Igreja Transformadora - Osni Ferreira

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OSNI FERREIRA

IGREJA TRANSFORMADORA

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IGREJA TRANSFORMADORA autores Osni Ferreira editor responsável Alberto José Bellan revisão Juana del Carmen C. Campos Ana Maria de Souza Valle Teixeira capa, produção e diagramação

Ideias Transformando Vidas

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:


OSNI FERREIRA

IGREJA TRANSFORMADORA


IGREJA TRANSFORMADORA

1ª Edição Dezembro de 2020

© 2020 por Osni Ferreira

copyright

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/98. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Todos os direitos reservados, por Osni Ferreira


DEDICATÓRIA

Dedico este livro ao Espírito Santo! E aos discípulos e discípulas da Igreja Presbiteriana Central de Londrina.

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AGRADECIMENTOS É comum os escritores dizerem que, sem a ajuda de várias pessoas, seus manuscritos jamais teriam sido publicados. Isso é especialmente apropriado para este livro, porque também pude contar com o apoio de várias pessoas, além das citações de inúmeros autores que buscaram difundir a mensagem da graça de Deus, por meio de Jesus Cristo, de uma maneira clara e sem restrições. Sou especialmente grato à igreja a qual tenho servido por mais de três décadas, a Igreja Presbiteriana Central de Londrina. Sou grato ao Conselho dessa igreja, presbíteros e pastores, que têm sido companheiros e parceiros, na visão que Deus nos tem dado, na ampliação e divulgação do Seu Reino em Londrina, em nosso país e também fora dele. Deus me deu o privilégio de servir nesta igreja amável e acolhedora durante os melhores anos da minha vida. A Igreja Presbiteriana Central de Londrina foi usada por Deus para me inspirar a escrever a história do meu ministério. Nela, tive a oportunidade de crescer, amadurecer e, ao mesmo tempo, ser instrumento de encorajamento na vida de milhares de pessoas, encorajando-as a deixar a comodidade e avançar rumo às desafiadoras linhas de frente de um mundo incrédulo e carente de salvação. Devo agradecimentos especiais à minha equipe ministerial e aos meus pastores auxiliares, que andaram ao meu lado durante o longo tempo que me dediquei à preparação deste livro. 9


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Minha gratidão ao professor Dr. Leandro Henrique Magalhães, um acadêmico que se converteu há poucos anos tornando-se um discípulo amado que me incentivou e me encorajou a escrever este livro. Também agradeço ao Rev. Ms. Oslei Nascimento, colega de ministério há muitos anos, que releu os capítulos e sugeriu excelentes ideias no processo da escrita. Ao mesmo tempo, minha gratidão à Prof. Doutoranda Ana Maria de Souza Valle Teixeira pela revisão do texto. Acima de tudo, à minha querida esposa, intercessora e secretária pessoal, Vanda. Sou grato por seu apoio, incentivo, condução e oração durante o tempo gasto na execução desta obra. Mas, o mais importante de todos, obrigado Jesus, por Tua maravilhosa graça e Teu propósito redentor. Tu és verdadeiramente digno de louvor!

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RECOMENDAÇÕES Foi uma alegria e um privilégio estar ao lado do Rev. Dr. Osni Ferreira em muitos empreendimentos de fé. No ano de 1993, como diretor do Ministério Multicultural na PCA (Igreja Presbiteriana na América) conheci o Rev. Dr. Osni Ferreira que pastoreava uma igreja multicultural em Cambridge, Massachussetts. Por meio do seu incentivo e engajamento, fomos capazes de recrutar pastores adicionais para uma rede de igrejas brasileiras, nos USA. Quando Osni tornou-se o primeiro diretor do Centro de Plantação de Igrejas na Redeemer em Manhattan, Nova York, junteime a ele para iniciarmos um processo de recrutamento e treinamento de pastores plantadores de Igrejas. Esse Centro, mais tarde, tornouse o City to City - Centro de plantação de Igrejas, uma organização que já ajudou a plantar dezenas de igrejas em grandes cidades do mundo. Depois que Osni voltou ao Brasil, fui convidado por ele, para ajudar no treinamento de seus pastores e líderes, na Igreja Presbiteriana Central de Londrina. Como nasci em Cuba e sou filho de pais missionários, fluente em espanhol, pude me relacionar plenamente com a cultura brasileira. Mais recentemente, enquanto eu liderava o Treinamento de Revitalização de Igrejas em Cuba, convidei o Rev. Osni para apresentar sua visão para a renovação de igrejas naquele país. 11


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Mais uma vez, sua participação contribuiu muito significativamente para a Igreja Cubana. Osni Ferreira é um servo de Deus totalmente comprometido em levar os crentes a um relacionamento mais profundo com Deus e expandir o Seu Reino. Um homem de oração, integridade e visão. Osni continua a se entregar totalmente, para liderar e treinar pastores e líderes em diferentes ministérios evangélicos vibrantes. J. Allen Thompson, PhD; ex-presidente do Centro Internacional de Plantação de Igrejas, USA.

Como discípula da Igreja Presbiteriana Central de Londrina sinto-me honrada pela oportunidade de escrever sobre esta obra tão significativa, escrita pelo querido Reverendo Osni Ferreira, homem segundo os propósitos de Deus, íntegro, destemido e, o mais importante, apaixonado por Cristo e pelo ministério que o Senhor colocou em suas mãos. Este homem de Deus, juntamente com um sua equipe de líderes, tem nos desafiado, enquanto discípulos de Cristo, a vislumbrar e participar da obra do Senhor, em nosso meio e em nosso tempo. Por meio do profundo amor de Deus e da ação do Espírito Santo somos curados e transformados e, assim, vamos crescendo, tornamo-nos atores e não meros espectadores, vivendo na graça de nosso Pai, aprendemos e vivenciamos a comunhão, a adoração, o louvor, a oração e a evangelização, para a honra e glória Dele. O Salmista disse que a palavra do Senhor é “lâmpada que ilumina”, “luz que clareia” (Salmo 119:105) porque ela liberta, traz conhecimento, orienta. Nesse sentido, creio que estamos diante de uma obra que vai a exemplo desse versículo bíblico, contribuir com sabedoria que ilumina os passos daqueles que a leem. Orientando pastores, missionários e servos de Deus a serem ousados no trabalho do Senhor, mas, ao mesmo tempo, serem responsáveis, amorosos e cuidadosos, levando o Evangelho de Cristo a todos que necessitam conhecê-lo, verdadeiramente. 12


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Como um tesouro valioso, este livro “Igreja transformadora”, resultado dos mais de quarenta e cinco anos de árduo trabalho na obra de nosso Pai Aba, empreitada idealizada, liderada e realizada pelo Reverendo Dr. Osni Ferreira, com o auxílio de sua equipe pastoral e discípulos e discípulas da igreja, pode, enfim, orientar milhares de pessoas, à luz da palavra de Deus. Abençoado seja, nosso Reverendo Osni Ferreira que inspirando certamente por Deus, pode traduzir em palavras, em um testemunho vivo e fiel, o que a Igreja Presbiteriana Central de Londrina realmente é, fruto da inspiração e ação do Espírito Santo de Deus na vida do Reverendo e na vida da igreja. Ana Maria de Souza Valle Teixeira, discípula da Igreja Presbiteriana Central de Londrina, PR; Docente de Língua Portuguesa; Doutoranda em Estudos da Linguagem.

O Dr. Rev. Osni Ferreira é aquele tipo de pessoa visionária que tem empreendido no Reino de Deus, por mais de 45 anos, sendo que por 35 anos foi Pastor Titular da Igreja Presbiteriana Central de Londrina. Ele tem sido usado por Deus para trazer dignidade à vida pessoal e ministerial de muitas pessoas ao redor do mundo, inclusive, para este que vos escreve. Empreendedor e engajado, O Rev. Osni construiu um legado na Igreja Presbiteriana Central de Londrina, por meio de muitos projetos relevantes que se conectam com a cidade. Seu livro “Igreja transformadora” é empolgante e, acima de tudo, reflete a sua experiência. Estou certo de que, em cada capítulo, você será desafiado a olhar para sua própria prática ministerial e desafiado a ir mais longe, para Glória de Deus. Rev. André Torres Ribeiro Pastor Auxiliar - IPCL, Londrina, PR.

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O crescimento saudável da igreja de Jesus é produzido pelo Espírito Santo, por meio da pregação da Palavra e oração. Deus usa a liderança nesse processo. O livro do Rev. Osni “Igreja transformadora” é uma santa provocação para nos envolvermos com o crescimento da igreja. Osni é um servo de Deus com um longo e abençoado ministério. Um plantador de igrejas. Recomendo a sua leitura. Rev. Dr. Arival Cassimiro, Pastor Titular da Igreja Presbiteriana de Pinheiros, SP, e Escritor.

O livro “Igreja transformadora”, com certeza, não se trata de apenas mais um livro com palavras floreadas, mas um manual para que tenhamos igrejas transformadoras! A Igreja Presbiteriana Central de Londrina é uma igreja transformadora, que tem experimentado o agir de Deus, vivendo o exponencial. E podemos dizer que o Rev. Osni Ferreira construiu um grande legado nesta igreja, em que esteve à frente como Pastor Titular por mais de 35 anos, em um ministério que totaliza 45 anos, de muita dedicação e experiências. Posso afirmar com precisão, que o Rev. Osni Ferreira é um homem ousado e usado por Deus, que tem nos ensinado a ter um relacionamento profundo com Cristo Jesus. Rev. Carlos Roberto Cruz, Pastor Auxiliar - IPCL, Londrina, PR.

O livro “Igreja transformadora” apresenta princípios aplicáveis em qualquer contexto histórico-cultural para o crescimento da igreja local, prestando um serviço à igreja brasileira, nos quesitos coerência bíblica, análise acurada da realidade presente e contextualização do evangelho aos centros urbanos. Uma obra de lucidez e de vigor teológico, escrita não apenas por um acadêmico, mas por um pastor que ama a Igreja! Rev. Diogo Crotti Pastor Auxiliar – IPCL, Londrina, PR.

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O Rev. Osni possui vasta experiência na plantação, organização e crescimento qualitativo e quantitativo de igrejas, no Brasil e em outras nações. Durante muitos anos pastoreou a Igreja Presbiteriana Central de Londrina, PR, uma das igrejas mais relevantes da cidade, exercendo grande influência neste lugar, e da qual, atualmente é Pastor Sênior. Nas sete áreas de transformação da sociedade, família, igreja, educação, governo, mídia, celebração (artes e entretenimento) e negócios, o Rev. Osni tem se destacado, de forma especial, na área de educação. A linda Igreja Presbiteriana Central de Londrina é totalmente aberta para o avivamento e o agir natural do Espírito Santo, alcançando milhares de pessoas, por meio de cultos de celebração, libertação e com as células, de casa em casa, como o coração da igreja local. Com certeza o livro “Igreja transformadora” irá encorajá-lo, influenciá-lo e impulsioná-lo a edificar uma igreja viva, dinâmica, atraente, contagiante, transformadora e irresistível para a nossa geração. Pastor Dr. Domingos Jardim da Silva Pastor Titular da 1ª Igreja Batista, Marília, SP; e da rede de igrejas Vida Plena; Escritor e Conferencista.

Neste livro, “Igreja Transformadora”, o Rev. Osni Ferreira procura apresentar de maneira teórica e prática as definições daquilo que considera os dez princípios mais relevantes na vida de uma igreja transformadora, que procura desenvolver seu ministério focado no crescimento. O atual cenário que a igreja cristã tem experimentado, um material desta qualidade auxilia pastores e líderes a desenvolverem ministérios frutíferos. Desta forma, Deus é glorificado por meio do trabalho de evangelização, que produz muitos frutos para o Reino de Deus. Rev. Eberson Gracino Pastor Titular da IPB - Jardim Carvalho, Ponta Grossa, PR Presidente do Sínodo Vale do Tibagi.

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O Rev. Osni Ferreira é avalista de suas palavras, pois estamos nos referindo a um autor que é um verdadeiro pastor, que vive o ministério diário. Um homem de reconhecimento internacional e não um teórico de gabinete. Cada exemplo explicitado neste livro foi realmente vivido e testado pelo autor. O Rev. Osni Ferreira é ousado, abençoador, profícuo, testado e aprovado no caráter e no ministério. Sua total consagração à causa de nosso Senhor Jesus e ao avanço do Reino está traduzida neste livro que traz esperança, coragem e inspiração para muitos líderes. Se fosse eu milionário, certamente poria um exemplar nas mãos de cada líder na certeza de que muitos ministérios seriam impactados. Rev. Ednaldo Batista Ribeiro Pastor Sênior da IPCC, Advogado e Presidente do Sínodo Meridional.

O Reverendo Dr. Osni Ferreira é Pastor Sênior da Igreja Presbiteriana Central de Londrina, PR, da qual foi Pastor Titular por 35 anos, em um ministério que tem 45 anos de dedicação à grande missão da igreja Presbiteriana do Brasil, propagar a palavra de Deus a todos. Durante todos esses anos, o Reverendo Dr. Osni tem se dedicado também ao universo acadêmico, especialmente, no Centro Universitário Filadélfia - UniFil, atuando como Chanceler em nossa instituição e, além disso, docente titular da disciplina Teologia Urbana, no curso de Teologia, presencial e EaD. Orgulhamo-nos em tê-lo conosco, não somente pelo profissional diligente que é, mas também pela formação acadêmica sui generis que inclui o título de Doutor em Ministério pelo Fuller Theological Seminary; revalidado pela PUC, Rio de Janeiro. Também serviu por mais de 20 anos a Associação Beneficente de Londrina (hospital Evangélico), inclusive sendo presidente. 16


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O Reverendo Dr. Osni Ferreira é um apaixonado por Cristo e pela educação, e, por causa de profissionais como ele, temos atingido a excelência na educação superior, em nosso país, por meio do ensino presencial e à distância, nas mais variadas áreas de formação. O curso de Teologia da UniFil deve, em muito, sua fundação ao Reverendo Dr. Osni, que foi um dos grandes incentivadores para que o curso se estabelecesse em nossa instituição. Este curso já formou centenas teólogos, que atuam nas mais diversas instituições religiosas, em nosso país. O bacharelado em Teologia da UniFil é ofertado tanto na modalidade presencial, como também por meio do Ensino à Distância (EaD) alcançando regiões longínquas dentro e fora do território nacional. Seu livro “Igreja transformadora” nos traz um panorama que expõe as necessidades da igreja atual tendo como fundamento a Palavra de Deus. Esta obra pautada nas Sagradas Escrituras nos fornece subsídios necessários para que uma igreja cresça e seja relevante em seu contexto. O livro do Reverendo Dr. Osni reúne o espiritual, o acadêmico e o pragmático mostrando que é possível executar, com primazia, o grande mandamento de Jesus que nos ensina “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28:19). Dr. Eleazar Ferreira, Presbítero da Igreja Presbiteriana Central de Londrina e Reitor do Centro Universitário de Londrina UniFil, Londrina, PR.

Recomendo sinceramente o livro “Igreja transformadora” por dois grandes motivos: primeiramente porque é uma obra que traz a experiência comprovada de um ministério bem sucedido, com autoridade inquestionável sobre o tema abordado. 17


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Segundo, pela relevância do assunto tratado, temáticas necessárias em dias que um ataque sem precedentes está sendo direcionado às igrejas tentando impedir seu vigor espiritual e crescimento. De fato, o autor, Rev. Osni Ferreira, provoca o leitor a repensar o papel da igreja neste contexto ultramoderno. Rev. Elizeu Eduardo de Souza Pastor Titular – IPB Hauer, Curitiba, PR; Teólogo; Pós-graduado em Teologia Contemporânea e Docente em Teologia Sistemática, Fatesul.

Louvo a Deus pelo privilégio de aprender a viver na prática a Missão da Igreja no mundo, ao lado do Rev. Dr. Osni Ferreira. Seu legado de mais de 35 anos à frente da Igreja Presbiteriana Central de Londrina, PR, tem inspirado não somente os pastores que caminham com ele, mas também tantos outros, aqui no Brasil e em diversas partes do mundo. Uma multidão de cristãos que entenderam de fato, a Missio Dei! O livro “Igreja transformadora” não trata apenas da teoria e escritos teológicos bem concatenados, mas mostra também a prática hodierna na vida dessa igreja pastoreada pelo Rev. Osni. Obrigado Rev. Osni, pela caminhada triunfante e a visão ministerial sempre pautada nos preceitos da Palavra de Deus, trazendo aos que fazem parte desse ministério, um legado de crescimento e saúde espiritual na Igreja de Cristo. Rev. Fábio Roberto Zambrin Pastor Auxiliar – IPCL, Londrina, PR.

Este livro “Igreja transformadora” do querido Reverendo Osni Ferreira expressa o incansável trabalho do seu ministério: ver a Noiva de Cristo crescendo em seus valores e princípios. Mostra, ainda, a estratégia para o desenvolvimento da igreja. Certamente, esta obra será um paradigma e uma inspiração para toda a liderança evangélica, que anseia pelo crescimento da Igreja. Rev. Francisco Chaves dos Santos Pastor Titular – IP Manaus, AM.

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Osni Ferreira é um amigo de longa data, um servo do Altíssimo. Um pastor que influencia não apenas sua congregação, mas também sua cidade. Agora, traz a lume o livro “Igreja transformadora” em que embasa sua pesquisa em renomados estudiosos do passado e do presente, e traz uma importante contribuição para o estudo desse momento. O autor não foge às questões polêmicas e controvertidas, mas, respeitosa e resolutamente oferece sua visão de como a igreja pode ser uma agência transformadora do Reino de Deus no mundo. Rev. Dr. Hernandes Dias Lopes, Pastor Titular da 1ª IP de Vitória, ES; Pastor Colaborador da IP de Pinheiros, SP; Escritor e Conferencista Internacional.

Um guia precioso para todos que buscam um crescimento sadio das igrejas, de modo a torná-las relevantes, não apenas aos que nela congregam, mas dentro de toda sociedade em que está inserida. Escrito por um pastor que soube ultrapassar, com sucesso, décadas de evangelismo, tendo sabedoria para adequar-se às inovações tecnológicas e à atual realidade social, sem negociar os princípios imutáveis da palavra de Deus. Como grande líder espiritual, forma discípulos, ao invés de membros, os quais compreendem que o IDE não é tarefa solitária para o dirigente da denominação, mas missão para todos que fazem parte do corpo de Cristo. Rev. Osni Ferreira, certamente, é um visionário que está além do seu tempo. Tem muito a compartilhar e inspirar. Dra. Isabele Papafanurakis Ferreira Noronha discípula da Igreja Presbiteriana Central de Londrina e Líder de Célula; Juíza de Direito da Comarca de Londrina, PR.

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Ao recomendar um livro, você primeiro recomenda a pessoa. O Reverendo Osni Ferreira é uma daquelas pessoas que não precisa provar nada para ninguém porque mediante sua ficha corrida de trabalhos prestados ao evangelho, já mostrou a que veio. Para quem deseja inspiração pela mensagem e pela vida Osni, em “Igreja Transformadora”, apresenta não uma teoria que aprendeu na universidade, mas a experiência como líder que, durante 35 anos, atuou como Pastor Titular na Igreja Presbiteriana de Londrina. Osni é um grande amigo e a sua obra, com certeza, será inspiradora para quem está em busca de alimento e água para sua a jornada. Bispo JB Carvalho Pastor da Comunidade das Nações, Professor Universitário, Compositor filiado à ABRAMUS, Jornalista, Teólogo e Escritor.

Este livro, “Igreja transformadora” contém estratégias poderosas para todo pastor ou líder cristão que queira ver a sua igreja experimentar uma explosão de crescimento quantitativo e qualitativo, debaixo do mover do Espírito Santo. Há 22 anos, faço parte da equipe pastoral e ministerial do Rev. Dr. Osni Ferreira e posso afirmar que esta obra não é apenas uma teoria. O ensino nela contida é visível na práxis diária da Igreja Presbiteriana Central de Londrina. Sendo assim, é leitura obrigatória para aqueles que são apaixonados por Deus e por almas. Rev. Jefferson Emerick de Freitas Pastor Auxiliar – IPCL, Londrina, PR; Doutorando em Ministério, do Western Theological Seminary, Michigan, USA.

O Rev. Osni Ferreira, com um ministério dedicado, intenso e frutífero, de mais de 45 anos. Em seu livro “Igreja transformadora”, apresenta 10 princípios para o crescimento da igreja: fazer discípulos, adoração, oração, liderança, administração, integração, expansão e evangelismo, crescimento solidificado, plantação de igreja e a liberdade do agir no ministério do Espírito. 20


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Um livro que abençoará todo líder de igreja desejoso em ver a Igreja de Cristo avançar. Muito mais do que a experiência pastoral, traz o fundamento bíblico e bibliográfico. Recomendo, com muita alegria, que você, leitor ou leitora, deguste cada página e cada linha desta obra, certo de que esta leitura e as decisões, que obrigatoriamente serão tomadas a partir desse novo nível de entendimento, impulsionarão sua vida, seu ministério e trarão novos impactos em sua igreja local e em sua região. Parabéns, Pastor Osni, por nos legar este livro encorajador, desafiador e franco que nos move para novos níveis cheio de amor pela igreja do Senhor Jesus Cristo. Rev. Jeremias Pereira da Silva Pastor Titular da 8ª IPB, Belo Horizonte, MG; Escritor e Conferencista.

Recomendo a leitura deste maravilhoso estudo, escrito pelo Rev. Dr. Osni Ferreira, o qual é fruto do seu intenso trabalho pastoral e ampla experiência ministerial, especialmente junto à Igreja Presbiteriana Central em Londrina. Nesta obra, ele aborda, com muita propriedade, os desafios vivenciados na plantação e revitalização de igrejas, atendendo às demandas da sociedade pós-moderna, sem, contudo, abrir mão dos princípios inegociáveis da Sola Scriptura. Que o conteúdo deste livro abençoe sua vida e que seja uma referência para que a Igreja cresça espiritual, numérica e organicamente, com vistas à Gloria de Deus. Rev. Me. José Carlos Valentim dos Santos Pastor - IPB Central, Telêmaco Borba, PR; Docente do curso de Teologia, UniFil; Secretário de Assistência Social.

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A área de Teologia está repleta de novos livros e autores, apresentando novas perspectivas em relação aos textos bíblicos, possibilitando um aprofundamento teológico importante para a comunidade evangélica de uma forma em geral. Porém, poucos são os casos que apresentam uma articulação entre prática e teologia como o livro intitulado “Igreja transformadora”, escrito pelo Reverendo Dr. Osni Ferreira. Fazendo uso da experiência adquirida em seu ministério de 45 anos, sendo 35 deles na Igreja Presbiteriana Central de Londrina, nos apresenta uma perspectiva completa em relação a organização e funcionamento de igrejas, os cuidados com seus discípulos e as estratégias para seu crescimento. Perspectiva completa, mais não complexa, sendo uma leitura acessível para pastores e não pastores, para acadêmicos e não acadêmicos. O que encontramos aqui é material acessível, e ao mesmo profundo, prático, mas sem abrir mão de referenciais teóricos, e o mais importante, com respaldo bíblico. O Rev. Dr. Osni Ferreira aborda temas importantes, como o ensino e a arte da pregação, articulando as práticas e entendendo que ensinar e pregar são dons que devem ser desenvolvidos junto às lideranças da igreja. Aliás, liderança é outro tema abordado, com reflexões respaldadas em autores clássicos e, principalmente, nos exemplos deixados pelos líderes da Igreja Primitiva. Partindo de sua experiência e vivência com pastor titular, aborda as melhores práticas relativas à adoração e à celebração, tidas como momento central na vida da igreja. Sendo que todas as ações devem ser permeadas pela prática da oração, tema de um dos capítulos do livro. Outro fator importante destacado é o foco que deve ser dado na administração e gerenciamento da igreja e dos ministérios, elemento que não deve ser negligenciado pelas lideranças. Esses levam a uma mobilização que deve garantir a evangelização, um dos pilares de qualquer igreja, base de sustentação para seu crescimento. 22


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Tudo isso em conjunto, é a garantia para a plantação de igrejas sadias, organizadas, com lideranças firmes e respaldadas no evangelho. Por fim, nos é apresentado um capítulo surpreendente, sobre o poder do Espírito Santo em nossas vidas. Realmente imperdível! Prof. Dr. Leandro Magalhães discípulo da Igreja Presbiteriana Central de Londrina; docente e coordenador de curso, UniFil, Londrina, PR.

O que você verá nas páginas desta obra magnífica “Igreja transformadora” é o resultado de um ministério de mais de quatro décadas, que tem sido realizado de modo apaixonante e extremamente relevante, pelo meu mentor, Rev. Dr. Osni Ferreira, que em meio há um contexto de decréscimo da Igreja cristã, em todo o mundo, tem mostrado por meio de ações, que a Igreja do Senhor está fazendo sua principal missão, a Missio Dei. Que o Senhor da Ceara nos permita desenvolver um ministério transformador que gere crescimento do Reino, juntos as nossas igrejas locais. Rev. Leonardo Bahls Mendes Neto, Pastor Auxiliar IPCL, Londrina, PR.

A presente obra trata do relato e experiência de alguém que, como Pastor, conseguiu responder com o Evangelho às perguntas que a sociedade faz à igreja. Rev. Dr. Milton Ribeiro Ministro de Estado da Educação, BR.

O livro “Igreja transformadora” do Rev. Dr. Osni Ferreira é pastoral, pois reflete a experiência adquirida em todos os seus anos de ministério. É bíblico, uma vez que toda a sua reflexão baseia-se na Palavra de Deus. 23


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É acadêmico, porque apresenta de forma ordenada seu posicionamento teológico. E é prático, visto que serve como um manual para todos que desejam desenvolver um ministério cristão relevante. Essas são apenas algumas das razões pelas quais a obra “Igreja transformadora” é tão inspiradora e recomendável. Rev. Me. Oslei Nascimento Docente, UniFil

O livro “Igreja Transformadora”, escrito pelo Reverendo Osni Ferreira, revela-se como um derramar da vida abundante de Deus, sobre o ministério e a igreja local para aqueles que lerem esta obra! O Rev. Osni Ferreira possui décadas de experiências, em um ministério pleno do agir do o Espírito Santo. Pr. Me. Paulo Ortêncio Alves Pereira Pastor Fundador da Igreja da Família, Recife, PE; Teólogo, Bacharel em Direito e Diplomado pela Escola Superior de Guerra.

Uma igreja que transforma entende que está no mundo, mas não pertence ao mundo, antes, porém, chama do mundo todas as pessoas, para que façam parte da família do Deus soberano. O Reverendo Dr. Osni Ferreira, em sua caminhada de mais de 45 anos de ministério, compreendeu que uma igreja relevante precisa ser verdadeiramente sal da terra e luz do mundo. Ele tem praticado e ensinado que a igreja transformadora é evangelizadora e tem um olhar voltado para a sociedade, e, sobretudo, tem compromisso e zelo pela Palavra de Deus. Sou muito grato a Deus pela vida do Reverendo Dr. Osni Ferreira, por ter investido em minha vida e pela oportunidade de crescimento e aprendizado no ministério pastoral.

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Certamente a leitura do livro “Igreja transformadora” será enriquecedora na vida de todos os leitores. Nesta obra encontramos palavras de sabedoria, que nos ajudarão a melhor compreender a caminhada na vida com Deus, como uma igreja que transforma. Rev. Rafael Faria Jacomini Pastor Auxiliar – IPCL, Professor do Colégio Anglo Londrinense, Londrina, PR

Conheço o Rev. Osni Ferreira há muitos anos. Sempre percebi o seu esforço na contribuição para com a igreja, para que a mesma seja evangelística, discipuladora e missionária. Neste livro, o Rev. Osni, autor, demonstra a preocupação com a estagnação espiritual da igreja e o alarmante estado de conforto que muitas igrejas se encontram completamente ausentes das missões. O livro é um incentivo para que a igreja protestante tome o seu lugar no fenômeno missiológico, como agente espiritual do reino de Deus para o mundo, especialmente, para os seus escolhidos. O conteúdo da obra afirma que algumas marcas de qualidades são evidências de uma igreja genuína: liderança capacitadora, ministérios orientados pelos dons, espiritualidade contagiante, estruturas eficazes, culto inspirador, grupos pequenos, evangelização orientada para as necessidades e relacionamentos marcados pelo amor fraternal. Recomendo a leitura do livro como um instrumento que levará muitos a uma reflexão pessoal sobre o seu envolvimento com a igreja de Cristo. Rev. Me. Sérgio Paulo de Lima, Pastor Titular - IPB Lapa, São Paulo; Docente em Teologia e Missões, Seminário JMC, SP; Doutorando em Ministério.

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Este fascinante e desafiador livro, “Igreja transformadora”, vem despertar a igreja destes tempos a viver o grande desafio de ser aquilo que deveria ser. Revitalizar e plantar igrejas tornou-se tarefa urgente e necessária. A Igreja tem sua origem em Cristo, uma missão no mundo e um destino eterno. É o que vemos transparecer nessas páginas inspiradoras. Seu autor é apaixonado por uma pastoral relevante que propõe resultados eficazes. Nasceu da prática pastoral, da experiência de quem conhece o caminho, segue e aponta este caminho – características de uma liderança efetiva e eficaz. O autor nos encoraja e desafia a superar, pelo poder do Espírito Santo, uma vida medíocre e sem perspectivas. A igreja pode ser o que deve ser. Rev. Dr. Silas Barbosa Dias Professor de Teologia, UniFil, Londrina, PR e do Western Theological Seminary, Michigan, USA.

Rev. Osni Ferreira é, essencialmente, um pastor de almas. Ao longo da sua vida, no Brasil e Estados Unidos, tem sido evangelista consagrado, pastor dedicado à igreja local, líder empreendedor e visionário. A sua participação no estabelecimento do Centro de Plantação de Igrejas da Redeemer Presbyterian Church, NY, e seu pastorado na Igreja Presbiteriana Central de Londrina, PR, revelam muito sobre a sua capacidade e visão pastoral. A sua liderança pastoral à frente da Igreja Presbiteriana Central de Londrina foi o seu grande pastorado. O livro “Igreja transformadora” é um texto sobre a sua visão pastoral e revela detalhes e percepções importantes sobre a construção de uma igreja líder onde ela está localizada. É, para mim, uma obra relevante para todos os pastores, principalmente, iniciantes que desejam ser bemsucedidos na missão pastoral. Rev. Dr. Sirgisberto Queiroga Pastor Titular da Igreja Presbiteriana Betesda, Brasília, DF, e Plantador de igrejas

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Rev. Dr. Osni Ferreira, “Um homem para todas as estações” como é o nome de uma famosa peça teatral da Grã-Bretanha. Nos Estados Unidos, é uma expressão para descrever um líder muito talentoso. Como um colega muito estimado e amigo pessoal, próximo, o Dr. Osni Ferreira e eu estamos associados em vários ministérios internacionais há mais de 25 anos. Osni é um líder altamente talentoso e experiente em muitas frentes e em vários cenários internacionais e, acima tudo, debaixo da incrível bênção de Deus. Com uma preciosa formação acadêmica que compreende bacharelado em Direito e em Teologia, pós-graduação em Teologia, no Brasil, nos Estados Unidos e na Inglaterra, Grã-Bretanha. O Dr. Ferreira é altamente qualificado para escrever sobre “Igreja transformadora” e liderança, dentro do contexto da igreja evangélica e a necessidade urgente de preparar líderes bem treinados, nos ministérios mais amplos da evangelização, na América Latina e na América do Norte. Ele é um líder de devoção prática e pessoal a Jesus Cristo, o cabeça de Sua Igreja. Conheci Osni e sua família nos Estados Unidos, em 1993, quando pastoreava uma igreja, enquanto fazia o doutorado em Ministério no Fuller Theological Seminary. Mais tarde, quando me mudei para Boston para plantar uma Igreja Presbiteriana, nossos laços se estreitaram. Pela graça de Deus nos unimos como pastores, em uma igreja multicultural e, juntos, compramos um notável templo histórico para a igreja, na região a caminho das Universidades de Harvard e do MIT. Esta foi uma das primeiras tentativas da nossa denominação, de um modelo multicultural de uma nova igreja. Alguns anos mais tarde quando mudamos para a cidade de Nova York para trabalhar com o Dr. Timothy Keller, convidamos o Dr. Ferreira para retornar aos Estados Unidos para ser o primeiro pastor e Diretor do Centro e Plantação de Igrejas da Redeemer Presbyterian Church em Nova York. 27


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Nesses anos, foi pastor auxiliar nessa Igreja sob a liderança do Dr. Tim. Keller. Isso provou ser um desafio quase esmagador por causa da tragédia de 11 de setembro, com a queda das Torres Gêmeas. Apesar das crises, o Dr. Ferreira conseguiu recrutar e treinar plantadores de igrejas para várias denominações naquela megacidade. Sua igreja, em Londrina, é o reflexo de um líder executivo multitalentoso, com diversidade de dons. O Dr. Osni Ferreira é um dos melhores exemplos de liderança executiva, visto em várias áreas diferentes. Ele é um homem visionário, capaz de ver o que outros não veem. Em todos os grandes centros urbanos do mundo, todos enfrentam o obstáculo da falta de estacionamento. Entretanto, o Rev. Osni Ferreira foi visionário e, sob a sua gestão, juntamente com os seus presbíteros e líderes, compraram o Clube Social e Recreativo da colônia japonesa no centro da cidade, com um enorme estacionamento. O verdadeiro líder é aquele que gera soluções em meio às crises. Osni é um projetista visionário do ministério, no qual a Igreja Central cresceu alcançando milhares de pessoas, em vários cultos simultâneos. Estabeleceu igrejas satélites em diferentes regiões da cidade, incluindo um culto dominical às 11 horas, no Centro de Eventos de um Shopping Center, em uma região nobre da cidade. Outro exemplo de sua capacidade visionária foi ter fundado um Centro de Recuperação para pessoas com dependência química. Também criou, em uma região carente da cidade, um centro de acolhimento, cuidado e apoio para crianças em situação de risco. A Igreja Presbiteriana Central de Londrina tem uma visão centrada na oração. Muito me impressionou quando subi à Torre de Oração que recebe durante 24 horas, diariamente, irmãos e irmãs comprometidos em orar, não só pela Igreja e ministérios, mas também pelo Brasil, pelo mundo e por todas as necessidades que chegam até a Igreja. Esse ministério desde o início foi cuidado e liderado por sua esposa, Vanda Valvassori Ferreira. Nunca no meu ministério vi isso em nenhuma Igreja Presbiteriana! 28


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Com todo esse amplo ministério sendo realizado em Londrina, o Dr. Ferreira atuou como Coordenador Latino-Americano do Centro de Plantação, da Igreja Redeemer no Brasil, plantando novas igrejas em 11 grandes cidades do país, bem como plantação de igrejas na Argentina e no Chile. Dr. Ferreira é um líder para nossos tempos, difíceis e desafiadores. Ele está sempre aprendendo e se adaptando aos desafios e necessidades especiais hodiernas e modernas, totalmente comprometido com a veracidade das Escrituras. Ele é um modelo de liderança e integridade pessoal, habilidades executivas, experiências valiosas, ousadia para liderar no limite dos padrões estabelecidos, fé vigorosa, ministério centrado no evangelho e ampla experiência internacional. Sua liderança é confirmada quando planejou, depois de 35 anos, a sua transição pastoral, deixando uma equipe bem treinada e madura para dar continuidade ao ministério da igreja local. Acima de tudo, indicou o seu sucessor, que assumiu numa transição planejada, tranquila, sólida e abençoada, com um dos seus pastores auxiliares, o Rev. Dr. Emerson Patriota. Hoje, a Igreja continua viva e crescente apesar da pandemia existente. A visão continua mesmo quando o líder por tantos anos, voluntariamente passou o cajado. Que liderança impressionante! Rev. Dr. Terry GygerPresidente da Anago Partners in Atlanta, GA; ex-presidente da Missão para a América do Norte, (PCA); ex-pastor Executivo da Redeemer Presbyterian Church, New York; ex-presidente da Redeemer City to City, New York.

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Cristo disse há mais de dois mil anos que as portas do inferno não prevaleceriam contra a sua igreja (Mateus 16:18). E também nos deixou a missão de levar os Seus ensinamentos para todas as nações do mundo (Mateus 28:16-20). Diante dessas ordenanças, o Rev. Osni nos propõe refletir sobre a situação da igreja cristã na contemporaneidade, seus desafios e anseios; e, ao final, responder: “Como a igreja local pode ser relevante socialmente, sem deixar de lado o modelo bíblico?” O Rev. Osni não se restringe a uma análise teórica, antes, faz uso de sua experiência de mais de quarenta e cinco anos de Ministério Pastoral, para nos levar a compreender o contexto em que vivemos, em um mundo cada dia mais global, plural e secularizado. O livro “Igreja transformadora” é uma leitura necessária para todos aqueles que amam a Palavra de Deus e amam a Sua Igreja. Rev. Vilson Floriano de Souza Pastor Auxiliar – IPCL, Londrina, PR.

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PREFÁCIO Escrever um prefácio de um livro é uma tarefa desafiadora, mas também de grande alegria, pois se trata de conhecer uma obra em sua versão primeira, cheia de sonhos e expectativas, antes de ser mostrada ao mundo. Escrever é passar pelo processo da vulnerabilidade, revelarse às pessoas, deixando evidências do que se ama, pensa e acredita sobre a vida, o mundo e, no caso deste livro, revelações sobre Deus e a Sua Igreja. Tenho o privilégio de conviver com o Rev. Dr. Osni Ferreira nos últimos 30 anos de minha vida, ou seja, muito do que é relatado aqui, em suas experiências, lutas, decepções e vitórias, eu certamente presenciei; claro que em graus de experiência diferentes. Com isso, quero dizer que estes escritos não são apenas a produção de uma mente brilhante, que sistematizou alguns dos grandes valores da igreja, mas de alguém que caminhou pelas verdades contidas nestas páginas, vivenciando cada princípio, provando que, sim, é possível viver uma igreja que transforma e traz profundo impacto na vida de milhares de pessoas e, por que não, na sociedade. A minha vida pessoal e ministerial foi em muito impactada pelo ministério de Rev. Osni Ferreira no pastoreio da minha família e, mais tarde, pelo privilégio de ser seu seminarista e, também, por compor sua equipe de pastores auxiliares durante 11 anos de meu pastorado. 31


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Uma das características mais notáveis no trabalho desenvolvido pelo autor é a busca por uma escrita de fácil compreensão e a aplicabilidade dos conceitos aqui apresentados. Não há nada nesta obra que o leitor não possa assumir em sua vida e ministério; isso faz com que este livro seja um manual sustentado pelas Escrituras Sagradas, que impulsiona um líder a sair de um patamar de estagnação ministerial para um ministério frutífero, glorificando ao Senhor da Igreja, Jesus Cristo. Se você busca inspiração e encorajamento para construir um ministério forte, bíblico e relevante, então, você está diante de um daqueles livros que o levará a sonhar com uma igreja que marca e transforma a sociedade com o evangelho de Cristo Jesus. É bem provável que você irá retornar a este livro inúmeras vezes, como em um verdadeiro manual, que servirá como fonte de encorajamento pessoal. O autor, Rev. Dr. Osni Ferreira, possui ampla experiência no termo Eclesiologia, ramo da teologia cristã que trata da igreja, suas origens, características e marcas. Não somente por ter estudado com esmero o tema, mas pela habilidade em colocar o que estudou em prática e, o melhor, com extremo sucesso que se evidencia pelos frutos que ainda são colhidos de sua vida e ministério. Nada melhor do que aprender com quem passou por grandes dificuldades em um ministério de mais de 4 décadas, enfrentando mudanças culturais que por vezes tentaram e tentam denegrir a igreja e o evangelho. Portanto, devemos nos aproximar desta obra com o coração aprendiz e o espírito pronto para também sermos guiados a edificar uma igreja de relevância, que possa ser um agente de transformação da sociedade que está inserida. Este livro é um convite a reafirmar a fé em uma igreja viva e dinâmica, mas sem a necessidade de negociar os princípios imutáveis do Evangelho de Cristo. Rev. Dr. Emerson Patriota Londrina, 2020.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.....................................................................35

Capítulo 1

O DESAFIO DA PREGAÇÃO E ENSINO.....................51

Capítulo 2 O CHAMADO PARA ADORAÇÃO.................................81 Capítulo 3 A URGÊNCIA DA ADORAÇÃO.....................................115 Capítulo 4 ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENO..................147 Capítulo 5 ADMINISTRAÇÃO E GERENCIAMENTO...............187 Capítulo 6 INTEGRAÇÃO E MOBILIZAÇÃO...............................219 Capítulo 7 EVANGELIZAÇÃO E CRESCIMENTO......................247 Capítulo 8 CRESCIMENTO SOLIDIFICADO................................277 Capítulo 9 PLANTAÇÃO DE IGREJA SADIAS.............................317 Capítulo 10 O AGIR DO ESPÍRITO SANTO E O SEU MINISTÉRIO.....................................................353 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................403

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................413 33


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INTRODUÇÃO A Igreja desde o seu nascimento foi enviada para anunciar e demonstrar o poder transformador e curador do reino de Deus. A sua missão nasceu no coração de Deus e as páginas das Escrituras revelam o próprio Deus transmitindo essa missão do Seu coração para o nosso coração, a Missio Dei. E a partir de então, a igreja carrega em sua essência essa grande tarefa que cabe apenas a ela. O Dr. Win Arn, um dos divulgadores do movimento de crescimento de igrejas nos Estados Unidos, afirmou: “Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, milhares de novas igrejas foram estabelecidas. Hoje, das aproximadamente trezentas e cinquenta mil igrejas na América do Norte, quatro de cada cinco estão estagnadas ou diminuindo. No ciclo normal de vida das igrejas há o nascimento e, com o tempo, a morte. Muitas igrejas começam a estagnar ou diminuir lentamente em torno dos seus quinze a dezoito anos”1. Ele apresentou também uma estatística surpreendente: Cerca de oitenta por cento das igrejas norteamericanas estão do lado negativo desse ciclo de crescimento. De acordo com Arn, um número assustador de igrejas na América está morrendo. A cada ano, de três mil a quatro mil igrejas morrem. O pastor, escritor e conferencista norte-americano Lyle Schaller relata que “segundo uma estimativa, cerca de trinta mil congregações deixaram de existir em algum momento durante a década de 1980”2. Estimou-se que pelo menos cem mil igrejas fechariam suas portas durante a década de 1990. 1 2

SCHALLER, 1989. Ibidem.

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Novas pesquisas revelaram que, de 1990 a 2000, o número de discípulos e discípulas de todas as igrejas evangélicas dos Estados Unidos caiu cerca de nove e meio por cento, ou seja, quase cinco milhões de pessoas, enquanto sua população cresceu cerca de onze por cento, o que corresponde a vinte e quatro milhões de pessoas, aproximadamente. Estatísticas mais recentes, apresentadas por Thom Rainer, da LifeWay Christian Resources, revelam que, em 2013, nos Estados Unidos, entre oito a dez mil igrejas fecharam suas portas3. No Brasil, a situação é um pouco diferente, mas não deixa de ser bastante preocupante. A missão internacional Sepal realizou uma pesquisa baseada no censo IBGE de 2010 e apresentou a estatística da alteração percentual das principais religiões no país. Entre os anos 2001 e 2010 o número de católicos brasileiros diminuiu cerca de setenta e três por cento, enquanto que o número de evangélicos cresceu cerca de quinze por cento4. Uma análise isolada dos dados revelou, entretanto, que o crescimento evangélico ficou aquém do registrado entre 1991 e 2000. Naqueles anos a taxa de crescimento anual foi de quase oito por cento, agora, entre 2001 e 2010, foi menos de cinco por cento. Isto quer dizer que, de uma década para outra, o número de evangélicos brasileiros decresceu cerca de três por cento. Refletir sobre o crescimento ou o decréscimo da igreja é um assunto relevante nos dias de hoje devido à crescente onda de secularismo e à cultura pós-moderna que a afeta negativamente. O secularismo já dominou a cultura e a igreja na Europa, e o mesmo fenômeno é verdadeiro nos Estados Unidos e no Brasil, felizmente em proporção menor. A igreja brasileira já está sendo a bola da vez. Por isso, as igrejas evangélicas precisam despertar para o seu chamado de ganhar pessoas para Cristo e discipulá-las bem, para não sermos devastados pelo secularismo, já presente em nossa realidade. O propósito da igreja é alcançar o maior número possível de pessoas, com o intuito de inseri-las no Corpo e exercer o cuidado pastoral e o ensino da Palavra, como meios de levar os novos discípulos e discípulas ao amadurecimento espiritual. Uma igreja que não tem como prioridade tal prática tende a enfraquecer no seu 3 4

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Disponível em: <http://revitalizedchurches.com/. Disponível em <https://www.ibge.gov.br/> e <http://sepal.org.br/>


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propósito e deixará de ser transformadora na vida da sociedade, perdendo sua oportunidade de crescimento. Neste sentido exporemos o diagnóstico relacionado às estatísticas referentes à realidade da igreja evangélica como um todo. Para iniciarmos nosso intento trataremos da matéria de maneira dedutiva e utilizaremos alguns exemplos de algumas regiões e cidades. Segundo o censo do IBGE realizado em 2010, a presença dos evangélicos no Brasil é de 22,2% ou 42,3 milhões, que podem ser divididos nas seguintes categorias: 1. Pentecostais (13,29%); 2. Evangélicos históricos (4,02%); 3. Evangélicos com denominações que não foram identificadas (4,83%). O primeiro dado alarmante em relação ao “crescimento” dos evangélicos é o número de entrevistados que se intitulam “não praticantes” ou “desigrejados”, que gira em torno de quatro milhões5! Esta categoria de “não praticantes/desigrejados” apenas demonstra a ineficiência da igreja em ser transformadora na sociedade expressa na espiritualidade pragmática das igrejas e denominações neopentecostais, que comprometem muito o evangelho bíblico ensinado pelo Senhor Jesus, no Novo Testamento. Neste aspecto, há uma migração dos membros das igrejas neopentecostais para as igrejas históricas, o que, na prática, não gera nenhum crescimento de fato, pois trata-se apenas de uma busca por uma aprendizagem bíblica, vivenciada nas igrejas históricas. O IBGE (2010) apontou outros dados interessantes relacionados ao crescimento dos evangélicos por décadas, entre o período de 1970 a 2010, como segue: 1970 (5,17%); 1980 (6,63%); 1990 (8,98%); 2000 (15,40%); 2010 (22,16%). Embora, aparentemente tenha havido um crescimento considerável, estatisticamente, o período citado cresceu apenas 4,91%, (2001 a 2010) em relação à proporção estimada, a partir do período entre 1991 a 2000, que apresentou um crescimento expressivo de 7,43%6. Na continuidade estatística, a missão internacional Sepal mapeou as regiões do Brasil, indicando um fraco crescimento evangélico no Sul do país. Mas, antes de tratarmos de maneira 5 6

Disponível: <https://istoe.com.br/152980_O+NOVO+RETRATO+DA+FE+NO+BRASIL/>. Disponível em <https://www.ibge.gov.br/> e <http://sepal.org.br/>

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pontual dessa região, vamos visualizar o quadro geral: Região Norte (28,5%); Nordeste (16,4%); Centro-Oeste (26,8%); Sudeste (24,6%) e Sul (20,2%). Como dito, utilizaremos a região Sul, como exemplo da urgência de revitalização e plantação de novas igrejas contextuais e sadias. Nesse sentido, é encorajador destacar que a IPB iniciou há alguns anos atrás, uma frente de plantação de igrejas no Estado do Rio Grande do Sul. A região em questão possui a menor taxa de presença evangélica do Brasil, porque o campo foi tomado em massa pelas religiões de origem africana, bem como pelo espiritismo e esoterismo. Podemos citar, por exemplo, o retorno de práticas pagãs que se adequam facilmente à cultura pós-moderna, pela sua elasticidade cultural e possibilidade de sincretismo, expressa na religiosidade da bruxaria branca, conhecida como Wicca. Outro fator para o impedimento do crescimento da igreja na região Sul, são as próprias igrejas que estagnaram, dentro de suas tradições teológicas e as vivenciam como um fim em si mesmas, conforme analisou o antropólogo Carlos Steil: (...) uma presença protestante bastante significativa, mas com uma diferença, na medida em que aqui temos um percentual maior de pessoas que estão associadas ao protestantismo de migração. Ou seja, são pessoas que não se converteram dentro de um protestantismo de missão, mas, quando vieram para cá como imigrantes, já eram protestantes7.

Grosso modo, a falta de crescimento e relevância da igreja está diretamente atrelada à religiosidade herdada, à fraca consciência da evangelização, em busca de novas pessoas e o comodismo do tradicionalismo da instituição organizada. Tal realidade é perceptível em todo o Brasil, como, por exemplo, o alto índice de “desigrejados/ não praticantes”, citado anteriormente. Isso demonstra que a igreja está perdendo sua força e deixando de ser contextual, transformadora e eficiente em seu modus operandi. A realidade dessa constatação também se expressa em outros dados apresentados pelo IBGE relacionados às igrejas históricas 7 Disponível em: <http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1949&secao=264>

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e à quantidade de sua membresia, como apontado na pesquisa a seguir: Igreja Evangélica Luterana (999.498), Igreja Presbiteriana (921.209), Igreja Metodista (340.938), Igreja Batista (3.723,853). Utilizarei como exemplo a Igreja Presbiteriana com a soma total de 921.209. Este número, porém, refere-se à somatória de todas as denominações presbiterianas, tais como Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, Igreja Presbiteriana Conservadora e Igreja Presbiteriana Renovada. E, se levarmos em consideração apenas a IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil), esse número diminui consideravelmente, como apresentado no “relatório de estatística da IPB”. A nível de comparação observa-se que entre os anos 2005 e 2016, como exposto: no ano de 2005 a IPB possuía 501.259 membros, equivalente a 5% de crescimento; no ano de 2016 subiu para 649.510 membros, com o equivalente estatístico de 2% de crescimento. Ou seja, embora tenha havido um pequeno aumento em seu rol de membros, em projeção estatística a IPB decresceu. Outra informação que indica o fraco crescimento da IPB é a comparação com o censo do IBGE de 1991-2001, cujo crescimento foi de 0,36%. Outro dado alarmante é a soma total de todos os membros das igrejas históricas apresentado acima, que equivale a 5.985.494 milhões, menos os quatro milhões de “desigrejados/não-praticantes”, cai para 1.985.498 milhão! É indiscutível, diante dos dados apresentados, que a igreja precisa passar por uma revitalização urgente, objetivando seu fortalecimento. E a partir daí, intensificar o processo de plantação de novas igrejas transformadoras e, contextualmente, engajadas no processo de evangelização, ciente de que encontrará desafios significativos, como os desigrejados ou decepcionados com a igreja, as religiões pós-modernas e as seitas. Neste sentido, é necessário repensar o ser igreja para tais públicos, sem perder os princípios basilares da coerência bíblica. Devido à estagnação e diminuição numérica de muitas igrejas, é preciso que seus líderes considerem o fator crítico que nutre a saúde e o crescimento da igreja local. Alguns pastores creem que se forem ótimos pregadores, suas igrejas crescerão, outros imaginam que, 39


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se forem grandes visionários, suas igrejas com certeza se tornarão maiores e, ainda, outros creem que a oração é o fator primário que fica entre a igreja e o seu crescimento. A igreja local enfrenta a tentação de isolar um fator, como pregação, visão ou oração, como sendo o motivo único do seu declínio. Frequentemente, as questões que contribuem para a má saúde de uma igreja são múltiplas. Algumas áreas sequer são consideradas pelos líderes, como evangelismo, assimilação, plantação, administração ou ministério leigo. Outro problema enfrentado pelos líderes é selecionar os livros mais adequados a sua realidade, entre os inúmeros escritos sobre o crescimento da igreja. Muitos desses livros relatam as histórias de sucesso de algumas igrejas. Somos tentados a crer que se queremos ter uma igreja transformadora e em crescimento precisamos, apenas, aderir ao exemplo de James Kennedy e iniciar um ministério de evangelismo explosivo, adotar o modelo de discipulado de John Oak, da Igreja SaRang, na Coreia do Sul ou, ainda, reproduzir os modelos de igrejas em células ou discipulado um a um, como as que estão em franco crescimento no Brasil. O problema é que a liderança pode simplesmente tentar copiar um ministério de sucesso de outra igreja e não perceber o contexto, saudável ou não, daquela igreja modelo. A igreja local é um organismo e uma organização complexos. Como organismo, ela é, primeiramente, uma instituição espiritual, que recebe sua vida de Jesus Cristo, que disse: “Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim” (João 15.4). Ao mesmo tempo que o reino espiritual da igreja desafia uma análise mensurável, Jesus apresenta a igreja como organismo visível quando diz: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.5). Jesus nos coloca diante de um dilema quando ensina a natureza espiritual da igreja, que se torna visível por meio do fruto tangível. O fato é que Jesus estabelece que “pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7.20). Há algumas pessoas que olham para o ministério da igreja apenas em termos espirituais. Com esse entendimento, a avaliação 40


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da saúde do ministério desafia as análises. Frequentemente a fonte para entender a igreja apenas como um organismo espiritual procede de uma ênfase exagerada de parte de uma confissão teológica, negligenciando outras partes da mesma confissão. Por exemplo, a Confissão de Fé de Westminster, um documento elaborado por mais de cem pastores, em uma assembleia reunida em Londres, de 1643 a 1649, ensina que: “A igreja católica ou universal é invisível [...]”8. Embora seja verdade que essa confissão ensine a natureza invisível e espiritual da igreja, ela também ensina a respeito da igreja visível. É relativamente fácil reunir várias referências de confissões e teologias para apresentar a igreja apenas como uma instituição espiritual, o que desafia todos os padrões quantificáveis. Outros apresentam a igreja de uma maneira totalmente visível e tangível. Para esses, a igreja é formada por padrões mensuráveis, como orçamentos, registros de frequência, atividades e prédios. O movimento de crescimento de igreja pode ser criticado nesse ponto. Meu saudoso professor e teólogo norte-americano Peter Wagner cometeu esse erro ao dizer: Em 1980 iniciei um processo que, espero, nos permita, em breve, obter um método eficaz para medir a qualidade da igreja e seja amplamente aceito, em todos os países e por todas as denominações. Espero que logo estejamos aptos a dizer objetivamente que tal e tal igreja, em certo momento, está a oitenta e quatro ou sessenta e nove, ou qualquer outro número, em uma escala de cem em qualidade de igreja9.

Há um perigo quando a igreja local é considerada apenas como uma instituição que pode ser mensurada matemática e numericamente. Embora haja partes da igreja que sejam mensuráveis, há também um fator espiritual e invisível que desafia a análise. A igreja local anda por uma trilha em cujos dois lados há um pântano. Um desses brejos é perceber a igreja apenas em termos espirituais, enquanto o outro é perceber somente a igreja visível. O pastor local ministra para as duas, a igreja visível e a invisível. Isso requer grande sabedoria para manter um ponto de equilíbrio e não 8 9

Confissão de Fé Westminster, cap. XXV, § 1º WAGNER, 1984.

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espiritualizar nem secularizar exageradamente a igreja. Senso assim, a intenção deste livro é abordar a criação de um modelo bíblico capaz de identificar as marcas necessárias que tornem a igreja local transformadora. Muitos livros foram escritos apresentando diversos elementos bíblicos necessários para a relevância de uma igreja local, ainda assim prevalece, atualmente, uma falta de consenso quanto às marcas que caracterizam uma igreja sadia. Esta é uma boa razão para que este assunto mereça ser estudado em Dynamics of a Growing Church [Dinâmicas de uma igreja em crescimento], por exemplo, Howard Hendricks apresenta quatro características essenciais da igreja do Novo Testamento, baseadas em Atos 2.42-47: Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos.

De acordo com Hendricks são características que uma igreja precisa apresentar para ser considerada saudável: A importância dada ao ensino, a adoração – resposta àquilo que Deus é –, a satisfação de necessidades reais e a comunhão10. John Maxwell, ex-pastor da Igreja Wesleyana Skyline em San Diego, Califórnia, concluiu que há seis princípios para o crescimento saudável da igreja. Esses princípios são: oração, liderança, atitudes, evangelismo/discipulado, ministério leigo e objetivos comuns11. Peter Wagner investiu a maior parte do seu ministério tentando compreender os ingredientes necessários para desenvolver igrejas 10 HENDRICKS, 1987. 11 MAXWELL, 1990.

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transformadoras. Em seu livro, Your Church Can Grow [Sua igreja pode crescer], ele apresenta sete sinais vitais de uma igreja saudável. O primeiro sinal é ter um pastor visionário, capaz de apontar soluções difíceis de serem pensadas e cuja liderança dinâmica é usada para direcionar a igreja toda para ações de crescimento. O segundo sinal são leigos bem mobilizados. O terceiro, que a igreja seja grande o suficiente para servir à cidade. O quarto, uma simples fórmula: Celebração + Célula = Igreja. O quinto fator é que a igreja seja composta basicamente por discípulos e discípulas de características semelhantes. O sexto, que a igreja use um método de evangelismo que de fato alcance pessoas. O sétimo e último sinal vital de uma igreja transformadora, é que ela tenha suas prioridades em ordem. Estas prioridades são: (1) compromisso com Cristo, (2) compromisso com o Corpo de Cristo e (3) compromisso com a obra de Cristo no mundo12. Em seu livro Desenvolvimento Natural da Igreja, Christian A. Schwarz apresenta oito qualidades essenciais de igrejas saudáveis, negando alguns mitos e preconceitos estabelecidos, a partir de quatro milhões de respostas analisadas cientificamente para fornecer conclusões sólidas e seguras. Sua obra um guia prático para cristãos e igrejas que ficaram desapontados com “grandes fórmulas” de crescimento. Schwarz explica que a expressão “desenvolvimento natural da igreja” leva em consideração as ilustrações que Jesus e os autores do Novo Testamento usaram para explicar o governo do reino de Deus, como lírios do campo, quatro tipos de solo, semeadura e colheita, árvore e seus frutos e outros. O autor chama a atenção, sobretudo, às palavras de Jesus, registradas em Mateus 6.28: “Considerai como crescem os lírios do campo [...]”. O termo “considerar” no original grego tem o sentido de examinar cuidadosamente, estudar e aprender com toda a dedicação. Mas, aprender o quê? Os mecanismos de crescimento encontrados na natureza e, da mesma forma, na igreja! Dessa forma, nossa tarefa não é produzir o crescimento da igreja, mas liberar o potencial natural que Deus já colocou na igreja. 12 WAGNER, 1984.

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Essas marcas de qualidade quando desenvolvidas, liberam esse potencial de crescimento. Essas características são apresentadas enfaticamente, como princípios e não como modelos. Diferentemente dos modelos, os princípios funcionam em qualquer parte do mundo. As marcas de qualidade são: liderança capacitadora, ministérios orientados pelos dons, espiritualidade contagiante, estruturas eficazes, culto inspirador, grupos pequenos, evangelização orientada para as necessidades e relacionamentos marcados pelo amor fraternal. Schwarz termina com a simples conclusão de que cada líder será capaz de aplicar em sua igreja tais princípios de crescimento por si mesmo, ou melhor dizendo, “por meio do poder de Deus”13. Em outro estudo sobre a igreja transformadora, o pastor norteamericano Al Broom identifica os nove fatores seguintes, como necessários para uma igreja em crescimento: oração, propósito, organização simples, estratégia de comunicação, disposição para mudar, unidade de liderança, liderança treinada no ministério, metas e objetivos funcionais e ação pela fé14. Após lermos esses autores, com tantas opiniões diferentes, podemos nos perguntar: Afinal, quais são os elementos que precisam estar presentes em uma igreja transformadora? Parece que não há consenso entre aqueles que são especialistas no campo da saúde da igreja. Alguns creem que há quatro fatores, outros ensinam que há oito e, ainda, outros concluem que há nove elementos ou marcas que levarão a uma igreja saudável. Seguindo a direção de Atos 2.42-47 encontramos inúmeras marcas que se sobressaem e que promoverão o crescimento saudável na igreja local. Charles Van Engen, em seu livro The Growth of the True Church [O crescimento da Igreja Verdadeira], apresenta uma base similar por meio de uma exegese cuidadosa do texto. Outra razão que justifica este livro é a necessidade de haver fatos confiáveis que permitam às lideranças concordarem sobre a condição atual da igreja. É importante entender como a igreja vê a adoração, o ensino, o evangelismo, a liderança e outras dessas marcas vitais15. 13 SCHWARZ, 1997. 14 BROOM, 1991. 15 VAN ENGEN, 1991.

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De acordo com as palavras de Jesus Cristo, a principal tarefa da igreja é “ir e fazer discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28.19,20). A tarefa de fazer discípulos deve levar em consideração uma grande variedade de elementos que inclui evangelismo, adoração, ensino e oração. A eficácia de uma estratégia de evangelismo está ligada aos outros elementos de uma igreja transformadora, como adoração e ensino. À luz da Grande Comissão, eu explico aqui por que prefiro os termos “discípulos” e “discípulas” a “membros”, quando me refiro àqueles que estão na igreja. O Novo Testamento nunca utilizou o termo “membro” para descrever os novos convertidos. Mas, todas as vezes em que os autores do Novo Testamento se referem a eles, utilizam o termo “discípulos”. J. M. Price, em seu livro “A Pedagogia de Jesus” comenta a terminologia empregada para descrever os seguidores de Cristo: “Eles não são chamados súditos, servidores ou camaradas. A palavra cristão só é empregada três vezes no Novo Testamento para caracterizá-los e, assim mesmo, como zombaria. No entanto, vemos a palavra discípulo [...] empregada 243 vezes, para referir-se aos seguidores de Jesus”16. A grande diferença está em que o “membro da igreja” pensa em seus direitos, mas o “discípulo de Cristo” pensa em servir. Quando uma igreja local compreende que é formada por discípulos, torna-se muito mais produtiva para o reino de Deus. Creio que a identificação desses fatos contribui para a unidade da igreja local, pois quando os líderes concordam sobre os princípios fundamentais da igreja, apresentam uma base teológica que promoverá a sua unidade. Como resultado, a liderança poderá tomar decisões baseadas em um acordo do padrão bíblico, num contexto maior. As definições usadas neste livro são apenas parciais e não procuram ser exaustivas. Elas simplesmente identificam os princípios que medirão a saúde geral de uma igreja local. O primeiro destes preceitos é a instrução, o que significa estudar e aplicar a Palavra de Deus para munir os crentes de conhecimento, tarefas e caráter. 16 PRICE, 1995.

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O segundo princípio é a adoração que implica na criação de uma celebração significativa do grupo grande, louvando a Deus por quem Ele é e pelo que Ele tem feito. O dicionário Webster define adoração como “reverência a um ser divino ou poder sobrenatural e a expressão dessa reverência”17. Essa definição moderna destaca dois aspectos da adoração. O primeiro aspecto é a reverência devida a Deus por quem Ele é, e o segundo é a maneira prática como essa reverência é demonstrada. Entretanto, ela não tenta explicar com que a adoração realmente se parece. O dicionário de Noah Webster de 1828, define adoração como: “adorar; prestar honras divinas a; reverenciar com respeito e veneração supremos. Realizar culto religioso. Honrar com amor e submissão fora do comum; como um amante. Principalmente e no mais alto grau, o ato de prestar honras divinas para o Ser Supremo, ou a reverência e o respeito prestados a ele por meio de exercícios religiosos, que consistem em adoração, confissão, oração, ação de graças e outros da mesma natureza. O respeito prestado a ídolos ou falsos deuses por pagãos, como a adoração a Isis”18. Oração é o terceiro princípio nessa lista. Significa ouvir a Deus, desenvolver um relacionamento íntimo com Ele, interceder em favor de outros e em favor da Sua obra no mundo. Também envolve pedir a Ele que faça grandes coisas para a Sua glória. Liderança é o quarto preceito e implica em influenciar a direção da igreja e desenvolver a base da comunhão. Aubrey Malphurs, professor de Liderança e Ministério Pastoral do Seminário Teológico de Dallas, define liderança na igreja como “Influenciar pessoas a se tornarem mais parecidas com Cristo e a ministrarem com eficácia”19. Leighton Ford, fundador de um ministério de treinamento de jovens líderes cristãos e autor de vários livros, conclui que há dois fatores fundamentais para líderes e, em particular, líderes de igreja: “Primeiro, líderes assumem a liderança, isto é, introduzem ideias e planos. Segundo, líderes mobilizam pessoas para segui-los ao mostrar consideração por elas”20. 17 18 19 20

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MERRIAN-WEBSTER, 1974. WEBSTER, 1967. MALPHURS, 1992. FORD, 1991.


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O quinto princípio é administração (gerenciar e organizar) e assimilação (incorporar novas pessoas, estabelecendo um forte senso de pertença e identidade) vêm na sequência. Win Arn desenvolveu uma relação de características que ele chama de “discípulos comprometidos”21. Essas são também as características de uma pessoa envolvida e são de grande ajuda para desenvolver alguns métodos de assimilação. Ele diz que novos discípulos devem ser capazes de enumerar ao menos sete novos amigos que fizeram na igreja. Em primeiro lugar, essa amizade pode ser, e com frequência é, com outros novos discípulos. Em segundo lugar, novos discípulos devem ser aptos a identificar seus dons espirituais. Em terceiro lugar, novos discípulos devem estar envolvidos, preferivelmente em alguns papéis, tarefas e/ ou ministérios na igreja ou em pelo menos um, de acordo com seus dons. Quarto, novos discípulos devem estar envolvidos ativamente em um grupo pequeno de comunhão, de forma definida. Quinto, novos discípulos devem apresentar um compromisso financeiro regular com a igreja, consagrando seus dízimos e ofertas. Sexto, novos discípulos devem compreender e aceitar os alvos da igreja. Sétimo, os novos discípulos devem participar dos cultos de adoração, regularmente. E, finalmente, novos discípulos devem identificar amigos e parentes não cristãos e dar passos específicos para evangelizá-los, a fim de que eles também se tornem discípulos responsáveis da igreja. A sexta marca é a integração. Normalmente, os discípulos da igreja sempre se reúnem somente com as mesmas pessoas tanto antes como depois dos cultos. Raramente eles prestam atenção aos que estão chegando à vida da igreja. Se não os acolhermos e integrálos, certamente iremos perdê-las. O sétimo princípio é a expansão e o evangelismo. Considerados como um único recurso, significam implementar métodos de evangelismo que encorajem os discípulos da igreja local a impactar a sociedade em que estão inseridos e a compartilhar as boas novas, para que outras pessoas também se tornem discípulos de Cristo. A oitava condição é o crescimento solidificado. A igreja precisa desenvolver cursos e treinamentos para que o novo discípulo cresça 21 ARN, 1982.

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não somente participando dos cultos, mas no conhecimento das Escrituras e na sua fé. Treiná-lo (a) para poder servir na liderança das células e nos ministérios. O nono princípio é plantação de igrejas. De acordo com Steve Childers, “o alvo da plantação e desenvolvimento de igrejas é ser usado por Deus a iniciar uma igreja nativa, saudável, em crescimento e que se reproduz”22. Quanto a este aspecto, o escritor, pastor e missionário presbiteriano Ronaldo Lidório nos lembra de que o apóstolo Paulo, além de todas as suas iniciativas evangelísticas particulares, nunca apresentou qualquer incerteza sobre a estratégia para a evangelização de um povo, cidade ou bairro. Para Paulo a evangelização poderia ser alcançada por meio da plantação de igrejas locais bíblicas, autossustentáveis, autogovernáveis e missionárias23. Ainda sobre estes dois últimos aspectos, Lidório reflete: A clara diferença entre a evangelização e o plantio de igrejas é o propósito. No primeiro tencionamos apresentar Cristo a um indivíduo que poderá guardar para si o evangelho ou anunciá-lo a outros. No segundo apresentaremos Cristo a indivíduos em uma área definida de relacionamentos que se fortalecerão em uma comunidade que será capaz de prover ensino da Palavra, ambiente para a oração, comunhão e leválos a apresentar Jesus a outros. Igrejas plantam igrejas24.

E a décima condição é a liberdade do agir e o ministério do Espírito Santo. Nas igrejas históricas muito se fala sobre o Pai e o Filho, mas pouco se ensina sobre o Espírito Santo. Não podemos dividir a Trindade, uma vez que, mesmo distintos, mas iguais na Sua essência. O segredo do crescimento e da expansão da igreja é o Espírito Santo. Neste livro nos limitamos a mensurar essas dez marcas necessárias para promover a relevância da igreja. Reconhecemos que existem outras marcas que também contribuem para a saúde da igreja local, mas nos concentraremos naquelas já mencionadas. Entendemos que uma igreja viva está em um estado de constante 22 CHILDERS, 1993. 23 LIDÓRIO, 2011. 24 Ibidem.

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mudança, com o ganho e a perda de pessoas novas e antigas. Está além do nosso alcance uma abordagem mais profunda das razões por que algumas áreas são identificadas como pontos fortes ou fracos. Portanto, não tentamos discorrer sobre as práticas espirituais ou mensurar a maturidade espiritual dos discípulos nas igrejas locais. O pastor deve estar disposto a conduzir os discípulos e a sua liderança nas áreas que promoverão a relevância da igreja, pois ele deverá ser aquele que encorajará a mudança e não se sentirá ameaçado pela necessidade de novas iniciativas. A liderança precisa manter a unidade durante qualquer processo de mudança. Quando há divisão na liderança, o momento para mudanças está ameaçado. Convém lembrar que visão versus visão produzirá divisão. Todavia, visão mais visão resultará em multiplicação. Áreas identificadas como fracas requererão esforço e determinação significativos para conduzi-las às categorias saudáveis. Maior investimento de tempo, planejamento, pessoal, estudo, recursos e finanças serão necessários para qualquer nova mudança saudável, que acontecerá na igreja local, quando houver uma visão compartilhada para cumprir a Grande Comissão.

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CAPÍTULO 1

O DESAFIO DA PREGAÇÃO E ENSINO Este capítulo apresenta a base para a dedicação ao ensino dos apóstolos. Em Atos 2.42 lemos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos...”. Na verdade, os cristãos daquela época dedicavam-se ao ensino dos apóstolos. Identificamos, aqui, a primeira marca de uma igreja transformadora: o ensino e a pregação. Sem a pregação não há como as pessoas ouvirem e responderem ao amor de Deus por meio de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo foi claro ao declarar: “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 10.17). A pregação também deve trazer ensino para as pessoas, sem ela não haverá crescimento da igreja. Esse é um mandamento bíblico e teológico. Para que a Igreja cumpra seu papel no mundo é imprescindível que os pastores e pregadores desempenhem seu ministério eficientemente, de maneira que a pregação da Palavra ocupe o momento mais substancial e importante do culto: “Se todos os ministros considerassem o sermão como um ato de culto, muitos púlpitos ganhariam em dignidade e poder. Aquele que se encontra no púlpito deve ser um embaixador do Deus Altíssimo”25. Já o teólogo anglicano John Stott recomenda que: “A primeira coisa a ser lembrada é a necessidade urgente e indispensável da unção e do poder de Deus na pregação”. Segundo ele, estamos vendo com tristeza o espetáculo da impotência da Igreja nos dias atuais. 51


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Stott ainda comenta que “em muitas denominações mais antigas, ‘históricas’, há pouca evidência de vida ou poder do Espírito Santo”26. Em seu livro “Pregação e Pregadores”, o teólogo galês Martin Lloyd-Jones atribui a falta de crescimento e, consequentemente, o declínio da Igreja, ao empobrecimento e desprestígio do púlpito. Lloyd-Jones é incisivo quando destaca a proeminência da igreja e sua missão na terra. Seu papel é distinto e sua tarefa, indispensável e inconfundível: “A Igreja não pode ser enumerada como uma dentre outras organizações. Não está em O fato de a Igreja negligencompetição com seitas, não está em ciar a pregação genuína da competição com outras religiões e Palavra é o fator responnem com quaisquer outras agências sável, em grande medida, políticas, sociais ou de qualquer outra pelo estado da sociedade natureza. A Igreja é uma instituição moderna. divina e a pregação é uma tarefa que somente ela pode realizar. O fato de a Igreja negligenciar a pregação genuína da Palavra é o fator responsável, em grande medida, pelo estado da sociedade moderna. A Igreja tem procurado pregar a moralidade e a ética sem que o Evangelho seja o alicerce; tem pregado a moralidade sem piedade. Mas isso simplesmente não funciona, não edifica e jamais edificará o corpo de Cristo. O resultado disso é que a Igreja tem negligenciado sua verdadeira missão e tem entregue a humanidade aos seus próprios recursos”27. O escritor e evangelista britânico Leonard Ravenhill compartilhava desta mesma visão, a qual demonstrou em seu pequeno, porém notável e desafiador livro “Por que Tarda o Pleno Avivamento?”, no qual focaliza a unção, a oração, a pregação e o avivamento. Ele também é incisivo ao escrever afirmações como: “A grande tragédia de nossos dias é que existem muitos pregadores sem vida no púlpito, entregando sermões sem vida, a ouvintes sem vida. Que lástima!”, “Uma pregação sem unção mata a alma do ouvinte, em vez de vivificá-la. Se o pregador não estiver ungido, a Palavra não tem vida”; e, “A pregação é uma tarefa espiritual. 27

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LLOYD-JONES, 2001.


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Um sermão gerado na mente só atinge a mente de quem o ouve. Mas gerado no coração, chega ao coração. Um pregador espiritual, sob o poder de Deus, produz mentalidade espiritual em seus ouvintes” e, ainda, “Chega dessa pregação estéril, espiritualmente vazia, que é ineficaz, porque foi gerada num túmulo e não num ventre, e se desenvolveu numa alma sem oração, sem fogo espiritual”28. Observamos, portanto, que um grande número de crentes nominais em nossas igrejas é fruto de púlpitos frios, sem unção, sem vida e pouca criatividade. Curiosamente, essa compreensão não é apenas a de especialistas protestantes, clássicos ou contemporâneos, mas também de outros ramos do cristianismo. Como pode-se perceber nas palavras do teólogo católico brasileiro Rodrigo Santos: “O pregador humilde ora, prepara-se, capacita-se com o material formativo disponível. Prepara-se não para ser mais independente de Deus no exercício do ministério, mas para ser um instrumento mais eficaz”. O ministro humilde é simples e manso, tem as mãos vazias e, por isso, Deus as pode encher até transbordarem. Mas o altivo e orgulhoso sempre acha que tem muito a dar. Tem as mãos cheias e, ao mesmo tempo, traz a pretensão de servir a Deus às próprias custas. Não há espaço para a graça no exercício do seu ministério. A unção não é um poder mágico que transforma o ungido num semideus ou em um iluminado, a quem todos procuram para ouvir, ao contrário, a unção é uma ação de Deus que atua levando em conta a liberdade do ungido. Alguém poderia ser um ótimo cantor, mas se não abrir a boca e cantar, por onde a unção vai fluir? Outro pode ter o dom da oração e aconselhamento, mas, se não se dispor a fazê-lo, por onde a graça vai atuar? Do mesmo modo o pregador. Entendemos, assim, que a combinação harmoniosa das características de um pregador, como suas habilidades, seu preparo, caráter e convicção, e a ação do Espírito Santo – primeiro, nele e, depois, por meio dele – podem contribuir para a transformação de vidas, como veremos a seguir. Mais de um milhão de horas são dedicadas a cada semana, por milhares de pastores evangélicos no preparo de um sermão que será 28

RAVENHILL, 1989.

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pregado uma vez e ouvido por discípulos, discípulas e outras pessoas, em grandes e pequenos auditórios. Esses números não são verificáveis em todos os países, principalmente quando se trata da frequência aos cultos das igrejas em crescimento. Certamente são sermões bem preparados, sob oração, que fazem diferença na vida daqueles que os ouvem. Afinal de contas, a elaboração do sermão é uma das mais importantes tarefas de um ministro. Karl Barth, teólogo reformado suíço, considerado por muitos como o maior teólogo protestante do século XX, escreveu que quanto mais tempo passarmos com um sermão, mais ele nos falará e, também, à igreja29. Já Richard Baxter, líder puritano inglês, sacerdote e escritor do século dezessete, chamado “o chefe dos protestantes intelectuais da Inglaterra”, deixou aos pregadores uma exortação que permanece pelo curso dos séculos: “... preguem para si mesmos o sermão que têm em mente, antes de pregá-lo aos outros. Quando a sua mente tiver prazer nas coisas celestiais, outros o terão também. Então, as suas orações, os seus louvores e as suas doutrinas terão celestial dulçor para o seu povo. Este perceberá quando vocês passaram bastante tempo com Deus”30. A maturação de um sermão – que é muito mais do que gastar horas na preparação de uma pregação, ainda que isso seja fundamental –, pode começar muito antes de um pregador começar a escrevê-lo. Na verdade, para cada minuto que um pregador pretenda passar atrás do púlpito de sua igreja, ele deveria gastar uma hora em preparação. Uma das principais responsabilidades de um pastor é pregar fielmente todo o conselho da Palavra de Deus, explicando cuidadosamente o significado do texto e aplicando-o à vida daqueles que estão sob seus cuidados. Pregadores deveriam considerar a pregação como uma responsabilidade sagrada e dar seu melhor, tanto ao preparar como ao entregar um sermão. Entre os muitos benefícios da preparação antecipada de um sermão, destacaremos dois: A qualidade intelectual do sermão. Um pregador dedicado sempre se esforçará para trazer à tona o real significado da palavra pregada. Para isso, ele pesquisará seu texto, buscará referências – 29 BARTH, 2003. 30 BAXTER,1989.

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como comentários, dicionários e outros – e lançará mão de ilustrações fortes para fundamentar seus argumentos; A qualidade espiritual do sermão. Ouvi alguém dizer certa vez, sobre o cumprimento da missão da igreja sobre a face da terra, que: “Sem nós Deus não quer, e sem Deus nós não podemos”. Aplicando esse pensamento à pregação, afirmo que, por mais que a preparação intelectual de um pregador seja importante, ele não pregará um bom sermão a menos que esteja espiritualmente preparado. Em seu livro Pregação, Timothy Keller, pastor da Redeemer Presbyterian Church, de Nova York, escreveu sobre um importante aspecto da elaboração do sermão, que pode ser bom ou ruim, dependendo, em grande parte, dos dons e das habilidades do pregador: Entender o texto bíblico, extrair dele um esboço e um tema claros, elaborar um argumento convincente, enriquecê-lo com ilustrações tocantes, metáforas e exemplos práticos, analisando de motivações do coração e seus pressupostos culturais e fazendo aplicações específicas à vida real, todas essas coisas exigem um trabalho demorado. Preparar um sermão como esse exige horas de dedicação, e conseguir elaborá-lo e apresentá-lo de forma hábil exige anos de prática31. Mas Keller vai além, elevando a questão de um patamar meramente cognitivo para um mais sublime, o espiritual, ao explicar que: “Embora a diferença entre um mau sermão e um bom sermão seja sobretudo responsabilidade do pregador, a diferença entre uma boa pregação e uma pregação excelente depende principalmente da ação do Espírito Santo no coração do ouvinte bem como do pregador”32. Isso não significa que a possibilidade de Deus usar tanto uma pregação elaborada displicentemente quanto uma preparada cuidadosamente para tocar o coração dos ouvintes seja pretexto para o desleixo e a desatenção para com a maturação do sermão. Para João Calvino, “O Espírito está unido à palavra, porque, sem a eficácia do Espírito, a pregação do evangelho de nada adiantará, mas permanecerá estéril”33. E, também para ele, poder 31 32 33

KELLER, 2017. Idem. CALVINO, 1996.

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