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CIANO

MA GENT A MAGENT GENTA

AMAREL O AMARELO

PRET O PRETO

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Sexta-feira, 06 de junho de 2014

OPINIÃO Reação organizada às drogas REFORMA – A sogra recebeu uma grana adicional de aposentadoria, espécie de correção do cruzado, cruzado novo, cruzado antigo, plano collor, plano bresser e plano funaro, que deu uma bela bolada. REFORMA II – Antes de ser achacada pelos genros, noras, filhos e filhas, sempre dispostos a lhe surrupiar as economias, resolveu dar um destino ao dinheiro e, para isso, nada melhor do que concretizar o sonho de reformar a velha casa. REFORMA III – Mandou fazer o projeto, contratou o pedreiro, o carpinteiro, o eletricista e o encanador e marcou o dia para início da reforma, cuja primeira etapa era derrubar tudo que existia e a segunda, fazer tudo de novo.

Argumentar que o consumo de drogas e a prática generalizada da violência são fenômenos decorrentes da má formação sócio cultural de expressiva parcela da população, alijada do acesso aos bens de consumo que revertem em status, é chover no molhado e nada acrescenta à tortuosa realidade atual, quando a borra (crack) resultante do processamento da cocaína, descaradamente desafia e ameaça a sociedade.

O conhecimento antigo ensina que todo mal deve ser cortado pela raiz, para impedir que progrida, avance e se consolide. Esta é a proposta conceitual que alicerça o Proerd – Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência – que produziu resultados altamente positivos nos Estados Unidos, seu país de origem e atualmente é aplicado pela Polícia Militar a alunos do ciclo fundamental em escolas

Quando a sogra resolveu reformar sua casa Roberto Silo

REFORMA IV – Os profissionais garantiram que concluiriam a empreitada não prazo de 6 meses, mas como acredita piamente nesta espécie, dilatou o prazo para 16 meses. REFORMA V – Como ela e o velho sofrem de bronquite, asma, pressão alta, pressão baixa, enxaqueca, chulé, diabetes, hemorróidas, dengue, febre maculosa e bursite, são intoleráveis a poeira e barulho de serra elétrica. REFORMA VI – Por isso, mudaram-se de mala, cuia

e cachorro, para a casa do genro, com a proposta de ficarem só os 16 meses seguintes, prazo dilatado da reforma, mas que pode ser dilatado de novo, dependendo de quantos dias o pedreiro irá trabalhar de ressaca. REFORMA VII – Como não podia ser diferente, levaram aquele filho solteirão, de 37 anos, que passou a ocupar o quarto dos fundos da casa do cunhado, em prejuízo do cachorro e do gato, que ganharam um tapete cada um num cantinho da garagem.

públicas e particulares. Quanto mais crianças resistentes ao assédio das drogas, menos adolescentes e adultos consumidores e, por consequência, menos tráfico, menos crimes e menos violência. É assim, além da ação ostensiva empreendida contra o narcotráfico, que se administra a situação, partindo do princípio mais lógico e básico da questão: sem consumo, não há produção (e etapas posteriores).

REFORMA VIII – Na segunda semana a reforma a casa da sogra, o genro começou a imaginar o quanto o mundo seria melhor, mais justo, econômico e saudável sem a figura da sogra. REFORMA IX – Na terceira semana, quando não tinha nem terminado a etapa de demolição da casa da sogra, o genro construiu um pequeno túmulo no quintal e botou uma lápide em cima com a seguinte inscrição: “aqui jaz o meu saco”. REFORMA X – Como este ainda é o primeiro capítulo da reforma, voltaremos ao assunto oportunamente.

PALAVRAS DE

ESPERANÇA ARTIGOS FOGO, CALOR E LUZ!

No inverno e na escuridão ou, apenas, quando o frio é intenso, fogo, calor e luz são, não só, bem vindos, mas necessários. Não há quem resista ao frio! O corpo pede calor e, naturalmente, trememos, em busca do calor. Não há quem faça bem, as coisas no escuro. No frio ficamos mais lentos, comemos mais e, a tendência ao recolhimento, nos empurra para dentro de casa ou de recintos fechados. Na escuridão perdemos o poder da liberdade e da ação total. Fogo, calor e luz são importantes, em tudo, na vida. O fogo é um processo químico de transformação. Podemos também defini-lo como resultado de uma reação química que desprende luz e calor devido à combustão de materiais diversos. O calor é uma forma de energia. É o elemento que dá início ao fogo, é ele que faz o fogo se propagar. Pode ser uma faísca, uma chama ou até um super aquecimento em máquinas e aparelhos energizados. A luz, como tudo no universo, é outra forma de expressar energia, mas é uma expressão extraordinária e única. A definição do dicionário fala que a luz é uma radiação eletromagnética. Fogo, calor e luz tem tudo a ver com a fé e diz respeito ao dinamismo de nossa relação com Deus e com os irmãos. O Cristão se mostra verdadeiro em atitudes que lembram fogo, calor e luz. Assim, frieza, tibieza, trevas, são sinônimo de mau comportamento ou de esfriamento na fé e na vida. Pentecostes é o tempo da Igreja. É o dom de Deus oferecido a todos os homens e mulheres. É tudo o que nós precisamos para nos mantermos vivos e atuantes: Fogo, Calor e Luz de Deus na Igreja, para cada um de nós. Seja bem vindo Fogo de Deus! Seja bem vindo Calor de Deus! Seja bem vinda Luz de Deus! As Sagradas Escrituras lembram que Deus não só dá o Fogo, Calor e Luz, Ele é Fogo, Calor e Luz, por isso Ele pode nos dar tudo isso e ordenar esse novo tempo: “Levante-se, Jerusalém! Brilhe, pois chegou a sua luz, a glória de Javé brilha sobre você. Sim, a treva cobre a terra, névoas espessas envolvem os povos, mas sobre você brilha Javé, e sua glória a ilumina. Sob a luz de você caminharão os povos, e os reis andarão ao brilho do seu esplendor. O sol não será mais a luz do seu dia, e de noite não será a lua a iluminá-la; o próprio Javé será para você uma luz permanente, e o seu Deus será o seu esplendor. O sol dela jamais vai se pôr, e a sua lua não terá mais minguante, pois o próprio Javé será para você uma luz permanente. Acabaram-se os dias de luto. Seu povo será todo formado de justos” (Isaías 60,1-3.19-2a). A profecia ganhou um realismo tal que, o Pentecostes esperado continua sendo a razão de tudo, para as pessoas e para a Igreja: “Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem” (Atos 2,1-4). Precisamos continuar olhando a vida com esperança, como diz Paulo, escrevendo a Timóteo: “Por esse motivo, o convido a reavivar o dom de Deus que está em você pela imposição de minhas mãos. De fato, Deus não nos deu um espírito de medo, mas um espírito de força, de amor e de sabedoria” (1Tm 1,6-7).

O contexto político brasileiro nunca foi uma maravilha. Nossos historiadores narram os mandos e desmandos dos antigos coronéis e barões do café, com seus séquitos e currais eleitorais. Só faziam e desfaziam graças à pouca cultura e dependência do povo, e, sempre, graças à subserviência de políticos menores, que sequer eram coronéis ou grandes agricultores. Tivemos, contudo, ao longo da história, homens que honraram os mandatos, mas não chegaram a edificar instituições sólidas. O mandatário mais recente, de melhor memória, foi Itamar Franco, que assumiu em contexto confuso e conturbado, e conseguiu só deixar como acusações o controverso topete e uma ou outra aventura amorosa. Escrevemos uma Constituição, experimentamos a bênção do Plano Real, legislamos a Responsabilidade Fiscal e adentramos a sensação da democracia participativa e responsável. Contudo, as amarras e costumes dos antigos coronéis persistem, agora praticados por personagens, executivos e legislativos, pouco conformados com as legislações que li-

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assumirem qualquer dos mandatos legislativos e executivos. É a democratite que, a pretexto de contornar desigualdades históricas, classifica os cidadãos segundo a cor da pele, e prefere cotas racistas a cotas sociais. É a democratite que devolve, ao meio social, bestas violentas, sem que estejam ressocializadas, maiores ou menores. É a democratite que paparica o marginal, enquanto na esquina, pouco se importando com o horror que lhe é dispensado, enquanto prisioneiro. É a democratite que, a pretexto de informar, lota a mídia de propagandas desnecessárias e onerosas; no fundo, partidárias. Não vamos bem e convém notar que a liberdade edificadora da mídia e das redes sociais incomoda a maioria de nossos homens públicos que podem, em nome de pretensa democratite da informação, impor limitações à liberdade de expressão. Para governos e políticos que já tentaram censurar antigas obras e autores, sanear as dissidências soa como missão divina.

A função da criatividade no mundo corporativo Parte do processo de desenvolvimento das competências profissionais, a criatividade é algo presente em todos os seres humanos. Mesmo que sua manifestação varie de indivíduo para indivíduo, ela pode ser melhorada e potencializada a cada dia. No contexto histórico, a palavra “criar” vem do latim “creare”, que se traduz em erguer, produzir; mas também está relacionada a “crescere”, ou seja, crescer, aumentar. No grego, a palavra “krainen” (criatividade) significa realizar, desempenhar, preencher. Dentro das empresas, a criatividade ocupa um papel central na busca de soluções originais e inovadoras, por isso, ela é hoje considerada e tratada no contexto empresarial como patrimônio e recurso estratégico para o desenvolvimento e sucesso da empresa e cada vez mais objeto

de formação e treinamentos, pois “anda” de mão dada com a inovação. O processo criativo no âmbito profissional acontece por meio da qualidade dos nossos pensamentos, que direcionam as decisões e as ações. Criar processos e definir novos horizontes são ações estratégicas para desenvolver aptidões em todo o grupo, o que possibilita projetar resultados positivos para equipe. O matemático Henri Poincaré definiu em 1929 um significado para a palavra criatividade: capacidade de unir os elementos pré-existentes em combinações novas, que sejam úteis. Isso desmistifica a ideia de que ela seja algo que nasça do nada, um momento de genialidade incontrolado, e passe a ser algo mais concreto.

Ser criativo exige igualmente algumas competências como flexibilidade, foco, determinação, persistência, curiosidade e autodisciplina. Desse modo, a essência do pensamento criativo permite quebrar regras existentes para criar outras que funcionem melhor ou encontrar uma aplicação nova às já existentes. Para inovar, ou seja, desenvolver uma ideia nova e transformá-la em um processo ou produto, é necessário primeiramente ter tido a ideia. Afinal, criatividade e inovação podem ser consideradas as faces de uma mesma moeda e valores fundamentais na cultura corporativa, mas para potencializar seu processo criativo, é preciso estar aberto ao novo, superar a resistência à mudança e ir além dos esquemas mentais habituais.

Educação como antídoto da violência Valmor Bolan é doutor em Sociologia. Segundo o filósofo francês romântico Jean Jacques Rousseau, o homem nasce bom, a sociedade o corrompe. Com este reducionismo, justificou muito das medidas pedagógicas modernas. Rousseau é estudado, inclusive, nos cursos de Pedagogia e Filosofia da Educação. Ocorre que Rousseau parte de premissas simplistas da natureza da pessoa. De qualquer forma, sua visão influenciou muito não apenas seu tempo, como os séculos 19 e 20 e ainda hoje. Tal influência podemos ver, por exemplo, no debate sobre a chamada “lei da palmada”, recentemente aprovada na Câmara dos Deputados, que reduz a autoridade dos pais na educação dos filhos, restringindo a sua prerrogativa de sanções diante de comportamentos abusivos que precisam ter limites,

a partir do convívio em casa. A observação a partir da experiência histórica mostra que a falta de corretivos morais adequados acarretou um crescente índice de violência, deixando a educação de ser um antídoto natural contra a violência. O problema é que para Rousseau, o homem não traz tendências em si à violência, que devem ser contidas e displinadas pela moral, mas ela é decorrente de influências externas, das convenções sociais. O que ocorre em nossos dias é que houve uma dissociação entre educação e moral, cujas consequências percebemos por toda a parte, do aumento da violência, em graus diversos. Tanto em casa, quanto na escola, muitas das pedagogias modernas

tem sido incapazes de resolver tais desafios, cujas metodologias em vez de tornar a pessoa aprimorada como ser humano, muitas vezes são causa de patologias incontáveis. Vejam, por exemplo, casos de depressão e suicídio entre jovens, em muitos países altamente desenvolvidos. Tudo isso deve trazer profunda reflexão, pois os resultados práticos da dissociação da moral (e inclusive a moral cristã) da educação, tem sido uma das causas a justificar a debilidade das instituições hoje na sociedade, a começar pela família. Por isso, para que tenhamos uma educação capaz de vencer a violência e ser antídoto dela, é preciso que tenhamos a coragem de retomar com vigor as balizas morais capazes de efetivamente propiciar evolução à civilização humana.

06 2014/ junho/ 6ª FEIRA | Lua crescente

Este espaço é dedicado à publicação de artigos produzidos pela “PASCOM” (Pastoral da Comunicação) Diocese de Assis.

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mitam os mandos e obrigam procedimentos. Agigantamos e malversamos a instituição dos cargos comissionados, confundindo a participação técnica com conveniência partidária, e tornamos cargos relevantes simples objetos de barganha política. Voltamos à antiga pessoalidade e pouca transparência, no desempenho do poder, agora exercido como mero preparativo ao mandato seguinte. Conseguimos a demolição do maior sustentáculo de nosso regime: a autonomia harmônica dos poderes. O legislativo, subjugado, constitui blocos de incondicional apoio, inclusive malversando CPIs e aprovando, para a Suprema Corte, cidadãos que jamais foram juízes. A possibilidade de nomeação de legisladores com mandato, para cargos comissionados, prostitui ambos os poderes e a reeleição, que pode ser tentada até sem o afastamento do cargo, agrava todas as mazelas de nosso sistema. Não conseguimos, ainda, a cura da democratite, doença grave que permite, a analfabetos funcionais, incapazes de elaborar e compreender os mais singelos textos e análises,

Eduardo Shinyashiki é especialista em desenvolvimento das competências de liderança e preparação de equipes - www.edushin.com.br.

PE. EDIVALDO PEREIRA DOS SANTOS

CIANO

Democratite

Pedro Israel Novaes de Almeida é engenheiro agrônomo e advogado, aposentado- pedroinovaes@uol.com.br

PRET O PRETO

É preciso coragem para crescer e tornar-se o que você realmente é. ( Edward Estlin Cummings )


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