Revista TN Petróleo

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opinião

Engenharia estratégica da confiabilidade & gestão de ativos produtivos, de Jorge L. Videira, da Reliasoft Brasil Ltda.

PETRÓLEO I GÁS I BIOCOMBUSTÍVEIS

Combustíveis: 118 bilhões de litros em 2012 Desafios offshore vão além do pré-sal Estaleiro STX Promar é inaugurado em Suape Ano XIV • jan/fev 2013 • Nº 87 • www.tnpetroleo.com.br

ESPECIAL: ONSHORE

O GÁS DA TERRA Parcerias e investimentos movidos a gás Independentes tentam superar desafios A polêmica em torno do gás de xisto Conteúdo local e projetos de capital em E&P, por Marco Amaral

Retrospectiva

Geração de eletricidade pelas ondas do mar, por Segen F. Estefen, Paula B. Garcia-Rosa, Eliab Ricarte, Paulo R. da Costa, Marcelo M. Pinheiro e Marcelo I. Lourenço

2012, o ano que não terminou

A evolução do mercado livre de gás natural, por Rosane Menezes Lohbauer e Rodrigo Machado Moreira Santos Projetos de P&D ligados à remediação de áreas impactadas por petróleo , por Olívia Maria Cordeiro de Oliveira e Antônio Fernando de Souza Queiroz Aspectos aduaneiros do planejamento logístico por Paulo Cesar Rocha

Entrevista exclusiva

Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq

Suporte local com padrão mundial


entrevista exclusiva

Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq

Foto: Ricardo Almeida

SUPORTE LOCAL COM PADRÃO MUNDIAL

por Maria Fernanda Romero

A Sotreq consolidou sua posição no mercado nacional com a expansão de seu território de atuação, depois de assumir o comando da Marcosa, empresa responsável pela comercialização de máquinas, equipamentos e serviços da Caterpillar no Nordeste.

PRESENTE EM 22 ESTADOS BRASILEIROS e com filiais espalhadas por 59 municípios – incluindo as principais capitais –, a empresa, que tem investido cada vez mais em setores emergentes, como petróleo, gás e energia, vê na expansão de seu território de atuação um leque de oportunidades não apenas para a Sotreq, como também para todos os seus clientes e parceiros de atuação nacional. “Com o novo território nossa cobertura se expande para mais de 80% da costa brasileira, o que permitirá aos nossos clientes suporte equalizado em todas estas regiões”, afirma Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq.

ENCERRAMOS 2012 COMO UM ANO DE RESULTADOS EXCEPCIO-

TN Petróleo – O mercado brasileiro de óleo e gás ainda continua sendo uma prioridade? Por quê? Gustavo Sepúlveda – Nunca deixamos de dar prioridade ao mercado brasileiro de óleo e gás. Com 71 anos de atuação, a Sotreq atende clientes desse mercado desde o início das atividades de exploração comercial de petróleo no país. A diferença é que nossos níveis de foco e investimento de recursos nessa área têm crescido muito nos últimos anos, alavancado sobretudo pelo volume crescente de negócios e demanda futura com que sempre trabalhamos para nos capacitar com antecipação. Há mais de 80 anos a Caterpillar fabrica motores que se tornaram referência mundial nos segmentos ligados à exploração e produção de óleo e gás, principalmente pela qualidade, robustez e confiabilidade exigidas e demonstradas nessas operações. Uma grande família de motores Caterpillar, comercializados e suportados pela Sotreq, equipam hoje no Brasil várias sondas de perfuração, plataformas de produção, sistemas de compressão de gás e outras aplicações em terra e no mar. A descoberta de grandes reservas de óleo no pré-sal e a enorme quantidade de equipamentos necessários à exploração, produção e apoio a essas operações, com exigência de conteúdo local crescente, vêm acelerando a demanda por mais motores, grupos geradores e seus sistemas auxiliares, o que tem nos levado a fazer mais investimentos.

NAIS. ISTO PORQUE NÓS CONSEGUIMOS SUPERAR NÃO SOMENTE NOSSAS METAS NUMÉRICAS, QUANDO MANTIVEMOS O CRESCIMENTO EM FATURAMENTO DA ORDEM DE 40% SOBRE O ANO ANTERIOR.

Como foi o ano de 2012 para a companhia neste setor? Encerramos 2012 como um ano de resultados excepcionais. Isto porque nós conseguimos superar não somente nossas metas numéricas, quando mantivemos o crescimento em faturamento da ordem de 40% sobre o ano anterior, mas também evoluímos a passos largos no que compete a nossos objetivos estratégicos. Nos mercados marítimo e de óleo e gás, nossos grandes projetos são de longa maturação, e nesse sentido 2012 foi excelente, pois encerramos o ano com ordens firmes que nos garantirão entregas até 2016. Quais as principais soluções que a Sotreq têm fornecido para este mercado? Com base na extensa linha de motores e grupos geradores Caterpillar e MaK, fornecemos equipamentos certificados e soluções customizadas para 16

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especial onshore

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esponsáveis por algo em torno de 8,9% da produção nacional de petróleo e 23,7% do gás natural extraído hoje, as bacias terrestres brasileiras acenam com um potencial inimaginável há pouco mais de 12 anos, quando começaram as licitações de blocos exploratórios para empresas nacionais e estrangeiras, findo o monopólio do petróleo no Brasil. Ainda que o pré-sal das bacias marítimas seja o grande atrativo para os investidores do mundo inteiro, o onshore brasileiro começa a ganhar destaque com o início da produção de gás natural – ainda que em fase de testes – do campo de Gavião Real, na Bacia de Parnaíba, no Maranhão. Operado pela brasileira OGX, do grupo EBX, este campo já está apto a entrar em produção comercial menos de três anos depois do início das atividades da petroleira nessa região, que hoje abriga blocos de majors como Petrobras e BP. De acordo com a OGX, já foi concluída a etapa de comissionamento da Unidade de Tratamento de Gás Natural (UTG) e a produção comercial se dará com a partida da Usina Termelétrica de Parnaíba (UTE Parnaíba), da MPX, empresa do mesmo grupo de Eike Batista. “O Complexo Parnaíba é um projeto inédito de produção de gás e geração de energia integrados”, frisa a companhia, que continua atenta a novas oportunidades de ampliação de seu portfólio, inclusive em novas fronteiras no Brasil. A previsão para este ano é dar continuidade à campanha exploratória na Bacia do Parnaíba – pretendem perfurar mais dez poços.

O GÁS DA TERRA Foto: Saulo Hideki, HRT

por Rodrigo Miguez

Foto: Cortesia HRT

Início da produção do campo de Gavião Real, na Bacia do Parnaíba, acordo entre Petrobras e HRT-TNK para desenvolver exploração e produção de gás natural na Amazônia, atividades exploratórias na Bacia do São Francisco e descobertas sinalizam uma novo momento do onshore brasileiro. Sem falar nos levantamentos sísmicos e estudos estratigráficos realizados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e atividades exploratórias encomendadas por pequenas e grandes petroleiras em bacias terrestres de Norte a Sul do país.

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na produção atual de gás natural em terra no Brasil.

PRODUÇÃO ONSHORE*

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Rodada terrestre

mil bpd *novembro 2012, fonte: ANP

Nos cálculos da OGX, a Bacia do Parnaíba tem reservatórios de 15 trilhões de pés cúbicos de gás, consagrando-se como uma nova fronteira exploratória tão importante por seu potencial de produção equivalente à metade do volume de gás que o Brasil importa hoje da Bolívia. Para a petroleira, as bacias terrestres têm alto potencial de produção, além de formar um portfólio completo e diversificado. A OGX obteve no ano passado a Licença de Operação para o início da produção e escoamento de gás natural nos dois campos. A produção do Campo de Gavião Real que estava programada para começar no quarto trimestre de 2012, ainda não teve início, já que a empresa ainda aguarda a partida da UTE Parnaíba. O campo de Gavião Azul ainda está em fase de desenvolvimento. A produção comercial de Gavião Real será destinada prioritariamente às termelétricas que serão construídas pela MPX em área próxima aos campos de gás. A companhia já possui Licença de Instalação para duas delas, com capacidade de geração de até 3.722 MW. Segundo a empresa, a produção bruta de gás poderá atingir até seis milhões de m3 de gás natural por dia em 2013, o que vai significar um aumento de 40%

A tão esperada 11ª rodada de licitações da ANP, prevista para maio, reforça a expectativa de que o Brasil esteja entrando em uma nova onda onshore, com foco no gás natural e, obviamente, no petróleo. Isso porque boa parte dos blocos exploratórios que estarão sendo oferecidos deve se situar em bacias terrestres, como sinalizou por diversas vezes a diretora geral da agência, Magda Chambriard, ao destacar o enorme potencial ‘ainda inexplorado’ de óleo e, principalmente, gás natural, nas bacias onshore brasileiras. Já antecipando o cenário para os próximos anos, a diretora da ANP afirmou que irá dar prioridade na oferta de blocos nas bacias terrestres na 12ª rodada de licitações, que deverá acontecer em 2014, devido principalmente ao grande potencial de gás natural nessas áreas. Segundo ela, se for descoberto um grande volume de reservas, o que é bem possível de acordo com os estudos da agência, os preços do gás natural no Brasil poderão ser reduzidos à metade. O trabalho da agência nas bacias terrestres de nova fronteira foi detalhado na Rio Oil & Gas 2012, no painel ‘Fronteiras exploratórias terrestres no Brasil’, apresentado pela superintendente de Definição de Blocos da ANP, Eliane Petersohn. Segundo ela, levantamentos em áreas tão distintas quanto o Acre e o interior do Paraná, ou o interior da Bahia e a região amazônica do Mato Grosso já apresentam indicativos positivos da possibilidade de existência de óleo e gás.

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Foto: Cortesia Shell

offshore

Unidades de produção offshore no Brasil CEARÁ: 9 fixas POTIGUAR: 29 fixas SERGIPE-ALAGOAS e CAMAMU e ALMADA: 26 fixas e 1 FPSO ESPÍRITO SANTO: 2 fixas e 8 FPSOs (P-58 em 2014) CAMPOS: 22 FPSOs (P-62 em 2014; P-63 em 2013), 2 FSOs, 1 FPU, 1 TLWP (P-61 em 2013), 17 semissub, 3 UMS/ semissub, 14 fixas

DESAFIOS OFFSHORE vão além do pré-sal

SANTOS: 8 FPSOs (contato com a entrada de operação do Cidade de São Paulo, além de 8 replicantes e 4 para a Cessão Onerosa), 1 semissub, FSO e 2 fixas.

por Karolyna Gomes

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exploração e produção offshore de petróleo e gás em águas profundas dependem cada vez mais de tecnologias e soluções que garantam maior segurança e eficiência operacional e aumento da produtividade, seja no pós e pré-sal ou no Ártico. Razão pela qual a Petrobras anunciou, em julho de 2012, o Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos

Com produção crescente de petróleo e gás natural no Brasil, as petroleiras buscam tecnologias que aumentem o desempenho de seus programas exploratórios. Seja para recuperação de hidrocarbonetos ou mesmo para aumentar o ciclo de vida de instalações offshore, os investimentos focam o monitoramento de informações, novo design de equipamentos, construção de poços, caracterização de reservatórios, além de uma atenção especial às bacias maduras, que, no cenário global, representam a maior parte das bacias produtoras. 34

(Proef), que visa recuperar a produtividade da região que responde hoje por cerca de 80% da produção nacional e que demandará investimentos de mais de US$ 5,6 bilhões nos próximos anos. Em um cenário mundial em que quase todas as bacias produtoras são maduras, aumentar o índice de recuperação de hidrocarbonetos é um dos grandes desafios da indústria de óleo e gás. O tema se mostrou mais do que relevante na programação técnica da última Rio Oil & Gas, que trouxe o debate para distintos painéis. Na ocasião, Shell, Statoil e Petrobras – esta última representada por pesquisadores do Centro de Pesquisa Leopoldo Miguez de Melo (Cenpes) – apresentaram cases sobre revitalização de campos maduros offshore. Apresentando projetos desenvolvidos no Mar do Norte, Trond Stokka Meling, vice-presidente Subsea e de Engenharia Marítima da Statoil, destacou o uso de distintas tecnologias que possibilitou à empresa aumentar de 30% para 50% o índice de recuperação de petróleo em alguns campos, nos últimos anos. “Apesar de alcançar esse número considerável, nossa meta é chegar a 60%”, salientou, afirmando que isso demandará novos métodos, “como a sísmica 4D para monitoramento e melhor entendimento de reservatórios e maior eficácia na escolha dos locais para perfuração de novos poços”. O ciclo de vida de instalações, como plataformas e equipamentos utilizados nelas, também está entre os desafios. “Além de renovar desenhos e produzir equipamentos mais leves, estamos atentos à questão da manutenção, que é fundamental

para ampliar a vida útil e reduzir os custos de produção.”

Recuperação alta em Bijupirá & Salema Osman Tosun, gerente de Desenvolvimento dos campos Bijupirá & Salema, na Bacia de Campos, detalhou algumas tecnologias utilizadas nessas concessões operadas pela Shell, a primeira companhia estrangeira a produzir petróleo no país. “Hoje produzimos 20 mil barris por dia em Bijupirá & Salema. Desde o início de sua operação, considerando o projeto piloto, já foram extraídos 120 milhões de barris”, assegura ele. Mas os campos que, segundo Tosun, estão na metade de sua vida útil, já começaram a apresentar queda de produção, e os reservatórios se apresentaram mais complexos do que o imaginado. “Havia uma quebra de água nos poços além de outros problemas, como a mistura da água de formação e de injeção. Isso demandou observação e melhoria nos processos.” Dentre as soluções adotadas pela petroleira para a perfuração de novos poços, está a sísmica 4D, que possibilita o monitoramento e reavaliação de informações. “Na fase de planejamento para 2013, junto com a Petrobras [que detém 20% da concessão], estamos avaliando perfurar mais quatro poços”, explicou, visando atenuar a curva de declínio da produção. Para o executivo, o conhecimento do reservatório é muito importante. “Analisar o registro de poços abandonados, o comportamento do reservatório, a pressão. Tudo isso deve ser considerado na análise de um poço maduro”, afirma, afiançando que a empresa já conseguiu

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retrospectiva 2012

Em um ano marcado pela posse de Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras e queda das ações das maiores companhias petrolíferas brasileiras, muitos assuntos ficaram pendentes para 2013, como a decisão sobre a redistribuição dos royalties, que teve o veto da presidente Dilma e aguarda decisão final da Câmara dos Deputados. Também ficou para 2013 a décima primeira rodada de licitações, que depois de quatro anos será realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em maio, deixando o mercado de petróleo e gás com a expectativa de por Rodrigo Miguez que as coisas vão começar a andar no setor. 40

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Janeiro DESCOBERTA DE ÓLEO LEVE E GÁS NO CAMPO DE GOLFINHO – No segundo dia do ano, a Petrobras descobriu óleo leve e gás após a perfuração do poço 4-GLF31-ESS, informalmente denominado ‘Tambuatá’. Localizado a 74 km da costa, o poço está situado a 7 km do FPSO Cidade de Vitória, na porção leste do Campo de Golfinho, em a 1.520 m de profundidade. O empreendimento faz parte do Projeto Varredura, direcionado ao programa de antecipação da produção em novas descobertas próximas a sistemas de produção já implantados, o Planóleo.

Foto: Divulgação IMPSA

Foto: Divulgação STX

Foto: Divulgação ANP

Foto: Divulgação OGX

Foto: Agência Petrobras

Foto: Agência Petrobras

2012,

O ANO QUE NÃO TERMINOU

PETROBRAS VAI TER PRIMEIRO TERMINAL OCEÂNICO – A Petrobras fechou contrato com a empresa Tanker Pacific Offshore Terminals (TPOT) para uma Unidade Offshore de Transferência e Exportação (Uote), orçada em US$ 500 milhões, com capacidade para armazenar dois milhões de barris de petróleo. A estrutura contará com um navio fixo, de grande porte, instalado a 80 km de Macaé, no Norte Fluminense, que poderá ser abastecida simultaneamente por dois navios, e seu sistema de válvulas permitirá a reversão de fluxo do óleo entre os navios. O novo terminal será instalado em local com 70 m de

profundidade e seu sistema de boias per mitirá que os navios fiquem atracados à embarcação fixa para receber o óleo. ANGOLANA ANUNCIA DESCOBERTA NO PRÉ-SAL DA BACIA DE CAMPOS - A Sonangol Starfish descobriu indícios de petróleo no pré-sal da Bacia de Campos, no bloco C -M-622. A empresa informou à ANP que encontrou indícios de petróleo em dois reservatórios com a perfuração de apenas um poço, o 6STAR24PRJS, nas profundidades de 4.700 m e 5.200 m, segundo informações da companhia. O poço foi denominado ‘Gaivota’. TN Petróleo 87

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suplemento especial

Congresso Brasileiro de Oceanografia - CBO 2012

Um mar a explorar

racionalmente

Responsável por 90% da produção de petróleo e 76,7% da de gás natural no Brasil, a chamada Amazônia Azul – o mar ao longo de 8,5 mil km da costa brasileira – e suas riquezas foram o centro dos debates do V Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO 2012), que recebeu um público por Karolyna Gomes de 2.100 pessoas.

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xploração de petróleo em águas profundas, pesca, projetos de preservação, sistemas costeiros, segurança da navegação em portos foram alguns dos temas do CBO 2012, realizado pela primeira vez no Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 16 de novembro de 2012. O evento, que acontece a cada dois anos, reuniu especialistas de instituições de ensino e pesquisa brasileiras e latino-americanas, profissionais ligados a órgãos ambientais e setoriais, iniciativa privada e organizações não governamentais. 70

Números da CBO Palestras: 27; Minicursos: 21; Workshops: 18; Expositores: 36; Trabalhos científicos apresentados: 1.370 Realizado no Centro de Convenções SulAmérica, o encontro visa estreitar as relações entre academia e iniciativa privada, com foco em um verdadeiro manancial de riquezas e conhecimento: o mar. As diversas atividades desenvolvidas ao largo

dos 8.000 km da costa brasileira, da pesca à exploração de petróleo e gás, foram temas de workshops, palestras, minicursos e apresentações de trabalhos técnico-científicos. “Realizar o CBO no Rio de Janeiro, que destaca a importância do oceanógrafo para o desenvolvimento sustentável, é fundamental, pois aqui se encontra um dos principais mercados para esses profissionais”, destacou a presidente da Associação Brasileira de Oceanografia (Aoceano), Maria Inês Freitas dos Santos.

Cristina Pinho, gerente executiva de serviços da área de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, afirmou que a oceanografia tem dado apoio a importantes trabalhos da companhia, como a perfuração, contingência, licenciamento ambiental e planos de emergência, nas bacias marítimas de Santos, Campos, Espírito Santo, Camumu-Almada, Jequitinhonha, Sergipe e Alagoas e Potiguar. Mesmo com a crescente importância do monitoramento marinho para mitigar impactos gerados pelas atividades econômicas desenvolvidas na costa, desenvolvendo uma atuação integrada da oceanografia com processos produtivos no país, especialistas chamaram a atenção para uma melhor estruturação do governo, empresas privadas e academia.

Norte e Nordeste o melhor aproveitamento vem das marés. Uma das ideias para auxiliar nas definições é a edição de um atlas, com mapeamento das condições da costa. Outra necessidade é a identificação dos usuários, que podem ser, por exemplo, comunidades isoladas e carentes de energia, colônias de pescadores, unidades militares, portos, iluminação pública de praias, as plataformas de petróleo ou, ainda, o uso industrial que envolve até mesmo a dessalinização de água e seu uso na própria indústria ou na agricultura. “Com o pré-sal e a exploração em plataformas a até 200 km do litoral, a ideia de instalarmos fazendas geradoras de energia com as marés é extremamente apropriada”, defende.

Satélites detectam manchas de óleo causadas por fenômeno geológico

Energia das marés pode abastecer plataformas Nas unidades marítimas, a energia elétrica é aproveitada para iluminação, sistemas de comunicação e equipamentos, como bombas e aquecedores. Para produzir eletricidade, as plataformas dispõem de tecnologias de última geração, como turbinas a gás e motores a diesel e, em alguns casos, motores a vapor. Mas tudo indica que o uso de energias alternativas pode entrar em campo. A instalação de dispositivos offshore geradores de energia a partir das marés é uma possibilidade palpável para plataformas de petróleo ou em ilhas, afirma Segen Farid Estefen, professor titular de Estruturas Oceânicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, que ministrou a palestra “Energias renováveis e sustentabilidade nos oceanos”. Segundo Segen, o Brasil está entre os principais players do setor de geração a partir das ondas e marés marítimas. “Ao contrário do que acon-

teceu na eólica, neste caso estamos na linha de frente. Estamos entre os 30 países no desenvolvimento e entre os dez que já desenvolveram protótipos para testes.” Mesmo assim, ele reconhece que há muito a fazer. “Estamos no estágio da energia eólica de há 20 anos. A diferença é que o Brasil está dentro do processo como gerador da energia e não apenas como usuário”, disse. Para o professor, a energia dos mares ainda demanda estudos e aportes tecnológicos para se tornar competitiva, como fonte complementar às demais energias renováveis, de forma integrada. De acordo com Rafael Malheiro, pesquisador da Coppe, há estudos em andamento para definir as áreas apropriadas para instalação de unidades geradoras em todo o país. As características das regiões Sul e Sudeste permitem melhor utilização da energia a partir das ondas. Já no

O projeto de detecção por satélites de manchas de óleo na superfície marinha – chamadas exsudações – foi apresentado por Fernando Pellon, gerente de geoquímica do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo M. de Melo (Cenpes). A tecnologia instalada na incubadora da Coppe-UFRJ, denominada ‘modelagem inversa’, detecta as manchas e recria o caminho do óleo que, em geral, escapa por fissuras no leito do oceano, causadas quase sempre por pequenos terremotos, e chega até a superfície. “Nossa expectativa é boa porque existem vários satélites novos a serem lançados, aumentando a disponibilidade deles no espaço. A tendência é que o sensoriamento remoto de óleo no mar se aperfeiçoe cada vez mais”, explica Pellon. Com o auxílio de dados de satélite é possível inferir se a mancha é decorrente de vazamento de navio ou de plataforma de petróleo. “No Golfo do México existe esse fenômeno permanentemente. Este trabalho tem sido importante para que possamos testar esses sensores para detecção de óleo e, com a colaboração das companhias detentoras dos dados, es

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Paço Imperial para os Niemeyer por Orlando Santos

Coisas do destino. Idealizada para ser uma homenagem à galerista e arquiteta Anna Maria Niemeyer, falecida em junho de 2012, a exposição que se encontra no Paço Imperial

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acabou ganhando a participação do seu pai, Oscar Niemeyer, que faleceu dias antes da

Paço Imperial Praça XV de Novembro, 48 Centro - Rio de Janeiro de terça a domingo, das 12h às 18h Entrada franca 114

Affonso Vianna Junior Alexandre Castanhola Gurgel André Gustavo Garcia Goulart Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira Bruno Musso Colin Foster David Zylbersztajn Eduardo Mezzalira Eraldo Montenegro Flávio Franceschetti Francisco Sedeño Gary A. Logsdon Geor Thomas Erhart Gilberto Israel Ivan Leão Jean-Paul Terra Prates João Carlos S. Pacheco João Luiz de Deus Fernandes José Fantine Josué Rocha

Um mar a explorar racionalmente

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Fotos: Divulgação

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ANNA MARIA NIEMEYER, UM CAMINHO

CONSELHO EDITORIAL

Coffee Break

coffee break

abertura do evento.

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Congresso Brasileiro de Oceanografia - CBO 2012

Desenhos inéditos do arquiteto, além de móveis assinados pela dupla, enriqueceram ainda mais a mostra. O diretor do Paço e curador da exposição, Lauro Cavalcanti, informa que há trabalhos que nunca foram vistos, como desenhos sobre política, arquitetura e temas que ele, Oscar, adorava, como mulheres e o Rio de Janeiro. Três salas são ocupadas por Niemeyer pai. Anna Maria Niemeyer, um caminho ocupa dois andares inteiros do prédio, onde estão cerca de 300 itens, entre obras de quase 60 artistas, documentos e projeções. A seleção do curador procurou ser abrangente, elegendo alguns artistas para salas individuais, como Jorge Guinle, lançado pela galerista em junho de 1980, Victor Arruda, Beatriz Milhazes, Eliane Duarte, Efrain Almeida, Jorge Duarte e Oscar Niemeyer. Esses artistas foram os que mais expuseram na galeria da Gávea ou que tiveram contato mais estreito com Anna Maria. O curador contou com a consultoria de Hello Portocarrero e Leonor Azevedo, assessora de longa data da galerista para este evento.

Os trabalhos reunidos nessa exposição pertenceram, em sua maioria, à coleção pessoal da galerista; outros tiveram sua compra intermediada por ela e alguns foram cedidos pelos próprios criadores. Esta é a única oportunidade de apreciar o caminho visual de Anna Maria em um mesmo local, já que sua coleção tomará destinos diversos. Em 35 anos, sua galeria exibiu 240 artistas em 365 mostras. Por limites de tempo e espaço, nem todos foram contemplados com obras em exposição, mas estão presentes em projeções. Há também uma sala destinada a itens documentais da história de Anna. Obras de Oscar Niemeyer abrem o segundo andar – desperta a atenção do público um desenho de 1931, em que o arquiteto retrata a recém-nascida Anna. Nesta época, ele assinava seus trabalhos como Oscar Filho –, que termina com a instalação de Fatima Villarin. Como conselheira de programação do Paço, Anna Niemeyer concebeu e realizou a mostra A caminho de Niterói, da coleção João Sattamini, com curadoria de Victor Arruda. A exposição foi essencial na mudança de patamar do centro cultural

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no início dos anos 1990, e para alavancar o processo de construção do Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói, através da demonstração da importância daquele conjunto de arte, até então desconhecido do público.

LISTA DOS ARTISTAS DA EXPOSIÇÃO (ORDEM ALFABÉTICA)

Paço Imperial para os Niemeyer

Luiz B. Rêgo Luiz Eduardo Braga Xavier Marcelo Costa Márcio Giannini Márcio Rocha Melo Marcius Ferrari Marco Aurélio Latgé Maria das Graças Silva Mário Jorge C. dos Santos Maurício B. Figueiredo Nathan Medeiros Paulo Buarque Guimarães Roberto Alfradique V. de Macedo Roberto Fainstein Ronaldo J. Alves Ronaldo Schubert Sampaio Rubens Langer Samuel Barbosa

Ana Elisa Niemeyer, Anna Maria Maiolino, Anna Maria Niemeyer, Beatriz Milhazes (6), Bet Katona, Caetano de Almeida, Camille Kachani, Carlos Scliar, Carlos Zilio, Chico Cunha, Cristina Canale, Cristina Salgado, Delson Uchôa, Deneir, Edmilson Nunes, Efrain Almeida, Eliane Duarte, Evany Fanzeres, Farnese de Andrade, Fatima Villarin, Firmino Saldanha, Francisco Galeno, Gastão Manoel Henrique, Iclea Goldberg, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Ivens Machado, Jadir Freire, Jeannette Priolli, João Carlos Goldberg, João Magalhães, Jorge Duarte (2), Jorge Guinle (5), José Patríco, Katie Van Scherpenberg (1), Luciano Figueiredo, Luiz Alphonsus, Luiz Ernesto, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Manfredo de Souzanetto, Marcos Cardoso, Marcos Coelho Benjamin, Mario Azevedo, Mario Cravo, Mauricio Bentes, Monica Barki, Monica Sartori, Nelson Leirner, Niura Bellavinha, Oscar Niemeyer, Paulo Pasta, Quirino Campofiorito, Ricardo Ventura, Rodrigo Andrade, Rosa Oliveira, Sante Scaldaferri, Toyota, Victor Arruda (3 e 4).

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artigos 14 Conteúdo local e projetos de capital em E&P, por Marco Amaral 82 Estabelecendo uma cultura rigorosa de saúde e segurança, por Nick Stocker 83 Colaboração promove organização, redução de custo e riscos, por Marcus Granadeiro

84 Geração de eletricidade pelas ondas do mar, por Segen F. Estefen, Paula B. GarciaRosa, Eliab Ricarte, Paulo R. da Costa, Marcelo M. Pinheiro e Marcelo I. Lourenço

88 Um feliz encontro e as contradições do Brasil, por João Guilherme Sabino Ometto 108 A evolução do mercado livre de gás natural, por Rosane Menezes Lohbauer e Rodrigo Machado Moreira Santos

110 Projetos de P&D ligados à remediação de áreas impactadas por petróleo, por Olívia Maria Cordeiro de Oliveira e Antônio Fernando de Souza Queiroz

112 Aspectos aduaneiros do planejamento logístico, por Paulo Cesar Rocha

Ano XIV • Número 87 • jan/fev 2013 Foto: Saulo Hideki, HRT e Ricardo Almeida opinião

Engenharia estratégica da confiabilidade & gestão de ativos produtivos, de Jorge L. Videira, da Reliasoft Brasil Ltda.

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ESPECIAL: ONSHORE

seções 2 editorial 4 hot news 8 indicadores tn 60 eventos 68 perfil profissional 71 caderno de sustentabilidade 90 pessoas

96 perfil empresa 98 produtos e serviços 114 feiras e congressos 116 fino gosto 118 coffee break 120 opinião

O GÁS DA TERRA Parcerias e investimentos movidos a gás Independentes tentam superar desafios A polêmica em torno do gás de xisto Conteúdo local e projetos de capital em E&P, por Marco Amaral

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2012, o ano que não terminou

A evolução do mercado livre de gás natural, por Rosane Menezes Lohbauer e Rodrigo Machado Moreira Santos Projetos de P&D ligados à remediação de áreas impactadas por petróleo , por Olívia Maria Cordeiro de Oliveira e Antônio Fernando de Souza Queiroz Aspectos aduaneiros do planejamento logístico por Paulo Cesar Rocha

Entrevista exclusiva

Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq

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editorial

É pagar pra ver!

O

ano se encerrou deixando uma sensação de muita coisa inacabada em 2012, no qual o país amargou um PIB pífio, em função, entre outros fatores, da desvalorização do real, o que criou a expectativa de que, em 2013, a agenda da economia e do setor de petróleo e gás seja mais vigorosa. A começar pela definição da norma sobre a regulamentação para a execução das atividades de Certificação de Conteúdo Local. No dia 11 de janeiro, a ANP anunciou que vai promover uma audiência pública para gerar subsídios para a redação final da resolução que substituirá a de n. 36, de 13/11/ 2007, que estabeleceu as regras até agora vigentes – tal fato se deu um dia depois de a presidente Dilma Rousseff ter assinado a autorização para que a realização da 11ª Rodada de Licitações (e o cancelamento da oitava rodada, realizada em 2006 e suspensa pela Justiça). Com isso, parece que finalmente vai se realizar o leilão engavetado por mais de quatro anos (o último aconteceu em dezembro de 2008), apenas com blocos terrestres – fato inédito até então. Com menos da metade dos blocos arrematados (54 dos 130 ofertados) e a segunda menor arrecadação da história desde 1999 (R$ 89,4 milhões, inferior apenas ao da 5a rodada, em 2003, primeiro ano do governo Lula). Como a rodada do pré-sal ainda não foi autorizada, embora esteja prevista para esse ano, a expectativa é de que boa parte dos blocos oferecidos nesse leilão seja em bacias terrestres e em novas fronteiras onshore e offshore. E deve atrair muitos interessados, até mesmo pela onda exploratória onshore dos últimos anos, capitaneada sobretudo pelos estudos e levantamentos feitos pela própria ANP e que indicam o grande potencial brasileiro para o gás, como veremos na reportagem de capa desta edição. Um alento para o setor de óleo e gás, que ainda se ressente de licitações canceladas (as das sondas, entre outras), de projetos em avaliação que não resultaram em novas demandas e com o posicionamento da principal demandante do setor, a Petrobras, de usar seu poder de compra para negociar de forma mais dura preços e prazos. A petroleira brasileira, por sua vez, fecha o ano sem acréscimos expressivos nas suas reservas e queda na produção de petróleo, a despeito dos recordes na extração de gás natural e da participação crescente do pré-sal, que já contribui com mais de 11% do volume total de óleo produzido no país. O gás foi o energético que gerou as boas notícias do ano, chegando a uma produção nacional recorde de 73,3 milhões de m3 em novembro de 2012. Como o ano começa efetivamente apenas depois do Carnaval, não dá para fazer projeções ou especulações sobre o que nos reserva 2013. É pagar pra ver! E esperar que valha a pena, pois o Brasil precisa crescer, de forma sustentável, e não pontualmente.

Benício Biz Diretor executivo da TN Petróleo

Rua do Rosário, 99/7º andar Centro – CEP 20041-004 Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel/fax: 55 21 3221-7500 www.tnpetroleo.com.br tnpetroleo@tnpetroleo.com.br DIRETOR EXECUTIVO Benício Biz - beniciobiz@tnpetroleo.com.br DIRETORA DE NOVOS NEGÓCIOS Lia Medeiros (21 8241-1133) liamedeiros@tnpetroleo.com.br EDITORA Beatriz Cardoso (21 9617-2360) beatrizcardoso@tnpetroleo.com.br EDITOR DE ARTE, CULTURA E GASTRONOMIA Orlando Santos (21 9491-5468)

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REPÓRTERES Maria Fernanda Romero (21 8867-0837) fernanda@tnpetroleo.com.br Rodrigo Miguez (21 9389-9059) rodrigo@tnpetroleo.com.br Karolyna Gomes (21 7589-7689) karolyna@tnpetroleo.com.br RELAÇÕES INTERNACIONAIS Dagmar Brasilio (21 9361-2876) dagmar.brasilio@tnpetroleo.com.br DESIGN GRÁFICO Benício Biz (21 3221-7500) beniciobiz@tnpetroleo.com.br

REVISÃO Sonia Cardoso (21 3502-5659) DEPARTAMENTO COMERCIAL José Arteiro (21 9163-4344) josearteiro@tnpetroleo.com.br Bruna Guiso (21 7682-7074) bruna@tnpetroleo.com.br Luiz Felipe Pinaud (21 7861-4828) l.felipe@tnpetroleo.com.br

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DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados. Filiada à ANATEC Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.


editorial

EAS: fazendo o futuro acontecer, em ritmo acelerado. Com uma planta naval de quarta geração, o Estaleiro Atlântico Sul demonstra a capacidade e a grandeza da indústria naval brrassilleira, atuando simultaneamente na construção de navios petrolleiiroos, navioss-sonda e plataformas de petróleo.

23/11/12 - Lançamento do navio petroleiro Zumbi dos Palmares

17/12/12 – Saída da plataforma P-62 do dique seco com todos os módulos instalados

24/11/12 - Entrada da plataforma P-62 no dique seco

22/12/12 – Batimento de quilha do navio petroleiro Dragão do Mar

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hot news

Sapinhoá inicia produção comercial

Segundo a estatal, o ‘megacampo’, com volume recuperável total estimado em 2,1 bilhões de barris de petróleo, de acordo com o cronograma do Plano de Negócios 2012-2016, estava previsto para iniciar produção no dia 13 de janeiro. A unidade, do tipo FPSO (unidade que produz, armazena e transfere petróleo), está ancorada a 2.140 m de profundidade, a 310 km da costa, e tem capacidade para processar, diariamente, 120 mil barris de petróleo e 5 milhões de m3 de gás. O poço 1-SPS-55, o primeiro a ser interligado à plataforma, tem potencial de produção superior a 25 mil barris de petróleo por dia. Essa produção, entretanto, ficará restrita a cerca de 15 mil barris por dia, até que sejam concluídas as ações de comissionamento dos sistemas para processamento e reinjeção do gás natural, com duração prevista de 90 dias. O petróleo produzido, de média densidade (30º API) e de elevada qualidade, será escoado por navios aliviadores. O escoamento da parcela do gás não utilizado para reinjeção no campo será feito pelo gasoduto Sapinhoá-Lula-Mexilhão

Foto: Agência Petrobras

Com a entrada em operação do navio-plataforma Cidade de São Paulo, na manhã do dia 5 de janeiro, o campo de Sapinhoá, localizado no bloco BM-S-9, no pré-sal da Bacia de Santos, começou a produzir com oito dias de antecedência.

até a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), localizada em Caraguatatuba, no litoral paulista. Outros dez poços (cinco produtores e cinco injetores) serão interligados à plataforma ao longo dos próximos meses. A previsão é que o pico de produção, de 120 mil barris de petróleo por dia, seja atingido no primeiro semestre de 2014. O Plano de Desenvolvimento do campo prevê, ainda, uma

segunda plataforma: o FPSO Cidade de Ilhabela, cujo casco está em fase de conversão, e terá capacidade para 150 mil barris por dia de petróleo e 6 milhões de m 3 /dia de gás. A previsão é que entre em operação no segundo semestre de 2014. O bloco BM-S-9 é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a BG E&P Brasil Ltda (30%) e a Repsol Sinopec Brasil S/A. (25%).

A Petrobras detectou a presença de hidrocarbonetos através da perfuração na região do cluster de Tupi, na Bacia de Santos, onde foram feitas as maiores descobertas do pré-sal até agora. A região em questão é denominada Tupi Sul. A descoberta, notificada à ANP em 4

TN Petróleo 87

Ilustração: Agência Petrobras

Indícios de hidrocarbonetos em Tupi Sul janeiro deste ano, foi no poço 4BRSA1047RJS, em lâmina d’água de 2.182 m. Segundo a agência reguladora, a notificação indica apenas a presença de indícios de hidrocarbonetos, que pode não se constituir em uma acumulação comercial.


Pelo décimo quarto ano consecutivo, a TN Petróleo e a T&B Petroleum estarão presentes no Pavilhão Brasil da 44ª edição da Offshore Technology Conference/ OTC 2013, a se realizar nos dias 6 a 9 de maio, em Houston (Texas/ EUA). Organizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e pela Organização Nacional do Petróleo (Onip), o espaço vai reunir em uma área de 550 m², cerca de 36 empresas dos mais diversos setores da cadeia

produtiva da indústria do petróleo brasileira, além do IBP, Onip, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Há mais de dez anos marcando presença em Houston, nossa equipe estará lá para garantir a melhor cobertura jornalística da OTC e registrar a participação brasileira na maior feira mundial de petróleo offshore.

Abemi de casa nova A Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) inaugurou em dezembro de 2012 a nova sede da entidade, em São Paulo, em evento que reuniu cerca de cem convidados, entre diretores da entidade e executivos das empresas associadas. Também prestigiaram a Abemi representantes da Petrobras, como a gerente executiva da área Corporativa da Diretoria de Engenharia, Tecnologia e Materiais (ETM), Renata Baruzzi, e o gerente geral ETM-Corporativo/Serviços Técnicos, Paulo Fernando Gomes de Barros Cavalcanti. A sede permanece na avenida Paulista, no mesmo prédio de número 2.006, mas agora a entidade ocupa o 15º andar do edifício. O novo espaço oferece infraestrutura completa para o desenvolvimento das ações da entidade, contando, entre outras funcionalidades, com auditório com capacidade para cem pessoas, três salas de reunião, sendo uma plenária para 30 pessoas.

Em breve apresentação aos convidados, o presidente da Abemi, engenheiro Antônio Müller, destacou o crescimento da entidade em números e relevância. “Hoje somos a principal representante da engenharia no setor de óleo e gás”, disse, lembrando que Abemi conta hoje com 140 associadas que, juntas, somam US$ 45 bilhões em receita bruta. Segundo o dirigente, o objetivo por trás da implantação da nova sede, mais ampla e com modernas instalações, é dar condições para que todas as atividades possam ser realizadas em espaço único – sejam as reuniões dos Grupos de Trabalho e da diretoria, sejam as palestras e cursos para os profissionais das associadas.

O navio de produtos Rômulo Almeida foi entregue no último dia 17 de janeiro à Transpetro. A embarcação, construída no Estaleiro Mauá, é a 4ª do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a iniciar as operações. Com 183 m de comprimento e capacidade para 56 milhões de litros de combustíveis, o navio será usado para o transporte de derivados claros de petróleo, como gasolina e diesel. Foto: Renata Mello/Transpetro

Brasil na OTC 2013

Rômulo Almeida inicia operações

Este será o primeiro navio brasileiro com duas mulheres no comando. A paraense Hildelene Lobato Bahia, que será a comandante, foi a primeira mulher brasileira a atingir o posto mais alto da hierarquia da Marinha Mercante. A carioca Vanessa Cunha será sua imediata. Com investimento de R$ 10,8 bilhões na encomenda de 49 embarcações, o Promef garantiu as bases para o ressurgimento da indústria naval brasileira, permitindo a abertura de novos estaleiros e a modernização dos estaleiros existentes. O Brasil já tem a quarta maior carteira de encomendas de navios do mundo. O setor, que chegou a ter menos de dois mil trabalhadores na virada do século, emprega hoje mais de 60 mil pessoas. TN Petróleo 87

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hot news

Karoon inicia perfuração do primeiro poço de exploração no Brasil A Karoon Petróleo e Gás Ltda. iniciou em 28 de dezembro de 2012 sua primeira operação de perfuração no Brasil no poço Kangaroo, localizado entre os blocos S-M-1101 e S-M-1165, na Bacia de Santos, na costa de Santa Catarina. O poço está sendo perfurado pela plataforma tipo semissubmersível Blackford Dolphin. Este é o primeiro de três poços de exploração que a empresa fará nos cinco blocos que possui no Brasil: S-M-1101, S-M-1102, S-M-1037, S-M-1165 e S-M-1166. Os blocos da petroleira na Bacia de Santos estão localizados a 112 km da costa catarinense, a 400 m de profundidade e ocupam uma área de 865 km2. A Bacia de Santos tem se consolidado recentemente como área de inúmeras descobertas de óleo e se torna uma região de cada vez maior interesse exploratório – em blocos com características semelhantes

Semissub Blackford Dolphin aos da Karoon, foram descobertos campos como os de Merluza, Mexilhão e Caravela. A Karoon estima um potencial de até 400 milhões de barris de petróleo em cada um dos três poços brasileiros. Esta primeira fase tem duração prevista entre seis e nove meses – em seguida, a Karoon dará início a um plano de avaliação da área, com base nas

informações levantadas nos poços estudados. Ao longo dos últimos três anos, a companhia já investiu mais de US$ 80 milhões no país e, ao longo do próximo ano, durante a fase mais intensa da exploração, irá coordenar o investimento de mais US$ 300 milhões na indústria brasileira de petróleo e gás. Com sede no Rio de Janeiro, a Karoon é uma empresa independente de exploração de petróleo e gás com atuação na América do Sul. Hoje a empresa detém 100% da operação dos blocos da Bacia de Santos, entretanto, realizou recentemente um acordo com a canadense Pacific Rubiales Corporation que adquiriu 35% de participação nos blocos S-M-1101, S-M-1102, S-M-1037 e S-M-1165. A subsidiária brasileira faz parte da Karoon Gas Australia Ltd., empresa com ações na bolsa australiana que possui operações na Austrália, Brasil e Peru.

Rolls-Royce adquire americana PKMJ A Rolls-Royce, empresa global de sistemas de energia, presente no Brasil há mais de 50 anos, anunciou a compra da PKMJ Technical Services, empresa americana de engenharia voltada para o setor nuclear. Com essa aquisição, a Rolls-Royce planeja ampliar suas operações nesse mercado, em fase de franca expansão por todo o mundo. O presidente da divisão Nuclear da Rolls-Royce, Lawrie Haynes, comemorou o anúncio. “Nosso investimento na PKMJ representa um importante passo para a ampliação 6

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de nossa participação no segmento nuclear para fins civis”, afirmou o executivo. “Continuaremos fornecendo serviços inovadores para nossos clientes, com o objetivo de manter as plantas nucleares sempre seguras e eficientes”, acrescentou. Haynes destacou ainda que a PKMJ possui consistente portfólio de serviços e soluções voltado principalmente para os mercados americano e canadense. “Além disso, a companhia conta com os mais qualificados funcionários do ramo. A ideia é agregá-los ao nosso negócio”, assinalou. O presidente da PKMJ, Paul Tobin, também comentou o negócio. “Estamos muito satisfeitos com essa

aquisição, que nos fornecerá excelente possibilidade de melhorar ainda mais serviços que já são oferecidos aos nossos clientes. Sabemos que a Rolls-Royce é uma companhia conhecida pela excelência de seus produtos e serviços, e temos orgulho de poder fazer parte dela”, disse. A Rolls-Royce já apoia diversas etapas fundamentais do programa nuclear global e fornece consultoria para governos e operadores. Além disso, administra cadeias logísticas e garante suporte de engenharia para questões técnicas e de produção. O Grupo também oferece sistemas de controle e instrumentação para segurança crítica para reatores em 20 países, localizados na Europa, na América do Norte e na Ásia.


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indicadores tn

Combustíveis: 118 bilhões de litros em 2012

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Venda de diesel nos últimos três anos

30%

26%

Foto: Stock.xcng

Venda de querosene de aviação nos últimos três anos

Foto: Stock.xcng

“É um crescimento bastante expressivo... diria até surpreendente... para uma economia que cresce em torno de 1,5%. Não me recordo no passado de um PIB tão pequeno associado a um consumo de combustíveis tão elevado”, admirou-se o presidente executivo do Sindicom, Alisio Vaz. De 2009 a 2012, o setor de combustíveis teve um crescimento de 20%, sendo que nesse mesmo período o óleo diesel teve aumento de 26%, e em 2012 o produto teve 55,8 bilhões de litros comercializados. Já o panorama de 2012 para o diesel S50 foi de crescimento gradativo nas vendas. Atualmente, o S50 tem 11,5% de participação na venda total de diesel no país, e as empresas associadas ao Sindicom vendem 97% do S50 nos postos. Segundo Alisio Vaz, o lucro obtido com a venda do S50 pelos donos de postos é muito baixo, mas apesar disso o número de postos oferecendo o produto é mais do que suficiente para atender a demanda.

Foto: Stock.xcng

Com crescimento de 6,3% em relação aos números registrados em 2011, o mercado de combustíveis no Brasil fechou 2012 com um volume de 118 bilhões de litros. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), o combustível mais consumido do país continua sendo o óleo diesel, com 47,1% de participação, seguido da gasolina (33,6%) e do etanol, que tem 8,2% do mercado. por Rodrigo Miguez


Com 40 bilhões de litros vendidos em 2012, uma alta de 12% em relação ao ano passado, a gasolina continua entre os combustíveis mais vendidos no país. Um dos dados mais interessantes do relatório do Sindicom foi o aumento expressivo de 17% no consumo de gasolina no Nordeste, devido sobretudo à compra de automóveis e ao crescimento do poder de consumo das classes C e média. Na contramão da gasolina, o etanol vem sofrendo queda no seu consumo desde 2009. De 2011 para 2012, a redução foi de 10,4% e, nos últimos três anos, foi de 41%. Para simbolizar o momento ruim vivido por este biocombustível, em 2012 apenas três estados apresentaram vantagem no consumo do etanol em relação à gasolina. Para manter a população e a indústria sempre com combustíveis disponíveis, o investimento das distribuidoras associadas ao

Venda de combustíveis em 2012 QAV

6,3%

GNV

Óleo Combustível

1,7%

3,0%

Etanol Hidratado

8,2%

Óleo Diesel

47,1%

Gasolina C

33,7%

118 bilhões de litros

Fonte: Sindicom

Sindicom para os próximos anos deve se manter na ordem de R$ 1 bilhão por ano. Para Alisio Vaz, os investimentos do país em logística são fundamentais para o crescimento do mercado de com-

bustíveis. “O país precisa investir mais em logística como um todo, não só no setor de combustíveis, para melhorar o seu nível de competitividade. Estamos próximos do limite”, concluiu.

O Brasil caiu duas posições e perdeu a liderança para o Chile como o país com o sistema financeiro mais desenvolvido da América Latina, é o que informa o novo ranking Financial Development Report 2012, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. O estudo avalia sete ‘pilares’: ambiente institucional, ambiente de negócios, estabilidade financeira, serviços financeiros bancários, serviços financeiros não bancários, mercados financeiros e acesso a serviços financeiros. Cada um deles é subdivido em pelo menos dois subitens. O levantamento considera que o Brasil passou da 30ª para a 32ª colocação no ranking deste ano, enquanto

Foto: Divulgação

Brasil cai em ranking de melhor sistema financeiro da América Latina

o Chile ganhou duas posições, subindo do 31º para o 29º lugar. No total, 62 economias do globo foram avaliadas. A queda do Brasil, de acordo com o estudo, pode ser atribuída a resultados mais fracos nos pilares de estabilidade financeira, mercados financeiros e acesso a serviços financeiros. Entretanto, o país obteve colocações mais altas em termos de es-

tabilidade (24º lugar, 12 posições à frente dos Estados Unidos e 19 acima do Reino Unido) e de serviços não bancários (11º, superando Cingapura, Alemanha e França). O estudo destaca, ainda, que o ambiente de negócios brasileiro permanece como o campo de ‘maior fraqueza’ do país. Nesse quesito, o Brasil ocupa a 49ª posição entre as 62 economias avaliadas, a pior colocação entre todos os ‘pilares’ analisados. De acordo com o levantamento, o país continua sendo prejudicado pelo “seu sistema tributário, um alto custo para fazer negócios e uma disponibilidade de capital humano relativamente fraca”. TN Petróleo 87

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indicadores tn

Com 2012 ruim, indústria mostra otimismo para 2013 Com um Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1%, a indústria brasileira não tem muito o que comemorar de 2012, mas, apesar do resultado ruim no último ano, a visão geral é de que 2013 será um ano bem mais positivo. por Rodrigo Miguez Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 2012 representou nova frustração com o crescimento da economia brasileira, que tinha expectativa de crescer 4% – segundo o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, em previsão em janeiro daquele ano! Se a economia foi mal das pernas, o desempenho da indústria foi ainda mais decepcionante, com queda estimada de 0,6% para o PIB industrial e de 2,0% para a indústria de transformação. Com isso, a participação do setor no PIB diminuiu ainda mais em 2012. Segundo a Confederação, o baixo nível de investimento, a qualidade da regulação, o excesso de burocracia e a baixa qualidade da educação são algumas das razões para essa baixa produtividade da indústria nacional. Diferentemente do cenário de 2012, a CNI projeta para 2013 um desempenho da atividade econômica superior ao apresentado no ano passado, com expectativa de crescimento de 4% do PIB. No entanto, a organização exalta que essa melhora da economia somente será alcançada se as medidas de estímulo à competitividade, adotadas pelo governo, surtirem efeito, de forma a aumentar a utilização da capacidade instalada, ampliar a confiança dos empresários industriais e, consequentemente, elevar o nível de investimento nesse segmento. 10

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Assim como a CNI, a avaliação da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) foi de que em 2012 a indústria andou de lado, com resultados muito ruins. O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) em 2012 foi de 75%, o pior resultado dos últimos 40 anos. Com isso, cerca de nove mil empregos foram cortados em 12 meses nas empresas, informa a Abimaq. Até outubro, constatou-se que o faturamento bruto dos fabricantes nacionais de equipamentos recuava 2,3% em relação ao período equivalente de 2011. Essa foi a primeira queda registrada nessa série desde o tombo provocado pela crise, em 2009. Mas o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, espera dias melhores esse ano. “Encerramos 2012 com a esperança, mais uma vez, de que 2013 seja o ano da recuperação e do crescimento”, afirmou. Para a engenharia industrial, 2012 foi um ano de atenção, principalmente a partir do segundo semestre, quando diversos projetos que movimentam a cadeia produtiva do segmento foram cancelados ou postergados. Áreas como mineração e energia elétrica, por exemplo, tiveram investimentos tímidos ao longo do ano. De acordo com Antonio Müller, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), o setor de óleo e gás, de grande importância para as empresas associadas,

já que 90% delas fornecem produtos e serviços para o setor, registrou bom nível de atividades no primeiro semestre, mas a partir da segunda metade do ano, cortes de investimentos na área de refino deixaram as empresas em estado de alerta. A área é importante, pois as empresas brasileiras têm amplo know-how e experiência em projetos de refino. Para manter o ritmo dos negócios, algumas empresas da engenharia industrial têm buscado oportunidades em projetos offshore, inclusive estabelecendo parcerias com companhias internacionais. Pa r a M ü l l e r, 2 0 1 3 s e r á d e novo um ano de desafio para os setores que dependem de investimento intensivo, como a engenharia industrial. Mesmo assim, ele espera que seja um ano de resultados positivos. Na opinião de Bruno Musso, superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), o último ano foi positivo para as empresas offshore, principalmente as que participaram das rodadas de negócios dos principais eventos que aconteceram no país, como Rio Oil & Gas e a Santos Offshore, que geraram expectativa de negócios de mais de R$ 200 milhões. Para ele, o trabalho desenvolvido pela Onip nas ações voltadas para o desenvolvimento de fornecedores foi um dos fatores para o crescimento das empresas do setor de óleo e gás em 2012.


Opep mantém meta de produção em 30 milhões de barris diários A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu em dezembro manter em 30 milhões de barris diários seu teto oficial de produção para 2013. Em 2012, o preço médio do barril ficou em US$ 109,70, um ganho de US$ 2,32 em cada barril ou 2,15% sobre o ano de 2011.

Para 2013, o aumento dessa oferta deve ser de 0,9 mb/d, o mesmo valor anunciado pela Opep no mês de novembro. A oferta de GNL e óleos não convencionais fecharam 2012 em 5,7 mb/d, um ganho de 400 mil barris com relação a 2011. Para 2013, esse valor deve alcançar 6 mb/d, um crescimento de 300 mil barris em relação a 2012. Já a Agência Internacional de Energia (AIE) elevou ligeiramente a sua previsão para a demanda mundial de petróleo em 2013, mas alertou que o ritmo lento de crescimento global deve manter a demanda relativamente fraca. Em seu relatório mensal, a AIE aumentou sua projeção para a deman-

Out 12

Nov 12

Set 12

Jul 12

Ago 12

Mai 12

Jun 12

Abr 12

Fev 12

Mar 12

Dez 11

Jan 12

Nov 11

Set 11

Out 11

Jul 11

Ago 11

Jun 11

Abr 11

Maio 11

Mar 11

Jan 11

Fev 11

Produção de países-membros da Opep e não membros – dezembro/10 a novembro/12

Dez 10

O valor de referência do barril do petróleo da Opep caiu em novembro, apesar do aumento de preços globais do produto no final do mês, ter ficado US$ 106,86 por barril. Segundo o relatório de dezembro divulgado pela Opep, o aumento da demanda mundial de petróleo foi de 0,8 mb/d, mantendo inalterada a avaliação da organização em novembro de 88,8 milhões de barris por dia e confirmando a mesma expectativa de crescimento para 2013, alcançando demanda de 89,6 milhões de barris por dia. Dados preliminares indicam que a oferta mundial de petróleo aumentou 0,33 mb/d em novembro a média 90,45 milhões de barris por dia, e a participação do petróleo da Opep na oferta mundial caiu para 34% em novembro, ante os 34,3% registrados no mês anterior. O crescimento da oferta de petróleo dos países não pertencentes à Opep ficou em 0,5 mb/d, exatamente como previsto no último relatório da organização. Esse aumento da oferta baseia-se principalmente pelo já esperado forte crescimento dos Estados Unidos e do Canadá, apesar de problemas em alguns países.

da global no ano que vem em 110 mil barris por dia (bpd), para acima de 90,5 milhões de bpd. A agência disse também que os mercados emergentes vão continuar a liderar o crescimento da demanda no próximo ano. De acordo com a agência de energia, o cenário de demanda contida vem num momento em que a produção de países não pertencentes à Opep deverá crescer no ritmo mais rápido desde 2010. Além disso, a expansão do petróleo de xisto nos EUA está impulsionando o crescimento da produção geral, que deverá subir para 54,2 milhões de bpd, segundo a agência. A nova previsão está 70 mil bpd acima da anterior.

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indicadores tn

Indústria química tem déficit de R$ 28,1 bilhões em 2012 Na divulgação dos resultados de 2012 da indústria química, a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) mostrou que o quarto maior segmento da indústria de transformação do Brasil encerrou o ano com déficit comercial de US$ 28,1 bilhões. Já o faturamento líquido da indústria química brasileira terminou o ano em R$ 293 bilhões, número que representou uma expansão de 12,4% em relação a 2011. Em dólares, porém, o número estimado apresenta queda de 2,7%, para US$ 153 bilhões. As importações ficaram perto de US$ 43,1 bilhões, alta de 1,9% em relação ao ano

passado, enquanto as exportações caíram 4,4% no período, alcançando US$ 15,1 bilhões. A baixa competitividade da indústria brasileira foi apontada como um dos principais fatores do desempenho da cadeia do setor em 2012, segundo Marcos De Marchi, vice-presidente da associação. Para restabelecer a competitividade, as indústrias discutem com o governo uma tributação menor, incentivo à inovação e taxas de

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural

dow jones (%)

Período de 06/2012 a 11/2012

08/nov/2012

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil Jun

Jul

Ago

Set

Bacia de Campos

1.584,1

1.569,1

1.551,9

1.471,8

Outras (offshore)

160,7

159,5

162,3

157,8

Total offshore

1.744,9

1.728,6

1.714,2

1.629,6

Total onshore

214,9

211,8

213,5

213,2

1.959,7

1.940,4

1.927,7

1.842,8

Total Brasil

Out

Nov

1.589,2 1.605,9 140,0

150,6

1.729,2 1.756,5 210,6

211,8

1.939,9 1.968,3

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil Jun

Jul

Ago

Bacia de Campos

22.484,3

22.698,3

22.509,6

22.145,0 23.660,3 24.361,9

Outras (offshore)

21.659,8

21.337,8

21.875,8

22.229,7 22.837,7 21.860,4

Total offshore

44.144,1

44.036,1

44.385,4

44.374,8 46.498,0 46.222,3

Total onshore

16.127,9

15.498,7

15.738,3

15.968,4 15.927,3 15.956,9

Total Brasil

60.271,9

59.534,8

60.123,8

60.343,1 62.425,3 62.179,2

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Set

Out

Nov

Nov

147,6

147,0

147,2

148,5

150,8

119,3

16.741,0

16.395,1

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional Exterior

16.314,0

15.695,1

15.485,5

17.215,5

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d) Brasil+Exterior

2.583,4

2.554,3

2.544,2

2.472,2

2.581,8 2.575,2

12

TN Petróleo 87

-0.94 -0.38 Variação no período: 4.47%

bovespa (%) 08/nov/2012

07/jan/2013

-1,83 0,18 Variação no período: 7.66%

dólar comercial* 08/nov/2012

07/jan/2013

2,040 2,028 euro comercial * 08/nov/2012

07/jan/2013

2,60 2,65 Variação no período: 2.29%

(*) Inclui gás injetado. (**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom).

07/jan/2013

Variação no período: -0.61%

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional Exterior

juros e matérias-primas mais competitivas para impulsionar a cadeia. “Tivemos avanços tanto nos juros como em incentivos à inovação, mas precisamos de um pacote maior neste sentido”, disse De Marchi. O presidente do conselho da Abiquim, Henri Slezynger, declarou que 2012 foi um ano difícil para a economia mundial e também para a indústria química, prejudicada principalmente pelo câmbio valorizado.

Fonte: Petrobras

*Valor de venda, em R$


Hidrelétricas pagaram R$ 2,2 bilhões em compensação financeira e royalties em 2012 As usinas hidrelétricas gastaram R$ 2,2 bilhões no ano passado com arrecadações de royalties e de compensação financeira pela utilização de recursos hídricos (Cfurh) para geração de energia elétrica a municípios, estados e União. Segundo a (Aneel) foram R$ 1,726 bilhão a título de Cfurh e R$ 478,4 milhões em royalties, um acréscimo de 10% em relação aos R$ 2,005 bilhões gastos com as mesmas contas em 2011, refe-

rentes a 177 usinas hidrelétricas e 187 reservatórios.

ações ações ações ações ações ações ações ações ações

petrobras

ON

08/nov/12

07/jan/13

-0,63

-1,92

R$ 21,26

08/nov/12

PN

07/jan/13

-0,57

R$ 20,38

-1,95

R$ 20,61

R$ 20,08

08/nov/12

07/jan/13

VALE 08/nov/12

ON

07/jan/13

-1,62 PNA -0,75

-1,66

R$ 37,20

R$ 41,84

OGX

ON

R$ 40,35

BRASKEM

08/nov/12

07/jan/13

-4,40

1,00

R$ 4,78

-1,99

R$ 36,06

R$ 5,05

08/nov/12

PNA -1,44 R$ 14,39

07/jan/13

-0,07 R$ 13,59

petróleo brent (US$) 08/novembro/2012

107.17

07/janeiro/2013

112.07

Variação no período: 4.66%

petróleo WTI (US$) 08/novembro/2012

85.18

07/janeiro/2013

93.53

Variação no período: 10.00%

FRASES 2012

“Existe a perspectiva de crescimento no mercado, com uma grande disponibilidade do pré-sal. Isso abre espaço para o gás complementar nossa matriz energética e de nos protegermos das oscilações do preço do petróleo... O mercado de açúcar continuará demandador, incentivando as usinas a exportarem o produto, o que pressiona o preço do etanol internamente.” Rosalino Fernandes, engenheiro e coordenador do Comitê de GNV do IBP, sobre momento favorável para o GNV. Agência Brasil, 01/03/2012.

“Na Bacia do Parecis, em Mato Grosso, no rio Teles Pires, há 800 metros de rio borbulhando gás e, em certos pontos, se pode até gravar o som. Podemos deixar um Brasil desses para trás?” Magda Chambriard, diretora-geral da ANP. Agência O Globo, 28/04/2012.

“A atividade econômica perdeu força em várias economias emergentes, notadamente Brasil, China e Índia. Em parte, isso reflete um ambiente externo mais fraco, mas a demanda doméstica também teve forte desaceleração.” Relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), que reduziu previsão de crescimento para o Brasil, para 2,5%, este ano, mas prevê expansão de 4,6% na economia brasileira em 2013, divulgado em 16/07/2012.

“A produção de petróleo da Petrobras vai andar de lado neste e no próximo ano, quando começarão a entrar em operação grandes sistemas de produção na Bacia de Campos. 2012 e 2013 serão para arrumação de casa.” Graça Foster, presidente da Petrobras. Valor Econômico, 07/11/2012.

TN Petróleo 87

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indicadores tn

Conteúdo local

e projetos de capital em E&P

Com a criação da Lei n. 9478, em 1997, as atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo no território brasileiro passaram a ser executadas mediante a ocorrência de contratos de concessão assinados entre a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e as empresas vencedoras das rodadas de licitação de blocos marítimos e terrestres. Dentre as cláusulas desse contrato encontra-se o Conteúdo Local que representa o compromisso com a aquisição de bens e serviços na indústria nacional.

O

Marco Amaral é consultor sênior da Aon Global Risk Consulting, no Rio de Janeiro. Engenheiro químico e de segurança, tem mais de 13 anos de experiência na área de gerenciamento de risco em segurança de processo, projetos de capital e risco de negócios em diversos segmentos de mercado, entre eles óleo e gás, mineração, logística.

14

TN Petróleo 87

s contratos de concessão vêm evoluindo desde a primeira rodada (Rodada zero) quando não houve compromissos de conteúdo local. Avançou pelos contratos das rodadas 1 a 4, quando os concessionários assumiram compromissos mínimos globais com incentivos. Os contratos das rodadas 5 e 6 trouxeram uma mudança em relação aos anteriores, pois além do compromisso mínimo global, para cada bloco integrante da área de concessão, o concessionário também ofertou compromissos para atividades específicas na fase de exploração e na etapa de desenvolvimento de produção. Os incentivos até então existentes foram eliminados. Contudo, a partir da 7ª rodada de licitações, uma grande mudança no modelo de oferta foi estabelecida. Nesse novo modelo, vigente desde 2005, para o cumprimento do percentual global de conteúdo local contratado, torna-se obrigatória a realização dos percentuais de conteúdo local dos itens e subitens especificados na planilha de oferta, perfazendo assim um total de 76 ofertas por bloco. Ainda com o advento da 7ª rodada de licitações e o surgimento do sistema de certificação de conteúdo local, a comprovação do índice de conteúdo local de determinado bem ou serviço só se torna possível através de um certificado de conteúdo local que passa a ser o documento comprobatório do atendimento aos compromissos dos concessionários quanto aos percentuais acordados nos contratos de concessão. Essa nova regra entrou em vigor em 11/09/2008 após o fim da fase de transição, conforme estabelecido nas resoluções da ANP, e dessa forma, continua válida até o momento. Ao concessionário deverá ser aplicada uma multa caso o percentual de conteúdo local realizado seja menor que aquele ofertado na licitação, cabendo à ANP a fiscalização desses compromissos. O modo como as sanções são aplicadas no descumprimento da Cláusula de Conteúdo Local variam de acordo com os contratos de cada rodada.

Certificação da ANP Para a comprovação dos compromissos assumidos nos contratos de concessão a partir de 2005 e nos de cessão onerosa a partir de 2010, a ANP implantou um sistema de certificação de conteúdo local com a finalidade de atender a política de conteúdo local do governo federal, definida por intermédio das diretrizes emanadas pelo conselho nacional de política energética cuja coordenação é do Ministério de Minas e Energia. O Regulamento ANP n. 6/2007 define


os critérios e procedimentos para execução das atividades de certificação de conteúdo local especificamente em seu Anexo III – Cartilha de Conteúdo Local. Para a correta aplicação da metodologia de certificação de conteúdo local é primeiramente necessário definir o objeto que será certificado, que pode ser um bem, isto é, equipamentos, máquinas, peças ou materiais; um serviço, neste caso devendo necessariamente a certificação se basear em cada contrato firmado entre o concessionário e o fornecedor; ou a combinação destes, devendo ser avaliado em sua composição para que possa ser justificada a procedência dos componentes que integram esse objeto em questão. É importante observar que a certificação é baseada em custos e não é aplicada à empresa, como por exemplo, uma certificação ISO, e sim ao produto comercializado ou serviço prestado.

Em projetos de capital de E&P, o Conteúdo Local representa um aspecto relevante na gestão desse tipo de projeto, pois pode representar um risco ao mesmo, com impactos sobre o prazo (cronograma), custo (CapEx) e rentabilidade (fluxo de caixa). De acordo com o Chaos Report (2001), relatório elaborado com base em pesquisa conduzida pelo The Standish Group, os projetos avaliados atrasaram, em média, cerca de 222% além do planejado, e o custo médio foi 189% superior ao planejado no Capex. A não certificação de Conteúdo Local para os projetos de E&P, além das possíveis multas aplicadas, deverá fazer parte dessa estatística. Dessa forma, o Conteúdo Local deve estar alinhado com as metas estratégicas da organização, uma vez que a certificação de Conteúdo Local pode abranger: a) Seleção de tecnologia para o projeto. b) Seleção de alternativas relacionadas ao escopo do projeto, descartando-se aquelas que não conferem viabilidade técnica-econômica ou introduzem riscos. c) Índices satisfatórios de CL aos operadores, agregados a preço, prazo e tecnologia, assegurando aos fornecedores contratação preferencial, principalmente frente ao mercado internacional. Assim como demais demandas regulatórias correlatas ao escopo de projeto, a certificação de Conteúdo Local faz parte do grupo de atividades do projeto relacionado ao desenvolvimento do escopo, no que tange fatores locacionais.

Foto: Divulgação Protubo

CL no negócio de E&P

Expectativas Muitos contratos de fornecimento de bens e serviços possuem cláusulas específicas de Conteúdo Local que, se descumpridas, podem ocasionar multas pecuniárias aos seus fornecedores. Por outro lado, por constarem em cláusula específica nos contratos de concessão entre ANP e operadores, os compromissos de CL são repassados aos fornecedores na medida de suas capacidades. Para que os fatores relacionados ao Conteúdo Local em projetos de capital em E&P sejam devidamente inter-relacionados com as atividades do escopo e cronograma do projeto, bem como os recursos e custos sejam devidamente carregados no cronograma do projeto, torna-se relevante entender os conceitos de cálculo do conteúdo local de um bem, um bem de uso temporal, serviço e/ou sistema (materiais, equipamentos, contratos, plataformas, etc.); reconhecer as principais questões referentes à certificação de Conteúdo Local; identificar os principais itens de um projeto, construção e questões operacionais que podem fazer a diferença nos índices apurados, assim como desenvolver estratégias capazes de maximizar o alcance de metas de conteúdo local junto à cadeia de fornecedores da empresa.

TN Petróleo 87

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entrevista exclusiva

Suporte LOCal com padrão mundial

por Maria Fernanda Romero

A Sotreq consolidou sua posição no mercado nacional com a expansão de seu território de atuação, depois de assumir o comando da Marcosa, empresa responsável pela comercialização de máquinas, equipamentos e serviços da Caterpillar no Nordeste.

Presente em 22 estados brasileiros e com filiais espalhadas por 59 municípios – incluindo as principais capitais –, a empresa, que tem investido cada vez mais em setores emergentes, como petróleo, gás e energia, vê na expansão de seu território de atuação um leque de oportunidades não apenas para a Sotreq, como também para todos os seus clientes e parceiros de atuação nacional. “Com o novo território nossa cobertura se expande para mais de 80% da costa brasileira, o que permitirá aos nossos clientes suporte equalizado em todas estas regiões”, afirma Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq. TN Petróleo – O mercado brasileiro de óleo e gás ainda continua sendo uma prioridade? Por quê? Gustavo Sepúlveda – Nunca deixamos de dar prioridade ao mercado brasileiro de óleo e gás. Com 71 anos de atuação, a Sotreq atende clientes desse mercado desde o início das atividades de exploração comercial de petróleo no país. A diferença é que nossos níveis de foco e investimento de recursos nessa área têm crescido muito nos últimos anos, alavancado sobretudo pelo volume crescente de negócios e demanda futura com que sempre trabalhamos para nos capacitar com antecipação. Há mais de 80 anos a Caterpillar fabrica motores que se tornaram referência mundial nos segmentos ligados à exploração e produção de óleo e gás, principalmente pela qualidade, robustez e confiabilidade exigidas e demonstradas nessas operações. Uma grande família de motores Caterpillar, comercializados e suportados pela Sotreq, equipam hoje no Brasil várias sondas de perfuração, plataformas de produção, sistemas de compressão de gás e outras aplicações em terra e no mar. A descoberta de grandes reservas de óleo no pré-sal e a enorme quantidade de equipamentos necessários à exploração, produção e apoio a essas operações, com exigência de conteúdo local crescente, vêm acelerando a demanda por mais motores, grupos geradores e seus sistemas auxiliares, o que tem nos levado a fazer mais investimentos. Como foi o ano de 2012 para a companhia neste setor? Encerramos 2012 como um ano de resultados excepcionais. Isto porque nós conseguimos superar não somente nossas metas numéricas, quando mantivemos o crescimento em faturamento da ordem de 40% sobre o ano anterior, mas também evoluímos a passos largos no que compete a nossos objetivos estratégicos. Nos mercados marítimo e de óleo e gás, nossos grandes projetos são de longa maturação, e nesse sentido 2012 foi excelente, pois encerramos o ano com ordens firmes que nos garantirão entregas até 2016. Quais as principais soluções que a Sotreq têm fornecido para este mercado? Com base na extensa linha de motores e grupos geradores Caterpillar e MaK, fornecemos equipamentos certificados e soluções customizadas para

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TN Petróleo 87


Foto: Ricardo Almeida

Gustavo Sepúlveda, diretor de Power Systems da Sotreq

Encerramos 2012 como um ano de resultados excepcionais. Isto porque nós conseguimos superar não somente nossas metas numéricas, quando mantivemos o crescimento em faturamento da ordem de 40% sobre o ano anterior.

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entrevista exclusiva

Acreditamos que a exigência de conteúdo local contribui para o crescimento de toda a cadeia produtiva da indústria de óleo e gás, mas os índices exigidos deverão ser aplicados de forma gradativa.

geração de energia e potência mecânica que atendem às mais rígidas e complexas especificações, normas e exigências do mercado quanto a desempenho, eficiência, segurança e emissões. Esses motores, que podem utilizar como fonte de combustível óleo diesel, óleo cru ou gás natural, são aplicados como grupos geradores principais, auxiliares ou de emergência em sondas de perfuração, plataformas de produção e outros diversos tipos de embarcações. Também fornecemos motores diesel para equipar sistemas de combate a incêndio, motores de propulsão mecânica e propulsão diesel-elétrica para os mais diversos tipos de embarcações de apoio offshore. Qual o grande diferencial na atuação da empresa? Atualmente, temos em nossa unidade de Petróleo & Marítimo um quadro de técnicos e engenheiros de serviços que supera o número de 120 pessoas, dedicadas a estes

mercados, para suportar o atendimento à população de equipamentos Caterpillar e MaK que operam em nosso território. É que além do fornecimento de equipamentos e soluções relacionadas, a Sotreq é também responsável por suportar a operação desses equipamentos após a entrega, onde fornecemos peças sobressalentes, serviços e contratos aos nossos clientes nacionais ou internacionais. Qual a perspectiva da empresa em relação aos próximos anos: aumento da demanda por seus produtos e serviços? Quais os produtos e serviços que vêm apresentando maior demanda? Acreditamos que a demanda continuará crescente, e isso se reflete não apenas em nosso orçamento já desenhado para 2013 mas também em nossas metas projetadas de médio e longo prazo. Quanto aos produtos com maior demanda, os grupos geradores

para aplicação de geração de energia principal (main power generation) são os com maior volume de pedidos nesses segmentos. Consequentemente, a demanda por serviços de suporte ao produto, manutenção e fornecimento de peças sobressalentes vem aumentando com a entrada em operação das novas embarcações e com a chegada de outras, vindas do exterior, com equipamentos Caterpillar. Você acredita que a ampliação do conteúdo nacional atrapalha a expansão do setor ou fortalece a cadeia produtiva de óleo e gás no Brasil? Deve-se buscar um equilíbrio entre as metas para a expansão do setor versus a capacidade de entrega da indústria local. Acreditamos que a exigência de conteúdo local contribui para o crescimento de toda a cadeia produtiva da indústria de óleo e gás, mas os índices exigidos deverão ser aplicados de forma gradativa conforme a viabilidade daquele produto ser ou não fabricado no Brasil. Isso sob a ótica da escala de produção, cadeia local de fornecedores (supply chain), disponibilidade de mão de obra, além de outros entraves históricos do ponto de vista estrutural que convivemos no Brasil (carga tributária, custo de mão de obra, custo de insumos básicos, entre outros). Escala de produção é então uma questão chave? Qual o índice de nacionalização que a Sotreq fornece em média em seus equipamentos atualmente? Nenhuma empresa brasileira ou qualquer outra estrangeira se sentirá atraída para efetuar altos investimentos em novas fábricas no Brasil se não houver uma escala mínima perene que

Sotreq em números

Nova filial em Macaé 18

TN Petróleo 87

Filiais: 59 Funcionários: cerca de 6.300 Faturamento: de 2002 a 2011, o crescimento médio foi de 18% ao ano.


suporte nacional com padrão mundial

justifique tais investimentos. A competitividade só vem com a produção em massa. Com base nisso, analisamos o mercado brasileiro e nossa respectiva participação nesse contexto, e, em 2011, a Caterpillar decidiu investir na linha de montagem de grupos geradores de alta rotação (Série 3500) montados no Brasil, na fábrica de Piracicaba. O resultado é que o nível de conteúdo local dessa linha de produtos já alcança índices de até 65%, conforme a configuração do equipamento, e temos uma robusta carteira de pedidos que sustentam a continuidade da nossa produção. Entretanto, vale ressaltar que apesar da demanda crescente experimentada nos últimos anos, os novos leilões de concessão de áreas para exploração de fato precisam ocorrer no curto prazo. Isto se faz necessário para os níveis de escala necessários para o desenvolvimento sustentável da indústria nacional.

A Caterpillar realizou neste segmento de óleo e gás alguma expansão de capacidade produtiva ou portfólio nos últimos dois anos? Em caso positivo, quais os resultados e metas alcançados com esse aumento? Em caso negativo, há planos de expansão de portfólio e capacidade produtiva? Por quê? Sim. A fábrica da Caterpillar Brasil localizada em Piracicaba, interior de São Paulo, que já vinha produzindo os grupos geradores de alta rotação da linha 3500 para propulsão diesel-elétrica de barcos de apoio offshore, foi ampliada em mais 12.000 m² para acomodar também a produção dos modelos de média rotação das famílias C280 e MaK CM32. Esses modelos, de maior porte, serão destinados a sistemas de geração principal das sondas que serão fabricadas no Brasil para operações em águas ultraprofundas do pré-sal.

Como primeiro resultado, já estaremos entregando ao longo do primeiro semestre de 2013 os primeiros oito grupos geradores principais modelo C280-16, para a primeira sonda a ser construída pela Keppel FELS Brasil. Adicionalmente, já recebemos ordens para mais 40 unidades do mesmo modelo, com entregas escalonadas até 2016, que irão equipar mais cinco sondas de perfuração. Quais os principais contratos em vigor no momento? O que está previsto para ser entregue em 2013 e 2014? Além das entregas já mencionadas, para fornecimento de mais 40 grupos geradores para equipar outras cinco sondas de perfuração, continuamos com as entregas de motores Caterpillar e MaK para os mais diversos tipos de projetos. Para o mercado marítimo importantes contratos foram assinados, como o projeto da Transpetro com o

Nesta edição.

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entrevista exclusiva

Estaleiro Rio Tietê para o fornecimento, até 2015, de 40 motores de propulsão e 120 grupos geradores para os comboios que farão o transporte de etanol e derivados de petróleo na hidrovia Tietê-Paraná. Os 12 rebocadores a serem construídos pela Wilson Sons, uma das maiores operadoras de serviços portuários, marítimos e logísticos do Brasil, serão equipados com nossos motores e grupos geradores. Ainda para a Wilson Sons, continuaremos com as entregas dos grupos geradores para seis embarcações que prestarão apoio à Petrobras na exploração de petróleo na Bacia de Campos até 2014. Também ressalto importantes contratos com o Grupo Bravante, Astromarítima e Brasil Supply, todos clientes estratégicos da Sotreq e com entregas de equipamentos distribuídas entre 2013 e 2014. E na área de óleo e gás? Em óleo e gás, outros fornecimentos estão em andamento como os grupos geradores e os motores de bombas de incêndio para plataforma do tipo WHP da OSX e os motores para sistemas de combate a incêndio para o projeto dos oito cascos replicantes para o pré-sal, em construção pelo Estaleiro Ecovix. Contudo, não podemos deixar de citar que em 2012 concluímos a entrega dos grupos geradores principais Caterpillar, modelo C280-8, que serão utilizados na modernização e atualização tecnológica de quatro sondas de perfuração da Petrobras, além da plataforma TLWP P-61, que foi construída pelo Estaleiro Keppel Fels, e recebeu da Sotreq sistema de geração principal e emergência. Em julho de 2012, a Sotreq fechou uma parceria com a Vulkan para a comercialização de produtos nas áreas de petróleo e marítimo. O que vai mudar para a Sotreq? Com relação ao tema, parte da nossa estratégia de longo prazo está ligada à expansão do nosso atual portfólio 20

TN Petróleo 87

de produtos e serviços para os mercados de petróleo e marítimo. Assim, a parceria com a Vulkan agrega valor aos nossos clientes e gera oportunidade de ampliação do nosso escopo de serviços. Na prática, a Sotreq já fazia uso de componentes Vulkan em vários equipamentos Caterpillar, e com essa parceria a Sotreq passa não somente a comercializar os acoplamentos Vulkan, mas também responder por sua manutenção perante os clientes. Na mesma ocasião, a Sotreq também anunciou a abertura de uma nova filial em Macaé, no litoral do Rio de Janeiro, que começaria a operar a partir de junho de 2013. Este prazo está mantido? Nós revisitamos o projeto da nova filial em virtude de alguns movimentos que identificamos como novas oportunidades e necessidades do mercado, e devido a isto revisamos o cronograma. Assim, o início operacional da nova filial foi revisado para o segundo semestre de 2013. Estamos proativamente nos preparando para atender o crescimento do mercado offshore. Já temos uma filial em Macaé, mas identificamos que a construção de uma nova e ampliada base seria necessário para atender a demanda crescente por nossos serviços e fornecimento de peças sobressalentes. Poderia dar mais detalhes sobre o projeto desta unidade? Planejada como base de apoio para as operações offshore da Bacia de Campos e centro de treinamento e qualificação técnica, a nova filial da Sotreq estará instalada em terreno de 25.000 m² localizado nas proximidades do Terminal Cabiúnas da Petrobras (Tecab). Nosso projeto inclui um centro de treinamento de padrão internacional, destinado a formar e capacitar não somente mão de obra qualificada para a Sotreq, mas também atender a demanda de nossos clientes. Nosso atual quadro

de técnicos e engenheiros de serviços dedicados aos mercados de petróleo e marítimo é de cerca de 120 funcionários, e sabemos que se não investirmos fortemente na formação de mão de obra qualificada, não conseguiremos atender a demanda de serviços que projetamos para os próximos anos. Ou seja, vocês também participam desse esforço de qualificar mão de obra? Não podemos simplesmente assistir ao cenário crítico de escassez de mão de obra e esperar das autoridades governamentais o preenchimento desta lacuna. Admiramos e parabenizamos muito a Petrobras pelas suas diversas iniciativas para formação de mão de obra qualificada no Brasil, e em uma escala menor a Sotreq segue o mesmo conceito. A questão da escassez de mão de obra qualificada é e continuará sendo obstáculo e enorme desafio para o setor, e acreditamos que compete aos principais players da área a tarefa de tentar resolver isso. A Sotreq, por exemplo, além dos seus centros de treinamento para capacitação profissional, desenvolve parcerias com diversas escolas técnicas, nos diversos segmentos que atuamos e em diferentes localidades. Sabemos que as operações offshore em águas cada vez mais profundas demandam desempenho máximo de todos os envolvidos. Nesse âmbito, em que operadores de sondas de perfuração, plataformas marítimas e barcos de apoio offshore dependem de acompanhamento técnico constante e imediato, a Sotreq oferece algo crucial: o suporte ao produto. Esse é um diferencial que será cada vez mais importante, com o avanço da exploração da camada do pré-sal. Nosso objetivo é manter o desempenho dos equipamentos Caterpillar e evitar a intervenção corretiva emergencial, além da indisponibilidade da embarcação (downtime).


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especial onshore

O gás da terra Foto: Saulo Hideki, HRT

por Rodrigo Miguez

Foto: Cortesia HRT

Início da produção do campo de Gavião Real, na Bacia do Parnaíba, acordo entre Petrobras e HRT-TNK para desenvolver exploração e produção de gás natural na Amazônia, atividades exploratórias na Bacia do São Francisco e descobertas sinalizam um novo momento do onshore brasileiro. Sem falar nos levantamentos sísmicos e estudos estratigráficos realizados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e atividades exploratórias encomendadas por pequenas e grandes petroleiras em bacias terrestres de Norte a Sul do país.

22

TN Petróleo 87


R

esponsáveis por algo em torno de 8,9% da produção nacional de petróleo e 23,7% do gás natural extraído hoje, as bacias terrestres brasileiras acenam com um potencial inimaginável há pouco mais de 12 anos, quando começaram as licitações de blocos exploratórios para empresas nacionais e estrangeiras, findo o monopólio do petróleo no Brasil. Ainda que o pré-sal das bacias marítimas seja o grande atrativo para os investidores do mundo inteiro, o onshore brasileiro começa a ganhar destaque com o início da produção de gás natural – ainda que em fase de testes – do campo de Gavião Real, na Bacia de Parnaíba, no Maranhão. Operado pela brasileira OGX, do grupo EBX, este campo já está apto a entrar em produção comercial menos de três anos depois do início das atividades da petroleira nessa região, que hoje abriga blocos de majors como Petrobras e BP. De acordo com a OGX, já foi concluída a etapa de comissionamento da Unidade de Tratamento de Gás Natural (UTG) e a produção comercial se dará com a partida da Usina Termelétrica de Parnaíba (UTE Parnaíba), da MPX, empresa do mesmo grupo de Eike Batista. “O Complexo Parnaíba é um projeto inédito de produção de gás e geração de energia integrados”, frisa a companhia, que continua atenta a novas oportunidades de ampliação de seu portfólio, inclusive em novas fronteiras no Brasil. A previsão para este ano é dar continuidade à campanha exploratória na Bacia do Parnaíba – pretendem perfurar mais dez poços.

PRODUÇÃO ONSHORE*

287

mil bpd *novembro 2012, fonte: ANP

Nos cálculos da OGX, a Bacia do Parnaíba tem reservatórios de 15 trilhões de pés cúbicos de gás, consagrando-se como uma nova fronteira exploratória tão importante por seu potencial de produção equivalente à metade do volume de gás que o Brasil importa hoje da Bolívia. Para a petroleira, as bacias terrestres têm alto potencial de produção, além de formar um portfólio completo e diversificado. A OGX obteve no ano passado a Licença de Operação para o início da produção e escoamento de gás natural nos dois campos. A produção do Campo de Gavião Real que estava programada para começar no quarto trimestre de 2012, ainda não teve início, já que a empresa ainda aguarda a partida da UTE Parnaíba. O campo de Gavião Azul ainda está em fase de desenvolvimento. A produção comercial de Gavião Real será destinada prioritariamente às termelétricas que serão construídas pela MPX em área próxima aos campos de gás. A companhia já possui Licença de Instalação para duas delas, com capacidade de geração de até 3.722 MW. Segundo a empresa, a produção bruta de gás poderá atingir até seis milhões de m3 de gás natural por dia em 2013, o que vai significar um aumento de 40%

na produção atual de gás natural em terra no Brasil.

Rodada terrestre A tão esperada 11ª rodada de licitações da ANP, prevista para maio, reforça a expectativa de que o Brasil esteja entrando em uma nova onda onshore, com foco no gás natural e, obviamente, no petróleo. Isso porque boa parte dos blocos exploratórios que estarão sendo oferecidos deve se situar em bacias terrestres, como sinalizou por diversas vezes a diretora geral da agência, Magda Chambriard, ao destacar o enorme potencial ‘ainda inexplorado’ de óleo e, principalmente, gás natural, nas bacias onshore brasileiras. Já antecipando o cenário para os próximos anos, a diretora da ANP afirmou que irá dar prioridade na oferta de blocos nas bacias terrestres na 12ª rodada de licitações, que deverá acontecer em 2014, devido principalmente ao grande potencial de gás natural nessas áreas. Segundo ela, se for descoberto um grande volume de reservas, o que é bem possível de acordo com os estudos da agência, os preços do gás natural no Brasil poderão ser reduzidos à metade. O trabalho da agência nas bacias terrestres de nova fronteira foi detalhado na Rio Oil & Gas 2012, no painel ‘Fronteiras exploratórias terrestres no Brasil’, apresentado pela superintendente de Definição de Blocos da ANP, Eliane Petersohn. Segundo ela, levantamentos em áreas tão distintas quanto o Acre e o interior do Paraná, ou o interior da Bahia e a região amazônica do Mato Grosso já apresentam indicativos positivos da possibilidade de existência de óleo e gás. TN Petróleo 87

23


especial onshore

Foto: Agência Petrobras

vam regiões importantes, como Amazonas, Parecis, Recôncavo e Sergipe-Alagoas, que são os principais produtores de petróleo e gás natural em terra.

PRODUÇÃO ONSHORE NO BRASIL

AMAZONAS 1.058 mil bep e 335.900 m3 GN

CEARÁ 34 mil bep e 26 mil m3 GN RIO GRANDE DO NORTE 1.601 mil bep e 22.700 m3 GN

BAHIA 1.376 mil bep e 86.700 m3 GN

ALAGOAS 142 mil bep e 45.800 m3 GN SERGIPE 957.200 bep e 8.600 m3 GN

ESPÍRITO SANTO 456 mil bep e 9.700 m3 GN *Petróleo: óleo e condensado. Não inclui LGN (GLP e C5+) Fonte: ANP, novembro 2012

TOTAL 5.623.500 bep*; 509.800 m3 GN

“Se precisássemos apresentar sugestões de blocos nessas regiões para uma rodada de leilões amanhã nós teríamos condições de fazê-lo”, afirmou Eliane Petersohn. “Nós saberíamos identificar as áreas com maior atrativo para licitar.” Dentre as novas fronteiras exploratórias visadas pela ANP, além do Acre e Parecis, está a Bacia de Parnaíba, que será a primeira a produzir gás, nos campos Gavião Azul (ainda em desenvolvimento) 24

TN Petróleo 87

e Gavião Real, sob concessão da OGX. As áreas a serem ofertadas na rodada deste ano deverão ser apresentadas às petroleiras a partir de janeiro, depois de aprovadas pelo Conselho Nacional de Política Econômica (CNPE) e o governo federal – que em edições anteriores já retirou áreas de uma licitação publicada. O mercado acredita que o mais provável é que haja blocos marítimos e terrestres, para tornar o leilão mais atraente. Na última rodada, realizada no final de 2008, somente com áreas terrestres, dos 130 blocos ofertados, 54 foram arrematados. Dentre os blocos licitados esta-

Urucu Com 459 bilhões de m3 de reservas provadas de gás e uma produção de 73,3 milhões de m³ por dia (produção de novembro de 2012), as perspectivas da ANP para os próximos dez anos é de dobrar esses números, mostrando otimismo, principalmente com relação às bacias terrestres, o principal alvo de investimento da agência. Atualmente, o gás natural tem uma participação de 10% na matriz energética nacional. “As concessões onshore são muito importantes para a Petrobras e trazem resultados muito satisfatórios”, diz o gerente geral de Reservas e Reservatórios do E&P da Petrobras, Carlos Eugênio da Ressurreição. Para se ter uma ideia da importância das bacias terrestres para a produção de petróleo e gás natural do país, dos 20 campos com maior produção, os campos de Leste do Urucu e Rio Urucu aparecem entre os 20 campos com maior produção. A produção terrestre de óleo e gás da Petrobras está concentrada nas bacias do Solimões, Potiguar, Sergipe/ Alagoas, Recôncavo, Tucano Sul e Espírito Santo. Em novembro, a produção de óleo e gás em terra da empresa ficou em quase 214 mil barris. De acordo com a Petrobras, em 2012 foram investidos R$ 2,9 bilhões nas bacias terrestres bra-


TN Petr贸leo 87

25


especial onshore

Ranking da produção onshore no Brasil

Fonte: ANP, novembro de 2012

Campo

Cidade

Estado

212.200

Petrobras

Vários

-

-

1.060

Gran Tierra

TLD-REC-T-155

Recôncavo

BA

329

Starfish

Sabiá Bico-de-Osso

Bacia Potiguar

RN

277

Petrosynergy

Tabuleiro dos Martins

Maceió

AL

259

Partex

Cardeal

Bacia Potiguar

RN

233

Starfish

TLD-POT-T-749

Bacia Potiguar

RN

230

Galp

TLD-BT-Seal-13

Angelim

AL

193

Panergy

Morro do Barro

Vera Cruz

BA

185

Petrosynergy

Canário

Catu

BA

118

W. Petróleo

Fazenda Santo Estevão Alagoinhas

BA

105

Recôncavo E&P

Lagoa do Paulo

Araçás

BA

105

Recôncavo E&P

Lagoa do Paulo Norte

Itanagra

BA

89

W.Petróleo

Fazenda Rio Branco

Catu

BA

68

Petrosynergy

Lagoa Pacas

Roteiro

AL

67

Starfish

Aracuã

Aracaju

SE

62

Petrosynergy

Trovoada

Catu

BA

51

Alvorada

Bom Lugar

Alagoinhas

BA

46

UTC

Periquito

Bacia Potiguar

RN

44

Petrosynergy

Sul de Cururipe

Cururipe

AL

36

UTC

Galo da Campina

Bacia Potiguar

RN

35

Santana

Santana

Catu

BA

sileiras, sendo R$ 900 milhões em exploração e R$ 2 bilhões no desenvolvimento da produção. Para manter os bons níveis de produção de óleo e gás, as empresas estão investindo cada vez mais na revitalização de campos maduros onshore, o que vem registrando excelentes resultados. A Petrobras, por exemplo, tem um fator de recuperação médio de seus campos de 30%. A companhia implanta desde 2003 uma estratégia para revitalização de campos maduros e utiliza técnicas como o aumento do nível de injeção de água, vapor e polímeros para recuperação dos campos, mas testa também a injeção de glicerina. 26

TN Petróleo 87

Investimentos em alta O fato é que tanto as petroleiras, como a própria ANP, têm investido em pesquisas e em exploração de petróleo e gás natural em terra firme. A previsão da ANP é somar R$ 1,8 bilhão de investimento no Plano Plurianual de Estudos de Geologia e Geofísica da ANP (PPA) – o qual está inserido no Plano de Aceleração

Foto: TN Petróleo

Operadora

Foto: Cortesia HRT

Produção boe/dia

do Crescimento (PAC) – com previsão de estudar 22 bacias sedimentares até 2014. Hoje, o foco da agência está nas bacias terrestres do Solimões, Amazonas, Parnaíba, Parecis, São Francisco, Paraná e no Acre. De acordo com Eliane Petersohn, embora a Bacia dos Parecis ainda seja pouco conhecida, há boas perspectivas para


a região, o que leva a agência a investir R$ 400 milhões nessa área até o final do PPA. “Estamos mudando a cara das bacias sedimentares brasileiras”, afirmou. “Na Bacia do Acre, temos, do outro lado, no Peru, uma área que está totalmente concedida para exploração e produção. É provável que haja alguma coisa do nosso lado também”, concluiu. O grande interesse de empresas como Petrobras, OGX, HRT e BP nos campos terrestres já é o resultado desses investimentos feitos pela ANP, que garantiu a descentralização desses recursos para exploração para estados como o Acre que antes não vislumbravam receber esses investimentos, já que não se sabia da existência de gás natural e petróleo em suas áreas. Ao mesmo tempo em que aparecem os resultados positivos das pesquisas realizadas e a descoberta de novas reservas, uma cadeia de infraestrutura tem que ser preparada para o escoamento do petróleo e do gás natural, através de gasodutos, terminais e refinarias. Atualmente, a rede nacional de gasodutos já tem quase 9.500 km.

s o le vio s a ró ia t N r a Pe os e fin e d im t R s í a ar m M or f s i a a at in Pl m r Te

Vocação para o gás Diretora geral da ANP, Magda Chambriard, diz que estudos geológicos mostram as bacias terrestres nacionais com vocação para a exploração e produção de gás natural e também para o gás não convencional, co m o o g á s d e xisto. Ela reiterou mais uma vez, que os resultados obtidos em 2012 pelos estudos efetuados pela agência, mostram o grande potencial de diversas bacias, entre as quais a do Acre, Parecis (MT), Parnaíba (MA/ PI), e São Francisco, no lado da Bahia. “Se o Brasil conseguir ter sucesso em bacias dessa dimensão para explorar gás, poderemos ter uma revolução no nosso país. Seria muito bom”, exultou. Segundo Chambriard, informações geológicas de que a agência dispõe sobre as bacias em novas fronteiras sinalizam que o Brasil tem chances de se tornar um produtor importante de gás não convencional (shale gas). Porém, o país ainda está longe de confirmar o tamanho das reservas desse tipo de gás. A ANP fez uma analogia com o “Barnett Shale” (região pioneira na produção de gás não convencional dos EUA) para fazer uma avaliação prévia.

“Se os estudos mostrarem que temos rochas com as mesmas características das encontradas naquela região, há a possibilidade de se ter produção de gás não convencional nas bacias do Parecis, Parnaíba e Recôncavo. Magda Chambriard explicou que a ANP começou a realizar estudos na bacia do Paraná, que é maior bacia do país, com 1,3 milhão de km2. “É uma bacia difícil, porque tem uma camada de basalto que dificulta o imageamento dos possíveis horizontes produtores. Há estudos, respaldados pela ANP, que indicam potencial de 226 TCF (trilhões de pés cúbicos) de gás não convencional. Tudo isso, repito, são apenas possibilidades que ainda devem ser confirmadas por mais estudos e perfuração de poços”, concluiu.

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Parcerias e investimentos

movidos a gás

Recentemente, Petrobras, HRT e sua sócia, TNK-Brasil, assinaram um protocolo de intenções com o objetivo de desenvolver estudos sobre a viabilidade técnica, econômica e ambiental de implementação do Projeto Solimões, que consiste na exploração do gás natural nas áreas de concessão próximas ao Campo do Juruá, da Petrobras, na Bacia de Solimões, no estado do Amazonas.

28

TN Petróleo 87

Foto: Saulo Hideki, HRT

N

essa última, em fevereiro de 2012, a Petrobras descobriu uma nova acumulação de petróleo e gás, durante a perfuração do poço de 3.295 m de profundidade, conhecido como Leste do Igarapé Chibata, a 25 km da Província Petrolífera de Urucu. Os testes realizados indicaram capacidade de produção diária de 1.400 barris de óleo de boa qualidade (41º API) e 45 mil m3 de gás, na Formação Juruá. A Petrobras é detentora de 100% dos direitos de exploração e produção na Concessão. Este foi o segundo sucesso exploratório no Bloco SOL-T-171, onde já está em andamento, desde 2010, o Plano de Avaliação da Descoberta do Igarapé Chibata. Somente naquela região, a companhia produz, diariamente, 53 mil barris de óleo e 11 milhões de m3 de gás natural por dia, além de 1,3 mil ton/dia de GLP. Milton Franke, CEO da HRT O&G, destaca que esta iniciativa, mais além do interesse das companhias petro líferas, envolve melhorias para o estado do Amazonas e municípios (na forma de tributos) e, principalmente, empregos e mais renda para a população. “Os estudos estão

em andamento e demandam tempo. Estamos com grupos dedicados ao projeto, com uma agenda regular de reuniões para detalhar ações de mercado, logística, tecnologias, etc. Até julho, pelo menos, estaremos nesta etapa. Qualquer novidade, a HRT irá comunicar ao mercado e à sociedade”, complementa o Franke. As expectativas são boas, como confirmam os investimentos previstos pela HRT e a TNK-Brasil para 2013: U$ 266 milhões, dos quais 40% na aquisição de dados, espe-

cialmente sísmica 2D, e 60% na perfuração de poços. O executivo frisa, no entanto, que não é possível ainda estipular um prazo para o início da produção. “Dentro de um cronograma de trabalho que visa a eficiência operacional, a HRT tem demonstrado excelente performance. Acabamos de anunciar o resultado do poço 1- HRT-10-AM, que mostrou muito boa vazão para gás (1.600.000m³/dia). Potencial este que, somado ao dos poços 1-HRT5-AM e 1-HRT-9-AM (o último um


Terra do gás Detentora de 21 blocos de exploração na Bacia do Solimões, na Amazônia, a HRT é uma das empresas que vem investindo nas novas fronteiras exploratórias terrestres brasileiras. Segundo estudos, a Bacia do Solimões tem a segunda maior reserva de gás do país e a segunda maior produção de óleo e condensado em áreas onshore.

Foto: Cortesia HRT

dos melhores poços de gás onshore do Brasil), comprova a extensão para o sul da capacidade de produção de gás dos blocos SOL-T-191 e SOL-T-192. E reforça as perspectivas exploratórias da companhia nesta região, onde estão também localizados os blocos SOL-T-214, SOL-T- 215 e SOL-T-216”, informa. Franke destaca ainda que a HRT, diante dos últimos resultados obtidos, está focada em novas aquisições sísmicas – para melhorar o conhecimento da extensa área que tem concessão – e no projeto de monetização do gás. “Haverá, a partir do segundo semestre, duas equipes sísmicas em campo concentradas em levantar dados que ajudarão no detalhamento dos blocos ao sul. Uma vez interpretados esses dados, planejaremos as perfurações de 2014, 2015”, avalia o CEO, reafirmando: “Confiamos no potencial desta área para gás e óleo.”

O potencial petrolífero da região de Solimões é estimado entre quatro e seis bilhões de barris de óleo leve e de 10 a 20 trilhões de pés cúbicos de gás natural. No Brasil, a HRT detém ainda participação em quatro blocos de exploração em bacias onshore, cobrindo uma área de cerca de 110 km2 nas Bacias do Recôncavo (BA), Espírito Santo (ES) e Rio do Peixe (PB). A companhia já havia realizado uma grande descoberta no poço1-HRT-9, com potencial de produção de até três milhões de m 3 por dia na estrutura. Esta descoberta representa um passo importante no projeto de monetização do gás na Bacia do Solimões. Além das companhias nacionais, as empresas estrangeiras também já perceberam o potencial das bacias onshore brasileiras, e estão obtendo participação em blocos. A Shell

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tem hoje 11 concessões para E&P de petróleo e gás no Brasil, sendo cinco onshore, todas na Bacia de São Francisco, onde também é operadora, com 60% de participação em cada uma delas. Em abril, a Shell concluiu a aquisição de quase 1.200 km de dados sísmicos 2D na Bacia de São Francisco, em Minas Gerais, visando identificar a existência de gás não convencional na região. Este é o primeiro projeto onshore da empresa no Brasil, que pretende perfurar o primeiro poço exploratório ainda no primeiro semestre deste ano. Lançado em 2011, o programa exploratório do São Francisco inclui cinco blocos em terra, arrematados na 10ª Rodada de Licitações da ANP. Segundo a empresa, o investimento nos estudos sísmicos é consequência da importância que o gás alcançou para a Shell e do aumento da demanda mundial por energia. Ainda de acordo com a Shell, a nova rodada de leilões foi uma decisão positiva, tomada na direção do crescimento da indústria e do país. “Esperamos que os novos leilões marquem a retomada da regularidade na realização de rodadas de licitação. A companhia irá olhar com muita atenção as áreas que vierem a leilão, seja no pré-sal, pós-sal ou em terra”, completou.

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D

urante a Rio Oil & Gas, realizada no ano passado, o presidente da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), Alessandro Novaes, demonstrou preocupação com o futuro dessas pequenas companhias. “Se não forem tomadas medidas urgentes de incentivo, como uma nova oferta de blocos onshore nos próximos cinco anos, os pequenos e médios produtores de petróleo poderão parar as atividades”, afirmou. Segundo Novaes, os independentes pedem a sanção da proposta que permite a realização de leilões de concessões de exploração exclusivos para os independentes a cada seis meses. Ele explica que a proposta já foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Os pequenos e médios produtores desempenham papel importante por serem agentes complementares à produção nacional. Ao manter o foco em bacias terrestres maduras, essas companhias se destinam à manutenção ou aumento do volume de óleo e gás extraído da terra. “Esse segmento representa para o país uma impor30

TN Petróleo 87

Foto: Banco de Imagens TN Petróleo

Responsáveis por 0,1% da produção nacional de petróleo, os produtores independentes estão presentes sobretudo nos estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, e Sergipe), no Amazonas e no Espírito Santo. Hoje, a produção nacional de petróleo das empresas de pequeno porte é de 3.600 barris por dia, em 39 campos terrestres. Nos últimos dez anos, o valor investido por essas pequenas e médias companhias chega a R$ 1,6 bilhão.

tante ação no sentido da descentralização do investimento exploratório, hoje concentrado no Sudeste e voltado para águas profundas”, afirmou Magda Chambriard, diretora-geral da ANP. Com investimentos de mais de R$ 70 milhões desde o início da fase exploratória, a Alvopetro (antiga Alvorada Petróleo), chegou a produzir cerca de 600 barris/dia no início de 2011, deixando a empresa entre os maiores produtores onshore do Brasil. Todos esses recursos foram concentrados na perfuração de poços e na aquisição sísmica 3D e 2D nos blocos que a empresa possui no Recôncavo Baiano. Recentemente, a

companhia foi adquirida pelo grupo canadense Fortress, o que fez a empresa ter mais poder financeiro para obter novas tecnologias e investimentos em técnicas de exploração não convencionais. “A participação da empresa no próximo leilão da ANP dependerá da análise e estudos das áreas ofertadas. As potenciais oportunidades deverão estar em linha com o plano estratégico da companhia”, afirmou Carlos Eduardo Freitas, diretor superintendente da Alvopetro. Para ele, o setor onshore brasileiro apresenta um grande potencial, com boas oportunidades a serem ainda exploradas, especialmente com o gás de xisto (shale gas) e o tight oil. Com o advento de acordos entre pequenas empresas com grandes companhias estrangeiras, essas independentes aumentaram seus investimentos na área de E&P, com o objetivo de implementar novas técnicas não convencionais. Apesar disso, há o lado dos outros produtores independentes que atuam somente no setor onshore e que continuam vivendo momento de grande dificuldade. “Acreditamos que a contínua melhoria do ambiente regulatório e a implementação adequada das políticas governamentais para o O&G tendem a fortalecer e melhorar cada vez mais o setor onshore no Brasil”, concluiu o executivo.


A BP também reforça a aposta no onshore brasileiro com um projeto de pesquisa de 10 milhões de dólares que envolve a colaboração de universidades – cinco brasileiras e três britânicas. A iniciativa, que tem por objetivo aprimorar o entendimento da formação da Bacia do Parnaíba, no Nordeste, vai combinar dados sísmicos de reflexão da crosta profunda, sismologia e estudos geológicos de campo. Tendo início com a aquisição sísmica, o projeto vai envolver estudantes das Universidades Federais do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Brasília e, ainda, do Observatório Nacional, bem como das Universidades de Aberdeen, Cambridge e Oxford. “O Brasil e o Reino Unido estão comprometidos com o aprimoramento das nossas excelentes relações em ciências, pesquisa e educação superior. Esse novo acordo vai fortalecer ainda mais nossos laços” disse David Willetts, ministro de Estado Britânico para Universidades e Ciências. “Também vai abrir mais oportunidades para nossos cientistas, universidades e empresas de ponta para colaboração e aprendizado mútuo, desenvolvendo conhecimentos e competências em nossos países.” “Acreditamos que a Bacia do Parnaíba, ainda pouco explorada, representa um excelente laboratório para entender bacias cratônicas em geral e aprofundar o conhecimento sobre seus mecanismos de desenvolvimento”, disse o anuncio_op_1.pdf 1 11/01/2013 17:35:40 Dr. Mike Daly, vice-presidente exe-

Ilustração: BP

BP: US$ 10 milhões em bacias onshore

cutivo da BP. “Os dados sísmicos adquiridos pela BP serão interpretados junto com outros dados geofísicos e geológicos, aumentando o conhecimento dos cientistas brasileiros e britânicos envolvidos no projeto, com o objetivo de criar uma visão geológica integrada e entender o potencial dos recursos petrolíferos da bacia.” As bacias cratônicas são grandes bacias terrestres subcirculares formadas durante longos períodos de tempo sobre espessa crosta continental. Algumas têm produzido bilhões de barris de hidrocarbonetos, especialmente no hemisfério Norte, mas a maioria ainda é pouco explorada. Indícios de petróleo e gás e os anúncios de recentes descobertas demonstram o potencial da Bacia do Parnaíba, mas esta ainda não é uma província de petróleo estabelecida. A BP contratou a Global Geophysical em uma base não exclusiva

para adquirir uma linha sísmica regional de 1.440 km através da bacia, passando pelos estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí e Ceará. Estes dados serão disponibilizados para as universidades, que irão integrar dados geofísicos e geológicos adicionais para a construção de um modelo que irá ajudar a compreender a evolução da bacia. “Isso demonstra o compromisso de longo prazo da BP com o Brasil, onde estamos presentes em cinco bacias, a maioria delas fronteiras exploratórias”, disse Guillermo Quintero, presidente regional da BP Brasil. “Este projeto voluntário vem se somar ao extenso programa de exploração e avaliação que a BP está realizando no Brasil desde 2011 até 2014.”

TN Petróleo 87

31


especial onshore

A polêmica em torno do

gás de xisto

Apontado com o principal fator que garantiu a autossuficiência de gás natural dos Estados Unidos, o gás de xisto (shale gas) começa a ser olhado com mais atenção no Brasil, a despeito dos sérios problemas ambientais que causou naquele país, onde há inúmeros casos de contaminação do solo e de fontes de água pelos produtos que são utilizados na sua extração, que demanda também uso intensivo de água.

O

s conhecidos grandes depósitos de gás de xisto só começaram a ser explorados quando foi desenvolvida uma técnica chamada ‘fratura hidráulica’ (fracting), que consiste em quebrar a rocha para liberar o gás que está ali preso, por meio da injeção de água em alta pressão juntamente com produtos químicos. Na grande reserva de Marcellus Shale, nos Estados Unidos, os técnicos utilizam também areia para manter as fraturas abertas para que o gás seja liberado constantemente. A pressão do gás faz com que a água e os produtos químicos retornem à superfície pelo próprio poço perfurado. Especialistas reconhecem os riscos ambientais desse modelo de extração de gás, mas dizem que eles podem ser controlados a níveis seguros com a adoção de regulação adequada e uso de boas práticas na produção do gás de xisto. Porém, os resultados da produção de gás de xisto nos Estados Unidos para o meio ambiente parecem dar sinais de que o processo não é tão seguro e ambientalmente correto. No Brasil, a produção de gás de xisto ainda é muito pequena, mas com o boom mundial do shale gas, muitos especialistas já se preocupam com o aumento da exploração desse gás no país e suas consequências ambientais futuras. De acordo com relatório do Departamento de Energia dos Estados

32

TN Petróleo 87

Unidos, o Brasil teria a oitava reserva mundial de gás de xisto (shale gas), com 226 TPCs (trilhões de pés cúbicos). Os EUA têm a segunda reserva mundial, com 862 TPCs, atrás da líder China, com 1.275 TPCs. Atualmente, há gás de xisto em 48 estados americanos, sendo que o Texas foi o primeiro a utilizar a técnica de perfuração com a injeção de água e produtos químicos no solo. A menina dos olhos dos americanos atualmente é a reserva da Marcellus Shale, que cobre as regiões de Nova York, Ohio, Maryland e Virgínia do Oeste. Para se ter ideia do avanço da produção desse gás no território americano, em 2002, o gás de xisto correspondia a 1% da produção total e hoje este número já subiu para quase 30%. As reservas atuais, segundo cálculos de especialistas, seriam suficientes para abastecer os americanos por cem anos. No Brasil, a produção de xisto está restrita apenas a uma presença da Petrobras no Paraná, onde extrai pouco mais de 110 mil m3 por dia, um volume insignificante se compa-

rado com ao consumo diário de gás no Brasil que é de 49 milhões de m3. Hoje, segundo a ANP, as três principais bacias com premissas de avaliação de exploração do gás de xisto são Parnaíba, Parecis e Recôncavo. Esta última, segundo a agência, tem bom potencial pelo seu histórico de produção (foi a primeira bacia produtora do país) e pela infraestrutura do entorno, com refinarias e uma fábrica de fertilizante. Mas as duas primeiras teriam um potencial total de reservas de quase 190 TCF (trilhões de pés cúbicos) – quase o total estimado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. Apesar disso, a agência lembra que há questões-chave na regulação da exploração do gás de xisto no país, principalmente no que diz respeito aos requisitos de licitação, prazos de contratos de concessão, programa exploratório mínimo, avaliação de riscos, conteúdo local etc. Mas o principal desafio continua sendo o da segurança e do meio ambiente, fazendo com que as empresas interessadas tenham de cumprir requisitos máximos no que diz respeito aos projetos de poços, operações de fraturamento (fracking) e a coleta, tratamento e descarte correto de água. Sem falar na enorme demanda de água dessas atividades, principalmente em regiões onde a secular seca não dá trégua, como o Nordeste.


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33


Foto: Cortesia Shell

offshore

Desafios offshore vão além do pré-sal por Karolyna Gomes

Com produção crescente de petróleo e gás natural no Brasil, as petroleiras buscam tecnologias que aumentem o desempenho de seus programas exploratórios. Seja para recuperação de hidrocarbonetos ou mesmo para aumentar o ciclo de vida de instalações offshore, os investimentos focam o monitoramento de informações, novo design de equipamentos, construção de poços, caracterização de reservatórios, além de uma atenção especial às bacias maduras, que, no cenário global, representam a maior parte das bacias produtoras. 34

TN Petróleo 87


Unidades de produção offshore no Brasil Ceará: 9 fixas Potiguar: 29 fixas Sergipe-Alagoas e camamu e almada: 26 fixas e 1 FPSO Espírito Santo: 2 fixas e 8 FPSOs (P-58 em 2014) Campos: 22 FPSOs (P-62 em 2014; P-63 em 2013), 2 FSOs, 1 FPU, 1 TLWP (P-61 em 2013), 17 semissub, 3 UMS/ semissub, 14 fixas Santos: 9 FPSOs (contando com o Cidade de Paraty em maio de 2013, Cidade de Ilha Bela e Cidade de Mangaratiba em 2014), além de mais 8 replicantes e mais 4 para Cessão Onerosa, uma semissub, um FSO e duas fixas.

A

exploração e produção offshore de petróleo e gás em águas profundas dependem cada vez mais de tecnologias e soluções que garantam maior segurança e eficiência operacional e aumento da produtividade, seja no pós e pré-sal ou no Ártico. Razão pela qual a Petrobras anunciou, em julho de 2012, o Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos

(Proef), que visa recuperar a produtividade da região que responde hoje por cerca de 80% da produção nacional e que demandará investimentos de mais de US$ 5,6 bilhões nos próximos anos. Em um cenário mundial em que quase todas as bacias produtoras são maduras, aumentar o índice de recuperação de hidrocarbonetos é um dos grandes desafios da indústria de óleo e gás. O tema se mostrou mais do que relevante na programação técnica da última Rio Oil & Gas, que trouxe o debate para distintos painéis. Na ocasião, Shell, Statoil e Petrobras – esta última representada por pesquisadores do Centro de Pesquisa Leopoldo Miguez de Melo (Cenpes) – apresentaram cases sobre revitalização de campos maduros offshore. Apresentando projetos desenvolvidos no Mar do Norte, Trond Stokka Meling, vice-presidente Subsea e de Engenharia Marítima da Statoil, destacou o uso de distintas tecnologias que possibilitou à empresa aumentar de 30% para 50% o índice de recuperação de petróleo em alguns campos, nos últimos anos. “Apesar de alcançar esse número considerável, nossa meta é chegar a 60%”, salientou, afirmando que isso demandará novos métodos, “como a sísmica 4D para monitoramento e melhor entendimento de reservatórios e maior eficácia na escolha dos locais para perfuração de novos poços”. O ciclo de vida de instalações, como plataformas e equipamentos utilizados nelas, também está entre os desafios. “Além de renovar desenhos e produzir equipamentos mais leves, estamos atentos à questão da manutenção, que é fundamental

para ampliar a vida útil e reduzir os custos de produção.”

Recuperação alta em Bijupirá & Salema Osman Tosun, gerente de Desenvolvimento dos campos Bijupirá & Salema, na Bacia de Campos, detalhou algumas tecnologias utilizadas nessas concessões operadas pela Shell, a primeira companhia estrangeira a produzir petróleo no país. “Hoje produzimos 20 mil barris por dia em Bijupirá & Salema. Desde o início de sua operação, considerando o projeto piloto, já foram extraídos 120 milhões de barris”, assegura ele. Mas os campos que, segundo Tosun, estão na metade de sua vida útil, já começaram a apresentar queda de produção, e os reservatórios se apresentaram mais complexos do que o imaginado. “Havia uma quebra de água nos poços além de outros problemas, como a mistura da água de formação e de injeção. Isso demandou observação e melhoria nos processos.” Dentre as soluções adotadas pela petroleira para a perfuração de novos poços, está a sísmica 4D, que possibilita o monitoramento e reavaliação de informações. “Na fase de planejamento para 2013, junto com a Petrobras [que detém 20% da concessão], estamos avaliando perfurar mais quatro poços”, explicou, visando atenuar a curva de declínio da produção. Para o executivo, o conhecimento do reservatório é muito importante. “Analisar o registro de poços abandonados, o comportamento do reservatório, a pressão. Tudo isso deve ser considerado na análise de um poço maduro”, afirma, afiançando que a empresa já conseguiu TN Petróleo 87

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offshore

aumentar em 13 milhões a recuperação nos dois campos.

Testando tecnologias Abordagens tecnológicas que ajudam a otimizar o desempenho em campos maduros estão sendo aperfeiçoadas pela Petrobras. Segundo José Fagundes Neto, gerente geral para P&D em Geoengenharia e Engenharia de Poço d a Pe t r o b r a s / Cenpes, testes onshore pautam investimentos em soluções offshore. Um deles é o controle de mobilidade da água através da injeção de polímeros – o que aumenta a viscosidade da água. “Hoje temos uma experiência bem-sucedida com testes realizados onshore e a partir de 2013 implementaremos em um campo offshore que tem um óleo pesadíssimo”, disse sem citar os projetos em questão. “A partir de sua conclusão disponibilizaremos a tecnologia em larga escala. O que deve acontecer em 2015”, afirmou, complementando que o grande desafio será encontrar um polímero que mantenha a estabilidade, ao longo do tempo, da pressão do reservatório. O mesmo modelo de testes se aplica à injeção de água para promover pulsação, o que causará uma vibração nas gotículas de óleo, induzindo-as a seguir para os poços produtores. “O teste piloto será realizado onshore, e obtendo resultados positivos seguiremos para o offshore no início de 2014... Acreditamos que até o final de 2015 teremos uma carteira de tecnologias que vai nos permitir um aumento razoável nos fatores de recuperação.” O monitoramento de informações, através de sísmica 4D perma36

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nente, é apresentado como um dos diferenciais em projetos futuros da petroleira. “Trazemos duas novidades: um sistema de monitoramento permanente dentro do poço, e outro no fundo do mar. Com isso pretendemos ter a informação do que pode ter mudado em curtos ou longos períodos”, explica Fagundes Neto. “Pretendemos ter simuladores que nos permitam otimizar o uso dessas informações”, completa. O primeiro teste com a tecnologia dentro do poço será feito em 2013, no campo de Namorado. Já o sistema que monitora o fundo do mar estava previsto para ser instalado em dezembro de 2012 em Jubarte, e a primeira aquisição de dados está prevista para o primeiro trimestre deste ano. “Dentro de nossas metas, pretendemos ter simuladores que atualizem dados automaticamente, considerando um histórico já adquirido. Hoje, só conseguimos ajustar dados da frente de água quando ela chega até o poço produtor. Antes disso você está completamente cego”, explica. O equipamento já está sendo desenvolvido em parceria entre Petrobras, Shell e CNG, e sua versão comercial poderá ser oferecida já em 2014.

Óleos pesados À medida que as reserva de óleo convencional (leve) vão se exaurindo, cresce a importância da participação de óleos pesados para a matriz energética mundial. Com características mais viscosas e densidade próxima da água, o óleo considerado pesado tem valores diferentes dependendo da organização que o avalia: 22º API na avaliação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 19º API, na avaliação da Petrobras, e 25º API, na avaliação da Organiza-

ção dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A América do Sul lidera o ranking das regiões com maior quantidade deste tipo de petróleo, possuindo mais de 1 trilhão de barris – seguido pelo Oriente Médio, com 971 milhões de barris, e América do Norte, com 651 milhões de barris. “Estima-se que o crescimento global da participação desse tipo de óleo suba de 13% para 14% até 2015 e, até 2030, 16%”, afirma Eduardo Bordieri, gerente geral de Concepção e Implantação de Projetos de Óleo Pesado da Petrobras. De acordo com ele, o cenário da estatal aponta que de 2002 a 2011 o óleo pesado representou cerca de 33% do mercado da companhia, e até 2016 haverá “manutenção dos níveis de contribuição observados nos últimos cinco anos”. Dentre as descobertas destacadas pelo executivo estão Jubarte (com 17º API), Albacora Leste e Marlim (com 20º API), Marlim Leste (18º API), e Papa Terra (14º API). Isso demonstra a amplitude de óleos pesados na costa brasileira, com grande concentração na região da Bacia de Campos. “A Petrobras já trabalha com o horizonte de óleos pesados há bastante tempo”, afirma Bordieri, citando, dentre os principais desafios, o desenvolvimento da produção em águas profundas, garantia de escoamento, geração de energia e tratamento do óleo. “Um ponto fundamental é a produção prematura de água, gerando gargalos na planta de processo, onde é feita a separação do óleo-água. Outro ponto é a alta demanda de energia para


Statoil busca inovar em Peregrino A operadora Statoil se prepara para utilizar novos dispositivos de controle autônomo de afluência

FPSO P-50 em Albacora Leste na Bacia de Campos Foto: Divulgação Statoil

a elevação do óleo e do gás, do reservatório, no fundo do mar, até a plataforma”, diz. “Há também questões de tratamento desse óleo, como a redução de quantidade de água, queda de emulsão, além do descarte de água dentro dos níveis da regulamentação ambiental, o que demanda equipamentos e tratamentos adequados”, afirma. Nesse contexto, a abordagem da Petrobras é de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Os projetos são analisados caso a caso, para que sejam aplicadas as melhores alternativas para cada um. “Hoje consideramos viáveis os poços de longa extensão, grande diâmetro e multilaterais. Também consideramos o controle de produção de areia, injeção de água e elevação artificial do óleo”, afirma o executivo da Petrobras. O aprimoramento para desenvolver e integrar tecnologias que facilitem a produção deste tipo de óleo de modo econômico levou a companhia a criar o Programa Tecnológico de Óleos Pesados Offshore (Propes), que até hoje recebeu investimentos de mais de R$ 200 milhões. O Propes compreende 32 projetos, dentre eles: tecnologias de reservatórios para óleos pesados e viscosos em ambiente offshore; poços horizontais com longo trecho horizontal em arenitos não consolidados; equipamentos para poços de grande diâmetro; elevação artificial para óleos pesados e viscosos; escoamento e transporte de óleos; separação e tratamento; projeto integrado de produção e avaliação; unidades de produção e sistemas submarinos para óleos pesados; caracterização e pré-tratamento.

Ilustração: Agência Petrobras

desafios offshore vão além do pré-sal

Plataforma fixa Peregrino na Bacia de Campos para ajudar a melhorar a recuperação de petróleo no campo de Peregrino, que tem cerca de 14º API. De acordo com o diretor de Produção da Statoil para o campo de Peregrino, Johan Mikkelsen, o primeiro dispositivo utilizado para atrasar e reduzir impacto do avanço da água em poços horizontais longos deve ser instalado em 2013. “Nossa equipe identificou cerca de dez poços que

poderiam se beneficiar da tecnologia, que tem potencial para adicionar cerca de 20 milhões de barris de reservas.” Mikkelsen também destacou o potencial de injeção de polímero. “Acredito firmemente que esta tecnologia irá desempenhar um ótimo papel neste campo”, disse. A Statoil considera um projeto piloto de injeção de polímeros que pode trazer resultados em até quatro anos. Peregrino produz cerca de 85 mil barris de petróleo por dia, e deve chegar a 100 mil após a conTN Petróleo 87

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offshore

clusão do primeiro poço multilateral do campo.

Shell reforça projeto do BC-10 Com um óleo que varia de 16º API a 24º API, o bloco BC-10, conhecido como Parque das Conchas, iniciou sua produção em 2010, alcançando um pico de produção de 93 mil barris por dia em sua primeira fase de desenvolvimento. Como se esperava, esses níveis caíram e o atual investimento é para que ele retome os níveis de produção alcançando cerca de 50 mil bpd com o desenvolvimento da segunda fase. “A fase 2, aprovada em 2010, está em execução e tem o mesmo número de poços (11) perfurados na anterior, para um único reservatório (Argonauta O-North). Atualmente estamos desenvolvendo as perfurações – sete poços de produção e quatro injetores de água – e as instalações subsea. Nossa previsão é que até o fim de 2013 teremos a primeira produção de petróleo”, disse Álvaro Beloso, gerente de pro38

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jetos da empresa, complementando que estão sendo realizadas sísmicas 4D para o melhor gerenciamento desses reservatórios. A empresa espera estabelecer uma produção de cerca de 35 mil bpd em Argonauta durante os cinco primeiros anos, antes de um novo declínio. O BC-10, que está localizado na Bacia de Campos, no litoral do Espírito Santo, a quase 110 km da costa, dispõe de sistemas inovadores de separação e bombeio submarinos de petróleo e gás. Outra tecnologia desenvolvida para este projeto é a de risers com flutuadores. “O petróleo leve flui naturalmente do reservatório até a plataforma. O petróleo mais pesado, não. Ele tem que ser puxado”, explica Beloso. “Como ele tem quase a mesma densidade da água, é mais difícil de fluir e também de separar. O que fazemos é esquentar esse óleo antes que ele chegue ao separador.

Quanto mais quente, mais fácil de separar da água e do gás.” O executivo explica que a primeira parte do desenvolvimento do BC-10 pauta sua continuidade, e a empresa irá manter o design dos equipamentos que estão sendo acopladas à nova fase. “Vamos utilizar cerca de dez bombas elétricas potentes no Parque das Conchas para bombear o óleo dos reservatórios até o FPSO”, disse Beloso, afirmando que o desenvolvimento desses equipamentos é o maior investimento do projeto. Apesar do BC-10 ter sido concedido na Rodada Zero e não ter porcentagem mínima para conteúdo local, Beloso explica que o projeto contempla boa quantidade de mão de obra brasileira, tanto na fase 1 como na fase 2. “Nós temos parceiros no Brasil. Eles são fornecedores de tubos e materiais para perfuração, empresas de serviço para produção, entre outras”, explica. “Durante a fase 1, a Shell foi capaz de entregar parte significativa dos contratos de equipamentos sub-


desafios offshore vão além do pré-sal marinos para empresas brasileiras atingindo, voluntariamente, 36% de conteúdo local.” A Shell já estuda uma terceira fase para o Parque das Conchas, que desenvolverá o campo de Massa, descoberto em 2010, juntamente com o campo Argonauta O-South, encontrado em 2003. “Ainda não temos informações precisas sobre o número de poços necessários ou a extensão da área. Mas se o projeto for aprovado, iremos conectar esse reservatório ao FPSO”, finaliza. O campo possui petróleo ligeiramente mais leve, com 18º API, além de ter grandes características de viscosidade.

Pré-sal: aquisição de informações é estratégia da Petrobras “Oportunidades de inovação tecnológica” – assim Carlos Tadeu Fraga, gerente executivo do Pré-Sal da Petrobras, define os desafios

que essas reservas trazem para a estatal e seus parceiros. Com 14 poços em produção desde 2008 – oito na Bacia de Santos e sete na Bacia de Campos –, a produção do pré-sal superou, no final de 2012, 200 milhões de barris de petróleo. As reservas que farão com que o Brasil seja o país com maior crescimento de produção dentre os países fora da Opep até 2030, receberá da Petrobras investimentos da ordem de US$ 6 bilhões para exploração e US$ 43,7 bilhões para o desenvolvimento da produção. E para seguir com o desenvolvimento, tirando projetos do papel, a estatal investe na estratégia bem-sucedida de Campos. “Quando a gente caminha em direção à Bacia de Santos, as espessuras de sal

aumentam. Em contrapartida, os volumes aumentam, o que nos dá a oportunidade de estar lidando com uma província muito importante”, afirma Fraga. A lâmina d’água, que atinge mais de 2.000 m, e a profundidade final dos poços também crescem para o Sul, e como o previsto, crescem os “prêmios”. Somados, Lula, Iracema, Sapinhoá e os contratos de cessão onerosa somam cerca de 15 bilhões de barris equivalentes de volume recuperável. “Para continuar com o sucesso que estamos tendo – com 73 poços exploratórios perfurados, somando Campos e Santos, e 80% de sucesso –, nossa estratégia nada mais é do que a bem-sucedida experiência em Campos: adquirir informações e usá-las para definir sistemas mais complexos, desenvolvendo tecnologia ao longo da trajetória”, afirmou o gerente.

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retrospectiva 2012

Em um ano marcado pela posse de Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras e queda das ações das maiores companhias petrolíferas brasileiras, muitos assuntos ficaram pendentes para 2013, como a decisão sobre a redistribuição dos royalties, que teve o veto da presidente Dilma e aguarda decisão final da Câmara dos Deputados. Também ficou para 2013 a décima primeira rodada de licitações, que depois de quatro anos será realizada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em maio, deixando o mercado de petróleo e gás com a expectativa de por Rodrigo Miguez que as coisas vão começar a andar no setor. 40

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Foto: Divulgação OGX

Foto: Agência Petrobras

Foto: Agência Petrobras

2012,


Janeiro Descoberta de óleo leve e gás no Campo de Golfinho – No segundo dia do ano, a Petrobras descobriu óleo leve e gás após a perfuração do poço 4-GLF31-ESS, informalmente denominado ‘Tambuatá’. Localizado a 74 km da costa, o poço está situado a 7 km do FPSO Cidade de Vitória, na porção leste do Campo de Golfinho, a 1.520 m de profundidade. O empreendimento faz parte do Projeto Varredura, direcionado ao programa de antecipação da produção em novas descobertas próximas a sistemas de produção já implantados, o Planóleo.

Foto: Divulgação IMPSA

Foto: Divulgação STX

Foto: Divulgação ANP

o ano que não terminou

Petrobras vai ter primeiro terminal oceânico – A Petrobras fechou contrato com a empresa Tanker Pacific Offshore Terminals (TPOT) para uma Unidade Offshore de Transferência e Exportação (Uote), orçada em US$ 500 milhões, com capacidade para armazenar dois milhões de barris de petróleo. A estrutura contará com um navio fixo, de grande porte, instalado a 80 km de Macaé, no Norte Fluminense, que poderá ser abastecida simultaneamente por dois navios, e seu sistema de válvulas permitirá a reversão de fluxo do óleo entre os navios. O novo terminal será instalado em local com 70 m de

profundidade e seu sistema de boias per mitirá que os navios fiquem atracados à embarcação fixa para receber o óleo. Angolana anuncia descoberta no pré-sal da Bacia de Campos – A Sonangol Starfish descobriu indícios de petróleo no pré-sal da Bacia de Campos, no bloco C -M-622. A empresa informou à ANP que encontrou indícios de petróleo em dois reservatórios com a perfuração de apenas um poço, o 6STAR24PRJS, nas profundidades de 4.700 m e 5.200 m, segundo informações da companhia. O poço foi denominado ‘Gaivota’. TN Petróleo 87

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retrospectiva 2012 MPX e GE fecham acordo bilionário – A MPX, empresa de energia do grupo EBX, firmou um contrato de mais de US$ 1,2 bilhão com a GE para fornecimento e manutenção de 19 turbinas a gás para sua usina termelétrica da Bacia do Parnaíba, no Maranhão. As turbinas, de fabricação americana, serão alimentadas por gás natural da OGX Maranhão, na qual a MPX detém participação. Do total contratado, já foram encomendadas sete turbinas, todas com capacidade de cerca de 170 megawatts (MW), por um valor total de US$ 500 milhões. A primeira delas já aportou em São Luís (MA), e a sétima chega em dezembro. Quatro começam a operar no início de 2013, somando 676 MW. OGX anuncia primeiro óleo no Teste de Longa Duração (TLD) em Waimea – A empresa brasileira de óleo e gás natural, OGX, responsável pela maior campanha exploratória privada no Brasil, comunica a produção do seu primeiro óleo no Teste de Longa Duração (TLD) na acumulação de Waimea. O TLD de Waimea marca o início da geração de caixa da empresa com a venda de duas cargas para a Shell, que totalizam 1,2 milhão de barris. Recorde de produção de petróleo – Em janeiro de 2012 houve novo recorde na produção de petróleo no Brasil e pelo segundo mês consecutivo foi superada a marca de 2,2 milhões de barris diários. Foram produzidos cerca de 2,231 milhões de barris/dia (bbl/d) de petróleo, o que representa um aumento de quase 5,1% na comparação com o mesmo mês em 2011. Em relação a dezembro de 2011, o crescimento foi de 0,8%. O principal motivo do novo recorde de janeiro de 2012 foi o aumento da produção da P-56 no campo de Marlim Sul. A produção de gás natural no Brasil atingiu quase 71,1 milhões de m³/dia (m³/d), um incremento de 7,3% frente ao mesmo mês em 2011 e de 0,3% se comparada ao mês an42

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OS GRANDES NÚMEROS DE 2012

2,678 milhões de barris de óleo

equivalente por dia (boe/d) foi a maior produção registrada no país até então (janeiro).

272,1 mil boe/dia foi a maior

produção do pré-sal até novembro de 2012.

147 milhões boe foi o volume

total de derivados importados pelo Brasil até novembro de 2012.

R$ 50 milhões foi o valor da multa

aplicada pela ANP à Chevron, pelo acidente no campo de Frade, na Bacia de Campos, ocorrido em novembro de 2011.

R$ 35,1 milhões foi o valor pago

pela Chevron, que se beneficiou do desconto de 30% previsto no Artigo 4 da Lei 9847 (Lei de Penalidades).

R$ 1,346 bilhão ou US$ 685 mi-

lhões foi o prejuízo da Petrobras no segundo trimestre de 2012, o primeiro em uma década. terior. A produção de petróleo e gás natural no Brasil foi de cerca de 2,678 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). ANP investiga vazamento de óleo no Rio Grande do Sul – A ANP iniciou investigação sobre o vazamento de óleo ocorrido

na monoboia do terminal da Transpetro de Osório, em Tramandaí (RS). A Agência foi notificada pela empresa ontem (26/1). O Escritório Regional Sul da ANP está acompanhando – juntamente com a Capitania dos Portos, Ibama e Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam) – o trabalho


Vazamento de óleo na Bacia de Santos – A Petrobras informou no último dia do mês que detectou um vazamento de cerca de 160 barris de petróleo de um poço perfurado na camada pré-sal da Bacia de Santos, a cerca de 300 km do litoral do estado de São Paulo. Na área, a estatal realiza um teste de produção com um navio-plataforma, batizado de FPWSO Dynamic Producer, alugada para realizar o teste de longa duração como de Carioca Nordeste, na região onde estão outras importantes descobertas do pré-sal como o campo de Lula. A Petrobras informou que o poço estava em produção no momento do acidente, que provocou “um rompimento na coluna de produção”, ou seja, no duto perfurado na rocha por onde o óleo flui até a cabeça do poço.

Primeiro óleo da OGX em Waimea Foto: Agência Petrobras

de contenção que está sendo feito pela Transpetro.

Foto: Divulgação OGX

2012, o ano que não terminou

Fevereiro Fevereiro Vazamento no Campo de Barracuda – No dia 14, na parte da manhã, a ANP tomou conhecimento do vazamento de petróleo ocorrido na noite do dia anterior, na Plataforma P-43, que opera no Campo de Barracuda. Uma falha em uma tubulação ocasionou o vazamento de 5 m³ de petróleo para o mar, a cerca de 100 km da costa do Rio de Janeiro. O Plano de Emergência da Petrobras foi acionado, envolvendo o deslocamento de embarcações para contenção e dispersão da mancha, além do monitoramento por sobrevoo. Parceria estratégica – A Petrobras e a Weatherford assinaram um memorando de entendimentos para identificar projetos de Pesquisa e Desenvolvimento, ligados à atividade de exploração e produção de petróleo e gás, cujo desenvolvimento seja de interesse comum. Como as empresas signatárias deste memorando pretendem aprofundar sua atuação no âmbito do P&D, a Weatherford está propondo associar-se às universidades brasileiras e aportar

Graça Foster assume a presidência da Petrobras técnicos especializados. Além disso, ela planeja implantar um Centro de Tecnologia Brasileiro, que atuará em articulação com suas facilidades de P&D no exterior.

sondas de perfuração marítima, a serem construídas no Brasil para atendimento do programa de perfuração de longo prazo, prioritariamente para utilização nos poços do pré-sal.

Petrobras contrata 26 sondas para o pré-sal – A Petrobras aprovou a contratação de 21 sondas (tipo offline) com a Sete Brasil, pela taxa diária média de US$ 530 mil, e a contratação de cinco sondas (tipo dupla atividade) com a Ocean Rig, pela taxa diária média de US$ 548 mil, ambas pelo prazo de 15 anos. Com essa contratação, a companhia conclui o plano de contratação de 28

Graça Foster assume presidência da Petrobras – Com 32 anos de empresa, Maria das Graças Silva Foster assumiu o posto de presidente da Petrobras. Engenheira, ela ocupava desde 2007 a diretoria de Gás e Energia. Em sua primeira entrevista coletiva no novo cargo, ela afirmou que sua prioridade será a área de Exploração e Produção. Dois dias depois, TN Petróleo 87

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retrospectiva 2012 assumiram os novos diretores das áreas de Exploração e Produção, José Miranda Formigli, e de Gás e Energia, José Alcides Santoro. Potencial de Pão de Açúcar confirmado – A Petrobras comunicou a descoberta de nova acumulação de hidrocarboneto na camada pré-sal, ao sul da Bacia de Campos, no poço Pão de Açúcar, no bloco BM-C-33. O poço descobridor está localizado em lâmina d’água de 2.800 m, a 195 km de distância da costa do estado do Rio de Janeiro. A operadora da área é a Repsol-Sinopec Brasil, que tem 35% de participação, em parceria com a Statoil (35%) e a Petrobras (30%). O poço perfurado identificou uma coluna total de hidrocarboneto de 480 m de espessura, com cerca de 350 m de reservatórios portadores. O teste de formação, feito numa seção parcial de um dos reservatórios (de cerca de 220 m), indicou uma produção de 5.000 barris de petróleo e 807.000 m3 de gás por dia. O poço Pão de Açúcar confirma o grande potencial do bloco BM-C-33, onde já foram descobertos os prospectos de Seat e de Gávea. Petrobras descobre mais óleo e gás na Amazônia – A Petrobras descobriu uma nova acumulação de óleo e gás na Bacia do Solimões, no bloco SOL-T-171, no município de Coari, a 25 km da Província Petrolífera de Urucu, no estado do Amazonas. A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 1-BRSA-961-AM, informalmente conhecido como ‘Leste do Igarapé Chibata’. Pelos testes realizados, a capacidade de produção diária deve ser de 1.400 barris de óleo de boa qualidade (41º API) e 45.000 m 3 de gás, na Formação Juruá. Este é o segundo sucesso exploratório no mesmo bloco, onde já está em andamento, desde 2010, o Plano de Avaliação da Descoberta do poço 1-BRSA-769-AM, informalmente conhecido como Igarapé Chibata. Confirmada a viabilidade 44

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OS GRANDES NÚMEROS DE 2012

R$ 36,7 bilhões foi a perda da Petrobras em valor de mercado (a maior do ano no país), segundo a Economatica.

R$ 29,8 bilhões foi a perda da

OGX em valor de mercado, de acordo com a Economatica.

US$ 236,5 bilhões foi o valor

atualizado do plano de negócios da Petrobras para 2012-2016.

US$ 131,6 bilhões

foi o valor alocado para a área de E&P da Petrobras no PN 2012-2016.

US$ 15,3 bilhões é o volume

anual de investimentos em E&P no pré-sal, previsto pelo PN 2012-2016.

US$ 118,93 (FOB) foi o preço médio do barril equivalente de petróleo importado pelo Brasil em 2012.

US$ 16,89 bilhões (FOB) foi

o dispêndio total em importações de derivados pelo Brasil até novembro de 2012. econômica das descobertas, estas viabilizarão a criação de um novo polo produtor de petróleo e gás natural na Bacia do Solimões. Concluída a perfuração do primeiro poço na Cessão

Onerosa, na área de Franco – A Petrobras concluiu a perfuração do primeiro poço após a assinatura do contrato de Cessão Onerosa. Os resultados obtidos comprovaram a extensão dos reservatórios de óleo localizados a noroeste do poço desco-


Declarações de Comercialidade no sul da Bacia de Santos – A Petrobras apresentou no dia 17 à ANP a Declaração de Comercialidade das acumulações de petróleo e gás nas áreas de Tiro e Sídon, localizados no sul da Bacia de Santos. Essas acumulações receberam os nomes de ‘Bauna’ e ‘Piracaba’, correspondentes às áreas de Tiro e Sídon, respectivamente, e ficam situados no Bloco BMS-40. Os volumes recuperáveis totais são estimados em 113 milhões de boe para o campo de Bauna e 83 milhões de boe para o campo de Piracaba, ambos contendo petróleo leve (34º API em Bauna e 32º API em Piracaba), em reservatórios arenosos situados acima da camada de sal. Lucro líquido da Petrobras é de US$ 20,1 bilhões – A Petrobras apresentou os resultados consolidados do exercício de 2011 (4T11), mostrando que a companhia alcançou lucro de US$ 20,1 bilhões em 2011 (US$ 1,54 por ADS), comparado ao lucro de US$ 20 bilhões em 2010 (US$ 2,03 por ADS), como resultado sobretudo da elevação da receita de vendas em 21%, que alcançou US$ 145.915 milhões em 2011. A receita foi impactada positivamente pelo crescimento de 2% na produção de petróleo e gás natural, aumento das vendas de derivados no mercado doméstico, maiores cotações internacionais do petróleo e aumento dos preços da gasolina e diesel no mercado interno. O Ebitda ajustado foi de US$ 37,3 bilhões em 2011, comparado a US$ 33,7 bilhões em 2010, e os investimentos de capital aumentaram para US$ 43,16 bilhões em 2011, a maioria destinada

Declaração de Comercialidade em Tiro e Sídon

Foto: Divulgação ANP

bridor da área de Franco, no pré-sal da Bacia de Santos. O poço denominado 3-BRSA-944A-RJS (3-RJS-688A) e informalmente conhecido como ‘Franco NW’, está situado em lâmina d’água de 1.860 m, a 188 km da cidade do Rio de Janeiro e a 7,7 km a noroeste do poço descobridor 2-ANP-1-RJS (Franco).

Foto: Agência Petrobras

2012, o ano que não terminou

Magda Chambriard assume a direção geral da ANP à expansão da capacidade futura de produção de petróleo e gás natural. Março Março Diretora-geral da ANP toma posse Na presença da presidenta Dilma Rousseff – A cerimônia de posse da diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, foi realizada no dia 21, no Rio de Janeiro, com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, no auditório da Escola de Guerra Naval. A solenidade também contou com a participação dos ministros de Minas e Energia, Edison Lobão; das Cidades, Aguinaldo Ribeiro; da Co-

municação Social, Helena Chagas; e do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, além de senadores, deputados e representantes do setor de petróleo e gás natural. Em seu pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff elogiou a atuação da ANP e da nova diretora-geral na defesa da soberania nacional, das riquezas do país e do meio ambiente. “Parabenizamos a ANP pelo trabalho que tem feito até agora, tanto na garantia da qualidade dos combustíveis, quanto na área de exploração e produção de petróleo e gás natural. As exigências da Agência devem ser cumpridas. As empresas que aqui atuam devem saber que os protocolos TN Petróleo 87

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Início da produção no Campo de Cascade no Golfo do México de segurança da ANP estão aí para serem cumpridos. Não há exceção”, afirmou a chefe da nação brasileira. Novos pontos de afloramento de petróleo em Frade – A ANP informa que foram identificados novos pontos de vazamento de óleo no solo marinho, na concessão de Frade. A ANP, desde o início do evento, em novembro de 2011, vem acompanhando de perto os trabalhos da Chevron Brasil Upstream Ltda. No dia 15, técnicos da ANP constataram, através das filmagens submarinas, cinco pontos ao longo 46

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Foto: Agência Petrobras

Petrobras: investimento de R$ 320,09 milhões em RH

Foto: Agência Petrobras

retrospectiva 2012

de uma fissura de 800 m, de onde se observava o aparecimento de gotículas de óleo, em uma vazão reduzida. No dia 16, o presidente da Chevron foi convocado para prestar esclarecimentos referentes aos novos pontos de vazamento. Na noite do mesmo dia, a ANP consentiu que a empresa interrompesse totalmente a produção do Campo de Frade. Petrobras vai investir R$ 320,9 milhões em formação de recursos humanos – A ANP autorizou a Petrobras a investir R$ 320,9 milhões no programa

Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal. O pleito da empresa foi aprovado pela Diretoria Colegiada da Agência no último dia 29 de fevereiro. Os recursos serão destinados à concessão de cinco mil bolsas de estudo de graduação (2.754 de mestrado e 1.901 de doutorado), na modalidade sanduíche – em que o aluno estuda no exterior por até 12 meses e retorna ao país para continuar o curso – e outras 345 bolsas de doutorado pleno, com duração de até 48 meses, entre 2012 e 2017. O valor aprovado inclui despesas referentes a passagem aérea de ida e volta, em classe econômica, auxílio instalação, seguro saúde e despesas com taxas escolares no exterior. Os alunos contemplados vão participar e desenvolver projetos relacionados à indústria do petróleo, gás natural, energia e biocombustíveis. Os recursos são provenientes da Cláusula de Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (Cláusula de P&D), prevista nos contratos de concessão. Ela determina que as empresas petrolíferas concessionárias invistam em seus centros de pesquisa no Brasil, ou em instituições de pesquisa nacionais, 1% da receita bruta que obtêm nos campos de grande produção ou de alta rentabilidade (que pagam participação especial). Petrobras começa a produzir em Cascade – A Petrobras iniciou a produção do campo de Cascade através do poço Cascade 4, interligado ao FPSO BW Pioneer, localizado a aproximadamente 250 km da costa do estado da Lousiana, em profundidade de água de 2.500 m, no Golfo do México americano. É o primeiro FPSO a produzir petróleo e gás no setor americano do referido golfo. O navio-plataforma tem capacidade de processar 80 mil barris de petróleo e 500.000 m3 de gás por dia, e de estocar 500 mil barris de petróleo. Sinopec compra 30% da Petrogal Brasil – A Galp Energia e a Sinopec concluíram a operação,


FMC e Petrobras assinam acordo para fornecimento de tecnologias para o pré-sal – A FMC Technologies e a Petrobras assinaram um acordo para fornecimento de tecnolo gias para o pré-sal. A princípio, o negócio envolve o fornecimento de 78 árvores de natal molhadas (ANM), que atuarão em profundidades de 2.500 m. A receita gerada soma um valor aproximado de US$ 900 milhões. Segundo poço perfurado na Cessão Onerosa – A Petrobras perfurou o segundo poço após a assinatura do contrato de Cessão Onerosa com a ANP, confirmando a descoberta de óleo de boa qualidade na área denominada ‘Nordeste de Tupi’, no pré-sal da Bacia de Santos. Esse poço, denominado ‘1-BRSA-976-RJS (1-RJS-691)’, está localizado a nordeste do campo de Lula, em lâmina d’água de 2.131 m, e a uma distância de 255 km da cidade do Rio de Janeiro. Nova descoberta de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos – A Petrobras informa que comprovou a ocorrência de uma nova acumulação de óleo de boa qualidade no bloco BM-S-8, em

FMC assina com a Petrobras fornecimento de equipamentos

Foto: Divulgação Chevron

anunciada em novembro de 2011, de aumento de capital da subsidiária Petrogal Brasil e de outras empresas relacionadas, responsáveis pelas atividades de exploração e produção de petróleo da Galp Energia no Brasil. A Sinopec subscreveu a totalidade do aumento de capital de US$ 4,8 bilhões da Petrogal Brasil e de outras empresas relacionadas. Adicionalmente, a Sinopec realizou um empréstimo acionista à Petrogal Brasil, de US$ 360 milhões, que será utilizado para reembolsar empréstimos de acionistas da Galp Energia. Com a conclusão da transação, a Galp Energia fica com 70% da Petrogal Brasil, enquanto a Sinopec terá participação de 30%.

Foto: Divulgação FMC

2012, o ano que não terminou

Campo de Frade: ANP autua Chevron águas ultraprofundas no pré-sal da Bacia de Santos. A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 4-SPS-86B (4-BRSA-971-SPS), informalmente denominado ‘Carcará’, localizado a 232 km do litoral do estado de São Paulo. ANP autua Chevron – A ANP autuou a Chevron no dia 14 por não atender notificação da Agência para apresentar as salvaguardas solicitadas para evitar novas exsudações na área do Campo de Frade. A Agência está acompanhando o vazamento desde o dia do inciden-

te, em 7 de novembro de 2011. Técnicos da ANP estiveram no Centro de Comando de Crise da Chevron e determinaram a instalação de um coletor no novo ponto de vazamento identificado pela empresa. Abril Abril Afloramento de óleo no campo de Roncador – A ANP tomou conhecimento, na noite do dia 8, do vazamento de gotículas de óleo a partir do solo marinho do campo de Roncador, operado pela Petrobras. Roncador é vizinho do campo de TN Petróleo 87

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Foto: Agência Petrobras

retrospectiva 2012 bras o direito de explorar petróleo e gás natural na região de Neuquén, sob a alegação pelo governo local de que a empresa não estava investindo o suficiente na área. Outras empresas como a Repson-YPF e a canadense Argenta Energia também tiveram retirados direitos de exploração na mesma província. Maio Maio Conversão de navios para o pré-sal – A Petrobras assinou no início de maio, contrato no valor de US$ 1,7 bilhão para conversão, no estaleiro Inhaúma, de quatro navios do tipo VLCC (Very Large Crude Carrier) nos cascos das futuras plataformas P-74, P-75, P-76 e P-77, destinadas às áreas da Cessão Onerosa, no pré-sal da Bacia de Santos.

Estaleiro Enseada Paraguassú irá construir navios-sonda Frade, operado pela Chevron, onde ocorreu um blowout em 7/11/2011. O ponto do vazamento no campo do Roncador foi localizado a partir de inspeções submarinas com ROVs (Veículo Operado Remotamente), estando situado a cerca de 500 m da fronteira com o campo de Frade. Não havia identificação de mancha na superfície do mar. As amostras de óleo recolhidas a partir do vazamento no campo de Roncador, analisadas por laboratório acreditado pela ANP, indicaram que o óleo não é proveniente de nenhum reservatório da Bacia de Campos. Os resultados apontam para um fluido de perfuração ou 48

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Foto: Divulgação

Início das obras da Cessão Onerosa no Estaleiro Inhaúma

completação comumente utilizado em operações de poço. Estaleiro Enseada do Paraguaçu fará sondas – O Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP) assinou contrato com a Sete Brasil para a construção de seis navios-sonda para a perfuração de petróleo, no valor de US$ 4,8 bilhões. A Sete também assinou contrato com a Keppel para construção de cinco plataformas de perfuração. Argentina caça direito de exploração da Petrobras – O governo argentino retirou da Petro-

Universidade Federal da Bahia inaugura laboratório com apoio da Petrobras – A Petrobras e a Universidade Federal da Bahia (Ufba) inauguraram o Laboratório de Isótopos Estáveis, que integra a Rede de Geoquímica. No laboratório, será realizada a caracterização isotópica de águas de formação em reservatórios para determinação de sua origem e evolução nos campos de petróleo. Além disso, essa caracterização servirá como ferramenta para o monitoramento dos variados aspectos ambientais ligados à produção. A Petrobras investiu R$ 1 milhão em reforma de infraestrutura e aquisição de equipamentos e R$ 1,7 milhão em projetos de pesquisa e desenvolvimento. João Cândido faz sua primeira viagem para a Transpetro – Primeiro navio construído para o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), o João Cândido saiu para sua primeira operação, o transporte de petróleo produzido na Bacia de Campos para o Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião (SP). Com 274 m de comprimento, o navio tem capacidade para transportar um milhão de barris de petróleo – quase a metade da produção diária nacional.


Denúncia de vazamento em Jubarte – A ANP e a Marinha do Brasil informam que em sobrevoo realizado, no âmbito do termo de cooperação Marinha/ANP, para averiguar a denúncia sobre a existência de uma mancha de óleo no Campo de Jubarte, próxima à Plataforma P-57, até o momento os inspetores navais da Capitania dos Portos do Espírito Santo não avistaram qualquer mancha. A ANP e a Marinha continuarão acompanhando a situação.

Foto: Agência Petrobras

2012, o ano que não terminou

Junho Junho Lançamento do PN 2012-2016 pela Petrobras Foto: Divulgação IMPSA

Vale entra no mercado de biodiesel – A Vale entrou no mercado de biodiesel com o início da operação da usina que vai transformar óleo de palma em biocombustível. A maior produtora de minério de ferro do mundo vai investir US$ 500 milhões no projeto para abastecer sua frota no país. Pelo cronograma, uma segunda planta industrial, para transformar o insumo em biodiesel, será instalada em 2015. Shell investe no Espírito Santo – O presidente da Shell, André Araújo, anunciou que a empresa vai investir US$ 2 bilhões nos próximos anos no Espírito Santo, a fim de dar sequência aos projetos de exploração e produção da Shell no estado. BNDES libera dinheiro para energia eólica – O BNDES disponibilizou R$ 378 milhões para cinco parques de energia eólica, na Bahia e no Rio Grande do Norte, que serão destinados à Força Eólica do Brasil, empresa controlada pela Neoenergia e pela Iberdrola. Petrobras lança Plano de Negócios 2012-2016 – A Petrobras apresentou o tão aguardado Plano de Negócios 2012-2016, no qual mostrou o planejamento para os próximos anos: vai investir US$ 236,5 bilhões, principalmente na área de exploração e produção, que terá US$ 131,6 bilhões à disposição. O valor é 5,25% maior do que o estimado no plano anterior

BNDES financia energia eólica (2011/2015), que era de US$ 224,7 bilhões. Para a presidente da Petrobras, Graça Foster, as metas de produção da companhia, agora com o novo plano de negócios, estão mais realistas. O novo plano enfatiza a recuperação da curva de produção de óleo e gás e o desenvolvimento dos negócios da Petrobras. Mais petróleo na Cessão Onerosa – A Petrobras descobriu petróleo de boa qualidade no terceiro poço perfurado na área da Cessão Onerosa, localizado na área denominada ‘Sul de Guará’, no pré-sal

da Bacia de Santos. De acordo com o contrato, nessa área a Petrobras tem o direito de produzir até 319 milhões de boe. Este poço descobridor, denominado ‘1-BRSA-1045-SPS (1-SPS96)’, está localizado na porção sul do Campo de Sapinhoá, em lâmina d’água de 2.202 m, e a uma distância de 320 km do litoral do estado de São Paulo. Julho Julho Mais eficiência para a Bacia de Campos – A presidente da Petrobras, Graça Foster, lançou o Programa TN Petróleo 87

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retrospectiva 2012

de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef), com o objetivo de restaurar e consolidar o retorno da eficiência operacional da unidade de operações da Bacia de Campos (UO-BC) a seus níveis históricos próximos de 90% e, com isso, garantir a entrega da curva de óleo prevista no cronograma da companhia. Tecnologia e batismo – A Petrobras e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) inauguraram três laboratórios destinados ao estudo de tecnologias de pavimentação asfáltica para a região amazônica. Além disso, a empresa também realizou o batismo da plataforma de perfuração autoelevatória P-59, no canteiro de São Roque do Paraguaçu, em Maragogipe (BA). A plataforma será alocada primeiramente no poço exploratório Peroá Profundo, localizado no campo de Peroá, na costa do Espírito Santo. Mais um navio do Promef é entregue – O navio de produtos Sérgio Buarque de Holanda foi entregue à Transpetro. Terceira embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a iniciar as operações, a embarcação tem 183 m de comprimento e capacidade para transportar 56 milhões de litros de combustíveis. ANP conclui as investigações do acidente no Campo de Frade – A ANP informa que concluiu as investigações do acidente do Campo de Frade, ocorrido em 7/11/2011, decorrente da atividade de perfuração do poço 9-FR-50DP-RJS pela Chevron Brasil Upstream Frade Ltda. A Agência conclui que o acidente poderia ter sido evitado, caso a Chevron tivesse conduzido suas operações em plena aderência à regulamentação, em conformidade com as boas práticas da indústria do petróleo e com seu próprio manual de procedimentos. A empresa tem plena ciência do conteúdo do relatório e teve oportunidade de encaminhar registros e documentos complementares, visando esclarecer alguns as50

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pectos apontados na investigação da Agência. Pelas 25 irregularidades constatadas no decorrer da investigação, a empresa foi regularmente autuada. De acordo com a Lei 9.847/99, o limite da multa que pode ser aplicada é de R$ 50 milhões. Uma vez que a investigação foi concluída, foi dado prosseguimento ao julgamento dos processos, com conclusão prevista para os próximos 30 dias. Produção do pré-sal bateu recorde em julho – A produção do pré-sal em julho foi de 172,8 mil barris/dia de petróleo e de 5,7 milhões de m 3, totalizando 208,9 mil barris de óleo equivalentes por dia (Mboe/d), aumento de 9% em comparação ao mês passado, quando chegou a 191,2 Mboe/dia. Foi a maior produção proveniente dos reservatórios do pré-sal, que ultrapassou pela segunda vez os 200 Mboe/d. A primeira fora em dezembro de 2011, com a produção de 200,6 Mboe/d. A produção recorde foi oriunda de dez poços localizados nos campos de Jubarte (um), Lula (cinco), Caratinga e Barracuda (um), Marlim Leste (um), Marlim e Voador (um) e Barracuda (um). Dos dez poços produtores do pré-sal, sete estão entre os 30 maiores. Destaque para os poços do Campo de Lula, dos quais três figuram entre os cinco maiores produtores, sendo o 7LL3DRJS, o maior produtor em julho, com vazão média de 37,2 Mboe/d. Agosto Agosto Petrobras descobre petróleo e registra prejuízo no segundo semestre – Petrobras anuncia descoberta de petróleo em águas profundas da Bacia do Ceará. Conhecido informalmente como Pecém, o poço está localizado a cerca de 76 km do município de Paracuru, na costa do estado do Ceará, em profundidade de água de 2.129 m. O segundo semestre da Petrobras fechou com prejuízo de R$ 1,3 bilhão para a empresa, o pior resultado da

estatal desde o primeiro trimestre de 1999. Segundo relatório da empresa, a alta do dólar foi determinante para o resultado negativo, por conta do endividamento e custos na moeda estrangeira. Senado aprova recondução da diretora-geral da ANP – O Plenário do Senado aprovou no dia 8, por 60 votos a 8, a recondução da engenheira Magda Maria de Regina Chambriard para o cargo de diretora-geral da ANP. Pela manhã, a indicação da diretora já havia sido aprovada pela Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI). O líder do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), disse que Magda Chambriard é competente e vem fazendo um bom trabalho à frente da ANP. Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o Brasil vive um momento especial, com uma mulher na presidência da República, Dilma Rousseff, e outra na presidência da Petrobras, Graça Foster, além de Magda Chambriard na direção da ANP. Vanessa Grazziotin registrou que Magda tem 32 anos de experiência no setor. Contratos para FPSO – A Keppel Fels Brasil acertou dois contratos no valor de US$ 950 milhões do consórcio Petrobras, Guara BV e Tupi BV, para a fabricação e integração de módulos topside para os FPSOs P-66 e P-69. Inova Petro é lançado com foco na cadeia produtiva – A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançaram o programa Inova Petro, voltado para o desenvolvimento de fornecedores brasileiros para a cadeia produtiva da indústria de petróleo e gás natural, no valor de R$ 3 bilhões. Assinatura de contratos para construção de sondas de perfuração – A Petrobras fechou a contratação para construção


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Foto: Agência Petrobras

-Alagoas. Esse bloco é parte da concessão SEAL-M-499, operado pela Petrobras com 100% de participação. A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 1-BRSA-1088-SES (1-SES-168), informalmente conhecido como Moita Bonita e situado em lâmina d’água de 2.775 m. Setembro Setembro

Foto: Agência Petrobras

Batismo da plataforma P-59 em São Roque do Paraguaçu, BA

Navio Sérgio Buarque de Holanda entra em operação no Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, das sondas de perfuração com a empresa Sete Brasil com percentuais de conteúdo local entre 55% e 65%. Essas sondas se destinam à perfuração de poços no pré-sal da Bacia de Santos e poderão operar em profundidade d’água de 3.000 m, com capacidade de perfurar poços de até 10 mil m. Nova descoberta de petróleo na Bacia do Ceará – A Petrobras comprovou a ocorrência de petróleo em águas profundas da Bacia do Ceará durante a per52

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furação do poço 1-BRSA-1080-CES (1-CES-158). Conhecido informalmente como Pecém, o poço está localizado a cerca de 76 km do município de Paracuru, na costa do Ceará, em lâmina d’água de 2.129 m. A profundidade atual do poço é de 4.410 m e a perfuração prosseguirá até 5.500 m. Descoberta de petróleo na Bacia de Sergipe-Alagoas – A Petrobras comprovou a ocorrência de petróleo e gás de boa qualidade no bloco BM-SEAL-10, em águas ultraprofundas da Bacia de Sergipe-

Presidente aprova a 11ª Rodada – A presidente Dilma Rousseff autoriza a realização da 11ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios de petróleo, que deverá ocorrer em maio de 2013, em data a ser estabelecida pela ANP. Os blocos a serem ofertados serão divulgados pela Agência nos próximos dias. A realização da 11ª Rodada está condicionada à aprovação da lei dos royalties pelo Congresso Nacional. Chevron paga multa inédita – A empresa Chevron Brasil Upstream Frade Ltda quitou à ANP, no último dia 21, sem interpor recurso, a multa imposta pela Agência de R$ 35, 1 milhões. Com isso, a empresa se beneficiou do desconto de 30% previsto no Artigo 4 da Lei 9847 (Lei de Penalidades). A multa é referente a 24 das 25 irregularidades encontradas pela Agência durante processo administrativo para apurar as causas do vazamento de petróleo no Campo de Frade. Licença para o Parnaíba – A OGX Maranhão obtém Licença de Operação (LO) autorizando o início da produção e escoamento de gás natural nos campos Gavião Real e Gavião Azul, na Bacia do Parnaíba. GE O&G fecha grande contrato – A GE Oil & Gas fechou contrato de R$ 2,28 bilhões com a Petrobras para produção de 380 cabeças de poço e ferramentas de instalação para a exploração de poços.


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retrospectiva 2012

Petrobras inicia produção no campo de Chinook – A Petrobras deu no início do mês à produção de petróleo e gás natural no campo de Chinook, no Golfo do México, que está interligado ao FPSO BW Pioneer, localizado a cerca de 250 km da costa do estado da Luisiana (EUA). Esse é o primeiro FPSO a produzir petróleo e gás no setor americano do Golfo do México e a Petrobras é a primeira companhia a desenvolver um campo de petróleo no Golfo do México utilizando essas tecnologias. Descoberta no Peru – A Repsol e Petrobras fizeram uma importante descoberta de gás nas formações Nia Superior e Nia Inferior, no Peru, com estimativas 28,3 bilhões de m3 e 56,6 bilhões de m3, respectivamente. Concluída perfuração de poço em área da Cessão Onerosa – A Petrobras concluiu a perfuração do terceiro poço na Cessão Onerosa. Denominado ‘1-BRSA-1045-SPS (1-SPS-96)’, o poço está localizado na área denominada ‘Sul de Guará’, no pré-sal da Bacia de Santos. O poço descobridor 1-BRSA-1045-SPS (1-SPS-96) está localizado ao sul do campo de Sapinhoá, em profundidade de 2.202 m, a uma distância de 320 km do litoral do estado de São Paulo. Petrobras inicia produção do FPSO Cidade de Anchieta – A Petrobras iniciou a produção de petróleo do poço 7-BAZ-02-ESS, por meio do navio-plataforma Cidade de Anchieta, localizada no campo de Baleia Azul, no complexo denominado Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos. Essa plataforma, do tipo FPSO, destina-se exclusivamente à produção da camada pré-sal dos campos de Baleia Azul, Jubarte e Pirambu. STJ derruba liminar contra Transocean e Chevron – A ANP conseguiu reverter, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no dia 28, decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) que determina54

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va a suspensão, em todo o país, das atividades das empresas Chevron e Transocean, devido ao acidente ocorrido durante a perfuração de poço situado no Campo de Frade, Bacia de Campos.

Outubro Outubro OGX é autorizada a perfurar na Bacia de Campos – OGX obtém autorização para iniciar perfuração no BM-C-37 e BM-C-38, na Bacia de Campos. Em março, a OGX adquiriu 20% de participação adicional de sua parceira Maersk Oil nesses blocos, em águas rasas da Bacia de Campos, e se tornou a operadora. Petrobras, HRT e TNK-Brasil firmam protocolo para Bacia do Solimões – A Petrobras, a HRT O&G e a TNK-Brasil assinaram protocolo de intenções para a monetização do gás da Bacia do Solimões (AM), onde se concentra a segunda maior reserva do país. O objetivo é integrar esforços para avaliar a viabilidade técnica, econômica, ambiental, financeira, jurídica, regulatória e tributária para a implantação da monetização do gás natural vinculado às concessões em áreas contíguas ao Campo de Juruá, visando à elaboração de um modelo de negócio denominado Projeto Solimões. Plataformas replicantes em Rio Grande – A Petrobras e seus parceiros (BG Group, Petrogal e Repsol Sinopec) deram início, no Estaleiro Rio Grande (RS), à colocação dentro do dique seco do primeiro bloco para a construção do casco da primeira dentre as oito plataformas replicantes do tipo FPSO que serão usadas em campos do pré-sal. Poço de extensão em Júpiter confirma descoberta de gás e condensado – Os resultados preliminares da perfuração do poço 3-BRSA-967A-RJS (3-RJS-683A), informalmente conhecido como Júpiter Nordeste, localizado a 7,5 km do poço descobridor da área

de Júpiter (1-BRSA-559A), na Bacia de Santos, confirmaram a presença de gás natural e condensado, bem como a existência de um reservatório contínuo entre os dois poços. O novo poço chega a 5.438 m, está situa-se no bloco BM-S-24, em águas ultraprofundas, em uma profundidade de água de 2.161 m, e distante 275 km do litoral do Rio de Janeiro. Nova descoberta de hidrocarbonetos em águas ultraprofundas em Sergipe-Alagoas – A Petrobras comprovou a ocorrência de hidrocarbonetos leves no bloco SEAL-M-426, em águas ultraprofundas, da Bacia de Sergipe-Alagoas. Esse bloco é parte da concessão BM-SEAL-11, operado pela Petrobras com 60% de participação, tendo como parceira a IBV Brasil, com 40% de participação. A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 1-BRSA-1083-SES (1-SES167), informalmente conhecido como Farfan e situado em águas em que a profundidade é de 2.720 m. Novembro Novembro Wilson Sons inaugura expansão do Tecon Salvador – O Grupo Wilson Sons inaugurou no dia 6 a expansão do Terminal de Contêineres de Salvador, um projeto que envolveu investimentos de R$ 180 milhões aplicados na ampliação de espaço, dragagem do cais, aquisição de novos equipamentos e modernização da infraestrutura do terminal. Petrobras cancela afretamento de cinco sondas – A Petrobras cancelou o processo de contratação para o afretamento de cinco sondas de perfuração para 3.000 m de lâmina d’água com o Grupo Ocean Rig. Segundo a empresa, a decisão está baseada na redução de necessidade futura de sondas por conta da previsão de número menor de poços a serem perfurados no pré-sal da Bacia de Santos, em virtude da maior produtividade que vem sendo obtida pelos poços nos projetos


2012, o ano que não terminou de desenvolvimento da produção naquela área.

Transpetro lança navios – Transpetro lançou o Zumbi dos Palmares, segundo navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). Uma semana depois, a empresa lançou ao mar o navio Anita Garibaldi, primeiro de uma série de quatro petroleiros do tipo Panamax. Com 228 m de comprimento e capacidade para 650 mil barris, os navios Panamax serão usados para o transporte de petróleo e derivados escuros. Contratação do FPSO para a área de Iracema Norte – A Petrobras assinou Carta de Intenção com a Schahin Petróleo e Gás S/A e a Modec Inc. para o afretamento do FPSO que será utilizado no projeto de desenvolvimento da produção da área denominada Iracema Norte, no bloco BM-S-11, no pré-sal da Bacia

Keppel Fels irá fabricar e integrar os módulos da P-66 e P-69

Foto: Agência Petrobras

Cameron e Schlumberger formam joint venture – A Cameron e a Schlumberger fecharam um acordo para formar uma joint venture que irá fornecer equipamentos e serviços para o petróleo submarino e mercado do gás. Os equipamentos da OneSubsea, como se chamará a nova empresa, vão permitir uma mudança radical na recuperação de reservatórios subsea e gás por meio da integração e otimização de todo o sistema produtivo ao longo da vida do campo. A norte-americana Cameron terá 60% de participação na joint venture e a franco-americana 40%.

Foto: Divulgação Keppel Fels

Dilma veta mudança de regras para os royalties – A presidente Dilma Rousseff vetou o Artigo 3º do Projeto de Lei aprovado na Câmara dos Deputados que muda as regras de distribuição dos royalties do petróleo de campos já em exploração. Além disso, ela assinou uma medida provisória (MP) na qual todos os royalties dos futuros contratos, incluindo os da área do pré-sal deverão ser destinados à educação.

Início da operação do FPSO Cidade de Anchieta de Santos. O projeto contempla a interligação de 16 poços ao FPSO, sendo oito produtores e oito injetores, e o início da produção é previsto para dezembro de 2015. Venda de participação no bloco BS-4 – A Petrobras informa a alienação de sua participação de 40% na Concessão BS-4, situada na Bacia de Santos e que inclui os campos de Atlanta e Oliva, para a OGX Petróleo e Gás Participações S/A. As duas empresas assinaram um acordo de cessão de direitos (farm-out) e a Petrobras receberá US$ 270 milhões pela operação.

Dezembro Dezembro Petrobras faz descoberta em Sergipe-Alagoas – A Petrobras descobriu nova acumulação de hidrocarbonetos leves em águas ultraprofundas da Bacia de Sergipe-Alagoas, na área de concessão BM-SEAL-10, localizada no bloco SEAL-M-424. O poço está localizado a 85 km do município de Aracaju, na costa de Sergipe, em profundidade de água de 2.583 m. A perfuração foi concluída a 5.347 m de profundidade total. Esta é a quarta descoberta importante de hidrocarbonetos feita pela Petrobras, TN Petróleo 87

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Foto: Agência Petrobras

retrospectiva 2012

de combustíveis, a embarcação é a última da série de quatro navios de produtos encomendados pelo Promef ao Estaleiro Mauá. Estaleiro Aliança batiza e entrega o CBO Copacabana – O Estaleiro Aliança batizou e entregou à CBO (Companhia Brasileira de Offshore), o navio CBO Copacabana, um navio de apoio marítimo do tipo PSV 4.500 (Platform Supply Vessel), para suprimento a plataformas de produção de petróleo em alto-mar, que vai operar para a Petrobras.

Foto: Divulgação CBO

Lançamento do Anita Garibaldi no Estaleiro Mauá, RJ

Estaleiro Aliança entrega e batiza CBO Copacabana este ano, em águas ultraprofundas daquela bacia. Raízen é aprovada pelo Cade – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o acordo entre Cosan e Shell que cria a Raízen, joint-venture para que atua no setor de açúcar e etanol, e na distribuição, comercialização e revenda de combustíveis. A Raízen produz cerca de 2 bilhões de litros de etanol por ano, além de 4 milhões de toneladas de açúcar, sendo líder na moagem de cana no país. A empresa comercializa ainda 1,5 milhão de MWh de energia elétrica ao ano. 56

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Exploração em Sapinhoá tem licença concedida – A Petrobras obteve a licença do Ibama para Sapinhoá, uma das principais licenças ambientais aguardadas para a exploração do pré-sal da Bacia de Santos. A exploração de Sapinhoá será feita pela plataforma Cidade de São Paulo, que deixou o estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, no litoral do Rio, com destino a Santos. Navio José de Alencar vai ao mar – A Transpetro lançou ao mar o navio de produtos José Alencar, com 183 m de comprimento e capacidade para transportar 56 milhões de litros

Aliança Offshore corta primeira chapa de aço para Unidade de Construção Naval da OSX – A Aliança Offshore, unidade industrial do Estaleiro Aliança em Guaxindiba (São Gonçalo/RJ) realizou o corte da primeira chapa de aço para a Unidade de Construção Naval da OSX (UCN). A operação marca o início da produção de blocos para o navio PLSV (Pipe Layer Support Vessel) que o OSX está construindo para o consórcio Sapura-Seadrill para atender contrato de instalação de dutos submarinos com a Petrobras. Governo anuncia investimentos de R$ 56,8 bilhões nos portos – O governo federal anunciou dia 6, R$ 54,2 bilhões a serem investidos no setor portuário brasileiro e mais R$ 2,6 bilhões para acessos hidroviários, ferroviários e rodoviários, além de pátios de regularização de tráfego. O programa de incentivo será concedido a 18 portos. Aker Solutions fornecerá novo pacote para navio-sonda – A Aker Solutions vai fornecer mais um pacote de equipamentos de perfuração para navios-sonda para o Estaleiro Jurong para o mercado brasileiro. O contrato abrange pacotes completos de equipamento topside e submarino (drilling riser e BOP).


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Foto: Rudy Trindade

retrospectiva 2012

Maio Maio

A terceira edição do Rio Gas Forum discutiu o mercado de gás no Brasil, e reuniu líderes da indústria mundial de gás, que puderam identificar oportunidades de investimento e parceria, além de compreenderem a estratégia e as prioridades da Petrobras no mercado.

Mais uma vez, o Brasil presente na OTC em Houston. O número de participantes no 30º ano da conferência atingiu 89.400 pessoas, terceiro maior na história do evento e 14% maior do que o registrado em 2011. Durante a OTC, o conselho de administração do evento anunciou uma parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) para a realização da OTC Brasil (foto), dos dias 8 a 10 de outubro de 2013 no Rio de Janeiro, que será realizada de 6 a 9 maio de 2013, no Reliant Park, em Houston.

Abril Abril O Pre-Salt Tech 2012 teve como foco os desafios tecnológicos na exploração e produção no pré-sal no Brasil, e reuniu especialistas da Onip, ANP e grandes empresas como GE e Petrobras. Outro evento que movimentou o setor de óleo e gás em 2012 foi o IADC International Deepwater Drilling Conference & Exhibition que apresentou os rumos do mercado de drilling no mundo e as últimas inovações tecnológicas desenvolvidas para o setor. 58

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Os desafios da infraestrutura do setor de óleo e gás foram debatidos entre grandes empresários da indústria do petróleo no Accelerate Oil & Gas, que foi realizado nos dias 15 e 16 de maio, no Rio de Janeiro. Junho Junho Um dos eventos mais aguardados do ano foi realizado no Rio de Janeiro. Com muitas expectativas e poucos resultados ao seu final, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20 (foto) mobilizou milhares de pessoas do Brasil e do mundo, que se reuniram nos pavilhões do Riocentro para falar

Foto: Agência Brasil

Realizada pela primeira vez, a Feira do Polo Naval reuniu representantes dos diversos setores da indústria naval brasileira para debater sobre os desafios e as oportunidades para um desenvolvimento sustentável e crescente da indústria naval nos próximos anos.

Foto: TN Petróleo

Março Março

Foto: TN Petróleo

Principais eventos de 2012


2012, o ano que não terminou sobre um futuro mais sustentável para todos os povos. Agosto Agosto

Setembro Setembro 30 anos de Rio Oil & Gas – Realizou-se a edição que marcou os 30 anos de Rio Oil & Gas, o maior evento de petróleo e gás da América Latina. Durante os quatro dias, as principais empresas do mercado mostraram seus produtos, anunciaram investimentos e parcerias. Além disso, os pavilhões do Rio Centro ficaram lotados e as companhias ansiosas com o anúncio da realização da 11ª rodada de licitações da ANP. O 19º encontro do Fórum Internacional de Reguladores (IRF), coordenado pela ANP, reuniu reguladores de petróleo offshore da Austrália, Canadá, México, Holanda, Reino Unido, Dinamarca, Nova Zelândia, Noruega, Estados Unidos e Brasil, para debater os incidentes recentes ocorridos nas plataformas e discutir questões importantes para melhorar segurança offshore. A convite do IRF, organizações representantes da indústria

Foto: Divulgação

– American Petroleum Institute (API), International Organization for Standardization (ISO), International Oil and Gas Producers Association (OGP) e International Association of Drilling Contractors (IADC) – apresentaram suas sugestões para o aumento da segurança operacional no mundo. Outubro Outubro Dos dias 16 a 19 aconteceu a Santos Offshore (foto), maior evento do setor da região, que reuniu mais de 12 mil pessoas, 200 expositores e movimentou mais de R$ 88 milhões nas rodadas de negócios realizadas no evento. No dia 15 foi realizada a 24ª edição do Congresso Nacional de Transporte Aquaviário, Construção Naval e Offshore – Sobena 2012 (foto), quando foram mostrados novos desenvolvimentos técnicos em projeto, construção e operação de navios e estruturas oceânicas. Novembro Novembro Melhorar a competitividade de estaleiros e fabricantes de navipeças nacionais foi o foco da terceira edição do Naval Summit, que aconteceu de 27 a 29, no Rio de Janeiro, e reuniu as principais entidades do setor naval brasileiro.

Foto: Divulgação

A terceira edição do Brazil Windpower, maior evento da área de energia eólica da América Latina, reuniu autoridades, empresários e entidades de classe, dos dias 29 a 31, no Centro de Convenções Sulamérica, no Rio de Janeiro. Durante os três dias foram mais de três mil pessoas que visitaram estandes de empresas e participaram de palestras que discutiram o futuro de uma das fontes de energia mais competitivas do país.

Foto: TN Petróleo

Maior evento naval da América Latina, o Navalshore 2012 (foto) teve recorde de participação com mais de 350 empresas expositoras e 17 delegações estrangeiras, no Rio de Janeiro. Em foco, a cadeia produtiva do setor naval e offshore e os estaleiros.

A quinta edição do Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO 2012) reuniu profissionais, pesquisadores, especialistas, empresas, indústria e academia para trocar experiências, discutir novas tecnologias e debater questões sobre as ciências do mar. Dezembro Dezembro O Congresso Nacional de Tecnologia e Inovação para Projetos e Empreendimentos Industriais e de Infraestrutura (Autec 2012) foi o primeiro evento no Brasil que reuniu a comunidade de Projetos e Empreendimentos Industriais/Infraestrutura para um amplo debate sobre como as tecnologias e inovações contribuem para os grandes desafios e demandas das áreas de óleo e gás, petroquímica, naval, papel e celulose, mineração e siderurgia enfrentarão nos próximos anos. TN Petróleo 87

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eventos

Estaleiro STX Promar

é inaugurado em Suape

O segundo polo naval de Pernambuco começa a operar em junho de 2013. O estaleiro é uma sociedade do STX OSV, braço europeu da gigante sul-coreana STX, e o grupo brasileiro PJMR. por Maria Fernanda Romero

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Facilidades industriais Detalhe do andamento das obras

sando por treinamento no estaleiro de Niterói. Segundo Arantes, este será o melhor estaleiro do grupo no Brasil. Toda a atividade tende a ser focada nele. “Vamos manter nosso estaleiro de Niterói, que se destina a navios menores, mas em Pernambuco vamos construir outros navios maiores”, explicou. O executivo comentou ainda que o grupo está na disputa para construir até quatro embarcações do tipo Pipe-Laying Support Vesse (PLSV) para a Petrobras. O resultado da disputa deve ser divulgado em março.

Área total: 250.000 m² Área coberta: 27.000 m² Linha de edificação: 150 m x 80 m, com um pórtico de 300 ton Cais de acabamento: 270 m Dique flutuante: 150 m x 36 m (boca interna) e 41m (boca externa), com capacidade para lançamento de embarcações de até 9.500 t e capacidade de lift de 16.000 t. Cada um desses navios custa cerca de US$ 250 milhões e são especializados no lançamento e instalação no fundo do mar de linhas que conectam plataformas de petróleo aos sistemas de produção. Qualificação de trabalhadores A solenidade de inauguração marcou também o início dos cursos de qualificação de trabalhadores para atuar no estaleiro. Segundo a Secretaria de Trabalho, Qualifica-

Fotos: Divulgação STX

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ocalizado em Ipojuca, no Complexo Industrial Portuário de Suape (PE), o estaleiro STX Promar foi inaugurado no final de novembro de 2012. Este é o segundo estaleiro viabilizado pelo Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) em Pernambuco e vai construir oito navios gaseiros, a um custo total de R$ 917 milhões. De acordo com o presidente do STX OSV Promar, Miro Arantes, o investimento no estaleiro foi de R$ 300 milhões. “70% das obras já estão finalizadas e iremos iniciar nossas operações em junho de 2013”, informou. O estaleiro terá capacidade de processamento de 20 mil toneladas de aço por ano. Os oito navios encomendados pela Transpetro ao estaleiro serão usados para o transporte de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). São dois navios com 12 m² de capacidade, quatro com 7.000 m³ e dois com 4.000 m³. O primeiro navio construído pelo STX Promar será entregue a Transpetro para início de operações em 2014. Cada navio gaseiro finalizado ou totalmente produzido em Pernambuco custa, em média, US$ 60 milhões. No pico de produção, quando estará cortando 20 mil toneladas de aço por ano, o STX Promar vai empregar dois mil trabalhadores. Atualmente, já têm carteira assinada na empresa cem pernambucanos, que estão pas-


Com o sua obra vai mais longe

Eduardo Campos, governador de Pernambuco e Sérgio Machado, presidente da Transpetro

A Mecan traz para você o QuikDeck, uma plataforma de trabalho suspensa de última geração.

Miro Arantes, presidente do STX OSV Promar

ção e Empreendedorismo (STQE), os cursos fazem parte do projeto Polo Naval, que tem por objetivo coordenar a qualificação e o encaminhamento da mão de obra necessária à construção e operação da indústria naval pernambucana. As ações buscam a formação profissional e o ingresso do trabalhador neste novo cenário produtivo do desenvolvimento local. As primeiras turmas beneficiarão 200 trabalhadores nos municípios de Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho. “Antes mesmo de iniciar a operação do estaleiro, em junho,

estamos levando pernambucanos para fazer treinamento no nosso estaleiro em Niterói”, comentou o presidente da STX OSV Promar. A ideia da empresa é levar novas turmas de cem profissionais até entrar em funcionamento. Parte importante e também já concretizada do projeto Polo Naval foi a assinatura do termo de comodato pelo qual a empresa Suape transferiu para o Senai as instalações da Escola de Engenheiro Francisco C. E. Vasconcelos. O espaço passará por reformas e sediará grande parte das ações de capacitação do projeto.

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eventos

3DExperience Forum

Soluções 3D

tem forte aplicação no setor offshore A gigante francesa de TI, Dassault Systèmes, propõe uma nova fase no desenvolvimento de softwares além do tradicional segmento de PLM (sigla em inglês para gerenciamento de ciclo de vida de produtos). No 3DExperience Forum, realizado na Bélgica, ela destacou sua aposta na junção de soluções colaborativas, aplicativos de modelos em 3D, software de simulação e aplicativos de inteligência analítica. Um dos setores que mais se beneficia com essa decisão é o que mais cresce no Brasil: o offshore.

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etentora de 12 marcas, todas voltadas para o mercado de tecnologia, a Dassault Systèmes (DS), líder mundial em design 3D, apresentou no final de 2012 sua nova plataforma – 3Dexperience – que coloca o consumidor no centro do sistema, integrando os processos de negócio de companhias de diversos setores com o desenvolvimento de seus produtos. A apresentação foi feita em evento inter nacional, o 3Dexperience For um, realizado em novembro, que reuniu mais de 1.500 colaboradores em Bruxelas, na Bélgica, para o qual a TN Petróleo foi uma das convidadas. Na ocasião, técnicos e parceiros puderam apresentar através de demonstrações as capacidades dos diversos programas aperfeiçoados com o que há de mais moderno em uma empresa impulsionada pela inovação.

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por Karolyna Gomes, de Bruxelas

Entre os destaques, a possibilidade de interagir em uma maquete digital da cidade de Paris em seus mínimos detalhes, desenvolvida com o máximo da capacidade dos programas 3D e DMU – para modelos virtuais e simulação –, e o projeto “Ice Dream”, em que é feita a simulação de como seria transportar um iceberg até regiões do planeta com falta d’água. Com projetos voltados para setores chave da economia mundial, como o de mineração, automotivo e aéreo – a francesa tem entre seus principais clientes a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) –, a Dassault vem desenvolvendo tecnologia de ponta para o setor de óleo e gás, colaborando na produção de equipamentos que desafiam a cadeia de fornecedores no Brasil. Na atual era digital, a TI tem renovado as possibilidades de petroleiras, e hoje é peça chave na obtenção e avaliação de dados, se-

gurança operacional de grandes empreendimentos offshore, ou mesmo no desenvolvimento de equipamentos submarinos – questões de primeira importância para as empresas exploradoras de óleo e gás no mundo. Em um mergulho mais profundo, a TI assumiu a concepção de árvores de natal molhadas, manifolds, bombas multifásicas e separadores de óleo-água, gigantes que atuam fixados no fundo do mar. O cenário encontrado atualmente é complexo, a exploração offshore chega a 7.000 m de profundidade, exigindo dos fornecedores soluções inovadoras para reduzir o volume de equipamentos nas plataformas, minimizar custos e aumentar a eficiência da produção.

Agenda de investimentos prioriza tecnologia O Brasil tem uma agenda de investimento em infraestrutura para a indústria de petróleo bem ampla


Fotos: Divulgação

para os próximos anos, a qual exige que país adote melhores práticas, garantindo a eficiência da implementação dos projetos e conclusão no prazo das iniciativas previstas. “Esta é uma área crítica, que demanda altos investimentos e trabalho em prol do risco zero”, diz Stéphane Declee, vice-presidente de Energia, Processos e Utilities da Dassault Systèmes. E, para ele, a única forma de reduzir riscos e custos é usando tecnologia de ponta, como a que a Dassault produz. “Nossa plataforma pode ser utilizada em todas as etapas desse segmento”, afirma. Atuando no país há mais de 15 anos, a demanda da companhia no setor é baseada em soluções para o segmento upstream, tentando resolver diversas questões em torno da geomática - atividade que integra todos os meios utilizados para a aquisição e gerenciamento de dados espaciais necessários como parte de operações científicas, administrativas, legais e técnicas

envolvidas no processo de produção e gerenciamento de informação –, modelo de reservatório e gestão, validar projeto para sistemas offshore e melhorar o desempenho durante as operações de perfuração. “Isso significa aumentar a extração de petróleo durante a perfuração, reduzindo a água ou sedimentos”, explica Javier Barella, diretor de Energia, Processos e Utilities para a América Latina da Dassault Systèmes. “Baseado nisso, o setor quer automação em formato de plataformas, sistemas, fases de concepção e atividades de gerenciamento de projetos, que incluem treinamento de operadores e operação da plataforma virtual.” Parte da solução oferecida para o upstream é baseada em determinar modelos melhores para o pré-sal e sua gestão, para uma produção otimizada. A Petrobras anunciou investimentos de US$ 236,5 bilhões para o período de 2012-2016. Levando-se em consideração que 53% desse

montante são destinados a E&P e que se considera que o custo da automação seja de 3% a 5% de todo projeto, o setor de TI pode ampliar seus ganhos. Esses valores se referem tanto aos projetos do pré-sal quanto do pós-sal – que consomem a maior parte dos investimentos. “A Dassault tem uma divisão para atender o setor de energia, onde a maioria de nossas marcas atua, como Simulia, Catia, Enovia e SolidWorks - esta uma de nossas marcas com importantes ferramentas para o setor de óleo e gas no Brasil”, diz. Hoje, a Petrobras detém o maior número de licenças SolidWorks, sendo o maior usuário o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). Sem falar nos fornecedores globais de bens e serviços, como a Halliburton, Schlumberger, Baker & Hughes, Tenaris-Techint, entre outros. “A maioria das soluções para o setor offshore baseia-se em Simulia para gerenciar reservatórios, ativos subterrâneos e dutos e simulam condições de perfuração”, complementa Barella. Outra TN Petróleo 87

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eventos

atuação da empresa é no ciclo de vida de plataformas. Na Ásia, continente que demanda uma grande quantidade de energia, 70% das plataformas estão chegando ao fim de sua vida útil, de acordo com a companhia. “O debate gira em torno de soluções que mantenham a produção, estendendo a vida útil dos equipamentos. E estamos vendo com nossos clientes asiáticos que é possível aumentar o tempo de uso de plataformas em até dez

anos, sem comprometer a produção. Esse tempo é, a princípio, suficiente para planejar novas soluções”, afirma Declee. Outra novidade que a companhia traz para o setor é a utilização da base de tecnologia de games para treinamento de operadores que atuam em plataformas. “Esse trabalho evitará er ro humano, responsável por 60% dos incidentes e problemas que ocorrem em plataformas”, segundo Declee.

A Dassault Systèmes desenvolveu uma solução completa VTS (solução de treinamento virtual) mais ampla, realista e plenamente representativa, de alguns ativos das empresas. “Esta é a representação completa da plataforma dos clientes com todos os detalhes, sistemas, subsistemas, peças e acessórios. Esta solução está sendo usada por dois dos principais operadores de óleo e gás ao redor do mundo, mas, devido à fase de entrega, não podemos citar o nome dos clientes ainda”, diz Barella, completando que poderá divulgá-los como referência nos próximos seis meses. Com parceiras de peso como a empresa de engenharia Baker & Hughes, a DS já ensaia aproximação com a Halliburton, Schlumberger e Cameron. Quer também estabelecer um canal colaborativo com o Cenpes, universidades do Rio e de São Paulo, e, no México, com o Instituto Mexicano de Petróleo (IMP). “Esse mercado [óleo e gás], nas Américas, é maior do que a média da Dassault Systèmes, chegando a quase 12%. E nos próximos três anos, planejamos crescer mais dois dígitos”, conclui Barella.

Valéria Godoy assume diretoria-geral na América Latina Em dezembro, Valéria Godoy assumiu a diretoria-geral da Dassault Systèmes para a América Latina. Graduada em Marketing, Valéria tem MBA Executivo pela FIA (USP) com especializações na Inglaterra, França e China. Ela vai liderar o crescimento e desenvolvimento dos negócios da companhia na região com a abertura de novos focos de indústria, ampliação de sua atuação e de sua rede de canais, além de programas de desenvolvimento e apoio. 64

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“A América Latina está pronta para um crescimento sustentado por um ambiente social e econômico estável e uma crescente classe média. Nosso objetivo é expandir parcerias com empresas e instituições que apoiam este crescimento por meio da criação de produtos e serviços na região”, diz a nova diretora. A empresa vê o Brasil como um país chave para entrar no mercado latino-americano. “Seja o projeto de uma linha de roupas ou a construção de um estádio olímpico, as soluções baseadas na plataforma 3DExperience vão facilitar a criação de modelos em 3D que podem ser testados e simulados, utilizando as melhores práticas de

mercado, bem como os mais avançados e inovadores modelos científicos. Por meio de uma simulação real, as empresas podem confirmar os planos de produto e passar para a produção com confiança e agilidade, oferecendo novos produtos e serviços de forma mais sustentável”, afirma. A empresa também reforçará suas iniciativas acadêmicas na América Latina, ao mesmo tempo em que pretende impulsionar a inovação em toda a rede de ensino da região. Com iniciativas regionais acadêmicas, a empresa oferece vários níveis de participação para alunos interessados ​em ingressar em comunidades de futuros líderes de engenharia e design.


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eventos

Inovação para projetos

Autec 2012

em óleo e gás

O Congresso Nacional de Tecnologia e Inovação para Projetos e Empreendimentos Industriais e de Infraestrutura (Autec 2012) reuniu no Rio de Janeiro a comunidade do setor de projetos e empreendimentos de infraestrutura para um amplo debate sobre os grandes desafios e demandas das áreas de óleo e gás, petroquímica e naval. por Rodrigo Miguez e Maria Fernanda Romero

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novação tecnológica para assegurar o crescimento sustentável de diversos setores do país. Este foi o mote do Autec 2012, que reuniu representantes das principais operadoras, empresas epecistas, do meio acadêmico e provedores de tecnologias que buscam aliar tecnologia e gestão para as melhores práticas em automação de projetos. O encontro contou com sessões técnicas e painéis de executivos que falaram sobre a importância da inovação para o desenvolvimento dos grandes projetos do setor de petróleo e gás. O Autec 2012 teve ainda uma área de exposição na qual as principais empresas do setor de tecnologia apresentaram suas soluções. O primeiro dia do evento foi dedicado aos debates sobre os desafios e as soluções tecnológicas para grandes empreendimentos. Durante o painel EPC, Franco Ferraro, da Promon Engenharia, afirmou que as universidades devem se aproximar mais da tecnologia e ajudar na formação e na capacitação dos jovens profissionais para lidarem com os sistemas de automação. Segundo ele, a universidade é uma replicadora de conhecimento. Já Ricardo Yogui, diretor associativo da Autec e moderador do painel, disse que hoje, no Brasil, há poucas empresas epecistas investindo em inovação tecnológica e no desenvolvimento de novas ferramentas. Em outro painel, os principais nomes do mercado falaram sobre a interoperabilidade, que é a capaci66

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dade que componentes dentro de uma infraestrutura de TI (Tecnologia da Informação) têm de ‘conversar ’ entre si. O que é de fundamental importância no desenvolvimento de projetos complexos, nos quais a troca de informações deve ser constante e de forma precisa para que não haja erros ou atrasos na entrega. Segundo os especialistas, uma das grandes dificuldades nas empresas é o entendimento entre a área de TI e o setor de Engenharia. Para Geraldo Rochocs, diretor da Radix, um dos problemas na implantação de novos sistemas é onde e quando testá-los, já que sempre há muita coisa em jogo. “É complicado usar um novo sistema em empreendimentos de grande porte em andamento, pois a chance de erros é grande e atrapalharia os prazos a serem cumpridos”, comentou o diretor da Radix, que entre outros projetos está trabalhando nas plataformas replicantes da Petrobras. Para Marcelo Bittencourt, da Petrobras, apesar do foco da companhia ser o óleo e gás, a empresa está aberta a propostas que possibilitem melhorar sua operacionalidade. Siddartha Freire, supervisor de Sistemas de Engenharia na Promon Engenharia, falou sobre as vantagens na utilização de um mapa de integração de aplicativos em projetos industriais (MIA). Dentre as principais vantagens está o planejamento estratégico das empresas, pois elas podem com o MIA pensar as melhores formas de gerenciar os seus processos.

Segundo Freire, com a nova tecnologia, o número de homens/hora (H/H) trabalhando em uma unidade é bastante reduzido. Além disso, a gestão de materiais também fica facilitada quando tudo dentro do projeto está interligado, agregando valor à companhia e aos empreendimentos. Para o executivo da Promon, um dos desafios no desenvolvimento de tecnologias como essa é obter o apoio da direção da empresa para que seja realizado o investimento. “Mas aos poucos conseguimos mostrar o potencial da ferramenta e alcançar o que estava planejado”, completou.

Realidade virtual e simulação 4D A Hojuara As Built 3D, uma das patrocinadoras do evento, além de expositora, apresentou vários trabalhos em sessões técnicas, entre os quais um case inovador de utilização do Mockup 3D em projeto de modernização do parque de refino da Petrobras, mais especificamente na Refinaria Isaac Sabbá (Reman), localizada em Manaus (AM). De acordo com André Costa, gerente comercial da Hojuara, o Mockup 3D foi desenvolvido, a princípio, para atender uma demanda do cliente Petrobras e tem um papel essencial no projeto de modernização do parque de refino da petroleira. “A digitalização da planta industrial da refinaria permite que qualquer área seja visualizada virtualmente ou por meios eletrônicos, mesmo à distância”, afirmou. De acordo com Costa, com os dados do levantamento 3D e topográfico foi possível desenvolver o plano altimétrico do local que, agregado ao programa de realidade virtual,


Sistemas de engenharia A Aveva participou do Painel de Tecnologia promovido pelo Autec 2012. A empresa, líder no fornecimento de soluções para detalhamento e gerenciamento de projetos de engenharia e informações, levou para a discussão a importância do uso de softwares de engenharia e

Foto: Divulgação

Walkinside, admite navegar por todos os ambientes da refinaria e fazer simulações ainda mais realísticas. Através do levantamento tridimensional, a Reman teve sua planta totalmente digitalizada, o que possibilita melhor planejamento das atividades de engenharia; visualização remota das diversas áreas da refinaria; antecipar resultados através de simulações virtuais, dentre outros. Utilizando metodologia específica, a Hojuara fez a geração, elaboração e publicação de TruView Virtual com Alta Definição; Modelo 3D “Überlegen” Topográfico Planialtimétrico e Modelo 3D Detalhado com Acabamento Visual Ultra Realístico 3D.Também foram gerados os seguintes produtos: Nuvem de Pontos, TruView Virtual, Modelo 3D Topográfico Planialtimétrico, Maquete 3D em PDMS; Walkinside (software de realidade virtual). Atualmente, a Reman é a única no Brasil a ter toda sua área escaneada e digitalizada em três dimensões. Após apresentar o trabalho realizado pela Reman, André Costa participou da mesa-redonda sobre o uso de laser scanning, na qual os participantes puderam debater sobre as melhores práticas e aspectos relevantes para uma maior efetividade da aplicação dessa tecnologia nos projetos e empreendimentos.

utiliza o Aveva NET como o seu hub de Integração de Informações. A solução ofereceu a ela benefícios reais na definição e manutenção da integridade das informações em um ambiente de EPC.

Tecnologia

projetos para expandir a automação, reduzir custos e impulsionar a produtividade. O gerente técnico da Aveva no Brasil e um dos debatedores, Douglas Serrano, demonstrou a importância de soluções integradas que auxiliam as empresas em todos os seus processos: desde a concepção do projeto conceitual, passando pelos projetos básico (ferramentas de 2D) e detalhado (ferramentas de 3D), até a construção e gerenciamento da planta (softwares de gerenciamento e ferramentas Aveva Enterprise Solutions, como o Aveva Net e Aveva WorkMate). Uma das principais tendências neste sentido é a ferramenta Aveva NET, que possui o certificado ISO 15.926 e controla automaticamente links, avalia e disponibiliza todos os tipos de dados de engenharia e outros documentos, independentemente da aplicação e formato. Sua capacidade de reduzir o tempo gasto manualmente na busca e reunião de informações gera uma considerável economia em produtividade, tomada de decisão e retrabalho pelas empresas. Há dois anos, a Promon Engenharia é uma das empresas que

A Sisgraph, que também foi uma das empresas patrocinadoras do evento, participou de uma sessão técnica com seu diretor técnico de Process, Power & Marine, Ricardo Fornari. Na ocasião, o executivo apresentou as soluções SmartPlant e SmartMarine Enterprise da Intergraph para projeto, construção e operação, que são especialmente focadas nas indústrias de óleo e gás, química e petroquímica, naval, offshore e de mineração. “A Sisgraph vem destacando cada vez mais a sua participação nesse crescente setor estratégico no Brasil e o Autec 2012 é um e v e n t o i m p o rtante para estar em contato com profissionais e empresas dessas áreas de atuação”, disse Fernando Schmiegelow, diretor de marketing da Sisgraph, que integra o Grupo Hexagon, líder mundial no fornecimento de tecnologias de projeto, medição e visualização. Presente desde 1980 no mercado brasileiro, a empresa comercializa e presta consultoria na implementação e treinamento para todos os produtos da Intergraph na América Latina, da qual é representante exclusiva no Brasil.

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perfil profissional

Conhecimento e liderança:

a energia do sucesso

Graduada em Engenharia Química e com mestrados em Energia pela USP e em Engenharia Ambiental pela Ecole Polytechnique Federale de Lausanne (Suíça), Ieda Gomes, sócia-diretora da empresa de consultoria Energix Strategy Ltd, baseada no Reino Unido, é uma baiana arretada que vem consolidando uma carreira internacional, vencendo os desafios com muita energia. por Maria Fernanda Romero

A Fotos: Divulgação

escolha da profissão se deveu ao interesse em cursar ciências exatas, gostar de química e pelas perspectivas do mercado de trabalho na ocasião, uma vez que estava sendo implantado o polo petroquímico de Camaçari (BA), demandando engenheiros e outros profissionais qualificados. Durante o curso de Engenharia Química, Ieda fez estágios nas áreas de microbiologia e licenciamento ambiental e começou a se interessar pelo tema, diante da necessidade de promover um crescimento da indústria brasileira com base no uso racional de energia e no controle de emissões. “Como eu queria morar fora do Brasil, para ampliar meus horizontes, comecei a contatar universidades inglesas e americanas, mas na Inglaterra e nos EUA o ano acadêmico começava em outubro e eu teria de esperar dez meses após minha formatura (que foi em dezembro de 1977)”, revela. Em setembro daquele ano, a Ecole Polytechnique Fédérale de Lausanne, uma das mais conceituadas na Europa, enviou um prospecto sobre o mestrado em Engenharia Ambiental, a se iniciar em janeiro de 1978. “Era muito mais conveniente em termos de datas. Eu e mais duas colegas nos candidatamos, mas eles só aceitavam um candidato do Brasil. Fizemos um sorteio interno e saiu meu nome, assim tive de aprender francês a jato, em três meses”, lembra Ieda Gomes. Quando terminou o curso, ela fez um estágio na Suíça, na estação de tratamento de esgotos de Roche, onde cuidava de um projeto de uso de biogás para co-geração. O mestrado e o estágio abriram as portas para seu primeiro emprego, na Comgás (Companhia de Gás de São Paulo), que estava iniciando um projeto inédito de biogás e precisava de um engenheiro para desenvolvê-lo. “Li sobre o assunto em uma revista brasileira, enviei uma carta e currículo para o presidente da Comgás e fui imediatamente contratada quando voltei ao Brasil, em 1979”, lembra Ieda Gomes. Desde então, tornou-se responsável pela estação de produção de biogás do aterro sanitário da Rodovia Raposo Tavares na zona Oeste de

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São Paulo, um projeto financiado pelo extinto Conselho Nacional de Petróleo (CNP). “Cuidei também da modelagem da produção de biogás dos principais aterros sanitários de São Paulo”, conta Ieda, que no período 1979-1985, era uma das poucas experts em biogás no Brasil. Na trilha do óleo e gás – Foi pela Comgás que ela acabou entrando definitivamente para o setor de óleo e gás, pois ocupou vários postos na empresa entre 1979 e 1995, quando assumiu a presidência, onde ficou até 1998. Como superintendente de Planejamento, coordenou a entrada de gás natural em São Paulo, entre 1987-1988. Na superintendência de Assuntos Institucionais, participou da negociação do contrato de gás boliviano e na criação da Abegás (Associação Brasileira de Empresas Estaduais de Gás Canalizado). “A empresa tinha um excelente potencial de mercado, um produto, o gás natural, limpo, eficiente e desejado, mas não podia exercer plenamente seu potencial por amarras burocráticas: não podia admitir ou demitir livremente, a maioria da diretoria vinha de indicações políticas, sem experiência ou compromisso com uma boa gestão empresarial; a lei de licitações e sua interpretação atrasava o processo de contratação de obras e serviços. Não se podia sequer contratar uma obra ‘chaves na mão’: tinha de licitar os tubos, a construtora e as válvulas separadamente”, lembra a executiva. “Creio que fiz um bom trabalho, porque conhecia o produto e o setor, tinha visão estratégica e liderança; era respeitada pelo mercado e pelos empregados”, avalia. “Em 1997, a Comgás conseguiu seu primeiro lucro em quatro anos. Com isso estavam lançadas as condições para a bem-sucedida privatização,

Idade: 56 anos Principal cargo: sócia-diretora da empresa de consultoria Energix Strategy Ltd. Hobby: Viajar para lugares exóticos, como já fez no Base Camp do Everest, nos desertos da Namíbia e de Omã, nas ruínas de Tikal na Guatemala, no salar de Uyuni e altiplano boliviano. Gosta de cozinhar, de jardinagem, de snorkel, de caminhadas e pretende fazer o caminho de Santiago de Compostela. Música: Breakeven, com The Script e Metáfora, com Gilberto Gil. Filme favorito: Gladiador, de Ridley Scott, e O fantasma da ópera, de Joel Schumacher. Livro: 1808, de Laurentino Gomes. Um bom lugar para descansar: Na serra de Santo Antonio do Rio Grande, em Minas Gerais (embora não descanse, estou sempre fazendo alguma coisa).

que iniciei em 1997 e que foi concluída por meu sucessor no início de 1999”, comenta. Da Comgás ela foi para a petrolífera britânica BP, onde trabalhou cerca de 14 anos, ocupando desde a função de country manager de uma joint venture, a Pan American Energy, à presidência da BP Brasil, até ser transferida para a Inglaterra em 2002, quando se

tornou vice-presidente de novos mercados da BP Solar. Nessa posição, comandou a implantação do projeto offgrid (de conversão de energia solar em energia térmica) do Prodem (Programa de Desenvolvimento de Estados e Municípios) do Ministério de Minas e Energia do Brasil (MME) e de um dos maiores projetos mundiais offgrid, o SPOTS nas Filipinas. “A parte mais bonita desse trabalho com energia solar offgrid foi possibilitar a comunidades pobres, em locais remotos, o benefício da iluminação, refrigeração e água potável. Em um projeto comunitário que fizemos no Brasil, as pessoas queriam postes de luz para poder sentar em volta para conversar à noite com seus vizinhos.” Em 2004, Ieda foi nomeada vice-presidente de New Ventures da área de gás internacional da BPl, inicialmente para desenvolver negócios de GNL, mais tarde também assessorando a área de E&P na entrada em novos mercados gasíferos. Trabalhou em novos projetos na Índia, Jordânia, Colômbia e Omã, além de atuar em negociações de suprimento de GNL no Oriente Médio, Ásia, Europa e América Latina. Foi membro do Board da BP Brasil de 2000 a 2011, quando foram definidos o posicionamento sobre a estratégia e o crescimento da empresa no Brasil, que culminou com a aquisição dos blocos da Devon e em parcerias estratégicas com a Petrobras na Margem Equatorial. “Eu era também a representante da BP junto a diversas entidades, como a International Gas Union e as conferências internacionais de GNL. Em 2011, fiz um balanço de minha vida profissional e pessoal e resolvi que era chegada a hora de fazer algo radical. Resolvi criar um espaço pessoal com mais liberdade e TN Petróleo 87

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perfil profissional

tempo para vir com mais frequência ao Brasil, onde moram meus pais, e aos Estados Unidos, onde meu filho vive”, pontua a engenheira. Conhecimento e equilíbrio – Casada, com um filho e dois enteados, Ieda acumula 33 anos de uma carreira que considera bem-sucedida, resumidos em pioneirismo, visão estratégica, um excelente networking no Brasil e no exterior, padrões elevados de ética e governança corporativa, perseverança, sensibilidade cultural. “Acredito que minha carreira tenha me possibilitado aprender, ensinar e desenvolver um conhecimento amplo do negócio de energia”, complementa. Durante esses anos, Ieda teve seu trabalho reconhecido com a conquista do prêmio Veuve Clicquot Business Woman of the Year em 2001-2002 e do prêmio TN em 2000. Atualmente é sócia-diretora da consultoria Energix Strategy Ltd, com base no Reino Unido, assessorando empresas no desenvolvimento de novos negócios e na contratação de suprimentos e precificação de gás natural e GNL, elaborando planos de desenvolvimento de recursos humanos em áreas estratégicas, como preços, mercados e suprimentos. Para ela, desenvolver uma oferta de serviços de âmbito mais estratégico e estabelecer parcerias com players no mercado brasileiro, conforme efetivou recentemente com a Gas Energy, é o principal desafio da empresa no momento. Ieda mora no Reino Unido, mas vem muito ao Brasil para dar palestras e participar de encontros de negócios. Segundo ela, a vida no exterior tem seus prós e contras quando comparada ao Brasil: o clima é muito instável, chove muito, mas por outro lado isso faz com que a ilha seja verdejante. “A vida 70

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normal é muito menos burocrática e as relações são mais baseadas na confiança: resolve-se muita coisa por telefone e e-mail, sem precisar de firma reconhecida e CPF para tudo. Pode-se trocar de supridor de energia ou telefone com um simples telefonema; se compramos um produto e não gostamos, devolvemos e recebemos o dinheiro de volta sem questionamentos. O sistema de transporte é bom, o índice de criminalidade é baixo, e é muito mais fácil viajar pelo mundo, pela oferta de operadoras aéreas a custos razoáveis, a proteção ao consumidor existe e funciona”, resume. Entretanto, a executiva lembra que os impostos diretos são bem mais altos que no Brasil e as regras fiscais mudam a cada ano, gerando incertezas no investidor de longo prazo. Em termos comparativos, Ieda analisa que o Brasil iniciou a privatização do setor energético com um modelo no qual se privilegiou o controle acionário por uma empresa ou grupo de empresas, enquanto que no Reino Unido se optou por um modelo pulverizado de acionistas, com maior transparência e altos padrões de governança corporativa. De acordo com ela, no setor de gás britânico existe um único operador do transporte e distribuição de gás e um único operador do sistema de transmissão elétrica, com regras claras de acesso aberto e onde os operadores não têm propriedade sobre a molécula ou o elétron. No Brasil esses sistemas ainda são muito verticalizados e o acesso não é garantido. “No Reino Unido, todo o setor de gás e eletricidade é privado, com grande concorrência no suprimento e preços variando em função da oferta e demanda. As agências reguladoras funcionam

bem, buscando um equilíbrio entre o interesse do competidor e do investidor ”, conclui. Além de executiva da Energix Strategy, Ieda também é membro do Conselho da Câmara de Comércio Brasil-Grã-Bretanha desde 2005, independent chair (presidente não executiva) da British Taekwondo, e foi coordenadora da Força Tarefa sobre Capital Humano da International Gas Union (IGU) no triênio 2009-2012. Para ela, tempo é uma questão de planejamento e de se trabalhar com uma equipe afinada, comprometida e que contribua para o sucesso do projeto. “Na época em que trabalhei na BP o equilíbrio entre vida pessoal e carreira estava bastante desbalanceado para o lado profissional, porque eu viajava internacionalmente todos os meses, e morava bastante longe do escritório. Não é possível ter tudo o tempo inteiro, mas você pode conciliar carreira e família desde que tenha clareza de como você vai equilibrar essas coisas, nem sempre perfeitamente, e trabalhar com sua família para entender e compartilhar os momentos importantes”, aconselha. Quando questionada sobre realização profissional, Ieda diz que assim como o conceito de felicidade, a realização é algo muito relativo, formado de momentos e eventos que se alternam: “O que me interessa no momento é usar minha experiência, conhecimento, visão estratégica e senso de negócios para contribuir para o desenvolvimento da indústria de energia, continuar sendo um role model para profissionais mais jovens e desenvolver um trabalho de estruturação junto a conselhos de administração de empresas”, finaliza.


Ano 4 • nº 25 • janeiro de 2013 • www.tnsustentavel.com.br

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem Editorial

Tecnologia e negócios Ao completar quatro anos, o caderno de sustentabilidade dessa edição traz o melhor em sua vocação: tecnologia e negócios para o meio ambiente. Hoje quando a sustentabilidade ganha lugar de destaque na mente e nos corações das pessoas, não é tarefa muito fácil buscar o que nos interessa. Não é apenas informação. O que nos importa é a sua utilidade e relevância na medida certa para ajudar a alavancar negócios e impulsionar o mercado. É isso que se pretende. Na área de tecnologia, trouxemos dois exemplos que bem representam esse pensamento. O setor de aço entrega a sua maior premiação a uma iniciativa sustentável. O Swedish Steel Prize, prêmio concedido para projetos inovadores em novas aplicações utilizando aços de alta resistência, anunciou o vencedor de sua 14ª edição. O projeto contemplado com a premiação foi o Sistema de Manipulação de Sucata “Mi-slide”, criado pela empresa neozelandesa A-Ward Attachments Ltd. Sistema flexível e inovador que compreende duas unidades feitas de aço de alta resistência que comprime e embala sucatas metálicas. O carregamento direto da sucata para os recipientes resulta em grandes economias de custo e tempo. O risco de danos para os recipientes é reduzido graças à carga horizontal. E a outra iniciativa vem da Centroprojekt que possui em seu portfólio de produtos destinados ao setor petrolífero o filtro de “cascas de nozes” utilizado para remoção de óleo. Essa tecnologia é uma revolução no tratamento de efluentes e vem sendo aplicada nas áreas produtoras de petróleo e re-

finarias. Devido à sua resistência mecânica e à propriedade de sua superfície, as cascas de nozes se tornaram vantajosas em relação aos tradicionais filtros de areia. Ainda na área de tecnologia o artigo técnico, que aborda os novos investimentos e esforços que têm sido direcionados na busca de fontes alternativas de energia como objetivo de atender à crescente demanda de energia elétrica e diminuir a emissão de gases de efeito estufa, causados, entre outros motivos, pelo uso de combustíveis fósseis nos meios de produção tradicionais. Neste enfoque, a energia das ondas do mar apresenta-se como uma solução de fonte renovável de energia para ilhas ou países com grandes faixas costeiras. E na área de negócios a boa e importante notícia fica por conta da matéria “Rio terá bolsa verde”. Por meio de uma plataforma online ágil e segura, desenvolvida especialmente para a transação de ativos ambientais, a BVRio (Bolsa Verde do Rio de Janeiro) começa a desenvolver um mercado que vai permitir que proprietários rurais negociem contratos de compra e venda de Cotas de Reserva Ambiental (CRAs). O mecanismo previsto pela legislação brasileira permite que excedentes de reserva legal sejam transformados em cotas e vendidos. Portanto, prezados leitores, desejando que todos tenham um 2013 repleto de bons motivos para avançar em sua iniciativas sustentáveis, começando por estes belos exemplos do nosso primeiro caderno do ano. Boa leitura e bom ano! Lia Medeiros Diretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo

Sumário

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Novas ondas impulsionam cenário da energia no Brasil

Um mar a explorar racionalmente

Rio terá bolsa verde

Entrevista especial com Segen Estefen

Congresso Brasileiro de Oceanografia – CBO 2012

BVRio – Bolsa Verde do Rio de Janeiro

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suplemento especial

Entrevista especial com Segen Estefen, diretor de tecnologia e inovação da Coppe/UFRJ

Novas ondas

impulsionam cenário da energia no Brasil Foto: Divulgação

Com um litoral de oito mil km de extensão, o Brasil tem todas as condições para se tornar uma potência na geração de energia de ondas e marés.

A Coppe é pioneira nas pesquisas sobre o tema? Algumas iniciativas sugriam também na Fundação Universidade Rio Grande (Furg), no Rio Grande do Sul. Porém, o trabalho mais consistente e contínuo para o desenvolvimento de máquinas, o levantamento de informações sobre os recursos disponíveis para o aproveitamento dessa energia no Brasil tem sido feito basicamente aqui na Coppe, em função das instalações. Todo o trabalho é focado no Laboratório de Tecnologia Submarina, e os testes são realizados em cooperação com o Lab Oceano, que é um grande laboratório de simulação das condições de mar. Ao longo desses anos,

por Mehane Albuquerque

tivemos a publicação de trabalhos, teses de doutorado e mestrado, além do registro de

A primeira experiência de aprovei-

TN Petróleo – Há quanto tempo a Coppe

patente. O conceito da usina de ondas que

tamento dessa fonte limpa está sendo

desenvolve estudos sobre energia de

desenvolvemos em Pecém tem patente

realizada em Pecém, no Ceará, onde

ondas e marés?

concedida nos Estados Unidos e no Brasil

foi projetada e construída pela Coppe /

Segen Estefen - Os estudos são relati-

UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de

vamente recentes, mas em 2001 ganharam

Pós-Graduação e Pesquisa de Engenha-

mais ênfase com a realização do Omae

ria) — com financiamento da Tractebel

(Congresso Internacional sobre Oceano,

Qual é o potencial de geração de energia

Engenharia, por meio do Programa de

Offshore e Engenharia Ártica) no Brasil.

da Usina de Pecém?

Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico

Dentro da programação do congresso há

A capacidade instalada é de 100 KW

da Agência Nacional de Energia Elétrica

um simpósio sobre energia renovável e

(Kilowatts), mas ainda está em fase de tes-

(Aneel), e apoio do governo do Ceará — a

alguns trabalhos sobre aproveitamento

tes. É uma usina pequena, pois foi criada

primeira usina-laboratório de ondas da

de energia de ondas para a geração de

para ser um laboratório. Já realizamos

América Latina.

eletricidade foram apresentados naque-

algumas gerações esporádicas e vamos

la edição do evento, principalmente por

partir para uma geração mais contínua,

pesquisadores europeus.

com o objetivo de aperfeiçoar o sistema.

O engenheiro Segen Estefen, diretor de tecnologia e inovação da Coppe e coordena-

está sob análise do Inpi, devendo ser concedida em breve também.

dor do Programa de Engenharia Oceânica

Na ocasião, um livro foi organizado pelo

Para avançar nessa área, o Brasil

da mesma instituição, diz que outras três

Maurício Tolmasquim (hoje presidente da

precisa produzir conhecimento. Ninguém

usinas de energia de ondas e marés em

Empresa de Pesquisas Energéticas / EPE)

consegue resultados promissores em pro-

caráter experimental serão construídas no

e o grupo de trabalho da Coppe, do qual

jetos como esse da noite para o dia. No

país e que as primeiras gerações em escala

eu já fazia parte, elaborou um capítulo

mundo inteiro, essa tecnologia ainda está

comercial estão previstas para acontecer a

sobre energia de ondas. A partir daí,

em fase de evolução e trata-se de um pro-

partir de 2020. Em entrevista ao Caderno

as pesquisas começaram a se desen-

cesso lento até que possa ser usada em

de Sustentabilidade, ele fala sobre os novos

volver mais, com a produção de teses

escala comercial.

projetos da Coppe e sobre os rumos desta

de mestrado e doutorado voltadas para

energia, cujas possibilidades de aprovei-

o aproveitamento não só da energia de

Além de Pecém, existem outros projetos de

tamento são infinitas.

ondas, mas também das marés.

implantação de usinas de ondas no Brasil?

72

TN Petróleo 87


Nós trabalhalhamos por um Programa

a proposta é implantá-lo no litoral do Rio

quais o Brasil não tem capacitação fabril

Nacional de Energias Renováveis do Mar

de Janeiro, próximo a uma ilha que sirva

e nem patente.

(PNERM), que já foi proposto à Eletrobrás,

de apoio para as operações. A definição do

Estamos em uma fase pré-comercial,

mas ainda não saiu do papel.

local depende ainda da avaliação do Ibama.

em que há uma grande disputa tecnológica

Atualmente há três projetos no CNPq

de empresas e universidades em todo o

que versam sobre esse assunto, todos com

E como se daria a transmissão da energia

mundo para tornar essa energia comercial

a participação da Coppe. O primeiro deles

produzida offshore para a rede em terra?

a partir de 2020. Se não quisermos perder

é desenvolvido pela Universidade Federal

Dependendo dos avanços que o Brasil

a competitividade no cenário internacional,

do Maranhão — com a coordenação do

tenha com o pré-sal em termos de distribui-

teremos que viabilizar o uso em maior

professor Osvaldo Saavedra — em coo-

ção elétrica sob o mar — o que chamamos

escala da energia de ondas e marés, no

peração com a UFRJ. É a da barragem do

de grid submarino — será possível viabili-

máximo em sete anos.

Bacanga, um conceito de usina maremotriz

zar o aproveitamento das fontas offshore e

A experiência offshore, nesse aspecto,

desenvolvido pelo Brasil no início dos anos

injetar a eletricidade gerada nele. Também

será fundamental, pois poderá tornar o

70, que nunca chegou a operar. Recente-

será possível gerar para abastecer cidades

Brasil líder nessa tecnologia. Este é um

mente, uma tese de mestrado aprofundou

próximas. Isso poderia ser interessante, se

grande diferencial que nós temos.

os estudos e propôs um novo projeto de

levarmos em conta que 70% da população

engenharia, pois a topografia mudou e

brasileira vive no litoral.

parte da encosta próxima ao reservatório

Qual o potencial brasileiro para a geração de energia de ondas e marés?

foi habitada. Isso inviabilizou o projeto

Algum país já explora comercialmente a

inicial, na profundidade em que foi plane-

energia de ondas e marés?

É de 114 GW (Gigawatts), sendo que esse potencial se divide em teórico e

jado — da ordem de cinco a seis metros.

Não. As que existem hoje na Europa

técnico. O técnico se refere à energia

Agora, essa usina poderá se tornar viável

são protótipos. Existem usinas comerciais

aproveitável, que costuma ser de 1/3 do

para uma profundidade menor, de cerca

de maré que, na verdade, são barragens.

total. Se nós conseguirmos gerar todo

de dois metros.

Há uma na França desde 1966, similar à

esse potencial aproveitável, teremos uma

O segundo projeto é no Pará, na foz

de Bacanga; e outra na Coreia, inaugurada

potência instalada em torno de 20 GW, o

do rio Maracanã, onde a força da maré

em 2011. Esses reservatórios que utilizam

que representa cerca de 20% de partici-

empurra a correnteza do rio em sentido

a força maremotriz são questionáveis, pois

pação na matriz energética.

contrário a uma velocidade de fluxo de

geram impacto ambiental, modificam a

Mas estamos falando apenas de

cerca de três metros por segundo. Essa

costa na foz dos rios, onde há muita vida

geração na costa. Se incluirmos aí as

combinação do rio com a maré será apro-

marinha. No caso da barragem do Bacanga,

possibilidades de geração offshore que

veitada para implantação de uma turbina.

no Maranhão, estamos aproveitando uma

vai depender da queda do custo dos

Por último, há um projeto em par-

estrutura que já existia antes, mas já sa-

cabos elétricos, que são caríssimos —

ceria com Furnas e com a Sea Horse,

bemos que não são modelos sustentáveis.

teremos competitividade para a geração

uma empresa de base tecnológica, para

Existem conceitos interessantes de

em alto-mar e isso eleva o potencial

a implantação de um sistema afastado

aproveitamento maremotriz afastados da

brasileiro de geração de energia a pa-

da costa. Esse projeto terá dois estágios.

costa, com a instalação em alto-mar de

tamares incalculáveis.

O primeiro, inicial, prevê a instalação da

reservatórios pré-fabricados.

usina mais perto da costa, presa ao fundo

Que tipo de equipamento é utilizado para

do mar a uma profundidade de cerca de

Qual o prazo para o Brasil começar a explo-

mapear os locais que possuem maior po-

20 m. E o segundo estágio, estimado para

rar a energia de ondas e marés em escala

tencial de energia?

daqui a quatro anos — depois que forem

comercial?

O Brasil tem poucos instrumentos ins-

testadas as condições de geração mais

É preciso ter em mente que todas as

talados para medição, levantamento e co-

próximas à costa — prevê a instalação

usinas aqui citadas são laboratórios de

leta de dados. A Coppe possui ondógrafos,

da usina em alto-mar, utilizando para

pesquisa para o desenvolvimento de novas

mas não há ainda uma rotina de medições

isso a tecnologia offshore que o Brasil

tecnologias e aperfeiçoamento das já exis-

constantes. Uma das metas do projeto em

já domina na exploração de petróleo.

tentes. O que estamos tentando fazer aqui

parceria com Furnas é justamente fazer

Nesta etapa, a usina será totalmente

na Coppe é avançar nas pesquisas, já que

o monitoramento de forma contínua. Há

flutuante, podendo operar em qualquer

o Brasil tem a possibilidade de desenvolver

uma tese de doutorado que trata do uso

lugar, como os navios-plataforma, em

máquinas que façam a conversão de ener-

de imagens de satélites na avaliação e

profundidades maiores.

gia, e de não ficar refém da importação de

mapeamento do potencial energético de

Esse projeto em parceria com Furnas

equipamentos, como acontece hoje com a

ondas e marés. Essa ferramenta poderá

está em fase de finalização do contrato e

energia eólica e com a solar, setores nos

ser de grande valia. TN Petróleo 87

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Fotos: Divulgação

suplemento especial

Congresso Brasileiro de Oceanografia - CBO 2012

Um mar a explorar

racionalmente

Responsável por 90% da produção de petróleo e 76,7% da de gás natural no Brasil, a chamada Amazônia Azul – o mar ao longo de 8,5 mil km da costa brasileira – e suas riquezas foram o centro dos debates do V Congresso Brasileiro de Oceanografia (CBO 2012), que recebeu um por Karolyna Gomes público de 2.100 pessoas.

E

xploração de petróleo em águas profundas, pesca, projetos de preservação, sistemas costeiros, segurança da navegação em portos foram alguns dos temas do CBO 2012, realizado pela primeira vez no Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 16 de novembro de 2012. O evento, que acontece a cada dois anos, reuniu especialistas de instituições de ensino e pesquisa brasileiras e latino-americanas, profissionais ligados a órgãos ambientais e setoriais, iniciativa privada e organizações não governamentais. 74

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Números da CBO Palestras: 27; Minicursos: 21; Workshops: 18; Expositores: 36; Trabalhos científicos apresentados: 1.370 Realizado no Centro de Convenções SulAmérica, o encontro visa estreitar as relações entre academia e iniciativa privada, com foco em um verdadeiro manancial de riquezas e conhecimento: o mar. As diversas atividades desenvolvidas ao largo

dos 8.000 km da costa brasileira, da pesca à exploração de petróleo e gás, foram temas de workshops, palestras, minicursos e apresentações de trabalhos técnico-científicos. “Realizar o CBO no Rio de Janeiro, que destaca a importância do oceanógrafo para o desenvolvimento sustentável, é fundamental, pois aqui se encontra um dos principais mercados para esses profissionais”, destacou a presidente da Associação Brasileira de Oceanografia (Aoceano), Maria Inês Freitas dos Santos.


Cristina Pinho, gerente executiva de serviços da área de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, afirmou que a oceanografia tem dado apoio a importantes trabalhos da companhia, como a perfuração, contingência, licenciamento ambiental e planos de emergência, nas bacias marítimas de Santos, Campos, Espírito Santo, Camumu-Almada, Jequitinhonha, Sergipe e Alagoas e Potiguar. Mesmo com a crescente importância do monitoramento marinho para mitigar impactos gerados pelas atividades econômicas desenvolvidas na costa, desenvolvendo uma atuação integrada da oceanografia com processos produtivos no país, especialistas chamaram a atenção para uma melhor estruturação do governo, empresas privadas e academia.

ondas. Já no Norte e Nordeste o melhor aproveitamento vem das marés. Uma das ideias para auxiliar nas definições é a edição de um atlas, com mapeamento das condições da costa. Outra necessidade é a identificação dos usuários, que podem ser, por exemplo, comunidades isoladas e carentes de energia, colônias de pescadores, unidades militares, portos, iluminação pública de praias, as plataformas de petróleo ou, ainda, o uso industrial que envolve até mesmo a dessalinização de água e seu uso na própria indústria ou na agricultura. “Com o pré-sal e a exploração em plataformas a até 200 km do litoral, a ideia de instalarmos fazendas geradoras de energia com as marés é extremamente apropriada”, defende.

Satélites detectam manchas de óleo causadas por fenômeno geológico

Energia das marés pode abastecer plataformas Nas unidades marítimas, a energia elétrica é aproveitada para iluminação, sistemas de comunicação e equipamentos, como bombas e aquecedores. Para produzir eletricidade, as plataformas dispõem de tecnologias de última geração, como turbinas a gás e motores a diesel e, em alguns casos, motores a vapor. Mas tudo indica que o uso de energias alternativas pode entrar em campo. A instalação de dispositivos offshore geradores de energia a partir das marés é uma possibilidade palpável para plataformas de petróleo ou em ilhas, afirma Segen Farid Estefen, professor titular de Estruturas Oceânicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, que ministrou a palestra “Energias renováveis e sustentabilidade nos oceanos”. Segundo Segen, o Brasil está entre os principais players do setor de geração a partir das ondas e marés marítimas. “Ao contrário do que acon-

teceu na eólica, neste caso estamos na linha de frente. Estamos entre os 30 países no desenvolvimento e entre os dez que já desenvolveram protótipos para testes.” Mesmo assim, ele reconhece que há muito a fazer. “Estamos no estágio da energia eólica de há 20 anos. A diferença é que o Brasil está dentro do processo como gerador da energia e não apenas como usuário”, disse. Para o professor, a energia dos mares ainda demanda estudos e aportes tecnológicos para se tornar competitiva, como fonte complementar às demais energias renováveis, de forma integrada. De acordo com Rafael Malheiro, pesquisador da Coppe, há estudos em andamento para definir as áreas apropriadas para instalação de unidades geradoras em todo o país. As características das regiões Sul e Sudeste permitem melhor utilização da energia a partir das

O projeto de detecção por satélites de manchas de óleo na superfície marinha – chamadas exsudações – foi apresentado por Fernando Pellon, gerente de geoquímica do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo M. de Melo (Cenpes). A tecnologia instalada na incubadora da Coppe-UFRJ, denominada ‘modelagem inversa’, detecta as manchas e recria o caminho do óleo que, em geral, escapa por fissuras no leito do oceano, causadas quase sempre por pequenos terremotos, e chega até a superfície. “Nossa expectativa é boa porque existem vários satélites novos a serem lançados, aumentando a disponibilidade deles no espaço. A tendência é que o sensoriamento remoto de óleo no mar se aperfeiçoe cada vez mais”, explica Pellon. Com o auxílio de dados de satélite é possível inferir se a mancha é decorrente de vazamento de navio ou de plataforma de petróleo. “No Golfo do México existe esse fenômeno permanentemente. Este trabalho tem sido importante para que possamos testar esses sensores para detecção de óleo e, com a colaboração das companhias detentoras dos dados, es TN Petróleo 87

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suplemento especial peramos avançar no estudo para aplicações em outras áreas de interesse.”

Gestão ambiental portuária é pouco utilizada no Brasil As práticas da gestão ambiental ainda são pouco utilizadas pelos portos brasileiros, embora sua adoção resulte em melhores condições de funcionamento das unidades, segundo a professora Elisa Helena Fernandes, da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), em

sua palestra sobre ‘Gestão de segurança da navegação em portos’. A professora defendeu a mudança na mentalidade dos gestores dos portos, com vistas a qualificar e sistematizar as informações, o que permitiria a melhoria de todo o processo de gestão portuária. Elisa Fernandes afirmou que o ideal para a geração de informações de qualidade é a combinação de dados físicos com a utilização de modelagens numéricas, sempre com divulgação, em tempo real, dos dados para os usuários. Ela explica que o método de geração de modelos numéricos permite a observação e acompanhamento de dados ao longo do tempo, possibilitando a definição

de prognósticos e de simulações de impactos. “Permite a minimização dos impactos ambientais e a maximização dos fatores de sustentabilidade ambiental.” Existe, no entanto, a necessidade de realização de testes de validação e calibração e, acima de tudo para a qualidade e confiabilidade dos dados utilizados na modelagem. Os dados físicos, se tornados públicos online, podem facilitar as tomadas de decisão dos usuários, por exemplo, na hora de entrar em um porto. “É importante e facilita a operação saber, por exemplo, as condições de correntes marítimas, ou indicações de fluxos de enchentes e vazantes.”

Bons negócios na VII Feira Brasil Oceano Oportunidades de negócios, networking e apresentação de novidades tecnológicas marcaram os quatro dias de exposição da VII Feira Técnico-científica Brasil Oceano, realizada simultaneamente ao V CBO. Os 40 expositores – entre empresas, instituições de ensino, ONGs e órgãos do governo que atuam na área de abrangência da oceanografia – trocaram experiências e mostraram aos estudantes e profissionais o que há de novo neste mercado. “Estamos a recebendo nossos futuros gerentes e pesquisadores, que são os estudantes. No próximo evento já planejamos um estande maior e com mais equipamentos para mostrar”, disse Rodrigo Fonseca, da Seatronics do Brasil, especializada em aluguel e venda de equipamentos eletrônicos marítimos. “A qualidade de público é impressionante: direcionada, muito boa”, completou o vice-presidente da empresa Mark Teles. Pela primeira vez na feira, a empresa OZ Engenharia, que expôs no estande do Parque Tecnológico da PUC, apresentou soluções para tratamento de água com tecnologia limpa. “Essa integração governo / universidade / empresa é essencial, pois um depende do outro 76

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esse completam”, disse Fábio Rahmeier, da OZ. Foi o mesmo caso da CSA / Ciências Oceânicas. “A empresa veio para o Brasil este ano... participar de um evento dessa dimensão foi essencial para divulgarmos nosso trabalho. Estamos saindo com muitas perspectivas de negócios”, diz Flávio Molina, gerente de projetos em engenharia ambiental da companhia. Rever clientes e parceiros é outra vantagem da feira, segundo Ivan Martins, gerente de divisão ambiental da Lunus, empresa de boias meteoceanográficas. “Tivemos também a

aproximação de novas empresas e pretendemos voltar”, disse. O próximo CBO será realizado em 2014 na cidade de Itajaí, Santa Catarina, segundo o presidente do evento, Carlos Leandro da Silva Jr., que acredita que se avançou muito na discussão em torno da criação do Instituto Nacional de Pesquisa Oceanográfica. “Conseguimos vislumbrar novas formas de ver e trabalhar a oceanografia”, concluiu.


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suplemento especial

Iniciativa sustentável recebe maior premiação do setor de aço

O Swedish Steel Prize, prêmio concedido para projetos inovadores em novas aplicações utilizando aços de alta resistência, anunciou o vencedor de sua 14ª edição. O projeto contemplado com a premiação foi o Sistema de Manipulação de Sucata “Mi-slide”, criado pela empresa neozelandesa A-Ward Attachments Ltd.

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Fotos: Divulgação Swedish Steel Prize

O

prêmio, que tem entre seus objetivos disseminar possibilidades para desenvolver produtos mais resistentes, leves e sustentáveis, percebeu o grande potencial desta iniciativa de baixo impacto ambiental e concedeu à companhia o primeiro lugar durante cerimônia realizada na Suécia. A empresa, que é a primeira de seu país a ganhar o Swedish Steel Prize, recebeu, além do troféu, a quantia de 100 mil coroas suecas equivalentes a cerca de 30 mil reais. “Temos o prazer de anunciar nosso primeiro vencedor da Nova Zelândia. A A-Ward através de seu projeto demonstra as vantagens de utilizar aço de alta resistência com uma solução inovadora e bem planejada. Esta iniciativa, além de melhorar de forma significativa a produtividade e o dia a dia de serviço, contribui e muito para a formação de uma sociedade mais sustentável”, assegura Ramström KG, presidente do júri e diretor técnico da SSAB, durante a cerimônia de entrega do Swedish Steel Prize. A proposta vencedora da A-Ward utiliza um sistema flexível e inovador para manipular a sucata que compreende em duas unidades feitas de aço de alta resistência que comprimem e embalam objetos metálicos em contêineres. Até chegar ao resultado final, a empresa trabalhou durante dois anos para aperfeiçoar a concepção de seu sistema de manipulação de sucata de modo a permitir melhorar o manejo e transporte deste material.

Dados do vencedor Sistema: Manipulação de Sucata “Mi-slide” Empresa: A-Ward Attachments Ltd (Nova Zelândia) Projeto: Sistema flexível e inovador que compreende duas unidades feitas de aço de alta resistência que comprime e embala sucatas metálicas em recipientes. O carregamento direto da sucata para os recipientes resulta em grandes economias de custo e tempo. O risco de danos para os recipientes é reduzido graças à carga horizontal.

Elaborada a partir das chapas antidesgastantes Hardox, da SSAB, o sistema de carregamento direto da sucata para os contêineres resulta em grandes economias em termos de custo e tempo, além de diminuir o risco de danos para os contêineres graças à sua carga horizontal.

Somando a todas estas vantagens, o impacto ambiental deste invento é baixo, pois esse tipo de embalagem de sucata não precisa ser especialmente fabricado, podendo ser utilizado o contêiner comum de transporte. O sistema de manipulação de sucata será vendido em todo o mundo para as empresas do setor de reciclagem e gestão de resíduos. “O inovador e premiado produto pode ter vindo de uma de minhas ideias loucas, mas para transformá-lo em realidade, tive que me cercar de uma equipe de especialistas de altíssima competência”, diz Simon Ward, diretor-gerente da A-Ward Attachments. Com a presença de centenas de representantes internacionais dos setores de engenharia industrial, a cerimônia de premiação entregou o segundo lugar para a empresa tcheca Borcard CZ e a sueca Gremo.


Cascas de nozes removem óleo de efluentes

Fotos: Agência Petrobras

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Centroprojekt possui em seu portfólio de produtos destinados ao setor petrolífero o filtro de “cascas de nozes” utilizado para remoção de óleo. Essa tecnologia é uma revolução no tratamento de efluentes e vem sendo aplicada nas áreas produtoras de petróleo e refinarias. Devido à sua resistência mecânica e à propriedade de sua superfície, as cascas de nozes se tornaram vantajosas em relação aos tradicionais filtros de areia. Atualmente, sua aplicação principal tem sido no polimento de efluentes oleosos para posterior tratamento em reatores biológicos de membranas (MBR), sensíveis à presença destes resíduos. Devido a uma afinidade moderada entre a casca de noz e o óleo, este tipo de material oferece boa eficiência de remoção, da ordem de 90% a 95%, o que em geral significa ter um filtrado com teores menores que 5 ppm (partes por milhão) de óleo. Outra vantagem é a facilidade de limpeza do leito, no momento da contralavagem. A regeneração (contralavagem) do leito filtrante é feita preferencialmente impondo-se alta vazão de água de lavagem, fluidizando e arrastando seu enchimento (cascas de nozes)

para fora do vaso e através de um scrubber, onde, pelo movimento centrífugo, o óleo impregnado se destaca das partículas filtrantes, seguindo para o tratamento adequado ou ao início do processo. As características físicas das cascas de nozes permitem que elas circulem por bombas e tubulações sem prejuízo da integridade das partículas. A Centroprojekt do Brasil tem vasta experiência no segmento de petróleo, tendo fornecido diversas Estações de Tratamento de Efluentes

(ETEs) para as mais importantes refinarias do país. A empresa possui uma completa linha de equipamentos e sistemas, selecionados de acordo com o tipo de atividade industrial, característica do efluente, além da viabilidade técnica e econômica. Entre as tecnologias oferecidas para o setor petrolífero, estão a ultrafiltração por membranas submersas (MBR), o polimento de condensado e o misturador hiperbólico da Invent, que une a função de misturador e aerador num único equipamento.

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suplemento especial

Odebrecht Ambiental adquire participações da Braskem A Odebrecht Ambiental, empresa de soluções ambientais da Odebrecht, concluiu a aquisição da Cetrel e da Unidade de Tratamento de Água (UTA), antes controladas pela Braskem. A mudança de controle desses ativos potencializa as sinergias comerciais e tecnológicas com as operações da Foz e da área industrial da Odebrecht Ambiental. Além disso, está alinhada com a estratégia da Braskem de concentrar seus investimentos no setor petroquímico.

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Fotos: Divulgação

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sta operação envolve a alienação das participações que a Braskem detinha nas duas empresas, sendo 54,2% do capital da Cetrel e 100% da UTA, pelo valor de R$ 652 milhões, a ser ajustado pelo saldo de caixa líquido de 28 de dezembro de 2012. A integração desses ativos à Odebrecht Ambiental, maior empresa privada brasileira nessa área de atuação, reforça seu compromisso com o setor industrial e consolida sua relação com a Braskem. A Cetrel, que conta também com o governo da Bahia e outras empresas entre os seus acionistas, começou a operar em 1978, juntamente com as demais empresas do Polo Industrial de Camaçari (BA), oferecendo soluções nas áreas de tratamento de efluentes e resíduos, aproveitamento energético, inovação em materiais e monitoramento ambiental. A empresa atua desde a fase de produção até o pós-consumo, com o objetivo de maximizar os processos e oferecer soluções customizadas para a valorização e a transformação dos resíduos em matérias-primas para novos processos ou para retornarem à cadeia produtiva. Já a Unidade de Tratamento de Água, localizada no Polo Industrial de Camaçari, é responsável pela produção de 30 milhões de m³/ ano das águas desmineralizadas, clarificadas e potáveis. Especializada em soluções ambientais e presente em mais de 150 cidades por meio de sua subsidiária Foz, que detém ativos

de saneamento básico (água e esgoto), a Odebrecht Ambiental também está à frente de operações industriais (utilities) e tratamento de resíduos de companhias como Vallourec e Sumitomo Tubos do Brasil (VSB), Klabin e Petrobras. “Essa operação nos permite sinergias comerciais e tecnológicas com os diversos ativos ambientais hoje consolidados na Odebrecht Ambiental. Com a nossa expertise, visamos garantir o mesmo grau de confiabilidade que a Braskem sempre ofereceu aos seus clientes no fornecimento de utilidades e no tratamento de resíduos”, afirma Fernando Santos-Reis, presidente da Odebrecht Ambiental. A Braskem passa a ser cliente da Odebrecht Ambiental, como já acontece na Aquapolo Ambiental, localizado no ABC paulista e maior projeto de produção de

água de reúso para fins industriais do hemisfério Sul. Como os demais clientes da empresa, a Braskem contará com garantia de fornecimento de águas industriais no longo prazo para manutenção dos seus crackers em operação. “A Braskem tem um plano de investimentos alinhado com sua estratégia de crescimento e maior competitividade. A venda desses ativos, que estão fora do foco estratégico da empresa, reforça o seu compromisso com a higidez financeira e ajuda a viabilizar o programa de investimentos”, diz Rui Chammas, vice-presidente de Petroquímicos Básicos da Braskem.


or meio de uma plataforma online ágil e segura, desenvolvida especialmente para a transação de ativos ambientais, a BVRio (Bolsa Verde do Rio de Janeiro) começa a desenvolver um mercado que vai permitir que proprietários rurais negociem contratos de compra e venda de Cotas de Reserva Ambiental (CRAs). O mecanismo previsto pela legislação brasileira permite que excedentes de reserva legal sejam transformados em cotas e vendidos. Os compradores em potencial são donos de imóveis rurais que não têm o percentual exigido de reserva legal – entre 20% a 80% da propriedade, dependendo do bioma e do estado onde estão. “Os produtores irão negociar contratos de compra e venda para entrega futura (CRAFs), fomentando o desenvolvimento deste mercado e dando mais transparência ao processo de formação de preços. As Cotas de Reserva Ambiental são

Foto: Ascom/Riotur

Rio terá bolsa verde P

uma opção a mais que eles terão para cumprir as suas obrigações ambientais”, afirma Pedro Moura Costa, presidente-executivo da BVRio. Moura Costa afirma que a BVRio tem o objetivo de atender às necessidades e exigências contidas no novo

Código Florestal, que determina que todos os imóveis rurais são obrigados a manter uma reserva legal (RL), ou seja, área de vegetação nativa. Criada há um ano, a BVRio é a primeira bolsa de ativos ambientais do país, conta com o apoio da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro e da Prefeitura do Rio, mas não recebe repasses financeiros de nenhuma esfera do governo.

ETH: certificação de práticas sustentáveis A ETH Bioenergia obteve a certificação internacional Bonsucro para a unidade Rio Claro, localizada no município de Caçu, em Goiás. Esta é a terceira planta da empresa a receber a certificação que atesta práticas sustentáveis e permite a exportação de derivados da cana-de-açúcar para países da União Europeia e Ásia. O volume de cana certificado neste local é de mais de 737 mil toneladas. A meta da ETH é certificar todas as nove unidades da empresa com o selo até 2014. A certificação exige, ao mesmo tempo, o cumprimento das leis, o respeito aos direitos humanos e trabalhistas, a garantia da sustentabilidade na produção, a preservação da biodiversidade e dos serviços do ecossistema, além de produtividade e melhoramento contínuo dos processos produtivos. O selo vale nos 27 países-membros da União Europeia, que precisam elevar consideravelmente o consumo de biocombustíveis

até 2020, reduzindo a emissão dos gases de efeito estufa e o impacto nas mudanças do clima. Para Luiz de Mendonça, presidente da ETH, a sustentabilidade sempre esteve no centro da atuação da empresa, por meio de ações no sentido de zelar pela preservação do meio ambiente, pela conservação

da biodiversidade e pelo desenvolvimento das regiões onde a empresa tem operação. “Portanto, a certificação Bonsucro não só nos permite acessar mercados internacionais, como mostra que estamos operando o nosso negócio de forma correta em todas as nossas operações, desde a nossa fundação, em 2007”, finaliza. A empresa busca outras certificações para mercados internacionais. Sete unidades da empresa já concluíram a certificação RFS2 (Renewable Fuel Standard), registro do governo americano emitido pela Environmental Protection Agency (EPA) que atesta as práticas sustentáveis da empresa com base em padrões estabelecidos mundialmente e autoriza a comercialização do etanol de todas as unidades da empresa para os Estados Unidos. De acordo com a ETH, as unidades Costa Rica (MS) e Água Emendada (GO) serão certificadas até março de 2013. TN Petróleo 87

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suplemento especial

Estabelecendo uma cultura rigorosa

Foto: Stock.xcng

de saúde e segurança

Em outubro de 2011, a população do planeta atingiu os 7 bilhões de habitantes, o que significa um aumento da demanda por energia. Precisamos dela para aquecer as nossas casas, para nos deslocarmos para o trabalho, para fazer nosso trabalho e alimentar nossas famílias. Também esperamos que alguém, em algum lugar, forneça essa energia para nós.

Nick Stocker é diretor regional da NES Global Talent para a América Latina. Oficial da Marinha Real das Forças Britânicas por mais de nove anos, tem MBA da Henley Management College no Reino Unido e extensa experiência na América Latina.

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indústria de petróleo e gás está sob pressão constante para assegurar o fornecimento da nossa demanda por energia, seja por meio da exploração e perfuração ou da execução de projetos. Para tal, a indústria precisa encontrar formas inovadoras para conseguir acompanhar a crescente demanda energética – desenvolvendo novas tecnologias, resolvendo problemas de forma eficiente e encontrando profissionais com as competências certas no momento certo. No recrutamento de profissionais para o setor de petróleo e gás, isso significa que as universidades devem manter padrões elevados; as empresas Big Oil devem gerenciar bem a sua reputação e atrair os melhores formandos; e operadoras e consultorias de engenharia devem trabalhar em parceria com consultorias de recursos humanos, para encontrar os profissionais mais qualificados.

Desafios Antes de considerar o importante papel que o processo de recrutamento desempenha na criação de uma cultura forte de segurança, devemos pensar nos desafios em casos de “pior cenário” como, por exemplo, a evacuação em grande escala em um local de alto risco. Em casos de crise, as empresas mais fortes não são aquelas que possuem os planos de emergência mais abrangentes, mas sim as que conseguem se adaptar a uma situação, pressentindo e respondendo a situações de emergência no momento em que elas acontecem. Os consultores da NES Global Talent vêm percebendo um aumento na demanda por profissionais dedicados à gestão de crises desde que ocorreu o vazamento de óleo no Golfo do México. Características como disciplina, foco em resolução de problemas, comunicação, responsabilidade, coordenação, consciência da situação, trabalho em equipe e liderança são necessárias para que uma equipe possa gerenciar situações de emergência. Os pensadores estratégicos precisam responder a todos os porquês e saber antecipar resultados ao mesmo tempo em que acompanham o desenrolar dos eventos. Porém, mesmo com essas características e habilidades, o treinamento e a prática são necessários para a criação de equipes de gestão de incidentes plenamente capacitadas. Isso porque, com informações limitadas, as decisões tomadas podem significar a diferença entre a vida e a morte. Situações hipotéticas podem ser utilizadas para exercícios práticos de situações de emergência, mas é impossível prever as circunstâncias exatas de cada crise. Portanto, o treinamento deve aliar elementos como avaliação de incidentes anteriores e exercícios práticos. Para o segmento de exploração e perfuração é formada uma combinação de atividades estratégicas, táticas e operacionais. Estas devem ser praticadas simultaneamente em conformidade com os processos e procedimentos de emergência. Os serviços militares e de emergência podem fornecer orientação sobre as melhores práticas. Empresas que oferecem soluções de mão de obra para o setor de petróleo e gás devem ter um conhecimento profundo da cultura de segurança e saúde das empresas para as quais dão suporte. Assim, poderão agregar, em vez de diminuir, valor a uma cultura que já está estabelecida.


Colaboração

promove organização, redução de custo e riscos

A Ferramenta de Colaboração é uma tecnologia que avançou bastante no setor de engenharia na última década, mas ainda está muito aquém do que pode ser aproveitada. É uma tecnologia que nasceu com a internet, em geral através da nuvem, em uma modalidade que hoje chamamos de ‘software como um serviço’ ou SaaS (do inglês, Software as a Service).

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endo um dos pioneiros deste mercado sempre tive dificuldade de definir e explicar a tecnologia. Ela contém muitos recursos de gerenciamento de documentos, mas não é exatamente um sistema GED/EDMS. Possui a capacidade de automatizar o gerenciamento de processos, porém não é um sistema de BPM. Tem recursos como wiki, blog e fórum de discussão, contudo não é uma simples intranet. Depois de muitos anos no mercado cheguei à conclusão que a melhor definição é a de que se trata de uma plataforma para desenvolver o gerenciamento de processos, documentos e comunicação na nuvem. Quando se fala em nuvem associada ao modelo de comercialização como serviço, abre-se um leque muito grande de possibilidades, podendo ser aplicado desde a uma pequena empresa até aos maiores projetos de infraestrutura do país. Tudo depende do porte, da qualidade do serviço e da segurança contratada. Começando pelo setor de Óleo e Gás, o grande potencial da aplicação neste segmento está na organização do grande volume de informação desestruturada que é trocada e gerada durante a gestão contratual. Esta organização traz benefícios em termos de redução de custos e redução de riscos contratuais, principalmente quando a parametrização tem uma equipe de advogados para auxiliar na melhor maneira de se organizar e estruturar os documentos, dados e troca de informações. No setor de infraestrutura, em geral, o conceito de Colaboração também se iniciou com a gestão de documentos de projeto, mas, neste caso, o foco foi muito mais o controle da comunicação, pois os processos já estavam formalizados. Nestes casos, os objetivos são: redução de custo, ganho de agilidade e maior qualidade na prestação do serviço prestado. Outra aplicação forte da tecnologia está na gestão das inspeções e vistorias, pois tudo acontece online, com recursos para garantir mais transparência e garantias, reduzindo os riscos. No cenário atual, em que faltam engenheiros no mercado, há muitos problemas contratuais e as previsões são extrapoladas, com riscos amplificados, não seria o momento de se pensar nesta ferramenta? A Colaboração facilita os processos e a comunicação nos projetos de infraestrutura, trazendo mais produtividade, transparência e resultados assertivos.

Marcus Granadeiro é presidente da Construtivo.com, empresa de fornecimento de solução para gestão e processos de ponta a ponta para o mercado de engenharia, com oferta 100% em nuvem e na modalidade de serviço (SaaS).

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suplemento especial

Geração de eletricidade pelas ondas do mar

Novos investimentos e esforços têm sido direcionados na busca de fontes alternativas de energia como objetivo de atender à crescente demanda de energia elétrica e diminuir a emissão de gases de efeito estufa, causados, entre outros motivos, pelo uso de combustíveis fósseis nos meios de produção tradicionais. Neste enfoque, a energia das ondas do mar apresenta-se como uma solução de fonte renovável de energia para ilhas ou países com grandes faixas costeiras.

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Segen F. Estefen (foto), Paula B. Garcia-Rosa, Eliab Ricarte, Paulo R. da Costa, Marcelo M. Pinheiro e Marcelo I. Lourenço fazem parte do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ. Os autores agradecem à empresa Tractebel Energia, que no âmbito do Programa de P&D da Aneel financiou a implantação do protótipo brasileiro de energia das ondas. O apoio do Governo do Ceará, que disponibilizou a área de instalação no quebra-mar do Porto de Pecém, decisivo para a viabilização do projeto, assim como a participação da Universidade Federal do Ceará, que contribuiu em diversas fases da implantação do protótipo.

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esde a crise do petróleo de 1973, diferentes tecnologias de conversão de energia das ondas em energia elétrica foram propostas e testadas em modelos de escala reduzida ou escala real, em laboratórios de pesquisas e em condições de mar real, principalmente nos países da Europa. Hoje, a tecnologia encontra-se em estágio pré-comercial, com alguns protótipos em teste em desenvolvimento no mundo. Em Falcão (2010) os principais avanços desta tecnologia e a variedade de sistemas propostos são revisados. As tecnologias disponíveis até o momento são baseadas, em sua grande maioria, nos seguintes princípios de conversão de energia (Falcão, 2010): 1) Coluna de Água Oscilante, quando o movimento das ondas pressuriza ar no interior de uma estrutura, forçando a passagem do mesmo através de uma turbina de Wells acoplada a um gerador elétrico; 2) Corpos Oscilantes, quando o movimento de um flutuador, sob a ação das ondas, pode ser convertido diretamente em energia elétrica por um gerador linear, ou indiretamente através de um circuito hidráulico intermediário, onde ocorre pressurização de água (ou óleo), que acionará turbinas ou motores acoplados a geradores. Como exemplos destas tecnologias destacam-se alguns protótipos que tiveram suas operações testadas: as centrais da Ilha de Pico (Portugal) e Limpet (Reino Unido), e os sistemas Wave Star Energy (Dinamarca) e Pelamis (Reino Unido). Outros países que têm realizado pesquisas nessa área são Estados Unidos, Austrália, Noruega, Suécia e China, entre outros. O projeto de um sistema de conversão de energia das ondas é uma tarefa multidisciplinar, com atividades relacionadas a diferentes áreas de pesquisa, como por exemplo, análise de potencial energético disponível, desenvolvimento e projeto estrutural de máquinas, uso eficiente de materiais, estudo da interação entre o dispositivo e as ondas e dos parâmetros que garantem a geração de energia elétrica. Neste trabalho, apresenta-se uma visão geral do desenvolvimento do conversor hiperbárico de energia das ondas da Coppe/UFRJ, des-


Câmara hiperbárica Acumulador hidropneumático Braço articulado

Turbina Gerador Pelton elétrico

Conduto forçado

Plataforma de sustentação

Energia elétrica Unidade de geração elétrica

Energia das ondas Ondas do mar

Flutuador

Bomba hidráulica

Unidade de bombeamento

Figura 1 – Conversor hiperbárico. Esquema de conversão de energia.

45 40

Frequência (%)

de os primeiros testes com modelos em escala reduzida até a instalação do protótipo em escala real no Porto do Pecém no estado do Ceará. A análise do clima de ondas do local de instalação do protótipo, a análise estrutural mecânica e os estudos relacionados à otimização da conversão de energia e ao fornecimento de eletricidade para locais remotos serão brevemente discutidos e revisados.

35 30 25 20 15 10 5 0

Conversor hiperbárico

Modelos em escala reduzida Nos períodos entre 2001 e 2007, o conceito de conversão de energia do conversor hiperbárico foi

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Altura (Hs) 30

Frequência (%)

O conversor hiperbárico de energia das ondas foi desenvolvido pela Coppe/UFRJ, com tecnologia totalmente nacional. O princípio de funcionamento do sistema consiste na movimentação de flutuadores, pela ação das ondas do mar, que através de braços de alavancas acionam bombas hidráulicas. As bombas aspiram e comprimem água, tratada e armazenada em um reservatório na própria instalação, e através de uma tubulação alimentam um acumulador hidropneumático interligado a uma câmara hiperbárica. Então, a água do acumulador é liberada sob alta pressão através de uma agulha móvel, para acionar o conjunto composto por uma turbina Pelton e um gerador elétrico. A Figura 1 ilustra um esquema de funcionamento do sistema. A utilização da câmara hiperbárica atua como um pulmão de gás de alta pressão e possibilita a simulação de elevadas quedas d’água. Assim, este subsistema funciona como um estabilizador de pressão para a água que é bombeada de forma intermitente pelo movimento dos flutuadores.

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Período (T)

Figura 2 – Ocorrência de altura de onda (Hs) e período (T) no porto do Pecém.

demonstrado através de testes experimentais com modelos em escala reduzida. Modelos em escala 1:6.5 e 1:10 foram testados no laboratório LabOceano, da Coppe/UFRJ, sob a ação de ondas incidentes regulares, com alturas e períodos que representam a costa do nordeste e do sul do Brasil. Particularmente com relação à costa do Nordeste, os parâmetros consideram as características do mar local do Pecém, localizado a 60 km de Fortaleza. Em (Ricarte et al., 2007), uma análise de dados de ondas do local foi realizada a partir de dados obtidos em um programa de monitoramento conduzido pelo INPH durante cinco anos (INPH, 19972003). Os dados foram registrados por um ondógra TN Petróleo 87

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suplemento especial

Tabela 1 – Potências máximas obtidas por flutuador (modelo em escala 1: 6.5). Pressão (pc)

Potência máxima Potência máxima obtida (escala real)

550 psi

33 W

23.5 kW

800 psi

17.4 W

12.2 kW

fo Waverider Directional fundiado cerca de 3 km da costa em uma profundidade média de 17 m. Análises iniciais do mar local do Pecém mostram a predominância de ondas pequenas entre 1 m e 2 m de altura significativa (Hs), embora ondas maiores até 2,5 m também sejam observadas, conforme ilustra a Figura 2a. No entanto, uma distribuição homogênea é observada, apresentando uma regularidade na altura de onda significativa com uma média anual de 1,4 m. Os períodos de onda são relativamente curtos, entre 5s e 9s (Figura 2b), porém se observa a ocorrência de períodos longos (12s-20s), que coincidem com as estações de inverno no Atlântico Norte e às tempestades associadas nesse local. Essas características do mar local do Pecém foram úteis para a elaboração do projeto inicial de máquinas do conversor hiperbárico e dos testes do modelo em escala reduzida. A partir dos testes em escala reduzida 1:6.5, a potência hidráulica do conversor (potência proporcional à vazão de saída do acumulador vezes a pressão do sistema) foi obtida considerando diferentes valores de pressão, conforme apresentado na Tabela 1 (Estefen et al., 2007). Os resultados obtidos indicam que para cada condição de onda, existe um valor ótimo de pressão do sistema que resultará em maior absorção de energia. Em Garcia-Rosa et al. (2009) são discutidas as condições para máxima absorção de energia do conversor hiperbárico. Para condições de ondas regulares e período natural do flutuador TN igual ao período da onda incidente T, verifica-se que o valor ótimo de pressão é determinado de acordo com a seguinte expressão: pc =0.25 Fp /Ap, onde Fp é a força exercida pelo pistão no flutuador e Ap é área da bomba.

Protótipo em escala real Um protótipo do conversor hiperbárico em escala real com dois módulos de bombeamento está instalado no porto do Pecém. A Figura 3 ilustra uma foto do local com a planta piloto. Um componente estrutural, denominado skid, é utilizado para 86

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Figura 3 – Conversor hiperbárico. Protótipo em escala real no Porto do Pecém.

fixar os componentes principais da usina ao plano da base e ao quebra-mar no local. O braço mecânico é articulado no skid por um eixo e um sistema de rolamento. Os ensaios realizados em laboratório demonstraram a capacidade do conversor em gerar eletricidade. No entanto, para o modelo em escala real, a estrutura dos módulos de bombeamento, isto é, flutuadores, braços, eixos, bombas e skids, é sujeita a condições severas de carga causadas pelo peso dos componentes, alta pressão e cargas ambientais devido às ondas e ao vento local. Assim, uma análise estrutural desses componentes foi realizada em (Estefen et al., 2010) com objetivo de projetar a estrutura e definir o material utilizado na fabricação dos componentes, de acordo com as condições locais de ambiente, condições de operação esperadas e fatores recomendados de segurança. Modelos de elementos finitos, considerando não linearidades geométricas, foram desenvolvidos utilizando programação numérica para a análise dos componentes. Dois tipos de materiais foram selecionados e os componentes fabricados em ferro fundido e aço. As seguintes propriedades do material foram consideradas nas análises numéricas: densidade de 7.860 kg/m³ para os dois materiais, módulo de elasticidade de 210 GPa para o aço e 172 GPa para o ferro fundido, com respectivos coeficientes de Poisson de 0.3 e 0.27, e limite de elasticidade de 350 MPa para o aço e 345 MPa para o ferro fundido. O braço tem 22 m de comprimento e foi concebido como uma viga-caixão composta de painéis reforçados conectado com um flange robusto. A viga foi projetada para suportar a flexão horizontal causada pela resistência à onda transversal, enquanto que o flange proporciona resistência à flexão vertical devido à carga de bombeamento. O projeto do flutuador


baseou-se em placas curvas de baixa espessura com reforços radiais internos, que permitem o balanceamento da condição de lastro necessário. O flutuador tem um diâmetro externo de 10 m e dimensão vertical (pontal) de 2 m. Como a conexão do braço mecânico deve ser tão baixa quanto possível para aumentar a estabilidade, foi projetada uma seção cônica central combinada com uma rampa. A bomba, instalada na região interna do skid, é basicamente dividida em três componentes: a base, o pistão guia e acessórios de montagem, com comprimento total de 1.630 mm. O peso aproximado de todo o segmento é de 1,9 tonelada com um diâmetro interno de 750 mm. Utiliza-se ferro fundido na base da bomba e as outras partes são fabricadas em aço. Mais detalhes sobre a análise estrutural podem ser encontrados em Estefen el at. (2010). A unidade de geração elétrica do protótipo está instalada em uma construção abrigada próxima ao acumulador e a câmara, como ilustrado na Figura 3. Esta unidade é composta por uma turbina Pelton, um disco de inércia e um gerador síncrono de 125 kVA (Figura 4). A escolha da potência do gerador está diretamente relacionada ao clima de ondas local e a potência máxima estimada para dois módulos de bombeamento. Na primeira etapa de operação do conversor hiperbárico, considera-se o fornecimento de eletricidade local, onde o sistema deverá atuar como um sistema isolado. Neste contexto, o sistema de energia elétrica deve ser mantido no estado normal de operação, mesmo diante de variações na demanda da carga, e às variações nas ondas incidentes, onde a qualidade no suprimento de energia elétrica deve atender requisitos com relação a limites de variações de frequência e de tensão e ao nível de confiabilidade (Kundur, 1994). Para isso, são utilizados controladores de tensão e frequência

Referências

Figura 4 – Unidade de geração elétrica do protótipo.

no gerador síncrono. Essas estratégias de controle estão relacionadas à qualidade de energia suprida pelo conversor. Por outro lado, podem ser implementadas estratégias de intertravamento relativas à segurança de todo o sistema, e podem ser consideradas outras técnicas de controle para otimizar a absorção de energia. Foi apresentada aqui uma visão geral do desenvolvimento do conversor hiperbárico de energia das ondas. A caracterização do clima de ondas do local, onde o protótipo em escala real está instalado, foi utilizada para verificar o conceito e a capacidade de geração de eletricidade do conversor, através de testes com modelos em escala reduzida, e para realização de uma análise estrutural, com objetivo de projetar a estrutura para suportar as cargas de bombeamento e as cargas ambientais locais. Além disso, para melhorar o desempenho e confiabilidade do sistema, podem ser consideradas estratégias de controle em cada uma das etapas de conversão de energia. of the 26th Int. Conf. on Offshore Mechanics and Arctic Enginee-

Falcão, A. F. O. 2010. Wave energy utilization: A review of

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2007. Wave energy hyperbaric device for electricity production, Proc.

System Engineering Series McGraw-Hill Inc., USA.

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suplemento especial

Um feliz encontro e as

contradições do Brasil Neste momento em que a acentuada perda de competitividade ameaça a viabilidade econômica da indústria brasileira, colocando em risco também as suas vertentes social e ambiental, é interessante conhecer melhor a visão sobre sustentabilidade do canadense Maurice Strong, uma das maiores autoridades mundiais no assunto.

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João Guilherme Sabino Ometto é engenheiro (EESC/USP), presidente do Conselho de Administração do Grupo São Martinho, vice-presidente da Federação das Indústrias no Estado de São Paulo (Fiesp) e coordenador do Comitê de Mudanças Climáticas da entidade.

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aí o significado dos entendimentos mantidos pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por meio de seu Departamento do Meio Ambiente e de seu Conselho Superior do Meio Ambiente, que congrega numerosos especialistas em ecologia, para a troca de informações e experiências, incluindo uma palestra dele realizada na sede da entidade em São Paulo. Maurice Strong, inicialmente empresário do setor petrolífero, foi idealizador da primeira Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, na Suécia, em 1972. Depois, desempenhou a função de secretário-geral dos dois grandes eventos correlatos que se seguiram: a Eco-92, no Rio de Janeiro, em 1992, e o encontro da ONU em Joannesburgo, na África do Sul, em 2002. Atualmente, ele é consultor do governo chinês na área de desenvolvimento sustentável. Professor honorário da Universidade de Pequim, seu histórico inclui passagens na liderança de instituições como o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e serviços para a Diretoria do Banco Mundial e o World Business Council for Sustainable Development. Atuou, ainda, em renomadas universidades, como no Center for International Development of Harvard (EUA), e em vários institutos de pesquisa. A interação de Strong com a Fiesp é um feliz e oportuno encontro, somando a experiência de um dos grandes especialistas mundiais no tema com lideranças e empresários industriais do país que tem as mais concretas soluções potenciais ante os desafios da sustentabilidade. O Brasil, a despeito da conjuntura mercadológica desfavorável que afeta hoje sua manufatura, premida pelos conhecidos ônus dos impostos, encargos trabalhistas, juros, burocracia e infraestrutura precária, aos quais se somam o problema do câmbio e o crescente assédio de exportadores, tem a maior área agricultável disponível do planeta, condições inigualáveis de produzir biocombustíveis, tecnologia ímpar para sua utilização em larga


escala, clima e solo favoráveis ao cultivo em todo o ano, indústria avançada e quase 200 milhões de consumidores. Como nenhuma outra nação, portanto, temos capacidade de fornecer energia limpa e renovável e alimentos, harmonizando tudo com a preservação ambiental. É a resposta que o mundo precisa! Nesse contexto, é enriquecedor o olhar do especialista canadense sobre as práticas que vêm sendo desenvolvidas e aplicadas em países com liderança industrial no mercado internacional. É particularmente importante compartilhar a experiência da China, onde, desde a década de 1980, ele tem atuado em auxílio aos atores públicos e privados na construção dos parâmetros de sustentabilidade econômica e socioambiental. Note-se que a nação asiática, a despeito dos grandes problemas ecológicos que ainda permeiam sua produção, apresenta os maiores avanços em tecnologias sustentáveis. Dr. Strong tem participação direta nesse processo de mudanças, inimaginável há alguns anos. Assim, a sua abordagem sobre um dos mais

Consultor e professor Maurice Strong relevantes temas da atualidade permitirá uma reflexão sobre as boas oportunidades do Brasil. Para aproveitá-las, porém, seria pertinente que as autoridades ficassem atentas a algumas lições de outros países, que nos ajudariam a vencer as contradições que continuam mitigando nosso imenso potencial de conquistar o desenvolvimento sustentável.

INFORMAÇÃO DE QUALIDADE. A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo acelerado. Não basta ser rápido na transmissão dos fatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e ser ágil ao transformá-la em notícia.

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IBP conta com novo secretário executivo Após 19 anos à frente da Secretaria Executiva do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Álvaro Teixeira passa o cargo para Milton Costa Filho.

Fotos: Divulgação IBP

Ao lado, Wafik Beydoun, da Total; Vania Teixeira, esposa de Álvaro, Milton Costa Filho e Álvaro. Abaixo, com Benício Biz.

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ilton ocupa atualmente o cargo de Consultor na Gerência Executiva que é responsável pelos negócios internacionais da Petrobras na América Latina. De julho de 2005 até janeiro de 2012, ocupou o cargo de diretor presidente da Petrobras México. Milton ingressou na Petrobras em 1977 e ocupou diversos cargos nas áreas de negócios internacionais, engenharia, comunicação e marketing, bem como nas subsidiárias de Petrobras BR (Petrobras Distribuidora), Interbrás (trading) e Braspetro (E&P). Graduado em Engenharia Química pela Universidade Federal de Rio de Janeiro em 1977, ele se especializou em Engenharia de Processamento de Petróleo (UFRJ – 77) e em Engenharia Econômica 90

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e Administração Industrial (UFRJ – 78). Em 1986, obteve seu título de Master em Engenharia de Produção (PUC-Rio) e em 1995, o MBA em Marketing (Coppead-UFRJ). Desde 2008 Milton representa a Petrobras na Arpel (Associação de Empresas de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da América Latina e Caribe) como diretor, após ter ocupado a presidência do Conselho de Diretores, em dois períodos de 1998 a 2002 e de 2008 a 2012. Despedida à altura – No dia 13 de dezembro do ano passado, na Sociedade Hípica Brasileira, no Rio de Janeiro, aconteceu a despedida de Álvaro Teixeira. Compareceram ao evento cerca de 150 pessoas entre funcionários, amigos, e

inúmeras personalidades do setor de petróleo. Álvaro Teixeira tem uma trajetória profissional que praticamente se confunde com a evolução da indústria do petróleo no Brasil. Graduado em Engenharia Civil em 1957, pela antiga Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, recebeu em 1959 o grau de Geólogo de Petróleo, da Universidade da Bahia, em curso de pós-graduação conveniado com a Petrobras e a Universidade de Stanford, dos EUA. Em 1960 iniciou atividades na Petrobras em ‘geologia de poço’ na Bacia de Sergipe-Alagoas, passando, em 1965, a chefiar a “geologia de subsuperfície” da antiga RPNE (Região de Produção do Nordeste). Em 1967 foi transferido para a Divisão Central de Exploração,


A palavra dos amigos “Álvaro foi um dos gurus na minha carreira profissional quando pude contar com alguns anos a mais de sua experiência, além do companheirismo e lealdade, não existindo um só momento em que eu houvesse me decepcionado. No lado humano, cito a ocasião em que precisei de muitos doadores de sangue para minha esposa e ele, apesar de nunca ter sido doador, o Álvaro prontamente se ofereceu. Estava muito próximo da idade limite, mas foi assim mesmo e agora, além de amigo e guru, de certa forma faz parte também da história de minha família. A boa notícia é que ele vai continuar ativo e vamos poder continuar contando com sua valiosa experiência e agradável companhia.” (Alberto Machado, diretor executivo da Abimaq / Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos)

no Rio de Janeiro, onde chefiou as equipes de interpretações das bacias brasileiras. Em 1972 passou para o quadro da recém-criada subsidiária internacional Braspetro, sendo designado para a função de gerente residente em Madagascar, em projeto de joint venture com a Chevron. De retorno ao Rio em 1975, assumiu a gerência de Geologia e, de 1983 a 1987, a diretoria de Exploração e Produção da empresa. Retornou à holding em 1987 para, como superintendente adjunto, gerenciar os programas de treinamento de nível superior da Petrobras. De 1989 a 1993, foi secretário-geral da Arpel (Assistência Recíproca Petroleira Estatal Latino-americana), organização internacional com sede em Montevidéu, Uruguai, que congregava as empresas petroleiras estatais da América Latina e Caribe. Sua trajetória no IBP, onde entrou como secretário executivo em 1994, foi marcada pela criação do mais importante fórum de E&P no Brasil, a Comissão de Regulamentação de E&P de Petróleo, reunindo praticamente todas as empresas operadoras atuantes no país, discutindo temas de extrema relevância como a regulação do setor, as melhores práticas, relacionamentos éticos e responsáveis, atuação consciente junto ao meio ambiente etc., apoiando-se em uma forte base técnica para suporte de suas ideias.

“Além de um grande companheiro, Álvaro fez um excelente trabalho ao longo da sua brilhante trajetória profissional e prestou um inestimável serviço à indústria de petróleo e gás, no particular e ao Brasil também. Nós da Abpip sempre que precisamos da sua experiência e ajuda, fomos atendidos prontamente, o que permitiu realizarmos várias ações conjuntas com o IBP, contando sempre com seu empenho”. (Anabal Santos Jr, secretário executivo da Abpip / Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás) “Importante dizer que sempre fomos recebidos e acolhidos não apenas na instituição que dirigiu por tantos anos, mas pela pessoa que sempre teve uma palavra de apoio e um abraço afetuoso. Obrigada, Álvaro, pelas oportunidades, confiança, respeito e apoio de sempre em nosso trabalho.” (Lia Medeiros, diretora de Novos Negócios da TN Petróleo) “Álvaro é um ícone do IBP e do setor de petroléo e gás no Brasil. Um incansável defensor do desenvolvimento da indústria e das questães a ela inerentes. Em especial, gostaria de agradecer pelos anos de parceria e super apoio ao Consulado Geral do Canadá em tantas feiras, eventos e iniciativas. Foi uma honra para o Canadá poder contar com o IBP nestes anos todos de gestão do Álvaro.” (Nadine Lopes, gerente de negócios da área de óleo e gás do Consulado do Canadá) “Com mais de 50 anos de atividade na indústria de petróleo – com ênfase e embasamento na mais atrativa e desafiante atividade: exploração e produção – os resultados acumulados pelo Álvaro são para deixar qualquer um muito orgulhoso. Seu continuado aperfeiçoamento nas atividades que exerceu e sua participação e envolvimento na área competitiva internacional muito contribuíram para seu desempenho na Petrobras e no IBP. E seu papel, quando da abertura do mercado de E&P no Brasil, fundamental para a mobilização e a condução do IBP, tradicionalmente voltado para o downstream da indústria, para a atuação no desenvolvimento e apoio nas novas atividades ao seu encargo. Estou certo que continuará contribuindo, de algum modo, para o desenvolvimento da indústria de petróleo no Brasil.” (Wagner Freire, consultor e ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras) “Álvaro é um dos grandes batalhadores da indústria do petróleo no Brasil. Ele conhece como poucos este setor. Espero que continue contribuindo e participando dos assuntos ligados à indústria mesmo afastado do dia a dia do IBP.” (Renato Cordeiro, gerente do setor de óleo e gás para o UK Trade & Investment / UKTI no Brasil, baseado no Consulado Britânico do Rio de Janeiro) “Seja pela sua atuação no IBP, pelo seu companheirismo e relevância na parceria com a Onip, pela sua solidez profissional e de caráter, Álvaro merece todas as homenagens. Nossa sorte é que sabemos que ele estará por perto e atuante, continuando a contribuir para o setor com sua incomparável experiência.” (Eloi Fernández y Fernández, diretor geral da Onip) “Conhecimento, gentileza e cordialidade são marcas que todos admiram e que estão presentes na personalidade do Álvaro Teixeira, que tanto agregou valor ao IBP.” (Julio Bueno, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro)

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Renata Baruzzi Lopes foi eleita presidente do Centro de Excelência em EPC (CE-EPC) durante Assembleia Geral realizada em dezembro e 2012, no Rio de Janeiro. Na ocasião, os associados escolheram os novos diretores da organização para o exercício de 2013 e 2014. A nova presidente ocupa o cargo de gerente executiva da área Corporativa da Diretoria de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras. Renata tem entre seus principais desafios auxiliar as empresas que contratam e fornecem bens e serviços para a cadeia EPC (Engineering, Procurement and Construction) na busca contínua da excelência e da produtividade para atuar nos mercados nacional e internacional. O atual presidente, Antonio Muller, da Tridimensional Engenharia, foi escolhido vice-presidente. “Estamos muito satisfeitos com a decisão dos associados. Tenho certeza de que Renata Baruzzi vai usar todo o seu conhecimento para fomentar o desenvolvimento, de forma sustentada, do setor epecista no país”, disse Muller. Em 2012, o CE-EPC desenvolveu uma diversificada carteira de projetos para reforçar a integração da engenharia nos empreendimentos de EPC e consolidar um modelo de contrato de referência para empresas

Foto: Divulgação

Gerente executiva da Petrobras assumirá presidência do CE-EPC

Composição da nova diretoria José A. de Figueiredo, Petrobras; Guilherme Kuhner, Statoil do Brasil; Antonio Guimarães, Shell do Brasil; Carlos A. Aguiar Teixeira, IBP; José Rodrigues de Farias Filho, UFF; Alfredo Laufer, UFRJ; José Octavio de Alvarenga, Promon; Saulo V. Rocha Silveira, Odebrecht; Mauricio Mendonça Godoy, Toyo-Setal; Marcelo Bonilha, Ebse; Luís Mendonça, Onip. Danilo Gonçalves, diretor executivo do setor. Promoveu ainda cursos de capacitações e workshops nas áreas de comissionamento e produtividade, com organizações consideradas benchmark em suas áreas de atuação.

“Em 2013, consolidaremos nossa parceria com o Construction Industry Institute (CII), reforçando assim a linha que mantivemos durante este ano de promoção das melhores práticas da indústria de engenharia, suprimentos e construção”, destacou o engenheiro Danilo Gonçalves, diretor executivo do Centro. “Nesse sentido, manteremos a linha sinalizada em nosso evento sobre produtividade em ação, no qual apostamos na sinergia entre as melhores práticas locais e internacionais.” Além do CII, o Centro de Excelência em EPC, vai ampliar as parcerias com organizações internacionais como Fiatech, do Texas (EUA) e a COAA (Construction Owners of Association of Alberta), do Canadá. De acordo com Gonçalves, o CE-EPC vai estreitar o relacionamento com entidades de ensino no mercado local. “Com isso, vamos gerar projetos específicos e manter a tarefa de divulgar e disseminar práticas de valor para nossa comunidade tanto da cadeia epecista como entre as operadoras de petróleo e gás.” O executivo destacou que em 2013, o CE-EPC se empenhará para ampliar a participação das empresas associadas nas atividades do centro, pois elas são as nossas maiores beneficiárias.

OSX tem novo diretor de engenharia, fretamento e desenvolvimento A OSX, empresa do Grupo EBX provedora de soluções integradas para a indústria naval e offshore, anunciou que Ricardo Abi Ramia assume o cargo de diretor de Engenharia, Fretamento, Desenvolvimento e Operações da companhia, função que vinha sendo acumulada por Carlos Eduardo Sardenberg Bellot, que permanece como diretor-presidente da OSX. Com mais de 25 anos de experiência no setor, Ricardo Abi Ramia ocupava o cargo de gerente executivo de 92

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Produção da OGX desde 2009. O executivo participou de diversas conquistas da OGX, como o início da produção de petróleo da companhia na Bacia de Campos e o projeto de produção de gás na Bacia do Parnaíba. O novo diretor da OSX ingressou na Petrobras em 1987, onde atuou como coordenador e gerente na Bacia de Campos até 1999, quando foi transferido para a Houston, Texas, como gerente de operações. Ao longo de sua carreira

na multinacional brasileira, ocupou também os cargos de gerente de Ativo de Produção, gerente geral da Unidade de Negócio de Exploração e Produção do Rio de Janeiro e gerente executivo de Desenvolvimento de Negócios da Área Internacional da Petrobras. Abi Ramia é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-graduado em Engenharia de Petróleo pela Universidade da Petrobras.


O engenheiro José Luiz Marcusso tomou posse em janeiro como gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo, em substituição ao geólogo Luiz Robério Silva Ramos, que estava à frente da Unidade desde junho de 2009. “Estou chegando para integrar essa equipe e prosseguir com a história de sucesso da UO-ES. Alta eficiência é a nossa obrigação e vamos continuar mostrando aos parceiros que trabalhamos com competência. Contem comigo para contribuir com esse time vencedor ”, discursou Marcusso, que nos últimos seis anos estruturou e comandou a UO-Bacia de Santos. O diretor de Exploração e Produção, José Formigli, destacou a importância da unidade capixaba para a companhia. “A Unidade

Foto: Divulgação

Marcusso deixa UO-BS e assume UO-ES

do Espírito Santo tem curvas de produção ascendentes, com muitas oportunidades. As atividades de terra estão com resultados muito bons e tenho certeza de que o belo trabalho do Robério terá continuidade com Marcusso.” Em seu discurso de despedida, Luiz Robério agradeceu à equipe. “Tive oportunidade de conviver e fazer parte de momentos importantes na história da Unidade e o

meu sentimento é de alegria por isso. A UO-ES tem papel cada vez mais significativo na Petrobras”, afirmou o geólogo, que assume agora a gerência geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção de Sergipe e Alagoas (UO-Seal). O gerente-executivo do E&P Sul-Sudeste, Erardo Gomes Barbosa Filho, também esteve em Vitória prestigiando a cerimônia.

A Agilent Technologies informou que seu Conselho Diretivo indicou o executivo Ron Nersesian como presidente mundial da Agilent e seu principal executivo operacional. O novo presidente, que tomou posse imediatamente após a indicação, ocupava antes a vice-presidência executiva da empresa desde novembro de 2011. Nersesian, 53 anos, será responsável pelas divisões de Análises Químicas, Biociências, Medição Eletrônica da Agilent, sendo que os presidentes dessas áreas passam a se reportar a ele. Nersesian continuará a reportar para William Sullivan, CEO da Agilent Technologies. Em 1984, Nersesian ingressou na Hewlett-Packard Co, a empresa predecessora da Agilent. Desde então, ocupou várias posições

Foto: Divulgação

Ron Nersesian é o novo presidente global da Agilent Technologies

de gerenciamento, incluindo a presidência da divisão de medição eletrônica, de 2009 a 2011. Nersesian é bacharel em engenharia elétrica pela Universidade de Lehigh, com MBA pela Escola

Stern de Negócios, da Universidade de New York. “Ron é um líder global empresarial fora do comum”, afirmou Sullivan. “Ele transformou a divisão de medição eletrônica quando esteve à sua frente, apresentando resultados recordes tanto em mercados atuais quanto emergentes. No último ano, Ron apresentou importantes resultados para o aumento de lucratividade da divisão de biociências e análises químicas, mesmo enfrentando um cenário econômico adverso”, acrescentou Sullivan. “A indicação de Ron como presidente é uma oportunidade para Agilent aproveitar a capacidade de um executivo com um histórico excepcional de crescimento, melhoria dos custos e retorno do capital investido”, completou. TN Petróleo 87

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Tauil & Chequer Advogados tem cinco novos sócios O escritório Tauil & Chequer Advogados associado a Mayer Brown LLP anunciou a promoção de três de seus advogados ao quadro de sócios. Os profissionais são Caio Cossermelli, da área de Mercado de Capitais, Luiz Gustavo Bezerra, responsável pela área Ambiental e Paula Magalhães, também da prática de Mercado de Capitais e de Fusões & Aquisições. “Além das habilidades jurídicas de alto nível e da inquestionável experiência em seus segmentos de atuação, cada um demonstrou liderança, tino comercial, excelência na prestação de serviços e compromisso com o trabalho em equipe e com os diferenciais do escritório. Eles já deram contribuições significativas e, agora como sócios, desempenharão um papel importante no contínuo desenvolvimento de nossa capacidade de oferecer soluções globais para as necessidades jurídicas e comerciais de nossos clientes”, completou Chequer. Ainda durante o ano de 2012, o escritório contratou dois novos sócios. Victor Galante, ex-associado, retornou ao time de Societário e Fusões & Aquisições após um ano trabalhando na Vale S/A como advogado para projetos internacionais. Maurício Tanabe, ex-sócio do Tozzini Freire Teixeira e Silva Advogados, passa a liderar a prática Trabalhista e Previdenciária do Tauil & Chequer Advogados. Com a iniciativa, desde o dia 1º de janeiro de 2013, o escritó-

rio passou a ter 19 sócios. Caio Cossermelli possui experiência na assessoria a instituições intermediárias e emissores em inúmeros IPOs no Brasil, colocações privadas e follow-ons, ofertas de dívida e operações de M&A. Além disso, Caio representa instituições financeiras e clientes corporativos em operações de financiamento e assuntos correlatos, incluindo projetos de infraestrutura. Ele é experiente em operações internacionais, como empréstimos e emissões de títulos e valores mobiliários envolvendo múltiplas jurisdições. Caio foi associado do Cleary Gottlieb Steen & Hamilton em Nova York e do Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados.

Luiz Gustavo Bezerra, líder da prática ambiental, concentra sua atuação na assessoria jurídico-ambiental de grandes corporações nacionais e internacionais de diferentes setores, incluindo, energia, indústria química, exploração florestal, agribusiness, infraestrutura, mineração, imobiliário e construção nas mais diversas regiões do Brasil. Ele tem ampla experiência em negociações com órgãos governamentais brasileiros, incluindo órgãos ambientais e Ministério Público Federal e Estadual. Luiz Gustavo atua na consultoria preventiva e avaliação de riscos jurídico-ambientais, solução de conflitos, além de participar de operações financeiras e de fusões e aquisições. Ele é professor de Direito Ambiental e Direito Ambiental Internacional na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) desde 2008 e tem vários artigos publicados no Brasil e no exterior. Luiz Gustavo também presta consultoria a clientes em assuntos de infraestrutura, energia, direito ambiental internacional e europeu, mudanças climáticas e sustentabilidade. Paula Magalhães assessora compradores, vendedores, assessores financeiros e companhias alvo no processo de fusões e aquisições, tendo também assessorado companhias, acionistas vendedores e assessores financeiros no processo de abertura e fechamento de capital e em ofertas públicas de aquisição em geral.

Newsletter TN Petróleo

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Diariamente, na tela do seu computador, as informações do setor TN Petróleo 87 naval e offshore. Assine em www.tnpetroleo.com.br


Nova diretoria da SBG toma posse No dia 7 de janeiro de 2013, tomou posse a nova diretoria da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), da Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, para o período 2013-2015. A SBG-RJ passou a ser presidida pelo geólogo Marco Latgé, da Petrobras, e terá na composição da diretoria e do Comitê Auditor representantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); da Universidade Federal Fluminense (UFF); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); do Departamento de Recursos Minerais e da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Entre os objetivos da nova gestão estão: dar continuidade ao

Diretoria

fortalecimento da geologia nos estados, buscando sua inserção definitiva na sociedade brasileira, além de fortalecer a participação da SBG-RJ nos fóruns de decisão, junto às entidades governamentais e não governamentais, com foco no papel da geologia e do geólogo

Diretor-presidente: Marco Latgé (Petrobras) Diretor Vice-presidente: Hernani Chaves (UERJ) Diretor secretário: Flavio Erthal (DRM-RJ) Diretor financeiro: Nely Palermo (Uerj) Diretor de Programação Técnico-Científica: João Larizzatti (CPRM) Diretor adjunto Estado do Espírito Santo: Paulo de Tarso Fortes Comitê auditor: Eliane da Costa Alves (UFF) Kátia Leite Mansur (UFRJ) Rene Rodrigues (Uerj) junto à sociedade, em especial na questão dos desastres naturais.

Indústria naval brasileira. Um setor em expansão.

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Com um mar de oportunidades em sua proa e após anos de estagnação, o mercado naval brasileiro volta a ser uma realidade. De 2000 para cá, com os programas de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam) e o de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, a indústria da construção naval brasileira saltou de dois mil para 80 mil empregos diretos e indiretos, serão 146 embarcações de apoio marítimo e 49 navios, com um índice de 65% de conteúdo nacional no setor de navipeças. Participe! Copyright 2010, Benício Biz Editores Associados | 55 21 3221-7500 TN Petróleo 87

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perfil empresa – Victoria Qualidade

Sempre À frente Técnicas apuradas e constantes investimentos dão à Victoria Qualidade destaque na prestação de serviços de alpinismo industrial, identificação positiva de materiais e ensaios não destrutivos com o ultrassom Phased Array

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Rua Carlos Alberto Santos 227, Portão CEP 42700-000 Lauro de Freitas-BA +55 (71) 3287.0024

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om mais de 15 anos atendendo o setor industrial brasileiro, a Victoria Qualidade está longe de acomodar-se na busca por soluções inovadoras para seus clientes e não economiza em investimentos para isso. Dentre uma ampla cartela de serviços oferecidos pela empresa, ganham notoriedade o alpinismo industrial, a identificação positiva de materiais (PMI) e a inspeção industrial através do ultrassom Phased Array, alternativas cada vez mais utilizadas no mercado nacional por aliarem rapidez e economia aos trabalhos. Difundido em larga escala na Europa e Estados Unidos, o acesso por cordas a áreas de difícil alcance vem sendo descoberto também pelos setores industrial e predial brasileiros. Em lugar de andaimes ou outras estruturas grandes, pesadas e caras, a corda e equipamentos bem menores fazem escalar a agilidade de serviços como a pintura de um prédio ou a manutenção de um aparelho industrial, por exemplo. Troca-se a trabalhosa logística de equipamentos enormes e de alto custo pela simplicidade da escalada por cordas, que possibilita o acesso a praticamente todos os locais de difícil alcance. A prática do alpinismo industrial é regulamentada pelo Irata (Industrial Rope Access Trade Association), órgão de abrangência internacional que certifica profissionais e empresas para atuarem no setor. Em todo o mundo, pouco mais de 200 empresas conseguiram a certificação do Irata, e no Brasil uma das únicas empresas certificadas é a Victoria Qualidade. “A certificação veio como forma de reconhecimento de um trabalho que respeita todas as normas de segurança e que investe muito em material de ponta e treinamento humano”, afirma Leonardo Ribeiro Castro, Engenheiro de Operações da Victoria Qualidade. O pioneirismo e a eficiência da Victoria Qualidade na prestação deste serviço garantiram à empresa a participação ativa em grandes empreendimentos nacionais, como na Refinaria de Urucu, onde presta apoio a Petrobras com serviços de manutenção, resgate em espaço confinado e em altura, além de serviços de soldagem e caldeiraria. Também em contrato firmado com a Petrobras, a Victoria atua nas refinarias Refap e Recap, realizando serviços de medição de espessura de equipamentos e medição completa de torres por alpinismo.


Fotos: Divulgação

Para os serviços de identificação positiva de materiais – PMI – a Victoria dispõe de equipamentos da mais alta tecnologia. O serviço visa à confirmação do material utilizado em toda a cadeia produtiva do cliente, desde o recebimento e expedição de materiais, até a análise de material em equipamentos já construídos. Os equipamentos usados aliam portabilidade e precisão laboratorial, o que rende alta produtividade e resultados extremamente confiáveis Este tipo de ensaio não destrutivo minimiza riscos futuros e garante um rígido controle da qualidade dos materiais utilizados em todas as fases de obras e produção industrial. Outro serviço muito demandado pelos clientes da Victoria Qualidade é a inspeção através do equipamento de ultrasson Phased Array. A técnica é um tipo de ensaio não destrutivo que emprega os princípios físicos do ultrassom para inspecionar tubulações, soldas e equipamentos industriais. Segundo Alberto de Souza Castro, diretor executivo da Victoria Qualidade, o uso do ultrassom Phased Array permite o registro de toda a inspeção, possibilitando uma melhor rastreabilidade dos resultados. Além disso – observa Alberto – a técnica pode substituir grande parte das inspeções por radiografia, evitando interdições das áreas analisadas e a paralisação dos serviços. A Victoria Qualidade vem utilizando o Phased Array na inspeção de materiais como o aço carbono, o inox e a baixa liga, aplicando a técnica para inspecionar juntas soldadas de topo entre chapas e tubos, dutos, conexões, soldas estruturais, eixos e trilhos ferroviários e outras estruturas. “A praticidade do equipamento e a rapidez do serviço são vantagens que conquistam a preferência da maioria dos clientes pelo uso deste tipo de ultrassom”, afirma o diretor administrativo da Victoria, José Alves Ribeiro Neto. Aliando cuidado com a preparação de técnicos e aplicando recursos no que o mercado tem de mais inovador em equipamentos e materiais, a Victoria é hoje referência em serviços de alpinismo industrial, PMI e de inspeção por ultrasson Phased Array, técnicas relativamente novas em um mercado que muda constantemente por conta da rapidez com que as tecnologias se desenvolvem. A ousadia da empresa em tomar a frente na capacitação para a prestação de serviços como estes confirma a política da Victoria de acompanhar o crescimento do setor e o compromisso de sempre fazer o seu trabalho bem feito. TN Petróleo 87

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produtos e serviços

Bravante

A Bravante entregou no final de novembro do ano passado, no Rio de Janeiro, a segunda embarcação totalmente dedicada ao combate a derramamentos de óleo no mar produzida no Brasil. O projeto, que tem a parceria da Rolls-Royce, foi construída no Estaleiro São Miguel (RJ), e somou investimentos da ordem de R$ 71 milhões, com mais de 70% de conteúdo local. O Mar Limpo III faz parte da frota de navios que serão finalizados pela companhia até 2014 (Mar Limpo IV, V, VI e VII), o que dará qualidade, agilidade e segurança às operações de vazamentos, seja nas áreas do pós ou pré-sal. O navio será operado diretamente pela equipe da própria Bravante. O Mar Limpo III reúne o estado da arte em equipamentos para atuação em vazamentos no oceano, como radares capazes de detectar derramamentos de óleo em um raio de 2 km, mostrando inclusive a espessura da mancha, e um sistema de posicionamento dinâmico que dá inteligência às ações no mar. O navio foi o primeiro Oil Spill Recovery Vessels (OSRV) produzido no país, sendo o único projetado exclusivamente para esta função. A embarcação conta com um skimmer com capacidade de drenar 250 mil litros de resíduos por hora, além de tanques para o armazenamento de até 750 mil litros de material coletado – a embarcação drena o equivalente a 250 caixas d’água de 1.000 litros cada por hora. Outra ferramenta importante é o work98

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Foto: Divulgação

Bravante entrega o OSRV Mar Limpo III

Especificações técnicas PSV (Plataform Supply Vessel – Carrying of pipes and deck cargo, Liquid cargo Fuel Oil and Fresh Water); OSRV (Oil Spill Recovery Vessel – Flash point below 60 degr. C); Oil Spill Dispersing; External Fire Fighting IMO Class I; Dynamic positioning DP-1; Clean Class and Confort Design Comprimento total: 61,70 m; Boca: 14,0 m; Calado: 5,0 m. Notação de classe: Det Norske Veritas (DNV) +1A1, SF, E0, OILREC, Fi-Fi I, DYNPOS AUT (DP1), Clean Class. boat a bordo, que permite se aproximar da mancha de óleo e cercá-la com rapidez, impedindo que o derramamento se expanda – um investimento de cerca de R$ 2,4 milhões. Outra importante ferramenta são os firefights, com alcance para extinguir focos de incêndio em líquidos inflamáveis. A construção do navio levou 22 meses, e atende a todos os padrões internacionais de qualidade, economia, conforto e sustentabilidade – todos os resíduos produzidos durante a operação são tratados. Com uma tripu-

lação de 12 pessoas, o Mar Limpo III conta com becape dos principais equipamentos, o que garante ainda mais segurança às operações. Para Renato Nascimento, CEO da Bravante, o Mar Limpo III é um marco da capacidade da indústria naval do Brasil. Entregar um equipamento de acordo com todas as certificações internacionais e com o que há de mais atual em tecnologia, respeitando ainda as exigências de conteúdo local, é mostrar que o país está apto aos gigantescos desafios que estão por vir. “O Estaleiro São Miguel está orgulhoso de ter finalizado mais um projeto da série Mar Limpo dentro dos prazos e dos orçamentos. Entregar um navio com tanta complexidade, e com recursos inéditos no país, é a prova de que estamos preparados tanto tecnológica como profissionalmente para dar conta das demandas que cada vez serão mais intensas na crescente indústria do petróleo e gás”. O executivo destaca que este OSRV está sendo entregue com menos dois meses de tempo na produção, e que este período deverá ser o mesmo gasto para construir os demais navios que começarão a renovar a frota nacional. Para a construção do navio, o Grupo Bravante gerou, entre empregos diretos e indiretos, três mil postos de trabalho.


Pentair

Pentair é o novo nome da Tyco Valves & Controls A Tyco Valves & Controls, líder mundial na fabricação de válvulas, atuadores e controles, anunciou que agora se chama Pentair Valves & Controls. Parte da Pentair Ltd., a Pentair Valves & Controls, continuará a oferecer produtos, serviços e soluções superiores de gerenciamento de fluxo para clientes do mundo todo. Beneficiando-se do maior alcance global da Pentair, o extenso portfólio de válvulas, atuadores e controles da empresa será disponibilizado em uma gama mais ampla de aplicações e indústrias do que nunca, incluindo óleo e gás, energia, mineração, produtos químicos, alimentos e bebidas e construção. Com um portfólio de mais de 60 marcas de confiança, a Pentair Valves & Controls leva infraestrutura vital a comunidades do mundo todo, usando o conhecimento local com-

binado com o suporte de uma rede global. Por meio de parcerias com os clientes, a empresa oferece soluções para os desafios reais do mercado, mantendo as operações funcionando em segurança, minimizando o tempo de inatividade e melhorando o desempenho do ciclo de vida. Segundo David Dunbar, presidente da Pentair Valves & Controls, a junção das empresas Tyco Flow Control e Pentair Ltd. é o começo de um futuro brilhante, não só para o negócio das organizações, mas também para os clientes. “Estamos empenhados em continuar a oferecer os melhores produtos, experiência técnica e serviços, para fornecer soluções completas aos nossos clientes do

mundo todo, independentemente da aplicação”, disse. Randy Hogan, diretor executivo da Pentair, acrescenta: “É nosso espírito comum desenvolver novas soluções que contribuam para ambientes mais seguros e mais saudáveis no nosso mundo em constante transfor mação, bem como atender a uma ampla variedade de necessidades industriais.” E acrescentou: “Só o que mudou foi o nome; vamos continuar a fornecer os mesmos produtos e serviços de antes, permanecendo focados nas necessidades de nossos clientes e mantendo nossa posição como o fornecedor líder mundial de soluções de controle de fluxo.”

HRT

HRT assina farm-out com a Galp Energia A HRT assinou em novembro contrato de farm-out com a companhia Galp Energia referente à cessão de 14% de participação sobre os direitos exploratórios em três licenças exploratórias de petróleo (PELs) no offshore da Namíbia – denominadas PEL 23, na Bacia de Walvis e PELs 24 e 28 na Bacia do Orange. A companhia continuará como operadora dessas licenças e dará início à campanha de perfuração no primeiro trimestre de 2013. De acordo com os termos acordados, a Galp Energia irá carregar parte dos custos das operações da HRT, inerentes à perfuração de poços pioneiros, até determinado limite. Está previsto no programa de exploração a perfuração de três poços exploratórios, em prospectos já identificados e definidos, com foco em dois prospectos na PEL 23 e um prospecto na PEL 24.

Segundo a HRT, os prospectos apresentam potencial de volumes relevantes tanto para óleo quanto para gás, com maior tendência para óleo. As três PELs ocupam uma área de 37.744 km2 em lâmina d’água que varia entre 180 m e 2.500 m. Ambas as bacias de Walvis e Orange estão localizadas em uma nova fronteira exploratória, em uma província de hidrocarbonetos emergente, com potencial para descobertas significativas de óleo e gás natural, em vários prospectos já identificados. A HRT conduziu o maior programa de levantamento sísmico 3D na costa da Namíbia, o qual abrangeu as áreas onde os três poços serão perfurados. A qualidade desses dados sísmicos é um fator relevante na redução do risco exploratório. Os objetivos principais desses prospectos combinados pos-

suem recursos recuperáveis brutos estimados em cerca de 8 bilhões de bbl (estimativa média não riscada) com POS [Probabilidade de Sucesso] na faixa de 20% a 30%. “Estamos honrados de ter a Galp Energia como parceira nesses ativos de excelente qualidade, o que possibilitará à HRT aliar à sua campanha exploratória a experiência de uma grande companhia que tem excelente performance na busca por hidrocarbonetos em projetos exploratórios em áreas de fronteira, tanto no pré-sal brasileiro quanto em águas profundas da costa oeste africana”, comentou Marcio Rocha Mello, diretor-presidente da HRT. TN Petróleo 87

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produtos e serviços

Transpetro

A Transpetro e o Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), lançaram ao mar no final de novembro, o navio Anita Garibaldi, primeiro de uma série de quatro petroleiros do tipo panamax a serem batizados em homenagem a mulheres que ajudaram a construir a História do Brasil. “Em um tempo em que as mulheres ocupam posições de destaque no cenário brasileiro, como a primeira presidenta do nosso país, Dilma Rousseff, e a primeira presidenta da Petrobras, Graça Foster, nada mais justo do que homenagear a garra, a força e a luta das nossas mulheres”, disse, em seu discurso, o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, que representou a presidente da companhia no evento. O navio foi transferido ao cais do estaleiro, onde passará por acabamentos finais, antes da entrega à companhia para início das operações. Com 228 m de comprimento e capacidade para 650 mil barris, os navios panamax serão usados para o transporte de petróleo e derivados escuros. O Anita Garibaldi é a sétima embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) lançada ao mar. Três navios do programa – Celso Furtado, João Cândido e Sérgio Buarque de Holanda – já iniciaram as operações. Outros três navios – Rômulo Almeida, José Alencar e Zumbi dos Palmares – estão em fase final de 100

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Foto: Divulgação

Transpetro lança ao mar navio Anita Garibaldi

Especificações técnicas Tipo: petroleiro panamax Porte bruto: 72.900 toneladas de porte bruto (TPB) Comprimento total: 228 m; boca: 40 m; calado: 12 m; altura: 48,3 m; velocidade: 15 nós Transporta: petróleo e derivados escuros Capacidade: 90,2 milhões de litros Característica: navio shallow draft (calado reduzido) construção. O suezmax Zumbi dos Palmares foi lançado ao mar no último dia 23, no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco. “O lançamento ao mar do Anita Garibaldi comprova que a indústria naval brasileira saiu definitivamente da inércia. Em menos de uma semana, dois navios construídos por brasileiros foram lançados ao mar para os acabamentos finais. Navios que, em breve, se juntarão à nossa frota para carregar as riquezas deste país”, afirmou o presidente da Transpetro, Sergio Machado.

O navio tem como madrinha Rosa Cristina da Silva Carvalho de Azevedo, técnica de enfermagem e trabalho da Transpetro. Logo após o lançamento da embarcação, o Estaleiro Mauá realizou o batimento de quilha do segundo navio da série de quatro panamax encomendados pelo Promef. Com encomenda de 49 navios e cem embarcações hidroviárias, o Promef garantiu as bases para o renascimento da indústria naval brasileira. Três novos estaleiros foram viabilizados pelo programa: Estaleiro Atlântico Sul e STX Promar (PE), Rio Tietê (SP). Atualmente, o Brasil possui a quarta maior carteira de encomendas de navios do mundo. A indústria naval brasileira, que tinha menos de 2 mil trabalhadores na virada do século, hoje emprega mais de 60 mil pessoas. Quem foi? – Anita Garibaldi (1821-1849) nasceu Ana Maria de Jesus Pinheiro, em Santa Catarina, em 1821. Aos 14 anos, casou-se, pela primeira vez, com o sapateiro Manoel Duarte de Aguiar. Com 18 anos, conheceu o italiano Giuseppe Garibaldi, à época com 32 anos, durante a Revolução Farroupilha. Anita decide seguir Garibaldi e sobe em seu navio para lutar na guerra. Participou de diversas batalhas, combatendo ao lado de Giuseppe, com quem se casou e teve quatro filhos. Recebeu o título de “Heroína de dois mundos”, por ter participado de batalhas no Brasil e na Itália. Morreu aos 27 anos, em Ravena, na Itália.


Etapas da construção de um navio – Segundo a tradição da indústria naval mundial, a construção de um navio tem cerimônias que marcam etapas fundamentais das obras: o corte da primeira chapa de aço, o batimento de quilha, o lançamento ao mar e a entrega ao armador. É importante ressaltar, sobretudo, a diferença entre o lançamento ao mar e a entrega ao armador:

Lançamento ao mar – depois de concluída a edificação do casco, o navio é batizado e lançado ao mar, para os acabamentos finais. O lançamento libera o dique para o início das obras de uma nova embarcação. O navio em construção é transferido para o cais do estaleiro. No cais, são feitas as obras de acabamento, as interligações dos vários sistemas e os últimos testes em equipamentos. Antes

da entrega, o navio é geralmente levado de novo ao dique, para a limpeza do casco. Por fim, são feitas as provas de mar – viagens de curta duração que testam o desempenho geral da embarcação. Entrega – após a conclusão de todas as obras e testes, o navio é certificado por uma sociedade classificadora independente e entregue ao armador, para o início das operações.

Maersk

A Maersk Oil está investindo R$ 1,2 milhão em um projeto de pesquisa que será desenvolvido pelo Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Para a execução desse projeto, denominado ‘Estudo integrado sobre reservatórios produtores da Bacia de Campos’, foi montado um laboratório nas dependências da UFRGS. A iniciativa faz parte do programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), conforme a cláusula de Participação Especial (PE) da Lei do Petróleo. O objetivo do projeto é o estudo dos reservatórios arenosos, componentes de significativos intervalos rochosos portadores de petróleo, similares aos reservatórios dos campos de Polvo, Peregrino, Papa-Terra, Maromba, entre outros da Bacia de Campos. A pesquisa busca compreender a sequência de deposição de rochas, as diferentes características das rochas-reservatórios e como elas se encontram distribuídas em subsuperfície, no tempo geológico

Foto: Divulgação

Maersk Oil investe R$ 1,2 milhão em P&D na UFRGS

e em área. “Este projeto é muito importante para a nossa companhia, pois o investimento em pesquisa é fundamental para o desenvolvimento tecnológico do setor de óleo e gás. Além disso, a formação de mão de obra por meio do treinamento e com o contato com profissionais da indústria do petróleo são uns dos principais objetivos dos projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)”, ressaltou Paulo Menezes, gerente de Exploração da Maersk Oil. Segundo o Prof. Luiz Fernando De Ros, coordenador do Projeto, além do aspecto acadêmico, o estudo vem ao encontro dos anseios da indústria,

no que diz respeito à redução dos riscos envolvidos na exploração de petróleo e outros recursos naturais estratégicos. “Nossa expectativa é de que os resultados obtidos auxiliem na otimização das operações da Maersk e que, ao mesmo tempo, a pesquisa possibilite o treinamento de estudantes da UFRGS em técnicas modernas de exploração de hidrocarbonetos”, conclui De Ros. A equipe da UFRGS, junto à Fundação Luiz Englert, terá o prazo de um ano para apresentar considerações, ideias e conclusões a respeito dos reservatórios areníticos da Bacia de Campos. TN Petróleo 87

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produtos e serviços

AspenTech

A Aspen Technology (AspenTech) fornecedora líder de software e serviços para as indústrias de processos contínuos lançou, em janeiro, a nova versão do software AspenOne V8, com um aprimoramento da ferramenta Aspen PIMS, solução indicada para o planejamento de plantas de refino que já se tornou um case de sucesso da empresa. Também traz uma versão inédita do Aspen HYSYS, de modelagem sólida de funcionamento (adquirida da SolidSim no início deste ano), integrado com o Aspen Plus; e ainda o novo Aspen PIMS Platinum, versão colaborativa do Gerenciador de Demandas, com inovações no controle de processo avançado, energia e análise econômica.

Imagem: Divulgação

Nova versão de software

Com o novo produto, usuários novos e ocasionais se tornam proficientes mais rápido, e os usuários experientes podem fazer mais com a nova ferramenta, o que é crítico para as empresas do setor que enfrentam processos de desenvolvimento da força

de trabalho e uma escassez de competências. As melhorias na usabilidade e visualização no AspenONE V8 também permitem que os usuários colaborem mais facilmente, diminuindo o tempo dos projetos e aumentando a produtividade.

Renner Protective Coatings

A Renner Protective Coatings, presente no mercado de tintas industriais e anticorrosivos no Brasil e no exterior, lança um sistema de pintura intumescente, o Stofire. A proteção já é muito utilizada em países da Europa e Estados Unidos, pois reduz consideravelmente as perdas em acidentes que envolvam construções em chamas. O sistema não altera a aparência da obra, servindo, inclusive como camada de acabamento. Em situações em que a temperatura da estrutura ultrapassa os 200ºC, a tinta se expande até 200 vezes sua espessura normal, formando uma grossa camada de proteção. Esta barreira pode resistir ao calor 102

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Foto: Keystone

Proteção antichamas

extremo de 30 a 120 minutos, possibilitando eficaz ação de resfriamento. O Stofire é uma proteção passiva, ou seja, independe de uma ação de acionamento humano ou mecânico para funcionar. Diferente de outros métodos reativos, como um extintor, por

exemplo, a proteção intumescente passa a proteger a obra assim que aplicada. Mesmo não sendo uma exigência legal, muitas construtoras já aderiram à proteção passiva, pois verificam nela um diferencial que agrega segurança e valor à obra. Segundo dados apurados pela Renner Protective Coatings, só na América do Sul são mais de dez mil obras que contam com o StoFire. São shoppings, agências bancárias, universidades, centros educacionais, supermercados, revenda de veículos, hospitais, cinemas e estações de metrô, nos quais circulam grande número de pessoas todos os dias.


Armco Staco

A finlandesa KWH Pipe Group concedeu em dezembro de 2012 à brasileira Armco Staco licença exclusiva para fabricação e comercialização dos tubos Weholite no Brasil. A linha de produtos, desenvolvida pela KWH Pipe na década de 1980, abrange tubos, conexões e peças especiais de Polietileno de Alta Densidade (Pead). Dentre as características exclusivas dos tubos Weholite com paredes estruturadas de Pead está sua capacidade de alcançar diâmetros internos de até 3.500 mm. A Armco Staco planeja comercializar inicialmente estruturas de até 3.000 mm de diâmetro interno. Os tubos são amplamente utilizados em todo o mundo para condições de serviço de baixa pressão/gravidade na condução de água potável, águas pluviais, esgotos e diversos outros líquidos. As peças especiais Weholite são projetadas para aplicações, como caixas de visita, tanques de retenção e até mesmo unidades de tratamento de esgoto familiar para regiões remotas. As paredes lisas dos tubos Weholite proporcionam melhores índices de vazão comparadas com aço, ferro fundido ou concreto. Com diâmetros extremamente grandes, os tubos são utilizados também para canalização de líquidos a con-

Foto: Divulgação

Armco Staco vai produzir tubos de polietileno de grandes diâmetros no Brasil

sideráveis distâncias. Os tubos de Pead com paredes leves e estruturadas são produzidos por extrusão contínua e fornecidos em qualquer medida que possa ser transportada, o que facilita sua rápida instalação. Suas propriedades de resistência à corrosão asseguram longa vida útil. Economia é um importante atributo da linha de tubos Weholite. As juntas são soldadas por extrusão e atendem a rígidas normas de estanqueidade. De acordo com Fernando Beltrão, gerente de Vendas de produtos de construção da Armco Staco, a parceria introduz o Brasil em um seleto grupo de países que detém a

tecnologia inovadora na fabricação, projeto e instalação de tubos e conexões em Pead com grandes dimensões. “O domínio desta tecnologia amplia os conceitos para utilização de tubos Pead em obras de saneamento, drenagem, mineração, assim como em projetos de contenção de enchentes e reuso de águas provenientes das chuvas, dentre outras aplicações, mantendo-se as características já consagradas de alta resistência mecânica e durabilidade dos tubos fabricados com polietileno de alta densidade”, explica. Os tubos Weholite serão fabricados pela Armco Staco em sua recém-construída unidade industrial de Resende (RJ). O produto estará disponível ao mercado a partir do segundo semestre de 2013.

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produtos e serviços

Argentera

Assessoria especializada abre mercado Com dez anos de mercado, atuando inicialmente em consultorias técnicas, a Argentera Oil & Gas passou a ser uma ‘Business Developemnt company’ desde 2010. A empresa utiliza seu conhecimento e experiência no setor para orientar multinacionais que querem iniciar operações no Brasil. “Partimos da premissa de ajudar empresas de fora, mas o que tem acontecido é que companhias brasileiras que estão migrando para o setor de óleo e gás também nos procuram para assessorá-las. E empresas que já atuam nesse setor também estão buscando nossa ajuda. Isso é algo que não esperávamos, mas está acontecendo”, afirma o diretor da Argentera O&G, Antônio Caruso, acrescentando que as empresas daqui encontram as mesmas dificuldades apresentadas pelas estrangeiras.

Entre os clientes da companhia estão: a norte-americana Oil Fild Improvement, a indiana Godrej & Boyce e a inglesa, baseada em Cingapura, Intership. “Tomamos o cuidado de não representar empresas concorrentes. Este é um de nossos princípios básicos: só representamos uma empresa por setor”, esclarece. O executivo não quis citar o nome da recente companhia brasileira que fará parte de seu portfólio ainda este ano por conta de questões contratuais. Com parcerias internacionais e conectada aos principais centros – Houston, Londres, Cingapura e Índia –, a Argentera amplia suas possibilidades no mercado. “Nós entendemos que trabalhar em parceria traz ótimos resultados. Temos contato direto com uma empresa da Noruega... muitas vezes eles têm o cliente e nós temos a demanda. Isso abre mercados.” Caruso afirma que, hoje, muitas empresas estão interessadas em produzir no país, como as que fabricam equipamentos de poços – perfuração e completação. “Estamos assessorando

muitas empresas que querem produzir aqui, porque terão que desenvolver conteúdo local.” Segundo ele, as empresas estrangeiras observam no Brasil a possibilidade de crescimento de longo prazo, principalmente pelo pré-sal, que é a ‘menina dos olhos’ do mercado. “O pré-sal é uma realidade, mas não será desenvolvido de imediato como se imaginava. E nem pode, porque existem barreiras técnicas a serem vencidas. É aí que as empresas se interessam, na parceria desse desenvolvimento tecnológico. Hoje, quem nos procura tem o objetivo de se estabelecer no Brasil.” Atualmente a Argentera está participando dos editais de fornecimento de flotéis (ou hotéis flutuantes para plataformas offshore) da Petrobras para a revitalização da Bacia de Campos. “Já percebemos que a Petrobras está interessada em revitalizar a tecnologia utilizada em campos completados e que não tinham as possibilidades atuais. Nossas empresas estão acompanhando esse movimento”, assegura.

Líder Aviação A Líder Aviação, empresa brasileira com 54 anos em atividade, acaba de desenvolver um curso para formação de pilotos de helicópteros, para trabalhar em operações offshore – voos para transporte de trabalhadores do continente para plataformas de petróleo em alto-mar. Realizada em parceria com a Bristow Academy, a iniciativa busca suprir a escassez de mão de obra especializada, decorrente do crescimento do setor de aviação no Brasil e da indústria do petróleo. Com duração de 12 meses, o curso desenvolvido pela Líder ocorrerá no centro de treinamento da Bristow, em Titusville, Flórida. Para se inscrever no processo seletivo, o candidato precisa ter ensino médio completo e 104

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Líder Aviação lança curso para formar pilotos offshore

será avaliado quanto às capacidades físicas e psicológicas, além da fluência em inglês. O programa inclui módulos teóricos e aulas práticas. Ao final do curso, o aluno estará habilitado para ser piloto privado (PP) e comercial (PC). Aqueles que obtiverem rendimento mínimo de 85% estarão aptos a participar do processo seletivo da Líder.

De acordo com o diretor de recursos humanos da Líder, Guilherme Medina, o investimento no curso – que é de cerca de US$ 100 mil (cerca de R$ 204 mil) – poderá ser recuperado em curto espaço de tempo. Além disso, o diretor ressalta que o aquecimento do mercado de aviação no país oferece alta empregabilidade para a profissão. “O objetivo do programa é garantir o melhor resultado para os estudantes e torná-los aptos para o mercado de trabalho com o melhor custo/benefício e tempo”, afirma Medina.


Freudenberg

Freudenberg adquire o Vector Technology Group O grupo alemão Freudenberg, com sede em Weinheim, e a empresa norueguesa de Private Equity HitecVision, com sede em Stavanger, firmaram um contrato de compra de 100% das ações em circulação do Vector Technology Group, um dos principais projetistas e fabricantes de soluções inovadoras de vedação e produtos diferenciados de vedação sob encomenda para o segmento de upstream do setor de petróleo e gás. A aquisição está condicionada à aprovação das autoridades antitruste da Noruega, uma vez que a Vector também é daquele país. “Como parte da nossa estratégia global de expansão, a Freudenberg pretende fortalecer os seus negócios no setor de petróleo e gás”, declarou Mohsen Sohi, porta-voz do board da Freudenberg. Vamos continuar a crescer no seu campo de atuação por meio de uma estratégia combinada de aquisição e constituição e de

crescimento orgânico”, agregou. Segundo ele, a Vector possui alto nível de especialização técnica, sobretudo no segmento offshore, e tem uma cultura similar à da Freudenberg, com foco na inovação contínua. A Vector fornece produtos de metal patenteados e exclusivos para conexão de alta integridade, com tecnologia de vedação com metal para uso em plataformas offshore de petróleo e gás, instalações flutuantes de produção, tanques de armazenamento e descarga, colunas submarinas, giradores, aplicações para linhas de fluxo e manifolds e para refinarias e instalações petroquímicas. Soluções que minimizam peso e espaço, que afetam diretamente o custo total do projeto, o tempo de instalação e o custo de manutenção. Atualmente, os produtos são fabricados para pressões de trabalho de até 15.000 PSI e apresentam um histórico comprovado de aplicações em condições adversas, nos quais fadiga, flexões e tensões elevadas são as principais considerações. “A Vector nos possibilita a oportunidade de expandir a nossa ex-

periência em desenvolvimento de produtos projetados para aplicações específicas”, declara Richard T. Schmidt, presidente e diretor presidente da Freudenberg Oil & Gas. “Isso nos torna um parceiro ainda mais estratégico para os nossos clientes do segmento de upstream do setor de petróleo e gás.” “Tornar-se parte importante da Freudenberg Oil & Gas é uma etapa importante da nossa evolução. Os nossos produtos inovadores complementarão as competências básicas da Freudenberg relacionadas à ciência de materiais, controle de processos e excelência de fabricação”, declarou Catherine Bjaarstad, diretora presidente da Vector, que continuará a liderar a empresa depois da integração. A aquisição coloca a Freudenberg Oil & Gas mais próxima do seu objetivo de ser líder global em tecnologia de vedação no mercado de upstream de petróleo e gás. Criada em 2011 ela atualmente é constituída por sete empresas adquiridas, todas elas com experiência em vedação no setor de petróleo e gás.

Esab

A Esab traz para o mercado os novos conjuntos inversores para soldagem multiprocesso Warrior 500i e Warrior 400i. Os equipamentos foram desenvolvidos para ampla gama de aplicações, nos mais diversos segmentos industriais – construção naval e offshore, transporte, óleo e gás, energia, reparo e manutenção e fabricação geral. Projetadas a partir das demandas de soldadores as novas Warrior são extremamente robustas e fáceis de usar. Seu painel frontal é intuitivo e seu display proporciona leitura em qualquer ambiente, inclusive ensolarados. Ademais, controles simples permitem ajustes rápidos e fáceis, mesmo com uso de luvas.

Foto: Divulgação

Esab lança novos inversores multiprocessos Eficiente e de desempenho excepcional, a Warrior proporciona soldagem muito suave e estável, com excelente abertura de arco e acabamento. Solda com arames sólidos e tubulares de 0,8 mm a 2,0 mm, utilizando CO2 ou mistura como gás de proteção, com ampla gama de eletrodos revestidos e TIG, além de goivagem com eletrodos de até 10 mm. São mais de 500 A num ciclo de trabalho de 60%. Os equipamentos possuem também classificação de proteção IP23 para maior proteção do soldador e do equipamento, possibilitando a utilização em ambientes severos. TN Petróleo 87

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produtos e serviços

Hellmann

A alemã Hellmann Worldwide Logistics, especializada em serviços logísticos para os setores automotivo, de saúde, marítimo e de energias alternativas, informou que quer intensificar sua participação no setor de óleo e gás brasileiro. Há 13 anos no Brasil, o grupo possui escritórios nas principais capitais e considera muito importante suas atividades no país. “Se você quer ser um player na América do Sul, tem

Foto: Keystone

Hellmann Worldwide Logistics intensifica participação em Óleo e Gás

de estar no Brasil”, ressaltou Jost Hellmann, sócio administrativo e principal executivo da Hellmann. Segundo ele, a companhia acredita ser estratégico criar uma rede mundial de operações, entretanto se considera ainda uma empresa

familiar e não tão grande – no seu entender, é a maior vantagem da Hellmann no mercado. Dentre seus principais clientes do setor no Rio de Janeiro, estão: Grupo EBX, Veolia Water, STX OSV, Quip, Technip e TUG Brasil. A empresa começou em 1871, com Carl Heinrich Hellmann entregando pacotes em Osnabruck, na Alemanha. A Hellmann chegou ao Brasil por meio de uma parceria com o Grupo Metropolitano, que tem sede em Alphaville, São Paulo. Atualmente, está presente em 54 países e possui cerca de dez mil funcionários em todo o mundo.

Usiminas

No final de 2012, a Usiminas foi parte de uma importante operação de exploração do pré-sal a partir do fornecimento de aço para a TenarisConfab, responsável pelo fornecimento de tubos para a indústria energética. O aço da siderúrgica, produzido com a tecnologia CLC e que atende a demandas específicas desse mercado, foi aplicado na maior coluna de revestimento de superfície (surface casing) da história de exploração petrolífera no Brasil, com 1.650 m, dos quais 50 m estão na camada do pré-sal. Para o projeto, a Usiminas forneceu cerca de 400 toneladas de chapas grossas CLC que foram utilizadas na produção de tubos. “Nesta operação, o principal desafio da companhia foi garantir a integridade estrutural da coluna, possível com o domínio da tecnologia, que permite a produção de chapas de alta resistência mecânica e com espessura superior, necessárias para atender as 106

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Foto: Divulgação

Aço para maior coluna de exploração do pré-sal

demandas específicas dos equipamentos do pré-sal”, afirma Rinaldo Machado, gerente geral de Vendas para Construção e Infraestrutura da Usiminas. Com o dobro de extensão em relação às colunas aplicadas em poços típicos, que giram em torno de 800 m, a coluna fornecida foi instalada em lâmina d’água superior a 2000 m. Desde que anunciou investimentos da ordem de R$

539 milhões na tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas CLC, em 2010, a Usiminas já forneceu mais de 23 mil toneladas de chapas com espessuras acima de 17 mm, em sua maioria destinada para aplicações severas, que requerem aços de alto conteúdo tecnológico, nos mercados de exploração e condução de petróleo e gás natural.


Faça Parte Da Transformação Da Indústria Brasileira De Gás

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gás natural

A evolução do mercado livre de

gás natural

A Lei n. 11.909/09 (Lei do Gás) introduziu no cenário energético as figuras do Autoprodutor, do Autoimportador e do Consumidor Livre de gás natural, abrindo caminho à competição na comercialização (no atacado) e acabando com o monopólio das distribuidoras no fornecimento de gás. Este mercado, no entanto, tem encontrado dificuldades em decolar, sendo que hoje poucos agentes estão aptos a comprar e/ou vender livremente gás natural.

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Rosane Menezes Lohbauer é sócia do escritório Madrona Hong Mazzuco Brandão – Sociedade de Advogados (MHM).

Rodrigo Machado Moreira Santos é associado do escritório Madrona Hong Mazzuco Brandão – Sociedade de Advogados (MHM).

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Decreto n. 7.382/2010, que regulamentou a Lei do Gás, definiu a atividade de comercialização de gás natural como a “compra e venda de gás natural, realizada por meio da celebração de contratos negociados entre as partes e registrados na ANP”. Além dos contratos, os agentes que anseiem realizar a atividade de comercialização também deverão se registrar naquela agência (art. 66). A ANP, por sua vez, somente regulamentou as figuras do autoprodutor, do autoimportador e do agente vendedor, dispondo sobre as condições de registro e autorização dos agentes, no final de 2011, mais de dois anos após a edição da lei e um ano após o decreto. Os estados também demoraram a regulamentar a questão – com exceção do Rio de Janeiro, que já vislumbrava o Consumidor Livre em 2008, antes mesmo da publicação da Lei do Gás –, sendo que ainda hoje poucos deles contam com legislação/regulação específica. Dentre os que regulamentaram o tema, podemos destacar os estados de São Paulo, Espírito Santo e Amazonas, que editaram resoluções ou decretos no ano de 2011. Outros estados, como Minas Gerais e Bahia, estudam normas para a publicação. O Consumidor Livre foi definido na legislação federal como o “consumidor de gás natural que, nos termos da legislação estadual aplicável, tem a opção de adquirir o gás natural de qualquer agente produtor, importador ou comercializador”. O enquadramento do Consumidor Livre, contudo, depende de legislação estadual, não havendo parâmetros preestabelecidos, diante da competência constitucionalmente atribuída aos estados-membros para explorar os serviços locais de gás canalizado. No estado de São Paulo, por exemplo, o consumo mínimo mensal para que um consumidor migre para o mercado livre de gás é de


Foto: Depositphotos

300.000 m³, com base na média mensal do ano imediatamente anterior à efetivação. Apesar de existirem mais de 200 Consumidores Livres em potencial naquele estado, ainda não foi solicitada nenhuma migração. Em relação à autorização para atuar como Comercializador, somente duas empresas obtiveram a outorga da agência reguladora até o momento. Já no Rio de Janeiro o usuário deve consumir 100.000 m³/dia para se tornar livre, o que implica um número muito reduzido de potenciais Consumidores Livres no estado. Outro obstáculo para o crescimento do mercado, ao menos em relação ao seu tempo de maturação, é a exclusividade na comercialização de gás natural por parte das distribuidoras, por determinado período de tempo. Em São Paulo, a Gás Brasiliano, concessionária responsável pela distribuição no oeste do estado, possui exclusividade para a comercialização por um período de 12 anos para cada um de seus sistemas de distribuição, ou por um período de 20 anos contados da data da assinatura do Contrato de Concessão (10/12/1999), o que ocorrer primeiro. Na maior parte dos sistemas a exclusividade encerrará somente em 2019. Por outro lado, a exclusividade contratualmente prevista da Comgás, que atua na área metropolitana da Capital e que congrega o maior número de potenciais Consumidores Livres, já se encerrou em 31 de maio de 2011. Deve-se, ainda, lembrar que a atividade de comercialização de gás natural pode ser dividida em dois âmbitos territoriais: (1) a comercialização em âmbito nacional, quando o agente vendedor utiliza-se unicamente dos chamados gasodutos de transporte, não adentrando as áreas de concessão das distribuidoras; e (2) a comercialização em âmbito regional, quando o agente vendedor negocia com Usuários Livres ligados à rede de distribuição da concessionária estadual. Assim, o agente vendedor que se dedique à comercialização no âmbito nacional, não se submete à legislação/regulação dos estados, podendo vender gás, por exemplo, às distribuidoras. No entanto, caso este agente opte por vender a Consumidores Livres, deverá requerer autorização em cada um dos estados onde negocie, a fim de viabilizar suas atividades. Por outro lado,

qualquer agente que comercialize gás, ainda que exclusivamente no âmbito estadual, deverá requerer autorização à ANP. É evidente que, por si só, a dualidade de competências entre estados e União já é uma importante razão para a demora na evolução do mercado livre de gás natural. O setor de energia elétrica não enfrenta esta dificuldade e, talvez por isso, se desenvolveu com relativa rapidez. No entanto, pode-se afirmar com certa segurança que o mercado livre de gás possui um enorme potencial, principalmente em vista do alto custo da energia elétrica no Brasil e das promessas de aumento de oferta (pré-sal, gás amazônico). Ainda, a baixa de preço do GNL no mercado internacional pode incentivar a construção de novas estações de regaseificação (atualmente temos somente duas), viabilizando uma maior importação deste insumo. Assim, é importante que as atenções se voltem para este mercado, pois a sua maturação pode levar um pouco de tempo, mas certamente virá e todos os agentes que estiverem preparados para tanto irão se beneficiar com a competitividade no setor.

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pesquisa e desenvolvimento

Projetos de P&D ligados à remediação de áreas impactadas por petróleo

As atividades relacionadas à indústria do petróleo atingem atualmente suas mais elevadas conquistas, em todos os setores envolvidos (exploração, produção, transporte, refino e armazenagem).

N Olívia Maria Cordeiro de Oliveira é geóloga, doutora em Geoquímica Ambiental/UFF, atualmente é vice-diretora do Instituto de Geociências da UFBA e vice-coordenadora do Pospetro/ Ufba. É líder do grupo de pesquisa Remediação de Áreas Impactadas por Petróleo e coordenadora de projetos de pesquisa nesta temática. Antônio Fernando de Souza Queiroz é geólogo, doutor em Geoquímica Ambiental/Geoquímica de Manguezais pela Universidade Louis Pasteur de Estrasburgo-França e coordenador do Pospetro/ Ufba. Coordenador de projetos de pesquisas que relacionam estudos petrolíferos e minimização de impactos ambientais nesse setor e líder do Grupo de Estudo de Manguezais da Bahia.

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a busca acelerada da exploração e produção do petróleo, à custa do aumento do consumo do óleo e seus derivados, criaram-se duas posições antagônicas: uma de um poder econômico de primeira grandeza, abrangendo a produção e comercialização do petróleo; e outra ligada ao meio ambiente, tendo como foco os inúmeros possíveis acidentes relacionados com as mais variadas utilizações desse bem mineral. É notório também o desenvolvimento de processos tecnológicos que visam à remediação do meio ambiente impactado por esta atividade. Os possíveis desastres causados pelos derrames de petróleo têm motivado as agências governamentais, o setor privado e universidades em todo o mundo a formular modelos empíricos que previnam esses acidentes. As propostas têm sido no sentido de serem utilizados diferentes cenários, abrangendo inclusive planos diferenciados de contingência e, mais além, para a recuperação do ambiente contaminado. A contaminação por derramamento de óleo pode se dar em áreas onshore ou offshore. No entanto, nas zonas offshore esses incidentes se tornam mundialmente preocupantes uma vez que favorecidos por condições hidrodinâmicas locais ou regionais, ocasionam o avanço da pluma de contaminação para os ecossistemas costeiros mais sensíveis. Além disso, se tornam uma ameaça a estas zonas, sendo imprescindível, portanto, uma tomada de decisão rápida e adequada, a partir de alternativas tecnológicas de remediação, viáveis e cientificamente testadas. O óleo derramado em ambientes aquáticos sofre diversas transformações imediatamente após entrar em contato com a água, e certamente causa extremo desequilíbrio, sobretudo à biota. Em função da interação de processos físicos, químicos e biológicos, o intemperismo desse óleo ocorre de maneira eficaz. A partir do conhecimento mais aprofundado destas interações, podem ser conduzidas pesquisas relacionadas com a remediação e a recuperação desses ambientes impactados.


Foto: Banco de Imagens TN Petróleo

Assim, diversos projetos relacionando questões da indústria do petróleo e o meio ambiente se encontram em desenvolvimento pelo Grupo de Pesquisa da Universidade Federal da Bahia “Remediação de áreas impactadas por petróleo”, credenciado junto ao CNPq. Esse grupo inserido na pós-graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente (Pospetro)/Igeo/Ufba vem desenvolvendo projetos que têm como característica geral aplicar estudos geoquímicos. As pesquisas em andamento se baseiam em processos relacionados com testes de remediação em nível laboratorial e de bancada, com vistas a promover procedimentos de recuperação de áreas afetadas. Os mencionados projetos buscam ainda soluções para a recuperação destas áreas muitas vezes a partir da inter e muldisciplinaridades das temáticas abrangidas, quais sejam a geoquímica, o petróleo e o meio ambiente, indissociadamente. Para tanto, essa Equipe de Pesquisadores vem atuando fortemente e acumulando experiências, contando com uma estrutura construída ao longo de mais de dez anos de existência, período no qual vem se concentrando para produzir importantes processos tecnológicos / biotecnológicos. Alguns projetos atualmente em desenvolvimento pelo referido grupo de pesquisa e pelo Pospetro

têm a finalidade de gerar produtos e processos inovadores e eficazes, a partir de biotecnologias (biorremediação e fitorremediação) e geotecnologias (dispersantes naturais a partir de minerais), para remediação de áreas costeiras impactadas pela indústria do petróleo. Essas investigações científicas visam a atender as necessidades notadamente das regiões Norte e Nordeste deste país. No entanto, buscam ainda a continuada capacitação e complementação da infraestrutura laboratorial, para estarem sempre atualizados, de modo a acompanhar a constante evolução tecnológica, tão necessária na área. Estudos de diagnóstico ambiental de áreas passíveis de acidentes desta natureza também se fazem muito necessários na definição de valores de referência de qualidade para indicadores de poluição tanto orgânica como inorgânica. Essas pesquisas tentam estabelecer concentrações naturais/atuais, e permitir a utilização desses resultados na avaliação da qualidade de matrizes (sedimento, água e biota) de áreas potenciais a sofrerem impactos por atividades petrolíferas. Os resultados dos trabalhos em andamento vêm permitindo auxiliar no gerenciamento de áreas em avaliação, e contribuindo para a minimização de riscos em todos os níveis ambientais. TN Petróleo 87

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logística

Aspectos aduaneiros

do planejamento logístico

Ao final do século XX, a logística destacou-se como parte de um processo de profundas mudanças econômicas, iniciado por um conjunto de avanços tecnológicos em diversas áreas e ao qual se convencionou chamar de globalização. Tal fenômeno revela-se um processo de profundas mudanças econômicas que alteraram os padrões de geração de riquezas.

A

Paulo Cesar Rocha é engenheiro industrial, mestre em Engenharia de Transportes, Economia e Finanças Internacionais. Autor de vasta literatura na área, incluindo o livro Regulamento aduaneiro anotado com textos legais transcritos (em sua 16ª edição). Atualmente, é consultor tributário, de comércio exterior, legislação aduaneira e de implantação de projetos na área de energia na LDC, onde ocupa o cargo de diretor executivo.

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globalização é dividida por Baumann, no livro O Brasil na economia global em três estágios: a) quebra dos paradigmas do mundo das finanças; b) fortes impactos nas formas tradicionais de comercialização; c) mudança nos padrões da ordem produtiva, resultando em uma transformação estrutural em todo o mundo. Nesse ambiente em que as empresas precisam atender a demandas mais competitivas, numa escala crescente, e mercados tornam-se mais exigentes a cada dia, a logística desponta como peça fundamental no alinhamento de estratégias competitivas globais. Um instrumento essencial para redefinir arquiteturas produtivas, racionalizar o uso de recursos e integrar processos decisórios, com o objetivo de aumentar de forma significativa a competitividade das empresas atuantes no cenário mundial. Dentro desta perspectiva, pode-se dizer que a logística agregou os valores “tempo” e “lugar” às operações comerciais vinculadas a projetos de manutenção ou produção, traduzidos em diminuição do tempo de disponibilidade do produto para os processos de produção. Assim, deixou de representar simples operações de transporte para se transformar em um sofisticado sistema que controla suprimentos; entregas; transporte; gestão de estoques; tratamento de rejeitos e resíduos na logística reversa; e serviços de pós-venda. Com o advento da globalização, o sucesso de um planejamento logístico depende, naturalmente, de aspectos associados aos despachos procedidos pelas aduanas, uma vez que o fator tempo, nesta etapa, pode ser comprometido, por razões diversas. Um planejamento logístico também deve considerar as possibilidades de solução que podem proceder de diversos países, culminando com a forma dos despachos de internação. A adoção de regimes aduaneiros especiais desempenha igual importância nas decisões logísticas. O planejamento logístico significa, portanto, o processo de gerir estrategicamente a obtenção, movimentação e armazenamento de insumos, componentes e produtos prontos, para que a rentabilidade seja viabilizada por meio da entrega efetiva dos pedidos em relação a seus custos, de forma a não comprometer prazos referentes a processos produtivos – objeto de contrato com seus clientes. Assim, é de fundamental importância que as empresas conheçam trâmites aduaneiros envolvidos em suas operações. Pois cada vez mais a competitividade esbarra em problemas ligados à adu-


Foto: Keystone

ana, o que compromete a disponibilidade dos insumos para o processo produtivo. Uma questão muito relevante relacionada ao planejamento logístico refere-se à tomada de decisão quanto ao tipo de regime aduaneiro a ser adotado, quando for aplicável, e ao acompanhamento do transporte e armazenamento de mercadorias e sua liberação aduaneira: a) o tipo de regime aduaneiro influencia a contratação do transporte e do armazenamento, afetando diretamente custos e produção; b) o acompanhamento do transporte e do armazenamento consiste no provimento de informações que possam evitar atrasos e contratempos na operação; c) a necessidade, as características, as exigências e a urgência de cada item importado/exportado demandam um tipo específico de regime aduaneiro. Portanto, a tomada de decisão quanto ao regime aduaneiro não pode se basear unicamente em custos e benefícios diretos. Pois, muitas vezes, dificuldades burocráticas tornam um regime aduaneiro inadequado para determinada mercadoria, mesmo que, a princípio, ele seja o de menor custo. O acompanhamento de transporte e o armazenamento de mercadorias representam ações de comunicação e informação de dados que devem ser verificados para que o transporte, o armazenamento e o despacho das mercadorias não sofram contratempos. Desta forma, a eficácia do planejamento logístico, atingindo os resultados compatíveis aos tempos atuais, exige a plena compreensão da aduana, dos seus trâmites, dos regimes especiais e suas respectivas aplicabilidades. Alguns aspectos são obrigatórios na elaboração de um planejamento logístico, como: 1. Se a condição de entrega é na fábrica/fornecedor, devem ser examinadas as questões ligadas ao transporte e à documentação até o local de embarque. 2. Já se a condição de entrega é no local de embarque, não existem as preocupações do item anterior. 3. Se a condição de entrega é com frete e seguro por conta do vendedor, deve haver a preocupação com o local de desembarque (incluindo terminal a ser utilizado). Uma escolha inadequada pode levar a custos incorridos pelo comprador desnecessariamente. 4. Se a condição de entrega é no estabelecimento do comprador, não há preocupações maiores; a não ser as relacionadas nos itens seguintes: Deve-se ter a garantia de documentação correta e de acordo com leis dos países em que a mercadoria transitar. Muitos podem ser os atrasos decorrentes de documentação inexata. A escolha do regime aduaneiro implica uma prévia análise do conjunto de regimes aduaneiros, e deve ser feita considerando-se aquele que possibilite: maior rapidez na circulação das mercadorias, maior economia de impostos e taxas, menor custo de transporte e armazenamento, suspensão de impostos, segurança

das mercadorias no transporte/armazenamento/entrega, aproveitamento de incentivos fiscais e creditícios, despacho aduaneiro nos próprios locais de produção ou próximo deles. 5. Deve ser verificada a infraestrutura necessária ao transporte de determinadas mercadorias. Escolha inadequada de pontos de desembarque pode aumentar muito os custos de transporte. 6. Deve-se ter cuidado também em relação aos custos com uso de contêineres. Muitas vezes, o custo de demurrage, ou de transporte de contêineres vazios, pode ser evitado com um bom planejamento. Um bom planejamento de logística deve levar em conta custos globais da operação. Devem ser verificados, além dos custos diretos, custos no transporte e custos indiretos decorrentes do mau planejamento, incluindo lucros cessantes e custos em virtude de acréscimos devidos a decisões mal adotadas. Daí a fundamental importância da avaliação dos aspectos aduaneiros envolvidos na logística ao longo deste planejamento. TN Petróleo 87

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indicadores tn feiras e congressos

Março

5 a 7 - Brasil 4º Rio Gas Forum Tel.: +44 20 7978 0018 rjanmahomed@thecwcgroup.com www.cwcriogas.com

19 a 20 - Holanda MCE Deepwater Development 2012 Local: The Hage +1 (832) 242-7048 judy.parsons@questoffshore.com www.mcedd.com

19 a 21 - China CIPPE 2013 Local: Pequim Tel.: 0086-10-58236560 norlarong@hotmail.com www.cippe.com.cn

19 a 21 - África Offshore West Asia Local: Gana Tel.: +1 713 963 6283 www.pennwell.com

20 a 22 - Colombia 3rd Colombia Oil & Gas Summit and Exhibition Local: Cartagena Tel.: + 44 20 7978 0081 garanda@thecwcgroup.com

Abril

16 a 19 - EUA LNG 17 Local: Houston, TX Tel.: +44 20 7978 0019 alimani@thecwcgroup.com

23 a 26 - Brasil Santos Offshore 2013 Local: Santos, SP Tel.: +55 11 3060-5000 fernanda.sanz@reedalcantara.com.br www.santosoffshore.com.br

Agosto

22 a 24 - Índia PetroWorld Local: Mumbai Tel.: +44 (0) 1992 656 647 joannag@pennwell.com www.petroworldindia.com

Setembro

3 a 6 - Reino Unido Offshore Europe Local: Aberdeen, Escócia Tel:+44 (0)20 8910 7797 gareth.rapley@reedexpo.co.uk

Maio

3 a 6 - EUA OTC 2013 Local: Houston, TX Tel.: +1.972.952.9494 www.otcnet.org

Junho

11 a 14 - Brasil Brasil Offshore Local: Macaé - Rio de Janeiro Tel.: (21) 2112-9033 eventos@ibp.org.br www.brasiloffshore.com

24 a 26 - Brasil Rio Pipeline Local: Rio de Janeiro Tel.: (21) 2112-9033 eventos@ibp.org.br

Outubro

29 a 31 - Brasil OTC Brasil 2013 Local: Rio de Janeiro otcbrasil@ibp.org.br www.otcbrasil.org/2013

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou webmaster-tn@tnpetroleo.com.br 114

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fino gosto

Já se disse, com muita propriedade – e essa afirmação ganha um peso maior quando chega o verão –, que a cerveja, assim como o vinho, é parceira dos homens há milênios. por Orlando Santos

Verão é a estação da

‘loura gelada’

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Existem gravuras de Adão e Eva com canecas de cerveja nas mãos. Narram os historiadores que, ao ser expulso do Paraíso, o casal foi sentenciado a ganhar o pão de cada dia como o suor do próprio rosto. E ganhar o pão, naquele contexto, significava, conforme a Bíblia, praticar a agricultura. Ou seja, eles passaram a produzir os grãos que fazem tanto o pão quanto a cerveja. Aliás, por apresentarem o mesmo valor nutricional, a cerveja era chamada de “pão líquido”. A temporada de calor reforça essa identificação do homem com a tradicional bebida no seu dia a dia, em especial na saída da praia ou nos tradicionais happy hours do Centro do Rio, mais especificamente

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Foto: Depositphotos

por Orlando Santos

na sua parte histórica, no entorno da Praça XV. Além disso, crescem em números aqueles que se aventuram a saborear e degustar as cervejas importadas que ocupam as prateleiras de algumas e poucas boas casas do ramo, no Centro da cidade. Na realidade, duas delas ocupam lugar de destaque há cinco anos. Na Rua do Carmo, 50, é fácil encontrar o Il Piccolo Caffè, uma casa cervejaria escondida com o nome que lhe deu origem, do café expresso, e que agora abriga mais de cem marcas de cervejas nacionais e importadas, com destaque para a alemã Paulaner, a mais solicitada. Como entrada a casa oferece bolo de carne feito à


Fotos: TN Petróleo Foto: Divulgação

moda alemã ou um variado mix de quatro salsichas. À frente no ranking da casa está a Anne Maria, de origem germânica. Já na Av. Nilo Peçanha, 44, loja A, o pedestre que passar apressado nem vai notar que atrás de uma placa modesta (O Botequim do Príncipe), se esconde, na realidade, como está afixado na sua entrada, a melhor carta de cerveja do lugar, incluindo mais de 200 marcas nacionais e importadas. Ao contrário do Il Piccolo, que se esconde atrás de um pequeno espaço e uma fachada revestida de azulejos brancos e azuis, o Botequim do Príncipe é uma casa de grandes dimensões e que abriga, anexa, uma galeteria. Na entrada, as cervejas nacionais e importadas ocupando grandes prateleiras introduzem o cliente ao interior da casa, para no fim do dia, ou mesmo na hora do almoço, saborear sua bebida preferida, seja ela nacional ou importada. Para compensar a falta do quibe de cordeiro, que o fornecedor deixou de entregar, as cervejas podem ser acompanhadas por costelas de cordeiro ou linguiças caprichadas – garante um dos sócios, Marcos Aragão. O Botequim fica na Nilo Peçanha, 44, ao lado da Policlínica Geral do Rio de Janeiro, também no Centro.

Maturada com cacau belga, a Petroleum, produzida pela cervejaria Wäls, de Belo Horizonte, encorpada escura, de excelente qualidade, pode ser saboreada no centro do Rio, no Botequim do Príncipe. A Petroleum é aberta através de pressão, com rolha especial, tipo espumante.

As louras brasileiras Em recente evento internacional realizado em Nuremberg, na Alemanha, para focar a arte cervejeira tradicional, o Brasil trouxe seis medalhas. A Bierland, de Blumenau (SC), ganhou ouro com a Imperial Stout e prata para a Bock; Rauchbier e Schwarzbier, da Bamberg, de Votorantim (SP), ganharam prata; e medalhas de bronze foram conquistadas pela curitibana Bier HoffNigra e a Eisenbahn Weizenbock, de Blumenau. As cervejas artesanais brasileiras foram analisadas por 54 jurados de 12 países, que examinaram 575 cervejas inscritas, de 28 países. Este evento é considerado a terceira maior competição mundial do segmento. Um brinde, então, às nossas louras !

A LITERATURA DA CERVEJA • Atlas mundial da cerveja, o guia essencial da cerveja ao redor do mundo, Nova Fronteira • Vamos falar de cerveja, um guia completo, Marco Zero • O livro da cerveja, Globo Editora • O livro da cerveja, Nova Fronteira • Cerveja: Guia ilustrado, Jorge Zahar • Larousse da cerveja, Larousse Brasil • Como fabricar cerveja, Icone • Guia da cerveja, Dinap • Cerveja: Guia dos estilos, Centro Brasileiro de Cultura Cervejaria/7 Letras • O catecismo da cerveja, Senac-SP TN Petróleo 87

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coffee break

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Fotos: Divulgação

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Paço Imperial para os Niemeyer por Orlando Santos

Coisas do destino. Idealizada para ser uma homenagem à galerista e arquiteta Anna Maria Niemeyer, falecida em junho de 2012, a exposição que se encontra no Paço Imperial

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acabou ganhando a participação do seu pai, Oscar Niemeyer, que faleceu dias antes da abertura do evento.

Anna Maria Niemeyer, um caminho Paço Imperial Praça XV de Novembro, 48 Centro - Rio de Janeiro de terça a domingo, das 12h às 18h Entrada franca 118

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Desenhos inéditos do arquiteto, além de móveis assinados pela dupla, enriqueceram ainda mais a mostra. O diretor do Paço e curador da exposição, Lauro Cavalcanti, informa que há trabalhos que nunca foram vistos, como desenhos sobre política, arquitetura e temas que ele, Oscar, adorava, como mulheres e o Rio de Janeiro. Três salas são ocupadas por Niemeyer pai. Anna Maria Niemeyer, um caminho ocupa dois andares inteiros do prédio, onde estão cerca de 300 itens, entre obras de quase 60 artistas, documentos e projeções. A seleção do curador procurou ser abrangente, elegendo alguns artistas para salas individuais, como Jorge Guinle, lançado pela galerista em junho de 1980, Victor Arruda, Beatriz Milhazes, Eliane Duarte, Efrain Almeida, Jorge Duarte e Oscar Niemeyer. Esses artistas foram os que mais expuseram na galeria da Gávea ou que tiveram contato mais estreito com Anna Maria. O curador contou com a consultoria de Hello Portocarrero e Leonor Azevedo, assessora de longa data da galerista para este evento.


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Os trabalhos reunidos nessa exposição pertenceram, em sua maioria, à coleção pessoal da galerista; outros tiveram sua compra intermediada por ela e alguns foram cedidos pelos próprios criadores. Esta é a única oportunidade de apreciar o caminho visual de Anna Maria em um mesmo local, já que sua coleção tomará destinos diversos. Em 35 anos, sua galeria exibiu 240 artistas em 365 mostras. Por limites de tempo e espaço, nem todos foram contemplados com obras em exposição, mas estão presentes em projeções. Há também uma sala destinada a itens documentais da história de Anna. Obras de Oscar Niemeyer abrem o segundo andar – desperta a atenção do público um desenho de 1931, em que o arquiteto retrata a recém-nascida Anna. Nesta época, ele assinava seus trabalhos como Oscar Filho –, que termina com a instalação de Fatima Villarin. Como conselheira de programação do Paço, Anna Niemeyer concebeu e realizou a mostra A caminho de Niterói, da coleção João Sattamini, com curadoria de Victor Arruda. A exposição foi essencial na mudança de patamar do centro cultural

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no início dos anos 1990, e para alavancar o processo de construção do Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói, através da demonstração da importância daquele conjunto de arte, até então desconhecido do público.

Lista dOS ARTISTAS da exposição (ordem alfabética) Ana Elisa Niemeyer, Anna Maria Maiolino, Anna Maria Niemeyer, Beatriz Milhazes (6), Bet Katona, Caetano de Almeida, Camille Kachani, Carlos Scliar, Carlos Zilio, Chico Cunha, Cristina Canale, Cristina Salgado, Delson Uchôa, Deneir, Edmilson Nunes, Efrain Almeida, Eliane Duarte, Evany Fanzeres, Farnese de Andrade, Fatima Villarin, Firmino Saldanha, Francisco Galeno, Gastão Manoel Henrique, Iclea Goldberg, Iole de Freitas, Ione Saldanha, Ivens Machado, Jadir Freire, Jeannette Priolli, João Carlos Goldberg, João Magalhães, Jorge Duarte (2), Jorge Guinle (5), José Patríco, Katie Van Scherpenberg (1), Luciano Figueiredo, Luiz Alphonsus, Luiz Ernesto, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini, Manfredo de Souzanetto, Marcos Cardoso, Marcos Coelho Benjamin, Mario Azevedo, Mario Cravo, Mauricio Bentes, Monica Barki, Monica Sartori, Nelson Leirner, Niura Bellavinha, Oscar Niemeyer, Paulo Pasta, Quirino Campofiorito, Ricardo Ventura, Rodrigo Andrade, Rosa Oliveira, Sante Scaldaferri, Toyota, Victor Arruda (3 e 4). TN Petróleo 87

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feiras opinião e congressos

de Jorge L. Videira, economista, com MBA engenharia (UFRJ) e em Marketing (USP). É diretor comercial para a América do Sul da Reliasoft Brasil Ltda.

Engenharia estratégica da

confiabilidade & gestão de ativos produtivos Esse tipo de engenharia e gestão nasceu nos EUA, nos anos 1990, para estudar cientificamente a confiabilidade, utilizando modelos matemáticos complexos aplicados na aviação militar americana e, posteriormente, em projetos aeroespaciais da Nasa e projetos de submarinos nucleares.

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Engenharia da Confiabilidade é uma disciplina da engenharia industrial, aplicada para conhecer o comportamento de vida de produtos, processos, equipamentos e sistemas de forma a assegurar que estes executem sua função, sem falhar, por um período de tempo e em condição de uso específica. A metodologia é bastante flexível e pode ser aplicada em diversas áreas, como engenharia e desenvolvimento de produtos, processos produtivos, qualidade, manutenção, gestão de ativos e linhas de produção. Pode ser aplicada à produção desde a de um simples liquidificador até submarinos nucleares, como aqui citado. Na América do Sul, ela chegou em 1998, através da subsidiária brasileira da corporação americana Reliasoft Corporation, com sede no estado do Arizona, na cidade Tucson, com operações na Índia, China, Polônia, Rússia, Austrália e Brasil. Pioneira e líder mundial nesta disciplina, tendo como e tem entre seus clientes a Nasa, Boeing, US Air Force, US Navy, Vale e Petrobras, e as 500 maiores corporações listadas na Fortune. Esta disciplina ainda está incipiente na América do Sul, sendo utilizada com timidez, isto é, somente algumas ferramentas são empregadas por algumas corporações de excelência mundial sediadas aqui, mas com negócios em várias partes do mundo, seja na área de Óleo & Gás, Siderurgia, Mineração, Portos etc. Além de proporcionar alta confiabilidade nos processos produtivos em geral e de produtos com qualidade, suas ferramentas tecnológicas possi120

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bilitam substancial redução de custos em geral, elimina os desperdícios em todo o processo (como o de sobressalentes) e nos sistemas e subsistemas de produção, inclusive assegurando maior segurança das plantas onde esta metodologia é implantada – existem vários cases, comprovando estes benefícios em âmbito mundial. A competitividade e a disponibilidade de quase 100% dos ativos produtivos, devido à concorrência em um mercado cada vez mais globalizado, exige hoje grande esforço sobre os custos invisíveis nas corporações que podem chegar a milhões de dólares anuais com a falta de estudo científico/matemático de seus processos operacionais, de como produzir melhor, com mais eficácia, ter maior disponibilidade dos sistemas produtivos, quanto e o que produzir, etc. Estas são questões discutidas dia a dia nas corporações, podendo ser em muito facilitadas com a aplicação de tecnologias de última geração já disponíveis aqui na América do Sul. Basta querer utilizá-las, como fazem as maiores e mais bem-sucedidas corporações de excelência no mundo, seja na China, nos EUA, na Índia ou na Europa. No Brasil (e América do Sul como um todo), com certeza existem grandes/médias corporações que poderiam estar alinhadas com as de primeiro mundo; mas ainda existe relutância e falta de conhecimento para o que há de mais moderno em competitividade, redução de custos, desperdícios em processos produtivos e gestão dos ativos produtivos de um modo geral.


RESERVE A DATA!

15 a 18 de setembro de 2014 • Rio de Janeiro - Brasil

Clube de Ideias

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2014 mais informações:

www.riooilgas.com.br organização e realização:



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