUIVO VOGUE, THINKSTOCK E DIVULGAÇÃO

B

rasileiras que gostam de retar- lurônico e um ativo proveniente da ureia dar os efeitos do envelhecimen- completam o boost de hidratação. A água termal,por sinal,aparece não só to recorrendo a cremes potentes em vez de procedimentos no Neovadiol Concentrado,masemtodosos como Botox e laser sofrem com produtos da label francesa,como no demadois problemas: a demora da chegada das quilante,nas bases da linha Normaderm – a novidades ao País (em geral seis meses de preferida das brasileiras depele oleosa – e no defasagem para a Europa) e a textura rica Capital Soleil,protetor solar com acabamendemais para nossa pele naturalmente ole- to mate desenvolvido exclusivamente para osa.Pois o próximo lançamento da france- o nosso mercado. “A consumidora de seu sa Vichy resolve de uma vez só essas duas país é muito exigente em relação à textura questões. Com textura levíssima, perfeita por conta do tipo de pele e do clima quente para ogosto dabrasileira,o sérum Neovadiol e úmido”,explica à Vogue a diretora internaConcentrado (R$ 255) começa a ser vendido cional da Vichy,Myriam Bekkar-Schneider. Peçaimportantedentrodoguarda-chuva primeiro por aqui,a partir deste mês. Foram 14 anos de pesquisa até chegar à da L'Oréal, a marca nasceu em 1931 na cidade de mesmo nome, a 400 fórmula final, com cinco paquilômetros de Paris, e semtentes registradas.Seu trunfo pre se aproveitou das fontes é replicar o efeito do hormôtermais da região vulcânica nio da juventude (DHEA) no para desenvolver seus proorganismo, que começa a sodutos. Quem estiver de pasfrer queda a partir dos 25 anos. sagem por lá pode – e deve Paracompensarasconsequên– tirar um dia para fazer os cias de sua baixa na pele, enfamosos banhos e tratamentram em ação ativos que autos à base da água termal nos mentam a produção natural spas dos hotéis locais – Vogue de colágeno e lipídios, o que Bebedouros de água recomenda o Les Célestins. garante rosto mais firme e jotermal em Vichy lívia roncolato vem. Água termal,ácido hia-



Do it yourself

V

eterana no mundo digital – seu Dia de Beauté foi um dos primeiros blogs de beleza do Brasil e completa em outubro oito anos –, Victoria Ceridono está para realizarumsonhoantigo: no mêsquevem lançaDiade Beauté–Um GuiadeMaquiagemparaaVidaReal, livro sobre o assuntoqueelamaisgostano mundo –e que entendecomopoucos. Quando foi abordada em junho do ano passado pela editora Paralela, braço da Companhia das Letras,Victoria já tinha na cabeça todos os detalhes de como seria sua estreia no “universo literário”: um guia que misturasse o conteúdo de seus tutoriais de make-up que são sucesso na internet,dicas de beleza (desde como encontrar a base certa aos detalhes da textura do batom do momento) e pensatas comportamentais sobre o tema, trazendo para o papel os pilares do blog de uma maneira mais formal e organizada.“É um mix de tudo o que já vi,fiz e aprendi durante esses anos todos com o blog e como jornalista,traduzidos de uma nova forma”,resume a editora de beleza da Vogue. Ao contrário do DiadeBeauté,onde testa e discorre diariamen-

te sobre umaa infinidade de produtos produtos,no livro não entram nomes de maquiagens e marcas.“Preferi ser mais geral e atemporal, trazendo detalhes suficientes para não ficar apenas na teoria”, explica. Além de viajar o mundo cobrindo os mais importantes lançamentos da indústria de beleza, Victoria é do tipo hands on: na época da faculdade, chegou a faturar bons trocados maquiando amigas e amigas das amigas. E continua fazendo seu próprio make até em eventos de gala: “Maquiagem é uma questão de prática”, martela a toda hora. Ela não descuida da parte visual: uma de suas inspirações para o guia foram os livros de culinária, que aguçam o paladar e dão vontadede irpara acozinhaapenaspelasimagensdos pratos muito bem-apresentados.“Queria que o projeto gráfico e as fotos do livro também gerassem esse desejo imediato de sair experimentando maquiagens”,contaCeridono,queaolongodaspáginasaparececom quase 20 looks e makes diferentes.Ilustrações fofas e seus produtos queridinhos fotografados junto de objetosvintage,como uma penteadeira antiga e um jogo de chá,dão conta do recado.luizasouza

OS CURINGAS DE VIC “Fazer” a pele só com corretivo e blush – os favoritos são o da Clé de Peau e o blush Orgasm da Nars 160 VOGUE BRASIL

Us Usar delineador fino em fo formato gatinho – a caneta Eye Do, da Eyeko, está no topo da lista

Passar corretivo na boca para dar uma apagadinha - o truque de Vic é caprichar no lip balm antes. O Smith's Rosebud Salve é o preferido de longa data

Para cílios com emoção, ela mistura mais de uma máscara. O combo Diorshow Iconic e Colossal da Maybelline é ótimo

Batom vermelho: máximo impacto com mínimo esforço – o Ruby Woo da MAC é seu fiel escudeiro

FOTOS: JOÃO BERTHOLINI E MARCEL VALVASSORI / DIVULGAÇÃO, CONDÉ NAST DIGITAL ARCHIVE E DIVULGAÇÃO ILUSTRAÇÕES: KAREN HOFSTETTER / DIVULGAÇÃO

Criadora de um dos BLOGS de beleza de maior sucesso na rede, Victoria Ceridono lança um GUIA de maquiagem que descomplica do esfumado ao contorno



de olho na balada

A inglesa Rockins, ckins, marca de lenços famosa pelas estampas rocker preferida de Kate Moss ss e Rita Ora, selou parceria com a Eyeko, eko, label de maquiagem com foco nos olhos que tem Alexa Chung como colaboradora. Seus prints migram dos lenços para enfeitar a embalagem da nova máscara Rock ck Out & Lash Out (€ 21), que dá volume e aumenta a curvatura curv ura dos cílios. À venda na Harvey Nichols, em Londres

para ra colecionar

Traga Tr Trag aga na ag Novidades QUENTES lá de fora para você comprar na próxima VIAGEM

selfie perfeita

perfume de verão

Conhecida pelos óleos e pelas máscaras faciais orgânicas perfeitas para fazer um dia de beauté em casa, a londrina Temple Spa chama a atenção nos corners da Selfridges e da Harrods com os produtos com o selo “red carpet”. Vogue adora o primer It’s All a Blur (€ 42), que matifica o rosto e trata das rugas

efeito calmante

Lavanda, camomila e uma combinação de óleos orgânicos e 100% naturais compõem o Huile Claire, da nova-iorquina Olie Biologique. O resultado é uma pele calma e reenergizada. Custa US$ 78 na Shen Beauty, 315 Court Street, NY

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cool e artsy

Co embalagens divertidas, Com a coreana Too Cool For School passa a fazer parte da descolada seleção de beleza da Colette, em Paris. O hit da marca são os lip balms Dinoplatz (€ 15), que vêm em latinhas com ilustrações de dinossauros invadindo grandes metrópoles, desenhos que foram recentemente premiados fo nos Estados Unidos

Depois de vender sua marca homônima para o grupo Estée Lauder, Jo Malone criou a Jo Loves, que traz fragrâncias com inspiração em suas experiências pessoais. O lançamento para o verão europeu é o refrescante White Rose & Lemon Leaves (€ 132), perfume que leva notas de limão, folhas de gerânio, rosas brancas e um toque de mel. 42 Elizabeth Street, Londres

pé na praia

Enquanto não abre suas portas no Brasil, a Aesop acaba de lançar o Protective Body Lotion (€ 38), protetor solar com SPF 50 composto por óleos essenciais de hortelã e limão e vitamina E para nutrir a pele. À venda na Liberty, em Londres

verão europeu

Perfeito para entrar na mala de verão no Hemisfério Norte, o gel bronzeador com fator de proteção 15 (US$ 36) da Hampton Sun estimula o bronzeado enquanto hidrata a pele com aloe vera e vitaminas. À venda na Bergdorf Goodman, em NY

dos pés à cabeça

Perfeito para dar um brilho saudável à pele e aos cabelos, o óleo seco Moroccan Rose Gold Glow Perfect (€ 36), da Ren, tem textura leve e é feito com um blend de óleo de argan e rosa-damascena. À venda na Space NK, em Londres

REPORTAGEM: LÍVIA RONCOLATO E VICTORIA CERIDONO FOTOS: CONDÉ NAST DIGITAL ARCHIVE E DIVULGAÇÃO

Para alegria das esmaltemaníacas, Christian Louboutin aumenta sua coleção de beleza. A novidade foi inspirada na Python Vulcano, bem-sucedida linha de sapatos e bolsas de couro de cobra respingados de tinta. Os três minividrinhos (US$ 90) – o off-white Salonu, o azul True Blue e o amarelo Hot Chick – vêm numa caixa de python que já justifica a compra. À venda na Saks, em Nova York



NOSTALGIA Lulla Gancia ao lado do Alfa Giulietta, com que disputou a primeira corrida em 1963

A dona da pista

Q

uando o italiano Piero Gancia, que se tornaria o primeiro campeão de automobilismo no Brasil, correu em Interlagos pela primeira vez, aos 39 anos, a bordo de seu Alfa Romeo em janeiro de 1962, ouviu umas poucas e boas de sua mulher, Lulla, que estava na Europa. Ele bem que tentou convencê-la de que “não havia nada de mais” na corrida, mas os tempos eram outros e, de vez em quando, um piloto diletante morria nos circuitos. Lulla decidiu conferir in loco e ficou apavorada. Mas no ano seguinte, vejam só, foi sua vez de colocar o carro na pista. Num sábado de calor escaldante de dezembro de 1963, a turma de pilotos amadores convocou seis mulheres, entre esposas e irmãs, para correrem em Interlagos. Lulla chegou em terceiro lugar, num Alfa Giulietta, atrás das irmãs Marise Clemente e Leonie Caíres. O gru-

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po entrou para a história como uma patota de pioneiras do automobilismo nacional – Lulla chegaria ainda a competir nos Mil Quilômetros de Brasília em 1966 e na Rodovia do Café,no Paraná,onde sofreu uma capotagem daquelas. Neta do conde Salvadori de Weissenhof, damaisaltanobrezadoTirol austríaco,Lulla, apelido de Amalia (mas nem tentem chamá-la pelo nome de batismo), nasceu em Turim – o bisavô construiu os famosos arcos da Via Roma, e o pai, engenheiro, chegou a ser prefeito da cidade. Ela e Piero Gancia se conheceram ainda crianças, quando as famílias passavam as férias de verão na costa da Ligúria. Desencontraram-se, ela ficou noiva de outro rapaz, que morreu em combate, e o destino arranjou o reencontro – o casamento foi um dos grandes eventos da capital piemontesa naquele ano de 1947. O neocasal foi morar no castelo dos Gancia em Canelli,na região de Asti.A família de Piero produzia,desde meados do

século 19, os famosos vinhos e vermutes Gancia, mas seus pais haviam se mudado para a Argentina com os outros filhos para abrir uma frente de negócios – muito bem-sucedida, por sinal – na América Latina. No castelo, Lulla e Piero tiveram o primeiro filho, Carlo, e, pouco antes de ele completar 1 ano, partiram para Montevidéu. A Guerra da Coreia estava pipocando, e o temor de uma terceira guerra mundial os levou a deixar a Itália. No Uruguai, nasceu a primeira filha, Eleonora, a Kika (hoje Rivetti), mas o país era pequeno demais para os incansáveis Gancia. E por que não São Paulo, no pulsante Brasil? Mudaram-se para cá em 1953 e abriram a Gancia, onde o sobrenome da família acabou se tornando sinônimo do bom vermute italiano. Foi no País que nasceu a caçula da família, a hoje jornalista Barbara Gancia. De cara, os Gancia conquistaram a sociedade local, e a casa da antiga Avenida

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL E ESTADÃO CONTEÚDO

Eterna primeira-dama do automobilismo nacional, a italiana Lulla Gancia venceu as curvas da vida com elegância, alegria e destemor. Seus filhos contam a Bruno Astuto sua trajetória grand prix


Ibirapuera, atual República do Líbano, se tornou destino incontornável de diversão, boa conversa e jantares memoráveis,sobretudo quando Lulla preparava seus famosos risotti.Quando GianniAgnellivisitou o Brasil em 1955,foi na casa dos Gancia que ele se hospedou – e onde chorou as pitangas ao levar um fora histórico da socialite Tereza Souza Campos,por quem estava apaixonado. Com sua elegância ítalo-austríaca bem particular,Lulla virou cliente prime da antiga Casa Vogue,com seus habillés Dior para a noite e looks Pucci diurnos. Ela era – e é – daquelas mulheres de estilo calmo, sem afetação, avessa a enfeites, como, aliás, são todas as piamontesas. “Mamãe nunca fez o gênero árvore de Natal. Era sempre uma roupa de corte impecável, um brinco, um colar geralmente comprado do Pierre Loeb e basta”, lembra Kika. “A turma de amigas dela seguia o mesmo estilo – Cristina Suplicy, Andrea Moroni, Hélène Matarazzo, Adriana Crespi –, mulheres elegantes, de grande personalidade, mas despojadas. Não se fazem mais assim.” A primeira corrida de Piero nasceu no dia em que ele levou seu Alfa Romeo para consertar. O mecânico, que trabalhara com o campeão argentino Juan Manuel Fangio na Maserati,perguntou por que ele não colocava o carro na pista, e o resto é história. Piero ganhou sua primeira corrida nas ruas da Barra da Tijuca, no Rio, em 1965; formou uma equipe campeoníssima, a Jolly-Gancia; e se consagrou o primeiro campeão brasileiro de automobilismo em 1966, em Interlagos. Com o título, tornou-se o porta-voz dos pilotos que reclamavam, com razão, do estado deplorável e esburacado do circuito paulistano. Numa reunião com o prefeito Faria Lima, no fim dos anos 60, ficou decidida a reforma. Mas quem tocaria a obra? De pronto, e para espanto geral,Piero sugeriu o nome de Lulla. “Não tem pessoa melhor para levar a reforma adiante”,avisou aos presentes. A italiana com sua coleção de vinis na casa na antiga Avenida Ibirapuera, em São Paulo, em 1955

Lulla e seu marido, Piero Gancia, no circuito de Interlagos, em março de 1967

Lulla tirou dinheiro do próprio bolso e viajou até Monza para aprender como se faz uma pista de “Primeiro Mundo”. Escalou os engenheiros, adequou o asfalto, reformou os boxes, construiu o gradil de proteção. “Foi essa reforma que abriu espaço para que o Brasil abrigasse, em 1972, sua primeira corrida de Fórmula 1, entrando no ano seguinte para o circuito mundial”,lembra Carlo.Nesse meio tempo, Piero fundiu a Gancia com a Martini e começou a importar Alfa Romeos, Ferraris e Lamborghinis para o País. A outra grande paixão dos Gancia, além dos carros e da Juventus, surgiu no fim dos anos 60: Gstaad,a estação de esqui suíça que virara a queridinha do nascente jet set internacional.Em 1967,começaram a alugar um chalé; em 70 compraram um terreno; e em 73 passaram o primeiro Natal no famosíssimo chalé que construíram,o Samambaia.O casal e os filhos viraram habitués do Olden,do Eagle Club,das noites memoráveis do Palace.Piero descia as pistas pretas e procurava a neve virgem de helicóptero; a mulher, no máximo, arriscava um ski de fond. Lulla comemorava aniversário em janeiro com outro aquariano, Giancarlo Giammetti, companheiro e sócio do estilista Valentino; ficou best friend do príncipe Sadruddin Aga Khan e de sua segunda mulher, Catherine; e saía com os brasileiros que faziam ferver a cidade – Elisinha Moreira Salles, Nelson Seabra, Carlos Jereissati, Zé Hugo e Marialice Celidônio, a família Shorto. Elizabeth Taylor ainda era casada com Richard Burton quando a amizade com os Gancia começou. “Os paparazzi ficavam de prontidão para fotografá-la, era uma loucura”,conta Carlo.“Certa vez,Elizabeth me pediu que conversasse com eles para que não a clicassem naquela noite,porque queria sair para jantar sem se arrumar, mas prometeu que no dia seguinte apareceria glamorosa, cheia de joias e faria a foto da vida deles. Ambas as partes cumpriram o combinado. Naquela época, ain-

da era possível essa convivência pacífica.” O Samambaia é hoje propriedade de Carlo, que o comprou dos pais nos anos 2000. Os jantares mais animados da saison do GP Brasil aconteciam na casa dos Gancia, que também faziam open house nas noites de domingo. Mas esqueçam aquelas mesas ruidosas italianas; os costumes eram do Mezzogiorno para cima.“Mamãe não é aquele estereótipo de mama italiana”,avisa Carlo. “Sempre foi uma mulher alegre, larger than life, mas sóbria, pragmática. Papai era mais romântico.” Os dois tinham o pensamento veloz herdado pela caçula, Barbara, que mostrava desde pequena o atrevimento que hoje é sua marca registrada no jornalismo. Aluna do St. Paul’s, quando a rainha Elizabeth II e o príncipe Philip visitaram o colégio inglês, ela rompeu o protocolo e disparou duas perguntas ao príncipe: “Vossa Alteza gosta de Beatles e Rolling Stones?”.“Não conheço muito”,respondeu ele.“Vossa Alteza está contente de ser consorte ou gostaria de ser rei?”, continuou a entrevista não autorizada. “Estou satisfeito”, disse o príncipe, meio sem graça. E Barbara ainda gritou “Have a nice trip, Your Majesty” quando Elizabeth deixou a escola. “À noite, o governador Abreu Sodré deu uma recepção para a rainha e contou à mamãe o que Barbara tinha feito”,relata Kika. E a quem Barbara puxou essa verve? “Não tenho ideia”,suspira Carlo. Quando Piero morreu, em 2010, depois de um longo processo de Alzheimer, os amigos pensaram que Lulla perderia o chão. “Mamãe sofreu, claro, afinal foram mais de 50 anos de companheirismo de verdade”, diz Kika. Ainda que fragilizada por conta dos 91 anos, Lulla não perde um Saia Justa, programa do qual Barbara é coapresentadora. “Ela não se abate fácil diante das coisas ruins. Tem ainda a força da estrangeira que conquistou um país desconhecido, da mulher que colocou o pé no acelerador de um carro de corrida. Mamãe tem coragem de viver.” VOGUE BRASIL 165


Olho da rua

Acostumado a habitar esquinas e areias como se fosse a própria casa, o carioca redescobre a cidade ao se esquivar dos roteiros batidos em prol de velhos endereços, secretos aos olhos do forasteiro ILUSTRAÇÃO MARINA PAPI

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ua é o ponto de encontro do Rio. O carioca tem uma longa intimidade com ela,e ela com ele.É na rua que nos sentimos em casa, até porque todo lazer do Rio é a céu aberto, ao alcance de qualquer um. Mas criamos um porém: ao percebermos que aquela birosca,a mesma que frequentávamos desde os tempos da escola (mas que só oficializamos na época da faculdade por razões de maioridade); a festinha mais mafuá da zona portuária; o baile da favela e a praia da galera começaramaganharadesão deestrangeiros – sejam eles outros brasileiros, gringos ou até cariocas da clara,que só saem da gema da Zona Sul comvan e motorista –,partimos dessas bandas para outras melhores sem a menor cerimônia, numa prova cabal de nomadismo boêmio e praiano. Quando vimos o Posto 9 anabolizado de gente em busca daqueeela maresia,arrastamos cadeiras e cangas e criamos o 9.5, bem ao lado,mas bem mais vazio.Quando o meio ponto virou uma bagunça por inteiro, sacudimos a areia dos pés e seguimos

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silenciosos para o Leme e Posto 6 – ainda assim, em horário “alternativo”: se você vir alguém por lá pela manhã ou no sol do meio-dia, tenha certeza, não é carioca. Outro exemplo desse nomadismo crônico: quando o retumbante Pavão Azul, botecão de Copacabana famoso por servir as melhores pataniscas do Hemisfério Sul, passou a receber hordas de cervejeiros vindos dos baixos e do Alto Leblon, viramos dois quarteirões à direita e fomos parar na Adega Pérola,que até dia desses agonizava em sua existência esquecida e marginal. Acostumados a flanar no compasso da natureza, colocamos na crista da onda lugares de origem e frequência antes pantanosos e, com a mesma velocidade que os levamos para o alto, os derrubamos com a força de uma ressaca no Leblon em alto inverno. Sacudindo ao sabor do vento, às vezes em brisa, ora em sarabanda, e com humores de maré,voamos como os biguás para outros caminhos onde nosso pouso, além de seguro, é sagrado e secreto. Redescobrimos ou reinventamos bares,ruas,

restaurantes,forrós,festas juninas,blocos, bailes de Carnaval,bairros inteiros. O movimento é randômico, cíclico e, por que não, ciclotímico, mas frequente, num ritmo talvez incompreensível ao passo apressado dos forasteiros. Como em Lisboa, Roma e Paris, pulsam nas esquinas e ladeiras do Rio um desejo quase dever de tomar a rua de assalto (no bom sentido, pelo amor de Deus) e mantê-la a salvo da virtualidade das relações de agora, que fogem do corpo a corpo e do olho no olho como quem foge da verdade. A rua, para o carioca, ainda é o palco dos flertes, das conversas jogadas fora, dos acertos de conta, dos encontros à mesa onde nascem sambas e onde se combinam viagens que talvez jamais aconteçam – afinal,nem tudo o que se ouve deve ser levado a sério,simples assim.Em nossa democracia vadia,deixamos para trás o que é novidade para quem vem depois e seguimos rumo ao surpreendente, até o dia em que outros chegarem para conferir – aí é hora de partir. De novo.



DIVÃ Apesar do amor pelo “dois pra cá, dois pra lá”, a verdade é que não foram tantas as vezes que dancei de rosto colado assim,levando a história a sério, sem ao menos uma taça de vinho na mão. Só me dei conta desse fato quando, na primeira aula com o nosso professor, Duda Lima, consegui a façanha de pisar no pé do Rodrigo uma dezena de vezes e,no fim, ainda fazer cara feia por não conseguir puxá-lo para a direita, quando o certo era deslizarmos juntos pela esquerda. Não me conformava: justo nós,com tantas afinidades,não éramos capazes de formar um par apresentável no salão? Depois do sufoco das primeiras semanas, nas quais passei, obviamente, culpando meu pobre marido pela falta de habilidade dele no samba de gafieira,Duda me chamou num canto e constatou: “Carol, o problema é que você não se deixa conduzir!”.Foi quando tive uma epifania.Eu,mulher moderna e independente, não me deixava ser levada (no sentido literal e figurativo da palavra) por nada, nem por ninguém. Acostumada a ter controle da minha vida,a mandar e desmandar e a ter opinião sobre tudo, estava querendo fazer (mais uma vez) o papel de líder na hora de dançar. Percebi na sala da minha casa, e não no sofá da psicanalista, como é fácil deixar com que autonomia se confunda com um certo autoritarismo. Condicionadas a sentir orgulho do papel de fêmeas alfas que tão duramente conquistamos, perdemos a oportunidade de nos deixarmos ser levadas pela vida com naturalidade – o que inclui, nesse caso, pelos braços da pessoa amada. Acabamos confundindo as delicadezas do sexo oposto com machismos, como se qualquer ação do homem que não seja igualitária fosse para nos colocar em uma posição inferior. Com essa atitude defensiva, quase que por reflexo,vamos minando as oportunidades de sermos surpreendidas por eles. Diferente de outros esportes praticados a dois, Ana Carolina Ralston conta como as aulas de a dança não é uma competição, é uma parceria. Não se dança bem sozinho. Não estamos cada um dança fizeram com que ela deixasse o posto de de um lado da rede, mas juntos, abraçados, no mulher independente e autônoma para abraçar mesmo time. A sintonia necessária para arrasar no salão e a proximidade física acabam fazendo a liberdade de ser conduzida pelo salão com que aquele sentimento bom, a paixonite do início da relação, volte a bater com tudo. úsica alta, mãozinhas ao ar. Sempre fui do Quando,finalmente,entreguei-me ao som de Chico Buarque, tipo que ficava no meio da pista, de AC/DC Elza Soares,Adoniran Barbosa,Tim Maia e às marcações do meu a Madonna,levando a sério a expressão que afir- parceiro, percebi também o quão libertador é a sensação de ser ma que “quem dança seus males espanta”. Meu conduzida. Meu pensamento ficou vazio, como poucas vezes marido, Rodrigo, é igual. DJ nas horas vagas, não consegue consegui – meus grupos de meditação que o digam.Também ficar sentado na cadeira quando começa uma boa música. me deixei ser surpreendida pela sequência de passos e giros que Natural que, em algum momento, nos ocorresse fazer aulas o homem fica responsável em coordenar – enfim, estava livre de dança de salão. Foi o que aconteceu: uma hora e meia por desse papel.Como disse Rodrigo esses dias: “Tenho o privilégio de semana, na nossa própria casa. Parecia o plano perfeito para conduzir minha mulher durante uma hora e meia por semana. exorcizar o estresse da rotina, já que não conseguíamos mais Já no restante do dia...”.Acho que é hora de deixar a vida fluir em nos livrar completamente dele apenas nas pistas da cidade. outro ritmo.E nem por isso ser menos mulher alfa.

DANÇA M 168 VOGUE BRASIL

FOTO: CHRIS CRAYMER/TRUNK ARCHIVE

comigo?



VOGUE

Reporter ´

Navegar é preciso Cansados da rotina puxada e do alto custo de vida do Rio, os paulistanos Sarah Moreira e Renato Matiolli largaram tudo para rodar o mundo de barco (detalhe: nenhum dos dois sabia navegar). Aqui, ela conta os primeiros meses dessa aventura

S

abeaquelavontade de chutar obalde para viver uma aventura? Foi o que meu marido, Renato, e eu fizemos.Largamos tudo,o trabalho estável de anos, a casa, a cidade, afamíliaeosamigospararodaromundoem um barco com nosso cachorro.Queríamos experimentar um estilo devida diferente do convencional,apesar da baita insegurança que sentimos ao tomar essa decisão.A gente sempre teve um desejo imenso de viajar paraconhecerlugaresincríveisefazernovos amigos.Para isso precisamos abdicar de várias coisas,economizar bastante e enfrentar nosso próprio medo e o dos mais próximos, que receavam que nosso plano naufragasse, com o perdão do trocadilho. A inquietude com a vida que levávamos ficou mais forte durante uma viagem a Bali emjulhode2013.Cogitamosnosmudarpara lá, nos apaixonamos pelo país, pela cultura tão diferente da nossa,pelo estilo de vida praiano. Mas acontece que Renato tinha osonhoantigodevivernumbarco,eeuabracei a ideia de corpo e alma.Não estávamos emcrisenotrabalhoeatégostávamosdoque fazíamos.Renatoprestavaconsultoriaestratégicaparaváriasempresas,eeueradiretora de RP de uma grande rede de hotéis.A gente amava morar no Rio,mas andava cansado do ritmo louco de trabalho e do alto custo de vida da cidade.Volta e meia nos perguntávamos se avida se resumia a apenas trabalhar, tirarfériasumavezporano,casar,ter filhose seguir nessa rotina,sempre cansados e sem tempo para nada. Nossa preocupação inicial era como iríamosnossustentardepoisde“chutarobalde”. Pesquisando na internet,descobrimos que muita gente que veleja pelo mundo recebe hóspedes no barco,faz passeios e oferece até aulas de esportes aquáticos para se manter. Eu temia perder a estabilidade financeira que o emprego traz e gastar todas as nossas economias,mas confesso que o que me tirava o sono mesmo era o fato de nós dois não termos nenhuma experiência com navegação em alto-mar.Renato teve algumas

170 VOGUE BRASIL

Sarah, próxima à ilha de Kythnos, no mar Egeu, com o bull terrier Feijão


FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

aulas em barquinhos laser quando criança, temumtioqueédonodeumcatamarãeque devez em quandovelejava com ele; e pratica kitesurf há mais de 15 anos,então tem boa noção de vento.Já eu,nem isso! Na nossa busca on-line,conhecemos um casal de suecos que havia largado tudo para velejar pelo mundo. Em agosto de 2014,passamosdezdiasnobarcocomeles,navegando peloPanamá. Sentiummistodecuriosidade, ansiedade e pânico do que ia encontrar pela frente. Mas a viagem foi maravilhosa e ali tivemos a certeza de que essa era uma aventura que precisávamos experimentar. Há tanto na vida ainda para ser feito e visto,e o período em alto-mar me deu a segurança de que mesmo para nós,dois leigos no assunto, viver num barco era possível e viável. No mês seguinte, quando já estávamos certos do nosso plano,adotamos Feijão,um bull terrier que hoje tem um ano. Sempre tivemos vontade de ter um cachorro, mas caíamos novelho problema da falta de tempo para cuidar de um.A gente queria uma raça que gostasse de água,mas não amasse (como o labrador, que certamente ficaria pulando do barco a todo momento); que suportasse calor, não precisasse de muito exercício e fosse amigável, mas não tanto a ponto de deixar o barco desprotegido. O Feijão é tudo isso menos cão de guarda. É o cachorro mais preguiçoso e desastrado que já vi! Bruto,mas muito carinhoso. No fim do ano passado,finalmente compramos o barco na Croácia, um Lagoon Catamaran, que batizamos de Ipanema, bairroondenosconhecemosemoramospor boa parte dos quatro anos em que estamos juntos.Além de a embarcação custar menos que no Brasil, mantê-la em uma marina croata enquanto a equipávamos saía bem mais em conta.Instalamos painéis solares, dessalinizador de água, baterias, gerador. O Ipanema tem 44 pés (cerca de 14 metros de comprimento) e quatro suítes. Em janeiro deste ano fizemos um curso prático e teórico para tirar a carteira de arrais (o condutor do barco).Em seguida,Renato foi passar dois meses no barco do casal de suecos novamente.Encontrou com eles nas Ilhas Cayman,no Caribe,para praticar e ganhar experiência.De lá,ele voltou para o Brasil e seguiu em março para a Croácia, de onde zarparíamos para nossa grande aventura,para preparar o barco. Nodia30deabril,saímosdeSplit,segunda maiorcidadecroata,participandodeumaregataanual,aAdriaticLagoon,quepercorreas ilhasdeHvar,SoltaePakleni.Estefoioquarto ano da competição,com barcos entre 39 e 62

O casal às margens do rio Neretva, em Mostar, na Herzegóvina

pés e mais de 120 participantes (fomos os primeiros brasileiros) e que durou três dias. Ficamos em terceiro lugar e até subimos ao pódio para receber o troféu! Na primeira semana eu acordava todo dia e dizia: “Meu Deus, agentemora numbarco!”,ainda tentando fazer a ficha cair. Velejamos pelo país durante todo o mês de maio, passando por inúmeras das ilhas Dálmatas e pela maravilhosa cidade de Dubrovnik.Recebemos vários hóspedes croatas, amigos que fizemos ao longo do caminho e que acabavam ficando alguns dias a bordo.Nesse período,fomos nos familiarizando com o barco.A maior preocupação era saber como tudo funcionava para depois consertarmos sozinhos se fosse preciso.Fizemos um mapeamento geral para identificar todas as entradas e saídas de água,a parte elétrica,os equipamentos de segurança e navegação.Depois,aprendemos a economizar água e eletricidade, usar dessalinizador,painel solar. Em junho,a travessia de Dubrovnik para Bari foi nossa primeiraviagem em alto-mar e durou 24 horas, apenas Renato, Feijão e eu! Fomos aprovados no teste apesar de alguns sustos no meio do caminho. Saímos no começo da tarde com um dia de sol lindo,

“Ao amanhecer, já exaustos depois de 18 horas fazendo nossa primeira travessia em alto-mar, a vela principal começou a rasgar” mas vento bastante forte. As ondas grandes e nossa falta de experiência já foram suficientes para um início tenso. Para que o barco não chacoalhasse muito,desviamos um pouco a rota, e o que deveria ser uma travessia de 16 horas durou um dia inteiro. À noite,o sistema de desenrolar as velas não funcionou direito,o que deixou o barco mais lento. Para completar, notamos que não tínhamos suspendido o bote que fica pendurado atrás da embarcação,para evitar que inundasse. E Renato teve de pular no mar revolto para levantá-lo. Naquele momento,eu já estava com o coração na mão. Seguimos viagem nos revezando pelo resto

da noite,dormindo três horas cada um.Ao amanhecer,já exaustos depois de 18 horas navegando,a vela principal começou a rasgar.Recolhemos tudo e terminamos a viagem usando o motor,sãos e salvos em Bari e com várias histórias para contar.No meio desse caos,o preguiçoso do Feijão só dormia! De Bari,partimos para Corfu, na Grécia, onde recebemos nossos primeiros hóspedes desconhecidos,um casal de brasileiros radicado em Londres que nos achou pela internet.E era a história se repetindo: Haroldo e Rosa querem largar tudo e ir morar num barco durante um tempo. De lá para cá, já nos aventuramos pelas ilhas gregas,cruzamos dois canais,o de Lefkas e o de Corinth, dormimos ancorados em inúmeras baías e em três marinas por causa de alguns problemas no motor.Renato já está craque em consertos.Eu aprendi a fazer bolo,cozinhar feijão e preparar um delicioso tzatziki (prato grego à base de iogurte,pepino e alho). A ideia de receber hóspedes não é transformar a viagem em um negócio,e sim ter receita para continuar velejando (a diária é de € 180).Para isso criamos um site (www. sailipanema.com) no qual divulgamos cada etapa do projeto.Nosso plano é velejar pelo Mediterrâneo até o fim do ano. Da Grécia, partiremos em direção à Itália.Ainda queremos passar por Espanha,Marrocos,Portugal e Gibraltar.Devemos cruzar o Atlântico Norte para o Caribe em novembro,quando as condições do tempo são mais favoráveis, e ficar por lá oito meses.Depois,seguir rumo ao Pacífico e a paraísos como Galápagos,Polinésia Francesa,Fiji,Indonésia e Maldivas. Até agora,com exceção dos amigos e da família,não bateu nenhuma saudade da rotina em terra firme,apenas de coisas bobas como fazeraunhatodasemana,pedircomida em casa e ter uma diarista.Mas aprendemosanosdesapegar.Aviagemnãotemdata para terminar.Aideia é seguirvelejando até quando der vontade e o dinheiro permitir.A única certeza é de que,quando essa jornada chegar ao fim,é para o Rio quevamosvoltar. VOGUE BRASIL 171




S 1

empre digo para quem trabalha comigo que uma temporada de desfiles rende muito mais que uma porção de novas tendências.“Qual é o espírito do momento?”,“qual a atitude que define a época em que estamos vivendo?” e “qual a mensagem por trás da coleção que o criador quer passar?” são algumas das perguntas que me faço e faço à equipe sempre que chega o momento de definir o que será o semestre nas páginas de moda da revista. Conto tudo isso para dizer que,nesta edição de agosto,a que tradicionalmente apresenta os principais looks das coleções do verão nacional e do inverno internacional,tivemos um cuidado especial em mostrar mais que as roupas incríveis que você e eu vamos desejar.O mundo mudou,a fotografia encontrou uma nova luz,a modelo passou a posar diferente.Sai de cena aquela imagem plastificada,voluptuosa e saturada de cor,entra a que revisita a estética que marcou a década de 90 pelas mãos de gente como JuergenTeller e Corinne Day, fotógrafos craques em combinar elegantemente uma boa dose de naturalismo com uma bem-vinda pitada de estranheza. Nesta Vogue,a dupla Pedro Sales e Zee Nunes foi responsável por inaugurar a era do neonaturalismo,só que com ares tropicais,já que

umnovo guarda-roupa

estamos no Brasil e sabemos que,por aqui,sexy e feminino são duas constantes independentemente das variáveis desfiladas em Paris, Milão ou Nova York.O ensaio Um novo guarda-roupa (1) imprime com êxito essa nova linguagem mais rústica – ou raw,para usar o termo original –,mas de um jeito autoral,com uma vibração própria e conectada com os desejos da mulher brasileira que busca na revista fonte de inspiração para evoluir estilisticamente. A nova temporada também abre espaço para uma certa extravagância.Mais precisamente a extravagância dos anos 80,uma mélange de três imagens que marcaram a década.A silhueta body-con combinada com muita bijou dourada que era uniforme de Cindy Crawford e cia.encontra o make e os volumes exagerados do figurino de Joan Collins em Dinastia e o ar street de Madonna em início de carreira no editorial Do oito aos oitenta (3).O resultado final,acredite, não é nada caricato.Corra para a página 206 e comprove. Agora pausa para descansar o olhar da euforia cromática com o belíssimo trabalho em p&b batizado de O preto no branco (2). Em um domingo do início de julho,Daniel Ueda e Paulo Vainer transformaram um estúdio na Vila Leopoldina em cenário de filme noir para apresentar os melhores looks gráficos que dominaram as passarelas no início do ano.Muito mais que detectar referências e apontar coleções significativas,é preciso entender o que está acontecendo no mundo e saber como contar uma história da maneira mais bela,autêntica e profunda possível.Sair por aí bem-vestido é apenas o produto dessa engenhosa equação.


PONTO DE VISTA

2

POR BARBARA MIGLIORI

opreto nobranco

3

dooitoaos oitenta


Do lado de fora, tons PASTEL tingindo peças ladylike que lembram o figurino da dona de casa dos anos 60. Dentro, estampas GRÁFICAS e texturas que remetem a tapeçarias usadas na decoração de interiores dos 70. Em comum, o desejo de ROMPER com os padrões vigentes, seja nas formas – que desafiam os limites de GÊNERO –, seja na cartela – há sempre uma cor propositalmente INADEQUADA que confere arrojo à imagem final. Conheça os 17 looks definitivos da temporada Fotos Zee Nunes Edição Pedro Sales

UM NOVO GUARDA-ROUPA


B O T T E G A V E N E TA Silhueta alongada que combina BĂ SICOS lisos de alfaiataria com GRAFISMOS de pegada artsy


G I O RG I O A R MA N I As PINCELADAS de Marc Chagall deixam com ares NOTURNOS os ic么nicos ternos desconstru铆dos da grife italiana


GUCCI O ingênuo e o ESTRANHO dialogam em vestidos que não revelam onde nem QUANDO foram criados


LOUIS VUITTON Direto do futuro, estampas ANIMALIER e brilhos que imprimem um SEXY que foge do lascivo e do banal


PRADA Miuccia SUBVERTE a estética ladylike apostando num JÉRSEI dublado high-tech que tira toda a INOCÊNCIA e ar retrô dos tons pastel


B U R B E R RY Uma boemia ARTESANAL evoca o figurino da turma hippie chique que migrou de Londres para a Ă?NDIA nos anos 60


D O LC E & GA B BA NA Numa ode Ă famĂ­lia, desenhos INFANTIS encontram formas ultrafemininas confeccionadas a partir de tecidos NOBRES


FENDI Linhas cartesianas, quase fascistas, que seguem cartela Sร BRIA se suavizam graรงas a VOLUMES acolchoados que lembram trajes esportivos


PAT B O O bordado DECORATIVISTAse renova graças às maxiflores plásticas que exalam o típico perfume RETRÔ FUTURISTA dos anos 60


C HA N E L Uma ode ao TWEED tendo como ponto de partida todos os CĂ“DIGOS do dress code burguĂŞs


R E I NA L D O LO U R E N Ç O Fluidez e RIGIDEZ coexistem em looks compostos por separates que discutem o papel dos GÊNEROS na moda


G I U L IA NA RO MA N N O Alfaiataria com DNA urbano que evoca o FRESCOR e a brasilidade tipicamente PRAIANOS


S A LVAT O R E F E R R A G A M O A arte de Sonia DELAUNAY inspira um dinamismo caleidoscópico que lembra TAPEÇARIAS protagonizado por cores blocadas


VITORINO CAMPOS Ensaio sobre a camisaria deixa ainda mais embaรงada a fronteira entre o vestuรกrio de MENINOS e meninas


ELLUS Uma VIAGEM ao deserto marroquino inspira coletes e túnicas de LINHO cru alongados, no melhor estilo BEDUÍNA deluxe


A L E X A N D R E H E RC H C OV I T C H A partir de sofisticada técnica de costura, o TULE mimetiza a espuma do mar, numa coleção de inspiração JAPONISTA nada óbvia


MIUMIU

A mistura de COUROS coloridos e tweeds grossos tem efeito surpreendentemente FRESH e pop

Beleza: Rodrigo Costa com produtos Chanel e L’Oréal Professionnel Produção de moda: Leandro Porto (SP) e Juliana Gimenez (NY) Produção executiva: Marcus Chang Assistentes de fotografia: Sándor Kiss, Leandro Viana, Alessandra Jeszensky e Gael Oliveira Assistente de beleza: Mariana Bull Assistentes de produção de moda: Rogério Martinez e Lina Aquino Tratamento de imagem: Bruno Rezende Agradecimento: Silver Sands Motel, Claudia Savelli (turbantes) e Mercura (óculos)


A DOBRADINHA cromática da estação encontra eco na estética TENSA e rigorosa do CINEMA NOIR, conversando com uma mulher de gosto estético ERUDITO, que prioriza formas sóbrias, comprimentos ALONGADOS e grafismos que FOGEM do decorativismo mais latente Fotos Paulo Vainer Edição Daniel Ueda

O PRETO NO BRANCO


Dani Witt usa trench coat, R$ 23.500, Valentino. Botas, R$ 6.500, Dior. Zhenya usa tric么, R$ 8.400, Valentino. Tadeu usa blazer, R$ 859, Colcci; camisa, R$ 350, Dudalina; cal莽a, R$ 1.470, Ralph Lauren. Gravata, R$ 179, Ricardo Almeida; coturno, R$ 2.950, Giorgio Armani. Matheus usa camisa, R$ 529, Colcci



Vestido, R$ 1.357, Renata Campos. Na pรกgina ao lado, vestido, R$ 1.493, e trench coat, R$ 3.492, ambos Vitorino Campos. Botas, R$ 5.060, Fendi. Em sentido horรกrio, a partir do alto, botas, R$ 6.500, Dior. Bota masculina, R$ 5.530, Gucci. Calรงa masculina, R$ 559, Colcci. Sapato masculino, Cavalera. Blazer estampado, R$ 4.992, Vitorino Campos


Top, R$ 347, e calça, R$ 547, ambos Osklen. Óculos, R$ 890, Lara Gerin para Ventura. Na página ao lado, casaco, R$ 3.739, Vitor Zerbinato; camisa, R$ 325, Ratier; saia, R$ 590, Luisa Farani na Choix. Bolsa, Miu Miu. Em sentido horário, a partir do alto, colete, R$ 689, camisa, R$ 459, e calça masculinos, R$ 559, tudo Colcci. Gravata, R$ 179, Ricardo Almeida. Bolsa, R$ 1.640, e chaveiro, R$ 270, ambos, Longchamp. Natalia Moreira usa vestido, R$ 3.000, Apartamento 03. Óculos, R$ 2.300, Thierry Lasry na Acaju do Brasil; luvas, R$ 1.499, Dior no Trash Chic




Top, R$ 858, e calรงa, R$ 658, ambos Animale. Na pรกgina ao lado, macacรฃo, R$ 890, Ellus Second Floor. Blazer, R$ 7.960, camisa, R$ 1.160, e calรงa masculinos, R$ 1.470, tudo Ralph Lauren


Vestido, R$ 15.800, Valentino. Na página ao lado, vestido, R$ 829, Colcci. Bolsa, Miu Miu; luvas, R$ 1.164, Alaïa na Mares. Blazer, camisa e calça masculinos, tudo Dolce & Gabbana. Gravata, R$ 415, Hugo Boss



Casaco, R$ 15.800, Bottega Veneta. Óculos, R$ 690, Adam Selman para Le Specs na Acaju do Brasil. Na página ao lado, vestido, R$ 7.995, PatBo. Luvas, R$ 520, Veronika para Ratier; bolsa, R$ 6.890, e botas, R$ 5.530, ambas Gucci. Em sentido horário, a partir do alto, Ellen usa vestido, R$ 7.495, e colete, R$ 2.220, ambos Lolitta; quimono, R$ 998, Yor Brand. Clutch, R$ 1.589, Serpui Marie. Blazer, R$ 2.600, e calça masculinos, R$ 750, ambos João Pimenta; camisa, R$ 350, Dudalina. Sapato, Cavalera. Vestido, R$ 6.500, Acquastudio Esther Bauman. Clutch, R$ 1.138, Serpui Marie; botas, R$ 6.500, Dior. Vestido, R$ 11 mil, Acquastudio Esther Bauman. Natalia Renken usa vestido, R$ 4.245, e calça, R$ 1.995, ambos PatBo. Óculos, R$ 690, Adam Selman para Le Specs na Acaju do Brasil; luvas, R$ 585, Veronika para Ratier; clutch, R$ 1.148, Serpui Marie. Blazer, R$ 2.600, e calça masculinos, R$ 750, ambos João Pimenta Beleza: Daniel Hernandez (MLages) com produtos Make B., MAC, Redken e Kérastase Produção de moda: Carol Santoro, Joana Wood e Matheus Miranda (SP) e Juliana Gimenez (NY) Set designer: Felipe Tadeu (Mangaba Produções) Produção de objetos: Fatima Sosa (Mangaba Produções) Assistentes de beleza: Guilherme Casagrande, Juliana Gonçalves, Maxwell Gonçalves e Michelly Veloso Tratamento de imagem: Thiago Auge Agradecimentos: Objetos de Cena e Locarbike



DÉCADA-REFERÊNCIA para o dress code NOTURNO da temporada, os anos 80 voltam à moda mesclando MADONNA em Like a Virgin, o bling-bling SEXY que virou uniforme de supermodelos como Cindy Crawford e Linda Evangelista e a VOLUPTUOSIDADE do figurino de JOAN COLLINS em Dinastia Fotos Zee Nunes Edição Pedro Sales

DO OITO AOS OITENTA


Behati Prinsloo usa casaco e camisa, ambos Miu Miu. Boina, Saint Laurent; รณculos, Patricia Field; brincos, colares e cinto de corrente, tudo Moschino; cinto de couro, R$ 1.000, Pedro Lourenรงo; meias, Betsey Johnson; sandรกlias, R$ 5.140, Versace


Casaco curto, R$ 1.390, e casaco longo, R$ 1.980, ambos Herchcovitch;Alexandre; top de estrelas, R$ 3.900, Karin Reiter. Boné e óculos, ambos Patricia Field; colar, Moschino. Na página ao lado, vestido, Valentino. Óculos, Yazbukey para Linda Farrow na Patricia Field; pulseiras e bracelete, tudo Moschino

Gigi Hadid usa top, saia, meia-calça e escarpim, tudo Balenciaga. Pulseira, Cartier Gigi Hadid usa top, saia, meia-calça e escarpim, tudo Balenciaga. Pulseira, Cartier Gigi Hadid usa top, saia, meia-calça e escarpim, tudo Balenciaga. Pulseira, Cartier




Body, R$ 15.410, Versace; saia de plรกstico e quepe bordado, ambos Patricia Field. Brincos, R$ 500, Marcio Krakhecke; bandana, R$ 237, Vitorino Campos. Na pรกgina ao lado, vestido, R$ 2.980, Wagner Kallieno. Colar, Moschino



Vestido, Emilio Pucci. Na pรกgina ao lado, vestido, Saint Laurent. Cinto de couro, Zana Bayne; meias, Fogal; meias com tachas e botas, ambas Alexander Wang



Blusa, R$ 2.980, e saia, R$ 3.480, ambas Ellus; top, R$ 2.950, I贸dice. Brincos, R$ 500, Marcio Krakhecke. Na p谩gina ao lado, vestido, Animale


Jaqueta e saia de metal, ambas Alexander Wang; top, R$ 1.114, Mabel Magalhães. Cinto com suspensório, Zana Bayne. Na página ao lado, vestido, R$ 45.500, bolsa e sapatos, tudo Louis Vuitton Beleza: Rodrigo Costa com produtos Chanel e L’Oréal Professionnel Produção de moda: Leandro Porto (SP) e Juliana Gimenez (NY) Produção executiva: Marcus Chang Produção de objetos: Marguerite Wade Assistentes de fotografia: Sándor Kiss, Leandro Viana, Alessandra Jeszensky e Gael Oliveira Assistente de beleza: Mariana Bull Assistentes de produção de moda: Rogério Martinez e Lina Aquino Tratamento de imagem: Bruno Rezende



UMANOVA MULHER

Com presença da top Behati Prinsloo, a Louis Vuitton comemora em 18 de agosto a renovação de sua flagship no Iguatemi de São Paulo. Daniela Falcão entrevista Nicolas Ghesquière e mostra como ele está criando um guarda-roupa completo para a nova cliente da grife

Q

Behati Prinsloo posa em primeira mão para uma revista brasileira com looks do próximo inverno da Louis Vuitton. Top de tricô metálico (R$ 16.600) combinado com saia de paetês (R$ 22.500) e a já icônica bolsa Petite Malle

uando Nicolas Ghesquière assumiu a direção criativa da Louis Vuitton em 4 de novembro de 2013, a pergunta que se fazia em toda roda de fashionistas era como um estilista conhecido por seu experimentalismo, pela moda cerebral amada por stylists, mas ignorada pelo grande público, conseguiria fazer girar o caixa de uma gigante do mercado de luxo, com mais de 450 lojas espalhadas por 60 países.O clima geral era de torcida,mas uma torcida desconfiada, tensa, um pouco como nós brasileiros nos sentimos a cada novo jogo da seleção de futebol desde aquele fatídico 7x1. Um ano antes, em novembro de 2012, o mundo da moda entrou num luto temporário assim que foi anunciada a saída repentina de Ghesquière da Balenciaga, casa que tinha conquistado nova vida após sua entrada, em 1997, quando passou a ditar o rumo de cada temporada, construindo peças arquitetônicas que dominavam as revistas e poderiam tranquilamente estar num museu. Nos 12 meses em que Ghesquière passou “desempregado”,não faltaram especulações sobre seu futuro, e a maior aposta era de que ele lançaria uma grife própria, já que sua moda autoral demais não parecia caber em nenhuma grande maison. Foi com um misto de surpresa e alívio, portanto, que seus admiradores receberam a notícia de que Nicolas iria substituir Marc Jacobs, que após 15 anos na Vuitton saía para dar mais atenção à marca que leva seu nome. O clima de excitação temerosa durou até 5 de março, quando o francês de 44 anos nascido em uma pequena cidade no Vale do Loire colocou na passarela do Cour Carrée do Louvre 48 looks que foram o assunto da semana, inaugurando uma nova fase da Vuitton e em sua carreira também. Quem esperava os volumes que o tornaram conhecido na Balenciaga pode até ter saído frustrado, mas a energia do que foi apresentado ali, a certeza de que estávamos testemunhando algo completamente novo, balançou o coração até das “viúvas” de Jacobs.

BELEZA: RODRIGO COSTA COM PRODUTOS CHANEL E L’ORÉAL PROFESSIONNEL PRODUÇÃO DE MODA: LEANDRO PORTO E JULIANA GIMENEZ PRODUÇÃO EXECUTIVA: MARCUS CHANG TRATAMENTO DE IMAGEM: BRUNO REZENDE

FOTOS ZEE NUNES STYLING PEDRO SALES


Jaqueta (R$ 12.100) e saia (R$ 7.650), ambas de mohair, combinadas com top de couro (R$ 8.100) e a bolsa Toblerone (R$ 14.500)


“Sinto como se tudo o que fiz antes, nos 15 anos que passei na Balenciaga, fosse uma preparação para o que estou vivendo. Como era uma marca NICHO, eu falava com pouca gente, podia experimentar, estava ensaiando para meu GRANDE ATO”

Looks e acessórios com toque futurista do inverno 2015/16 da grife, fotografados por Juergen Teller

FOTOS: DIVULGAÇÃO/FENDI

Encontrei pela primeira vez com Nicolas Ghesquière quatro meses depois de sua estreia, em julho de 2014, numa tarde calorenta em Paris, mais precisamente no número 2 da Rue du Pont Neuf, onde ficam o estúdio de prêt-à-porter, o showroom e os escritórios da Vuitton. Imaginava me deparar com um sujeito contido, daqueles que você sua para conquistar, preocupados em manter certa distância para não macular a áurea cool. Errei feio.De calça e jaqueta jeans bem gastas, seu uniforme cotidiano, pediu logo dois cafés, um para cada um de nós.Dispensou a presença de Edouard Schneider, diretor de relações públicas, abriu um sorrisão e disparou: “Shoot!”. Minha primeira pergunta, guardada desde sua estreia em março, era sobre como estava sendo a adaptação ao novo job. “Sinto como se tudo o que fiz antes, nos 15 anos que passei na Balenciaga, fosse uma preparação para o que estou vivendo. Como era uma marca nicho, eu falava com pouca gente, podia experimentar, estava ensaiando para meu grande ato. Mas sempre quis falar com um público amplo, era frustrante ser pequeno”,diz com a segurança de quem obviamente já havia repetido aquele raciocínio algumas vezes. Insisto para ter mais detalhes,pergunto se não foi penoso deixar para trás a possibilidade de arriscar,se não se sentia frustrado por ter abandonado os volumes que eram sua marca registrada. “Não eram minha marca. Eram de Cristóbal Balenciaga. Pode parecer um paradoxo, mas me sinto com muito mais liberdade agora.Aqui estou montando um guarda-roupa do zero, ajudando a inventar quem é a mulher Vuitton.Trabalhar numa maison cujo estilista tinha uma assinatura muito forte é um peso”, diz, para completar em seguida: “Só preciso ter cuidado para não abdicar da criatividade.Saí do nicho e fui para a maior marca do mundo.” Sem que eu pergunte,Ghesquière traz o nome de seu antecessor para a conversa, e explica que Marc Jacobs fez um trabalho brilhante, mas que ele está iniciando um novo ciclo. “Marc deu credibilidade fashion a uma tradicional fabricante de malas de viagem e bolsas. Fez os editores de moda mais importantes do mundo assistirem e valorizarem os desfiles de prêt-à-porter da Vuitton,que era uma novata nas passarelas quando ele começou.


Nicolas Ghesquière, diretor criativo da Vuitton

Agora cabe a mim criar o DNA da maison,montando um guarda-roupa completo para a mulher contemporânea.” E como se faz isso? Ele sabe ao menos quem é essa mulher? “Meus desfiles trarão total looks para definir nosso estilo, mas também muitos separates,porque a mulher de hoje não quer vestir um statement o tempo todo.E isso é très Vuitton,porque a alma de viajante da maison obriga que as peças sejam funcionais,práticas. Essa funcionalidade é muito o espírito dos tempos de hoje, não acha? Considero um privilégio estar na Vuitton justo agora.” Peço que ele defina em palavras como é o estilo da mulher Vuitton. “Effortless, ninguém quer desafios enormes na hora de vestir.Understated,simples,nada muito trabalhado.” Cito Charlotte Gainsbourg, amiga e musa desde os tempos da Balenciaga, e pergunto se ela continua em sua cabeça quando cria para a Vuitton. “Sim, Charlotte está sempre comigo, estamos envelhecendo juntos e gosto disso. Mas ela não é a única, são muitas as mulheres Vuitton.Meu trabalho é manter a coerência entre todas elas.” Ainda que muita gente considere as roupas da nova Vuitton um tanto herméticas para o mercado global, quando vi Catherine Deneuve usando um dos tais looks statement (coincidentemente o mesmo da top Behati Prinsloo na capa desta edição) durante o desfile da cruise em Palm Springs em maio passado, achei absolutamente easy, pertinente.E me dei conta de que Ghesquière estava conseguindo de fato montar um guarda-roupa completo para a mulher de hoje.Com toque futurista, como é sua cara,mas também a cara da Louis Vuitton, que nas quatro gerações desde sua fundação, em 1854, inovou e quebrou vários tabus. Criar uma mulher e um guarda-roupa contemporâneo para acompanhá-la é apenas mais uma dessas inovações.


FOTOS: ARQUIVO PESSOAL, GETTY IMAGES, REPRODUÇÃO VOGUE ITÁLIA MAR/2015, REPRODUÇÃO INSTAGRAM LOVE E DIVULGAÇÃO BELEZA: TINA OUTEN (CABELO), PETROS PETROHILOS (MAKE) E ANATOLE RAINEY (UNHAS) CENOGRAFIA: EMMA ROACH TRATAMENTO DE IMAGENS: TABLET RETOUCH


O PULO DA GATA

Neta da atriz brasileira Maria Gladys, a inglesa MIA GOTH é a bola da vez no cinema e a nova queridinha do mundo da MODA, além de ter uma história familiar digna de roteiro de FILME POR HERMÉS GALVÃO FOTOS HARLEY WEIR

É

notório que, na moda e nas artes, se tornou quase obrigação de um novato ser (ou, ao menos, tentar parecer) cult – custe o que custar. Definitivamente não é esse o caso da atriz inglesa Mia Goth, 22 anos, que veio a público (e ao mundo) na condição de cult em sua mais pura definição.A começar pelo DNA: ela é neta da brasileira Maria Gladys – ícone do cinema e do teatro de vanguarda nacionais das décadas de 60 e 70 – e,pelo pouco que já mostrou em frente às câmeras,herdou o talento da avó para atuar e também sua vocação para deixar os caretas de cabelos em pé.Foi o que aconteceu na campanha deste verão da Miu Miu, fotografada por Steven Meisel,em que Mia aparecia deitada numa cama: seu rosto exótico de ar virginal levou o órgão que regula a propaganda do Reino Unido a banir as imagens, alegando que deram a impressão de sexualizar uma menor de idade. Mas Miuccia Prada não se fez de rogada e escalou novamente Mia para as fotos deste inverno,nas quais ela foi clicada ao lado de outras três starlets – Maddison Brown, Hailey Gates e Stacy Martin – nas ruas de uma Nova York impossível de se localizar no tempo.

Musa cult sem fazer esforço, Mia posa com total look Balenciaga Styling: Kate Phelan

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A partir do alto, em sentido horário, Mia na primeira fila do desfile da Louis Vuitton, em outubro de 2014; na revista Love, lançada no mês passado; na capa da Vogue Itália de março; na campanha do verão 2015 da Miu Miu e nas fotos da mesma grife para o inverno 2015-16 224 VOGUE BRASIL

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL, GETTY IMAGES E DIVULGAÇÃO

MODA

Apesar de estar focadíssima na carreira de atriz e fazer questão de dizer que não é modelo, Mia vive notório flerte com o mundo da moda – que, indiscutivelmente, caiu de amores por ela ao longo do último ano. Depois de uma divulgadíssima aparição na primeira fila do desfile da Louis Vuitton em outubro passado (fotos ao lado de Nicolas Ghesquière incluídas no pacote), a inglesa foi clicada, novamente por Meisel, para a capa da Vogue Itália de março – um feito impressionante, já que a publicação costuma eleger apenas top models e nomes em ascensão nas passarelas para seu espaço mais nobre. No recheio da revista, Mia integrava um ensaio com figuras de destaque de diferentes gerações da área cultural, como o diretor Joel Schumacher (do hoje clássico Um Dia de Fúria, de 1993), além de modelos como Gigi Hadid e Freja Beha. O caso de amor foi coroado mês passado, quando ela apareceu entre o poderoso time da edição batizada de The Talents da Love, espécie de bíblia da turma fashionista mais alternativa, ao lado de Gisele Bündchen, Kate Moss, Florence Welch e Cher. Com suas sobrancelhas quase invisíveis, boca carnuda à Jagger, look hipster e nome hippie (Mia Gypsy), a neta de Maria Gladys chegou a trabalhar “oficialmente” como modelo, depois de ser descoberta aos 15 anos num festival de música em Londres. Dividiu campanha da Pepe Jeans com Cara Delevingne, mas foi atuando que ela se encontrou – sua primeira aparição foi na série de TV anglo-francesa The Tunnel, protagonizada por uma dupla de detetives, um deles interpretado pela atriz Clémence Poésy. No ano passado, trocou Londres por Los Angeles para investir na carreira e no namoro com o ator Shia LaBeouf,astro de Transformers.Os dois se conheceram nas filmagens do polêmico Ninfomaníaca: Volume 2, lançado por aqui em 2014 e principal trabalho de Mia até hoje, depois de a inglesa passar por sua primeira prova de fogo profissional: para garantir a participação no longa do cult e controverso diretor dinamarquês Lars von Trier,ela enfrentou uma audição como veio ao mundo. Depois, no filme em si, aparece em cenas de nudez bem ousadas com Charlotte Gainsbourg, que encarna a ninfomaníaca que dá título à trama e de quem a personagem de Mia (batizada de P) se torna amante e protégée. “Não sei por que se teme tanto o sexo no cinema. Cenas de violência são muito mais chocantes e proibitivas. Mas, ainda assim, as pessoas vibram quando as assistem”,diz. Dona de uma beleza pouco convencional como a avó prafrentex (que fisgou até o “rei” Roberto Carlos, seu namorado no início da carreira dos dois), Mia tem uma história familiar digna de roteiro de festival de cinema – alternativo,


NAS TELAS logicamente. No início da década de 70, Maria Gladys,que a essa altura já era referência no teatro e ocupava o posto de (anti) musa do cinema marginal,passou uma temporada em Londres com outros expatriados da ditadura brasileira – um grupo que incluiu entre seus integrantes de curto e longo prazo Caetano Veloso, Hélio Oiticica, Tim Maia, Gilberto Gil e Acima, a atriz em cena da série de TV Neville d’Almeida. Era a época do “desbunde”, do sexo livre, e The Tunnel (2013); Gladys embarcou de cabeça no clima da Swinging London até e no filme britânico descobrir-se grávida. Fez suas contas para apontar o provável The Survivalist, pai da criança e mirou em John Coward, inglês que conheceu deste ano. À direita, numa festa em que o convidado especial era Mick Jagger. no polêmico cartaz “Naquele dia,queria mesmo era ter comido o Mick”,diverte-se de Ninfomaníaca: Gladys,que,dos anos 80 para cá,interpretou uma série de tipos Volume 2 cariocas populares e bem-humorados em novelas da TV Globo, como a inesquecível doméstica Lucimar, de Vale Tudo. Rachel – filha de Maria Gladys e mãe de Mia – nasceu no Brasil em 1973 e,ao completar 15 anos,foi viver em Londres para estreitar os laços com o suposto pai. Aos 18,conheceu um canadense e engravidou, dando à luz Mia em 1993.A reviravolta na trama familiar acontece 14 anos depois,em 2007,quando Gladys recebe um e-mail totalmente inesperado de um ex-namorado da temporada londrina e percebe uma semelhança assustadora entre Rachel e o primogênito dele.Feito o teste de DNA,a atriz descobre que o pai verdadeiro da filha é mesmo o antigo affair,o americano Lee Jaffe – amigo íntimo de Basquiat, videomaker, produtor,fotógrafo e parte da trupe de Bob Marley e Peter Tosh. Dos 3 aos 6 anos, Mia viveu no Rio – tempo suficiente para recordar-se com saudade do cheiro do mar de Ipanema e arranhar um português tão suave quanto sua voz.“É meu lugar predileto no mundo, gostaria de visitá-lo com mais frequência”, diz. A inglesa e Shia LaBeouf passaram o réveillon de 2013 na cidade,quando ele alugou um apartamento em Copacabana para assistir à queima de fogos com a família dela. “Me vejo muito brasileira em alguns momentos da vida,em especial quando minhas sensações se tornam intensas demais.Sou emotiva como minha avó”,compara Mia,cuja escalada de sucesÁLBUM DE FAMÍLIA so promete ainda muitos degraus. Este ano,depois de ser vista no thriller apocalíptico The Survivalist,que vem percorrendo o circuito dos festi- Mia em dois momentos com a avó: aos 5 anos, vais alternativos,ela aparecerá nas telas no drama de aventura quando a inglesa morava Everest,previsto para estrear por aqui no próximo mês e que tem no Rio; e em Londres, no elenco Keira Knightley,Robin Wright e Jake Gyllenhaal.Para onde Gladys viveu no início dos anos 70 Mia,atuar é se lembrar de Gladys.“É inegável que temos o mesmo desejo pelo experimental,pelo autoral.”Cult.Ou melhor,cute.

“Me vejo muito BRASILEIRA em alguns momentos da vida, em especial quando minhas sensações se tornam INTENSAS demais. Sou emotiva como minha AVÓ”

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“Não sei por que se teme tanto o SEXO no cinema. Cenas de VIOLÊNCIA são muito mais CHOCANTES e proibitivas. Mas, ainda assim, as pessoas vibram quando as assistem”


Mia usa malha Bottega Veneta; hot pants Louis Vuitton; e sandรกlias Miu Miu. Na pรกgina ao lado, top Calvin Klein; e calรงa Gucci


´ TROPICÁLIA Unidos pela música e empurrados pela filiação, os meninos das bandas Dônica e Sinara seguem o caminho natural dos pais e avós famosos e renovam a MPB com um som que lembra voz, violão e aquela canção de Caetano e Gil. Ou não

AGRADECIMENTOS: ABSURDA, ADRIANA BARRA, AG GUERREIRO, ANTONIO BERNARDO, CAIO BRAZ PARA VILLA EFFETTI, CALVIN KLEIN, CAPI, CHILLI BEANS, COLCCI, DOMINGOS, FOREVER21, FOXTON, FRAGOSO, FRED PERRY, GUCCI PARA LUNETTERIE, GUERREIRO

Por Hermés Galvão Fotos Fernando Young Styling Felipe Veloso


RELOADED A banda Dônica, da esquerda para a direita, Miguima (Miguel Guimarães), Lucas Nunes, André Almeida, José Ibarra e Tom Veloso. Na página ao lado, a banda Sinara, da esquerda para a direita, Leo Israel, José Gil, Luthuli Ayodele, Francisco Gil, João Gil e Magno Brito

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Highlights de uma longa amizade (em sentido horário): Caetano Veloso, em 1971; os inseparáveis Gilberto Gil, Maria Bethânia, Gal Costa e Caetano, durante show em 77; os amigos em Barcelona, no mês passado, na turnê que já rodou a Europa e chega ao Brasil neste mês; Gil e seu black power, em 73; e ao lado de Bethânia em estreia do show Os Doces Bárbaros, no Canecão, no Rio, em 76

Os encontros de Caetano e Gil em discos: Doces Bárbaros (1976), Barra 69 - Caetano e Gil ao Vivo na Bahia (1972) e Tropicalia ou Panis et Circencis (1968) 230 VOGUE BRASIL

FOTOS: AGÊNCIA O GLOBO E GETTY IMAGES. AGRADECIMENTOS: HANDRED PARA QGUAI, HAVAIANAS, KEY DESGIN, LEVI’S, NIKE, OSKLEN, QUIKSILVER, REDLEY, RESERVA, RICARDO ALMEIDA, RICHARDS, SCARF ME, SCOTCH & SODA, SOFIA BY VIX, SPEKTREE PARA LUNETTERIE, ST MATHIAS, THE NORTH FACE, TIMBERLAND, VILEBREQUIN, ZARA

“Nossos pais nos introduziram na música, daí tantas referências de bandas antigas, dos anos 60 e 70. Mas procuramos fazer um som ATUAL, trazendo a sonoridade daquela época para os dias de hoje” José Ibarra


Representantes da nova geração da MPB (em sentido anti-horário): Luthuli (voz); Leo (teclados) e Magno (baixo); Francisco (guitarra e voz), filho de Preta Gil, João (guitarra) e José (bateria), neto e filho de Gilberto Gil, respectivamente, todos da banda Sinara. Abaixo, Lucas Nunes (guitarra) e José (guitarra e voz), da Dônica

S

ão todos garotos de 16 a 24 anos, amigos, irmãos, primos que na hora do recreio combinaram de um dia formar uma banda e não um time de futebol; meninos do Rio que trocaram a praia pelos estúdios, a prancha pela guitarra, o sol pelo som. E que som! Nascentes da nova geração da MPB, eles estão à frente de duas bandas que têm em comum integrantes nascidos em berço de ouro musical. De um lado, a turma da Dônica com Tom Veloso, caçula de Caetano Veloso e Paula Lavigne; do outro, a Sinara, com José e João Gil, filho e neto de Gilberto Gil, respectivamente, além de Francisco Gil, filho de Preta com o ator Otávio Müller, e Leo Israel, filho de George Israel, o lendário saxofonista do Kid Abelha. Geleia geral de ritmos e referências, as duas revelações musicais cariocas começam a chamar a atenção dos críticos com seus shows lotados e plateia estrelada, variada, com pais e filhos de todas as gerações e predileções.Tem música para quem gosta de rock progressivo, reggae, jazz, clássico, bossa nova e sons que também nos fazem lembrar a verdade tropical de Caetano e Gil. VOGUE BRASIL 231


Tom, de 17 anos, é um dos líderes da Dônica, quinteto formado pelo talentosíssimo José Ibarra (vocal e piano), Miguel Guimarães no baixo (ele é filho do diretor de teatro Moacyr Góes), André Almeida na bateria e Lucas Nunes na guitarra. Mas não se espantem caso não vejam no palco o caçula dos Veloso: é que Tom não costuma tocar nem cantar para a Dônica (ainda que dedilhe muito bem o violão), “apenas” escreve. E como escreve! Recentemente compôs com seu pai e Cézar Mendes a canção “O Sol, Eu e Tu”, que está no novo disco da fadista portuguesa Carminho.A timidez é o principal motivo de sua ausência nos palcos, somada ao fato de que seu instrumento – o violão – não se encaixa bem na maior parte do repertório da banda.No início do mês passado,entretanto,fez sua primeira aparição sob os holofotes,subindo ao palco para cantar duas músicas,no show de lançamento do primeiro CD da Dônica no Solar de Botafogo, no Rio. Ainda que avesso aos palcos, Tom vai aos ensaios, opina sobre os arranjos, posa para todas as fotos de divulgação e ajuda a alimentar o ativíssimo Instagram da banda. “Ele não é menor que os outros por não tocar nos shows. Somos todos iguais”, diz Miguel Guimarães, o Miguima.“Tem uma timidez minha nisso, sim. Mas eu não toco guitarra e não tem como encaixar meu violão no show”, confirma Tom, contando que Caetano é fã da banda. “Ele elogia muito minhas composições e o potencial de todos os integrantes.” Caetano e Paula Lavigne puxam o bloco de fãs,mas não estão sós – longe disso. Milton Nascimento é o padrinho oficial do grupo.Regina Casé já foi vista em mais de uma apresentação. Em seu perfil no Facebook, a Dônica anuncia suas influências: Pink Floyd, Supertramp, Yes, Emerson Lake & Palmer, Mutantes, Lenine, Queen – e o Clube da Esquina de Milton,claro.“Nossos pais nos introduziram na música, daí tantas referências de bandas antigas, dos anos 60 e 70. Mas procuramos fazer um som contemporâneo, atual, trazendo a sonoridade daquela época para os dias de hoje”, afirma Ibarra. De fato, um certo ar vintage domina as apresentações da banda,mas em momento algum a sensação é de naftalina – ao contrário.A juventude de seus integrantes, todos entre 17 e 19 anos, injeta frescor e energia no palco. O retrô não está apenas no som, mas também na estética da Dônica. “É que esses artistas nos influenciaram tanto por sua música como por sua identidade visual”, explica Ibarra. Apesar do jeito artesanal e quase naïf com que os meninos se apresentam e se comunicam, a Dônica se lançou pelo caminho do mainstream e assinou contrato com a Sony.

A campanha de divulgação da primeira música, “Bicho Burro” – com EP lançado em dezembro na internet e videoclipe assinado por Vincent Cassel –, teve depoimentos de Baby do Brasil, Vik Muniz e Fernanda Torres. “Não hesitamos em assinar com a Sony porque queremos que nossa música tenha mais visibilidade no Brasil e no exterior”, justifica Miguima. Mas a ideia da banda é continuar se apresentando em locais mais alternativos, como o próprio Solar de Botafogo. Do underground para o mainstream também é o caminho que a Sinara – de sinistro,de maneiro – vem seguindo,com os meninos da família Gil mais Magno Brito no baixo, e Leo no teclado, liderados pelo eletrizante Luthuli Ayodele, compositor e vocalista criado na Rocinha, também filho de músico, o sambista Mauricio Soca.Francisco Gil divide as composições com Luthuli e,mal estreou,já foi gravado pela mãe,com “Mulher Carioca”. Francisco diz que não levou a sério quando ela “encomendou” a canção. “A Preta estava gravando um CD e ia receber músicas do meu avô e do Caetano. Quando ela me pediu, falei: ‘Pô, você está esperando músicas deles e pede para mim?’.” Preta já subiu no palco para cantar um de seus hits com a Sinara. Otávio Müller, pai de Francisco, foi ver um show e chorou.“Ele ficou gritando: ‘Vocês são malucos! Vocês são malucos!”, lembra Luthuli. “Está acontecendo tudo muito rápido mesmo”, pondera o baterista José Gil, afilhado de Caetano,que trabalha no departamento de marketing da Globosat e tem se desdobrado, fora do horário comercial, para participar dos ensaios do grupo. Os seis integrantes da Sinara têm influências e gostos musicais bem diversos, que vão do samba ao rap, passando por reggae e rock pesado. No repertório, grande parte das músicas é de autoria própria, como “Floresta”, escrita por Luthuli, ainda que também apresentem hits alheios como “Boa Sorte”, de Vanessa da Mata; “Hoje Eu Quero Sair Só”, de Lenine; e “Querem Meu Sangue” (versão de Nando Reis para “The Harder They Come”, de Jimmy Cliff). “Luthuli tem a voz muito afinada e tenho orgulho de ver os meninos saindo de casa e entrando em estúdios e palcos. O som da banda é bem moderno, eles tocam muito bem”, elogia Gilberto Gil, que liberou seu famoso estúdio Nas Nuvens para os ensaios da Sinara. O primeiro EP da banda sai no mês que vem e terá quatro músicas. Os meninos estão conversando com uma gravadora para lançar um CD em breve. O campo de ação ainda é o Rio, mas não demora pegar a ponte aérea para depois seguir Brasil adentro. Estamos à espera dos novos Doces Bárbaros. Já era hora!

“Tenho muito ORGULHO de ver os meninos saindo de casa e entrando em estúdios e palcos. O SOM da banda é bem moderno, eles tocam MUITO bem” Gilberto Gil

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Tom, filho caçula de Caetano Veloso e Paula Lavigne, responsável pelas composições da banda Dônica

Beleza: Everson Rocha Produção de moda: Bernardo Biaso e Igor Mignon Produção de objetos: Michelle Carneiro Assistentes de fotografia: André Fontes e Fefê Smilgat Assistente de beleza: Guto Moraes Agradecimentos: Le Relais de Marambaia, Balai, Ave Cruz

“Não é fácil trabalhar comigo. Sou EXIGENTE demais, e muita gente não aguenta. Mas a maioria das meninas fica anos aqui. Quando reclamo, é para que MELHOREM”


GENTE QUE FAZ

Sebastião Salgado já disse que o que sua mulher fez foi tão importante quanto o que ele realizou. Grande força por trás dos projetos do casal, Lélia Salgado nem pensa em aposentadoria, às voltas com o novo livro do marido élia Wanick Salgado caminhou mais de 300 quilômetros pelas montanhas da Etiópia. Também foi a Galápagos, Papua-Nova Guiné e Indonésia com o marido Sebastião, entre outras tantas viagens de Gênesis, projeto que tomou oito anos do casal e revelou povos e paisagens intocados,como eram nos primórdios do tempo, daí seu nome.A empreitada, transformada em livro e exposição (com curadoria dela), é um dos capítulos mais importantes de O Sal da Terra,documentário dirigido pelo alemão Wim Wenders e pelo filho mais velho do casal,Juliano Ribeiro Salgado,que relembra a trajetória de Sebastião e concorreu ao Oscar este ano. “Tudo passa por mim”, responde Lélia,categórica,sobre o quanto se envolveu no filme.Coprodutora do documentário,ela ajudou Juliano a selecionar as fotos a partir das quais Sebastião relembra suas viagens, fio condutor de O Sal da Terra. Apesar de ser protagonista nesta história, Lélia aparece muito rapidamente nas quase duas horas de filme,aguçando ainda mais a curiosidade sobre quem é a mulher ao lado – e não por trás – do grande homem. Encontramos a arquiteta, que mora há quase 50 anos em Paris, em uma de suas passagens pelo Brasil. Ela conta sobre sua vida como se conversasse com uma amiga, tomando um café,num tom intimista.Lélia dirige a Amazonas Images, escritório em Paris que cuida da obra de Salgado e conta com uma equipe de oito pessoas. “Eu dirijo esse povo todo porque [longa pausa] sei dirigir [risos]. Sei fazer.Temos um grupo que trabalha com a gente,mas tem coisas que ninguém faz,só eu.” Editar as fotos do marido ou desenhar seus livros são incumbências exclusivas de Lélia, que com a equipe ainda planeja as viagens de Sebastião e monta suas exposições pelo globo.

Pouco depois de nossa conversa, ela foi, em menos de um mês,aos EUA,a Portugal,à Alemanha por conta das exibições de Gênesis (2012) e à Itália para preparar o lançamento de O Perfume de um Sonho: Viagens pelo Mundo do Café,novo projeto do casal.Em cartaz em Veneza,na Fondazione Bevilacqua La Masa,e na Expo Milano, a nova mostra reúne imagens de plantações de café e seus trabalhadores clicadas em dez países por Sebastião. Nos próximos três anos,a exposição viaja pelos EUA e pela Ásia e,no mês que vem,chega em formato de livro às prateleiras globais. Lélia conheceu Tião (como chama o marido) aos 16 anos,em 1964, na Aliança Francesa, em Vitória. Ele trabalhava no departamento administrativo da escola,onde ela,que era apaixonada pela França, estudava. Um ano depois, já dividiam a mesma conta no banco. Em 1969, fugindo da ditadura militar, se mudaram para Paris,onde ele continuou seus estudos como economista, e ela ingressou na escola de arquitetura e urbanismo. “Descobrimos a fotografia juntos.” Para os seus estudos, Lélia precisou comprar uma câmera,logo “confiscada” pelo marido – o primeiro clique dele foi um retrato dela. Na sequência, Sebastião conseguiu um emprego em Londres,na Organização Internacional do Café, para onde o casal se mudou. Em suas viagens de trabalho à Ásia, carregava a câmera da mulher e não demorou para perceber que preferia suas fotos aos números. Ainda no início da década de 70, o casal decidiu voltar a Paris e investir suas economias em um equipamento fotográfico para Sebastião,que abandonava a carreira como economista.No início, ele clicou casamentos, esportes e nus até descobrir sua vocação como fotógrafo documentarista em uma viagem àÁfrica. Como tinha noções de composição e espaço, fruto da formação de arquiteta, Lélia editava com o marido as fotos que ele tirava, enquanto cuidava de Juliano.(Continua na página 256)

Lélia conta nunca ter questionado os longos períodos de AUSÊNCIA do marido, que, em sua opinião, são uma das razões da LONGEVIDADE do relacionamento

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STYLIST: PEJU FAMOJURE BEELZA: MIKY/B-AGENCY

L

POR BRUNA BITTENCOURT PINTURA BARTOLOMEO GELPI


Retrato de LĂŠlia Salgado pintado pelo artista paulistano Bartolomeo Gelpi, conhecido por suas telas de linhas sequencias, a partir de foto de Oleg Covian

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Francesca na sala de brinquedos de sua casa no Brooklyn

MUDANÇA de hábito No comando da Tiffany & Co. há quase dois anos, a inglesa nascida no Japão Francesca Amfitheatrof transformou seu pied-à-terre no Brooklyn em casa de campo com ares britânicos POR CAROL WOOLTON FOTOS MARTYN THOMPSON


design

Get the look ok

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Poltrona Java, R$ 1.150, Casa de Valentina

Papel de parede Mushroom Forest, US$ 148 o rolo, anthropologie.com

TRADUÇÃO: FABIANA SKAF

R

adicada em Nova York que levava em Londres. “Tenho saudade há um ano,Francesca do clima inglês, porque estranhamente Amfitheatrof leva mais amo domingos chuvosos”, diz Francesca. de uma hora para cheMas a designer nascida no Japão não é gar ao seu escritório na estranha à América.Quando criança morou Union Square,mas para em Manhattan com a mãe italiana,tcheca ela o tempo extra vale a de nascimento,e o pai russo,na época diretor da revista Time.Já o Brooklyn foi uma pena.“Sou tão europeia que vou de carro para o trabalho”, conta a descoberta recente para ela. “Pareceu tão primeira diretora de design daTiffany & Co. diferente, mas agora adoro, porque todos (seus antecedentes eram todos homens),que são criativos por aqui”, explica. assumiu o posto em setembro de 2013. “Às Formada pela Central Saint Martins e vezes entro no metrô e percebo que sou a pelo Royal College of Art,com um currículo única pessoa em Manhattan que não muda que inclui curadoria de arte para a Gucci e de salto alto para tênis para ir trabalhar.” designs hábeis capturando o zeitgeist para Francesca pode ter se mudado para Nova marcas como Chanel,Marni e Fendi,FranYork,mas levou com ela a sensibilidade eucesca foi persuadida a se mudar para Nova ropeia e hábitos britânicos.Indícios de suas York em setembro de 2013,quando aTiffany raízes decoram todos os cantos do novo lar. a convidou para assumir o papel de diretora Uma antiga bicicleta – outrora usada para de design.A mudança aconteceu em um passear pelo Victoria Park,em Londres,onde dia escaldante um ano atrás: uma casa da morava – descansa encostada perto da porta Barbie de plástico rosa com vários andares Francesca Amfitheatrof posa de vestido de entrada. Galochas Hunter e cestinhas e livros infantis foram desembalados priFendi e joias Tiffany & Co. na sala para cachorro desgastadas (para Bella,sua meiro,seguidos pelas obras de arte favoritas de estar de sua casa nova-iorquina com da designer, incluindo fotos do brasileiro jack russell que tem até passaporte,e Etta, ares londrinos em pleno Brooklyn Paulo Nazareth e uma pintura a óleo de Gio a velha vira-lata) dão à tradicional casa no Brooklyn uma sensação reconfortante de charme do interior inglês. Ponti.Além desses artistas,a casa também revela obras da própria Não é difícil entender por que Francesca e seu marido, Ben Francesca.No canto da sala de estar,ao lado de uma cadeira estilo Curwin, ficaram atraídos pela casa. Ela foi construída em 1880 anos 50,fica uma de suas criações: uma mesa baixa com diferentes para o último prefeito do Brooklyn, e suas características ori- acabamentos de madeira e base esculpida ginais – como a sofisticada lareira e o hall de entrada revestido como se fosse o tronco de uma árvore. com painéis – permaneceram intactas. Em uma cidade onde o Em seu novo papel, Francesca moespaço é um bem valorizado,a casa também ostenta uma biblio- nitora o design de todos os objetos da teca, sala de brinquedos e um jardim, curtido pelo casal e pelos Tiffany, desde a coleção de couro e de filhos, um garoto de 7 anos e uma menina de 5. É a antítese da presentes para casa,passando por cada moradia contemporânea que poderiam ter em um loft no SoHo, um dos chaveiros de prata de US$ 100 mas permite que a família mantenha o mesmo estilo de vida até os colares únicos de haute joaillerie. Ela também lidera o comitê que nomeia as coleções, supervisiona campanhas de publicidade,garimpa pedras e rege o mood geral da empresa. “Ah, e me envolvo também com a decoração”, Luminária Branching, Luminária, US$ 17.500, Lindsey completa, sem se intimidar. R$ 350, Studio udio Adelman Bergamin O apetite de Francesca por novas ideias é voraz. “Se eu deixar algum legado, será um bracelete”,diz sobre a peça principal de sua primeira coleção Bracelete T de joias, a T for Tiffany, lançada em Collection, Vaso Heloisa R$ 5.600, setembro passado. Galvão, R$ 480, Tiffany & Co. Ela tem planos ambiciosos para a Amoreira marca e está planejando mexer num ícone sagrado, ato equivalente a alterar a bandeira americana: ela me conta que está pensando em mudar a embalagem turquesa da empresa, criada em 1837. “Posso fazer edições limitadas, talvez com uma estampa.” Comprarpedrasemgrandequantidade tem sido uma tarefa emocionante e nova para ela.Francesca me mostra uma foto de


❶ ❷ A luminária da americana Lindsey Adelman rouba a cena na sala de jantar 1. Já os móveis em tons de azul e fotografias do artista Paulo Nazareth dão charme ao living 2. O retrato a óleo de Gio Ponti decora a parede da casa 3, enquanto na sala de estar o destaque é para a mesa de centro criada por Francesca 4

❸ uma pilha de cristais de diamante amarelo-canário que encheriam um açucareiro grande,tirada durante uma viagem para compra de pedras com o chefe de gemologia Melvyn Kirtley e uma entourage de 20 pessoas.“Perguntei se poderíamos comprar uma ou duas daquelas, e eles me responderam dizendo que levaríamos todas”,lembra rindo. A inglesa costuma fazer desenhos detalhados em seus cadernos de esboço,com instruções claras e uma ocasional inspiração,como uma imagem de uma escultura de Günther Uecker. Mas enquanto em sua vida anterior esses cadernos a acompanhavam a todos os lugares, eles agora são mantidos em segurança – são valiosos demais para a Tiffany arriscar perdê-los. Com Francesca emoldurada por uma das janelas da casa, usando um vestido Fendi preto e um coque baixo, é impossível não se lembrar de outra grande embaixadora europeia da marca,Audrey Hepburn, cujo papel como uma desajeitada jovem socialite em Bonequinha de Luxo ajudou a fazer a empresa mergulhar no inconsciente público nos anos 60.A semelhança entre as duas é notável, ainda que, enquanto Holly Golightly usava fileiras de pérolas, a designer ostenta os Ts metálicos de sua primeira coleção.Se ela chegou a pensar que sua carreira a traria para onde está hoje? “Queria fazer de tudo: moda, vasos de prata e joias”, diz. “Então lógico que sempre tive a Tiffany em mente.” E não era apenas para o café da manhã. VOGUE BRASIL 239


design

STUDIO 54

Geta ROOM!

1977

Ian Schrager foi o responsável pelo grande marco da noite nova-iorquina, que atraiu de Andy Warhol a Mick Jagger

Criador do icônico clube nova-iorquino Studio 54 e pai dos hotéis-butiques, o americano Ian Schrager lança livro com coleção de seus projetos mais marcantes POR NÔ MELLO

H

ouve um tempo, não muito distante, em que tudo o que havia na hotelaria eram hotéis massificados ou cinco estrelas palacianos. Até que nos anos 80 surgiu o conceito boutique – um misto de hospedagem com galeria de arte e ponto de encontro do who's who local, tudo debaixo do mesmo teto, que revolucionou o ramo e foi copiado à exaustão. Seu criador? O americano Ian Schrager, cuja trajetória vira agora livro da Rizzoli, que recapitula em 350 fotos seus mais de 40 anos de carreira, entre hotéis, projetos residenciais e nightclubs – afinal, antes de entrar na hotelaria, Schrager já tinha o título de coautor da boate mais icônica de todos os tempos: o Studio 54. Nascido em 1946 no Brooklyn, filho de judeus que sonhavam que fosse advogado, Schrager seguiu a rota pré-traçada pela família e ingressou na universidade Syra-

240 VOGUE BRASIL

cuse, onde conheceu seu grande parceiro criativo: Steve Rubell.Depois de tentarem separadamente – e sem sucesso – despontar no mercado de trabalho como advogados,os dois uniram forças para inaugurar, no auge da discomania, em 1975, a boate Enchanted Garden, no Queens. Fez tanto sucesso que decidiu mirar em Manhattan e, dois anos mais tarde, encontraram um estúdio televisivo abandonado que transformaram no Studio 54. O clube se eternizou graças às noitadas frequentadas por Andy Warhol e toda a sua Factory; Mick Jagger com sua Bianca; Diane Von Furstenberg – e também porque Schrager teve uma ideia que,apesar de óbvia, ninguém ainda havia colocado em prática: trouxe o arquiteto Ron Doud, famoso pelo projeto do restaurante WPA no SoHo, hit gastronômico do fim dos anos 70,para pensar em cada detalhe do espaço. Ele introduziu no ramo a iluminação à

ROYALTON

Primeiro hotel que concebeu ao lado de Phillippe Starck, na Rua 44 em Nova York, numa parceria que durou 13 anos

1987

ALÉM DO STUDIO 54

De Nova York a Los Angeles, os trabalhos que marcaram a trajetória de Ian Schrager


FOTOS: DIVULGAÇÃO

“O que importa NÃO é o DESIGN, mas o que te faz dizer ‘uau’”

Ian Schrager Works, US$ 75, da Rizzoli

la Broadway, além de truques cenográficos divertidíssimos como a lua com uma colherzinha debaixo do nariz que descia do teto no meio do palco. Com o sucesso estrondoso veio o governo de olho no dinheiro que faziam e não declaravam. Resultado: em 1980, cumpriram um ano de prisão. Mas o que poderia tê-los derrubado apenas os fortaleceu – saídos do cárcere, além de abrirem o Palladium, outro marco da noite de Nova York, perceberam que era hora de se reinventar,e inauguraram em 1982 o que ficou conhecido como o primeiro hotel-butique da história: o Morgans. “Todos os hotéis eram massificados,sem teatralidade nem criatividade”,relembra Schrager no livro.

Para o decór escalaram a designer de interiores francesa Andrée Putman, conhecida por ter criado flagships para Yves Saint Laurent e Thierry Mugler; Giorgio Armani fez os uniformes do staff – a primeira vez que um estilista realizou esse tipo de trabalho; e ainda rechearam os banheiros com produtos da Kiehl’s, outro mimo até então impensável. Foi a última empreitada da dupla: Rubell descobriu que tinha Aids e morreu cinco anos depois. Mas, como deixa claro o livro, Schrager não parou. Em 1987, abriu o Royalton, sua primeira parceria com Philippe Starck, que nunca tinha feito um hotel na vida, mas que nos 13 anos seguintes se tornaria o grande parceiro de Schrager. A nova dupla começou em grande estilo: criou para o hotel um enorme lobby riscado por um tapete azul como se fosse uma passarela – conceito que Schrager batizou de “lobby socializing”, fazendo do saguão ponto de encontro do beautiful people nova-iorquino. Nos anos 90, mais hits: construiu o Delano (1995) em um edifício art déco de 1947 em Miami, onde reinventou o conceito de resort urbano transformando a piscina do hotel no ponto mais badalado da Flórida – um ano depois, fez o mesmo no Mondrian em Los Angeles.

DELANO

GRAMERCY

Em um edifício art déco dos anos 40, em Miami, o hotelier reinventou o conceito de resort urbano

O artista e cineasta nova-iorquino Julian Schnabel foi escalado para criar o décor do Gramercy Park Hotel

1995

2006

1990 PARAMOUNT

Também em Nova York, o Paramount foi outra sacada criativa na hotelaria: o conceito de cheap & chic

1996 MONDRIAN

Repetindo o conceito do Delano em Miami, Schrager fez do Mondrian o hotel mais cool de LA

O próximo passo foi expandir seu império para o Velho Mundo,com a inauguração do St.Martins Lane,em 1998,em Londres,o primeiro a trazer interatividade para quartos de hotel,com um botão que permitia ao hóspede escolher a cor do ambiente – daí a hoje icônica fachada colorida. Sempre visionário, já nos anos 2000 Schrager previu a decadência do conceito hotel-butique e se reinventou novamente. “Sei que criei um monstro,os hotéis voltaram a parecer todos iguais de novo”, confessa. Depois de vender o Morgans Group, se juntou ao grupo Marriott para criar um novo conceito de hospedagem, a rede The Edition, com design menos dramático, sem clima de balada e com mood de luxo funcional, necessário nos dias atuais que misturam trabalho e prazer a todo momento – todos os quartos são equipados com estações de trabalho,por exemplo. O primeiro hotel da bandeira The Edition abriu as portas em 2011,em Istambul; dois anos depois em Londres; ano passado foi a vez de Miami; e agora Nova York finalmente ganhou o seu.E tem mais vindo por aí: em 2017 Schrager abre as portas do segundo The Edition nova-iorquino, no Times Square e,em 2018,emWest Hollywood. “O que importa não é mais o design,mas o que te faz dizer ‘uau’.Ofereço o palco.O seu papel nele é você quem vai escolher.”

NEW YORK EDITION

Depois da estrondosa abertura do The Edition em Miami durante a Art Basel em dezembro passado, Ian Schrager retorna às origens inaugurando na cada vez mais bombada região em torno do Madison Square Park a sua segunda filial americana. Mesmo para quem não se hospeda nas suítes que seguem a linha de luxo sem afetação, a visita é obrigatória já que o endereço abriga o badalado restô The Clocktower, com menu assinado pelo top chef britânico 2015 Jason Atherton. Diárias a partir de US$ 675. www.editionhotels.com


design

Me ABRAÇA! Criada por Lina Bo Bardi em 1951, a poltrona Bowl ganha sua primeira edição industrial e chega este mês por aqui

Q

uando desenvolveu a Bowl, em 1951 – na mesma época em que se dedicava à finalização da hoje icônica Casa de Vidro, em São Paulo, onde viveu até 1992 –, a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992) andava obcecada pela relação entre homens e seus objetos. Por isso, quem se senta em uma poltrona destas tem a sensação de estar recebendo um abraço. Em homenagem ao centenário da arquiteta (Lina teria completado 100 anos em dezembro de 2014), a marca italiana Arper visitou seus arquivos para desenvolver uma edição limitada (são apenas 500 peças numeradas) de cadeiras Bowl, com possibilidade de mix de tons vibrantes ou ainda uma versão elegante todinha de couro preto, que desembarca este mês na loja paulistana Dpot. A cereja do bolo fica por conta da embalagem, nomeada O Mundo de Lina, uma caixa de lembranças na forma de um vagão de madeira com reproduções de fotos,textos e objetos pessoais que evocam momentos marcantes da trajetória da arquiteta.Dpot: Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1.250, SP, tel. (11) 3082-9513

A partir de R$ 38.750

A Lurca, marca paulistana ulistana de azulejos moderninhos, se uniu ao e-commerce BG27 para criar uma coleção limitadíssima de pratos únicos com istíveis istíveis, padrões geométricos irresistíveis, grar o almoço de ótimos para alegrar domingo ou dar vida a qualquer bg27.com.br parede mortinha. www.bg27.com.br 242 VOGUE BRASIL

R$ 330, cada


R$ 390

Bom e BARATO Desde que o lançamento da TOG, marca capitaneada por Philippe Starck, foi anunciado no Salão do Móvel de Milão em

maio do ano passado, os garimpeiros de design democrático estavam ansiosos pelos próximos passos. Com m móveis assinados por nomes estrangeiros de peso e alma brasileira – já que conta com um time poderoso de investidores nacionais que inclui Alexandre Grendene e Nizan Guanaes, além do francês radicado no Brasil Alexandre Allard –, a marca inaugurou em maio sua primeira flagship em São Paulo, recheada de peças-desejo acessíveis e com o plus de uma filial do charmoso restaurante Marakuthai, da chef Renata Vanzetto. nzetto. O ponto alto da loja fica por conta das customizações que podem ser feitas itas a gosto do cliente e em contato direto com os artistas escolhidos a dedo por Starck, do grafiteiro Rafael Highraff a Chiara Gadaleta e Marcelo Rosenbaum. Rosenbaum. TOG: Rua Iguatemi, 236, Itaim, SP

Banco de Dai Sugasawa customizado por Felipe Morozini, a partir de R$ 2.450

Cadeira de Joa Sekoya customizada por Marcelo Rosenbaum, a partir de R$ 1.115

MINIMAL COM HUMOR

Desde que criou aqui no Brasil o site de vendas Oh K!, a multifacetada designer multi e ilustradora radicada em Berlim Karen Hofstetter (também colaboradora assídua das páginas desta Vogue) esbanja sua múltiplos criatividade pintando em múltip suportes e criando objetos que fogem lugar-comum. A brincadeira do lugarincadeira que começou com m camisetas ilustradas e capinhas fofas fas de celular agora invade a casa sa com curadoria de objetos de décor cor de pegada minimalista e nórdica. rdica. Além das imperdíveis almofadas estampadas, as luminárias feitas de cobre e concreto do selo lo DSGN, que acabam de desembarcar ar no site, são chiques ao mesmo tempo que trazem humor inusitado a qualquer R$ 529 canto da casa. www.oh-kay.com.br ay.com.br

A Cremme, dos franceses radicados em São Paulo Hadrien Lelong e Pierre Colnet, produz móveis e objetos de decoração com pitada nórdica, mas totalmente fabricados no Brasil. Entre os highlights estão as almofadas com prints gráficos e fabricação eco-friendly, já que são feitas com algodão reciclado e garrafas PET.

R$ 145, cada almofada R$ 2.750

Cremme: Rua Mateus Grou,629,Pinheiros,SP

REPORTAGEM: ALLINE CURY E CAMILA SAWAMURA FOTOS: DIVULGAÇÃO

COCAR urbano

O coletivo paulistano Pax.Arq, comandado pelos arquitetos Paula Sertório e Victor Paixão, já havia entrado na lista de jovens talentos para ficar de olho, mas o balanço Cocar, criado para o projeto Boom SP Design que instalou balanços assinados por nomes como Zanini de Zanine e Tom Price no jardim do Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, foi o estopim para que o duo conquistasse um público ainda maior. Feitos de 180 peças planas de acrílico transparente rígido, unidas por 720 lacres – como os distribuídos pelas companhias aéreas e disponíveis em laranja, azul, amarelo, branco ou preto –, os balanços com perfume indígena alegram qualquer varanda ou jardim. www.pax.arq.br

Estampa de GRIFE

R$ 4.900

Boa-nova para quem quer renovar estofados, almofadas e cortinas: acabam de chegar na Celina Dias duas coleções de tecidos fashion de peso: a linha assinada por Diane Von Furstenberg, uma explosão de animal prints e grafismos em tons de laranja e rosa; e a coleção da marca Oscar de la Renta com 25 tecidos que vão da seda ao algodão, enfeitados com delicados bordados florais e infalíveis estampas étnicas. Celina Dias: Alameda Gabriel Monteito da Silva, 1.400, SP Ambiente decorado com prints de Diane Von Furstenberg


viagem

AZUL Molitor

RADAR

Reinaugurada inaugurada em 2014 em forma de hotel após uma longa reforma, a mítica piscina Molitor (que já foi um clube público que recebeu gerações de parisienses desde a inauguração em 1929) virou point neste verão, sobretudo nos fins de semana. A boa-nova é que agora é possível combinar um mergulho com brunch aos domingos (€ 105) e ainda atualizar as unhas com o novo Bleu Molitor, esmalte azul-cobalto da Essie, na cabine instalada pertinho da piscina durante o verão, tudo pelo bem do “ver e ser visto”. Molitor: 2 Avenue de la Porte Molitor, Paris 16

Ilusão ótica Os carrés podem ser o item

mais tradicional do portfólio da Hermès, mas a marca vem mostrando que o acessório continua mais atual que nunca. Depois de Daniel Buren, Hiroshi Sugimoto e Josef Albers, agora é a vez do op artist Julio Le Parc fazer da seda uma tela em branco. O franco-argentino se baseou numa série de 1974 intitulada La Longue Marche, composta por dez obras com motivos gráficos e cores vibrantes. Em edição limitada de 60 peças, os lenços ficam lindos tanto enrolados no pescoço quanto emoldurados na parede. À venda no site www.hermes-editeur.com 244 VOGUE BRASIL

€ 135

€ 7.000

Peace and LOVE

Como é notável em várias de suas coleções de prêt-à-porter, Marc Jacobs sempre teve uma queda pelos anos 70. Não surpreende, então, que a nova coleção de óculos de sol da Marc by Marc Jacobs seja toda inspirada na juventude da década. Depois de uma turnê de pré-lançamento que rodou a Europa em um truck charmoso, finalmente os acessórios em dégradé de tons pastel chegam às lojas. Para passar o verão no Hemisfério Norte numa vibe de paz e amor.Marc by Marc Jacobs: 19 Place du Marché Saint-Honoré, Paris 1


Bon voyage

Foi depois de se frustrar tentando encaixar todas as bagagens no porta-malas antes das férias que Jeanne Signoles, casada com o herdeiro da Goyard, decidiu criar a L/Uniform, em 2014. Alguns meses depois, as bolsas e malas utilitárias de formas minimalistas, feitas de lona e couro, ganham loja própria no 6ème (onde podem ser personalizadas com iniciais, números e cores). Há também uma colaboração esperta com a Colette, lette, cujos modelos ganham o número 213, o endereço da concept store. L/Uniform: 21 Quai Malaquais, Paris ris 6

€ 420

€ 360

€ 590

Pro dia nascer FELIZ

Um dos melhores endereços para tomar um bom café da manhã em Paris, o Claus acaba de inaugurar, bem em frente à sua matriz, uma épicerie dedicada inteiramente ao petit-déjeuner. Por ali, é possível encontrar produtos “do bem” como leite de aveia, pasta de amendoim, chia e ainda granolas, bolos fait maison, geleias, uma ótima seleção de chás japoneses, um delicioso chocolate quente húngaro, além de frutas e legumes orgânicos. Claus, l’épicerie du petit-déjeuner: 15 Rue Jean-Jacques Rousseau, Paris 1

EM CORES

REPORTAGEM: VITÓRIA GUIMARÃES

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Jacques Henri Lartigue (1894-1986) entrou tardiamente para o panteão da fotografia do século 20 com suas românticas imagens em p&b da belle époque e dos anos 20. O francês só ficou conhecido aos 69 anos, quando já contava com uma obra com mais de 10 mil fotografias. tografias. A Maison Européenne opéenne de la Photographie apresenta até o dia 23 de agosto um lado do seu trabalho nunca antes revelado ao público: cliques em cores, que dão ainda mais sentido a este artista que gostava de se definir como pintor. MEP: 5 Rue de Fourcy, urcy, Paris 4

Marinière REVISITADA Parecia uma mistura improvável: de um

lado a Petit Bateau, tradicionalíssima marca francesa para mães e filhos conhecida por t-shirts basiquinhas e clássicas marinières; e do outro, Jean-Charles de Castelbajac, estilista avant-garde e adepto da fusão entre moda e arte. Mas a colaboração, que chega às lojas em outubro, deu liga. O designer pescou o código navy da label, mas lançou o lado básico ao mar para criar vestidos em linha A com detalhes emborrachados nos ombros, tops listrados e uma capa impermeável amarela com um capuz que vira chapéu. Très fun! Petit Bateau: 36 Rue de Sévigné, Paris 3


viagem Basfond GASTRÔ Saído do La Grenouille após

Bar do hotel Baccarat é point para drinques antes ou depois do jantar

um desentendimento com a família proprietária do restaurante que é marco da haute cuisine nova-iorquina, o restaurateur Charles Masson não deixou por menos e abriu no recém-inaugurado Baccarat Hotel, em parceria com o chef Shea Gallante (ex-Ciano), o Chevalier, novo francês tem-que-ir de Nova York. Vale se deliciar com a charcuterie fait maison, que inclui patês, terrines e embutidos, e com o pastrami de pato, uma das especialidades de Gallante. Mas lembre-se de guardar apetite para a sobremesa, que traz iguarias como o soufflé de chocolate Valrhona que desmancha na boca ou o mille-feuille com crocante de avelã e sorbet de chocolate. Bon appétit! Chevalier: 28 West 53rd Street, Midtown West, tel. 1 (212) 790-8869

RADAR

NOV VAYO A AYORK Looks da nigeriana Lisa Folawiyo e de PatBo (à direita direita)

US$ 125

Bate CORAÇÃO

Com bem-sucedidas colaborações no passado, a Comme Des Garçons e a Converse uniram forças mais uma vez para criar uma nova capsule collection PLAY Converse Chuck Taylor All Star 70’s. São dois modelos de cano alto e dois de cano baixo em preto ou branco que trazem o icônico coração vermelho criado pelo polonês Filip Pagowski, que é logo da linha PLAY da CDG, saindo da sola e em tamanho maior do que as parcerias anteriores da Converse com a marca de Rei Kawakubo. Dover Street Market: 160 Lexington Avenue, Murray Hill 246 VOGUE BRASIL

Fashion TOUR

Boa oportunidade de conferir o que movimenta o circuito internacional da moda contemporânea é visitar a Global Fashion Capitals, mostra que o Fashion Institute of Technology de Nova York concebeu traçando paralelos entre o que está em alta nas cidades-chave da seara fashion. Nessa rota, não deixe de rever belas criações como as engenhosas peças de Yohji Yamamoto dos anos 90 (há um corselete do inverno 1991 de cair o queixo) ou os clássicos vestidos de Christian Dior dos anos 50. Há também criações mais recentes, como o verão 2015 com pegada esportiva de Alexander McQueen. O Brasil aparece representado por marcas como PatBo, da estilista mineira Patricia Bonaldi, e Alexandre Herchcovitch. FIT: 227 West 27th Street, Chelsea. Até 14 de novembro


From Tennessee WITH LOVE Apesar do sucesso nos cinemas em escala mundial, nem todo

mundo sabe que Reese Witherspoon cresceu em Nashville, capital do Tennessee. Inspirada em suas raízes sulistas, a atriz acaba de lançar a Draper James, marca de ready-to-wear mais acessórios e decoração inspirada no Estado que passou sua infância. Ou seja, espere por florais vibrantes, listras náuticas em vestidos e saias de comprimento mais curto e bem ladylike, que casam bem com o clima quente e tradicional do sul dos EUA. Há também forte presença polka dots,, estampa queridinha de Reese. À venda no site www.draperjames.com US$ 48

US$ 165

A marca Draper James de Reese ese Witherspoon tem de roupas a mimos para casa

US$ 165

RAPOSA da moda Depois do sucesso em

Paris e Tóquio e da sua primeira filial americana no NoMad Hotel, a Maison Kitsuné abre agora as portas em um segundo endereço em Downtown, consolidando de vez seu hype em Nova York. Nos mesmos moldes da flagship do NoMad, o décor da loja segue os princípios do minimalismo japonês pontuado por peças vintage dos anos 50 encontradas em antiquários locais (de porcelanas a luminárias), que servem de background para hits da label como as camisas e malhas com estampa de raposa (kitsuné em japonês). Outra novidade do endereço é o jardim no fundo da loja, ótimo para o momento cafezinho pós-compras. Maison Kitsuné: 5 Rivington Street, Lower East Side

REPORTAGEM: NÔ MELLO FOTOS: MARCIO MADEIRA, NICK SOLARES E DIVULGAÇÃO

Clássico RENOVADO Na onda do sucesso do Narcissa, restô do The Standard East

Village – filial do hotel hit do Meatpacking que André Balazs abriu em novembro de 2013 –, o chef californiano John Fraser resolveu voltar às origens renovando o seu uma estrela Michelin Dovetail, que comanda desde 2007 no Upper West Side. Além do novo décor, o chef transformou o cardápio e passou a servir apenas menu-degustação baseado em produtos da estação e com inspiração na leveza da cozinha da Califórnia. Dovetail: 103 West 77th Street, Upper East Side, tel. 1 (212) 362-3800

US$ 1.095

PÉ NA ESTRADA

As cheerleaders californias e a Estátua da Liberdade de Charlotte Olympia

Nova York, Las Vegas, Miami e Londres estão entre as nove cidades onde Charlotte Olympia fincou suas butiques de sapatos e acessórios irresistíveis. Para homenagear esses pontos, a designer criou a linha Around the World, customizando a já clássica sandália T-Bar com ícones de cada destino. Enquanto o modelo Manhattan carrega uma Estátua da Liberdade usando batom vermelho, Miami é decorada com pink flamingos, e Las Vegas traz dançarinas de cabaré, of course. Charlotte Olympia: 22 East 65th Street, Upper East Side VOGUE BRASIL 247


gastronomia Scotch WHISKY As destilarias começaram a surgir

oficialmente na Escócia por volta do século 17, mas os livros contam que os destilados de cereal já eram degustados pelo rei James IV no início do século 14. O país ficou famoso por elaborar uísques à base de malte e grãos como trigo, centeio e milho. Para entrar na categoria de Scotch Whisky, a bebida, seja ela single malt ou blended, precisa ser destilada e maturada somente na Escócia, e o processo de amadurecimento tem de levar pelo menos três anos. Outro fator que caracteriza o corpo dos uísques escoceses é a destilação dupla e a maturação em barricas anteriormente utilizadas por vinhos Jerez e de carvalho americano. Já o sabor e o aroma dependem muito da região (ao todo são seis) onde foi produzido. Em Lowlands, os uísques são pouco encorpados e com toque floral. Já os destilados fabricados nas terras altas variam entre defumados, salgados e marinhos. Os que vêm da região de Speyside, no extremo norte, uma subdivisão das Highlands que abriga mais de 50% das destilarias escocesas e de onde saem single malts clássicos como Glenfiddich e The Macallan, são os mais adocicados e frutados. Outro território de destaque é a ilha Islay, famosa por uísques defumados, como o Laphroaig, que carrega aroma e sabor marcante de turfa, notas de iodo e um característico sabor medicinal.

Depois da onda de coquetéis vintage, a moda agora é pedir uísque: em drinques ou puro mesmo POR ALLINE CURY ILUSTRAÇÃO CRISTINA ELEUTERIO

INGREDIENTES Malte nada mais é que o grão de cevada germinado e tostado usado principalmente na fabricação de uísques escoceses Turfa é um torrão de material orgânico retirado do solo, usado na secagem e defumação de maltes (além de cevada, os uísques também podem levar grãos como milho e arroz)

PROCESSO DE FABRICAÇÃO Fermentação etapa inicial, usa a levedura para transformar o açúcar dos grãos em álcool Destilação etapa seguinte, separa a água do álcool pela diferença entre as temperaturas de ebulição de cada um Maturação etapa final, envelhece o uísque armazenado em barril normalmente de carvalho (virgem ou usado) ou Jerez

CLASSIFICAÇÃO Idade os anos descritos no rótulo denominam o tempo em que o uísque permaneceu maturando. Quanto maior, mais raro e caro Single Malt é um uísque produzido apenas com cevada maltada, proveniente de uma única plantação (Glenfiddich e The Macallan) Blended Malt Whisky mistura de dois ou mais single malts

Single Grain também proveniente de uma única destilaria, mas à base de mix de grãos (como trigo, milho e centeio), geralmente não maltados Blended Scotch são os mais populares e misturam dois ou mais single malts a dois ou mais single grains (Johnnie Walker e Chivas)

FOTOS: JENNIFER LIVINGSTON/TRUNK ARCHIVE DIVULGAÇÃO

O bê-á-bá DO UÍSQUE


Irish WHISKEY Para iniciantes que procuram algo menos intenso, a boa

Bourbon e TENNESSEE Antes da metade do século 19, os colonizadores

europeus já consumiam destilados à base de melaço, trigo e centeio. Sem a cevada e sem a turfa usadas na Escócia, abriram caminho para novas experiências e acabaram esbarrando no milho, até hoje matéria-prima principal na produção do uísque americano. O destilado made in USA tem atualmente duas principais variantes: Bourbon e Tennessee. O primeiro precisa ter no mínimo 51% de milho na composição, ser maturado em barris de carvalho americano virgem e pode ter mix de destilados maturados durante diferentes períodos. Seguindo essas regras e técnicas, fica com notas de baunilha, caramelo, coco e especiarias. Bons exemplos são o Maker’s Mark, o Woodford Reserve e o Wild Turkey. Já o Tennessee é praticamente dominado por um único produtor, o Jack Daniel’s. O método de produção é idêntico ao Bourbon, mas, antes de ser colocado para maturação, ele passa por um processo de filtragem em uma espécie de melaço, que adiciona um sabor ainda mais adocicado.

BONS DRINQUES Teste seu paladar com três clássicos à base de uísque

pedida são os uísques irlandeses. Por serem elaborados a partir de uma mistura de cevada não defumada e não tostada, o uísque produzido na Irlanda tem caráter frutado e levemente apimentado. Além disso, o Irish Whiskey é triplamente destilado, o que o torna mais suave. Grande parte dos uísques irlandeses é maturada em barris de carvalho americano ou vinho Jerez, ainda que algumas marcas como a Jameson também utilizem barris de carvalho americano virgem para adicionar maior doçura e complexidade.

Uísque JAPONÊS

O mais jovem dos uísques, o japonês em menos de um século de história conseguiu passar a perna em fabricantes tradicionais, recebendo no ano passado o título de melhor do mundo. Desde 1923, a destilaria Yamazaki (imortalizada no filme Encontros e Desencontros) produz uísques de inspiração escocesa, mas com alguns detalhes distintos que fazem toda a diferença, como o processo de fermentação mais prolongado e a maturação, que além de barricas de Bourbon e vinho Jerez, também passa por barris de carvalho japonês. Além do premiado Yamazaki Single Malt Sherry Cask, vale provar o blend Hibiki 17 anos, com notas de mel, baunilha, caramelo e passas.

Rye WHISKEY

Quase extinto nos anos 90, o Rye Whiskey é o novo queridinho de mixologistas. Quando fabricado nos Estados Unidos, o destilado tem a mesma regra do Bourbon, mas sua receita leva 51% de centeio, em vez de milho, caso do Hudson Manhattan, do Whistle Pig e do Knob Creek. Quando produzido no vizinho Canadá, não há restrições no mix de grãos a serem utilizados. O que importa é que o resultado tenha sempre sabor apimentado e frutado, ideal para coquetéis.

Em homenagem ao navio americano Maine, que naufragou na baía de Havana, em 1898, o drinque leva: 100 ml de Bourbon, 22 ml de vermute tinto, 15 ml de licor de cereja e duas gotas de bíter. Misture tudo com gelo, e perfume a taça com borrifadas de absinto

Remember the Maine

é

Old Fashioned

Para os iniciados no mundo do uísque, o Old Fashioned é a melhor pedida. Reúna um torrão de açúcar, três gotas de bíter, 90 ml de Bourbon, mexa até o gelo derreter um pouco e... cheers!

O New York Sour é o primo refrescante do Whisky Sour. Experimente a combinação entre 60 ml de Bourbon, 25 ml de limão-siciliano e 25 ml de xarope de açúcar. Mixe todos os Ingredientes na coqueteleira e finalize com 15 ml de vinho Malbec

New York Sour



MISSV Giambattista Valli entre Helena Bordon e Donata Meirelles na festa de lançamento de sua coleção em parceria com a MAC, no Ópera Garnier

A couture é UMA FESTA! REPORTAGEM: CAMILA SAWAMURA FOTOS: DIVULGAÇÃO

Nunca houve uma temporada tão animada de alta-costura quanto a de julho passado. De jantar de gala a balada dentro da Ópera Garnier, passando por show de Kylie Minogue, ninguém ficou parado

bianca brandolini e naomi campbell

kate moss, franca Sozzani e marc jacobs

kylie minogue


V Paris

Gala COOL

Daniela Falcão e Donata Meirelles com os convidados da Burberry para o gala

Alex Koo, Alber Elbaz, Eva Chow, Inez Van Lamsweerde, Vinoodh Matadin, Raf Simons e Jean Georges

Como tudo o que a Vogue Paris faz, seu jantar de gala para arrecadar fundos para o programa de apoio a novos talentos da moda foi zero careta,reunindo todo who’s who da moda mundial no Palais Galliera, de Marc Jacobs e Naomi Campbell a Alber Elbaz,Raf Simons e Isabel Marant.A noite terminou com a apresentação da dupla de dançarinos de hip hop Les Twins e boa parte da plateia em cima do palco.

isabel marant e natasha poly

Delphine Royant, jonathan newhouse, emmanuelle alt e Olivier Lalanne

Derek Blasberg, Kelly Sawyer, Edie Campbell e jessica alba

giambattista valli e bianca brandolini

Virginie Courtin-Clarins e david koma

lily donaldson, joan smalls e rosie huntington-whiteley

anja rubik entre Larry e Laurent Bourgeois, do les twins

noor fares, donata meirelles e eugenie niarchos

Para celebrar seus dez anos de carreira e o lançamento da coleção de batons pink com a MAC, Giambattista Valli armou festona na tradicional Ópera Garnier,cujo prédio ficou todo florido graças a uma impactante projeção.De Jessica Alba a Bianca Brandolini,passando por todo o exército de it-girls que ama os vestidos românticos de Giamba,o fashion establishment dançou ao som do 2ManyDJs como se não houvesse amanhã.Só que havia... VOGUE BRASIL 252

FOTOS: MAXIM SAPOZHNIKOV, SASKIA LAWAKS, STÉPHANE FEUGÈRE, REPRODUÇÃO INSTAGRAM @DANIELAFALCAO1 E DIVULGAÇÃO

BALADA na ópera

projeção gráfica de rosas decorou a fachada do ópera Garnier


o clima clubber dos anos 90 inspirou a coleção resort da miu miu

Alma Jodorowsky, kate WINSLET, Julia roberts, Isabella Rossellini, penélope cruz, Lupita Nyong’o, lily collins e Daria Werbowy

convites do desfile e da festa

anthony vaccarello e caroline de maigret

emmanuelle alt e XAVIER ROMATET

Miu Miu CLUB

marc jacobs, kate moss e Catherine Baba

A Miu Miu deu o start da semana festiva com um desfile de resort inspirado na cultura clubber do início dos anos 90,com direito a drag queens trazidas dos EUA diretamente do reality show comandado por Ru Paul.Drinques tipicamente italianos como Negroni e Americano garantiram animação after-hours.

show de kylie minogue fez a pista pegar fogo

HAPPY birthday daniela falcão

Stefano Tonchi e Francesco Vezzoli izabel goulart, de Alexandre Vauthier

Grace Coddington e Jessica Diehl

naomi campbell, Franca Sozzani e bianca brandolini

Não é todo dia que se faz 80 anos,e a Lancôme não poupou esforços para comemorar em grande estilo,reunindo no tradicional Casino de Paris seu time de power musas que inclui Julia Roberts,Penélope Cruz e Isabella Rossellini.O ápice da noite foi quando Kylie Minogue – que fez pocket show – cantou “Joyeux Anniversaire” sob chuva de papel picado rosa.Izabel Goulart,que havia jantado no Caviar Kaspia,chegou nessa hora exata com uma fenda que fez parar o salão. VOGUE BRASIL 253


V Florença

A recepção de boas-vindas aconteceu no jardim do Hotel Four Seasons em florença

Jonathan Newhouse e Suzy Menkes

Angela, Rosita e Teresa Missoni

Intelligentsia FASHION Durante dois dias,no fim do mês de abril,Suzy Menkes reuniu em Florença,no deslumbrante Palazzo Vecchio,grandes players do universo do luxo e da moda para discutir na Condé Nast International Luxury Conference como a tecnologia de celulares faz-tudo e gadgets como o iWatch têm roubado o espaço no mercado de acessórios artesanais de luxo.Quem abriu a programação de mesas-redondas foi o vice-presidente de design da Apple Jonathan Ive que,bem-humorado, arrancou risos da plateia dizendo que nunca havia feito um discurso em uma sala onde o teto era muito mais interessante do que qualquer coisa que tinha a dizer.Mas as atenções do primeiro dia estavam todas voltadas para Karl Lagerfeld.Dentro da pauta da conferência,o kaiser falou sobre os 50 anos da Fendi e de suas criações para a Chanel.“Nunca consulto os arquivos.Nem sei onde eles ficam na Chanel ou na Fendi.” Já Antoine Arnault, filho do todo-poderoso da LVMH Bernard Arnault, compartilhou sua visão dura,mas lúcida citando uma frase de seu pai: “Você pode dizer que em 20 anos as pessoas ainda vão usar um iPhone? Talvez não.Mas daqui 20 anos estou convencido que ainda beberão Dom Pérignon!”.Disso também não duvidamos.Santé!

Suzy menkes e Karl lagerfeld

carol cornuau e frederic kachar

Delfina delettrez e Edgardo Osorio

alber elbaz e nadja swarovski

Jonathan Anderson, Pierre Yves Roussel, Tory Burch e Andrew Keith

eugenie niarchos, ricardo figueiredo e georgina brandolini

Luxury conference

Jeremy scott e anna dello russo

Suzy menkes e gaia repossi

O Palazzo Vecchio foi palco da conferência

São Paulo

Como um dia DE DOMINGO

Thiago Marcon e Rodolfo souza

Eduardo Dugois, barbara migliori, silvia rogar e gloria coelho

A diretora criativa da Ellus Adriana Bozon abriu as portas de sua casa,na Chácara Flora,para receber o time da Vogue para almoço com cara de domingo preguiçoso em família. No menu,especialidades árabes combinaram com o mood da enorme mesa decorada com mantas trazidas de Marrocos por Adriana,país que inspirou a coleção deste verão da Ellus.

Adriana bozon e Daniela falcão


Lais Bacchi e Oneide Gioia

andré Sampaio, tereza tinoco e roberto knibel

A segunda edição brasileira do gala da brazil foundation aconteceu NA Sala São vanessa guimarães, Luciana Junqueira e Patrícia Brandão

Miami

REPORTAGEM: ALLINE CURY E ALEXANDREA FARAH FOTOS: ANDREAS RENTZ, VITTORIO ZUNINO CELOTTO, GETTY IMAGES, LU PREZIA, DIVULGAÇÃO BURBERRY E DIVULGAÇÃO

DISTRITO da moda Vo desembarcou em Miami para comemorar Vogue a quarta edição da revista anual que reúne o que há de mais quente na cidade.O kick off das celebrações foi na flagship da Burberry Burberry, no Design District, seguido de tarde animada show de música na Palm Court com direito a sho cubana regado a tacinhas de Veuve Clicquot e bufê do Ella,do incensado chef Michael Schwartz que também recebeu um seleto grupo Sch Schwa para jantar em seu fervido Cypress Room. Que venha a próxima Vogue Miami!

alessandro cremona e Nô mello

Daniel Bottero e Heloisa Trincanato

Tatiana carvalho e Luciana batista

Barbara migliori, de burberry

show de música cubana animou a tarde

Neila nobre e nicole Escobar

Maryanna Estomba, Barbara migliori e Carolina Melo

Florença

SALVE, Toscana! Tamu McPherson, eleonora carisi e helena bordon Erica pelosini e Louis Leeman

Maria Sole Cecchi, de Fausto Puglisi alexandra farah

Giuseppe zanotti e andrea panconesi

rachele helena bordon, cavalli de chanel

Tradição,compras,arte e ferveção marcaram os três dias de um dos eventos mais animados do calendário fashion europeu,o Firenze4ever, promovido pela butique fiorentina e e-commerce deluxe Luisa Via Roma.Nesta 11ª edição, coube à gatíssima Yasmin Le Bon comandar as pickups ao lado de um dos pais da música eletrônica,Giorgio Moroder,na festa de encerramento.Nenhum fashionista ficou parado!


serviço GENTE QUE FAZ (Continuaçãodapágina234)

Em 1980,por conta do nascimento do segundo filho,Rodrigo,portador de síndrome de Down, teve de deixar o trabalho como arquiteta para se dedicar ao recém-nascido. Aproveitou a pausa para se debruçar de vez sobre os arquivos de Salgado. Três anos depois,ajudou amigos a criar duas revistas de fotografia (Photo Revue e Longue Vue).“Aí eu já estava dentro daquele mundo.” Em 1985, assumiu a direção da icônica galeria da Magnum em Paris,um espaço disputadíssimo pelos fotógrafos da agência. Em dois anos, montou 20 exposições, mas logo cansou: “Não sei administrar egos”. Foi nessa época que editou um livro de Henri Cartier-Bresson, um dos criadores da agência: “Ficamos muito amigos.Editei todo o trabalho dele na Índia e na Grécia.Ele me contou tanta coisa...”. Depois preferiu abraçar seus próprios projetos,entre eles o primeiro livro de Sebastião (OutrasAméricas),resultado das viagensdomaridopelaAméricaLatinaentre 1977 e 1984,e quevoltou em maio passado às livrarias brasileiras,com nova edição. Aconversa ganha um entusiasmo maior quando o assunto esbarra em Rodrigo.Lélia conta orgulhosa sobre como o filho anda de ônibusoumetrôsozinho porParis,apesarde sua condição,ou sobre sua paixão pela pintura.“Foi muito difícil no início.Ninguém espera ter uma criança com dificuldade”, conta sobre a época do nascimento do caçula.“Três semanas depois do parto,quando chegou o resultado do exame que comprova a síndrome,já estava pronta para tomar conta do meu filho como ele é. Lá mesmo no hospital,pensei: ‘Quis ter um filho,esse que é o meu,e vou tomar conta dele,vamos embora.Dei minha vida por ele’.” Sebastião lembra no filme como não conseguia parar de chorar com a notícia,após dias de tensão. Lélia leu tudo sobre o assunto e fez o possível para atenuar a condição de Rodrigo,que viajou o mundo com o casal. A arquiteta criou os dois filhos praticamentesozinha,enquantoofotógrafoiaevoltava de suas viagens,que às vezes duravam meses.Lélia conta nunca ter questionado os longosperíodosdeausênciadele,que,emsua opinião,são uma das razões da longevidade do relacionamento que já conta cinco décadas.“É um casamento que teve espaço para a individualidade.Sou muito independente, gostodosmeusamigos,defazeroquequero.” Tocarpianoecozinharestãoentreaspaixões privadas.“OTião tambémgosta muito devi256 VOGUE BRASIL

veravida dele.”Osperíodosdofotógrafolonge também fizeram bem à vida em família. “Ele sempre disse que sua maior felicidade era o avião que pegava para voltar para casa. Não havia uma rotina.Quando começava a desgastar,eleiaembora”,ri.“Àsvezes,oJulianoperguntavaimpacientequandoSebastião passava longos períodos em casa: ‘Quando é que elevaiviajar?’.Mas também dizia: ‘Puxa, o pai está demorando a voltar’.” Além daAmazonas Images,da dezena de livros e centena de exposições,Lélia e Sebastião criaram juntos o Instituto Terra.O casal recuperou mais de 700 hectares de mata atlântica da fazenda onde Sebastião cresceu (transformada em um parque nacional),em Minas Gerais,plantando mais de 2 milhões de árvores e investindo em programas de educação ambiental.Agora,focam na revitalização das nascentes do rio Doce. “Eu tenho muita energia, não sei ficar parada, é muito bom não ter preguiça.” Ela e Sebastião – que, aos 70 anos, ainda percorre o mundo fotografando – estão se preparando para trabalhar menos “justamente para fazer as coisas que não quero morrer sem fazer”.Lélia não está em busca de ócio,mas de tempo para concluir seus projetos pessoais: terminar o romance que vem esboçando, escrever mais um e publicar as fotos dos jardins botânicos que clicou mundo afora. “Aposentadoria nunca passou pela minha cabeça.Espero trabalhar até o último dia da minha vida.”

ENDEREÇOS

MODA

A Figurinista, www.afigurinista.com.br. Acaju do Brasil, tel. (11) 3262-4657, SP. Acquastudio Esther Bauman, Rua Jaraguá, 878, tel. (11) 3223-2133, SP. Água de Coco, www.aguadecoco.com.br. Alex & Lee, www.oliverandespig.com. Alexander Wang, www.alexanderwang.com. Animale, Shopping JK Iguatemi, SP. Apartamento 03, Rua São Paulo, 940, tel. (31) 3271-6067, MG. Ara Vartanian, Shopping Cidade Jardim, SP. Betsey Johnson, www. betseyjohnson.com. Bottega Veneta, Shopping JK Iguatemi, SP. Brechó Minha Avó Tinha, Rua Itapicuru, 760, tel. (11) 3801-4124, SP. Burberry, Shopping JK Iguatemi, SP. C&A, Shopping Iguatemi, SP. Camila Klein, Shopping JK Iguatemi, SP. Carla Amorim, Rua Oscar Freire, 903, tel. (11) 3063-0844, SP. Carla Buaiz, www.carlabuaiz.com. Carolina Herrera, Shopping Cidade Jardim, SP. Céline, www. celine.com. Central de Designers, Alameda Lorena, 1.616, tel. (11) 3749-7199, SP. Chanel, Shopping Cidade Jardim, SP. Choix, tel. (11) 3078-9475, SP. Chloé, www.chloe.com. Christian Louboutin, Shopping Iguatemi, SP. Colcci, tel. (47) 3247-3000,

SC. Corello, Rua Oscar Freire, 935, tel. (11) 3061-2115, SP. Coven, Rua São Paulo, 2.159, tel. (31) 3292-6898, MG. Cravo & Canela, www.cravocanela.com.br. Diferenza, Alameda Franca, 1.332, tel. (11) 3061-3437, SP. Dior, Shopping Cidade Jardim, SP. Dolce & Gabbana, Shopping JK Iguatemi, SP. Dsquared2, www.dsquared2. com. Dudalina, tel. (11) 3051-6924, SP. Eleonora Hsiung, tel. (62) 3942-8400, GO. Ellus 2nd Floor, tel. (11) 3552-6699, SP. Ellus, Rua Oscar Freire, 990, tel. (11) 3061-2900, SP. Emilio Pucci, Shopping Cidade Jardim, SP. Esdra, Rua Vitor Meirelles, 25, tel. (51) 3561-7785, RS. Fendi, Shopping Cidade Jardim, SP. Fogal, www. fogal.com. Francesca Romana Diana, Shopping Iguatemi, SP. Frattina, Rua Oscar Freire, 848, tel. (11) 3062-3244, SP. Gianvito Rossi, www.gianvitorossi. com. GiG, Rua Peixoto Gomide, 1.789, tel. (11) 23861500, SP. Giorgio Armani, Shopping Cidade Jardim, SP. Giuliana Romanno, Rua Peixoto Gomide, 1.757, tel. (11) 3063-5685, SP. Givenchy, www.givenchy.com. Grifith, Shopping Cidade Jardim, SP. Gucci, Shopping Cidade Jardim, SP. Herchcovitch; Alexandre, Rua Doutor Melo Alves, 561, tel. (11) 3063-2888, SP. Hermès, Shopping Cidade Jardim, SP. Hugo Boss, Shopping JK Iguatemi, SP. Iódice, Rua Oscar Freire, 940, tel. (11) 3085-9310, SP. Jimmy Choo, Shopping Cidade Jardim, SP. João Pimenta, tel. (11) 3034-2415, SP. Kare Design, Rua Doutor Melo Alves, 651, tel. (11) 3061-3777, SP. Karin Reiter, www.karinreiter.com.br. Lenny Niemeyer, Shopping Iguatemi, SP. Lilly Sarti, Rua Peixoto Gomide, 1.749, tel. (11) 3083-4509, SP. Lolitta, Rua Peixoto Gomide, 1.801, tel. (11) 3061-2471, SP. Louis Vuitton, Shopping Cidade Jardim, SP. Luisa Via Roma, www.luisaviaroma.com. Luxottica, tel. (11) 2395-5000, SP. Mabel Magalhães, Rua Ceará, 1.991, tel. (11) 3261-9470, SP. Mara Mac, Rua Oscar Freire, 1.141, tel. (11) 3082-8902, SP. Marcio Krakhecke, tel. (11) 96643-1964, SP. Mares, Rua da Consolação, 3.589, tel. (11) 3181-4142, SP. Maria Garcia, tel. (11) 3088-7370, SP. Marita de Dirceu, tel. (11) 3088-1046, SP. Michael Kors, Shopping Iguatemi, SP. Miu Miu, Shopping JK Iguatemi, SP. Moschino, www.moschino.com. NK Store, Rua Sarandi, 34, tel. (11) 3897-2600, SP. Oscar de la Renta, www.oscardelarenta.com. Osklen, Rua Oscar Freire, 645, tel. (11) 3083-7977, SP. Ótica Ventura, Rua Bela Cintra, 1.845, tel. (11) 3083-7090, SP. Pat Bo, Shopping JK Iguatemi, SP. Patricia Field, www. patriciafield.com. Paula Ferber, Shopping Iguatemi, SP. Pedro Lourenço, Shopping Iguatemi, SP. Prada, Shopping JK Iguatemi, SP. Ralph Lauren, Shopping Cidade Jardim, SP. Ratier, Alameda Lorena, 2.016, tel. (11) 3068-0627, SP. Reinaldo Lourenço, Rua Bela Cintra, 2.167, tel. (11) 3085-8150, SP. Renata Campos, tel. (31) 3296-5021, MG. Reserva Natural, Rua Antonio Dias Machado, 445, tel. (35) 3529-2100, MG. Ricardo Almeida, tel. (11) 3887-4114, SP. Roger Vivier, www. rogervivier.com. Ronaldo Fraga, tel. (31) 3282-5379, MG. Sáfilo, SAC 0800 701 2097. Saint Laurent, www. saintlaurent.com. Salvatore Ferragamo, Shopping Iguatemi, SP. Sarah Chofakian, Shopping Iguatemi, SP. Simone Guimarães, tel. (34) 3661-8296, MG.


Sonia Rykiel, www.soniarykiel.com. SouQ, Shopping JK Iguatemi, SP. Super Suite 77, tel. (11) 3032-5914, SP. Talento, Rua Bela Cintra, 2.365, tel. (11) 3081-9000, SP. Têca, Alameda Franca, 1.342, tel. (11) 3085-4476, SP. Tiffany & Co., Shopping Cidade Jardim, SP. TNG, Rua Augusta, 2.598, tel. (11) 3061-0598, SP. Tory Burch, Shopping Iguatemi, SP. Trash Chic, tel. (11) 3064-4764, SP. Valentino, Shopping Cidade Jardim, SP. Versace, Rua Bela Cintra, 2.209, tel. (11) 3088-8602, SP. Vitor Zerbinato, tel. (11) 4724-9231, SP. Vitorino Campos, www.vitorinocampos.com.br. Wagner Kallieno, www.wagnerkallieno.com.br. Yor Brand, tel. (11) 3384-1641, SP. Zana Bayne, www.zanabayne.com.

NO RIO DE JANEIRO

Camila Klein, Shopping Leblon. C&A, Rua Visconde de Pirajá, 136, tel. (21) 3266-4515. Chanel, Shopping Leblon. Claudia Savelli, tel. (21) 3205-4565. Francesca Romana Diana, Shopping Leblon. Gucci, Shopping Village Mall. Isabela Capeto, Rua Alberto Ribeiro, 17, tel. (21) 2537-3331. Lenny Niemeyer, Rua Garcia D’Ávila, 149, tel. (21) 2227-5537. Lilly Sarti, Shopping Fashion Mall. Miu Miu, Shopping Village Mall. NK Store, Rua Garcia D’Ávila, 56, tel. (21) 2529-5400. Osklen, Rua Maria Quitéria, 65, tel. (21) 2227-2911. Prada, Shopping Village Mall. Tiffany & Co., Shopping Village Mall. TNG, Barra Shopping. Wasabi, www. wasabi.net.br. Valentino, Shopping Village Mall.

BELEZA

Adcos, SAC 0800 722 1123. Aesop, www.aesop.com/ br. Bioderma, tel. (11) 2322-4486, SP. Caudalie, tel. (11) 3032-7564, SP. Clinique, SAC 0800 892 1694. Dior, SAC 0800 170 506. Elizabeth Arden, www.elizabetharden.com. Eyeko, www.eyeko.com. Glamglow, SAC 0800 163 434. Joëlle Ciocco, www.joelle-ciocco.com. Johnson & Johnson, SAC 0800 703 6363. Kérastase, SAC 0800 701 7237. Kiehl’s, SAC 0800 722 8883. MAC, SAC 0800 892 1695. Nars, SAC 0800 148 023. Oscar Blandi, www.oscarblandi.com. Redken, SAC 0800 701 7237. Shiseido, SAC 0800 148 023. Sisley, sac. sisley@industriacarvalho.com.br. Under Skin, SAC 0800 728 9700. Vichy, SAC 0800 701 1552.

LIVING

Amoreira, Rua dos Macunis, 510, tel. (11) 3032-5346, SP. Anthropologie, www. anthropologie.com. Casa de Valentina, www. casadevalentina.com.br. Lindsey Adelman, www.lindseyadelman.com. Studio Bergamin, Rua Barão de Tatuí, 229, tel. (11) 3661-1338, SP.

ERRATA

Diferentemente do que foi publicado na matéria “Jantar na pista”, na página 52, da Vogue Miami (julho/2015), o nome correto de um dos restaurantes citados é Bagatelle.

Uma publicação das EDIÇÕES GLOBO CONDÉ NAST S.A. Rua do Rocio, 350, São Paulo, SP Publicada nos Estados Unidos por THE CONDÉ NAST PUBLICATIONS INC. Chairman S. I. NEWHOUSE, JR. CEO CHARLES H. TOWNSEND Presidente ROBERT A. SAUERBERG, JR. Diretora Artística ANNA WINTOUR Publicada nos outros países por CONDÉ NAST INTERNATIONAL LTD. Chairman e Chief Executive JONATHAN NEWHOUSE Presidente NICHOLAS COLERIDGE Vice-Presidentes GIAMPAOLO GRANDI, JAMES WOOLHOUSE, MORITZ VON LAFFERT Presidente Ásia-Pacífico JAMES WOOLHOUSE Presidente de Novos Mercados e Diretora Editorial de Desenvolvimento de Marca KARINA DOBROTVORSKAYA Vice-Presidente e Editora Sênior de Desenvolvimento de Marca ANNA HARVEY Diretor de Planejamento JASON MILES Diretor de Aquisições e Investimentos MORITZ VON LAFFERT Global: Condé Nast E-commerce Division Presidente FRANCK ZAYAN Global: Condé Nast Global Development Diretor Executivo JAMIE BILL

O GRUPO CONDÉ NAST DE REVISTAS INCLUI Estados Unidos Vogue, Vanity Fair, Glamour, Brides, Self, GQ, The New Yorker, Condé Nast Traveler, Details, Allure, Architectural Digest, Bon Appétit, Epicurious, Wired, W, Style.com, Golf Digest, Teen Vogue, Ars Technica, Condé Nast Entertainment, The Scene Inglaterra Vogue, House & Garden, Brides & Setting up Home, Tatler, The World of Interiors, GQ, Vanity Fair, Condé Nast Traveller, Glamour, Condé Nast Johansens, GQ Style, Love, Wired, Condé Nast College of Fashion & Design, Ars Technica França Vogue, Vogue Hommes International, AD, Glamour, Vogue Collections, GQ, AD Collector, Vanity Fair, Vogue Travel in France, GQ Le Manuel du Style Itália Vogue, L’Uomo Vogue, Vogue Bambini, Glamour, Vogue Gioiello, Vogue Sposa, AD, Condé Nast Traveller, GQ, Vanity Fair, Wired, Vogue Accessory, La Cucina Italiana, CNLive Alemanha Vogue, GQ, AD, Glamour, GQ Style, Myself, Wired Espanha Vogue, GQ, Vogue Novias, Vogue Niños, Condé Nast Traveler, Vogue Colecciones, Vogue Belleza, Glamour, AD, Vanity Fair Japão Vogue, GQ, Vogue Girl, Wired, Vogue Wedding Taiwan Vogue, GQ Rússia Vogue, GQ, AD, Glamour, GQ Style, Tatler, Condé Nast Traveller, Allure México e América Latina Vogue Mexico and Latin America, Glamour Mexico and Latin America, AD Mexico, GQ Mexico and Latin America, Vanity Fair Mexico Índia Vogue, GQ, Condé Nast Traveller, AD

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LAST LOOK Modelos com grafismos hipercoloridos protagonizam a coleção de verão 2015/16 da Schutz, que acaba de desembarcar nas lojas da grife. Destaque para a sandália branca, aposta da marca para a estação, que mistura ricos detalhes cortados a laser e tiras de elástico de diferentes cores, uma leitura superfun da tendência étnica. Rua Oscar Freire, 944, tel. (11) 4508-1499 EDIÇÃO DE MODA DONATA MEIRELLES FOTO MARCEL VALVASSORI

REPORTAGEM: VÍVIAN SOTOCÓRNO PRODUÇÃO DE MODA:CRISTIANO OIWANE E NEEL CICONELO PRODUÇÃO DE OBJETOS: LARISSA DANTAS

Schutz R$ 540


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