Pegasus e o fogo do olimpo kate ohearn

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– Não perca este aqui. Vamos precisar de todos os peda-ços agora. Emily continuou montando Pegasus enquanto o grupo caminhava devagar entre os escombros que um dia foram o Olimpo. Em muitas ocasiões ela teve que desviar o olhar de cenas horríveis encontradas pelo caminho. Com os nervos à flor da pele, concentrou os olhos e os ouvidos para detectarem qualquer sinal dos Nirads, mas não viu nada, apenas destruição, e ouviu apenas o vento suave soprando. – Onde estão os Nirads? – Não sei – Diana respondeu olhando em volta –, mas isto me preocupa. Havia milhares deles aqui não muito tempo atrás. Temos que continuar alerta. Não acredito que já tenham partido. Avançando, chegaram ao local que fora o cenário da batalha mais feroz. No meio daquelas ruínas, Emily viu degraus altos que levavam ao que sobrara de um templo. Os grandes portões de metal no alto tinham sido arrancados das dobradiças e colocados nos degraus. Instintivamente ela reconheceu aquele lugar. – Este é o Templo do Fogo, não é? – perguntou, apontando as ruínas. Diana assentiu, mas não disse nada. Ela se ajoelhou ao lado do corpo de um Olímpico que tinha tombado, esticou a mão e acariciou gentilmente os cabelos pretos que cobriam um rosto ferido e ensanguentado. Lágrimas silenciosas escorreram por suas bochechas. Ao ver aquela mulher forte e confiante ajoelhada e chorando, Emily percebeu todos os sacrifícios que já tinham sido feitos. – É o seu irmão? – Joel perguntou. Diana fungou e assentiu com a cabeça. – É o Apolo. Ele era um guerreiro corajoso e honrado, e eu o amava muito. – Ela olhou em volta para os outros guerreiros mortos. – Todos eram muito corajosos. – Ele será vingado – Paelen falou determinado. – Prometo, Diana, que todos eles serão vingados. Os terríveis grunhidos dos Nirads sacudiram serenidade do lugar. Emily olhou para trás e seus olhos se arregalaram com a visão de centenas deles surgindo do nada e se aproximando. – Temos que correr! – Diana exclamou ao se levantar, afastar-se do irmão morto e ir rapidamente até Emily e Pegasus. – Agora é com você, criança. Você é a única esperança deste mundo. Seu sacrifício pode salvar todos nós. Compadeço-me com o que terá de enfrentar agora, mas juro que seu nome e seu sacrifício não serão esquecidos por nenhum Olímpico! Ela trouxe o rosto de Emily para perto de si e a beijou na bochecha. – Sua mãe ficará muito orgulhosa de você quando se encontrarem nos Campos Elísios. Lágrimas surgiram nos olhos de Emily no momento em que ela percebeu que a hora de sua morte havia chegado. Depois de apenas treze curtos anos, sua vida iria acabar na agonia do fogo em um mundo devastado. – Vá com Pegasus e Emily, Joel. Pegasus os levará até o Templo – Diana ordenou. – Paelen e eu faremos o possível para deter o máximo de Nirads que conseguirmos. – Ela olhou novamente para Emily. – Vá agora, criança, cumpra o seu destino! Emily nem teve tempo de se despedir de Paelen e Diana, pois Pegasus disparou. Joel teve que se esforçar para acompanhar e correr ao lado deles enquanto seguiam rumo ao Templo do Fogo. Quando chegaram nas escadas, Emily viu centenas ou talvez milhares de Nirads atacando seus companheiros. Diana jogou a cabeça para trás e soltou o grito de guerra mais alto que Emily já ouvira. Com Paelen ao seu lado, levantaram os afiados pedaços das rédeas douradas e atacaram a massa de Nirads que chegava. Já nos degraus, Pegasus hesitou. – Me leve até lá, Pegs – Emily falou suavemente enquanto as lágrimas rolavam de seus olhos. – Se eu não fizer isso agora, eles matarão você e o Joel. Me deixe fazer isso por você.


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