Revista do Ancião 2tri/2014

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Quais princípios devem nortear a interpretação do livro do Apocalipse? Por limitação de espaço, apresentarei apenas quatro princípios básicos. Princípio 1 “Toda a Escritura é divinamente inspirada” (2Tm 3:16) e “nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Pois, a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens santos da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1: 20-21). A Bíblia é a chave indispensável para a compreensão dela mesma. Sendo bem usada em seu conjunto (ver Ap 22:1819) comparando coisas espirituais com espirituais (ver 1Co 2:13, At 17:11), ela ajuda a esclarecer o significado de seus textos. Por exemplo, o Apocalipse, com aproximadamente seiscentas referências ao Antigo Testamento, apresenta o significado de sua simbologia (ver Ap 1:20; 12:6, 14; 17:15). A pesquisa deve ser cuidadosa, diligente, equilibrada e coerente de modo especial com o Novo Testamento, que é a interpretação e o cumprimento, em Cristo, das profecias do Antigo Testamento. Sendo o Apocalipse um livro centrado em Cristo, e, por extensão em Sua igreja, não deveria ser associado a distorções, quer sejam alegóricas, literais, simbólicas ou étnicas. Nele, as profecias se cumprem em uma única dimensão cristológica, eclesiológica universal (Ap 14:6-14).

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(essas profecias fazem uso de simbologia fantástica, longos períodos de tempo e o princípio “dia-ano”). Verticalmente, tais profecias apresentam uma relação muito próxima entre o Céu e a Terra (ver Ap 4) demonstrando que Deus está no controle dos acontecimentos, e atua em favor do Seu povo. Horizontalmente, elas apresentam uma continuidade, isto é, um histórico contínuo que contrasta com as profecias clássicas. Por exemplo, na sequência simbólica da imagem de Daniel 2, das quatro bestas e dos chifres de Daniel 7, é traçada uma linha histórica desde o ano 605 a.C. até o estabelecimento do reino de Deus. Já em Apocalipse, essa mesma linha histórica é traçada desde o primeiro século do cristianismo conforme é apresentado nos sete selos. Princípio 3 O princípio “dia-ano” é indispensável para a compreensão das profecias apocalíticas de tempo. Enquanto nas profecias clássicas o tempo é longo e indicado literalmente (ver Jr 25:11), nas profecias apocalípticas os períodos são descritos em reducionismo simbólico e de maneira anormal, por exemplo: um tempo, tempos e metade de um tempo (Ap 12:6, 14) e 42 meses (Ap 13:5). Uma evidência do uso do princípio “dia-ano” em Daniel 8 é o aparecimento de nações simbólicas, tempo simbólico e ações simbólicas, enquanto em Daniel 11 aparecem nações literais, tempos literais e ações literais. Mesmo por pragmatismo, a profecia das 70 semanas de Daniel 9 pede o uso do princípio “dia-ano”. Princípio 4

Estudo conjunto dos livros de Daniel e Apocalipse

Considerar declarações e comentários de Ellen G. White

O livro do Apocalipse deve ser estudado em união com o livro de Daniel, pois este é sua principal raiz com destaque para as profecias dos capítulos dois e sete que apresentam uma sequência paralela de impérios universais desde os dias do profeta até o estabelecimento do eterno reino de Deus.

Sendo que os escritos de Ellen G. White são relevantes para um número cada vez maior de pessoas não adventistas, devemos incluir nos estudos desses livros proféticos suas declarações e comentários de modo especial em referência ao cumprimento de profecias apocalípticas. Como sugestão, leia o que ela escreveu no livro O Grande Conflito em relação ao cumprimento profético dos livros de Daniel e Apocalipse.

A abordagem historicista é a mais confiável para interpretar as profecias desses livros. Por exemplo, a profecia de Apocalipse 13, apresenta uma fantástica besta composta com partes dos quatro animais (reinos) de Daniel 7. A indicação é clara, o poder ali mencionado está na linha profética sequencial direta das quatro potências mencionadas nesse capítulo. Kenneth A. Strand, teólogo adventista, propôs uma continuidade vertical e horizontal nas profecias apocalípticas

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Editor

Caro ancião: Dr. Wilson Borba, diretor do Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia (SALT), sede FAAMA é quem responde. Escreva para Perguntas e Respostas – Caixa Postal 2600; CEP 70270-970, Brasília, DF ou ministerial.dsa@adventistas.org.br. A proposta deste espaço é esclarecer dúvidas sobre assuntos ligados à doutrinas da igreja. Dentro do possível a resposta será publicada nesta seção. Revista do Ancião abr-jun 2014

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Compreendendo o Apocalipse

PERGUNTAS & RESPOSTAS

C.Qualidade

Depto. Arte

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