ENTREVISTA
APRENDIZADO PERMANENTE por Jefferson Paradello
Como a convivência com autistas pode sensibilizar corações e transformar a vida familiar.
A
jornalista Keiny Goulart e seu esposo, o teólogo Marlon Bruno, precisaram reconfigurar suas vidas com a chegada do segundo filho, Derek. Mas o que poderia ser motivo de receio e até tristeza trouxe ainda mais amor ao lar, e uma vontade imensa de transformar a realidade de outras famílias que recebem o mesmo diagnóstico: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Nesta entrevista, os dois sublinham os desafios, mas, principalmente, as lições que colhem da convivência com uma criança autista. Em que contexto vocês receberam o diagnóstico de TEA?
Keiny Goulart e Marlon Bruno – Servíamos à Igreja Adventista na cidade de Vilhena, em Rondônia. Era o nosso terceiro ano no ministério pastoral. Nós observávamos o desenvolvimento do Derek tendo a
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FAMÍLIA ESPERANÇA
Myah, nossa filha mais velha, como referência, e alguns comportamentos nos chamaram a atenção. Com um ano e meio, ele já agrupava pedras em simetria, e organizava os lápis de cor usados dentro da caixa como se tivesse acabado de abri-la. A investigação foi longa, passando por prifissionais da neuropediatria, fonoaudiologia, terapia ocupacional, neuropsicologia e psicopedagogia. Quando ele completou dois anos e dez meses, entramos no consultório da neuropediatra como uma família comum e saímos dele com um laudo em que constava Transtorno do Espectro do Autismo. O que esse laudo gerou em vocês? Keiny Goulart e Marlon Bruno – Um misto de sentimentos. Frustação por entendermos que todo o planejamento que tínhamos para o futuro do