WB Mag | Edição #3 | Setembro 2015

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Arlindo Namour Filho Maíra Erlich e

Christelle Rall Técnica, emoção e uma boa dose de espontaneidade na cerimônia de casamento


editorial Caro fotógrafo, prepare-se para muitos cli-

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ques bonitos nesta terceira edição da WB Mag, a começar pelo trabalho da sul-africana Christelle Rall, o portfólio internacional em destaque. Suas imagens refletem uma vasta experiência no universo dos casamentos, tanto na parte de vídeo, quanto em fotografia. E, para quem se interessar, vale a pena se inteirar sobre a visão de negócios desta profissional e saber mais sobre seu programa de treinamento para fotógrafos de ponta. Christelle tem como cenários as paisagens sul-africanas e de países próximos, mas é provável que a vejamos por aqui em algum momento no futuro. Já no Brasil, o nome conhecido de Arlindo Namour Filho: um fotógrafo com tradição familiar no ramo, pioneiro por sua visão e pelo uso de novas tecnologias. Ele trabalha nos eventos somente com câmeras sem espelho e contou alguns detalhes técnicos sobre o casamento que você verá mais adiante. Para finalizar, a jovem Maíra Erlich traz imagens de uma cerimônia que aconteceu em julho, no Recife. Com seis anos de carreira, a fotógrafa já conta com o reconhecimento de associações internacionais e compartilha conosco sua visão sobre o mercado. Para a próxima edição, temos uma novidade bacana. Já estamos selecionando um portfólio entre os que recebemos dos leitores e apresentaremos o escolhido em uma nova seção.

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Boa leitura.

Leopoldo Saldanha Editor

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expediente ENVIE SEU PORTFÓLIO...

Editor: Leopoldo Saldanha Mesquita Conselho Editorial: Mozart Mesquita Lívia Noronha de Vivo Iara Moribe

...de fotografia de casamento em baixa resolução e conte resumidamente quem você é, onde e como atua. Seu material será avaliado e, se selecionado, a Redação entrará em contato. Participe!

Reportagem: Lívia Noronha de Vivo Revisão: Regina Sinibaldi Projeto Editorial: Iara Moribe Projeto Gráfico + Diagramação: Alessandro Ziegler

Para suas fotos serem publicadas na WB Mag, você precisa ter autorização escrita das pessoas fotografadas para este fim e a sua para divulgação na revista. Sem essas autorizações, não será possível a publicação.

Arte: Alessandro Romio Publicidade: Juliana Oliveira Poliana Silveira Desenvolvedor Web: Diogo Amorim

PARA ANUNCIAR SITE E REVISTA: 11 2344-0810

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EDITORA FHOX - Rua Clodomiro Amazonas, 1.099 - cj. 121 - CEP 04537-012 - São Paulo/SP

GRUPO FHOX

INSIDE

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CHRISTELLE Rall n

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Formada em comunicação e pós-graduada em produ-

WB MAG - PODE FALAR UM POUCO SOBRE SUA TRAJETÓRIA? Christelle • Nos primeiros cinco anos eu fazia ambos, vídeo e fotografia de casamento. Eu fui atrás de um diploma em fotografia na primeira chance que tive, e fotografava o máximo que conseguia. Era muito! Em cinco anos fotografei mais de 300 casamentos e isso me preparou para praticamente todos os cenários possíveis: de ter dez minutos de luz para os retratos do casal, até ter que conseguir lindos retratos da noiva que já estava bêbada. Quando fazia os vídeos, acabei aprendendo muito com fotógrafos tops que estavam trabalhando ao meu lado nos casamentos. Bagagem que levo até hoje. WB MAG - ONDE VOCÊ TRABALHA? Christelle • Moro em uma cidade muito pequena chamada George, na

África do Sul. É linda, com apenas cerca de 150 mil habitantes, em um lugarzinho situado entre as montanhas de Outeniqua e o oceano Índico. A metrópole mais próxima é Cape Town, mas meus casamentos são divididos igualmente entre Cape Town, Johanesburgo, a Garden Route (trecho da costa sul-africana) e destination weddings. Até hoje não aceitei nenhum casamento que fosse há mais de um dia de distância da África do Sul, apesar de receber inúmeros pedidos. Meus filhos ainda são muito pequenos para viajar tão longe. Mas a partir de 2016 passarei a considerar trabalhos mais distantes, na Europa, Estados Unidos, América do Sul e Austrália/Ásia. WB MAG - COMO É A FOTOGRAFIA DE CASAMENTO NA SUA REGIÃO? Christelle • Como em qualquer lugar do mundo, aqui na África do Sul também lutamos com o mercado de

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ção de filmes, a sul-africana Christelle Rall já teve seu nome em importantes rankings de fotografia internacional, como 16º lugar na lista dos melhores fotógrafos do mundo pela ISPWP. Seu trabalho no mercado de casamentos começou com vídeos profissionais. Em início de carreira, ela utilizava uma câmera amadora para clicar stills das capas de seus DVDs. Foi a demanda de clientes por aquelas imagens que a fez considerar uma mudança de foco. Atualmente, ela também ministra workshops e programas internacionais de mentoria sobre fotografia de casamento.

casamentos ficando cheio de fotógrafos iniciantes e sem qualificação, isso prejudica a profissão, assim como o valor do mercado. Mas, dito isso, a fotografia de casamento também é como em qualquer lugar do mundo, baseada em elasticidade de preço e valor de produto. E, novamente, como em qualquer lugar no mundo, há um público-alvo que está disposto a pagar preços altos por muita qualidade. É claro que se trata de uma porcentagem menor, não é a massa, que não se apega tanto a qualidade e apenas quer fotos de seu casamento. Por outro lado, há alguns nomes em ascensão, muito talentosos, que levam a sério e querem construir uma carreira profissional na fotografia de casamento. Em muitas ocasiões alguns deles me pediram ajuda e por isso decidi começar um programa de mentoria. Ele tem início com um workshop intensivo focado em duas coisas: produzir

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imagens melhores e construir uma carreira profissional. Depois de diversas atividades, ofereço suporte contínuo por um ano para saber se eles estão no caminho certo. O programa visa posicionar esses fotógrafos extremamente talentosos no mercado, então só pego de 5 a 10 alunos ao ano, de todas as partes do mundo. WB MAG - O QUE DIFERENCIA SEU TRABALHO DOS OUTROS? Christelle • Não vejo minha fotografia como algo que se pode classificar, mas ao contrário, a cada trabalho que faço eu tento me inspirar com o que tenho em frente às minhas lentes. A luz, o cenário e principalmente o casal e sua personalidade. Acredito fortemente que se conectar com as pessoas que se está fotografando é critico, essencial para o sucesso das fotos. Acho que todo fotógrafo deve tentar produzir imagens melhores, independente de suas habilidades e experiência. Eu, pessoalmente, acho que meu trabalho se destaca porque tento nunca me estabelecer, nunca produzir a mesma foto duas vezes e sempre ir em busca de mais criatividade, entregar imagens de ponta. WB MAG - COMO SE INSPIRA CONSTANTEMENTE?

Christelle • Eu diria que 90% da minha inspiração vêm daquilo que experimento e vejo no dia do casamento. Começo cada um com uma tela em branco e permito que o ambiente dite as minhas ações e a direção que as fotos vão tomar. É por isso que prefiro nem ver o local e nem mesmo conhecer os noivos antes do dia do casamento. Assim evito planejar as fotos e acabo seguindo meus instintos no dia. Adoro estar fora de minha zona de conforto e me sentir pressionada para fazer fotos melhores, únicas e criativas. Obviamente não recomendo essa abordagem para fotógrafos menos experientes, mas neste momento da minha carreira me sinto confiante para fazer isso. Quando faço destination weddings fora, algumas vezes é chegar e começar a fotografar, literalmente. Com casais que têm outras culturas e que são de outras partes do mundo. Uma vez fiz um casamento nas ilhas Seychelles com um casal chinês que falava pouco do inglês e ainda havia um ciclone na região! Foi desafiador clicar sob chuva forte, uma vez que eles tinham vindo de Hong Kong em busca de fotos paradisíacas. Mas não importa quais são os obstáculos, usei o que estava em frente das minhas lentes: chuva, vento, frio, etc. Foi muito difícil, mas as fotos ficaram ótimas, uma delas inclusive

ganhou um Fearless Award (EUA). Os outros 10% de minha inspiração, eu diria que vêm de minha vida. Sou uma amante de coisas relacionadas a criatividade. Uso muito o Instagram para postar elementos que me inspiram, coisas do dia a dia. Luzes, sombras, formas, texturas, etc. Acho que isso me ajuda muito a manter meu olho treinado para ver algo a mais na realidade que nos cerca. Por último, me inspiro com as pessoas, muito com meus filhos. Essa frase do fotógrafo Alfred Eisenstaedt resume bem: “É mais importante clicar com as pessoas do que com o obturador da câmera” (Livre tradução de : “It’s more important to click with people than to click the shutter”). WB MAG - QUE CONSELHO DARIA PARA NOVOS FOTÓGRAFOS EM SUAS PROFISSÕES? Christelle • Primeiro, certifique-se de estar entregando o melhor produto possível. Tenha certeza de que seu produto, as fotos, sejam únicas e tenham a sua cara. Ache seu nicho e tom, e melhore a cada dia. Personalidade, produto e perseverança são provavelmente os três elementoschave para uma carreira de sucesso na fotografia de casamento. No meu workshop entro em muitos detalhes sobre esses três Ps.

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Arlindo NAMOUR Filho

Namour • Sim estudo, todos os dias. Inspiro-me em viagens que faço, filmes, livros que leio, no trabalho de

Namour • Eu acredito que o casamento na sociedade brasileira tem um peso muito forte, que é passado de geração a geração. Acredito no clássico, no atemporal. Torço para que a instituição casamento mantenha a sua importância na nossa sociedade e vejo um movimento neste sentido. Mas penso que nada é garantido e que tenho de estar atento às mudanças comportamentais da sociedade. Trabalho também em minhas palestras e workshops para que o fotógrafo profissional aprenda que se

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WB MAG - AINDA ESTUDA FOTOGRAFIA?

WB MAG - QUAIS SUAS PERSPECTIVAS PARA O MERCADO E PARA SEU TRABALHO NOS PRÓXIMOS ANOS?

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Namour • Um dos inúmeros dias marcantes que vivi como fotógrafo foi o primeiro casamento que fiz fora do Brasil, em 2001, na praia de Malibu, Califórnia. Foi um lindo casamento judaico em um marcante entardecer. Me marcou muito também um casamento que fiz com meu irmão Alexandre Namour, em Paris. Foram três dias de festa nos cenários mais luxuosos da capital francesa: Hotel Crillon La Place, Hotel George V e Bateau Mouche. Nestes 20 anos vivi muitas emoções.

colegas talentosos e na moda. Na realidade, acredito que a inspiração vem de uma mente ventilada, livre para aprender e, antes de tudo, curiosa.

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WB MAG - PODERIA CONTARNOS SOBRE UM DIA MARCANTE EM SUA CARREIRA?

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vem de uma família com mais de 53 anos de tradição ramo fotográfico. Passeou pelo analógico, DSLR e hoje fotografa 100% do tempo com câmeras mirrorless, com pioneirismo no Brasil. Namour é embaixador mundial pela Fujifilm Japan no programa X Photographers, dá palestras e workshops por todo o País e internacionalmente. Especializado em casamentos, 15 anos e retratos, hoje ele divide seu tempo entre os clientes e a área educacional.

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Fotógrafo desde 1995, Arlindo Namour Filho

valorizar é a primeira condição para o sucesso, pré-requisito para sua sobrevivência no mercado. Acredito que tenho realizado um trabalho muito frutífero neste sentido. Meu último workshop Carreira em Foco deu um destaque muito importante neste sentido. O mercado se autorregula, e certamente só os mais preparados sobreviverão. WB MAG - POR QUE ACHA QUE SEU TRABALHO SE DESTACA? Namour • Eu acredito que a fotografia é a representação do conjunto de uma pessoa. Eu tenho um estilo consolidado e na medida em que procuro novos aprendizados e minha evolução, eu transmito isso em minha fotografia. Meu trabalho se destaca hoje por dois principais motivos: persistência e foco. Um bom trabalho é resultado de 99% de transpiração e 1% de inspiração.

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SET DO EVENTO

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Usei neste evento três câmeras: duas Fujifilm X-T1 e uma Fujifilm X-T10. As lentes usadas foram a XF90mm f/2, XF16mm f/1.4, XF23mm f/1.4, Touit Zeiss 32mm f/1.8 e a XF56mm f/1.2. A iluminação foi de led e flash Youngnuo com acionamento via rádio em manual. Em algumas fotos gosto de mesclar o led com a luz de flash. Adoro a leveza e mobilidade que o sistema Fujifilm X me dá. Lentes luminosas e de alta qualidade óptica, pouco peso, arquivos lindos e cheios de detalhes, enfim, é o kit ideal para o fotógrafo de casamento, que trabalha de 10 a 12 horas carregando corpos e lentes.”

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MAÍRA Erlich Fotógrafa de casamento há seis anos, Maíra

Maíra • Depende de cada momento que estou vivendo. Se assisti a algum filme que gostei, se ouvi uma frase que me impactou, alguma conversa que tive, um poema, uma pintura, um gesto, uma luz no meio da rua... Tudo isso termina afetando o meu trabalho de alguma forma, pois me faz observar coisas que talvez passariam despercebidas caso não tivesse vivido essas experiências. Essas coisas, quando se encontram com a história do casal, resultam numa mescla de quem eu sou e quem o casal é.

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WB MAG - DE ONDE VEM SUA INSPIRAÇÃO?

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Erlich já trabalhou em casamentos no México, Califórnia, Cuba e em vários estados pelo Brasil. A pernambucana esteve entre os top 30 melhores fotógrafos de casamento do mundo em 2014, segundo ranking do Fearless Photographers, e entre os top 10 no ISPWP 2014. “Foi uma surpresa pra mim, mas na fotografia eu descobri uma forma de me expressar que ao mesmo tempo me deixa feliz e desperta sentimentos nas pessoas. Imagina, pessoas que a gente mal conhece, ou às vezes não conhece nada, serem tocadas por algo que fizemos? É algo que venho vivendo intensamente e que já me trouxe muitas alegrias.”

WB MAG - QUAL SUA VISÃO SOBRE O MERCADO DE CASAMENTOS?

WBMAG - PARA VOCÊ, QUAIS OS ENCANTOS DA FOTOGRAFIA DE CASAMENTO?

Maíra • A cada ano surgem sei-lá quantos novos concorrentes e por isso acho que os fotógrafos estão cada vez mais competitivos e dedicados a investir na sua própria evolução para poder se destacar dos demais. Podemos observar isso facilmente pela quantidade de workshops e de premiações que temos hoje no ramo. Mas acho que o caminho é esse... Buscar cada vez um trabalho diferenciado para conseguir assim o seu espaço neste mercado tão concorrido.

Maíra • Gosto da liberdade que posso ter durante o dia, de poder emprestar meu olhar para registrar aquele que será um dos mais importantes dias para o casal e sua família. Eles não fazem ideia das fotos que terão (até porque os momentos reais não são tão planejados assim), mas confiaram e entregaram essa tarefa a mim. É uma responsabilidade e ao mesmo tempo uma honra muito grande. Isso me deixa muito realizada.

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PORTRAIT DA NOIVA • • • • • • | Nikon D750 | Lens: 35mm | Exposição: ISO 1250 1/800 f/2.8

Neste retrato, observei que a luminária do quarto do hotel fazia uma luz bem suave, mas o teto era alto e a luz ficava fraca. Então, pedi para a noiva subir na cama e assim consegui fotometrar sobre ela, deixando o resto do quarto escuro.”

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Inspiração Vestido em evidência neste retrato da modelo Jannie Patchett pelo fotógrafo Norman Parkinson. Clicada em 1950, a fotografia faz parte da coleção britânica National Portrait Gallery.

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