Diário do Rio Doce - Edição de 22/06/2014

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variedades

DIÁRIO DO RIO DOCE

3C Governador Valadares, domingo, 22 de junho de 2014

Riqueza de detalhes

FOTO: Divulgação

ANTÔNIA IZANIRA É COFUNDADORA DA AVL E TEM MUITA HISTÓRIA PARA CONTAR

por KESSY ALMEIDA, kessy@drd.com.br

GOVERNADOR VALADARES — Com a intenção de resgatar, dentro da Academia Valadarense de Letras (AVL), a biografia de figuras importantes para a construção da história de Governador Valadares, o DIÁRIO DO RIO DOCE traz hoje mais um capítulo da história de pessoas que marcaram a vida das pessoas por meio das palavras. A entrevistada de hoje é a primeira presidente e cofundadora da Academia. Antônia Izanira Lopes de Carvalho nasceu em Tauá (CE). Filha de mãe cearense e pai baiano, a escritora veio para Minas Gerais com 5 meses de idade. O pai, Flávio Lopes de Carvalho, considerado o boiadeiro do século no ano de 1941, percorreu a cavalo catorze estados brasileiros. “Todas as vezes que ele viajava trazia de presente para mim histórias em quadrinhos. Foi assim que comecei a gostar de ler e escrever”, explicou Antônia. A escritora passou doze anos em um internato na cidade de Teófilo Otoni, onde teve uma criação rígida e fechada. O interesse pelos livros começou cedo, quando as ocupações no colégio eram escassas. “No internato eu não tinha outra coisa para fazer além de jogar vôlei, bordar e ler”, contou. Aos 17 anos Antônia concluía seu período de ensino médio e ingressava em uma faculdade. Seus planos estavam traçados quando uma súbita mudança ocorreu. “Na época, eu queria prestar vestibular para História ou Direito.

Quando fui fazer a prova de redação, tirei a nota mais alta e aí o reitor da universidade me chamou para conversar e disse que não era para eu fazer nenhum desses cursos. Ele me convenceu a fazer Letras e disse que eu tinha nascido para escrever”, afirmou a professora. Antônia cursou a faculdade Letras Neolatinas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e fez a pós-graduação em Literatura Brasileira. Convidada em 1975 para estudar na França, onde morou por seis meses, Antônia fez Estilística e Civilização Francesa na Université Paris-Sorbonne. “A França foi minha escola. Quando cheguei lá, em 1975, me encontrei com grandes brasileiros que lecionaram na Sorbonne; o Fernando Henrique Cardoso era professor de Política; Celso Furtado era de Economia e o Darcy Ribeiro de Antropologia. Me encontrei com os três lá, eram figuras muito simples e muito admirados pelos alunos”, relatou a escritora, que só não morou por mais tempo no país devido às revoltas do período político que, segundo ela, acarretaram greve da Universidade. No mesmo ano em que voltou da França — convidada por seu professor Oscar Mendes Guimarães e pelo dr. Talmir Canuto Costa —, ajudou a fundar a AVL. “No início, os membros que faziam parte da Academia eram professores da Univale e muitas pessoas da área jurídica. Foi com dificuldades que chegamos ao que a Academia é hoje”, relembrou Antô-

nia. Com duas obras publicadas: “Portrait: Mitos de Mulher” e “Dissertação Planejada”, Antônia pretende lançar mais dois livros no mês de novembro. No estilo de escrever, Antônia contou que não restam dúvidas de que foi influenciada por muitos escritores, mas seu escritor favorito é Machado de Assis. “Quando era mais jovem, os escritores que me influenciaram foram os ‘românticos’; já como professora de universidade, foi Machado de Assis, escritor do período do realismo. Tenho um estilo mais enxuto de escrever, por causa de Machado, mas costumo ter umas nuances românticas”, afirmou. Ela relembra que fez uma crônica com estilo romântico, inspirada nos tempos de internato. “Eu ia de madrugada para o banheiro com um livro e um toco de vela na mão. Era proibido ler de noite, por isso eu ficava escondida. Um dia, eu deixei o livro cair e a irmã que vigiava o banheiro me descobriu. Mais tarde, escrevi uma crônica que conta que a irmã vigiava tudo ‘menos os raios prateados do luar que batiam em nossos lençóis, cheios de sonhos’. Eu me achei muito “romântica” nessa crônica”, disse. Para Antônia, a criação no internato foi essencial. “Aquilo que eu aprendi na juventude aproveitei na velhice durante os momentos mais críticos da minha vida”, explicou a professora, que já teve câncer. Hoje com 73 anos, Antônia Izanira é membro da AVL, ocupante da cadeira número 1 e tem como patrono o escritor José Martiniano de Alencar. FOTO: Jack Zalcman

ANTÔNIA IZANIRA foi a primeira presidente da AVL

Cantinho Literário Espaço aberto para a literatura estudantil

Meio ambiente A natureza é linda! A natureza é bela! Porém, temos que cuidar bem dela. Todos os dias abro a janela e vejo as borboletas fazendo piruetas. Os pássaros a cantar e os outros no ar. A natureza é linda!

A natureza é bela! Não há um verde tão lindo como o verde dela! Gabriel Campbel Oliveira Colégio Castelo Neves Barros (2º ano) Governador Valadares (MG)

(*) Uma parceria do DRD e do Instituto Psia Saiba como participar: www.institutopsia.org contato@institutopsia.org — Curadoria: Marcelo Rocha

Caipirinha tradicional Ingredientes 1 limão taiti com casca, lavado e sem as extremidades 2 colheres (sopa) de açúcar 5 cubos de gelo 50 ml de cachaça branca (prata)

Modo de preparo Com uma faca, corte o limão ao meio e tire o miolo. Corte em fatias finas e coloque em um copo baixo e pequeno. Acrescente o açúcar e macere com um

amassador. Adicione o gelo e a cachaça. Com uma colher misture de baixo para cima e sirva. Preparo: até 15 minutos Rendimento: 1 porção


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